Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-1 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue Cálculo de Funções por Séries de Potências O objetivo do cálculo de funções por séries de potências é o de se obter expressões simples para a avaliação de funções com grau de complexidade maior. Além disso, veremos que o desenvolvimento de funções por séries de Taylor forma o núcleo básico de um curso de Cálculo Numérico, de modo que o entendimento desse assunto é indispensável para o entendimento dos diversos métodos numéricos a serem abordados nos próximos capítulos. Definição Uma Série de Potências em x - x0 é uma série da forma a a x x a x x a x x a x xn n n 0 1 0 2 0 2 3 0 3 0 0 + − + − + − + = − = ∞∑( ) ( ) ( ) ( )� O problema do cálculo de uma função por meio de séries de potência consiste em se encontrar os coeficientes an de uma série infinita, tal que: f x a x xn n n ( ) ( )= − = ∞∑ 0 0 Séries de Taylor Definição: Uma função y = f(x) é analítica num ponto x0, se f(x) for a soma de uma série de potências para todo x tal que |x - x0| < r, r > 0: f x a x xn n n ( ) ( )= − = ∞∑ 0 0 (2.1) Toda a função analítica em x0, também o é na vizinhança de x0. Lembrando: uma função f(x) é analítica num ponto x0 se ela satisfizer as seguintes condições: (1) a função existe em x0 e vale f(x0); (2) a função é contínua em x0 e (3) a função é diferenciável em x0 e suas derivadas f’(x), f”(x), ..., f(n)(x) existem nesse ponto. Cálculo dos coeficientes an: Se f(x) é analítica em x0, então a função vale f(x0) nesse ponto e também as suas derivadas existem e valem f '(x0), f "(x0), ... , f (n)(x0). Deste modo, podemos calcular o valor da função e de suas derivadas fazendo: f x a x xn n n ( ) ( )= − = ∞∑ 0 0 ′ = − − = ∞∑f x na x xn n n ( ) ( )0 1 1 Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-2 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue ′′ = − − − = ∞∑f x n n a x xn n n ( ) ( ) ( )1 0 2 2 ′′′ = − − − − = ∞∑f x n n n a x xn n n ( ) ( )( _ ( )1 2 0 3 3 � f x n n n m a x xn n n m n m ( ) ( ) ( ) ( ) ( )= − − + − − = ∞∑ 1 1 0� Substituindo x = x0, obtemos: f(x0) = a0, f '(x0) = a1, f "(x0) = 2!a2, ′′′f (x0) = 3!a3, ... , f (m)(x0) = m!am, de onde vem que: a f x a f x a f x a f x a f x mm m 0 0 1 0 2 0 3 0 0 2 3 = = ′ = ′′ = ′′′ =( ), ( ), ( ) ! , ( ) ! , , ( ) ! ( ) � que, substituindo na equação (2.1), resulta em: f x f x f x x x f x x x f x x x f x n x x n n n ( ) ( ) ( )( ) ( ) ! ( ) ( ) ! ( ) ( ) ! ( ) ( ) = + ′ − + ′′ − + ′′′ − + = − = ∞∑ 0 0 0 0 0 2 0 0 3 0 0 0 2 3 � (2.2) A expressão (2.2) fornece o método para o cálculo dos coeficientes de uma série de potências denominada séries de Taylor. Exemplo 1: Expansão da função f(x) = ex em séries de Taylor em torno de x0 = 0. Cálculo da função e suas derivadas em x0 = 0: f(x) = ex, f(0) = e0 = 1 f '(x) = ex f '(0) = 1 f "(x) = ex f "(0) = 1 � � f (n)(x) = ex, f (n)(0) = 1 Substituindo na equação geral da série de Taylor, resulta: e x x x x n x n n = + + + + = = ∞∑1 2 3 2 3 0 ! ! ! � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-3 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -20 0 20 40 60 80 Função exponencial e x 2 termos 3 termos 4 termos 5 termos y = f(x ) x Fig. 2.1 - Gráfico comparativo entre a função ex exata e a série de Taylor aproximada com diferentes números de termos da série. Exemplo 2: Expansão em séries de Taylor para a função sen x em torno