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Nos dicionários e enciclopédias além da ideia de Aristóteles, teoria nada mais é do que puro ato de abstração. Isso não nos permite abrir espaço para a compreensão da teoria no âmbito da pura abstração. De acordo com Otaviano, teoria não é ato de abstração, estão interligadas, mas são independentes. Assim conclui-se: não é a teoria que se contrapões a prática, é sim a abstração.
A questão central da teoria não se trata do ato intelectivo em si só, mas da ação do homem como um todo, evoluindo no mundo e na relação com o outro. Assim, o problema da elaboração da teoria é mais que uma questão lógica, é antropológica.
TEORIA NO PENSAMENTO CLASSICO
Todos os pensamentos convergem para duas ciências ou disciplinas da Filosofia clássica: a) a lógica e a b) metafísica. Proposto por Aristóteles. Assim ele diz que de fato o fundamento de todas as filosofias, está na adequada compreensão da lógica formal e material.
O ato de conhecer é visto na filosofia clássica como teoria do conhecimento ou gnosiologia. E tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer.
A visão da teoria ou do ato de teorizar entra-nos pela porta de uma critica do conhecimento e que se fundamenta na plataforma básica da ciência da lógica. A finalidade precípua da lógica é originizar a filosofia e o filosofar a ponto de não deixar noção, conceito ou juízo algum fora de uma hierarquia ou constelação de definições bem delimitadas e esclarecidas. A lógica clássica é perfeita. Assim podemos captar a ideia de que o ato de teorizar, na filosofia clássica, tão só é meramente um ato de abstrair, reforçando uma supremacia sobre o que é real.
Aristóteles da a ideia de “ciência primeira” a metafísica, mas não se dá fora da ordem lógica, assim tornando-se uma hierarquia formal perfeita. Mas em que sentido o pensamento clássico não consegue escapar de certo circulo vicioso ao defrontar questões lógicas com questões gnosiológicas, metafísicas e teológicas? Quando contrapõe problemas formalmente contraditórios como: pensamento e realidade, teoria e ação, pensamento puro e pensamento do objeto... questões que a lógica da não contradição (forma/material) não consegue resolver satisfatoriamente. Tudo devido aos fundamentos de definições formais sem nos poder ceder por si a dinâmica do discurso. Assim, a lógica nos ajuda no sentido de organização do pensamento, mas deixa a desejar no sentido de dinamização do discurso. “ele não é aberto para inovações e adaptações”.
TEORIA NA CIÊNCIA MODERNA
Utiliza a filosofia clássica e sua lógica, como conjunto de pressupostos. Mas tem como novidade a vinculação do objeto pesquisado, e, portanto, com a experiência, ou experimentação, na relação direta de causa-efeito. Fora do horizonte da experimentação não se entende a ciência moderna e sua elaboração teórica.
Assim nos temos o problema de como se apresentam as relações de indução-dedução e análise-síntese, onde os dois primeiros são modos de raciocínio lógico-formal, os dois últimos são basicamente o mesmo processo já vinculado o fenômeno observado: vale dizer que sem indução-dedução não se pensa, sem análise-síntese não se faz experiência. 
Existem três modalidades de ciências: ciências formais; ciências empírico-formais; ciências hermenêuticas.
O primeiro passo para a compreensão da ciência moderna surge da compreensão da indução. Sendo um modo de raciocínio que parte de uma visão particular para uma geral, de uma visão mecânica para uma visão orgânica. 
Dois tipos de indução: experimental e formal.
Assim, o segredo da lei da teoria científico-experimental é uma ligação formal: em um primeiro plano, e certa autonomia experimental no segundo.
Já a dedução segue o caminho inverso da indução, partindo de premissas que se completam, ou seja, de uma visão geral à particular, de orgânica a uma visão mecânica. Assim ela parte de onde a indução formal ou experimental já alcançou como resultado final.
A dedução pode ser categórica ou hipotética.
Da mesma forma que a dedução, a analise é a decomposição de um todo em suas partes. A síntese, a reconstrução do todo decomposto.
Assim partimos da ideia de que como a indução-dedução, a análise-síntese tenham duas espécies: racional e experimental.
A análise-síntese racional é uma elaboração mental que aplica-se a verdade não concreta no sentido clássico de abstração ou racional. E na análise-síntese experimental efetuam um duplo movimento de raciocínio, mas não a partir do abstrato, a partir do que a ciência moderna tem de experimental como concreto.
A ciência moderna vincula a teoria ao objeto pesquisado usando da experimentação para o entendimento da relação direta de causa-efeito. Nesse sentindo, por trabalhar com dados, fatos e fenômenos na há espaço na ciência moderna para o que não cabe na experimentação. Assim, a experiência cientifica atrelada ao método, está ligada a lógica do raciocínio e a relação análise/síntese. Essa ultima, no seu caráter experimental, efetua um duplo movimento de raciocínio a partir do que a ciência moderna tem de concreto. Mas, segundo Otaviano Pereira (1990), para que a experimentação possa adquirir um caráter de cientificidade alguns princípios básicos devem acontecer:
Absolutamente, a análise deve preceder à síntese.
É preciso que a análise vá penetrando nos elementos simples e irredutíveis e que a síntese parta dos elementos separados pela análise sem nada omitir.
Ambas devem proceder gradualmente e sem omitir intermediários. Não omitindo nada que ainda estaria obscuro na análise. Nada de suposições ou de lacunas no raciocínio em face da observação experimental.
