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* * LEI PENAL NO ESPAÇO (arts. 5º ao 9º do CPB) Art. 5º CP – Territorialidade Princípio da territorialidade – a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. Princípio da territorialidade absoluta – só a lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos no território nacional. Princípio da territorialidade temperada – a lei penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime cometido no território nacional. Excepcionalmente, porém, a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções internacionais. Obs. O nosso código penal adota o principio da territorialidade temperada, de modo que crimes cometidos no Brasil por nacional, estrangeiro ou apátrida, estarão sujeito à lei penal brasileira, salvo quando normas de direito internacional dispuserem em sentido contrário. * * Território material ou jurídico: Material - é o espaço geográfico delimitado por fronteiras; jurídico – abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania. Componentes do território: solo ocupado pela corporação política, com limites reconhecidos; rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos; mar territorial até a faixa de 12 milhas marítimas de largura e espaço aéreo correspondente. (Lei nº 8.617 de 04-01-1993) * * Extensão do território nacional: NAVIOS BRASILEIROS Públicos – são extensão do território brasileiro onde quer que se encontre (art. 5º, §1º, 1ª parte) Ex. Navios de guerra, em serviço militar, ou em serviço oficial. Privados – em mar territorial estrangeiro estão sujeitos à lei do país correspondente; quando em alto mar segue a lei da bandeira que ostentam (não há domínio em alto mar); quando em mar territorial brasileiro, a lei brasileira é aplicável (art. 5º, §1º, 2ª parte CP). Ex. Mercantes ou de propriedade privada. * * AERONAVES BRASILEIRAS Teoria da absoluta soberania do país subjacente: adotada pelo nosso código, segundo a qual cada Estado tem domínio pleno sobre o espaço aéreo sobre seu território jurídico e material. Públicas – são extensão do território brasileiro onde quer que se encontre (art. 5º, §1º, 1ª parte) Privadas – em vôo no espaço aéreo correspondente ao território material ou jurídico, ou em alto-mar, a lei brasileira é aplicável (art. 5º, §1º, 2ª parte CP). * * Hipóteses de não incidência da lei penal a fatos cometidos no Brasil: 1ª) Imunidades diplomáticas – o diplomata é dotado de inviolabilidade pessoal, não podendo ser preso, nem submetido a qualquer procedimento ou processo sem autorização de seu país. Os entes abrangidos pela imunidade diplomática estão previstos na Convenção de Viena - Decreto legislativo nº 103/64 E Convenção Internacional de Havana – Código de Bustamante. 2º) Imunidades parlamentares – com nova redação dada pela EC nº 35 de 21/12/2001 que alterou o art. 53 da CF/88, os deputados e senadores gozam de imunidade material: penal e formal: processual. Imunidade penal - prevista no art. 53, “caput” da CF/88. Imunidade processual – prevista no art. 53, §3º CF/88, serão processados perante o STF. 3º) Inviolabilidade do advogado – é chamada imunidade judiciária, tem imunidade profissional (art. 7º, §2º da Lei 8.906/94). * * ART. 6º CP – LUGAR DO CRIME O nosso código adota a teoria mista ou da ubiqüidade na qual o lugar será tanto o da ação ou omissão, quanto o do resultado. Iter criminis (fases do crime): 1ª) cogitação (não punível); 2ª) preparação (não punível); 3ª) execução (punível); 4ª) consumação (punível). * * Crimes à distância – denomina-se assim pelo fato criminoso ter iniciado em um país (ação ou omissão) e o resultado se produz em outro. Ex. Crime de estelionato praticado no Brasil e consumado na Argentina (ou vice-versa). Crimes plurilocal – será determinada de acordo com o art. 70 do CPP, prevalecendo o lugar do resultado. Por força do princípio processual da verdade real, poderá ser o lugar da ação ou omissão; Lugares diferentes em países diversos – aplica-se a lei penal de acordo com art. 70 CPP, basta que uma porção da conduta criminosa punível tenha sido realizada no território brasileiro; * * Art. 7º - EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL da nacionalidade ativa – aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete crime no estrangeiro, independente da nacionalidade do sujeito passivo (art. 7º, II, “b”); da nacionalidade passiva – aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º); da justiça penal universal – o poder de punir de cada Estado soberano qualquer crime dentro do seu território, seja qual for a nacionalidade do criminoso ou da vítima, ou o local de sua prática (art. 7º, I , “d” e II “a”); da representação – a lei penal é também aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no estrangeiro e aí não venham a ser julgados (art. 7º, II “c”); real, da defesa ou proteção – leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, independente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo (art. 7º, I e §3º). * * ESPÉCIES DE EXTRATERRITORIALIDADE: INCONDICIONADA (art. 7º, I) – aplica-se a lei penal nacional sem se subordinar a qualquer condição para atingir um crime cometido fora do território nacional. CONDICIONADA (art. 7º, II e § 3º) - a lei penal brasileira é aplicada desde que reunidas as condições elencadas nas alíneas dos §§2º e 3º. OBS. Extradição: consiste na entrega de uma pessoa acusada ou condenada por um ou mais crimes ao país interessado em sua punição. Princípio da não extradição de nacionais: art. 5º, LI da CF/88. * * Art. 8º - PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO Atendendo a regra do non bis in idem e non bis poena in idem, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, caso de atenuante inominada do art. 66 do CP. Ex. privativa de liberdade (EUA) e privativa de liberdade (BR); * * Art. 9º - EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA Nenhuma sentença emanada de jurisdição estrangeira tem eficácia num Estado sem o seu consentimento. O Direito Penal é essencialmente territorial. A sentença estrangeira deve ser homologada para ter eficácia na execução no território nacional. Competência: compete ao STJ – Superior Tribunal de Justiça a homologação da sentença estrangeira, nos termos do art. 105, I, “i” CF/88. * * PRAZO PENAL Art. 10 CP O prazo penal é o que deve ser aplicado para institutos de natureza penal como a Prescrição e a Decadência. No prazo penal o dia do começo é incluído. O prazo penal pode começar ou acabar em dia que não seja útil. No prazo processual (diferente do penal), exclui-se o 1o dia e conta-se o último, a contagem se dá a partir do 1o dia útil seguinte. CONTAGEM DE PRAZO DE CUMPRIMENTO DE PENA Conta-se o primeiro dia, mesmo que seja o acusado preso 23:59. Computa-se o dia do início e exclui-se o do término. Solta-se na meia-noite do penúltimo dia. * * Exemplo: foi preso no dia 06/03/2011 e foi condenado a pena de: 01 ano, 02 meses e 03 dias. Soma-se primeiros anos: 1 ano, depois soma-se os meses: 3 meses. Somam-se os dias: – exclui-se o dia do término. Resultado: 08/05/2012 * * Art. 11 – FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA Na pena privativa de liberdade deve-se desprezar as frações de dia (as horas), assim se a pena começou a ser cumprida às 22:00 h do dia, considera-se o dia inteiro. Na pena de multa deve-se desprezar as frações de real, que são os centavos. * * Art. 12 - LEGISLAÇÃO ESPECIAL Dispõe sobre o princípio da especialidade: as regras gerais do código se estende às demais normas penais em leis esparsas, mas a própria Lei, pelo critério de especialidade, poderá dispor de forma diferente para os crimes da parte especial. Ex.: o art. 4O da Lei de contravenções penais diz que não há tentativa de contravenção penal.