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Aula 11 Continuação Salário e Remuneração

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Disciplina: Dto do Trabalho II
Professora: Marice Taques. 
Aula 11 -REMUNERAÇÃO E SALÁRIO ( 2ª parte- continuação)
FORMAS COMPLEMENTARES DE REMUNERAÇÃO
1. ABONOS
 É a antecipação salarial ou um plus concedido pela empresa paga pelo empregador. Também integra o salário (art. 457, § 1º, da CLT). Os abonos podem ser compensados nos reajustes futuros. 
2. ADICIONAIS : 
2.1. Adicional de horas extras: aquilo que excede à jornada normal é considerado hora extraordinária, que deve ser remunerada com acréscimo de, no mínimo, 50% (art. 7a, XVI, da CF).
Se não houver acordo escrito, norma coletiva ou necessidade imperiosa (art. 61 da CLT), o empregado não está obrigado a prestar o serviço extraordinário.
O empregador poderá retirar as horas extras, com aviso prévio. Se as horas extras eram habituais, o empregado terá direito a uma indenização.(Sum. 291 do TST)
Súmula nº 291 do TST
HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.
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O balconista, sujeito a controle de horário, que recebe por comissão tem direito ao adicional de 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor das comissões referentes a tais horas. (Sum. 340 do TST).
Súmula nº 340 do TST
COMISSIONISTA. HORAS -O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.
2.2 Adicional noturno: considera-se noturno o trabalho executado entre 22h de um dia até as 5h do dia seguinte. Neste período a remuneração ter um acréscimo de 20%, calculado sobre a hora diurna.
Por ficção legal, a hora noturna é menor do que a diurna sendo computada a cada 52 minutos e 30 segundos.
A Consolidação das Leis do Trabalho (art. 73, caput) excluía o pagamento do acréscimo noturno se houvesse regime de revezamento, mas entende-se que houve derrogação daquela norma e o adicional é devido em qualquer hipótese .
O adicional noturno habitual integra o salário para todos os fins ( Sum. 60 do TST).
Súmula nº 60 do TST
ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO 
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. 
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
Lei 8.906/94 art. 20 e §3º - Estatuto da Advocacia Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. § 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
Lei 5.889/73 art. 7º e §único - trabalho rural . Art 7º Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária. Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal.
Para os portuários a hora noturna é compreendida entre dezenove horas e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.(-OJ- nº 60 da SDI-1 )
Faz jus à jornada noturna, o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.(OJ. 360 SDI-1)
2.3 Adicional de penosidade: Embora a Constituição Federal tenha garantido aos trabalhadores o direito ao adicional de remuneração para as atividades perigosas, na forma da lei (art. 7°, XXIII), o fato é que até agora hão houve edição de lei para tipificar e classificar o trabalho penoso e instituir o valor do adicional respectivo.
Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, que depende de lei ordinária para que adquira executoriedade. Fica obstado o direito ao adicional-penosidade por omissão legislativa. Na Espanha, os trabalhos prestados em minas de carvão, transporte e entrega de carvão, limpezas de caldeiras, tanques de petróleo, trabalhos com grafite e cola, trabalho em matadouros, preparação de farinha de peixe, fertilizantes, entre outros, são consideradas atividades penosas, chamadas de trabajos sucios.
