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Aula 4- Direito Constitucional II

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Enviado por EVandro LuIz em

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A Constituição Federal de 1988, nos artigos 136 a 141, estabelece o seu sistema constitucional de crises graves, no qual a ordem legislativa confere ao Estado os mecanismos para suportar crises internas e externas e recobrar a ordem constitucional perdida. Neste caminho a ordem jurídica nacional através da constituição prevê a supressão e ou a diminuição de direitos e liberdades individuais com fito de resguardar a continuidade do Estado.
	Assim o sistema de controle de crises prevê uma alteração temporária dos direitos e fundamentos da constituição.
	Dentre os estados de exceção estão o estado de defesa (art. 136 CF) e o estado de sítio (art. 137, I e II CF), sendo esse último por comoção ou por estado de guerra.
Fatores que levam a decretação do estado de defesa
São dois os fatores que levam a decretação do estado de defesa, a instabilidade institucional e a calamidade da natureza.
Instabilidade institucional
Ocorre quando as instituições democráticas foram constrangidas ou estão ameaçadas de constrangimento, caracterizando mácula ao pacto federativo, pelo que se justifica a medida de exceção ante a sua salva guarda.
Calamidade da natureza
Fato inicialmente natural, mas que traz como consequências a calamidade pública, a perturbação social ou a perda da paz social. Nitidamente ocorrerá quando após uma catástrofe da natureza de maneira oportunista ataca-se a ordem pública.
Estado de defesa (art. 136 CF)
O estado de defesa dentro do sistema de controle das crises tem por finalidade preserva	r ou restabelecer a ordem pública ou a paz social que estejam ameaçadas ou constrangidas em determinados locais.
		a) Declaração e prazos
O estado de defesa é uma medida obrigatoriamente de curta vigência podendo ser decretada pelo prazo de 30 dias e prorrogada por uma única vez por igual período nos termos do § 2O do art 136 CF, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. Assim, o presidente da república depois de ouvir o conselho da república (art. 89 e 90, I CF) e o conselho de defesa nacional (art. 91, §1o, II CF), (função meramente opinativa), pode decretar o estado de defesa em determinadas localidades com vistas a restabelecer a ordem pública.
		b) Restrições
Direito de reunião
Sigilo de correspondência e comunicação em geral
Ocupação e uso temporário de bens e serviços
Prisão de pessoa
Declarado por decreto, o estado de defesa deve possuir tempo determinado e cunho localizado, decreto este que também apresentará as medidas coercitivas que serão tomadas, o que importa lembrar que como efeito do estado de defesa é possível ter o direito de reunião restringido e o sigilo de correspondência e comunicação em geral quebradas, nos termos do artigo 136 § 1o, I, CF.
	Saliente-se que o decreto declaratório do estado de defesa também pode fixar a ocupação e uso temporário de bens e serviços, ficando a união responsável pelos gastos recorrentes. Ainda como medida desse estado de exceção, pode o seu titular, o presidente da república, decretar a prisão de pessoa por crime face o Estado, devendo a referida prisão ser comunicada ao juiz competente, o qual procederá a análise da legalidade da mesma, sendo mediante requerimento do então preso procedido o competente exame de corpo de delito.
Insta salientar que o preso não pode ficar incomunicável e sua prisão só poderá ser nos termos do decreto mantida pelo prazo de 10 (dez) dias, quando a mesma fica condicionada a análise do poder judiciário competente. 
Observando os termos anteriores, onde são apresentados os requisitos formais para a decretação do estado de defesa é indispensável nos termos do § 4o do artigo 136 CF, que após a decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação seja feita a comunicação ao congresso nacional o qual decidirá por maioria absoluta quanto a necessidade da instituição ou prorrogação do estado de exceção, caso o congresso entenda de forma negativa os efeitos serão imediatamente suspensos ou não se poderá prorrogá-los.
O estado de defesa é de tal sorte uma medida de exceção, visto que, é capaz de promover uma convocação especial do congresso, ainda que em recesso, para que este o aprecie, ficando vinculado a funcionar enquanto este durar, nos termos dos §s 5o e 6o do artigo 136 CF.
	
