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Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais I Professora: Layla Dawood Rio, 24/02/2011 - Aula 02 – Níveis de Análise Waltz (1959) e as três imagens Quais as causas da guerra? Três possíveis respostas: O homem O Estado O sistema internacional O Homem -> natureza humana Educação? Treinamento? Mulheres no poder? As explicações das maldades humanas estão no behaviorismo. O homem pode ser “educado”? Condicionado a mudar de opinião? Se eu treinar, educar as pessoas tomadoras de decisão, o objetivo é alcançado? Vertente feminista diz que se as mulheres estivessem no poder talvez não houvesse guerra, que é fruto da natureza masculina! – ideia de spinoza A natureza humana não pode explicar a guerra e a paz. Como explicar essa alternância. => Dilema de Waltz. Também critica os teóricos de natureza humana, que veem o que querem ver. Natureza humana = constante. Não é possível explicar dois comportamentos com a mesma variável, porque ao fazer isso estou manipulando a variável de acordo com meu interesse. O Estado -> seriam alguns regimes mais pacíficos? É possível o progresso? Intervenção Paz democrática? Se democracias não entram em guerra, a resolução é que todos os outros regimes se tornem democracias! -> Ou seja, os estados são perfectivos (passiveis de melhorias) – ideia kantiana Só que isso dá margem de intervenção em busca dessa perfeição. Esse progresso pode ser imposto? Waltz diz que o problema é que se esquecem que as causas da guerra não estão só relacionadas a natureza humana ou na organização do Estado, estão na VIDA SOCIAL, no sistema internacional. Isso o linka a sua terceira explicação. O Sistema -> contato, vida social, dependência de outro para a garantia da subsistência = conflito Nas RI > balança de poder, guerra tarifária >até Estados bons serão levados a guerra Waltz traz Rosseau para explicar essa sua visão, com o jogo do Stag Hunt. O conflito é decorrente do contato, da dependência do outro para subsistência. O comportamento de cada Estado buscando seu próprio interesse, acaba levando a guerra. Balança de poder -> ao tentar se equilibrar com o outro, o outro lado pode entender como uma ofensiva, gerando mais e mais armamentos. Ex: guerra fria Ou seja, os Estados democráticos também entram em conflito ao defender seus próprios interesses. Para Waltz, a interpretação mais coerente é a terceira e ele defende que a condição permissiva da guerra é a própria anarquia do sistema internacional. Isso não exclui as outras interpretações! Pode ter os três num só: um homem tomador de decisões com uma veia bélica, um Estado que realmente seja mais suscetível a guerra, mas a maior explicação ainda é a anarquia. Singer (1961) e os dois níveis de análise Estado x Sistema Questão chave: como a escolha do nível de análise afeta o modelo? Contaminado pelo behaviorismo, diz que as pessoas manipulam as variáveis de acordo com o que lhes convém, às vezes usam todas no MESMO ESTUDO. Singer acha que há necessidade de ESCOLHA. Ex: armas nucleares no Brasil -> OU se explica sistemicamente (os atores internacionais influenciam na decisão) ou sub- sistemicamente (foi a politica do país que levou a essa decisão). Ele defende a ESCOLHA. A escolha desse modelo a ser usado influi diretamente na capacidade de explicação (porque quando x acontece, y acontece), na descrição (ser um mapa mundi – descreve o que o mundo é, mas não é igualzinho, é um espelho do real) e previsão (quais são as implicações de x E y?) A teoria sistêmica quando escolhida tem uma capacidade descritiva menor (bolas de bilhar). Na previsiva, não estão realmente interessados na tomada de decisão (não tem capacidade de prever isso) mas na consequência disso (no longo prazo, vai gerar equilíbrio do sistema). Na explicativa é mais generalista. Na teoria subsistemica, a capacidade descritiva é muito maior (detalhes, se aprofundar no caso) e também a capacidade de explicação (é mais fácil estabelecer correlações entre as variáveis). Já a previsão é falha, fraca (pode ser que o sistema faça o Estado mudar de ideia, por exemplo). Não nega outras possíveis formas de teorização. Existe uma critica ontológica a essa teorização: toda essa discussão de níveis de analise congelam a forma em que se encontra o mundo, fechando os olhos para outras explicações, outras teorias... Rio, 1/03/2011 – Aula 03 – O Dilema de Segurança Herz e o dilema de segurança enunciado pela primeira vez (1950) Possíveis formas de lidar com o dilema O “liberalismo realista” O texto de Herz não é muito relevante. Apenas saber que ele foi o inventor do termo dilema de segurança. Segundo ele, SEMPRE se vive o dilema de segurança, não só os Estados mas sim qualquer grupamento político-social. Defesa encarada como possível ataque. Liberalismo realista: aproxima-se da ideia de Carr. A utopia não deve ser abandonada por completo, nem as lições da história. Jervis = teoria dos jogos e o balanço ataque/defesa Jervis concorda com Herz no que diz respeito a possibilidade de resolução. Ele tem duas formas de resolver o problema: Teoria dos jogos e melhoria no dilema 1) Teoria dos jogos. O jogo é Stag Hunt. Jogo com incentivo a deserção embora o pay-off seja recompensador. Menos custos de CD (ser explorado) CD é o pior, o pay-off é ser explorado. Menos ganhos de DC (explorar) Mais ganhos de CC e menos custos de DD CC é o melhor -> segurança e economia (ninguém precisa correr para se armar, então o dinheiro é melhor aplicado ou guardado) > teria que haver uma cooperação, mas a desconfiança pode faze-los desertar, já que o sistema é anárquico. DD é menos pior que CD, mas não é a escolha eficiente. Gasta-se dinheiro, mas pelo menos se está seguro. Com medo de ser explorado, o Estado deserta primeiro. Isso acaba resultando em DD anyway. Diminuir a vulnerabilidade do adversário – abrir mao de certos armamentos que possam impedir que o outro coopere Sinalizar que jogará C – medo de deserção: x, caso payoff seja DC Monitoramento – para ver se há realmente CC Técnica do salame -> situação concreta onde desertar não é uma boa ideia para o próprio desertor. Ex: ganhos de DC baixo se a terra a ser conquistada não é rentável sem a presença do outro. A vantagem de conquistar existe, mas é menor. As vezes, o custo é maior do que os gastos. Balança ataque defesa Duas questões: a) quem tem a vantagem, ataque ou defesa? A tecnologia em determinado contexto histórico dá vantagem para o ataque ou para a defesa. Ex: fortes, favorecendo quem se defende já que não havia nenhum armamento capaz de derrubar. Ou seja, historicamente, a vantagem entre ataque e defesa varia. b) é possível diferenciar armas ofensivas de armas defensivas? É pressuposto de Jervis que a divisão entre armas ofensiva/defensiva existe. Ex: armas pesadas dos europeus na guerra fria não tinha logística para serem carregadas para um possível campo de