20568051 - HORAS EXTRAORDINÁRIAS. TRABALHADOR RURAL BRAÇAL. CORTE DE CANA. ATIVIDADE PENOSA. IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DE SALÁRIO POR PRODUÇÃO. APLICABILIDADE DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 235 DA C. SDI, INADEQUAÇÃO AOS TERMOS SÚMULA Nº 340 DO C. TST. PRESERVAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. BUSCA DE AMBIENTE LABORAL SAUDÁVEL. I. O elevado sentido de Justiça, a intenção de impedir a precarização do trabalho no campo, bem assim de preservar a dignidade, a saúde e a segurança do ser humano que nele labuta, levou o C. Tribunal Superior do Trabalho a alterar a redação da Orientação Jurisprudencial 235, da SBDI-1, excepcionando os trabalhadores da lavoura canavieira dedicados ao corte de cana, da paga do simples adicional de horas extras, quando adotado regime de produção, preservando, ao invés, a integralidade remuneratória. Reconheceu a penosidade desse tipo de prestação de serviços. A longa exposição ao sol e o quantitativo de horas trabalhadas em atividade que demanda forte esforço físico, realizada em ambiente físico e sócio-econômico desfavorável, autoriza essa consideração excepcional e afasta o toque característico do regime de labor por produção. II. Permitir que esse tipo de trabalho esteja sujeito a limitação da jornada diária e semanal, como tutelado pela Constituição Federal, remunerando-o pela hora extra integral, não fere o Princípio da Isonomia. Antes o contempla, em sua inteireza, ao conferir atenção às especificidades dos desiguais. III. Nítido o intuito de preservar bens maiores, alusivos à dignidade, à saúde, à segurança, à própria vida do homem que trabalha e que dele extrai o sustento seu e contribui para o da família. lV. Essa interpretação, aliás, trilha linha auxiliar da redução dos elevadíssimos índices de acidentes do trabalho, no setor canavieiro do país. (TRT 6ª R.; RO 0001762-97.2012.5.06.0241; Primeira Turma; Relª Juíza Daisy Anderson Tenório; Julg. 25/07/2013; DOEPE 05/08/2013)
22475965 - ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PENOSIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO. OPÇÃO VÁLIDA. Muito embora a opção prevista no artigo 193, parágrafo 2º, da CF não alcance o adicional de penosidade, importa é que ele ainda não foi regulamentado por Lei, sendo válido o ato administrativo que estabeleceu o seu pagamento, todavia, condicionado à opção do empregado pelo seu recebimento, em detrimento do adicional de insalubridade ou periculosidade. Situação em que não se evidencia qualquer vício de consentimento em relação à opção expressamente manifestada pela reclamante. Recurso da reclamada que se dá provimento parcial no item. (TRT 4ª R.; RO 00250-2008-026-04-00-6; Nona Turma; Rel. Des. João Alfredo
Borges Antunes de Miranda; Julg. 16/09/2009; DEJTRS 29/09/2009; Pág. 34) 
 
 
2.4 Adicional de insalubridade: 
Ao Ministério do Trabalho cabe a indicação das condições e métodos de trabalho que definem uma atividade como insalubre- NR-15. 
Como o próprio nome diz, insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por conta de sua atividade laboral.
Assim, são consideras insalubres as atividades ou operações que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.
O direito ao recebimento de adicional de insalubridade é previsto pelo art. 7, XXIII da CF. 
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (CLT, art. 189).
O adicional de insalubridade é devido ao empregado que presta serviços em atividades insalubres, sendo calculado à razão de 10%, 20% e 40% sobre o salário mínimo, respectivamente para os graus mínimo, médio e máximo (CLT, art. 192).�
23086319 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CORTADOR DE CANA. EXPOSIÇÃOÀ FULIGEM CONTENDO HIDROCARBONETOS. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. AGENTE INSALUBRE CARACTERIZADO. A Constituição da República enumera como princípios fundamentais do Estado Brasileiro a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. O labor digno corresponde, assim, à prestação de trabalho adequado, de forma a não comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores. Condenável, dessa forma, a conduta do empregador que visa tão somente ao lucro, e desvincula a dignidade do trabalhador dos meios produtivos, a despeito da plena implementação do trabalho como direito social (art. 6º da Constituição Federal). A prática da queima pré-colheita tem enorme impacto na sociedade: afeta não só a saúde dos trabalhadores diretamente envolvidos com a produção da cana-de-açúcar, mas também toda a comunidade estabelecida em áreas próximas às de plantio. Observa-se a alta toxidade dos hidrocarbonetos espelhada no Decreto nº 3.048, que na lista A do anexo II, que se ocupa dos agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas ao trabalho, elenca-o no item XIII como agente patogênico para 45 (quarenta e cinco) doenças profissionais, dentre elas neoplasia maligna dos brônquios e pulmão, transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado, neurastenia, conjuntivite, parada cardíaca, hipertensão portal, dermatite de contato por irritantes, efeitos tóxicos agudos. Inequívoca, assim, a insalubridade no meio ambiente do trabalho em que se ativava o reclamante, pois exposto à fuligem de cana-de-açúcar contendo hidrocarbonetos policíclicos aromáticos carcinogênicos, conforme identificado pela NR 15, anexo 13. A circunstância de o hidrocarboneto constante da fuligem da queima da cana-de-açúcar não se encontrar expressamente da relação oficial do Ministério do Trabalho e Emprego como agente insalubre não é óbice ao seu recebimento, pois a listagem é exemplificativa, e não exaustiva. A norma de proteção à saúde do trabalhador deve ser interpretada de acordo com os preceitos constitucionais e, assim, de forma ampliativa, visando estender ao máximo suas possíveis vertentes de aplicação. Pelo princípio da precaução, tem-se como dever do empregador a prevenção de possíveis riscos que adviriam do processo produtivo ou realização da atividade, e encontrar a solução protetiva mais adequada. Deve-se, para tanto, ter como base todo o conhecimento de que dispõe a comunidade científica, hábil a promover a preservação da saúde e bem-estar dos trabalhadores. Por todo o exposto, e com vistas a tornar possível não só a efetivação da política de precaução, como também da preservação ambiental disposta no art. 225 da Lei Maior e no art. 14 da Lei nº 6938/81, entendo como decisão mais acertada condenar a ré ao adicional de insalubridade pelo contato com HPAs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) e, de acordo com os princípios da livre valoração das provas e convencimento motivado, conceder o adicional de insalubridade em seu grau máximo, no período de safra, pela exposição a Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos. Recurso do autor a que se dá provimento, no particular. (TRT 9ª R.; RO 1459-33.2011.5.09.0242; Segunda Turma; Rel. Des. Ricardo Tadeu Marques; DEJTPR 03/09/2013))
7289989 - BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. SALÁRIO MÍNIMO. Por força do artigo 192 da CLT, cuja nulidade não foi pronunciada no julgamento do re 565.714/SP, que originou a Súmula vinculante nº 04 do STF, deve ser mantido o salário mínimo como parâmetro para a base de cálculo do adicional de insalubridade, até que seja regulamentada a matéria pelo legislador. (TRT 3ª R.; RO 166-60.2012.5.03.0080; Rel. Juiz Conv. Luis Felipe Lopes Boson; DJEMG 03/09/2013; Pág. 284)
O adicional de insalubridade integra a remuneração do empregado para todos os efeitos legais. (Sum. 139 do TST)
O trabalho executado em caráter intermitente, em condições insalubres, não afasta, por essa circunstância, o pagamento do adicional de insalubridade (S. 47 do TST).
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, devendo tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), pelo empregado (S. 289 do TST).
A verificação, por meio de perícia, da prestação de serviços em condições nocivas à saúde do empregado, considerando agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade (S. 293 do TST).
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado. (OJ. 165 da SDI-1)
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova. (OJ. 278, da SDI-1) 
O empregado que postular o pagamento de adicional de insalubridade na Justiça do Trabalho deve abrir mão do adicional de periculosidade e vice-versa, não podendo receber os dois cumulativamente (CLT, art. 193, § 2.°). �
Não há direito adquirido ao recebimento do adicional de insalubridade, sendo que a Súmula 80 do TST menciona que a eliminação da insalubridade pelo fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo Órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do adicional respectivo.
Logo, o direito do empregado ao adicional de insalubridade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física. Caso o empregado seja removido do setor ou passe a laborar em outro estabelecimento, perderá o direito ao adicional de insalubridade.
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade serão feitas por meio de perícia a cargo do médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (CLT, art. 195).
Como a legislação estabelece quais os agentes considerados nocivos à saúde, não será suficiente somente o laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional.
É preciso que a atividade apontada pelo laudo pericial como insalubre esteja prevista na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho, tal como definido pela NR-15.
