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PROVA 03 – RESUMO – VIROLOGIA GERAL COMPARADA Virologia vegetal Células vegetais: diferentes das céls animais em relação a: * parede celular: muito rígida se comparada à membrana plasmática; * plasmodesma: “furinho” entre as céls vegetais >> comunicação - melhor formato para um vírus passar de uma cél a outra: bastão (mas nem sempre o vírus infecta na su forma completa) Taxa de mutação em vírus * Vírus de DNA: genoma maior e mais estável; * Vírus de RNA: genoma menos e maior taxa de mutação >> maioria dos vírus vegetais Mecanismo geral de infecção: * Entrada mecânica: contato de uma folha contaminada com outra >> muitas partículas virais * Entrada por insetos/nematoides: menor qtd de partículas virais Obs.: Mecanismo de infecção 1) Entrada do vírus; 2) Tradução; 3) Indução de vesículas (protegem a “fábrica” de vírus); 4) Plasmodesma. Sintomas: * Amarelecimento de uma folha (“mosaico”); * Despigmentação; * Manchas coloridas em folhas e frutos (má formação); * Enrolamento da folha (diminuição no tamanho). Citopatologia * Vírus é pequeno e passa inteiro pelo plasmodesma; * Aumento proposital do plasmodesma; *Interação viral com ptns do plasmodesma e céls do hospedeiro >> passagem do genoma. Oncovírus Vários vírus relacionados a câncer: * KSHV (Kaposi Sarcoma Herpes vírus): Sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin - Vírus de herpes muito comum; afeta imunodeprimidos * HPV: câncer de pele (não-melanoma), cervical, retal, língua *EBV (Epstein-Barr vírus): linfomas Hodgkin e não-Hodgkin, câncer de língua. Câncer e vírus * Vírus de RNA: - Retroviridae - Orthoretovirinae: α, β, γ, deltaretrovirus (HTLV), ε, e Lentevirus (HIV) - Spumaretrovirinae: Spumavirus - Causam sarcoma, carcinoma, leucemia, mieloblastose, linfotrofia e imunodeficiência - Flaviviridae - HCV: causa carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) * Vírus de DNA: todos podem causar câncer, à exceção de parvovírus - Vírus de DNA curto - Papillomaviridae: HPV é o mais importante (27 spp); causa papilomas e carcinomas - Hepadnaviridae: HBV; causa carcinoma hepatocelular; - Polyomaviridae: vários tumores sólidos e câncer de pele. - Vírus de DNA longo - Adenoviridae: vários tumores sólidos (mas não é significantemente o causador) - Herpesviridae: linfomas, carcinomas e sarcomas Mecanismo geral de infecção: * Direto: inserção do genoma parcial/total no DNA do hospedeiro; * Indireto: controle da prolif. celular e fatores antiapoptóticos; DNA viral e do hospedeiro replicam-se independentemente - Sem interação no genoma do hospedeiro; - Supressão da resposta imune: HIV, citomegalovírus, HTLV - Proliferação celular: fatores de crescimento, estimulação de céls. imunocompetentes Obs.: Interferências no ciclo celular durante infecção - ptn Rb - Rb ativa segura ptn de regulação gênica; - Ativação de receptor com fator de crescimento >> ativação do complexo CDK; - Fosforilação de Rb >> inativação da Rb >> proliferação celular - p53 e p21 - Lesão no DNA (por ex.) ativa p53 >> ligação à gene p21 >> p21; - p21 inibe CDK - Se interferir em p53 e p21 >> proliferação celular. - ptns tumorais virais: interagem com um supressor celular de tumor (inativação ou degradação) - HPV E6: sequestra p53 >> degradação no proteassoma; - HPV E7: sequestra pRb - SV40: antígeno T longo faz o mesmo que HPV E6 e E7; - EBV: inibe fatores antiapoptóticos HPV * De baixo risco: mecanismo indireto; * De alto risco: mecanismo direto >> intensa produção de oncoptns virais (E6 e E7) - Ponto de inserção é crítico: proto-oncogene >> oncogene ativo Figura 1. Comparação dos tipos de infecção causadas por HPV . Figura 2. Esquema do mecanismo de infecção direta. Terapia Gênica Aspectos gerais de Terapia gênica * Utilizada principalmente para tratamento de câncer, mas também para doenças monogênicas, cardiovasculares, infecciosas, neurológicas e oculares. * Boa parte da pesquisa: EUA e UK; * Tipos de genes transferidos em terapia gênica: antígenos, citocinas, supressores de tumor, indutores de apoptose, fatores de crescimento, receptores e inibidores de replicação. Fases de Teste da Terapia Gênica: * Pré-clínica: testes in vitro e em animais; * Clínica: - Fase I: pacientes normais para avaliar efeitos colaterais; - Fase II: pacientes selecionados para avaliar efeitos terapêuticos e taxa de dosagem; - Fase III: ampla amostragem de pacientes selecionados, para averiguar segurança e eficácia. * Farmacovigilância: Fase IV, com o produto comercializado, mas sob observação. Estratégias para terapia gênica: * Recombinação homóloga com um gene normal; * Adição de novos genes. Obs.: Estratégias para terapia gênica no combate ao câncer - Supressão de tumor: p53, pRB; - Ptns dominantemente negativas: fatores de crescimento e receptores; - Indutores de apoptose. Princípios de terapia gênica: * Transferência gênica por algum vetor >> replicação na cél alvo >> produção da ptn terapêutica *Estratégias para transferência gênica: - Ex vivo: céls removidas do corpo >> transferência gênica e cultivo celular >> retorno das céls ao corpo. - In vivo: transferência gênica diretamente no hospedeiro. * Vetores mais utilizados em terapia gênica: - Não-virais: DNA nu/plasmidial; lipossomos; complexos policatiônicos. - Vantagens: fácil de produzir partícula transgênica; não imunogênico; - Desvantagens: dificuldade de entrar na cél e no seu núcleo; fraca expressão do transgene. - Virais: adenovírus, retrovírus, parvovírus, herpesvírus. Vetor viral Vantagens Desvantagens Solução Adenovírus Fácil de manipular; Patogênico; Deleção dos genes que codificam as ptns patogênicas; adição do transgene e inserção do DNA do hospedeiro. Bom promotor de transdução de céls; Resposta imune faz com que dosagens múltiplas fiquem ineficazes. Possui receptor CAR (comum em várias céls). Retrovírus (Oncoretrovírus e Lentivírus) Integração no genoma celular; Dificuldades na manipulação; Longa expressão. Não infecta céls que não estão se dividindo; Ativador de oncogenes. Parvovírus Integração no genoma celular em cromossomo específico (19); Integração no DNA de céls hospedeiras pode causar dano. Inserção de pequenos genes. Rearranjos e deleções genômicas adicionais. Herpesvírus Fácil de manipular; Patogênico. Persistência em céls neuronais sem integração. * Construção de cDNA transgênico: - Elementos na porção 5’: promotores constitutivos e de regulação (cél-específico ou desenvolvimento-específico); elementos de intensificação. - Elementos na porção 3’: região 3’ não-codante; cauda poliA. Problemas na terapia gênica: * Resposta imune: reduz efetividade da terapia gênica; dificuldade em tratamento repetitivo em pacientes. * Transtornos multigênicos: dificuldade de tratamento efetivo pela terapia gênica (ex. doenças cardiovasculares; artrite, diabetes, doença de Alzheimer). Aplicações: * Hemofilia: expressão ou indução de fatores VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) com exposição a vetor parvovírus; - Deficiência monogênica; regulação quantitativa não é necessária; pode ser produzida em qualquer parte do corpo. * SCID: seleção de CD34+ dos progenitores; exposição a vetor retroviral; reinfusão de medula - Céls T, NK, B: voltaram para números normais; algumas crianças desenvolveram leucemia. * Diabetes tipo I: vetor adenoviral; fator de crescimento de hepatócitos para produção de insulina (em vez de ser em céls β do pâncreas; outras céls começam a produzir). Seminários Citomegalovírus * Taxonomia: Herpesviridae; * Morfologia: dsDNA envelopado; ~235kb; ~165 genes; * Ciclo viral: 1) Adesão do vírus a receptores da superfície celular; fusão do envelope com membrana celular; 2) nucleocapsídeo liberado no citoplasma e direcionado para o núcleo; - Replicação de DNA viral e síntese de capsídeo; - Encapsulação do DNA. 3) Formação de envelope a partir de RE e complexo de Golgi; 4) Exocitose. * Transmissão: contato com fluidos corporais; * Prevenção: manter boa higiene, usar camisinha, evitar compartilhamento de comida, bebida, seringas e outros objetos perfuro-cortantes. * Sintomas: fadiga, dor de garganta, inchaço dos gânglios linfáticos, febre, dor de cabeça, dores musculares. * Diagnóstico: exames de sangue e de cólon. * Tratamento: sem cura; medicações combinadas antirretrovirais. * Problematização: - Gravidez e HCMV: pode causar efeitos a curto e a longo prazo; importante realizar exames no pré-natal. - A curto prazo: pontos vermelhos na pele, convulsões, problemas no fígado, baço, olhos; - A longo prazo: perda de audição, problemas de visão e retardo mental. - Imunodeprimidos e HCMV: infecção oportunista - HIV+: HCMV como uma das principais infecções oportunistas; - Transplantados: em SOT e em transplantados de medula. - Em ambos os casos: sintomas graves (retinite e cegueira, sérios problemas no trato digestivo; encefalite, convulsões, pneumonia). Ebola * Taxonomia: Filoviridae * Morfologia viral: ssRNA-; ~19kb * Ciclo viral: 1) Adesão do virion a receptores da superfície celular; fusão do envelope com membrana celular; 2) Liberação do nucleocapsídeo no citoplasma; 3) RNApol viral transcreve os genes em mRNA >> tradução em ptns estruturais e não-estruturais; 4) Ptns estruturas e genoma se acumulam perto da membrana celular; virions brotam da cél, ganhando a membrana celular da cél hospedeira. * Transmissão: contato com animais e pessoas infectadas; fluidos corporais. - “Mais fácil a pessoa morrer que possibilitar contágio”: alta letalidade. * Prevenção: manter boa higiene, usar camisinha, evitar compartilhamento de coisas que contenham fluidos corporais. * Sintomas: sem sintomas específicos iniciais; - 1º estágio: febre, dor de cabeça, falta de apetite e conjuntivite; - 2º estágio: diarreia, náuseas e vômitos (pode ser com sangue); - 3º estágio: insuficiência hepática, renal, hemorragias, distúrbios cerebrais. * Diagnóstico: amostras de saliva e urina; ELISA (IgG e IgM); PCR e análise de anticorpos imunofluorescentes. * Tratamento: sem cura; uso de anticorpos monoclonais, esteroides e transfusões de sangue. * Problematização: - Armas biológicas: altíssima mortalidade (~90%), fácil cultivo e armazenamento; altamente resistente, mas com eficácia comprometida. Vírus T-linfotrópicos humanos (HTLV) * Taxonomia: Retroviridae * Morfologia viral: ssRNA-RT * Transmissão: vertical (de mãe/filho); contato sexual, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes contaminados e transfusão de sangue. * Prevenção: usar camisinha, evitar compartilhamento de agulhas e seringas. * Sintomas: geralmente sem sintomas; câncer, problemas musculares, artropatias, pneumonites e dermatites. * Diagnóstico: sorológico (ELISA, Immunoblot) * Tratamento: não definida. Parvovírus * Taxonomia: Parvoviridae * Morfologia viral: ssDNA, ~5kb * Transmissão: via respiratória * Prevenção: não definida. * Sintomas: febre, dor de cabeça, erupções cutâneas, “slapped cheek disease”, infecções crônicas em imunodeprimidos; aborto e anemia crônica ao feto * Diagnóstico: ELISA, Dot-Blot, PCR. * Tratamento: transfusão de sangue; imunoglobulinas. Rubéola * Taxonomia: Togaviridae * Morfologia viral: ssRNA+, envelopado * Transmissão: Contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. * Prevenção: vacina * Sintomas: dor de cabeça, dor ao engolir, dores no corpo (articulações e músculos), febre, coriza. * Diagnóstico: detecção de anticorpos IgG e IgM; ELISA; hemoaglutinação e imunofluorescência. * Tratamento: sem tratamento definido, apenas sintomatológico.