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AULA DIREITO PENAL ESTÁCIO 16-04-2012 TEORIA DA NORMA. A NORMA JURÍDICO– PENAL. - CF/88 – Art. 5°, II - Princípio da Legalidade – ART. 5°, XXXIX e Art 1° CP; - A Lei é a bandeira do Dir Penal. Sem ela proibindo ou impondo, tudo é permitido. - A proibição e o mandamento, inseridos na lei, são reconhecidos como NORMAS PENAIS, que por sua vez são espécies do gênero NORMA JURÍDICA. - A norma jurídico penal tem natureza imperativa: - Imperativa positiva = Mandados; - Imperativa Negativa = Proibições. TEORIA DA NORMA PENAL DE BINDING. - A Norma possui caráter mandamental proibitivo ou obrigatório; - A Lei, possui apenas mero caráter descritivo da conduta considerada ilegal, sendo simplesmente o revestimento formal da norma. O homem, com sua conduta, não contraria a lei. (Ao contrário, pratica o ato nela descrito). O que é contrariado, na verdade, é a norma, que se encontra contido na Lei. EX: Artigo 121 CP – “Matar alguém” = LEI - “NÃO MATARÁS” = NORMA TEORIA DA NORMA PENAL DE LUIZ RÉGIS PRADO E DAMÁSIO DE JESUS Entre lei e norma legal não há diferença (A regra jurídica que define um comportamento e determina uma penalidade como consequência está proibindo a conduta). A Lei penal contém uma norma, que é a proibição da conduta nela descrita. A LEI É A FONTE DA NORMA PENAL. - A NORMA É CONTEÚDO DA LEI PENAL CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL Exclusividade; Somente ela define infrações penais e comina penas Imperatividade; É obrigatória e cogente, para todos (inclusive o Estado) Generalidade; A norma penal aplica-se, indistintamente, a todos. Abstrata e impessoal. A norma penal não é endereçada a um indivíduo em especial, ou a um grupo ou classe, sendo aplicada em caráter geral, a todos, sem distinção. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS As normas penais não tem finalidade única e exclusiva punir aqueles que praticam as condutas descritas nos tipos penais incriminadores. Existem também normas penais com conteúdos explicativo, ou excluem o crime ou isentam o réu de pena. Assim, podemos destacar dois grupos de normas: Normas penais incriminadoras; Normas penais não incriminadoras. a) NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS (Normas penais em sentido estrito) É a norma penal por excelência, pois proíbe ou impõe condutas sob ameaça de sanção; Define as infrações penais, proibindo ou impondo condutas sob ameaça de pena. São as normas proibitivas ou mandamentais. a.1. PRECEITOS DA NORMA PENAL INCRIMINADORA A.1.1. Preceito primário (preceptum iuris) Faz a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor. A.1.2. Preceito secundário (sanctio iuris) Individualiza a pena, cominando-a em abstrato. b) NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS (Normas penais em sentido amplo) São aquelas que não são, necessariamente, incriminadoras, servindo de suporte para a aplicação da lei; b.1. FINALIDADES DA NORMA PENAL NÃO INCRIMINADORA - Tornar lícitas determinadas condutas; - Afastar a culpabilidade do agente; - Esclarecer determinados conceitos; - Fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal. b.2. ESPÉCIES DE NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS b.2.1. PERMISSIVAS (Justificantes e Exculpantes) b.2.2. EXPLICATIVAS b.2.3. COMPLEMENTARES b.2.1. NORMAS PENAIS PERMISSIVAS (Justificantes e Exculpantes) As normas penais permissivas tornam lícitas determinadas condutas e/ou Afastam a culpabilidade do agente. b.2.1.1 ESPÉCIES DE NORMAS PENAIS PERMISSIVAS a) JUSTIFICANTES – Afastam a ilicitude (antijuridicidade) da conduta (Ex: Art. 23, 24, 25, e 128 CP) b) EXCULPANTES – Eliminam a culpabilidade, ou isentam o agente de pena. (Ex: art. 26, 27, 28, §1°e artigo 181 CP) b.2. NORMAS PENAIS EXPLICATIVAS - Visam esclarecer ou explicitar conceitos (ex: arts. 3° a 7°, Arts. 10 a 12, art. 