4 OJ- SDI-1 . ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO 
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado
tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. (ex-OJ nº 170 da SDI-1 - inserida em 08.11.2000)
2346671 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE SANITÁRIOS E COLETA DE LIXO EM BANHEIRO DE USO COLETIVO. UNIVERSIDADE. 1. É devido o pagamento do adicional de insalubridade para empregado que realiza atividade de recolhimento de lixo, limpeza e higienização de banheiros de universidade. 2. A situação é diversa daquela prevista na orientação jurisprudencial 4, item II, da sdi-1, por não se tratar de limpeza e recolhimento de lixo em residências ou escritórios, os quais têm circulação de um grupo limitado e determinado de pessoas. Na espécie, trata-se de limpeza de banheiros de universidade, frequentado por público numeroso, atividade essa que se enquadra na hipótese prevista no anexo 14 da norma regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e emprego, ensejando o pagamento do adicional de insalubridade de grau máximo, em face do contato permanente com lixo urbano. Recurso de embargos de que se conhece e a que se dá provimento. (TST; E-RR 0102100-02.2007.5.04.0018; Subseção I Especializada em Dissídios Individuais; Rel. Des. João Batista Brito Pereira; DEJT 30/08/2013; Pág. 99)
 
 21268475 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. REQUISITOS FIXADOS PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. ARTIGO 190 DA CLT. NÃO PREENCHIMENTO. Muito embora seja possível compreender- se que o lixo doméstico venha a compor o lixo urbano, a coleta do lixo de banheiro, pressupondo sua manipulação, não confere ao obreiro o direito ao pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, nos exatos termos do anexo 14 da NR 15 da Portaria MTb nº 3.214/78. (TRT 2ª R.; RO 0001445-62.2010.5.02.0312; Ac. 2013/0856236; Décima Sétima Turma; Relª Desª Fed. Soraya Galassi Lambert; DJESP 16/08/2013)
O próprio Tribunal Superior do Trabalho-TST julgou improcedente o pedido em uma ação proposta por um ex-empregado de uma empresa no ramo de cana-de-açúcar, o qual ajuizou reclamatória pleiteando entre outros, o pagamento de adicional de insalubridade alegando como insalubre, o trabalho a céu aberto, estando exposto a forte radiação solar, umidade, calor, poeira e ruído.
Ocorre que em setembro de 2012, foi alterada a redação da OJ-173 do SDI-1.
 
173. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR. (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE).
II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE.
Vejamos decisão recente: 
92350220 - I. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Da leitura da fundamentação do V. Acórdão recorrido, não se encontram razões para entender que, ao fixar o quantum indenizatório, a corte de origem não tenha levado em conta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Recurso de revista não conhecido. II. Agravo de instrumento da reclamada adicional de insalubridade. Atividade a céu aberto. Exposição ao calor o eg. Tribunal regional reconheceu o direito do reclamante ao adicional de insalubridade, por exposição ao calor, decorrente do trabalho a céu aberto, nos termos da jurisprudência desta eg. Corte, consubstanciada na orientação jurisprudencial nº 173, item II, da c. Sbdi-1. Honorários periciais aplicação da Súmula nº 297 do TST. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST; ARR 0132100-80.2009.5.09.0242; Oitava Turma; Rel. Des. João Pedro Silvestrin; DEJT 30/08/2013; Pág. 1607
92347371 - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. PRELIMINAR DE NULIDADE DA DECISÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. [...] Não há falar em nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional. Adicional de insalubridade. Trabalho em lavoura de cana-de-açúcar. Exposição ao calor. Limite de tolerância ultrapassado. Previsão no anexo nº 3 da nr nº 15 da portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e emprego. A matéria, ora destacada, é bastante conhecida desta corte. Tratase de ação ajuizada contra a usina são martinho s. A., em que ex- empregado, contratado para trabalhar em lavoura de cana-deaçúcar, fato incontroverso nos autos, pleiteia diferenças de adicional de insalubridade, em face do excesso de calor em ambiente de elevadas temperaturas a que estava submetido no desempenho de suas atividades. Na hipótese, portanto, não se trata de simples exposição do trabalhador a raios solares ou a variações climáticas, havendo previsão na norma regulamentadora nº 15, anexo nº 3, da portaria nº 3.214/78, quanto à insalubridade pelo trabalho exposto ao calor, quando