batalha. Baixa mobilidade = intenção de defesa Argumento: quando a defesa tem a vantagem e armas ofensivas podem ser diferenciadas das defensivas, tem-se melhoria no sistema. Se é mais fácil defender, o lado ofensor tem que criar um super arsenal para deixar o defensor abalado. Nos momentos históricos que a defesa tem vantagem, o dilema de segurança é melhorado. Ex: era nuclear > dissuasão > strikes capabilities > ambos tem que ter Crítica de Clausewitz: a defesa tem vantagem. Primeiro porque tem vantagem de posição, escolhe onde lugar. Segundo que o status quo ante bellum permanece, ele não vê razão para mudar as coisas (só visa se defender). Além disso, a cada avanço do adversário, ele se desgasta, facilitando a vitória do defensor. Não existe arma que possa ser usada só para ataque e não para defesa. Para se ganhar, é necessário que se ataque eventualmente. Logo, o defensivo pode ser agressivo. Rio, 3/03/2011 – Aula 04 – O Neo-Realismo de Waltz Capítulo 5 – Estruturas Políticas A proposta da criação de uma teoria sistêmica Sistema? Estrutura + unidades em interação. Estrutura? Componente que possibilita pensar um “sistema como um todo” Conceito deve abstrair as características das unidades Quais as vantagens de se pensar em estrutura politica? Durabilidade teórica Uma definição estrutural pode ser aplicada a domínios cuja substancia (conteúdo) seja diferente, desde que os arranjos das partes sejam similares. Podem ser aplicadas para domínios diferentes Estrutura funciona como CAUSA para explicar a atuação das unidades. UMA das causas. Mas como distinguir o que é causado pela estrutura daquilo que não é? Estrutura: 1) Principio de ordenação (anarquia x hierarquia) Como há a relação entre Estados? Mando ou coordenação? Anarquia ou hierarquia? 2) Especificação das funções de suas unidades formalmente independentes Divisão do “trabalho”-> dentro de um Estado há uma divisão de funções, no plano internacional isso é mais complicado ainda que exista. 3) Distribuição de capacidades entre as unidades Capacidades -> militar e econômica. Analisa-se se há concentração dessas capacidades em atores ou polos. O foco é a distribuição de capacidades visto que as estruturas mudam de acordo com as distribuições. Waltz não crê que há uma hierarquia entre os sistemas. O foco dele é a relação entre eles. A capacitação é o fato que pode mudar mais, Waltz não acredita que o fator 1 e o fator 2 mudem com muita frequência. Casamento de conveniência -> versão realista de alianças. Formar alianças não é, realmente, formar um mundo bipolar, por exemplo. A,B,C,D = A + B + C + D. Ou seja, continuam quatro atores no contexto, mesmo que unidos. Alianças não duram para sempre. Sistema Internacional As unidades que compõe o sistema são os Estados. Mas porque os Estados? Os sistemas internacionais são definidos pelas unidades principais de uma nova era, sejam elas cidades-estados, impérios ou nações. Os Estados estabelecem o termo do intercurso entre atores não-estatais -> por omissão (façam o que quiser) e afirmação (se mostrar no cenário) Pressupostos sobre o Estado (não necessariamente reais, só precisam ser uteis na previsão de resultados sistêmicos): - Unitários - Racionais - Primeira Preferencia -> sobrevivência. Waltz se preocupa apenas com a sobrevivência, não pensa no resto das preferencias visando não trazer detalhes sistêmicos para sua teoria. A Estrutura do Sistema Internacional Princípio de ordenação: anárquico. Há ordem na anarquia? -> explicada por meio de analogia com microeconomia Há regras, mas não necessariamente impostas por alguém. A própria estrutura dita as regras do jogo para que os atores consigam se manter nesse. Ex: microeconomia -> maximização dos lucros quando não é feita acaba acarretando na falência. A não-especialização de funções no plano internacional Todo mundo faz tudo no SI. A distribuição de capacidades como característica de estrutura Passível de mudança, poder econômico e poder militar. Alianças não vão durar pra sempre, etc. Capítulo 6: Ordens Anárquicas e Balança de Poder Qual característica diferencia as estruturas domésticas da estrutura do sistema internacional? Seria a violência externa? O sistema internacional é de self-help! Violência existe nas duas esferas. O que diferencia é o que se pode fazer com essa violência. No plano interno, o Estado pode intervir para evitar a violência. No internacional, não há ninguém que pode utilizar a força em detrimento de uma soberania estatal, além dos próprios Estados self-help. Interdependência x Integração Por integração, ele pensa no plano doméstico, de solidariedade mecânica, na divisão do trabalho interno dentro da sociedade. Entre estados, não tenho integração nesse sentido, mas a interdependência – a delegação de algo vital, uma dependência mútua. No caso do sistema internacional, porque não tenho integração? Pois para ele existe a preocupação com ganhos relativos. Não tenho cooperação para um bem comum pois os estados não se preocupam só com o que eles ganham, mas com que o vizinho ganha – ganho relativo. Isso é porque a coisa é muito dramática no plano internacional: se alguém ganha mais do que você na cooperação, você pode vir a ser subjugado. Até a cooperação no campo da economia é difícil, pois até aquele ganho econômico pode ser transmutado em mais material bélico. Depender do outro para chegar ao bem comum é sinal de vulnerabilidade. Waltz diz que contato gera conflito. Estruturas e estratégias Questão: como é possível mudar a estrutura? Será que é viável mudar o efeito da estrutura sobre os atores quando esses mudam suas condutas? O problema é que a estrutura é a ação de vários estados e não de um só. Um só não consegue mudar a estrutura – o exemplo que nos dá é de um supermercado pequeno que está na vizinhança, mas ele precisa vender caro. Mas acontece que a maioria das pessoas vai no supermercado maior, um pouco mais longe. Se todos forem no supermercado mais barato, o mais perto fechará. Mas, se perguntado individualmente, todos podem responder que preferem a padaria do lado. Mas se só um comprar na padaria, ela acabará sendo fechada ainda por falta de consumidor – um individuo sozinho não consegue mudar essa situação. A despeito da mudança cultural dentro de um país, não mudando a distribuição de capacidades, não tenho como perceber mudanças na estrutura. É mais uma forma dele mostrar como a terceira imagem é superior para explicar as grandes tendências do sistema. Mas, se o estado for um pólo do sistema (que por definição atingem muito mais o sistema do que são atingidos por eles) e resolver mudar, temos resultados diferentes pois as estruturas incidem sobre eles de modo diferente. Se tenho grande mudança dentro de um pólo, posso ter até mudança – não necessariamente no sistema, mas afeta-se o resultado que a estrutura tem sobre ele. Para mudar a estrutura sem ser pólo, tenho que me transformar