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DIREITO ADMINISTRATIVO 04 Os Atos Administrativos Introdução Noções Gerais Atos da Atividade Pública: Na atividade pública pode-se observar três categorias de atos: legislativos, judiciais e administrativos. Conceito: Ato produzido por agente credenciado da Administração que tem por efeito imediato a aquisição, o resguardo, a modificação, a transformação ou extinção de direitos em matéria administrativa. Ato administrativo é, pois, o ato jurídico editado pela Administração, em matéria administrativa, enquadrando situações jurídicas subjetivas, específicas individuais. Conceito (Celso Bandeira de Melo): Ato administrativo é o ato ou de quem lhe faça às vezes expedidas em nível inferior a lei a título de cumpri-la sob regime de Direito Público e sujeita a controle de legitimidade por órgão jurisdicional. Conceito (Maria Silvia Di Pietro): Ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o representa que produz efeitos jurídicos imediatos com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. Atos Administrativos Típicos e Atípicos: Atos administrativos típicos são os praticados pela administração no uso de seus poderes estatais. Atos administrativos atípicos (também chamados atos da administração) são os que não envolvem poderes estatais, ficando o poder público no mesmo nível das demais pessoas, como nos atos regidos pelo direito civil ou comercial, e não pelo direito administrativo. www.concursosjuridicos.com.br pág. 1 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Requisitos do Ato Administrativo Além dos requisitos gerais de todos os atos jurídicos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei, o ato administrativo típico tem os seguintes requisitos: 1) Competência: Para a prática do ato administrativo é necessário que o agente disponha de poder legal para praticá-lo, ou seja, de poder específico para suas funções, conferido em lei ou por esta previsto ou limitado. O ato administrativo praticado por autoridade incompetente será nulo, inválido. O sujeito é aquele que elabora o ato administrativo e a quem a lei lhe dá competência. Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixados pelo direito positivo. 2) Finalidade: Todo ato administrativo deve ter um fim, e um fim que atenda ao interesse público, ou seja um objetivo de interesse público. O desvio de finalidade, ou finalidade diversa da desejada pela lei, é uma espécie de abuso de poder. 3) Forma: Forma em sentido estrito é o revestimento exterior do ato ou modo pelo qual a declaração se exterioriza. Inclui todas as formalidades que devem ser observadas durante a exteriorização do ato (procedimento administrativo). 4) Motivo: O motivo ou causa, é a situação de direito ou de fato, que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. O motivo ou está previsto na lei, ou estará a critério do administrador. Mas este não pode praticar atos administrativos sem um motivo, sem uma causa. ! Teoria dos Motivos Determinantes: A teoria dos motivos determinantes funda-se na consideração de que os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Tais motivos é que determinam e justificam a realização do ato, e, por isso mesmo, deve haver perfeita correspondência entre eles e a realidade. 5) Objeto: Todo ato administrativo tem um objeto: criar, modificar, ou comprovar situações jurídicas referentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à sanção do Poder Público. Objeto, portanto, é o efeito que o ato administrativo produz ou deseja produzir. O objeto tem que ser lícito, possível e moral. Atributos do Ato Administrativo 1) Presunção de Legitimidade: Salvo prova em contrário, presumem-se legítimos os atos da administração e verdadeiros os fatos por ela alegados (presunção relativa ou juris tantum). www.concursosjuridicos.com.br pág. 2 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 2) Imperatividade: A administração pode impor unilateralmente as suas determinações, válidas, desde que dentro da legalidade. 3) Exigibilidade: O cumprimento das medidas administrativas pode ser exigido desde logo. 4) Auto-executoriedade: A administração pode executar diretamente seus atos e fazer cumprir determinações, sem precisar recorrer ao Judiciário, até com o uso de força, se necessário. Não em todos os casos, mas sempre que a auto-execução é autorizada por lei. Classificação dos Atos Administrativos 1) Quanto aos Destinatários: a) gerais: sem destinatários determinados (ex.: decretos); b) individuais ou especiais: dirigem-se a destinatários determinados (ex.: nomeação). 