Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
11/03/2013 1 CAPÍTULO 1 1.1. Introdução 2. INGRESSO PÚBLICO – É todo aquele valor que entra para os cofres públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 2.1. Pode ser: • De Terceiros; • Próprios. RECEITA PÚBLICA: é a entrada de dinheiro que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo. CAPÍTULO 1 2.2. Receitas Públicas podem ser: • Originárias • Derivadas 3. Receitas Públicas Originárias – são aquelas obtidas pela exploração do próprio patrimônio da administração, por meio da venda de bens ou serviços. Código civil: Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. CAPÍTULO 1 4.Receitas Públicas Derivadas – são as receitas obrigatórias, que o Estado através de sua soberania explora os bens dos particulares. 4.1 As receitas derivadas se subdividem em: • Reparações de Guerra; • Penalidades; • Tributos. 4.2. Os tributos são ingressos públicos próprios derivados definidos como imposto, taxa, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais. 11/03/2013 2 INGRESSO PÚBLICO DE TERCEIROS Empréstimos PRÓPRIO Receitas ORIGINÁRIO DERIVADO PATRIMÔNIO DO PODER PÚBLICO REPARAÇÕES DE GUERRA PENALIDADES TRIBUTOS IMPOSTOS TAXAS CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA Art. 145 da CF CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS OU ESPECIAIS EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Arts. 149 e 149-A da CF Art. 148 da CF 5. TRIBUTOS: 5.1. Conceito – é a principal espécie de receita derivada obtida pelo órgão tributante. O CTN trás o melhor conceito de tributo em seu art. 3º: “Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cuja valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. TRUBUTO É TODA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO INSTITUÍDA POR LEI COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA 11/03/2013 3 2.2. Análise do conceito: a) é um encargo financeiro de natureza pecuniária e compulsória, no qual o contribuinte é obrigado a entregar dinheiro, pecúnia, ao Estado; b) o tributo deve ser pago em valor monetário direto (moeda, cheque ou valor postal), não podendo alguém liquidar uma dívida tributária mediante a utilização de efeitos patrimoniais ou simbólicos diversos, salvo se a lei tributária expressamente o autorizar; c) o tributo não pode ser confundido com punição por comprometimento de ato ilícito. A sanção ou apenação por ato ilícito é representada pela penalidade pecuniária, que caracteriza uma outra modalidade de receita derivada estatal; d) somente lei pode instituir ou aumentar tributo, não podendo a administração fiscal fazer isso a seu critério; o princípio da legalidade é a primeira limitação constitucional à competência tributária; e) a dívida deverá ser cobrada por autoridade administrativa competente que atenderá o que estabelece a legislação. O ato deverá ser vinculado à lei; f) tributo não se confunde com tarifa ou preço público, exemplo: 1) conta de luz residencial; 2) conta de telefone; 3) conta de gás; 4) passagem de ônibus; 5) metrô; 6) barcas e outros preços públicos. 5.2. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS a) Quanto à competência: a.1) Federal; a.2) Estadual; a.3) Municipal. b) Quanto à vinculação: b.1) Vinculado; b.2) Não vinculado. c) Quanto à função: c.1) Fiscais; c.2) Parafiscais; c.3) Extrafiscais. Função dos Tributos: • Fiscal → quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado; • Extrafiscal → quando seu principal objetivo é a interferência no domínio econômico, buscando um efetivo diverso da simples arrecadação de recursos financeiros; • Parafiscal → quando o seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas. 11/03/2013 4 d) Quanto à espécie: d.1) Impostos; d.2) Taxas; d.3) Contribuições de Melhoria; d.4) Empréstimos Compulsórios; d.5) Contribuições Parafiscais ou Especiais. IMPOSTOS Conceito: são tributos desvinculados de qualquer atuação estatal. Representa uma retirada da parcela de riqueza do contribuinte, respeitada a capacidade contributiva de cada um. Art. 16, CTN: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. INDEPENDENTE DE Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação qualquer atividade estatal ATIVIDADE relativa ao contribuinte Não representa uma contraprestação, mas sim uma transferência compulsória de recursos da comunidade para os cofres públicos, a partir da ocorrência de uma situação prevista em lei. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS a) Quanto a base econômica; b) Quanto a sua alíquota; c) Quanto a forma de percepção e d) Quanto ao objeto de incidência. 