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CARBOIDRATOS (Parte 1) BROMATOLOGIA ANIMAL Prof. Adj. José Laerte Nörnberg DTCA-NIDAL/CCR/UFSM Carboidratos I. Introdução A. Contém somente 3 elementos químicos 1. Carbono 2. Hidrogênio 3. Oxigênio B. C:H:O na proporção de 1:2:1 1. Glicose = C6H12O6 C. Principal fonte energética da alimentação animal 1. Amido (concentrados) ou Celulose (volumosos) D. Correspondem de 60-80% da dieta E. Animais <1% CHO (glicogênio) 1. Não há armazenamento de CHO Carboidratos F. Fontes principais: a. Açúcares simples– glicose, frutose b. Amido – polímero de unidades de glicose c. Celulose – polímero de unidades de glicose d. Sacarose – glicose + frutose e. Lactose – glicose + galactose G. Fotossíntese é responsável pela produção de CHO nas plantas 6 CO2 + 6 H2O + Energia (686 kcal -Solar) C6H12O6 + O2 Carboidratos II. Classificação dos CHOs A. Número de átomos de carbono por molécula de CHO 1. Trioses – 3 átomos de carbono (C3H6O3) 2. Tetroses – 4 carbonos (C4H8O4) 3. Pentoses – 5 carbonos (C5H10O5) 4. Hexoses – 6 carbonos (C6H12O6) 5. Heptoses – 7 carbonos (C7H14O7) B. Número de moléculas 1. Monossacarídeos – 1 molécula 2. Dissacarídeos – 2 moléculas 3. Trissacarídeos – 3 moléculas 4. Oligossacarídeos – 3-10 moléculas 5. Polissacarídeos - > 10 moléculas Monossacarídeos C. Monossacarídeos 1. Formas mais simples 2. Formados por 3 a 7 carbonos 3.Mais comuns: glicose, galactose, manose, xilose, arabinose, frutose, ramnose, ác. glicurônico, ác. galacturônico Monossacarídeos C. Monossacarídeos 1. Trioses – 3 carbonos a. Gliceraldeído (aldose) 3 C, 6 H, 3O2 b. Dihidroxiacetona (cetose) 3 C, 6 H, 2 O2 Metabólitos intermediários importantes no metabolismo da glicose H H H C C C H O OH OH H H H H C C C H OH O H 2. Pentoses a. Monossacarídeo com 5 átomos de carbono b. Frutas c. Exemplos 1. Ribose » Componente de ATP, ADP, AMP, RNA Monossacarídeos 2. Pentose (cont…) 2. Xilose 1. 5 carbonos 2. Encontrado em plantas lenhosas 3. Fenos, palhas, cascas, espigas de milho 4. Componente da hemicelulose 3. Arabinose 1. Encontrada em plantas ricas em gomas 2. Componente da hemicelulose Monossacarídeos 3. Hexoses a. Açúcares com 6 carbonos 1. α - D- Glicose a. Principal fonte de energia da maioria dos não-ruminantes b. Polímeros de glicose bem digeridos pelos animais (amido) alfa Monossacarídeos Monossacarídeos 2. β – D – glucose a. Composição idêntica a alfa – D – glucose b. Polímero = celulose beta Monossacarídeos OH3. β – D – galactose a. Açúcar do leite b. Constituínte da lactose 4. β – D - frutose a. Açúcar nas frutas, melaço e mel b. Componente da sacarose c. Mais doce de todos CHOs Dissacarídeos D. Dissacarídeos 1. Dois monossacarídeos ligados 2. Quando forma-se a ligação: libera H2O Dissacarídeos II. Dissacarídeos comuns A. Sacarose 1. . 2. Uma α-D-glucose + β-D-fructose 3. Comumente chamada de açúcar 4. Rapidamente e facilmente digerida 5. Serve como fonte imediata de energia 6. Presente em: beterraba açúcareira, cana de açúcar, melaço 7. Sacarase – produzida no intestino sacarose Dissacarídeos B. Lactose 1. . 2. β -D-Galactose + β -D-Glucose 3. Unida por ligação β-1,4 4. Açúcar do leite 5. Fácil digestão, exceto por aves 6. Leite é a base das dietas de mamíferos jovens 7. Lactase – produzida no intestino lactose Dissacarídeos C. Maltose 1. . 