2) Quanto à Esfera de Ação: a) externos: efeito fora do âmbito das repartições (ex.: decretos); b) internos: efeito no âmbito das repartições (ex.: circulares). 3) Quanto à Edição: a) atos formais ou orgânicos: editados por excelência, pelo Poder Executivo; b) materiais: são os editados ou pelo Judiciário ou pelo Legislativo, agora não nas vestes de suas funções, mas naquilo que um e outro têm de "administrativo". 4) Atos de Império, de Gestão e de Expediente: a) atos de império: ou de autoridade, são todos aqueles que a Administração pratica, usando de sua supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento; b) atos de gestão: são os que a administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os administrados; c) atos de expediente: os que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente. 5) Atos Simples, Complexos ou Compostos: a) ato simples: o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado; b) ato complexo: que se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão administrativo; c) ato composto: que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro, para se tornar exequível. Exemplo: autorização que dependa de visto de uma autoridade superior. 6) Atos Auto-Executórios e Não Auto-Executórios: a) ato auto-executório: é aquele que traz em si a possibilidade de ser executado pela própria administração; www.concursosjuridicos.com.br pág. 3 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. b) ato não auto-executório: é o que depende de pronunciamento judicial para produção de seus efeitos finais. 7) Quanto à Eficácia: a) válido: quando preenche os requisitos de validade; b) nulo: contém vício insanável; c) inexistente: aparência de manifestação de vontade (ex.: usurpação da função pública, quando um indivíduo pratica atos passando-se por policial). " Os atos ainda poderão ser, quanto ao grau de liberdade da autoridade: arbitrários, vinculados e discricionários. O Poder Discricionário da Administração Obediência a Ordem Jurídica: Nos estados de direito, em que rege o princípio da legalidade, o Poder Público não pode agir como melhor entender, mas condicionado por normas que lhe ditam os meios de agir. O Estado impõe a ordem jurídica e ele mesmo se subordina a esta ordem jurídica. Arbítrio: Se o Estado ou o agente público procede de modo contrário ao sistema jurídico, está procedendo ilegalmente. É o que se denomina, então, poder arbitrário do agente público. Discrição: Se o agente administrativo opta por um caminho, dentre os vários apontados pelo legislador, ou seja, se escolhe a solução melhor para o Estado, temos, então, o poder discricionário. " Discricionariedade administrativa é, portanto, a possibilidade que tem o Poder Público de editar ou deixar de editar determinado ato conforme entenda este ato conveniente ou inconveniente para a Administração. Ato arbitrário: É o informado pela vontade pessoal e incontrastável do titular que o editou. É uma ação em desacordo com a norma jurídica de um determinado sistema; antijurídica. É passível de anulação pelo Poder Judiciário. Ato discricionário: É a cristalização, num caso concreto da possibilidade ou faculdade fornecida pela discricionariedade ou poder discricionário da Administração Pública. São praticados com liberdade de escolha, podendo agir ou não agir, de acordo com uma norma jurídica prévia (ex.: nomeação de Ministro). Ato vinculado: É o ato administrativo que se concretiza pela vontade condicionada da Administração. Esta é obrigada a manifestar-se positivamente, desde que se preencham, no caso, determinados requisitos fixados "a priori" pela lei. A autoridade edita-os sem liberdade de escolha, sendo definido pela lei. A lei define se o ato deve ser praticado, como deve ser praticado e quando deve ser praticado (ex.: licença para construir). www.concursosjuridicos.com.br pág. 4 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Espécies de Atos Administrativos Atos Normativos Noções Iniciais: Atos administrativos normativos são aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela Administração e pelos administrados. Esses atos expressam em minúcia o mandamento abstrato da lei, e o fazem com a mesma normatividade da regra legislativa, embora sejam manifestações tipicamente administrativas. A essa categoria pertencem os decretos regulamentares e os regimentos, bem como as resoluções, deliberações e portarias de conteúdo geral. Tais atos, conquanto normalmente estabeleçam regras gerais e abstratas de conduta, não são leis em sentido formal. São leis apenas em sentido material, vale dizer, provimentos executivos com conteúdo de lei, com matéria de lei. Esses atos, por serem gerais