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Barroco e Rococó no Brasil O barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu primeiramente nas artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na música. O berço do barroco é a Itália do século XVII. Bernini e Borromini. Se espalhou por outros países europeus como, por exemplo, a Holanda, a Bélgica, a França e a Espanha. O barroco permaneceu vivo no mundo das artes até o século XVIII. Na América Latina, o barroco entrou no século XVII, trazido por artistas que viajavam para a Europa, e permaneceu até o final do século XVIII. O barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português. Com o tempo foi assumindo características próprias. A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidades de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Significa " pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a ideia de irregularidade. As obras deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do ser humano. Escala com valor plástico. Características gerais do estilo Oposição ao classicismo. Libertação espacial e mental das regras tratadistas, das convenções e da geometria elementar. No renascimento a linha é o elemento construtor por excelência: define com nitidez os objetos, conduz e limita o olhar e os volumes. No barroco a linha é desprezada e os limites deixam de ser precisos. Libertação da simetria e dos desenhos rigorosos e sólidos. Estado psicológico de liberdade e de uma atitude criativa que liberta de preconceitos intelectuais e formais. Superposição da composição, ótica de profundidade. Extravasa os limites geométricos. Assimetria e tensão. Instabilidade, movimento, dinamismo. EXTERIOR As vias de acesso às edificações eram planejadas cuidadosamente. Entrada triunfal. Congonhas. FORMAS As severas regularidades do estilo jesuítico dão lugar a curvas complexas. Plantas em elipse simples ou dupla. Exterior: detalhes côncavos e convexos. Movimento. Grande escala, formas teatrais e complexas, grande decorativismo. Torres altas e cúpulas imponentes. = Monumentalidade INTERIORES As fachadas das igrejas são decoradas com escultura em alto relevo. Luz dirigidas por aberturas superiores. Clima de penumbra, criação de efeitos. Tetos pintados que simulam o céu muito alto. Pintava-se a madeira para lembrar pedra ou mármore ou até mesmo azulejos. Comum as colunas salomônicas (forma helicoidal) Interiores revestidos de ouro. Exagero, tragédia, sedução pela imagem, apelo visual. Jogo sutil de convergências que conduz o olhar para a capela-mor. Preenchimento total das superfícies. Características da Arquitetura Barroca - Predomínio do emocional sobre o racional; - Artista fica livre de qualquer regra ou padrão para liberdade de criação; - Busca de efeitos decorativos e visuais; - Busca de forte realismo pela inspiração popular; - Composição dinâmica; - Predomínio da vertical sobre a horizontal; - Valorização do entalhe na construção de altares, com luxo na decoração e aplicação a ouro; - Pintura de tetos com efeitos ilusionistas; - Fachadas simples: contraste entre a simplicidade do exterior com a opulência decorativa do interior; - Violentos contrastes de luz e sombra eram marcantes na pintura; O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco destacou-se na decoração das igrejas em Salvador: São Francisco de Assis e Ordem Terceira de São Francisco. Igreja São Francisco de Assis, Salvador. Ordem Terceira de São Francisco, Salvador. Morfologia das Igrejas Barrocas no Brasil As construções crescem para a frente, para incluir a nave, e para o lado, para incluir a sacristia e as capelas. Característica de todas as igrejas de Ouro Preto, sem exceção é que as sacristia desloca-se para traz da igreja ocupando toda a parte dos fundos. Por cima da sacristia, aparece então o consistório, e por cima dos corredores as tribunas. Tipos de capelas. Tribunas. A forma das igrejas caminha do esquema número 1, que representa as igrejas monumentais, para os esquema 2 e 3, período de mineração. Esquema 1: solução de planta da tradição Barroca: nártex, ladeado ou não por torres sineiras, nave principal com capelas laterais, intercomunicáveis ou não, altar-mor ladeado pela sacristia e consistório, com corredores laterais ligando estes últimos às torres e ao nártex. Tudo isso com formas quadrangulares e paredes planas. Esquema 2: O corredor lateral se encurta, ladeando apenas a área do altar e presbitério, que se aprofundam muito. Os altares laterais ou desaparecem ou ficam embutidos ou projetados nas paredes laterais. A sacristia desloca-se para trás, e o consistório fica acima desta última. É o tipo da igrejas de Nossa Senhora do Carmo, São Francisco de Assis, Nossa Senhora da Conceição e tantas outras de Ouro Preto. Esquema 3: Dupla oval, semelhante ao segundo no posicionamento das peças, porém com a nave oval, com templos menores, de