		c) Controles
Controle imediato
Conforme já vimos, o controle imediato é exercido pelo congresso nacional, o qual comunicado em prazo não superior a vinte e quatro horas, irá por maioria absoluta de seus membros analisar a legalidade do decreto. (art. 136 § 4o CF)
Controle concomitante
Será feito por uma comissão própria da mesa do congresso nacional, que terão a missão de acompanhar e fiscalizar as medidas referentes ao estado de exceção decretado. Este tipo de controle também deverá ser exercido pelo poder judiciário, o qual não poderá ter, como regra, suas funções restringidas especialmente porque funcionará como fiscal da aplicação do decreto impedindo eventuais abusos.
Controle sucessivo
Nos termos do artigo 141, § único, CF, cessado o estado de defesa e seus efeitos, competirá ao presidente da república emitir relatório ao congresso nacional com a especificação e justificação das medidas adotadas; e nos termos do caput do artigo citado o qual deixa claro que não haverá prejuízos ante a responsabilidade pelos ilícitos cometidos, o controle sucessivo também será exercido pelo poder judiciário.
Modalidades do estado de sítio
Estado de sítio por comoção (art. 137, I CF)
Nos termos do artigo citado, o estado de sítio será decretado nos casos de comoção grave de repercussão nacional, assim a comoção grave tem o mesmo sentido da instabilidade institucional, porém a sua abrangência não é meramente localizada, mas sim de repercussão nacional, é necessário que estejamos diante de um caso de guerra civil, ressalvando-se a autorização contida no artigo 138, caput, CF, o qual diz que o decreto presidencial deve determinar a área de amplitude do estado de sítio.
	Esta modalidade de estado de sítio também será cabível quando do registro de ineficácia das medidas anteriormente decretadas no estado de defesa, o qual será então convertido em estado de sítio.
Estado de sítio por guerra (art. 137, II CF)
Mais complexo que o anterior, o estado de sítio por guerra só será observado mediante autorização do congresso nacional, nos termos do artigo 49, II CF, com vistas a declarar guerra ou celebrar a paz, contudo o mesmo estado de sítio pode ser declarado privativamente pelo presidente da república quando da materialização de agressão armada (estado de defesa por agressão) autorizado pelo congresso nacional ou referendado por ele, nos termos do artigo 84, XIX e XX CF.
Declaração e prazos do estado de sítio
Nos termos do artigo 137, caput, CF, o estado de sítio será declarado por decreto após consulta ao conselho da república e conselho de defesa nacional (função meramente opinativa), restando sua decretação vinculada a autorização concedida pelo congresso nacional. A referida autorização será decidida por maioria absoluta, que serão inclusive convocados durante o recesso parlamentar para que venham autorizá-lo no caso de estado de sítio por comoção e referendá-lo no caso de estado de sítio por guerra.
O estado de sítio por comoção não pode ser decretado por prazo superior a 30 dias, nem prorrogado de cada vez pro prazo superior a este, note-se então que diferente do prazo do estado de defesa o estado de sítio pode ser prorrogado por quantas vezes se fizer necessário, insta salientar que no caso de estado de sítio por guerra o prazo será indeterminado, ou seja, vinculado ao tempo que perdurar a agressão aramada.
Da mesma forma que no estado de defesa o congresso nacional funcionará ininterruptamente durante todo o tempo que durar o estado de sítio. Tudo nos termos do artigo 138 CF.
Restrições do estado de sítio
No tocante as restrições no estado de sítio por comoção serão as mesmas descritas
no artigo 139, I a VII CF, as quais estão vinculadas a supressão do direito a liberdade, livre comunicação e livre acesso e uso por parte da união federal de bens públicos e privados. Observe neste tocante que no caso do estado de sítio por guerra as restrições são ilimitadas, visto que observa-se a segurança nacional e a segurança individual de toda a nação brasileira, ressalvada por óbvio os direitos humanos que são fundamento de fato para o existir do estado.
Controles do estado de sítio
O controle é exercido da mesma forma que no estado de defesa, ressalvando-se o controle legislativo prévio que é condição necessária a decretação do estado de sítio. Ressalvado ainda neste tocante os casos de estado de sítio decretado pelo presidente da república em face de agressão armada efetiva, quando a controle será muito mais um referendo.
Aula 4 – Defesa do Estado e das instituições democráticas
Fatores que levam a decretação do estado de defesa
Instabilidade institucional
Calamidade da natureza
Estado de defesa
Declaração e prazos
Restrições
Direito de reunião
Sigilo de correspondência e comunicação em geral
Ocupação e uso temporário de bens e serviços
Prisão de pessoa
Controles
Controle imediato
Controle concomitante
Controle sucessivo
Modalidades do estado de sítio
Estado de sítio por comoção (art. 137, I CF)
Estado de sítio por guerra (art. 137, II CF)
Declaração e prazos do estado de sítio (Art 138 e 138, I)
Restrições do estado de sítio – (art 138 e 139)
Controles do estado de sítio

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