2. α -D-Glucose + α -D-Glucose 3. Unidas por ligação alfa 1,4 4. Derivada da digestão do amido 5. Maltase – produzida no intestino maltose Dissacarídeos D. Celobiose 1. . 2. β -D-Glucose + β -D-Glucose 3. Ligação é β-1, 4 4. Mamíferos não produzem enzima para hidrólise 5. Necessário ação de enzimas dos MO 6. Ligação da molécula de celulose celobiose Carboidratos III. Oligossacarídeos a. De 2 a 10 monômeros b. Ocorrem naturalmente ou resultam de hidrólise c. Muitos são solúveis em água e fluídos biológicos d. Muitos são indigestíveis pelos animais mas degradáveis pela microbiota do TGI e. Ação Prebiótica f. Flatulência: rafinose e estaquiose Carboidratos IV. Polissacarídeos a. Peso molecular relativamente elevado (+ de 10 monômeros) b. Classificação: – Homo ou Heterossacarídeos – Não estruturais e Estruturais c. Não estruturais – Amido – Inulina d. Estruturais – Celulose – Hemicelulose (xilanas, ß–glicanas, xiloglicanas, mananas) – Substâncias pécticas (ác.galacturônico e ramnose) Polissacarídeos 1. Amido a. Principal reserva de energia das plantas b. Presente em grãos de cereais, tubérculos, etc… c. Boa fonte de glicose d. Formas do amido 1. Amilose 2. Amilopectina 1. Amilose a. 25-30% do amido está nesta forma b. Solúvel em H2O quente c. Cadeia de α-D-glicose com α-1,4-ligações d. Hidrolizada pela amilase Amido Amido 2. Amilopectina a. 70-75% do amido existe nesta forma b. Insolúvel em H2O c. Cadeia linear de glicose com α– 1, 4 – ligações d. Também, cadeia ramificada com α– 1, 6 – ligações e. Ambas ligações podem ser digeridas por enzimas produzidas pelos animais G - G - G - G - G - G - G - G - G - G - G G - G - G - G - G - G - G - G - G - G - G Amilose α 1,6α 1,4 Amilopectina Polissacarídeos 3. Glicogênio a. Forma de reserva de glicose no corpo b. Semelhante a amilopectina c. Encontrado no fígado e músculos d. Solúvel em H2O e. Baixa reserva de CHO – esgotamento rápido Polissacarídeos 4. Celulose a. Principal CHO presente nas plantas • Composto orgânico mais abundante na natureza celulose Polissacarídeos 4. Celulose (cont…) 1. Principal componente estrutural da parede celular das plantas • Forma esqueleto das plantas • Fibra ou porção dura de talos, folhas e raízes 2. Composta de unidades de glicose com ligações beta 1,4 3. Mamíferos não produzem enzimas para hidrólise 4. Somente enzimas de microrganismos (celulase) podem digerir G - G - G - G - G - G - G - G - G - G - G Beta 1,4 lingações 4. Lignina 1. Não é um carboidrato 2. Encontra-se associada com os CHO’s nas plantas 3. Indigestível por animais e maioria dos microrganismos 4. Conteúdo nas plantas aumenta com a maturidade 5. Com o aumento de lignina- digestibilidade diminui Polissacarídeos [ L i g n i n a ] [Lignina] D i g e s t i b i l i d a d e , % α -D-glicoseFrutose α-D-glicose Galactose β-D-glicose β-D-glicose Sacarose Maltose Lactose Celobiose Maltose(n) Celobiose(n) Amilose Celulose Amilopectina Isomaltose(n) (α-dextrina limite) Isomaltose α 1,6 G - G - G - G - G - G - G - G - G - G - G G - G - G - G - G - G - G - G - G - G - G Maltose Isomaltose(α-dextrina limite) Carboidratos - Digestão