ultrapassado o limite de tolerância. Assim, havendo previsão legal para o deferimento do adicional de insalubridade, não há falar em desrespeito ao artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal nem em contrariedade à orientação jurisprudencial nº 173 da sbdi-1 do TST. Além disso, diante da constatação fática de o reclamante executar suas atividades ocupacionais em condições insalubres, quadro fático intangível, na forma prevista na Súmula nº 126 do TST, refuta-se as suscitadas afronta ao artigo 195 da CLT e contrariedade à orientação jurisprudencial nº 173 da sbdi-1 do TST. No âmbito da alínea a do artigo 896 da CLT, o recurso não alcança conhecimento, pois os arestos reproduzidos nos autos carecem de especificidade, conforme estabelece a Súmula nº 296, item I, do TST, porquanto não guardam sintonia com o entendimento adotado pelo regional, tratando apenas de exposição a raios solares e trabalho a céu aberto, que, consoante o acórdão hostilizado, não foi a determinante para a condenação da reclamada ao pagamento da parcela. Recurso de revista não conhecido. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário mínimo. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (reclamação nº 6.830 mc/pr. Paraná, publicada no dje nº 217, em 21/10/2008), até que sobrevenha Lei dispondo sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade, e não havendo previsão normativa nesse sentido, essa parcela deve ser calculada com base no salário mínimo nacional. Trata-se de dar aplicação à Súmula vinculante nº 04 da corte suprema nacional, na interpretação que lhe foi dada na citada reclamação, levando-se ainda em conta que a Súmula nº 17 desta corte foi cancelada pela resolução nº 148/2008 do TST, exatamente em função desses pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal. Recurso de revista conhecido e provido. [...] Recurso de revista conhecido e provido. (TST; RR 0059000-44.2005.5.15.0120; Segunda Turma; Rel. Des. José Roberto Freire Pimenta; DEJT 30/08/2013; Pág. 467)
 
Sobre a base de cálculo a OJ da SDI-1 informa: 
47. HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade.
O valor do adicional de insalubridade, por ser pago mensalmente, já remunera os dias de descanso semanal e de feriado, não havendo em falar em reflexos. 
103 OJ- SDI-1 . ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. REPOUSO SEMANAL E FERIADOS (nova redação) - DJ 20.04.2005
O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados.
	2.5 Adicional de periculosidade: 
O art. 193 da CLT
assim dispõe: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
 § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. O adicional de periculosidade consistirá no percentual de 30%, calculados sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios etc. “
A periculosidade não importa em fator contínuo de exposição do trabalhador, mas apenas um risco, que não age biologicamente contra seu organismo, mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a vida do trabalhador ou mutilá-lo.
O TST reconhece os termos da Portaria do Ministério do Trabalho 318/2003 e, em consequência, adota entendimento de que :
345 OJ- SDI-1. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA RADIOATIVA. DEVIDO 
A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial (Portarias do Ministério do Trabalho nºs 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação legislativa contida no art. 200, "caput", e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria nº 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade.
Em relação aos eletricitários, o calculo devia ser conforme a totalidade das parcelas de natureza salarial. Ocorre que foi revogada a Lei 7.369/1985, ocasionando uma importante alteração na base de cálculo do adicional de periculosidade dos que tem contato com energia elétrica. Esta tese está sedimentada hoje na Súmula 191 do TST, pois a CLT no parágrafo 1º do artigo 193 estabelece como base de cálculo o salário “sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”, ou seja, sobre o salário-base, ao passo que a Lei 7.369/1985 previa em seu artigo 1º a base de cálculo sobre “o salário que perceber”, ou seja, sobre todas as verbas de natureza salarial.
Súmula 191 do TST: 
"S. 191 do TST. Adicional. Periculosidade. Incidência. O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial". (ver comentários da nota de rodapé 3)
OJ- SDI-1 279:
279. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIOS. BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 7.369/85, ART. 1º. INTERPRETAÇÃO (DJ 11.08.2003)
O adicional de periculosidade dos eletricitários deverá ser calculado sobre o conjunto de parcelas de natureza salarial.
