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1 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 Técnica Cirúrgica (MED 340) *PROCEDIMENTOS INVASIVOS NO TÓRAX* Cerca de 90% dos pcts com trauma de tórax são tratados apenas com drenagem torácica Devem ser realizados seguindo técnica asséptica, uso de equipamentos de proteção pessoal, e sob anestesia – se possível Preferencialmente realizados em ambiente cirúrgico PNEUMOTÓRAX Presença de ar no espaço pleural Classificado como: o Espontâneo Primário: ocorre na ausência da causa subjacente Secundário: ocorre como complicação de uma doença pulmonar pré- existente o Traumático: resulta de trauma penetrante ou não penetrante e pode ser iatrogênico Geralmente quando o pct esté em pé o ar sobe para o ápice do espaço pleural Pode ser parcial ou total Mecanismos de ventilação criam uma válvula unidirecional levando ao colapso pulmonar progressivo Ocorre a compressão do pulmão contralateral, a veia cava pode ser afetada, comprometendo o RV e o DC Pode resultar no pneumotórax hipertensivo Causa mais comuns: o Pcts que foram submetidos à punção torácica para aspiração de líquido pleural o Punção percutânea de veias suclávias e jugular também podem resultar em pneumotórax o Massagem cardíaca externa o Trauma o Pode resultar de uma ruptura de bolha pulmonar o Ruptura de alvéolo por barotrauma o Laceração pulmonar por arma branca e / ou arma de fogo Quadro clínico e diagnóstico: o Pct taquipneico, agitado, com hiperresonância e redução do murmúrio vesicular no lado afetado o Redução do movimento das costelas e desvio do mediastino para o lado oposto o Em casos graves pode haver turgência de vasos cervicais, com extremidades pálidas e frias o Diagnóstico clínico deve ser confirmado, caso as condições do pct permitam, pela radiografia simple de tórax-ortostática 2 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 Tratamento: o Depende dos sintomas da reserva pulmonar e do tamanho do pneumotórax o Extensão do pneumotórax pode ser estimada na radiografia de tórax, mensurando-se a distância entre a borda pulmonar até o limite interno da parede torácica ao nível da 3ª e 4ª costelas o Pneumotórax com mais de 1,5 cm em adultos pode ser considerado como significativo e drenado o Em pct com DPOC é indicada drenagem mesmo em pequeno pneumotórax Conduta: o Diminuição de 20 a 50% do volume torácico pode ser suportada por adulto jovem hígido, podendo regredir espontaneamente o Pcts com pneumotórax hipertensivo, em stress hemodinâmico e respiratório podem requerer tratamento cirúrgico até mesmo antes de se realizar a radiografia de tórax ASPECTOS PRÁTICOS DOS PROCEDIMENTOS TORÁCICOS Conhecimento básico da anatomia Técnica asséptica EPP Disponibilidade de equipamento Interpretação dos sinais semióticos e radiológicos Conhecimento da técnica cirúrgica Informação ao pct e/ou familiares do procedimento a ser realizado, citando a necessidade, riscos e resultados esperados que envolvem o ato TORACOCENTESE Indicações: o Diagnóstico e/ou tratamento Contra-indicações: o Coagulopatia o Hipertensal portal (varizes pleurais) Anestesia: local /geral Posição do pct: sentado com os braços sobre uma mesa de apoio, ou semi sentado Localização do sítio de abordagem por semiologia e/ou imagem Material necessário: o Solução antisséptica o EPI, gaze e campos cirúrgicos o Seringas de 10 e 20 ml o Agulhas 25X7 e 30X12 o Lidocaína 1 ou 2% o Torneira de 3 vias o Cateter tipo jelco (14 ou 16) o Frasco para drenagem o Equipo para aspiração do conteúdo 3 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 Sítio de punção e/ou drenagem –coleção gasosa o 2º EIC linha hemiclavicular o 4º - 5º EIC linha axilar média o Borda superior da costela inferior Sítio de punção e/ou drenagem – coleção líquida o Linha axilar média 5º - 6º espaço intercostal o Pode ocorrer de a coleção estar mais baixa que este parâmetro -> importante a referência por semiologia e imagem Toracocentese por agulha: o Procedimento destina-se ao doente crítico cujas condições respiratórias estão em rápida deterioração, pela presença de um pneumotórax com risco de morte o Se esta técnica for usada em pct que não tiver pneumotórax hipertensivo, pode resultar em pneumotórax e/ou lesão pulmonar o Procedimento: Puncionar a pele com um cateter agulhado e dirigi-lo para o EIC, de modo que ele passe rente à borda