Não – Ruminantes A. Bôca 1. Mastigação 2. Saliva 3. Amilase salivar 1. α-1, 4 ligações a. Hidrólise parcial Carboidratos - Digestão A. Estômago 1. Baixo pH – desnatura amilase 2. Acidez e umidade ajuda a romper ligações de H 3. Não há enzimas para hidrólise de CHOs B. Intestino 1. Duodeno (lúmen) a. Pâncreas 1. Suco pancreático – NaHCO3 2. Presença de CHOs no lúmen estimula liberação da amilase pancreática Carboidratos - Digestão b) Ação da Amilase 1. Hidroliza ligações α -1,4 Amilose Maltose Amilopectina Maltose + isomaltose (dextrina) 2. Hidrólise do amido resulta: a. Maltose b. Isomaltose (dextrina) c. Glicose Carboidratos - Digestão 3. CHOs não hidrolizados por amilase: a. Celulose b. Hemicelulose c. Lactose d. Sacarose e. Maltose Carboidratos - Digestão 2. Células da mucosa duodenal – Completam a digestão dos CHOs a. Responsáveis pela hidrólise final dos CHOs b. Enzimas produzidas nas células da mucosa duodenal c. Enzimas : – Lactose Glucose + Galactose – Sacarose Glucose + Frutose – Maltose Glucose + Glucose – Isomaltose Glucose + Glucose Lactase Sacarase Maltase Isomaltase Carboidratos - Digestão 3. Jejuno e íleo a.Diminui a hidrólise b.Absorção 4. Ceco e Cólon a. Resíduos da digestão a.Fibra b. CHO solúveis (ENN-SDN) indigeridos b. Fermentação c. Absorção de água e de AGV’s Carboidratos - Digestão D. Absorção dos CHOs 1. Intestino - borda em escôva a. Difusão passiva – Alto para baixo [C] gradiente – Sem gasto energético b. Transporte ativo – Ocorre somente com monossacarídeos – Acoplado com transporte de Na para fora da célula – Competição entre açúcares pelo sistema de transporte Carboidratos - Digestão 2. Taxa relativa de absorção a. Transporte ativo • Galactose >> glucose 2. Difusão passiva • Frutose >> manose >> xilose >> arabinose Sacarose Frutose Glicose F + G G + Na G Na G Na Glicose Na ATP ADP Na SacaraseDuodeno Lúmen Borda em escôva Membrana celular Frutose Difusão Passiva Transporte Ativo Citoplasma a. Alta [C] de glicose b. Baixa [C] de Na Citoplasma Digestão no Rúmen A. Primeira etapa na digestão dos CHO’s Amido Celulose Hemicelulose Mono e Di- Pentoses sacarídeos GLiCOSE MOs Digestão no Rúmen B. Fermentação 1. Amido e Celulose C6H1206 2. C6H1206 AGVs + CO2 + CH4 MOs Celulase Amilase MOs Digestão: Ruminantes C. Digestão no intestino delgado 1. Similar aos não-ruminantes 2. CHOs - Digestão Amido Maltose glicose Sacarose glicose + frutose Lactose glucose + galactose Amilase Maltase Sacarase Lactase MO Amilase Celulase MO D. Fermentação no IG 1. Similar ao rúmen 2. CHOs não digeridos Amido/celulose Glicose AGV's CHO - Digestão nos Eqüinos A. Combinação de não-ruminante e ruminante B. Intestino delgado 1. Amilase 2. Sacarase, lactase, maltase, isomaltase C. Fermentação no Intestino Grosso 1. Similar a fermentação ruminal amido/celulose Glicose AGV’s MO Amilase Celulase MO Amilopectina Amilase Isomaltase Amilose Celulose Amilase MOs Celulase LactoseSacarose Glicose Galactose GlicoseFrutose Glicose Glicose Maltose LactaseSacarase Maltase CHO - Metabolismo A. Definição: soma dos processos e alterações químicas nas células pelos quais a energia é utilizada para os processos vitais. B. Digestão Absorção Metabolismo C. CHOs: Metabolismo CHO - Metabolismo D. Metabolismo dos CHOs fornece: 1. Fonte de energia a) Oxidação da glicose produz ATP – ATP = Adenosina Trifosfato – Fornece combustível metabólico b) Calor c) Células vermelhas e o cerébro usam exclusivamente glicose 2. Reserva imediata de energia – curta duração a) Glicogênio 3. Reserva de energia a) CHOs servem como precursores de ácidos graxos (gordura) 4. Precursor de amino ácidos a) Amino grupos somados a esqueleto de C (CHOs) CHOs - Metabolismo II. Sistemas 1. Glicólise a) Anaeróbico – sem O2 b) Ocorre no citoplasma – todas as enzimas devem estar presentes no citosol 2. Ciclo de Krebs (TCA) a) Aeróbico – necessita de O2 b) Ocorre na mitocôndria 3. Fosforilação Oxidativa a) Aeróbica – necessita de O2 b) Ocorre na mitocôndria CHOs - Metabolismo • Propósito desses ciclos: – Oxidar glicose e gerar ATP e outros compostos metabolicamente ativos para o metabolismo do animal. Combustível Metabólico Gerar Metabolismo dos AGV’s 1. AGV’s – Principal fonte de energia; pouca glicose absorvida – Usados como fonte de energia 2. Absorção dos AGV’s – Principalm. na parede do rúmen – difusão passiva – Muito rápida, entra rapidamente na circulação – Alimentação – aumenta AGV’s dentro de minutos Síntese de AGV’s porMO no Rúmen M i c r o b i o t a Glicose Piruvato 2 ATP, 2 NADH Lactato 2 2 PropionatoPropionato (3C)(3C) 4 NADH 4 NAD Acetil CoA 1 1 ButiratoButirato (4C)(4C) 2 NADH 2 NAD + CO2 2 2 AcetatoAcetato (2C)(2C) CO2 + CH4 2 NADH 2 NAD Parede do Rúmen Sangue Glicose Celobiose Maltose Celulase A m i l a s e Metabolismo dos AGV’s pelo ANIMAL 1. Acetato – Entra no Ciclo de Krebs via Acetil-CoA – Substrato para a síntese de gordura na glândula mamária 2. Butirato – Convertido a corpos cetônicos e após a Acetil-CoA – Substrato para a síntese de gordura na glândula mamária 3. Propionato – Entra no Ciclo de Krebs via Succinil-CoA – Também é convertido a piruvato e volta a glicose – Principal fonte de glicose dos ruminantes CHOs - Metabolismo Níveis médios normais de glicose no sangue Espécie Sangue (mg/dL) Não- Ruminantes 70-120 Bovinos 40-60 Aves 120 Homem 80-120 Répteis 20 CHOs - Metabolismo Regulação do nível de glicose no sangue - Níveis de glicose no sangue são altamente regulados em mamíferos - Fígado e pâncreas controlam os níveis de glicose 1) Insulina do pâncreas • Aumenta as reservas ou a captação de glicose pelas células • Estimula a formação de glicogênio pelo fígado 2) Glucagon do pâncreas • Aumenta a conversão de glicogênio a glicose • Estimula a conversão de amino ácidos a glicose 3) Glicocorticóides – aumenta glicose no sangue 4) Epinefrina – aumenta glicose no sangue Glicogênio no músculo e fígado • Músculo: 0,5 – 1 % do peso é glicogênio • Fígado: 20 % do peso é glicogênio Glicogênese “Fabricação de glicogênio” 1. Músculo e Fígado 2. Ocorre imediatamente após a refeição 3. Hormônio envolvido: insulina Glicogenólise “Hidrólise do glicogênio” 1. Glucagon – aumenta a glicogenólise, aumenta a glicose no sangue Gliconeogênese “Fabricação de glicose” a partir de fontes não glicídicas (não – CHOs) 1. Fígado e Rins 2. Essencialmente o reverso da glicólise 3. Muito importante nos ruminantes – Muito pouca glicose absorvida – Propionato é convertido a glicose