em pólo, fazendo um balanceamento interno, com aquisição de capacidades. A mudança pode acontecer pelo balanceamento interno, onde alguém é alçado a pólo, ou um balanceamento externo, formação de alianças, que consegue destruir um pólo. Isso tudo está relacionado a tirania das pequenas decisões. Virtudes da anarquia A criação de um governo mundial criaria uma ordem mais pacifica do que a anárquica? Em uma ordem hierárquica, quem controlaria os recursos organizacionais? Um governo mundial seria um convite a uma guerra mundial. A anarquia é o terreno da possibilidade constante de guerra, mas também da acomodação. Hierarquia x Anarquia Estariam numa escala? Não, não é possível graduação! A anarquia que estamos narrando, como estrutura perversa, não é o pior dos mundos. A hierarquia seria muito ruim para Waltz. Pensar um super governo é pensar que ele tem que ter recursos para se sobrepor todos os estados do sistema – a briga pelo controle destes recursos seria um convite à guerra civil, pois os povos do mundo são muito heterogêneos. A Teoria da Balança de Poder Pressuposições sobre a teoria: 1) Os Estados são unitários que no mínimo buscam sua própria preservação e no máximo a dominação universal. 2) Estados tentam agir razoavelmente usando os meios disponíveis de modo a alcançar os fins em vista. 3) Esses meios se enquadram em duas categorias: esforços internos e esforços externos (aliança) A balança de poder funciona com dois ou mais estados no sistema e que ele seja de auto-ajuda, sem autoridade superior. Toda vez que tenho a concentração de poder num pólo, tenho a junçao de estados num outro lado para contrabalançar esse pólo, não precisando essa busca ser consciente, não importando o porque dele ter agido de tal forma, mas que sua ação resultou na balança de poder. Se entende a dinamica de alianças numa determinada região pois temos os mais fracos se unindo contra um mais forte, pois a concentração de poder ameaça. Uma teoria de política internacional preve o equilibrio de poder, mas não é de política externa, então não pode me garantir que esse vai ser a postura tomada, mas que se essa postura não for tomada, o estado pode morrer no sistema. Rio, 22/03/2011 – Aula 05 – O Neo-Realismo de Waltz II Waltz: capítulos 7 e 8 Waltz se foca em como atingir a estabilidade no sistema internacional, estudando se para isso seria melhor um sistema com muitos polos ou poucos. Os sistemas são comparados de acordo com o número de polos. E o que são polos? Polo é o ator que consegue atingir o sistema com suas decisões (conceito de TIRANIA DAS PEQUENAS DECISÕES). Tem capacidade militar, econômica, territorial, tamanho populacional, estabilidade politica e competência. Waltz defende que quantos menos polos, melhor. É mais estável, não necessariamente mais igualitário (provavelmente não vai ser mais igualitário anyway). Seus argumentos são: 1) Econômico: quanto menor o numero de polos, menor o custo transacional. Maior a capacidade de barganha e maior a facilidade de monitoramento (esses dois fatores somados dão o chamado custo transacional). 2) O convívio entre menos atores possibilita um maior conhecimento entre as partes, o que acaba gerando mais confiança. 3) Menos interdependência, reduzindo pontos de conflito. Dentro do argumento de convivo existe o conceito de interdependência. A interdependência precisa ser entendida, para Waltz, como vulnerabilidade mútua e não como sensibilidade. A interdependência só existe entre POLOS, porque afinal tem que ser mutua. No caso de dependência entre grande/pequeno, só o pequeno seria realmente afetado. Capítulo 8 volta-se mais para o âmbito militar, ainda que a discussão ainda seja sobre o numero de polos. Para Waltz o sistema é estável quando é anárquico e quando nenhuma variação significativa ocorre no numero de partes que o constituem. Ele analisa o comportamento do balanceamento fazendo uma retomada histórica de sistema que supostamente forma mais estáveis nos séculos 18 e 19, quando a Inglaterra era balanceador das potencias ocidentais. Waltz defende então que esse papel exercido pela Inglaterra, por exemplo, é muito típico daquela época especifica. O papel que ela exerceu naquele momento exige condições muito específicas e difíceis de serem reproduzidas. Não da pra teorizar a parte de um caso especifico. Num sistema multipolar, há incerteza de quem é seu amigo e quem é um inimigo. A flexibilidade de alinhamento limita a escolha dos Estados. Incerteza e insegurança para Waltz gera o conflito. Na bipolaridade, por outro lado, a rigidez de alinhamento gera flexibilidade de estratégia e maior liberdade de decisão. Terceiros não mudam a balança de poder a mudar de lado. No entanto, o balanceamento varia entre os sistema. No bipolar, o balanceamento é feito internamente enquanto no multipolar, ele é feito por alianças. Militarmente a interdependência é baixa num mundo bipolar e alta num multipolar. Rio, 24/03/2011 – Aula 06 – Apontamentos críticos sobre o neo-realismo Keohane (1986) Keohane tras uma critica ao realismo dentro do próprio paradigma realista, ou seja, a racionalidade. Análise do realismo com base em: - Lakatos (programa de pesquisa realista e progresso cientifico). Para Lakatos, a boa teoria é a que produz excedente teórico, que acha fatos novos – a sua preocupação é com o progresso, ele acha que uma teoria pode ser melhor do que a outra. - Geertz (interpretativismo e capacidade descritiva) ???? Keohane usa a idéia de Programa de Pesquisa para dar a idéia de que o realismo não é uma, mas várias teorias. Realistas discordam quando a preferencia por multi ou bi polaridade, por exemplo. Ele então acha o núcleo duro do realismo, o Estado agindo racionalmente em busca de poder. Mas o que é um programa de pesquisa? É um conjunto de teorias que partilham de uma coisa chamada „pressupostos‟, que estão dentro do núcleo duro da teoria, que nada mais é que pressupostos que não podem ser negados. Não precisam ser reais, mas ajudam a teorizar. Realismo como Programa de Pesquisa Núcleo Duro – Estado (principal ator) Racionalidade (Estados agem racionalmente) Poder (interesse) Núcleo duro do realismo: o Estado agindo racionalmente em busca de poder. Morgenthau e Trucydedes: reconstrução racional e capacidade produtiva Realismo estrutural – estrutura Racionalidade = previsão do comportamento estatal Fungibilidade (trocar capacidade/poder por resultado) O Realismo Estrutural representa um progresso em relação ao clássico? Keohane comprovou que o próprio realismo estrutural tem contradições, e, portanto, não pode ser um progresso em relação ao realismo clássico, principalmente por em muitos momentos ferir o núcleo duro. Vertentes: Se o realismo fere o núcleo duro, então ele não pode ser considerado realista? O núcleo duro descrito por ele não necessariamente o núcleo duro certo, pois este seria o núcleo duro na visão DELE. Três teorias são