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8/3/2011 1 Profa. Msc Ledilce Ataide pinheiro.lea@hotmail.com Distúrbios da hemostasia � Coagulopatias � Púrpuras � Tromboses Coagulopatias � Compreendem os distúrbios da hemostasia secundária que afetam os fatores plasmáticos da coagulação. � Podem ser hereditárias ou adquiridas. � Caracterizam-se pela redução da formação de trombina. Deficiencias que resultam em doença sangrante: - Deficiência de fibrinogênio - fator I (rara) (Afibrinogenemia; Hipofibrinogenemia e Disfibrinogenemia) - Deficiência de protrombina -fator II (rara) - Deficiência de fator V (rara) - Deficiência de fator VII (rara) - Deficiência de fator VIII - Hemofilia A - Deficiência de fator IX - Hemofilia B - Deficiência de fator X (rara) - Deficiência de fator XI– Hemofilia C - Deficiência de fator XII - Deficiência do fator estabilizador da fibrina (fator XIII) (rara) - Doença von Willebrand Coagulopatias � Hemofilia A � Hemofilia B � Doença de von Willebrand Hemofilia � Coagulopatia hereditária, recessiva, ligada ao cromossomo X, com manifestação clínica e laboratorial no sexo masculino, resultante da deficiência de fator VIII (hemofilia A) ou fator IX (hemofilia B). � A hemofilia é conhecida desde a época em que foi escrito o Talmud, texto Judaico, entre os anos 50 – 130 d.C. Segundo o texto sagrado, uma criança não deveria ser circuncisada se já tivessem morrido dois de seus irmãos em tal procedimento. A rainha Vitória passou a hemofilia para muitos dos seus descendentes 8/3/2011 2 Hemofilia � Hemofilia A e B são duas entidades diversas mas clinicamente iguais. � A hemofilia A é muito mais freqüente que a hemofilia B. � A hemofilia A tem uma prevalência de 30 a 100 por milhão. � A incidência da hemofilia B é de um quinto da A. � Em 33% dos casos não há história familiar sendo a doença resultante de mutação espontânea. � Cerca de 30% dos hemofílicos são descobertos durante uma simples extração de dentes, quando ocorrem sangramentos contínuos por um longo tempo. Hemofilia � Durante as décadas de 1970 e 1980 a falta de outras modalidades de tratamento e a insuficiência de tecnologia para diagnosticar alguns vírus como o da AIDS acarretou em contaminação em grande escala da população hemofílica que dependiam de constantes transfusões de sangue. � No Brasil, o cartunista Henfil e seu irmão, o cientista social Betinho, entre tantos outros anônimos, foram vítimas deste tipo de ocorrência. Hemofilia MANUAL DE TRATAMENTO DAS COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS (http://dtr2001.saude.gov.br) Hemofilia grave (< 1%) manifestações clínicas plenas (hemorragias, hemartroses e hematomas ocorrem com facilidade); moderada (entre 1 e 5%): hemartroses menos freqüentes; sangramento prolongado em cirurgias e ferimentos; leve (> 5%): vida quase normal; sangramento prolongado após cirurgias, extrações dentárias e ferimentos. A classificação é feita em função da taxa do fator deficiente (%): Hemofilia � As formas acentuadas de gravidade são as mais freqüentes. � Nas hemofilias hereditárias graves, as hemorragias são espontâneas e as atividades mais simples, por exemplo, caminhar, correr ou subir escadas, podem causar hemorragias dentro das articulações (joelhos, tornozelos, cotovelos, principalmente) e músculos. O dia 17 de abril é considerado o Dia do Hemofílico. Hemofilia � As dores são provocadas por acúmulo de sangue nas articulações (hemartroses). � Da mesma forma, a pele, músculos e mucosas também podem ter sangramentos espontâneos. 8/3/2011 3 Hemofilia Hemartrose no joelho Articulação de um hemofílico adulto comprometida pelas hemartroses Hemofilia Hemofílico acometido de uma hemorragia gravíssima Exames Laboratoriais � TTPA anormal � Dosagem de Fator VIII anormal � TP normal � TS normal Tratamento � Não há cura para a hemofilia. � Controla-se a doença com injeções regulares dos fatores de coagulação deficientes. � Concentrado liofilizado de fator VIII ou IX comerciais obtidos a partir da purificação do plasma humano ou recombinantes. � Alguns hemofílicos desenvolvem anticorpos (chamados de inibidores) contra os fatores que lhe são dados através do tratamento. � DDAVP (desmopressina) aumenta o nível plasmático de Fator VIII em hemofílicos menos graves. Pode ser administrada por via nasal após uma hemorragia. Tratamento � Atualmente o tratamento da hemofilia é de caráter ambulatorial e domiciliar; o paciente só é internado em situações graves ou quando é indicada a intervenção cirúrgica. � Os fatores de coagulação não são vendidos em farmácias e os