superior da costela inferior Manter o catéter bloqueado com uma tampa enroscável (tipo “Luer Lock”) Puncionar a pleura parietal Remover a tampa enroscável do cateter e prestar atenção se ocorre um escape súbito de ar quando a agulha atravessa a pleura parietal, indicando que o pneumotórax hipertensivo foi aliviado Remover a agulha e recolocar a tampa enroscável no cateter. Deixa o cateter plástico no lugar e aplicar um curativo ao redor do ponto de inserção Tomar as providências para a drenagem de tórax, se necessário Toracocentese – punção de efusão pleural o Assepsia e antissepsia o Anestesia local no EIC desejado, linha axilar média, mergulhando no tecido em todo o trajeto até a pleura o Punção com a seringa já conectada à agulha e/ou jelco, na borda superior da costela inferior para evitar lesar o feixe vásculo-nervoso o Em caso de fluxo de fluido incompatível com o esperado, pode ser útil movimentar o pct, e/ou a agulha/cateter para atingir o sítio ideal, pode ser necessária a repetição da punção em outro local o Aspire o conteúdo pleural Complicações: o Lesão de vaso intercostal o Pneumotórax o Hematoma o Pneumoperitôneo o Celulite local o Infecção pleural o Empiema 4 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 DRENAGEM TORÁCICA Proporcionar um mecanismo valvular unidirecional, por gerar pressão negativa, simulando a fisiologia respiratória O dreno intercostal tem função de remover ar, sangue, fluido ou pus da cavidade pleural, previnindo o colapso pulmonar, promovendo a expansão do pulmão Deve evitar o retorno deste líquido que pode ocorrer pela pressão negativa criada pela respiração 3 componentes básicos participam deste mecanismo: o Dreno competente e não obstruido o Frasco coletor posicionado abaixo do nível do tórax do pct o Dispositivo unidirecional – o selo d´água – para evitar o retorno de ar ou fluido Calibre dos drenos: o 12FR - 23 cm o 16FR - 45 cm o 20FR - 45 cm o 24FR - 45 cm o 28FR - 45 cm o 32FR - 45 cm o 36FR - 45 cm O ar tende a subir e o liquido desce na cavidade pleural, orietando o sítio ideal para posicionamento do dreno O calibre do dreno a ser colocado deve ser avaliado de acordo com o tipo de material que deverá ser retirado (ar ou fluido) Dreno deve ser conectado ao tubo e ao frasco de drenagem, com comprimento bastante para permitir a mobilidade do pct no eito e evitar sucção deste líquido de volta ao tórax O frasco deve ser posicionado ao nível do chão e conter líquido (água) para estabelecer um sistema fechado A pressão positiva durante a expiração expulsa o líquido/ar da cavidade pleural em direção ao sistema de drenagem Critérios para drenagem o Situações que comprometam a mecânica respiratória: Pneumotórax – maior que 10% do volume pulmonar Hemotórax traumático Neoplasias Quilotórax Empiemas o Ambiente: centro cirúrgico o Técnica asséptica e EPS o Anestesia: local ou geral 5 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 o Instrumental adequado o Drenos: 8 a 40 Fr o Posição do pct: decúbito dorsal ou semi-sentado o Radiografia na sala Material: o Pinças kelly 16 cm(2), bisturi (lâmina 15 ou 23), porta agulhas, pinça anatômica e dente de rato, tesoura de metzenbaum, tesoura de mayo o Frascos para drenagem torácica com tubo e válvula de conexão (raro ter a válvula) o Solução antisséptica, água destilada o Fios de mononylon 2-0 ou 3-0 o Os drenos mais utilizados são de polietileno e silastic Quanto maior o volume e a densidade do fluido mais calibroso deve ser o dreno Para pcts adultos com efusão líquida podemos usar dreno 28 a 30 Fr, ou drenos de luz multipla Em crianças o calibre depende da idade e do EIC Durante a infiltração anestésica pode ocorrer saída de liquido pleural na seringa Local -> de acordo com o conteúdo: o Ar: 2º ou 3º EIC na borda superior da costela inferior na linha hemiclavicular, ou 4º EIC na linha axilar média o Líquido: 5º ou 6º EIC na linha axilar média Medir a extensão necessária do dreno que ficará dentro da cavidade pleurral e marcar o dreno, incluindo desde o orifício mais distal do dreno até sua ponta Num adulto de 70Kg varia entre 8 a 12 cm Técnica: o Incisão transversa de cerca de 1,5cm. Dissecção com tesoura ou pinça até o plano muscular, divulsionar o plano muscular cuidadosamente para evitar sangramento abundante o Com a pinça Kelly penetra-se no plano muscular até alcançar a pleura Caso não