estudadas por Keohane para responder a essa questão: - balança de poder (Waltz, 1979) Problema lógico dentro da teoria: é preciso ter racionalidade. Ele acha que existe uma contradição entre o realismo estrutural e o núcleo duro da pesquisa de programa de realismo. Os estados teoricamente buscam a maximização de poder, de acordo com o núcleo duro. Mas já na balance de poder, a maximização de poder é menos importante que a sobrevivência do estado. Ela é uma teoria que não muda muito do realismo clássico, e não busca proteger o núcleo duro (maximização de poder). - teoria dos jogos, estruturais e barganha (Snyder e Diesing) Realismo estrutural: basta dizer o interesse e posição que o estado ocupa no sistema, que assim seria possível dizer como eles agiriam. O que Snyder e Diesing proferem advém da percepção da distribuição de capacidade, o que traz um novo elemento que não consta no núcleo duro do realismo. Porque a hipótese nova, não condiz com a teoria realista de que o que importa é o poder material, mas sim sua percepção que é subjetiva. Está tentando em um teoria sistêmica, tentar descrever política externa. - ciclos de hegemonia e guerra (Gilpin) Ele está preocupado em explicar a mudança no sistema internacional, inclusive a partir da guerra. O que é recorrente na historia não é o equilíbrio de poder de acordo com Waltz, mas sim sistema hegemônicos, e a historia poderia ser explicada por ciclos hegemônicos (apesar de hegemonias poderem ser divididas – o que o aproxima de Waltz). Um dos mecanismos para a troca de hegemona é a taxa de crescimento diferenciada. Uns atores crescem mais que outros, e manter crescimento é difícil e custoso. Keohane argumenta que a taxa de crescimento diferenciada não é uma variável sistêmica, mas sim uma variável doméstica. Teorias que compõe o programa de pesquisa realista explicam as anomalias ao núcleo duro deste? Novo programa de pesquisa proposto por Keohane. Ele acha que a questão do poder dentro do núcleo duro é falha, e este não deveria estar incluso no núcleo duro. “Issue Area”; cada estrutura tem um tipo de poder específico, assim, não existe só um tipo de poder. Ele ainda adiciona que instituições podem também influenciar o comportamento de estados na estrutura internacional. Não como agentes iguais ou superiores, mas, ao contrario da teoria anterior, eles já teriam significado. Keohane é diferente com relação ao Waltz, porque ele traz três diferentes pressupostos para a formação de sua teoria. Ao invés de só pôr importância no pressuposto da estrutura, Keohane ainda dá importância à racionalidade e à fungibilidade. Rio, 29/03/2011 – Aula 07 – Teoria da Estabilidade Hegemônica Gilpin: war and change base teórica – modelo sociológico e modelo econômico forma de construção de Gilpin: indutivismo? Parece que ele olhou para história para entender como aconteceram os ciclos hegemônicos – indutivismo alguns conceitos-chaves para o entendimento da teoria da mudança de Gilpin: 1) Estado Conceito de Estado dele: ele acha que o Estado é o ator mais importante pelas funções que ele exerce, e mais do que isso, porque a decisão de ir à guerra ou não (principal fator de mudança) esta na mão do Estado. Esse Estado tem quais interesses: Waltz faz uma hierarquia de interesses (sendo o primeiro a sobrevivência). Gilpin não acredita em uma hierarquia de interesses, para ele, interesse estatal é construído pelas elites daquele Estado. 2) Curva de Indiferença Curva de indiferença – eu não tenho maximização dos meus interesses, eu tenho a satisfação quando em conjunto com uma série de preferências. E as preferências são variáveis, que podem também levar a mudança. No caso, uma mudança doméstica que pode levar a uma atuação diferente no plano internacional e a mudanças no próprio sistema. 3) Sistema Internacional Porque para ele o Estado decide mudar o sistema. Porque o Estado só vai querer mudar o sistema se acontecer algo a nível doméstico que faça com que suas ações mudem. Sistema internacional – é uma forma de interação (não tão livre) entre os Estados. formas de controle no sistema internacional: - distribuição de capacidades É a sua posição na distribuição de capacidades que determinas o que você faz ou não - hierarquia de prestigio Prestígio. (aquele que ganhou a ultima guerra, então tem reputação de poder.; e também porque ele fornece bens públicos para os demais, de algo que os menores também se beneficiam e o seguem). - regras e instituições Regras e instituições: pós – guerra, sempre se tem um conjunto de tratados que vão definir os ciclos de poder do sistema. Quem ganha a guerra pode definir quais serão as regras estabelecidas no sistema. tipos de mudança: - do SI Do sistema – quando muda a unidade que caracteriza esse sistema (Estado, cidade – Estado, etc). Cada momento histórico tem um incentivo a certa organização política (fatores econômicos, militares, que podem fazer com que mude a organização política). Para Waltz, seria a mudança de polaridade a mudança do sistema. - no SI No sistema – mudança na forma de controle do sistema (distribuição de capacidades; hierarquias de prestigio; regras e instituições). - na interação Na interação – mudança no processo inter-estatal. ciclo da mudança: O que o Gilpin faz é nos ajudar a entender a mudança no sistema. Como a sucessão de potências acontece. Para Gilpin, acontecem mudanças ambientais (economia, tecnológica) e domésticas no Estado. Esses fatores internos ao Estado levam a taxas de crescimento diferenciadas ou maior que dos demais, o que faz com que esse país consiga ter maior capacidade militar. Então, quem está no topo, tem que se armar mais, gastando mais, o que leva a sua decadência. O resultado seria o desequilíbrio entre a hierarquia de prestígio e a distribuição de poder, pode levar a guerra hegemônica. Então, as potencias que ascenderam desafiam a ordem pelas potencias que antes estavam no topo. Isso pode acontecer de forma pacifica ou não (na maioria das vezes, por guerra hegemônica). Rio, 31/03/2011 – Aula 08 - A Teoria da Estabilidade Hegemônica II Krasner A Estrutura comercial internacional (ECI) – ou o grau de abertura – é definida de acordo com os interesses dos Estados. Interesses estatais: poder politico, renda nacional (boa porque aumenta o PIB), taxa de crescimento econômico e estabilidade social (em que medida a abertura pode trazer instabilidade). Esses interesses são pesados na hora de resolver se vale a pena abrir a economia ou não. Fatores domésticos e ambientais Taxas de crescimento diferenciadas + super extensão imperial Desiquilíbrio entre hierarquia e distribuição de poder Guerra Hegemônica Formas como a abertura afeta os interesses estatais: Isso dependerá do potencial econômico de capa país. Assim, a composição de um sistema no que se refere as características dos Estados, repercute sobre a grande abertura da economia global. Os sistemas hegemônicos