de x0 = 0. Cálculo da função e suas derivadas em x0 = 0: f(x) = sen x f(0) = sen 0 = 0 f '(x) = cos x f '(0) = cos 0 =1 f "(x) = − sen x f"(0) = 0 f '''(x) = − cos x f '''(0) = − 1 f(4) (x) = sen x f(4) (0) = 0 � � As derivadas da função sen x são cíclicas, de modo que f(4) (x) = f(x), f(5) (x) = f’(x), e assim por diante. Substituindo na expressão geral para a série de Taylor, resulta: sen ! ! ! ( ) ( )!x x x x x x n n n n = − + − + = − + + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 1 2 1 � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-4 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 Função seno sen x 2 termos 3 termos 4 termos 5 termos y = f(x ) x Fig. 2.2 - Gráfico comparativo entre a função sen x exata e a série de Taylor aproximada com diferentes números de termos da série. Exemplo 3: Expansão da função cos x em séries de Taylor em torno de x0 = 0. Cálculo da função e suas derivadas em x0 = 0: f(x) = cos x f(0) = cos 0 = 1 f '(x) = − sen x f '(0) = − sen 0 = 0 f "(x) = − cos x f"(0) = − 1 f '''(x) = sen x f '''(0) = 0 f(4) (x) = cos x f(4) (0) = 1 � � Observar que, como no caso da função sen x, as derivadas da função cos x são repetitivas a partir da 4a derivada. Substituindo na expressão geral para a série de Taylor, resulta: cos ! ! ! ( ) ( )!x x x x x n n n n = − + − + = − = ∞ ∑1 2 4 6 1 2 2 4 6 2 0 � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-5 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -2 -1 0 1 2 Função cosseno cos x 2 termos 3 termos 4 termos 5 termos y = f(x ) x Fig. 2.3 - Gráfico comparativo entre a função cos x exata e a série de Taylor aproximada com diferentes números de termos da série. Exemplo 4: Seja f(x) = ln x. Expandir em séries de Taylor em torno de x0 = 0. Cálculo de f(0) e suas derivadas: f(x) = ln x, ′ = ′′ = − ′′′ =f x x f x x f x x ( ) , ( ) , ( ) , ,1 1 22 3 � f x n x n n n ( ) ( ) ( ) ( )!= − −−1 11 (n = 1, 2, 3, ...), de modo que f(1) = 0, f '(1) = 1, f "(0) = -1, f '''(1) = 2, ..., f (n)(1) = (-1)n-1(n-1)!. Substituindo em (2.2), vem que: ln ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )x x x x x x n n n n = − − − + − − − + = − − − = ∞∑1 12 13 14 1 1 2 3 4 1 1 � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-6 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 Função logaritmo ln x 2 termos 3 termos 4 termos 5 termos y = f(x ) x Fig. 2.4 - Gráfico comparativo entre a função ln x exata e a série de Taylor aproximada com diferentes números de termos da série. Teorema da convergência para séries de potências: Seja a x xn n n ( )− = ∞∑ 0 0 uma série de potências dada. Uma das seguintes condições é válida: (i) a série converge somente quando x = x0; (ii) a série é absolutamente convergente para todos os valores de x; (iii) existe um número R > 0, tal que a série seja absolutamente convergente para todos os valores de x, para os quais |x-x0| < R, e seja divergente para todos os valores de x, para os quais |x-x0| > R. A grandeza R é denominada raio de convergência da série de potências dada. Exemplo 5: Determinar o raio de convergência da série de Taylor para a função ex. Para determinarmos o raio de convergência da função ex, vamos aplicar o teste da razão: lim lim ( )! ! lim n n n n n n n a a x n x n x n→∞ + →∞ + →∞ = + = + = 1 1 1 1 0, para qualquer valor de x Como o critério da razão estabelece que a série é convergente quando o limite acima é menor do que 1, conclui-se que o raio de convergência da série de Taylor da função exponencial são todos os valores de x, tal que x ∈ℜ, ou seja, |x| < ∞. Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-7 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue Exemplo 6: Determinar o raio de convergência da série de Taylor para a função ln x, expandida em torno de x0 = 1. A série de Taylor da função ln x é expressa como: ln ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )x x x x x x n n n n = − − − + − − − + = − − − = ∞∑1 12 13 14 1 1 2 3 4 1 1 � Aplicando o teste da razão ao termo geral da série: lim lim ( ) ( ) lim ( ) limn n n n n n n n a a x n x n x n n x n n x →∞ + →∞ + →∞ →∞ = − + − = − + = − + = − 1 11 1 1 1 1 1 1 1 Como o critério da razão estabelece que a série é convergente quando o limite é menor do que 1, resulta: x x x− < ⇔ − < − < ⇒ < <1 1 1 1 1 0 2 Como o critério da razão não diz nada sobre a convergência ou divergência em x = 2 (para o qual o limite é igual a 1), vamos analisá-lo em separado. Fazendo x = 2 na série de Taylor, tem-se que: � � n n n n 2 1 1 2 1 3 1 4 1 1 1 = − + − + = − − = ∞∑ ( ) Mas, esta série infinita é a série harmônica alternada, que é convergente. Assim, o raio de convergência para ln x é 0 < x ≤ 2. Observação: A convergência de uma série de potências nos assegura que podemos utilizá-la para o cálculo dos valores corretos de uma função. Exemplo 7: O cálculo de ln 1,5 e de ln 2, usando a série de Taylor fornece os valores: n ln (1,5) n ln (2,0) 2 0,37500 10 0,64564 4 0,40104 50 0,68325 5 0,40729 100 0,68817 10 0,40543 500 0,69215 11 0,40548 1.000 0,69265 12 0,40546 10.000 0,69310 13 0,40547 50.000 0,69314 15 0,40547 100.000 0,69314 20 0,40547 200.000 0,69315 Exato: 0,40547 Exato: 0,69315 Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-8 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue Como a série é convergente para x = 1,5 observa-se que a função fornece o resultado correto com cinco casas decimais empregando 13 termos da série. Os outros valores, para n < 13, embora não sejam exatos, mostram tendência de convergência para o valor exato. No caso de ln 2, como x = 2 é o valor de x no limite superior de convergência da série de Taylor da função ln x, observamos dos dados da tabela que a convergência é lenta. Para obter o resultado com precisão de cinco casas decimais, necessitamos da ordem de 200.000 termos da série! Geralmente, quanto maior o valor do argumento de uma função, i.e., quanto maior o valor de x para o cálculo de f(x), necessitamos de um número cada vez maior de termos da série para que possamos obter o resultado com uma certa precisão. Vamos ver agora quando utilizamos um valor de x fora do intervalo de convergência de uma dada série. Na tabela seguinte estão mostrados os valores calculados de ln 3 usando diferentes números de termos da série de potências: n ln (3,0) 5 5,06667 7 12,6857 10 -6,48254 15 1424,42 20 -34359,7 25 882703 ∞ ∞ Exato: 1,09861 Neste caso, como a série infinita para ln 3 é divergente, o cálculo pela série de Taylor fornece valores errados e, em nenhum momento, vai convergir para o valor correto 1,09861 com qualquer número de termos da série. Exemplo 8: Para calcular ln 3 ou qualquer outro valor de x que esteja fora do intervalo de convergência, utilizamos a propriedade das funções logarítmicas: ln (a.b) = ln a + ln b. Para x = 3, fazemos ln 3 = ln (2x1,5) = ln 2 + ln 1,5 = 0,69315 + 0,40547 = 1,09862. A diferença de 0,00001 vem do erro de arredondamento de ln 2 e de ln 1,5. Exemplo 9: Poderíamos ter adotado o mesmo procedimento do Exemplo 8 para o cálculo de ln 2, pois assim, com o argumento x menor, o número de termos da série de potência seria bem menor do que os 200.000 termos necessários para precisão de cinco casas decimais. Assim, poderíamos fazer: ln 2 = ln ( )2 2 = 2 ln 2 . Para o cálculo de ln 2 com precisão de cinco casas decimais, seriam necessários apenas 10 termos: ln 2 = 0,34657. ∴ ln 2 = 2(0,34657) = 0,69315. Séries de Potências com Resto Seja a série de potências: f x f x f x x x f x x x f x n x x n n n ( ) ( ) ( )( ) ( ) ! ( ) ( ) ! ( ) ( ) = + ′ − + ′′ − + = − = ∞∑0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-9 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue se desejamos calcular a série com um número finito de termos, podemos reescrever (2.2) na forma: f x f x f x x x f x x x f x n x x R x n n n( ) ( ) ( )( ) ( ) ! ( ) ( ) ! ( ) ( ) ( ) = + ′ − + ′′ − + + − +0 0 0 0 0 2 0 02 � (2.3) onde Rn(x) representa o resto da série de potências truncada no n-ésimo termo. O resto Rn(x) pode ser definido de acordo com a fórmula de Leibniz como: { }R x max f x x n x xn n n ( ) ( ) ( ) ! , ( )≤ − ≤ ≤ξ ξ0 0 (2.4) Rn(x) representa o erro de truncamento (absoluto) da série de Taylor. Observar que a expressão para a fórmula de Leibniz depende do máximo valor da derivada n-ésima da função f(x) e do termo geral da série de potência. Exemplo 10: Determinar quantos termos são necessários para se calcular e1 através de séries de Taylor, com erro menor do que 10-6. O erro absoluto para a série de Taylor da função ex pode ser calculada através da fórmula de Leibniz: { } { }R x M x n max f max en n n( ) ! , ( ) ,( )≤ = = ≤ ≤ onde M ξ ξξ 0 1 O valor máximo de eξ ocorre quando ξ = 1, ou seja, { }max f en( ) ( )ξ = . Entretanto, o valor do número de Euler, e1, é o que desejamos calcular, de modo que estimamos o valor de { }max f n( ) ( )ξ como sendo igual a 3 (> e). Assim, podemos calcular n da fórmula de Leibniz como: R x n n nn n ( ) ! ! ! .= ≤ = < ⇒ >−1 3 1 3 10 3106 6 . Esta desigualdade não tem solução analítica, de modo que vamos calcular o valor de n substituindo-se numericamente valores de n até encontrar um que satisfaça a condição de Leibniz. Se fizermos n = 9, teremos que 9! = 362.880 < 3.106. Se n = 10, vem que 10! = 9!x10 = 3.628.800 > 3.106. Portanto, para se calcular e1 com erro inferior a 10-6 são necessários n = 10 termos na série de potências. Exemplo 11: Determinar o número de termos necessários para se avaliar o sen 5 por séries de potências com precisão de cinco casas decimais. Solução: Precisão de cinco casas decimais é equivalente a calcular sen 5 com erro absoluto de 1 em 10-5, ou seja, Rn(x) ≤ 10-5: R x M x n M nn n n ( ) ( )! ( )!= ≤ + = + ≤ + + −5 2 1 5 2 1 10 2 1 2 1 5 , Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-10 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue onde { }M max f n= =( ) ( )ξ 1, pois embora não saibamos qual será a n-ésima derivada de sen x, sabemos que no máximo ela será igual a 1. Assim, 1 5 2 1 10 2 1 5 10 2 1 5 2 1 5 n nn n+ − ++ ≤ ⇒ + ≥( )! ( )! Novamente, calcularemos o valor de n por substituição numérica. A solução vem para (2n + 1) = 21, ou n = 10. Observar que a variável contadora n se inicia em 