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BOURDIEU - sobre el poder simbólico A linguagem é socialmente determinada, e carrega invariavelmente um peso social daquele que cria a linguagem ou, mais ainda, daquele que difunde a linguagem e a faz predominante. As relações de poder na linguagem estão implícitas, mas não podem se realizar sem a "conivência" daquele que se submete a estas relações. Conivência esta que vem da ignorância, ainda que involuntária (neste caso, incapacidade) em relação à linguagem e a sua verdadeira estrutura. Estruturalismo tenta desprender o simbolismo embutido (os valores) da linguagem sob os “sistemas simbólicos”, analisando a própria estrutura da linguagem. Mas o consenso é o caminho natural de uma dada linguagem, que busca isso para fazer possível o acordo entre inteligências. As classes dominantes se aproveitam disso para difundir o consenso sob uma linguagem que é naturalmente viciada. Os sistemas simbólicos são os instrumentos de domesticação dos que se oporiam àquela linguagem, principalmente dentro do próprio campo de produção (a pesquisa). De certa forma, é a elitização da capacidade de mudar a linguagem: os especialistas contam sempre com mais credibilidade; por outro lado, especialistas tb são mais fáceis de serem manipulados. A outra maneira de consolidar essa dominação é através de ideologias, que são naturalmente produto das condições sociais de sua circulação e produção. O problema é a pretensão da ideologia de impor a ordem estabelecida como natural, pegando emprestado o respaldo de instituições legítimas – jurídicas, religiosas, filosóficas, acadêmicas. Pois é a legitimidade da linguagem que faz o poder da mesma. E esta legitimidade não se pode basear EXPLICITAMENTE em preceitos políticos ou de classe. Por isso a mesma se baseia IMPLICITAMENTE. Logo, o poder simbólico é uma forma transformada (na verdade, disfarçada) de outras formas de poder – a ideologia ou a produção intelectual está carregada de sistemas simbólicos que buscam legitimar através da linguagem as crenças (valores) da classe mais interessada em difundir aquela linguagem: a linguagem vira um instrumento da luta de classes. Resumo feito por Alan Mota IRischool 2011.2