tenderão a abertura! Papéis do hegemona: Hegemona promove a abertura porque ganha mais com isso, por isso tem condições de fazer isso acontecer. Quando há problema na tecnologia do hegemona, quer dizer que ele está caído, logo, não está mais em condições de fazer a abertura acontecer. a) punição punir aqueles que não obedecessem ao tratado de abertura, de queda de tarifas. O hegemona dá conta até mesmo de usar a força se quiser para resolver o problema, ainda que isso não seja uma boa ideia. A punição militar caracteriza um infrigimento da soberania, gerando menos vontade ainda do país em colaborar. A longo prazo, os gastos do hegemona são muito altos. Há diferença entre coação e coerção. Quando você leva o outro a fazer uma coisa a força é coerção, mas quando você o faz achar que não tem outra boa escolha, é coasão. b) moeda comum Mesma moeda de troca, que seja estável, não mude muito no decorrer dos anos. No caso, dólar. Já foi ouro, libra, etc... c) vantagens econômicas aos demais incentivos seletivos, trocas de vantagens (baixa a tarifa porque eu vou compensar baixando uma tarifa de importação também”. Obs: hegemona é importante porque atua como provedor de segurança. Como ele monitora e busca a obediência dos acordantes, todos ficam mais tranquilos pois sabem que haverá retaliação aos desertores. Não há também muito medo da deserção por parte do próprio hegemona tendo em vista que ele é um dos que mais lucra com essa cooperação. Em suma, Como medir abertura? a) Tarifas – produto estrangeiro fica muito maior – numa economia aberta elas são menos b) Barreiras – não são tarifas já que o produto NÃO ENTRA. Ex: carne nos países islâmicos c) Blocos regionais – abertura dentro dos blocos mas fechado entre eles e o resto do mundo. Teste teórico da TEH = Sistemas hegemônicos são mais abertos? Krasner “emenda” a TEH. Krasner testa a TEH em dois momentos: EUA e Reino Unido. Interesses Estatais Poder econômico potencial Estrutura comercial internacional (aberta ou fechada) - vê que os EUA não promoveu a abertura comercial na sua ascensão (especialmente no período entre guerras) - nesse mesmo momento, UK estava caindo, mas continuava fazendo papel de hegemona. Ele não joga fora a teoria, apenas faz um adendo. PRECISA HAVER UM EFEITO EXTERNO PARA QUE OS PAÍSES ENTENDAM SEUS PAPEIS! Ou seja, não é no momento em que o Estado começa a ascender que ele começa a promover a abertura do mercado (como diz a TEH), mas só depois que ele descobre que é o hegemona! Rio, 05/04/2011 – Aula 09 – Apontamentos críticos sobre a teoria da estabilidade hegemônica Gowa - Crítica a teoria da estabilidade hegemônica no que se refere à sua coerência analítica A Teoria da estabilidade hegemônica: - livre comércio como bem público Bem público – conceito de Olson: aqueles bens que são não excludentes (uma vez provido desse bem eu não posso excluir ninguém do benefício dele) e não rivais (o consumo de um não atrapalha o consumo do outro). Ex: ar puro (isso levaria ao conceito de free Ryder, do carona. Vou ganhar de qualquer maneira, pra que colaborar?) - representação gráfica: dilema do prisioneiro = DC > CC > DD > CD “D” ocorrendo, não haverá provisão do bem público – se pensarmos sempre que D acontecerá, haverá sempre deserção geral e o bem publico não será provido. papel do hegemona: equivalente ao papel de um ator grande no grupo privilegiado de Olson Grupo privilegiado é aquele que tem um ator com capacidade e interesses desproporcionais para alcançar um certo bem. Problemas de um grupo grande: dificuldade de monitoramento/reações individuais que não modificam o sistema. Nos grupos grandes, a única possibilidade são coerção ou incentivos seletivos para os participantes feitos por uma autoridade central. Grupo menor/privilegiado: existe um ator que pode conseguir uma cooperação – poder dar capital para o bem publico – ele faz isso porque com aquilo ele vai ter um ganho maior – os outros serem free ryders é um mal menor. Nesse caso, os menores estão se aproveitando do maior! TEH fala: 1) O hegemona funciona como um ator grande num grupo pequeno 2) O hegemona se comporta analogamente a uma autoridade central num grupo grande (seria solução para o dilema da ação coletiva) Ela usa isso tudo para explicar que no sistema internacional, é o hegemona que vai controlar o livre comércio. Críticas 1) Hegemonas racionais não tem como preferencia o livre-comércia. Noção de tarifa ótima. O hegemona estabelecendo uma tarifa ótima, afeta o preço global dos produtos tarifados visto que tem um mercado consumidor muito grande. O preço caindo, ele pode comprar o mesmo produto por preços mais baixos. Gowa não concorda com essa crítica. Ela acha que ela tem uma visão limitada, de curto prazo. A longo prazo, o hegemona pode se ferrar pois sua tarifa gera insatisfação nos pequenos países que podem se juntar e formar um bloco econômico. 2) O livre comércio não é um bem público É possível excluir atores desses tratados de Livre comércio, logo ele não pode ser um bem-público, visto que esses tem como característica não serem excludentes. Gowa refuta essa ideia: a própria exclusão é um bem público. Para excluir, é necessário primeiro provar a decisão do excluído. Isso tem um CUSTO mas BENEFICIA a todos os do grupo quando o desertor é punido – a mesma dinâmica do bem público. É o hegemona quem pune e dá conta dos custos. 3) Pequenos grupos podem substituir o papel do hegemona Um grupo teria o mesmo mercado consumidor que um hegemona tem. Gowa: da onde brota esse grupo? Porque pequenos grupos normalmente só promovem o livre comércio entre os membros desse grupo e não entre o resto do mundo (que tem tarifas). E quem disse que a punição vai funcionar? Qual dos membros vai arcar com os custos de uma expulsão? Como dividir? Há um dilema da ação coletiva mesmo dentro do pequeno grupo que teria o papel do hegemona. - Argumento final de Gowa: críticas não afetam a TEH em sua fragilidade maior: a teoria é APOLITICA! Não consegue mostrar como a influencia na política dos outros acontece. Não explica a influencia do poder do hegemona. A teoria esquece que as questões econômicas estão subsidiadas as questões de segurança, por exemplo. A dinâmica de livre comércio acontece sim, mas só com confiança. Confiança só com alianças! Rio, 07/04/2011 – Aula 10 – Interdependência Complexa Keohane e Nye Conceito de interdependência: a) efeitos recíprocos b) custos interdependência é sempre benéfica? – questão se levanta porque autores acreditavam nisso (Angell, por exemplo). Pode ser. Ou não. análise de benefícios (para saber se é benéfica ou não) = questões distributivas em jogos = assimetrias (confere poder para uns em detrimento dos outros). Se ela não é benéfica para todos, ela produz assimetrias. Se ela produz assimetria, dá poder para uns em detrimento de outros. Não há como falar dessas novas relações sem falar de poder. Poder e independência