33, art. 150, §§ 3°, 4° e 5°, art. 327, todos do Código Penal. b.1. NORMAS PENAIS COMPLEMENTARES - Fornecem princípios para a aplicação da Lei Penal (ex: Art. 59 do CP); NORMAS PENAIS COMPLETAS E INCOMPLETAS NORMAS PENAIS COMPLETAS – Dispensam complemento (Normativo ou valorativo) Complemento normativo = outra norma; Complemento valorativo = juiz. NORMAS PENAIS INCOMPLETAS – Dependem de complemento Complemento normativo = outra norma = NORMA PENAL EM BRANCO; Complemento valorativo = juiz = Tipo Penal Aberto; NORMA PENAL EM BRANCO São aquelas que dependem de complemento normativo ESPÉCIES DE NORMA PENAL EM BRANCO NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEAS (ou em sentido amplo ou homólogas) Nesta, o complemento emana da mesma instância legislativa (a lei é complementada por outra lei). NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEAS (ou em sentido estrito ou heterólogas) O complemento não emana do legislador, sendo expedido por órgão diverso do competente para a edição de leis penais. (Ex: Lei de drogas – 11.343/06, art. 28 (Complemento – Portaria da ANVISA); Ex:2 Art 269 CP (complemento – Portaria do Ministério da Saúde), etc) ANOMIA E ANTINOMIA ANOMIA (ausência de normas) Pode ser concebida de duas formas: Em virtude da ausência de normas ou; Mesmo existindo estas normas, a sociedade não lhes dá o devido valor, continuando a praticar as condutas por ela proibidas, confiando na impunidade. - A “inflação legislativa” contribui para a sensação de anomia, pois aumenta a sensação de impunidade. - É necessário um amplo movimento de descriminalização e despenalização. ANTINOMIA (conflito de normas) - Na definição de Bobbio: “antinomia é a situação na qual se verifica a existência de duas normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e tendo o mesmo âmbito de validade”. CRITÉRIOS PARA RESOLVER O PROBLEMA DA ANTINOMIA Critério cronológico; Critério hierárquico; Critério da especialidade. CRITÉRIO CRONOLÓGICO – Lei posterior revoga lei anterior; CRITÉRIO HIERÁRQUICO – aplica-se a visão piramidal das normas, com a Constituição no topo, de modo que qualquer confronto entre a lei ordinária e a Constituição, esta deverá prevalecer. CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE – Lei especial prevalece sobre a lei comum. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS Ocorre quando, para determinado fato, aparentemente, existem duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir. (o conflito é meramente aparente). O conflito deverá ser resolvido através dos seguintes princípios : Princípio da Especialidade; Princípio da Subsidiariedade; Princípio da Consunção; Princípio da Alternatividade. a) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE A norma especial afasta a aplicação da norma geral (LEX SPECIALIS DERROGAT GENERALI) EX: Homicídio e Infanticídio (“sob influência do Estado Puerperal”) (art. 121 e 123 CP). b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE A norma dita subsidiária é considerada um “soldado da reserva” (Hungria). Na impossibilidade de aplicação da norma principal mais grave, aplica-se a subsidiária. (LEX PRIMARIA DERROGAT LEGI SUBSIDIARIAE) A subsidiariedade pode ser EXPRESSA ou TÁCITA Na EXPRESSA, a própria lei faz a ressalva, demonstrando sua subsidiariedade. EX: Crimes de perigo (art. 132) e de dano (art. 163) CP; Veja que somente se aplica a pena do crime de perigo se o fato não constituir crime mais grave. Se houver o dano, aplica-se a pena deste, e não a do art. 132. OUTROS EXEMPLOS: Art. 238, 239, 249 e 307 CP Na TÁCITA (implícita), muito embora a lei não expresse sua subsidiariedade, esta somente será aplicada EX: Crimes de perigo (art. 132) e de dano (art. 163) CP; Veja que somente se aplica a pena do crime de perigo se o fato não constituir crime mais grave. Se houver o dano, aplica-se a pena deste, e não a do art. 132.