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Aula 2: Serviço de Psicologia Ambulatorial em Hospital Geral
Portal da Educação 
Entrevista com a Psicóloga Ludmila Viana Aborda psicologia hospitalar e sua história, funções do psicólogo hospitalar, quais as reações do paciente quando está doente, os primeiros passos no trabalho do psicólogo hospitalar, como a mente pode criar doenças no corpo.
Introdução
A Psicologia Hospitalar ainda é muito confundida como a Psicologia da Saúde. Ainda que a primeira seja uma ramificação da área da saúde, ela tem olhares e enfoques diferentes. Sua perspectiva é abordar o paciente já com uma queixa pronta, pois estar no espaço do Hospital já tem um significado neste corpo e nesta mente para estar ali inserido.
A Psicologia da Saúde é muito ampla: ela visa trazer ao paciente uma atenção primária, secundária e terciária. Por meio da clínica, é possível prever os problemas que poderão acontecer no futuro e criar medidas para que eles não existam ou não cresçam. É possível interromper seu sofrimento antes de chegar ao estado de descontrole.
Já no ambiente hospitalar, esta queixa vem pronta, já instalada, e as únicas medidas cabíveis são a secundária e a terciária. Pode-se pensar em acabar com o problema existente ou, se este já estiver num grau muito alto de proliferação, pode-se pensar em medidas que visem combatê-lo.
Já o psicólogo hospitalar, além de atender aos pacientes, dá suporte aos familiares, à equipe de saúde e ao corpo de funcionários do hospital. É esse assunto que veremos nesta aula. Bons estudos!.
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
Castro e Bornholdt (2004) retratam que a Psicologia Hospitalar é uma nomenclatura apenas utilizada no Brasil. Nas suas experiências com o Doutorado no exterior, em nenhum dos outros países visitados percebeu-se o psicólogo nos hospitais fazendo uso desta denominação. 
Apesar de, em muitos hospitais, os nomes Psicologia Hospitalar e Psicologia da Saúde serem interpretados como únicos, isto não é verdade, como veremos nesta aula.
Psicologia da Saúde
Existe um sentido mais amplo de abordar o ser humano, nas suas mais diferentes necessidades relacionadas ao corpo e à mente. Para que haja esta atenção, utilizam-se as seguintes intervenções:
Primária
Aplica uma série de medidas e instrumentos que evitam a incidência da doença. Os objetivos são a promoção da saúde e a atenção específica ao problema.
Exemplo: Vacinas contra a febre amarela no Brasil.
Secundária
Cria uma série de medidas, no estágio inicial, que evitam a proliferação da doença.
Exemplo: Em épocas chuvosas, os agentes da saúde visitam as casas para saber onde se encontram os focos do mosquito da dengue.
Terciária
A doença já está instalada, mas cria-se uma série de medidas para o tratamento e a recuperação daqueles que a adquiriram.
Exemplo: Vírus HIV. As prefeituras distribuem os medicamentos, sem nenhum custo, para que os infectados tenham uma vida mais prolongada e com qualidade.
Objetivo da Psicologia da Saúde
Portanto, pode-se dizer que a Psicologia da Saúde “tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença” (APA, 2003, apud Castro e Bornholdt, 2004, p. 49). 
Outra definição mais clara e ampla para entender a Psicologia da Saúde foi exposta pelo Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha (2003, apud Castro e Bornholdt, 2004, p. 49):
“Disciplina ou campo de especialização da Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença”. 
A Psicologia da Saúde é uma área muito ampla, que busca promover saúde e bem-estar a todos aqueles que têm algum problema que atormenta a mente e o corpo. Para isto, utiliza-se das ciências biomédicas, da Psicologia Clínica e da Psicologia Social Comunitária.
Áreas da Psicologia da Saúde
Conclui-se o entendimento da Psicologia da Saúde em três áreas, que são: 
1ª - Clínica: saber receber um paciente, avaliar os sintomas, comparar os sintomas com o histórico de vida e propor a intervenção mais adequada; 
2ª - Pesquisa: saber produzir conhecimento e investigar mais sobre os assuntos da saúde;
3ª - Programação: saber avaliar o caso e prever de que maneira ele poderá evoluir, de forma que medidas preventivas sejam aplicadas.