Qual é o significado de poder para Keohane e Nye? Assimetrias de ganho conferem poder. Poder como capacidade, que é eminentemente que vem dos neo-realistas, mas tem outra opção que é poder como resultado. É traduzir minhas capacidades de poder como influência. Significados de poder: capacidades (recursos) e resultados (influencia) - Como traduzir capacidades em resultados? Negociação política – não há determinismo nas RI – tudo não pode ser resumido a capacidades. Como é que se traduz capacidade em resultado? Como fazer do meu arsenal militar, mercado consumidor em resultado que eu quero? – em negociação política. Para traduzir capacidade em resultado, é necessário de negociação política, que pode ser feita de forma melhor ou não (barganha). Não é sempre aquele que tem maior capacidade que vai sempre conseguir os melhores resultados. Sensibilidade x vulnerabilidade Sensibilidade são os impactos de um acontecimento no sistema internacional no Estado e quão rápido eles chegam. Vulnerabilidade mede como os atores respondem a esses impactos e quão rápido. Quanto mais custosa a resposta, mais vulnerável o Estado. A vulnerabilidade é mais importante porque mesmo que haja sensibilidade, se a resposta é rápida e efetiva, a vulnerabilidade é baixa. Você tem poder quando alguém é vulnerável a você, quando o outro não tem o que fazer ou o custo dele de mudar é muito alto. regimes internacionais -> arranjos reguladores que afetam relações de interdependência. Atuam como variável interveniente entre estrutura e barganha. Estrutura > Regime Internacional > Barganha Estrutura difere de processo. Analogia com o poker. A estrutura seria como foram distribuídas as cartas. Nem sempre quem tem a maior carta ganha, nem sempre quem tem a pior carta perte. O processo seria as próprias jogadas, ou seja, o processo de barganha. O fraco pode ganhar mesmo com poucas capacidades. Interdependência complexa como tipo ideal alternativo ao realismo Tipo realista: Tipo ideal da I.C. - Estado é ator principal - múltiplos canais (várias conexões) - força como instrumento de - múltiplas questões política - força militar nem sempre como - hierarquia de questões meio útil Processos políticos na Interdependência Complexa conexões é como se pro realismo e força militar fosse quase que automático. Acontece que a conexão entre temas parece não ser muito eficaz. O linkage que existe entre múltiplas questões, entre atores estatais e não – estatais, a conexão entre força militar e outros temas se torna cada vez mais difícil. definições de agenda Definição de agenda – se não uma hierarquia de assuntos, há possibilidade de discussão de múltiplos assuntos. Não se atribuiu ao ator um interesse prioritário. influencias múltiplas na definição dos interesses estatais Processos relacionados ao que são os próprios interesses estatais. Não é tão fácil dizer o que em interesse nacional. papel das OIs As OIs facilitam as conexões (linkage) entre diferentes negociações no âmbito destes fóruns. Rio, 12/04/2011 – Aula 11 – Regimes Internacionais Harmonia (automática, buscando seu próprio interesse, os Estados todos se beneficiam) Cooperação (pode até levar a um estado de harmonia, mas tem uma odem mais politica, de acordo de ação). Coordenação de políticas. – ação individual de todos os indivíduos não era benéfica para os demais. Então, para passar para um mundo de menos discórdias, é necessário a coordenação de políticas. fatores que ajudam a explicar a cooperação: a) situacionais - interesse mutuo/ordem de preferencia Pra que exista cooperação é necessário interesse mútuo. A ordem de preferência também é importante e por isso, faz crítica ao realismo. Eles partem do pressuposto que os jogadores sempre ganham quando desertam. Mas os que os liberais falam é que existe ordens diferentes, que não se joga apenas o dilema do prisioneiro. Para eles, não se pode partir do pressuposto que a deserção sempre traz melhores payoffs. - sombra do futuro Sombra do futuro – 2 concepções e todas elas tentam dizer a mesma coisa: 1 – os ganhos futuros parecem ser melhor que no presente, ela é benéfica no longo prazo, você valoriza o ganho que você vai ter no longo prazo. / 2 – véu da ignorância – você coopera porque não sabe como é o futuro, ele ta incerto. - número de jogadores Quanto maior o nº de jogadores, mais difícil é o monitoramento. O problema do monitoramento, você não sabe quem vai cooperar e que também mesmo que um coopere sozinho não produz o bem público. É importante saber quem está desertando (e dependendo do tamanho do grupo, não se Sabe isso) através de uma fiscalização e é preciso que haja alguém para arcar com os custos de punir um membro do grupo. Nessa questão toda, que entram as instituições. Os regimes internacionais podem atuar em cada questão situacional. Eu posso ter uma OI que da visibilidade as ações do Estado. A OI arca com os custos do monitoramento, da sanção. Embora eu tenha um nº jogadores grandes, a existência de uma OI faz com que a cooperação, que não existiria ou seria bem mais difícil, aconteça. A cooperação, pelos institucionalistas, é uma forma de ajudar na cooperação entre os Estados. O papel da OI é agir sobre cada uma das questões. Como uma OI pode atuar sobre a sombra do futuro? Ela pode mostrar para os Estados que as relações serão de longo prazo. Para os institucionalistas, é o interesse dos Estados que criam as OIs. b) contextuais - reciprocidade - jogar em vários níveis - ligação entre questões - politica doméstica - compatibilidade ou não entre jogos Fatores contextuais: para analisar se a cooperação ocorrerá ou não. Por questões domesticas, um estado pode vir a cooperar Jogos de dois níveis. Interação pode trazer uma questão que ajuda outra. Para poder conseguir resolver determinado empate com X, Y avisa que só cooperará se atores podem estar condicionando a ação, ou que elas são compatíveis. Auxilio econômico, cooperação militar. Não dá pra tornar a Europa segura dando armamentos, é preciso que ela esteja forte capitalisticamente no futuro. Mesmo que não exista uma OI, podem existir princípios, regras, normas e procedimentos entre os atores em uma determinada área. Criação de regimes esta ligado ao interesse e vontade dos Estados. Os regimes se tornam supranacionais? Algo acima dos Estados, com autoridade? Esses regimes não têm qualquer poder sobre os Estados, para Keohane. Agora, isso não quer dizer que o comportamento dos Estados não sejam afetados pelos regimes. Esse regime só constrange no limite em que o Estado quis participar do regime. Foi o Estado que concordou em ser afetado pelo regime. O regime pode ser entendido como uma variável interveniente. Regime internacional é interveniente entre a estrutura dos estados e o seu comportamento. Muitas vezes, essas regras e esses procedimentos e normas são decididos pelo mais forte, os regimes não questionam a estrutura do sistema. O regime