usuários dependem sumariamente do Ministério da Saúde para sua compra e distribuição pelo SUS. � A DDU é a Dose Domiciliar de Urgência que o paciente leva para sua casa e condiciona na geladeira. � A profilaxia é a infusão uma ou duas vezes por semana dos fatores de coagulação endovenosamente, independente do paciente ter hemorragias ou não. Tratamento Fator distribuído pelo Ministério da Saúde aos pacientes brasileiros, importado dos EUA Fator recombinante feito sinteticamente 8/3/2011 4 Tratamento Hemofilia Adquirida � Situações clínicas que mimetizam as hemofilias tradicionais e que tem como principal causa a ação de anticorpos da pessoa contra seus próprios fatores da coagulação. � As hemofilias adquiridas foram relatadas em pacientes com sintomatologia, porém ao serem dosados os fatores 8 e 9, ambos estavam com concentrações e estruturas químicas normais. Hemofilia Adquirida � A hemofilia adquirida pode estar relacionado com as seguintes causas primárias: • artrite reumatóide • doenças auto-imunes (ex.: lupus) • doenças da pele (ex.; psoriase) • diversos tipos de câncer • medicamentos (ex.: penicilina) • gestação � A hemofilia adquirida é mais comum em pessoas idosas enquanto a hemofilia hereditária se manifesta a partir dos primeiros anos de vida. � O maior problema da hemofilia adquirida é definir o tratamento, uma vez que a simples reposição de fator 8 pode também sofrer ao ataque de auto-anticorpos. Dessa forma, a única via de eliminar os auto-anticorpos é por imunosupressão. Doença de Von Willebrand Doença de Von Willebrand � A doença de von Willebrand (DvW) é um distúrbio hereditário caracterizado por uma diminuição do nível ou da função normal do fator de von Willebrand. � Em muitos pacientes com a doença de von Willebrand, o fator VIII, também se apresenta em baixas quantidades. Fator de Von Willebrand � Promove adesão de plaquetas ao endotélio lesado. � Liga-se ao Fator VIII evitando sua destruição prematura. 8/3/2011 5 Doença de Von Willebrand � A DvW é uma entidade clínica heterogênea, com gravidade variável no que se refere às manifestações hemorrágicas. � Apresenta diferentes fenótipos clínicos, sendo o sangramento mucocutâneo o mais comum, principalmente epistaxe e menorragia. � Sangramentos em outros sítios, tais como trato gênito-urinário e tubo digestivo, também são relatados, embora menos freqüentemente. � Hemartroses e hematomas musculares são rearos exceto na doença tipo 3. Doença de Von Willebrand Epidemiologia � Incidem na mesma proporção tanto em homens quanto em mulheres. � A prevalência da DvW varia de 0,8% a 2%, a depender da população observada. Tratamento � Algumas pessoas com a doença de von Willebrand podem ser tratadas com DDAVP (acetato de desmopressina) na forma de injeção intravenosa ou spray nasal, contendo DDAVP altamente concentrado. � O DDAVP promove a liberação de fator VIII e fator de von Willebrand dos locais de armazenamento no organismo, aumentando os níveis plasmáticos destes fatores. � Alguns pacientes podem necessitar de reposição intravenosa de fator de von Willebrand e fator VIII. Diagnóstico � Para diagnóstico e classificação da DvW, são relevantes os dados da história pessoal e familiar de sangramento, além da análise laboratorial completa. � Os exames complementares úteis no diagnóstico da DvW podem ser divididos em: exames de screening para avaliação inicial de coagulopatias hemorrágicas, exames específicos para confirmação diagnóstica e exames discriminatórios que possibilitam a classificação da doença. Fleury Medicina e Saúde Diagnóstico Fleury Medicina e Saúde exames de screening exames específicos exames discriminatórios 1. Tempo de sangramento (TS) 2. Contagem de plaquetas 3. Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) 1. Dosagem de VWF (VWF:Ag) 2. Atividade coagulante do FVIII (FVIII:C) 3. Atividade cofatora da ristocetina (VWF:RCo) 1. Agregação plaquetária induzida por ristocetina 2. Análise multimérica do VWF 3. Ensaio de ligação entre VWF e FVIII (VWF:FVIIIB) 4. Ensaio de ligação entre VWF e colágeno 8/3/2011 6 Trombose � Trombose é a formação de um trombo (coágulo de sangue) no interior de um vaso sanguíneo. � A formação do trombo é geralmente causada por um dano nas paredes do vaso, ou ainda por um trauma ou infecção, e também pela lentidão ou estagnação do fluxo sanguíneo. � O trombo irá causar uma inflamação na veia ou artéria, podendo ficar apenas no local inicial de formação ou se espalhar ao longo desta, causando a sua obstrução parcial ou total. Fatores de Risco � Estase - permanecer em inatividade