igual suntuosidade interna, paredes curvas, também com o altar mais profundo, e com o consistório acima da sacristia. É o caso da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto e de São Pedro dos Clérigos de Mariana. O Barroco Mineiro Igreja de Nossa Senhora da Conceição, 1727, Ouro Preto Uma das mais antigas paróquias de Minas, é das maiores em tamanho e suntuosidade. Concebida e executada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho . Planta com dois retângulos. Esquema morfológico 1 Composto apenas de paredes planas, mantém alguns espaços já tradicionais como o nartéx ou galilé, a nave e o altar, como antes, destacando-se a importante presença do corredor lateral em toda a extensão. O altar-mor se aprofunda, as capelas laterais perdem importância estrutural, ficando embutidas nas paredes ou projetadas pelas talhas. O consistório já aparece acima da sacristia. Igreja de Santa Efigênia, 1720, Ouro Preto O corredor lateral não mais ocupa toda a extensão do edifício, mas apenas a área do altar e do presbitério. Esquema morfológico 2: (na maioria das igrejas do Período da Mineração. Igreja de Nossa Senhora do Pilar, 1936, Ouro Preto A talha do altar mor, considerado uma obra prima, foi realizada por Francisco Xavier de Brito, entre 1746 a 1751. Esquema morfológico 2: apesar da nave ter planta oval, executada em tabique de madeira. Igreja de São Francisco de Assis, 1766, Ouro Preto Construída no ápice do desenvolvimento da cidade. Marco do barroco brasileiro e mundial, considerada por muitos críticos como a obra prima de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde. A planta explora todas as possibilidades formais do Barroco, com as paredes dinâmicas e movimentadas, porém o desenho geral mantém as paredes principais da nave e do altar planas e paralelas. Esquema morfológico 2: apesar de ter torres sineiras curvas. Nossa Senhora cercada de anjos músicos. Mestre Ataíde. A igreja de Nossa Senhora do Carmo, 1766, Ouro preto Projeto de Manuel Francisco Lisboa. Colaboração de Aleijadinho e Manoel da Costa Ataíde na sua ornamentação. É um outro ponto alto do barroco do período de Mineração. Tipologicamente semelhante à Igreja de São Francisco de Assis, com as paredes da nave e altar planas e paralelas, diferenciando- se da primeira pelas torres sineiras mais salientes. Esquema morfológico 2: apesar de ter torres sineiras curvas. Tendência da arquitetura barroca: explicitar o drama por meio do movimento das paredes e do claro-escuro. Uma das primeiras plantas de igreja barroca a acusar esta tendência: São Carlo das Quatro Fontes, em Roma, de Francesco Borromini. O Partido de Dupla Oval: esquema morfológico 3 Outros testemunhos desta tendência de planta são o Convento das Monjas Bernardas, em, Madri, fundado em 1613, a igreja do Mosteiro de Banz, 1719, a Igreja de São Marcos, de Madri, construída de 1749 a 1753 pelo arquiteto Ventura Rodrigues. A igreja de São Pedro dos Clérigos, do Porto, construída entre 1732 a 1750. A Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (1741), no Rio de Janeiro, realiza pela primeira vez o partido da dupla oval que irá inspirar a Igreja do Rosário, em Ouro Preto e São Pedro dos Clérigos de Mariana. No Brasil há três casos importante de igrejas com plantas ovais: São Pedro dos Clérigos, Rio de Janeiro (demolida), 1733. São Pedro dos Clérigos, Mariana- MG, 1752. Nossa Senhora do Rosário, Ouro Preto, 1785. Entretanto estas ovais são feitas, neste caso, facetadas em segmentos planos, compondo-se, na verdade em dois octógonos. Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Ouro Preto, 1763. O rococó Rococó é um estilo artístico que se desenvolveu na Europa no século XVIII. Buscava a sutileza em contraposição aos excessos e suntuosidades do Barroco. O rococó se desenvolveu como reação às formas plásticas barrocas, volumosas, sólidas e tridimensionais. Apesar de aparentemente ser parecido com o barroco, existem diferenças notáveis. Principais características - Uso de cores luminosas e suaves, em contraposição às cores fortes do Barroco. Comum o Azul. - Estilo artístico marcado pelo uso de linhas leves, sutis e delicadas. Utilização de linhas curvas. - Uso de temas da natureza: pássaros, flores delicadas, plantas, rochas, cascatas de águas. - Uso de temas relacionados a vida cotidiana e relações humanas. Representação da vida profana da aristocracia. - Busca refletir o que é refinado, agradável, sensual e exótico. O estilo manifestou-se primeiramente na decoração de interiores e ornamentação arquitetural. Interior Rococó Pequeno em escala, com delicado e alegre esquema decorativo constituído de curvas interrompidas, contrabalançadas por áreas lisas, cores leves em contraste com o pesado e colorido do barroco. Os tetos também eram pintados. A penumbra dá lugar à luz natural que entra pelas janelas. Alternância de cheios e vazios ALTAR ROCOCÓ X ALTAR BARROCO