internacional não questiona a estrutura de poder, ele é uma reflexão desta. Rio, 14/04/2011 – Aula 12 – Regimes Internacionais Keohane – After Hegemony - Capítulo 5: Sobre a criação de regimes Keohane dialoga diretamente com a teoria da estabilidade hegemônica, que acredita que a existência de um hegemona é condição necessária pra que haja cooperação – e suficiente, basta ter o hegemona. Só que no cap 3 o Keohane começa a dialogar com essa teoria ao afirmar que estão certos em algumas medidas, por exemplo, como a hegemonia ajudou a cooperação no pos-segunda guerra e para explicar a criação de regimes, a superar o dilema de ação coletiva, afinal, eu tive alguém que arcou com os custos da criação dessas organizações. Em alguma medida, a TEH tem mérito. => Não dá pra pensar que cooperação precisa acompanhar hegemona, no entanto. O Hegemona é facilitador para a criação, sim, mas não é necessário para a continuação. Separar a criação de regimes da manutenção de regimes. Os custos dessa criação são imensos: negociar sede, regras, poder de veto do P5? Portanto, se eu separo a criação da manutenção, consigo ver papeis diferentes para o hegemona nos dois momentos. A hegemonia facilita muito mesmo, mas na manutenção pode ser que, mesmo com a queda do hegemona, o regime continue. After hegemony quer dizer que depois da hegemonia os RI podem, sim, se manter, mesmo sem a presença do hegemona. → teoria da escolha racional pode ser usadas na explicação da criação de regimes internacionais (RI) Defende no capítulo 5 que é possível criar hegemonia também sem o hegemona. Lembre-se, possível e não obrigatório. Para isso, vai recorrer a teorias racionalistas: recorre ao Olson e a uma explicação funcionalista. Olson e a teoria da ação coletiva - grupo pequeno + OP iterado Explicação funcionalista: - 1º causa - 2º efeito Keohanne: estados sempre são racionais e isso leva À cooperação. Problema da ação coletiva. Regimes ajudam a cooperar, mas e o dilema de ação coletiva de segunda ordem, que ocorre antes de se estabelecer o RI. O que é preciso para criar uma RI? O custa da sede, foda-se ele, mas e o custo de se criar regras? Vai pro hegemon ou pro grupo de potencias (Olson). Pode-se, pensar, também, nas RI como um dilema dos prisioneiros (DP) Iterado: terão problemas de ação coletiva sempre, então sabem que no longo prazo ganharão mais ao invés de desertar. Outra explicação: a institucionalista. Você explica uma criação a partir da antecipação da função que a organização pode proporcionar. As RI serão criadas porque os indivíduos conseguem antecipar a função que elas exercerão. E qual a importância disso? Se a OI se torna independente dos atores e começa a ter efeitos diferentes da imaginação dos atores, isso refuta a teoria racionalista? Cebeles pede a bola: por causa do grau de imprevisibilidade das OI é que é tão difícil se criar OIs... Capítulo 6: Sobre a manutenção do regime → falhas do mercado Estados, com a queda do hegemona, percebem como é difícil criar OIs, por isso, tentam manter os OIs anteriores. Afinal, o OI ainda é útil, ainda é funcional. → resposta = teorema de Coase → negociação pode levar à superação das falhas de mercado, quando: 1) Estrutura legal 2) Informação perfeita 3) Custos transnacionais Teorema de Coase: Quanto mais informação, melhor, quando tiver uma estrutura legal protetiva, ótimo, e quando negociar com o outro não for caro, eu posso resolver falha de mercado. NO SI eu não tenho estr6utura legal, eu não tenho informação perfeita e eu não tenho custo de transação zero. → inversão do teorema de Coase para explicar.o papel das RI no cenário internacional. O que acontece, então, não terá negociação? Keohanne inverte o teorema do Coase: dirá que os RI agem sobre cada uma das circunstancias do Coase. → RI e obrigações legais („‟quase-acordo‟‟) e custos de transação Reduzam os custos dos acordos permitidos Economias de escala Side payments Eu tenho „quase-acordos‟, ou seja, uma expectativa de que acordos serão cumpridos. Padrão. Acordos previstos pelo próprio RI são facilitados, tem-se um procedimento para o que RI considera bons acordos. Custos transacionais para acordos fora do regime são altos. Economia de escala: Alguns custos são fixos, como o de criar regras de votação/discurso e etc, independente do numero de acordos, ou seja, quanto maior o numero de acordos, menor será o „custo‟. Side-paymentes: fica mais fácil pagar ou beneficiar o outro em troca de algo que ele possa fazer para você, linkage de questões E informação Dilemas: - Informação assimétrica - Desvio moral - Irresponsabilidade → por que há obediência se o RI for contra o interesse míope dos Estados? - valorados RI existentes + medo da retaliação Os RI ainda agem sobre a informação, que pode ser assimétrica, pode haver desvio moral, que fazem com que você aja de forma contrária ao próprio assegurador. A seguradora incentiva em você um comportamento contrário ao interesse dela mesma. Isso ocorre no SI também. Fora a chance de irresponsabilidade: você diz que dá conta mas é areia de mais pro seu caminhãozinho, machão. Esses são os problemas dos acordos individuais. Resumo do que é relevante: o que eu preciso saber DE VERDADE dessa aula é só a questão da manuteção ser mais fácil que a criação de novas instituições e que o hegemona nem sempre é necessário? E que estados A-D-O-R-A-M ganhar muito, mesmo que o outro ganhe muuuito mais mas aí então não tem discussão de ganhos relativos! nesse texto o keohane nao contempla ganhos relativos. ou seja, cooperar é bom pq eu ganho mais do que ganharia se não cooperasse com essa observação, o gilpin entra e fala dos ganhos relativos! Rio, 19/04/2011 – Aula 13 – A critica realista Grieco - Anarquia e os limites da cooperação Cinco proposições do realismo: 1) Estados como principais atores 2) Estados acabam agindo como unitários e racionais (faz parte da proposição de todos os realistas, mas se isso segue a realidade ou não já é outra história. Para Waltz não segue, para Grieco sim) 3) Anarquia como principal força sobre os estados 4) Preocupação com a sobrevivência = conflito (para sobreviver eu preciso de recursos de poder, mas a busca por eles pode levar a conflito, porque são escassos) 5) Instituições Internacionais atuam apenas marginalmente Institucionalismo neoliberal: - aceitação das três primeiras proposições do realismo (concordam com as três primeiras proposições, mas discordam das outras. O conflito não é a tendência do sistema e as II não atuam só marginalmente) Mas entende que a cooperação é possível - se as Relações Internacionais forem estendidas como um jogo único do tipo Dilema do Prisioneiro = deserção é estratégia dominante (o resultado de deserção está baseado na ausência de uma autoridade central que dê conta de fazer o enforcement de acordos. Mas se esse é o grande problema, há como imaginar artifícios para diminuir o medo da traição). Mas