prolongada (por exemplo viagem de avião ou de carro); � Traumatismo na veia - algum traumatismo que provoque lesão nas veias; � Prática do tabagismo; � Uso de anticoncepcionais � O avanço da idade; � Predisposição genética; � Gestação; � Cirurgias; � Hipertensão arterial; � Arterioesclerose. Chama-se Hipercoagulabilidade Primária quando a causa é genética e Hipercoagulabilidade Secundária quando a causa é adquirida. Fatores de Risco Hematológicos � Aumento do nº de plaquetas; � Presença de macroplaquetas; � Aumento da agregação plaquetária; � Aumento do fibrinogênio; � Aumentos dos fatores V, VII; � Redução de antitrombina III; � Deficiência de Proteina C; � Deficiência de Proteina S; � Redução da atividade fibrinolítica; � Aumento de inibidores do sistema fibrinolítico. Trombose � Trombose arterial: tem como causa a lesão do endotélio vascular. Sobre essa lesão se depositam as plaquetas formando um coágulo branco. Esse coágulo pode ser removido ou crescer com acréscimo de eritrócitos. Há estímulo para a agregação plaquetária. � Trombose venosa:os fatores predisponentes são fluxo sanguíneo lento, ativação local dos fatores da coagulação e lesão do endotélio. Os trombos podem ser grandes, dele se desprendendo fragmentos, que passam para a circulação e vão causar fenômenos de embolia. Trombose Venosa � Trombose venosa � Trombose da veia porta � Trombose da veia renal � Trombose da veia hepática � Trombose venosa profunda (TVP) - quando o coágulo se forma em veias profundas, no interior dos músculos. � Síndrome de Paget-Schroetter (Trombose venosa nos membros superiores) � Síndrome do desfiladeiro torácico (a causa da maioria das tromboses venosas nos membros superiores que não têm relação com um trauma) Trombose Venosa 8/3/2011 7 Trombose Venosa Trombose Arterial � Trombose arterial � Acidente vascular cerebral (AVC) � Infarto do miocárdio (geralmente uma trombose na coronária devida a uma ruptura em uma placa aterosclerótica) � Síndrome do desfiladeiro torácido (pode precipitar uma trombose tanto arterial como venosa) Trombose Arterial Diagnóstico � Observação Clínica • Sinais e sintomas • História prévia de TVP/EP • Fatores de risco / Fatores precipitantes � Exames complementares • Flebografia, Cintilografia, Ultra-sonografia, Tomografia, Ressonância • D-dímero http://www.lava.med.br/livro D-dímero � Teste de triagem para trombose venosa profunda, avaliação de infarto agudo do miocárdio, angina instável, coagulação intravascular disseminada. � O dímero D é um fragmento resultante da degradação da fibrina polimerizada. Portanto, é marcador de fibrinólise. � Quanto maior o coágulo, maior será o nível de dímero D circulante. � Testes de Aglutinação e de Elisa. Tratamento � Trombose arterial: antiagregantes plaquetários (AAS, clorfibrate) como profilaxia e fibrinolíticos no tratamento. � Trombose venosa: anticoagulantes (heparina, cumarínicos, indanediona) como profilaxia e fibrinolíticos no tratamento. Agentes trombolíticos: •Estreptoquinase (SK) •Uroquinase (UK) •Ativador tecidual de plasminogênio (t-PA) •Ativador tipo uroquinase de cadeia simples do plasminogênio (scu-PA) •Complexo acilado estreptoquinase-plasminogênio (APSAC) 8/3/2011 8 Púrpuras � São hemorragias de pele ou mucosas podendo acometer outros órgãos. � Quando as manchas são pequenas, são chamadas de petéquias. Manchas grandes são chamadas de equimoses. � Podem ser circunscritas ou generalizadas, limitadas à pele e/ou mucosas ou atingindo também órgãos internos (pulmões, coração, rins, intestinos) e articulações. � O quadro clínico e a patogênese são muito variados. Púrpuras Não-Trombocitopênicas � Citomegalovírus � Rubéola � Drogas que afetam a função das plaquetas � Vasos sangüíneos frágeis (púrpura senil) � As alterações de pressão que ocorrem durante o parto vaginal � Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite), tais como púrpura de Henoch-Schönlein Púrpuras Trombocitopênicas � Drogas que impedem a formação de plaquetas � Hemangioma � Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) � Imune neonatal trombocitopenia (pode ocorrer em crianças cujas mães têm ITP) � Meningococcemia Púrpuras Púrpuras http://www.wrongdiagnosis.com/p/purpura/causes.htm Acessar o site abaixo: Bibliografia � LORENZI,Therezinha F. Manual de Hematologia - Propedêutica e Clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2006. � ZAGO, Marco Antonio; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Hematologia - Fundamentos e Pratica. 1ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004. (ISBN: 8573793686).