haja saída do fluido ou ar, considerar que pode ter abordado um empiema solidificado, hemotórax totalmente coagulado, drenado o local errado ou estar fazendo um falso trajeto o Deve-se introduzir o dedo indicador no trajeto para confirmar a localização da cavidade pleural, geralmente há saida de ar ou secreção o No momento da introdução do dreno pode ocorrer entrada de ar na cavidade pleural e no tecido subcutâneo o Conteúdo deverá migrar para o frasco coletor abaixo do pct o Fixação é feita com sutura de pele e ancorando o dreno com fio de mononylon 2.0/3.0 A boa fixação evita o deslocamento e/ou arrancamento acidental do dreno 6 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 Cuidados: o Dreno seve ser retirado tão logo sua função termine o Em pct com fístulas aéreas, quilotórax e empiema podem requerer drenagem por longo prazo o Em períodos maiores qe 3 semanas pode levar à erosão de vasos inercostais e hemorragia o Em pcts com pneumotórax, o dreno pode ser retirado 12horas após o cessamento de saída de ar no frasco o Em hemotórax quando não mais ocorre saida de sg o Em pcts com empiema espera-se até que haja ausência de saída de secreção pelo frasco Nos casos que ultrapasse 10-12 dias e apresenta-se com o mediastino fixado pode-se instalar drenagem aberta o Em pcts com pneumotórax, e em uso de ventilação sob pressão, mantem-se o dreno até o deemame do respirador artificial Válvula unidirecional de Heimlich o Consiste em uma peça de corracha cuja extremidade distal é comprimida e mantém-se colabada, permitindo assim a saída de ar e/ou de líquidos em uma direção impedindo seu retorno o Válvula funciona em qualquer posição o Esse sistema mantém a válvula de borracha em contato permanente, mais ainda permite seu afastamento durante o movimento respiratório, tanto na expiração o É bastante longa e larga o suficiente para possibilitar a saída de liquidos ou coágulos sem refluxo o A parte superor é corrugada, encaixa em qualquer tamanho de tubo pleural e, ainda, pode ser conectada para aspiração intermitente ou drenagem de líquidos Complicações de drenagem de tórax: o Pneumotórax persistente o Grande vazamento do parênquima o Vazamento do sistema do selo d´água o Enfisema subcutâneo, usualmente no local do dreno o Recidiva do pneumotórax após remoção do dreno, por demora na oclusão da ferida o Reação alérgica ou anafilática a produtos usados na antissepsia ou na anestesia o Laceração ou perfuração de órgãos intratorácicos e/ou intra-abdominais (pode ser evitada com a prévia introdução do dedo) o Contaminação da pleura, com infecção o Colocação do dreno em posição incorreta, dentro ou fora do tórax 7 Paola Freitas – 5º período – 2012.2 TRAUMATISMO TORÁCICO São provocados em sua maioria por acidentes de trânsito e acidentes industriais Gravidade do traumatismo é proporcional aos tipos de lesões associadas, que podem levar à morte ou dificultar o diagnóstico preciso da lesão traumática e, consequentemente, o tratamento adequado para o caso O acidentado deverá ser sempre considerado em estado grave, mesmo que não apresente sinais clínicos aparentes Nos traumatismos fechados de tórax, ou contusões torácicas, não há solução de continuidade da pele Nos traumatismos abertos ou ferimentos torácicos, podem surgir complicações maiores Penetrantes -> quando atingem a pleura, pericárdio ou mediastino De acordo com a localização do ferimento ele poderá ser chamado de torácico, cervico-torácico e tóraco-abdominal A idade do acidentado ou a existência de processos patológicos cardiopulmonares anteriores são, muitas vezes, responsáveis pelo agravamento dessas alterações Traumatismo torácico aberto com pneumotórax o Perda da substância da parede torácica comunicando o meio externo e a cavidade pleural o Ocorre pneumotórax imediato, balanço do mediastino e ar pêndulo, podendo levar à instabilidade súbita e, caso a conduta não seja realizada imediatamente, a morte do pct poderá ocorrer o O que fazer? Curativo de gaze ou compressa de pano limpo Procura-se vedar totalmente a abertura do ferimento para impedir a entrada de ar (curativo de 3 pontas) Curativo deverá ser preso e fixo firmemente com o cinto ou faixa de pano em torno do tórax, sem apertar Asherman Chest Seal e Bolin Chest Seal o Utilizado em pneumotórax aberto o Previne o pneumotórax hipertensivo o Válvula one way: o ar sai, mas não entra