e abstratos, têm a mesma normatividade da lei e a ela se equiparam para fins de controle judicial, mas, quando, sob a aparência de norma, individualizam situações e impõem encargos específicos a administrados, são considerados de efeitos concretos e podem ser atacados e invalidados direta e imediatamente por via judicial comum, ou por mandado de segurança, se lesivos de direito individual líquido e certo. No Estado de São Paulo, as normas estatuídas para a elaboração de atos administrativos dispõem os atos administrativos de competência privativa: a) do Governador do Estado, o decreto; b) dos Secretários de Estado, a resolução; c) de órgãos colegiados, a deliberação; d) de diretores gerais e coordenadores; de diretores e autoridades do mesmo nível; de autoridades policiais; de dirigentes de autarquias, bem assim de outras autoridades administrativas, quando esta for a espécie de ato estabelecido em lei, a portaria. São os principais atos administrativos normativos: 1) Decretos: De competência privada dos chefes do Poder Executivo, são destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou implícito pela lei. Como ato administrativo o decreto é sempre inferior à lei e não pode contrariá-la. O decreto pode ser: independente, que dispõe sobre matéria ainda não regulada especificamente em lei, ou regulamentar, que visa a explicar a lei e facilitar a sua execução. 2) Regulamentos: São atos administrativos postos em vigência através de decretos, para especificar os mandamentos da lei, ou prover situações ainda não disciplinadas por lei. Não podem nem contrariar, nem ir além da lei. 3) Regimentos: São atos administrativos normativos de autuação interna, dado que se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. www.concursosjuridicos.com.br pág. 5 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 4) Resoluções: São os atos que visam a disciplinar o funcionamento de seus agentes. 5) Deliberações: Atos administrativos normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados. Atos Ordinatórios Noções Iniciais: Os atos ordinários visam a disciplinar o funcionamento da administração e a conduta funcional de seus agentes. 1) Instruções: São ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de determinado serviço público. 2) Circulares: São ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou agentes administrativos incumbidos de certo serviço, ou de desempenho de certas atribuições em circunstâncias especiais. 3) Avisos: Atos emanados dos Ministros de Estado, a respeito de assuntos afetos aos seus ministérios. 4) Portarias: São atos administrativos internos, pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços, expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores para funções e cargos secundários. Por portarias também se iniciam sindicâncias e processos administrativos. 5) Ordens de Serviço: São determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos, contendo imposições de caráter administrativo. 6) Ofícios: São comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores, e entre Administração e particulares em caráter oficial. 7) Despachos: São decisões administrativas, das autoridades executivas (ou legislativas ou judiciárias, mas em funções administrativas), em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação. Atos Negociais Noções Iniciais: São praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente com a pretensão do particular, visando à concretização de negócios jurídicos públicos, ou à atribuição de certos direitos ou vantagem ao interessado. www.concursosjuridicos.com.br pág. 6 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 1) Licença: É o ato vinculado e definitivo, pelo qual o Poder Público, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividade. 2) Autorização: Ato que torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou a utilização de determinado bem. 3) Permissão: Ato pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos. 4) Aprovação: Ato pelo qual o Poder Público aprova a legalidade ou mérito de órgão público ou entidade particular. 5) Admissão: Ato pelo qual o Poder Público defere ao particular determinada situação jurídica de seu interesse. 6) Visto: Ato pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria Administração ou do administrado aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe exeqüibilidade. 7) Homologação: Ato pelo qual o Poder Público confere eficácia a outro ato anterior da própria Administração ou de entidade diversa. 8) Dispensa: Ato que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então exigida por lei. 9) Renúncia: Extinção de um crédito ou direito próprio, liberando a pessoa obrigada perante a Administração. 