Psicologia Hospitalar
Para começarmos a entender a definição de Psicologia Hospitalar, primeiro é muito importante que tomemos como base a definição do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2003), para percebermos o quanto é ampla esta atuação: 
O psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. (Castro e Bornholdt, 2004, p.50).
A literatura internacional é escassa nos materiais que retratem a realidade da Psicologia Hospitalar, pois, como já foi dito, na maioria dos outros países esta é entendida como Psicologia da Saúde.
Os autores criticam que a Psicologia, quando tratada apenas no hospital e separando-a da saúde, fica muito restrita em seus conceitos e parece separá-la das outras necessidades.
O indivíduo, quando chega a um hospital, encontra-se com a doença instalada, e não tem mais como prevenir. Portanto, entende-se que a Psicologia Hospitalar utiliza-se da intervenção secundária e terciária, diferentemente da Psicologia da Saúde, que acrescenta a este a primária.
Estar internado envolve uma demanda de rotina, de hotelaria, de relação direta como toda a equipe daquele espaço. Então, não se pode pensar em um trabalho individualizado. Os outros componentes da equipe de saúde, juntamente com o psicólogo, devem construir um diálogo único, visando à alta e à recuperação do paciente, num trabalho multidisciplinar.
Pode-se dizer, portanto, que o objetivo do Psicólogo Hospitalar é: melhorar a assistência integral do paciente que se encontra hospitalizado, com o controle dos sintomas que causam o mal-estar.
De acordo com Rodriguez-Marín (2003 apud Castro e Bornholdt, 2004, p.51), são essas as seis tarefas básicas do psicólogo hospitalar:
Coordenação - Relativa às atividades com os funcionários do hospital; 
Ajuda à adaptação - O psicólogo intervém na qualidade do processo de adaptação e recuperação do paciente internado; 
Interconsulta - Atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com o paciente; 
Enlace - Intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com outros profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes; 
Função assistencial direta - Atua diretamente com o paciente; 
Gestão de recursos humanos - Para aprimorar os serviços dos profissionais da organização.
Percebe-se que, embora se afirme que a Psicologia Hospitalar é a área mais restrita da Psicologia da Saúde, ainda assim, seu campo de atuação e responsabilidades são muito amplos.
O ambulatório e a equipe multidisciplinar
O ambulatório é o espaço dentro do hospital que atende as mais diferentes queixas ali instaladas, tais como crise renal, problemas de pele, enxaquecas, dor no estômago, entre outras. 
Por muito tempo, os hospitais públicos e particulares não contratavam médicos das mais diferentes especialidades para atenderem no ambulatório. Apenas um médico, geralmente clínico geral, desempenhava o papel de todos os outros médicos.
Com o passar do tempo, as queixas dos ambulatórios foram aumentando. Consequentemente, a demanda também, e para atender a essas solicitações foi preciso especificar mais o atendimento. 
Com este propósito é que hospitais começaram a oferecer concursos e vagas para as especialidades
médicas. Se isto tem funcionado ou não em alguns espaços, isto cai em outro tipo de reflexão. A nossa, aqui, é saber o objetivo dessas contratações mais específicas e o trabalho da equipe multidisciplinar.
Contratar médicos especialistas ainda não foi suficiente para atender as demandas das queixas desses pacientes. Muitos chegavam com dores aparentes, mas sem um diagnóstico preciso pela Medicina. Outros apresentavam problemas psiquiátricos, ou queixas psíquicas, entre outros problemas. Viu-se então a necessidade de implantar o psicólogo nos plantões dos laboratórios. 
Eles seriam responsáveis por fazer as avaliações psicológicas e encaminhar esses pacientes aos serviços adequados, tais como: psicodiagnóstico, clínica psiquiátrica, psicoterapia, ente outros.
Interdisciplinaridade
De acordo com o que foi relatado até agora sobre o atendimento em Ambulatório no hospital geral e por meio do entendimento das conceituações sobre trans, inter e multidisciplinar, percebe-se que a proposta da inserção do psicólogo nos ambulatórios teve o enfoque neste último tipo de trabalho. Notou-se a necessidade de haver mais profissionais atendendo um mesmo caso, e não necessariamente o compartilhamento das ideias entre eles.
A interdisciplinaridade também é muito comum entre os hospitais, pois um paciente que foi acidentado e atendido por um ortopedista e que precisa de fisioterapia no leito precisa de um trabalho que esteja em comum acordo entre as profissões. 