Numa visão simplista, como pústula Otaviano (1990) nas ciências empírico-formais as etapas são: observação, Hipótese, experimentação e a elaboração da lei.
Na observação um determinado fenômeno ao ser analisado superficialmente e sem muito rigor, suscita um problema que requer uma abordagem mais aprofundada. É então elaborada uma hipótese que nada mais é que uma resposta provisória ao problema levantado durante a observação, mas requer, para sua confirmação ou não, uma análise experimental do cientista. Na análise experimental ou experimentação consiste em colocar a hipótese à prova a partir de testes. Ao final desses testes a hipótese pode ser confirmada ou tida como falha. Assim chega-se a conclusão da explicação do fenômeno observado, ou seja, na expressão verbal da hipótese: a lei.
Convém lembrar que uma ou varias leis permitem, na ciência, a elaboração de determinada teoria. Evidentemente estamos falando de um sentido estreito que a teoria recebe na ciência moderna sem tratar dos aspectos mais profundos do ato de teorizar. Teoria aqui, portanto, é tão somente resultante da experimentação.
A partir do momento em que uma teoria é aperfeiçoada por uma nova, a teoria anterior passa do nível de ciência ao nível de pré-ciência. Assim nas ciências empírico-formais, a caminhada é sempre progressiva.
Partindo-se do pressuposto que “o homem não teoriza na razão, fora da relação de transformação tanto de natureza, do mundo como, consequentemente, de si mesmo” e também do acúmulo de conhecimento proporcionado pela humanidade ao longo dos séculos, pode-se afirmar que o trabalho do cientista está cada vez mais atrelado a outros cientistas. Nesse sentido, é preciso analisar alguns fatos suscitados pela modernidade como a criação de comunidades científicas e o trabalho elaborado em uma rede de cooperação.
 O surgimento da ciência moderna veio acompanhado concomitantemente da criação da comunidade científica, ou seja, conjunto de pessoas envolvidas com o conhecimento científico, relacionados a uma ou mais temáticas de estudo. Essa comunidade dita regras, normas, alem de analisar, julgar e reconhecer ou não a elaboração de teorias no âmbito de ciência. Portanto um cientista ao elaborar uma teoria sobre determinado fenômeno, inevitavelmente, submeterá seus métodos, resultados a análise de outros cientistas. 
A primeira dessas características é a matematização.
A ciência moderna interessa-se pelo que é mensurável. A mensuração é o primeiro passo para uma linguagem simbólica muito precisa. A segunda característica é a funcionalidade. Enquanto outras formas de pensamento, cultura ou saber giram em torno de coisas, ou mesmo causas, na ciência moderna os fatos ou fenômenos, suas consequências e causas são vistos a partir da função e do processo todo. A terceira característica é o que podemos chamar de caráter seletivo. É o que define este método como indutivo. Para se fazer uma hipótese explicativa o cientista tem de selecionar os elementos com que vai tratar. A quarta característica é o que chamamos de caráter aproximativo da teoria cientifica. Tem muito que ver com a teoria enquanto esta é, na ciência, um ato de invenção e de interpretação do fato. A quinta característica é o que podemos chamar de caráter progressivo. A construção da ciência é um processo cumulativo no qual as teorias cientificas vão sendo superadas e aperfeiçoadas. A sexta característica é a exatidão. A ciência é exata precisamente na sua formulação unívoca (homogênea).
Diferenças da “pré”-ciência grega e da moderna:
A ciência grega era qualitativa, enquanto a ciência moderna é quantitativa. Ela tem de ser a ciência das medidas, enquanto numa linguagem aristotélica falaríamos em quente/frio; seco/úmido, na concepção galiléica, perguntaríamos sobre o grau de temperaturas.
Na ciência grega as coisas ou substâncias e sua natureza, representam um cunho metafísico de conhecimento de causas, na ciência moderna é a relação entre as coisas que integram. (rever o que falamos sobre funcionalidade).
A ciência grega volta-se para a busca da causa, mas sem se desligar do cunho metafísico. A ciência moderna, por outro lado, na resolução das questões de causa-efeito do fenômeno particular.
A quarta diferença é que a ciência grega era mais antropocêntrica, já a ciência moderna excêntrica, não gira em torno de nada exterior a si mesma.
Nas ciências formais, a matemática é a principal representante de tipo de ciência, por excelência é a ciência das conclusões. Conclusões oriundas de operações mentais, isto é, abstratas e simbólicas. Não se faz matemática a não ser para aplicação ou interpretação de um problema que a natureza reclama. O fato de torná-la distante de uma definição de ciência completa é o fato de não trabalhar com o objeto ou fenômeno diretamente.
De acordo com Otaviano, assim como na matemática, como ciência formal não reúne todos os requisitos para se constituir uma ciência completa, as ciências hermenêuticas muito menos o conseguem.
	Nas ciências interpretativas, a certa imprevisibilidade de seus resultados práticos, isso problematiza o seu ato teórico, por haver uma natureza única e também nos modelos diferenciados de seus estatutos. Seu objeto de investigação é ao mesmo tempo sujeito.
A primeira característica do problema das ciências humanas é o seguinte: elas não podem enquadrar-se de forma pura e simples nos moldes estatuários das ciências empírico formais.
O segundo problema, é o da elaboração teórica e da proclamação dos seus resultados de pesquisa. A questão é que, as ciências humanas devem promover um encontro entre matematização dos resultados com a interpretação do homem.
(Práxis é a ação com sentido humano) – pratica pura: ação animal; Pratica humana

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