10) Protocolo Administrativo: Ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração e do administrado signatário do instrumento protocolar. Atos Enunciativos Noções Iniciais: São atos que enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da Administração. São também chamados de atos de pronúncia. Por tais atos a Administração certifica ou atesta um fato, emitindo uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. www.concursosjuridicos.com.br pág. 7 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 1) Certidões Administrativas: São cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas. É obrigatória a expedição (prazo usual de 15 dias, Lei 9.051/95). 2) Atestados: São atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação, de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes. 3) Pareceres: São manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua consideração. Tem missão meramente opinativa. Os pareceres podem ser normativos (aprovado é convertido em norma de procedimento interno) ou técnicos (provém de órgão especializado e não pode ser contrariado por leigo ou superior hierárquico). 4) Apostilas: Atos enunciativos de situação ou direito. Não declara, reconhece. Atos Punitivos Noções Iniciais: São atos que contém uma sanção imposta pela Administração àqueles que infrigem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Não podem ser confundidas com sanção civil decorrente de não cumprimento de contrato administrativo. Os atos punitivos podem ser: a) internos: funcionários (exercício do poder discricionário); b) externos: administrados (exercício do poder vinculado). 1) Multas: É toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a título de compensação do dano presumido pela infração. Há multas administrativas e multas fiscais, não se confundindo ambas com as multas criminais. 2) Destruição de Coisas: É ato sumário da Administração, pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo, ou de uso proibido por lei. 3) Interdição de Atividade: É o ato pelo qual a Administração veda a alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle, ou que incidam sobre seus bens. 4) Afastamentos de Cargo ou Função: É ato pelo qual a Administração faz cessar o exercício de seus servidores, ou a título provisório, ou a título definitivo. www.concursosjuridicos.com.br pág. 8 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. A Invalidação dos Atos Administrativos Os Vícios dos Atos Administrativos Noções Iniciais: Os vícios dos atos administrativos são referentes aos seus elementos. Segundo o Código Civil (arts. 145 a 147) há três elementos do ato civil: sujeito, objeto e forma. No Direito Administrativo, existem cinco elementos do ato administrativo: a) sujeito; b) objeto; c) forma; d) motivo; e) finalidade. 1) Sujeito: Podem ser relativos: a) incompetência: . usurpação de função (art. 328 do CP), excesso de poder, função de fato; b) incapacidade. 2) Objeto: Quando o objeto for ilícito, impossível ou imoral. 3) Forma: Quando a lei exigir determinada forma e ela não for executada. Quando determinada finalidade só poder ser alcançada sob forma prevista na lei. 4) Motivo: Pressuposto de fato e direito que fundamenta o ato administrativo. Vícios: a) motivo inexistente; b) motivo falso. 5) Finalidade: Vício: quando pretender alcançar finalidade distinta daquela prevista implícita ou explicitamente na lei. Conseqüências Decorrente dos Vícios Hely Lopes Meirelles: Para Hely Lopes Meirelles os atos podem ser: a) atos válidos; b) atos nulos (inexistentes). www.concursosjuridicos.com.br pág. 9 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Celso Bandeira de Mello: Segundo este professor, a validade do ato jurídico reside na possibilidade ou não de canalizar-se o vício do ato. a) atos nulos (assim declarados pela lei): quando não for possível reproduzir o conteúdo do ato sem reproduzir o vício (modo, objeto, finalidade); b) atos anuláveis (assim declarados pela lei): quando for possível reproduzir o ato sem reproduzir o vício (sujeito incompetente, vício de validade, defeito de formalidade). Maria Sylvia di Pietro: Para Maria Sylvia di Pietro, se o ato for convalidável ou sanável eles são atos anuláveis; porém se o ato for não convalidável ou sanável os atos são nulos. ! Convalidação / Saneamento: É o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal com efeito retroativo. É um ato discricionário. Não Há Convalidação Possibilidade de Convalidação Atos de má fé ou que trazem prejuízos a terceiros. a) relativo ao