Existem também aqueles casos em que os livros apontam várias condutas diante um caso de saúde. Para que o profissional tenha certeza sobre o melhor trabalho a ser realizado, é preciso debater com seus colegas.
Exemplo: Por exemplo, em um caso de autismo, num primeiro momento, é necessário o uso da Psicoterapia ou apenas da Terapia Ocupacional? Isto deve ser resolvido entre os profissionais que entendem do caso. 
Apesar de se saber sobre a importância da equipe multidisciplinar no tratamento dos pacientes em Hospital e Ambulatório, muitos preconceitos ainda são debatidos. Vários profissionais da saúde veem o psicólogo sem muita contribuição e sem muito valor, sendo ainda depositado todo e qualquer tipo de confiança ao tratamento nas mãos dos médicos.
Segundo Bucher (2003; LoBianco, Bastos, Nunes & Silva, 1994 apud Tonetto e Gomes, 2007, pp. 89-90), a interação na saúde: 
É interdisciplinar quando alguns especialistas discutem entre si a situação de um paciente sobre aspectos comuns a mais de uma especialidade. É multidisciplinar quando existem vários profissionais atendendo o mesmo paciente de maneira independente. É transdisciplinar quando as ações são definidas e planejadas em conjunto.
Barreiras a serem vencidas
Ainda são muitas as barreiras a serem vencidas pelo psicólogo hospitalar. Podemos citar algumas:
Sua diferenciação da Psicologia da Saúde;
Seu papel no espaço hospitalar como de grande importância;
Sua inserção na equipe muldisciplinar.
O mais importante é debater o assunto e oferecer ao mundo científico trabalhos que possam comprovar as diferenças na melhora do paciente quando este é atendido também pelo psicólogo.
Caso 1: Atuação da Psicologia da Saúde. Nesta situação, cabe ao psicólogo clínico lidar com as defesas que Rodrigo está criando, para não entrar em contato com a realidade que lhe causa sofrimento. É preciso fazer com que Rodrigo perceba o problema, e assim, ajudá-lo no tratamento.
Caso 2: Atuação da Psicologia Hospitalar na atenção pré-cirurgia. É preciso aplicar o acolhimento e esclarecimentos sobre o espaço hospitalar, assim como as funções de cada profissional e os procedimentos que serão realizados.
1.A Psicologia Hospitalar é uma área carente em materiais teóricos, pois somente o Brasil a trata de forma tão diferente da Psicologia da Saúde. Aponte a alternativa que relata as três áreas de atuação da Psicologia da Saúde, diferentemente da Hospitalar:
 1) Coordenação, pesquisa e programação. 
 2) Adaptação, clínica e programação. 
 3) Clínica, pesquisa e programação. 
 4) Interconsulta, pesquisa e programação. 
 5) Interconsulta, clínica e programação. 
2.De acordo com o que você atendeu sobre as atividades desempenhadas pelo psicólogo hospitalar, aponte a alternativa que traz a atividade correspondente a esta definição: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com outros profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes:
 1) Coordenação 
 2) Enlace 
 3) Interconsulta 
 4) Pesquisa 
 5) Clínica 
3.A Psicologia da Saúde tem diversas áreas de atuação, e uma delas visa produzir conhecimento e investigar mais sobre os assuntos da saúde. Qual seria esta área?
 1) Pesquisa 
 2) Clínica 
 3) Organização 
 4) Interconsulta 
 5) Enlace 
4.A Psicologia, no espaço do ambulatório, surgiu quando:
 1) As queixas dos pacientes não eram somente para internação. 
 2) As queixas dos pacientes não eram somente para medicamentos. 
 3) As queixas dos pacientes não eram somente físicas. 
 4) A demanda sobre as queixas aumentou e os médicos viram a necessidade de outros profissionais que dessem suporte ao diagnóstico e encaminhamento a outros espaços. 
 5) Todas as alternativas estão corretas. 
5.Marque a alternativa que melhor define o conceito de multidisciplinar:
 1) Quando existem vários profissionais atendendo o mesmo paciente, de maneira independente. 
 2) Quando as ações são definidas e planejadas em conjunto. 
 3) Quando especialistas discutem entre si a situação de um paciente sobre aspectos comuns a mais de uma especialidade. 
 4) Quando o médico não dá conta de fazer o diagnóstico. 
 5) Quando o paciente tem problemas psiquiátricos.

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