11/03/2013 5 TAXAS Conceito: são tributos vinculados à uma atuação estatal (contraprestação): exercício do poder de polícia ou prestação de serviço público específico e divisível, cuja base de cálculo difere, necessariamente, de qualquer imposto. Taxas ≠ Tarifas ou preços públicos – A taxa cria apenas uma relação jurídica do Poder Público para com o usuário. Já os preços públicos ou tarifas criam duas relações jurídicas. PODER PÚBLICO TAXA Uma só relação jurídica 1 CONTRIBUINTE USUÁRIO TARIFA OU PREÇO PÚBLICO Duas relações jurídicas Concessionária ou permissionária 2 PODER PÚBLICO 2 11/03/2013 6 TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA) Regime jurídico tributário (legal) Regime jurídico contratual Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado Compulsoriedade, não havendo autonomia de vontade Decorre de autonomia de vontade do usuário Não admite rescisão Admite rescisão Pode ser cobrada pela utilização potencial do serviço Só a utilização efetiva enseja cobrança Cobrança não-proporcional à utilização Pagamento proporcional à utilização Sujeição aos princípios tributários Não-sujeição aos princípios tributários Estabelecida às diferenças, a taxa como espécie de tributo está prevista no art. 145, inciso II, da nossa Constituição Federal e no art. 77, do Código Tributário Nacional: “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; (...) § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”. CTN - TÍTULO IV Taxas Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impostos nem ser calculada em função do capital das empresas. 11/03/2013 7 Taxas de Polícia – São taxas cobradas pelo exercício regular do poder de polícia pela autoridade competente. O art. 78 do CTN define o que vem a ser poder de polícia e o seu exercício regular. Exemplo de taxas de polícia: ● Taxa de inspeção sanitária (TIS) – bares, restaurantes, etc.; ● Taxa de obras em logradouros públicos (TOLP) – cobrada das empreiteiras que realizam obras públicas; ● Taxa de Alvará (TA) – estabelecimentos comerciais, etc. Taxa de Serviço – São taxas cobradas em virtude da utilização de um serviço público. Exemplo de taxas de serviço: ● Taxa de expedição de certidões; ● Taxa de incêndio, etc. Utilização efetiva: ocorre quando o serviço de fato é utilizado pelo contribuinte. Utilização potencial: quando mesmo não utilizado efetivamente o serviço, considera-se potencialmente utilizado pelo contribuinte. Exemplo: Taxa de incêndio – o fato do proprietário do imóvel nunca ter utilizado o serviço não dispensa o seu pagamento, já que o serviço foi colocado à sua disposição. Serviço específico e divisível: o contribuinte sabe exatamente pelo que está sendo pago. São de utilização individual e mensurável, são divisíveis. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA Estão previstas no art. 145, III, da CF e art. 81 e 82 CTN: Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. A legislação brasileira impõe um limite máximo individual e um total para a cobrança, adotando como critério para o primeiro a valorização de cada imóvel e para o segundo o custo da obra realizada. 11/03/2013 8 A contribuição de melhoria cobrada pela União pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que ocorra valorização imobiliária tendo como limite máximo individual máximo total O acréscimo de valor da Obra resultar para cada imóvel beneficiado A despesa total para realização da obra pública Está regulamentado no Decreto-Lei nº 195 de 24 de fevereiro de 1967. Art. 2º - Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas; II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos; III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive todas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; V - proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação; VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem; VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico. Conclusão: • É instituído para fazer fazer ao custo de obras públicas de que decorra valorização do imóvel; • Tem como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obrar resultar para cada imóvel; • É de competência comum a U, E, DF e M; • É um tributo vinculado a uma atividade estatal; • O responsável pelo pagamento será o proprietário do imóvel na época do lançamento do tributo e se transfere aos adquirentes e sucessores. 11/03/2013 9 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Conceito: consiste na tomada compulsória, pela União, de uma determinada quantia em dinheiro de quem é contribuinte a título de empréstimo. O valor desse empréstimo é resgatado pelo contribuinte em um prazo determinado e estabelecido pela lei. Serve para atender situações excepcionais (art. 148, CF): • Calamidade pública e guerra externa ou sua iminência; • Investimento público de carácter urgente e de relevante interesse nacional. Especificidade: não se confunde com as demais espécies tributárias, pois é o único tributo restituível ao contribuinte e deve ser restituído na mesma espécie em que foi recolhido. (STF RE 175.385) É vinculado à despesa que fundamentou sua criação.