sujeito (incompetência): em regra sim, mas há exceções; b) forma: é possível, mas há exceções; c) motivo: não é possível; d) finalidade: não é possível; e) objeto: não é possível. Validade e Invalidade Para o controle dos atos administrativos há dois caminhos: a) interno: através da própria Administração Pública; b) externo: através do Judiciário. O judiciário tem um poder de atuação mais restrito, pois não pode jamais adentrar a conveniência e a oportunidade do ato (seu mérito), devendo limitar-se ao exame da sua legalidade. À administração poderá revogar ou anular seus próprios atos, ao passo que o judiciário poderá somente anulá-los. Revogação e Anulação Revogação: Revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela Administração e somente por ela, por não mais lhe convir a existência do ato. Tem efeito a partir da data dela, ou seja ex nunc. A revogação é um poder que tem a administração, para rever a sua atividade interna e melhor adequá-la na busca de seus fins específicos. É um poder discricionário da Administração Pública. Somente pode ser revogado o ato existente, portanto, legal e perfeito. O ato ilegal ou imperfeito não serão revogados, mas sim anulados. Revogado será o ato que a Administração julgar não ser mais conveniente ao interesse público. www.concursosjuridicos.com.br pág. 10 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Anulação: A anulação é a invalidação de um ato jurídico administrativo, por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade. Difere-se da revogação, que se funda em motivos de conveniência ou de oportunidade. O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo não se restringe somente à violação frontal da lei, abrangendo também o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou por não observância dos princípios gerais do Direito. A anulação tem efeito desde o cometimento do ato ilegal. Volta, pois, no tempo, é ex tunc. A anulação do ato pode ser realizada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. www.concursosjuridicos.com.br pág. 11 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Questões de Concursos 01 - (Ministério Público/SP 82) Leia as afirmações a seguir, a respeito dos atos administrativos. I. A desapropriação é um ato de império. II. Os atos ordinatórios disciplinam o funcionamento da administração e a conduta funcional de seus agentes. III. Nos atos vinculados, o administrador está sujeito aos termos da lei, apenas quanto à finalidade do ato. IV. Nos atos de gestão, a administração usa soberania e exerce seu poder de coerção. Pode-se dizer que ( ) a) apenas as afirmações I e II estão corretas. ( ) b) apenas as afirmações II e IV estão corretas. ( ) c) apenas a afirmações I está correta. ( ) d) apenas a afirmação III está correta. ( ) e) todas as afirmações estão incorretas. 02 - (Magistratura/RS 2000) O ato administrativo, como manifestação de vontade da Administração Pública, admite invalidação. Neste contexto, considere as assertivas abaixo. I O Poder Judiciário pode revogar o ato administrativo eivado de ilegalidade, cujo efeitos, no entanto, só cessarão após a revogação do ato. II A revogação do ato administrativo, por caracterizar típico exercício de conveniência e oportunidade administrativa, é atributo exclusivo da Administração Pública. III A nulidade do ato administrativo pode ser declarada tanto pela Administração Pública como pelo Poder Judiciário, e os efeitos dessa nulidade retroagem à data em que o ato ilícito foi editado. Quais são corretas? ( ) a) Apenas I ( ) b) Apenas II ( ) c) Apenas III ( ) d) Apenas II e III ( ) e) I, II e III 03 - (Ministério Público/SP 81) Pertencem à espécie dos denominados atos administrativos enunciativos: ( ) a) certidões, portarias e circulares. ( ) b) certidões, vistos e resoluções. ( ) c) certidões, homologações e apostilas. ( ) d) certidões, protocolos e avisos. ( ) e) certidões, atestados e apostilas. www.concursosjuridicos.com.br pág. 12 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 04 - (Ministério Público/SP 82) Ato administrativo negocial, discricionário e precário, por meio do qual a administração possibilita ao particular a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso especial de bens públicos. Trata-se de ( ) a) aprovação. ( ) b) licença. ( ) c) homologação. ( ) d) permissão. ( ) e) admissão. www.concursosjuridicos.com.br pág. 13 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Gabarito 01.A 02.D 03.E 04.D Bibliografia • Direito Administrativo Brasileiro Hely Lopes Meirelles www.concursosjuridicos.com.br pág. 14 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico.