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ABORDAGEM PSICOGENÉTICA de JEAN PIAGET Psicologia do Desenvolvimento I Profa. Ms. Djanira de Sousa Jean Piaget Nasceu em 1896 na Suiça e faleceu em 1980. Curso superior em Zoologia e diversos estudos em Psicologia. Considerava-se um estudioso do desenvolvimento humano no âmbito da psicologia da criança ou, mais especificamente, da psicologia da inteligência. Jean Piaget Piaget não criou um método de educação. Método piagetiano: teoria sobre o desenvolvimento da inteligência da criança fornece elementos objetivos, concretos e coerentes para a construção de um modo de atuar como educador junto às crianças, promovendo seu desenvolvimento e aprendizagem. Jean Piaget A partir da teoria de Piaget, diversos programas, projetos e métodos de trabalho pedagógicos, especialmente em Educação Infantil e Ensino Fundamental, foram criados em vários países. TEORIA DE PIAGET Considerada a mais completa e coerente de quantas já foram criadas. Interesse pelo processo de formação da inteligência, se situando do ponto de vista da psicologia genética (origem e formação das estruturas mentais). “De onde vem a inteligência e como ela chega à fase de expressão plena, na vida adulta?” Por que estudar a criança? A criança “explica” o adulto e vice-versa. Não aceitava a ideia de que a inteligência fosse herdada ou que surgisse espontaneamente à medida que a pessoa crescesse, nem que fosse um mecanismo de adaptação do meio exterior, um comportamento adquirido por exercício ou treinamento. ASPECTOS DA TEORIA DE PAIGET A inteligência é construída no interior do sujeito, por ele mesmo, num processo dinâmico, ao longo dos primeiros 15 ou 17 anos, a partir do nascimento. ASPECTOS DA TEORIA DE PIAGET O homem não nasce inteligente, torna-se inteligente. ASPECTOS DA TEORIA DE PIAGET O sujeito fica inteligente por incorporação de respostas de fora, porque recebeu conhecimentos ou treinou habilidades. Inteligência surge do desenvolvimento de mecanismos internos de organização do mundo que o cerca ou estruturas de compreensão da realidade. ESQUEMAS Ação de categorizar: esquema de olhar, esquema de segurar. Os bebês nascem com pequeno repertório de esquemas sensoriais e motores simples: olhar, tocar, sentir, alcançar, etc. Crianças mais velhas: análise dedutiva, raciocínio lógico. Essa mudança dos esquemas sensório- motores para esquemas mentais complexos ocorrem por ASSIMILAÇÃO, ACOMODAÇÃO e EQUILIBRAÇÃO. ASPECTOS DA TEORIA DE PIAGET Todas as espécies herdam 2 tendências básicas: Organização: de organizar e sistematizar seus processos em sistemas coerentes: físico e psicológico. Adaptação: adequação ao ambiente por meio de 2 processos complementares: ADAPTAÇÃO OCORRE POR: Assimilação: o objeto (experiência, evento) é transformado e passa a fazer parte do organismo; a criança usa as estruturas psíquicas que já possui. Se elas não são suficientes, é preciso construir novas estruturas. Acomodação: mudanças que o organismo faz em suas estruturas a fim de poder lidar com estímulos ambientais novos. ASPECTOS DA TEORIA DE PIAGET Desenvolvimento mental: sucessão de estágios, seguindo uma cronologia e a progressiva inserção do ser humano no meio social e físico. Estágios: aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que interfere no desenvolvimento global. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO 1º estágio: SENSÓRIO- MOTOR – 0 a 2 anos. 2º estágio: PRÉ-OPERATÓRIO – 2 a 7 anos. 3º estágio: OPERAÇÕES CONCRETAS – 7 a 11 anos. 4º estágio: OPERAÇÕES FORMAIS – 11 ou 12 anos em diante. 1º estágio: SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) Período de comportamento inteligente antes do desenvolvimento da linguagem: inteligência prática, a partir da ação sobre o meio. Inteligência trabalha com as percepções (sensório) e ação (motor) Comportamento adaptativo, pois está sempre modificando os esquemas mentais em resposta ao ambiente (comportamento inteligente). 1º estágio: SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) Elabora o conhecimento no nível da ação, mediante a organização progressiva de sensações e movimentos. Imagina-se o centro do universo (egocentrismo), acreditando que as coisas não existem sem que ele as veja, ou seja, as coisas do mundo existem por sua causa. Nível de diálogo: monólogo. 1º estágio: SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) Nível de organização e socialização: individual, ainda não interage socialmente. Nível de representação corporal: imitação com modelo, não tem a representação mental, necessita da presença do objeto para imitar – ausência da função simbólica. 1º estágio: SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) PRINCIPAIS AQUISIÇÕES (ao final do período): Capacidade para coordenar e integrar informações dos 5 sentidos: entende que a informação recebida de diferentes sentidos se relaciona ao mesmo objeto. Ex: criança associa a música do móbile ao objeto que vê acima do berço. 1º estágio: SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) PRINCIPAIS AQUISIÇÕES (ao final do período): Esquema do objeto permanente: a criança passa a saber que um objeto existe apesar de não poder vê-lo, tocá-lo, ouvi-lo = início do Simbolismo. Capacidade de exibir comportamento orientado para um objetivo determinado: suas ações anteriormente eram muito concretas, sua capacidade de planejamento era limitada. 2º estágio: PRÉ-OPERACIONAL (2 a 7 anos) Ainda não opera logicamente, é pré-lógica. Ocorre o desenvolvimento extremamente rápido da linguagem. Consegue representar internamente os objetos e acontecimentos e “pensa” Pensamento: ação internalizada. 2º estágio: PRÉ-OPERACIONAL (2 a 7 anos) Função simbólica ou semiótica: capaz de representar mentalmente os objetos. Idade da fantasia, do faz-de-conta. Brinca e conversa sozinha. Animismo: atribui vida aos objetos. Realismo: confunde fatos imaginários com a realidade. 2º estágio: PRÉ-OPERACIONAL (2 a 7 anos) • Princípio didático: lúdico. • Imitações sem modelo, dramatizações, desenhos, pinturas, histórias. • Nível de linguagem: monólogo coletivo. • Nível de organização e socialização: pares móveis – não compreendem regras sociais, os conflitos são frequentes, não faz diferenciação por sexo. • Nível de representação corporal: imitação sem modelo – com a aquisição da função semiótica. 2º estágio: PRÉ-OPERACIONAL (2 a 7 anos) EGOCENTRISMO: as coisas e fatos são vistos a partir do seu próprio ponto de vista, é incapaz de se colocar no lugar de alguém. Ainda não possui a noção de CONSERVAÇÃO, não consegue reconhecer uma relação entre a forma original e a modificada. 3º estágio: OPERACIONAL CONCRETO (7 a 11 anos) Já utiliza símbolos para executar operações ou atividades mentais. Consegue levar em conta todos os aspectos de uma situação, ou seja, já é capaz de descentrar, demonstrando diminuição do egocentrismo. Ainda não é capaz de abstrair. Adquire noção de reversibilidade, classificação, seriação e ordenação. Capaz de concentrar-se por longos períodos e de executar tarefas que envolvam sequências e regras. 3º estágio: OPERACIONAL CONCRETO (7 a 11 anos) Realiza experiências de resultados imediatos ou a longo prazo. Jogos mais complexos como xadrez, futebol, etc. Adivinhações, enigmas, charadas. 3º estágio: OPERACIONAL CONCRETO (7 a 11 anos) Nível de linguagem: diálogo, mas não e capaz de discutir diferentes pontos de vista Nível de organização e socialização: bandos. Nível de representação gráfica: realismo visual, ausência de transparências. Nível de representação corporal: dramatização, reproduz textos e os representa a partir de situações vividas 4º estágio: OPERAÇÕES FORMAIS (11 anos em diante) Pensamento lógico formal, abstração e generalização. Elabora conceitos, hipóteses, leis e passa a testá-los. Maturidade intelectual 4º estágio: OPERAÇÕES FORMAIS (11 anos em diante) Liberta-se inteiramente do objeto, do concreto Pensamento hipotético-dedutivo Interesse pelas transformações sociais Mantém diálogos Cooperação 4º estágio: OPERAÇÕES FORMAIS (11 anos em diante) Nível de linguagem: discussão sobre um tema, considerando diferentes pontos de vista e chega a conclusões. Nível de organização e socialização: grupos, leis discutíveis e transformáveis, moral de cooperação. Nível de representação gráfica: técnicas de desenhos: proporções, profundidade, perspectiva. Nível de representação corporal: teatro, caracterização de vozes, personagens, cenários, fantasias, etc. DESENVOLVIMENTO x APRENDIZAGEM Concebe como dois fenômenos distintos. O desenvolvimento refere-se aos mecanismos gerais da inteligência, por exemplo, a capacidade de compreensão, raciocínio, relação, abstração, generalização. A aprendizagem é a aquisição de habilidades específicas, de conhecimentos. DESENVOLVIMENTO x APRENDIZAGEM Desenvolvimento: base sobre a qual se constrói a aprendizagem, que só pode acontecer significativamente se a criança tiver desenvolvido mecanismos gerais aos quais ela pode relacionar o conteúdo objeto da aprendizagem. Querer que alguém aprenda a somar antes de haver construído o conceito de número é forçar a assimilação de algo para o que ainda não há estrutura cognitiva.