alguns fatores podem mudar esse quadro: iteração (repetição. O resultado CC volta a ter possibilidade de acontecer, você encontrar com o mesmo parceiro de negociação mais uma vez no longo prazo. É importante não saber o TEMPO, porque senão há vontade de desertar nas últimas jogadas – ciclo vicioso que gera a primeira jogada já com deserção), reciprocidade (TIT-FOR-TAT. Você joga cooperar na primeira jogada e espera para ver o que o outro vai fazer. Se ele jogar cooperar também, ótimo. Se ele não cooperar, você passa a desertar também. Só funciona em jogos iterados, por motivos óbvios), custos baixos de verificação e monitoramento (todo problema do Institucionalismo neoliberal é o problema da confiança, por isso um mecanismo de monitoramento viria a ser uma boa ideia. Se os custos de monitoramento são muito altos, não há cooperação). As instituições para os institucionalistas neoliberais não são utópicas. Critica realista: será que as RI são realmente um dilema do prisioneiro? Especialmente um dilema do prisioneiro que possa ser iterado? Não há a garantia de que o TIT-FOR-TAT possa ser sempre jogado (por exemplo, quando se fala em armamentos nucleares. Não há com saber se haverá possibilidade de punição, porque o Estado pode ficar acabado e sem second strike capabilty). Pra eles o DP não é suficiente para traduzir o que acontece nas Relações Internacionais. - argumento de Grieco: institucionalistas neoliberais reconstroem de forma equivocada o entendimento realista sobre a anarquia O maior medo que os Estados tem é a traição. Anarquia para os institucionalistas neoliberais é a falta de uma autoridade central que impacta na falta de enforcement de atores. Para os realistas, o problema maior, além disso tudo, é que a falta dessa autoridade central significa que não há controle do uso da força. Os Estados se preocupam não só com ganhos absolutos, mas também com ganhos relativos. O que ele ganha a mais do que você é perigoso, porque pode ser usado contra você futuramente. Atomístico -> ter uma função de utilidade que independe da utilidade do outro. O que eu quero ganhar são ganhos absolutos sem relação ao que os outros ganham. Posicionais -> na sua função de utilidade, você engloba a função de utilidade do outro. Importa pra você o que o outro ganha e você não. Essa diferença pode ser usada contra o que ganhou menos, mesmo nas questões econômicas. Rio, 26/04/2011 – Aula 14 – A reação liberal Keohane, “Institutional theory and the realist after the cold war” → a condicionalidade dos ganhos relativos → neo-liberalismo (NL) é condicional = funciona quando há interesses mútuos →crítica de Grieco também seria condicional = é preciso especificar quando há a busca por ganhos relativos e quando não há. → condições a serem observadas: Relações de poder; Probabilidade x possibilidade. Intenção Ganhos relativos entre aliados podem ser benéficos; Sensibilidade a GR pode ser zero ou negativa; Número de atores. → como verificar empiricamente se a busca é por ganhos absolutos ou relativos? → o teste do NL e NR no pós – guerra fria. Em que medida essa instituições internacionais promovem a paz? Será que elas são importantes a ponto de influenciar a decisão dos Estados na questão de paz e guerra? O realismo não diz que cooperação não vai acontecer (aliança, por exemplo). Ela pode acontecer, mas sé de difícil alcance, e quando tem, pode durar pouco, é instável. Resolver problema da traição e dos ganhos relativos. Se você resolve isso, como pela formação de alianças, a cooperação pode acontecer. Ela é difícil de ser alcançada e pode ser instável. Eu não posso dizer que não existe nenhuma forma de cooperação, por que a existência de instituições internacionais refutaria a teoria realista. Como Keohane se defende? Ele diz que Grieco está dizendo que ganhos relativos importam, mas ele não diz quando. A preocupação com ganhos relativos é condicional. Para que a expectativa de cooperação aconteça, eu preciso que tenha uma condição: interesses mútuos. Mas Keohane critica que Grieco não locou uma condição. Keohane diz que Grieco precisa especificar quando é que a preocupação com ganhos relativos importa e não importa. "sim, ganhos relativos existem. Mas nem sempre é o caso. Em uma relação de país grande e país pequeno, mesmo que o pequeno ganhe menos, é melhor do que nao ganhar nada, afinal, ele já ta na merda mesmo..." Keohane não diz que ganhos relativos não importam. Ele diz que importam, mas vai depender das situações. Qual diferença entre probabilidade e possibilidade? Estados não agem em forma de probabilidade, de que no futuro existam ganhos maiores que serão usados contra mim. é necessário ter uma possibilidade (condição objetiva, existe a possibilidade) de que o ganho relativo maior dele será usada contra mim. Além do fato da possibilidade real, existe também a intenção de que aquele ganho seja usado contra mim. Pode ser que a intenção mude, mas acontece que os tomadores de decisão mudam. Então como se terá certeza de que as polex se manterão as mesmas? Pode ser que no âmbito das alianças, para Keohane, o que o outro ganha a maior pode ser benéfico para se contrapor a um inimigo comum. Aqui, pode ser que ganhos relativos não importem. A preocupação de ganhos relativos dentro das alianças não impede que a cooperação ocorra. Por exemplo: ganhos relativos dentro da OTAN durante a GF que eram maiores que os alidos dos EUA não fez com que ele deixasse de cooperar. Ganhavam menos do ponto de vista do que os outros ganhavam. Mas ao fortalecer a OTAN, eles ganhavam algo que era o impedimento da incursão da URSS na Europa Ocidental. Quando se tem um inimigo comum, na cooperação entre aliados, os ganhos relativos podem não importa tanto. Nesse caso, a cooperação parece ser tão benéfica que os ganhos relativos não são considerados importantes. No longo prazo, a Europa ganhou com essa relação, muito mais que o próprio EUA. No longo prazo, os ganhos relativos importaram, mas isso não deixou os EUA de cooperar com a OTAN. No jogo, está inserido a questão sensibilidade. Para o Grieco, a função de utilidade do Estado tem sempre que incluir a do outro. Eu sou sempre tenho problemas quando o outro ganha mais do que eu. Para Grieco a sensibilidade é sempre positiva, você sempre se importa com os ganhos relativos do outro. Já Keohane diz que existe a sensibilidade negativa (você não é sensível, você gosta que o outro ganhe mais que você) ou sensibilidade zero (você não se importa que o outro ganhe mais que você). Grieco não fala em nº de atores, porque para ele a relação só se da entre os pólos. Número de atores- quando eu tenho um nº de atores muito grandes, a preocupação com ganhos relativos diminui e a cooperação se torna mais fácil. O que Keohane propõe aqui é uma síntese entre a teoria neoliberal e neorealista. Um está completando a teoria do outro. Enviado por Clara Savelli IRischool 2011.2