0. Assim, serão necessários, no máximo, 11 (= n + 1) termos da série de Taylor para o cálculo de sen 5 com precisão de cinco casas decimais. Exemplo 12: Vamos verificar se o valor de n calculado no Exemplo 2 fornece o resultado com cinco casas decimais de precisão. Utilizando o programa de cálculo FORTRAN seno.for ou a versão em linguagem C, seno.c1, obtemos para n = 11, sen 5 = -0,9589238336 e erro absoluto = 9,3.10-6. Observar que o resultado obtido por séries de potências está correto até a quinta casa decimal em comparação ao resultado exato (-0,9589242762) com dez casas decimais. Derivação de Séries de Potências Seja y = f(x) uma função expandida em uma série de potências. O operador linear derivada (ou diferenciação) pode ser aplicado com facilidade a uma série de potências devido à associatividade da operação de derivação, i.e., a derivada de um somatório é igual ao somatório das derivadas: ( )dydx ddx a x ddx a x na xn n n n n n n n n = = = = ∞ = ∞ − = ∞∑ ∑ ∑ 0 0 1 1 Observe que o primeiro índice do último somatório vale n = 1 devido à derivação da potência x n que reduziu em um termo a série. Exemplo 13: Seja f(x) = sen x, calcular a derivada da série de Taylor desta função. ( )sen ! ! ! ( ) )!x x x x x x n n n n = − + − + = − + + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 1 2 1 � Derivando-se os dois lados da equação, 1 Disponíveis em http://www.demar.faenquil.br/programas Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-11 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue ( ) d dx x d dx x x x x d dx x n x x x x x x n n n (sen ) ! ! ! ( ) )! ! ! ! ! ! ! = − + − + = − + = − + − + = − + − + + = ∞∑3 5 7 2 1 0 2 4 6 2 4 6 3 5 7 1 2 1 1 3 3 5 5 7 7 1 2 4 6 � � � Mas, sabemos que ( )cos ! ! ! ( ) )!x x x x x n n n n = − + − + = − = ∞∑1 2 4 6 1 2 2 4 6 2 0 � de modo que d dx x x(sen ) cos= , verificado pela identidade entre as séries de potências acima. Exemplo 14: Seja f(x) = ln x, calcular a derivada da série de Taylor desta função expandida em torno de x0 = 1. ln ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )x x x x x x n n n n = − − − + − − − + = − − − = ∞∑1 12 13 14 1 1 2 3 4 1 1 � Derivando esta série, resulta: d dx x x d dx x x x x x x x x xn n n n n n (ln ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ≡ = − − − + − − − + = − − + − − − + = − − = − −− − = ∞ = ∞∑ ∑ 1 1 1 2 1 3 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 4 2 3 1 1 1 0 � � Observe a troca do índice do somatório de n = n - 1 para n = n na última expressão acima, de modo que o primeiro índice desse somatório começa em n = 0. Integração de Séries de Potências A integração de uma função em série de potências pode ser feita termo a termo: f x dx a x dx a x dx a x n a x nn n n n n n n n n n n n ( )∫ ∑∫ ∫∑ ∑ ∑= = = + = = ∞ = ∞ + = ∞ = ∞ 0 0 1 0 1 1 Observe que, de forma análoga à diferenciação, o primeiro índice do último somatório vale n = 1 devido à adição de mais um termo à série de potência xn. Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-12 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue Exemplo 15: Calcular cos .x dx∫ por Séries de Potências. A série de potências de cos x é expressa como: cos ! ! ! ( ) ( )!x x x x x n n n n = − + − + = − = ∞∑1 2 4 6 1 2 2 4 6 2 0 � Integrando, obtém-se: cos . ! ! ! ! ! ! ( ) ( )!x dx x x x dx x x x x x n n n n ∫ ∫ ∑= − + − + = − + − + = − ++ = ∞ 1 2 4 6 3 5 7 1 2 1 2 4 6 3 5 7 2 1 0 � � que é exatamente a série de potências da função sen x. Exemplo 16: A integral sen x x dx⋅∫ é bastante utilizada no Eletromagnetismo. Entretanto, o integrando sen x/x não possui primitiva, de modo que a sua solução é obtida através da expansão em séries de potências. Vamos mostrar neste exemplo como é relativamente simples obter a expressão em séries de potências dessa integral. Consideremos, inicialmente, a série de Taylor da função sen x: sen ! ! ! ( ) ( )!x x x x x x n n n n = − + − + = − + + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 1 2 1 � Dividimos termo a termo ambos os lados da equação por x: sen ! ! ! ( ) ( )! x x x x x x n n n n = − + − + = − + = ∞∑1 3 5 7 1 2 1 2 4 6 2 0 � Agora, integramos a equação e obtemos: sen ! ! ! ! !5 ! ( ) ( )!( ) x x dx x x x dx x x x x x n n n n n ⋅ = − + − + = − + − + = − + +∫ ∫ ∑ + = ∞ 1 3 5 7 3 3 5 7 7 1 2 1 2 1 2 4 6 3 5 7 2 1 0 � � Exemplo 17: Calcular sen x x dx⋅∫ 0 1 com cinco casas decimais de precisão. Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-13 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue sen ! !5 ! ! !5 ! x x dx x x x x ⋅ = − + − + = − + − +∫ 0 1 3 5 7 3 3 5 7 7 1 1 3 3 1 5 1 7 70 1 � � ≅ − + − =1 0 055556 0 001667 0 000028 0 946083, , , , Algumas Séries de MacLaurin (x0 = 0) Fórmula geral da série de MacLaurin, que é um caso particular da série de Taylor quando x0 = 0: f x f f x f x f x f n x n n n ( ) ( ) ( ) ( ) ! ( ) ! ( ) ! ( ) = + ′ + ′′ + ′′′ + = = ∞∑0 0 02 03 02 3 0 � 1. Série geométrica ( )1 1 11 2 3 4 5± = + + + <−x x x x x x x� � � � 2. Função seno sen x = x x x x x n xn n n − + − + = − + < ∞ + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 1 2 1! ! ! ( ) ( )! � 3. Função cosseno cos x = 1 2 4 6 1 2 2 4 6 2 0 − + − + = − < ∞ = ∞∑x x x xn xn n n ! ! ! ( ) ( )! � 4. Função tangente tg x = ( ) x x x x x B x n x n n n n n + + + + + = − < − = ∞∑13 215 17315 622835 2 2 12 23 5 7 9 2 2 2 1 0 � ( )! pi onde: B B B n k k n n k n 0 1 0 1 1 1 2 0 2= = − − = ≥ = −∑, / ( )! ! e para Bn : no de Bernoulli 5. Função exponencial ex = 1 2 3 4 2 3 4 0 + + + + + = < ∞ = ∞∑x x x x xn x n n ! ! ! ! � 6. Função cosseno hiperbólico cosh x = 1 2 4 6 2 2 4 6 2 0 + + + + = < ∞ = ∞∑x x x xn x n n ! ! ! ( )! � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-14 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue 7. Função seno hiperbólico senh x = x x x x x n x n n + + + + = + < ∞ + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 2 1! ! ! ( )!� 8. Série binomial ( )a x a n a x n a x n a x xn n n n n+ = + + + + < ∞− − −1 2 31 2 2 3 3 � 9. Função logaritmo 1 2 1 1 3 5 7 2 1 1 3 5 7 2 1 0 ln + − = + + + + = + < + = ∞∑xx x x x x xn x n n � 10. Função arco seno arc sen x = x x x x x+ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ + < 1 2 3 1 3 2 4 5 1 3 5 2 4 6 7 1 3 5 7 � 11. Função arco cosseno arc cos x = pi 2 - arcsen x = pi 2 1 2 3 1 3 2 4 5 1 3 5 2 4 6 7 1 3 5 7 − + ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ + <x x x x x � 12. Função arco tangente arc tg x = x x x x x n xn n n − + − + = − + < + = ∞∑3 5 7 2 1 0 3 5 7 1 2 1 1 � ( ) 13. Função composta esen x esen x = 1 2 8 15 2 4 5 + + − − + < ∞x x x x x � 14. Função composta ex.cos x ex.cos x = ( ) 1 3 6 2 43 4 2 0 + − − + = < ∞ = ∞∑x x x nn x x n n n � / cos / ! pi 15. Função erro ∞< ⋅+pi = + ⋅ + ⋅ + ⋅ − pi = pi = ∑∫ ∞ = + − x n1n2 x2 37 x 25 x 13 x x 2due2xerf 0n 1n2753x 0 u 2 !)