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Sistemas Biológicos 43 pode ser utilizada, por exemplo, para banho, como é o caso da água do mar que, dependendo da quantidade de poluentes e bactérias (coliformes fecais) pode ser considerada inadequada ou “imprópria para banho”. Esse recurso natural está se tornando escasso e sua disponibilidade já é uma das grandes preocupações econômica e social. Em países desenvol- vidos, 90% de toda água residual (que foi utilizada em atividades humanas) ainda é despejada em rios e lagos sem qualquer tipo de tratamento. Os 50 países que contêm mais de ¹/3 da população mundial sofrem de estresse hídrico, e muitos deles já utilizam mais água do que pode ser reposta naturalmente pelo seu ciclo contínuo. O comprometimento dos recursos hídri- cos afeta fontes de água superficiais e até subterrâneas. O ser humano utiliza água para diversos propósitos e esse uso nem sempre é feito de forma racional, o que gera desperdício. Entre essas ativida- des, podemos citar: agricultura, higiene, para beber, usos químicos e indus- triais, fluido para aquecimento ou resfriamento, para recreação, preparo de alimentos etc. 3. Macromoléculas energéticas, estruturais, metabóli- cas e informacionais 3.1. Carboidratos Carboidratos são compostos orgânicos com fórmula geral Cn(H2O)n, contendo apenas átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), com proporção de 2 H:1 O. Portanto, são hidratos de carbono, daí a denominação carboidratos – termo bioquímico comum, sinônimo de sacarídeo, que deriva da palavra grega “sákcharon”, que significa açúcar. Os carboidratos podem ser classificados conforme a extensão de ca- deia carbônica em quatro grupos químicos: monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos e dissacarídeos são os carboidratos que apresentam menor peso molecular e são comumen- te chamados de açúcares. A nomenclatura científica oficial dos carboidratos é complexa. Porém, os nomes de monossacarídeos e dissacarídeos são, fre- quentemente, formados pela adição do sufixo -ose. Por exemplo, o açúcar que circula no sangue e é utilizado como fonte principal de energia para o me- tabolismo celular é o monossacarídeo glicose; já o açúcar que utilizamos na culinária para adoçar bebidas e outros alimentos é o dissacarídeo sacarose, e o açúcar do leite é o dissacarídeo lactose. Nos organismos vivos, muitos papéis importantes são desempenhados pelos carboidratos. A reserva energética dos animais e plantas, por exemplo, pode ser formada por polissacarídeos, respectivamente, glicogênio e amido. Evaporação: Fenômeno no qual átomos ou moléculas no estado líquido (ou sólido, se a substância sublima) ganham energia suficiente para passar ao estado vapor. Precipitação: Formação de um sólido durante a reação química. O sólido formado na reação química é chamado de precipitado. Isso pode ocorrer quando a substância é insolúvel. Transferência de água: Fluxo que ocorre entre os corpos de águas superficiais e subterrâneas. Ex: a nascente de um rio. Alcalinizar: Ato ou efeito de tornar alcalino; elevação do pH de uma solução. Filtração: Separação de um sólido, de um líquido ou fluido em que está suspenso, pela passagem do líquido ou fluido através de um meio poroso capaz de reter as partículas sólidas Destilação: Operação de separar, por meio de calor, os elementos voláteis dos elementos fixos de uma substância: destilação da água. Leitão, A. M. F.; Vilar, J. L.; Almeida R. de.44 Também podemos encontrar polissacarídeos como composto celular das plantas (a celulose) e do exoesqueleto dos artrópodes (a quitina). Um monos- sacarídeo de cinco carbonos chamado ribose é um componente essencial de moléculas que participam do metabolismo como ATP, FAD e NAD, bem como forma o esqueleto molecular do RNA, que é uma das moléculas responsáveis pela informação genética. Quando da ribose é retirado o oxigênio de uma hidroxila (-OH), ela se transforma em desoxirribose, que é o açúcar que serve de base para a composição do DNA. Veremos mais detalhes sobre esse as- sunto no tópico 3.4 desta unidade. Carboidratos e seus derivados correspondem a muitas outras biomo- léculas que desempenham papéis fundamentais no sistema imunológico, na fertilização, na patogênese, na coagulação sanguínea e no desenvolvimento do organismo como um todo. Na linguagem coloquial, especialmente quando nos referimos à com- posição dos alimentos, o termo carboidrato representa qualquer alimento rico em amido, como cereais, pães e massas, ou açúcares como doces, geléias e sobremesas. (Fig. 3) Monossacarídeos são os carboidratos mais simples, que não podem ser hidrolisados em carboidratos menores. São aldeídos ou cetonas, com dois ou mais grupos hidroxila (-OH) com fórmula geral (CH2O)n, onde n representa a quantidade de “carbonos hidratados” existentes na molécula. Os menores monossacarídeos apresentam n=3, são a dihidroxicetona e o gliceraldeído (D- ou L-). Os monossacarídeos são o principal recurso utilizado pelo metabolis- mo, tanto no que se refere à fonte de energia quanto na biossíntese de molé- culas orgânicas. A glicose é a molécula mais importante como fonte energéti- ca na natureza, sendo a respiração celular o processo metabólico que utiliza a glicose com o maior rendimento energético. Estudaremos a respiração celular mais adiante, na próxima unidade. A caracterização em D- ou L- é feita de acordo com a orientação do carbono assimétrico mais distante do grupo carbonila (aldeído) encontrada na projeção de Fischer, sendo o açúcar D- se o grupo hidroxila (-OH) estiver à direita da molécula e L-, se estiver à esquerda. Quando o grupo carbonila é um aldeído, o monossacarídeo é uma aldose. Já se o grupo carbonila for uma cetona, será uma cetose. O número de carbonos também é utilizado na classificação: triose (n=3), tetrose (n=4), pentose (n=5), hexose (n=6) e assim por diante. Figura 3: Pães, doces em geral, cereais e massas.