(!!!)( � Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-15 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue 16. Função sen x / x Si x u u du x x x x x n n x x n n ( ) sen ! ! ! ! ( ) ( )!= = ⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ + = + ⋅ + < ∞∫ ∑ + = ∞ 1 1 3 3 5 5 7 7 2 1 2 1 3 5 0 7 2 1 0 � Séries de Taylor Fórmula geral: ( ) ( ) �+−′′′+−′′+−′+= 300200000 xx3 xf xx 2 xf xxxfxfxf ! )( ! )())(()()( ( )∑∞ = −= 0n n 0 0 n xx n xf ! )()( 1. Função logaritmo ln x = ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )x x x x x n xn n n − − − + − − − + = − − < ≤− = ∞∑1 12 13 14 1 1 0 2 2 3 4 1 1 � 2. Função logaritmo ln x = 0x 1x 1x 1n2 12 1x 1x 5 1 1x 1x 3 1 1x 1x2 1n2 0n 53 > + − + = + + − + + − + + − + ∞ = ∑� 3. Função hiperbólica 1 1 1 1 1 1 1 0 22 3 0 x x x x x xn n n = − − + − − − + = − − < < = ∞∑( ) ( ) ( ) ( ) ( )� Exercícios propostos 1. Expandir as seguintes funções em séries de potência: (a) ex.cos x (b) tg x (c) arc tg x (d) (a + x)3 (e) (1 + x)-2 2. Qual o significado de expansão em séries de potências em torno de um valor x0? A escolha de um valor x0 arbitrário influencia na precisão de cálculo de uma função por séries de potências? Justifique e dê exemplos numéricos para a sua argumentação. 3. Considere a série geométrica x x n n= ∞∑ = − 0 1 1 : (a) Determinar o número de termos necessários para calcular a soma com um erro inferior a 10-2, quando x = 0,5; x = 0,9 e x = 0,99. Cálculo de Funções por Séries de Potências 2-16 Cálculo Numérico e Computacional C.Y. Shigue (b) Verificar que, para x > 1 ou x < -1, a série diverge. Comprove, calculando a soma para x = 2 empregando 10, 20 e 30 termos e observando que os resultados são diferentes. (c) Mostrar que, à medida que x se aproxima de 1, o número de termos necessários para calcular a soma com um erro inferior a um ε fixo tende ao infinito. 4. Mostrar, usando séries de potências, que: (a) ( ) ! − = = ∞∑ 1 1 1 0 n n n e (b) 1 2 2 0 n n= ∞∑ = (c) ( ) ln− =− = ∞ ∑ 1 21 1 n n n (d) 1 2 1 1 3 5 7 2 1 3 5 7 2 1 0 ln + − = + + + + = + + = ∞∑xx x x x x xn n n � (e) a x a x a x a x a n x n n = + + + + = = ∞ ∑1 1 2 3 2 3 0 ln ! ( ln ) ! ( ln ) ( ln ) � (f) d dx n x x � = 1 (g) sen ( ) cos( )ax dx ax C= − +∫ , onde C é uma constante (h) e xxln = (h) cos2x + sen2x = 1 (i) sen 2x = 2 sen x.cos x (j) sen( ) sen cos sen ! cos ! sen ! sen( / )x a a x a x a x a x a x a nn n + = + − − + + = + = ∞∑2 3 4 0 2 3 4 2� pi 5. Calcule e1 utilizando a série de potências com cinco termos. Calcule o erro a partir do valor exato obtido diretamente da calculadora. Agora, faça e1 = (e0,2)5, calcule o valor de e1 primeiramente calculando o valor de e0,2 por série de potências com cinco termos e posteriormente, elevando o resultado à quinta potência para obter o valor de e1. Determine o erro e compare com o resultado anterior. Repita o mesmo procedimento para calcular e1 = (e0,25)4. Qual a razão para as diferenças observadas nos três cálculos? Justifique. Obs.: Utilize o número de algarismos significativos necessários para mostrar a diferença entre os três resultados. 6. Desenvolver a função f(x) = e x− 2 2/ em uma série de Taylor, a partir da série de ex e calcular e dxx−∫ 2 2 0 1 / com precisão de cinco casas decimais. 7. Faça o gráfico da função f x x x ( ) ln= − 1 e calcule ln , x x dx − ∫ 1 0 1 1 , utilizando séries de potências com precisão de cinco casas decimais.