Todavia, o artigo 3º da Lei 12.740 de 2012, revogou tais disposições.�
Nada impede, contudo, que o Ministério do Trabalho e Emprego aprove novo anexo à Norma Regulamentadora n.º 16 para tratar deste ponto. Será necessário aguardar posicionamento do TST acerca da questão para manutenção ou cancelamentos das súmulas. 
 
O sistema elétrico de potência também determina: 
324. OJ.SDI-1 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º 
É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica.
Os cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos em empresas telefônicas:
347.OJ-SDI-1 . ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985, REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE 14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CABISTAS, INSTALADORES E REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE TELEFONIA 
É devido o adicional de periculosidade aos empregados cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício de suas funções, fiquem expostos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico de potência
Os empregados que operam bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (S. 39 do TST).
Empregado que exerce sua atividade em edifício onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável também tem direito ( OJ-SDI-1 385 TST)
Recentemente foi concedido ao bombeiro civil o direito do adicional de periculosidade:
	
92334127 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. [...] No caso em comento, a egrégia corte regional, após a análise do suporte fático dos autos, consignou que o reclamante exercia as atividades de brigadista e bombeiro civil, além de considerar incontroverso o exercício da função, pois não houve contestação da reclamada, no ponto. Concluiu, ainda, que o autor atendia aos requisitos legais da profissão. Nesse contexto, para que se pudesse acatar a tese da empresa de que o reclamante não poderia ter sido habilitado como bombeiro na forma prevista pelo artigo 2º da Lei nº 11.901/2010, necessário seria o reexame de fatos e provas, procedimento defeso nesta esfera recursal pela Súmula nº 126. Embargos de declaração a que se dá provimento, sem efeito modificativo. (TST; ED-AgR-AIRR 1142-75.2009.5.10.0016; Quinta Turma; Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos; DEJT 16/08/2013; Pág. 1586)
Não há direito adquirido ao recebimento do adicional de periculosidade. Portanto, eliminado o risco à saúde ou integridade física do trabalhador, cessa o pagamento do atinente adicional.
A Súmula 364 do TST, , quanto ao pagamento do adicional de periculosidade em caso de exposição eventual, permanente e intermitente, estabelece que:
S. 364. Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e intermitente.
I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
Assim vem sendo as decisões: 
17111319 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO HABITUAL À CONDIÇÃO PERIGOSA. Nos termos da Súmula nº 364, I, do TST, só não fará jus ao adicional de periculosidade o empregado que se expõe ao risco em caráter eventual (situações fortuitas e esporádicas), ou quando a exposição ao agente perigoso se der por "tempo extremamente reduzido". Exercendo o reclamante suas atividades em área de risco, onde efetuava o enchimento de vasilhame com produto inflamável, permanecendo em média 02 horas, a cada vez, de 02 a 04 vezes por semana, ou seja, de quatro a oito horas por semana, configura-se o caráter habitual e intermitente. (TRT 3ª R.; RO 905/2008-031-03-00.7; Terceira Turma; Rel. Juiz Conv. Danilo Siqueira de C. Faria; DJEMG 26/10/2009) 
17111272 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O contato com agentes periculosos que se dá de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido não enseja o pagamento do adicional de periculosidade (Súmula nº 364, I, do TST). (TRT 3ª R.; RO
23/2009-087-03-00.7; Terceira Turma; Rel. Juiz Conv. Danilo Siqueira de C. Faria; DJEMG 26/10/2009) 
O adicional de periculosidade possui natureza salarial e destina-se a remunerar o trabalho exercido em condições de risco. Assim, deve ele compor a base de cálculo das horas extras e adicional noturno, segundo se extrai da Súmula nº 264 desta Corte. Ademais, o valor correspondente ao adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo das horas extras e do adicional noturno porque durante esses períodos não cessa o fato gerador das condições de risco. (OJ. 259 SDI-1)
22481032 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O adicional de periculosidade deve integrar a base de cálculo das horas extras e do adicional noturno. Aplicação da Súmula nº 132, II, do c. TST e da oj 259 da SDI-I do TST. (TRT 4ª R.; RO 01479-2008-333-04-00-0; Quarta Turma; Rel. Des. João Pedro Silvestrin; Julg. 15/10/2009; DEJTRS 26/10/2009; Pág. 70)
Nos termos do art. 195 da CLT, a periculosidade é apurada por meio de perícia realizada por médico ou engenheiro do trabalho, registrado no Ministério do 
Trabalho. 
Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
 § 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. 
 § 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. 
 § 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia. 
Assim também a OJ. 165 da SDI-1 determina: 
165. OJ. SDI-1 . PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.
O art. 194 da CLT determina: “ O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. ”
172.OJ. SDI-1: . ADICIONAL DE INSALUBRIDADE OU PERICULOSIDADE. CONDENAÇÃO. INSERÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO (inserida em 08.11.2000)
Condenada ao pagamento do adicional de insalubridade ou periculosidade, a empresa deverá inserir, mês a mês e enquanto o trabalho for executado sob essas condições, o valor correspondente em folha de pagamento.
Se o empregado trabalho de forma intermitente em lugar perigoso, ou se o contato é meramente eventual, o entendimento é de que: 
Súmula nº 364 do TST
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE 
Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
Vale a pena relembrar, que o adicional de periculosidade não convive com o adicional de insalubridade.
2.6 Adicional por transferência
No momento da celebração do contrato de trabalho, há a determinação do lugar onde o empregado deverá prestar serviço. 
O comando geral que rege o contrato de trabalho é o da inalterabilidade, nos termos do artigo 468 da Consolidação das Leis do Trabalho. Todavia, o artigo 469 da mesma Consolidação, relativizando consideravelmente esse princípio, determina hipóteses em que pode ocorrer alteração unilateral do local da prestação dos serviços.
Com efeito, a transferência do empregado decorre do jus variandi do empregador (que nada mais é do que o poder de alterar unilateralmente o contrato de trabalho – ainda que limitado por força do artigo 468 da CLT), autorizada pelo artigo 469 da CLT.
O artigo 469 da CLT em seus parágrafos, dispõe sobre a transferência de empregados.
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio .
 § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. (Redação dada pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975)
 § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.
 § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. 
Esse o teor da OJ-SDI-1 – 113 do C. TST, que trata do tema, in verbis:
OJ-SDI1-113 ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA OU PREVISÃO CONTRATUAL DE TRANSFERÊNCIA. DEVIDO. DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA PROVISÓRIA. 
O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.
A transferência provisória é a mudança em caráter temporário do local de trabalho para outra região geoeconômica (artigo 469, § 3º, da CLT), que implique alteração do domicílio do empregado em razão da necessidade de serviço, transferência, conforme artigo 469, §§ 1º, 2º, e 3º, da CLT, que não necessita da anuência do empregado.
O empregador que transferir o empregado para localidade diversa da que resultar o contrato, deverá efetuar um pagamento suplementar de no mínimo 25% do salário percebido na localidade da qual foi transferido, enquanto durar a situação.
O Adicional de transferência NÃO é devido em caso de transferência definitiva, que é a mudança do local de trabalho para outra região geoeconômica, de forma permanente, (artigo 469, caput, da CLT), implicando alteração de domicílio do empregado, em razão da necessidade de serviço. Esta transferência só pode ocorrer com a anuência do empregado. Trata-se de alteração contratual que impõe mudança de próprio domicílio do empregado. A rigor, juridicamente, nem se poderia falar em “transferência”, porque é o próprio local de trabalho que se altera de modo definitivo.
Ressalta-se ainda o fato de que a anuência do empregado, deve constar em seu contrato de trabalho, ou seja, através de uma cláusula que deva prever a alteração do local de trabalho.
92340178 - RECURSO DE REVISTA. [...]. 2. Adicional de transferência. Constaram na decisão recorrida as premissas fáticas de que houve três transferências provisórias sucessivas, todas de curta duração (a primeira: um ano e cinco meses; a segunda: dois anos e dois meses; a terceira: seis meses), o que é suficiente para o acolhimento do pedido de pagamento do adicional, ressaltando-se que é irrelevante o fato de a última transferência ter coincidido com o término do contrato de trabalho, considerando-se o contexto global da inequívoca provisoriedade de todas as transferências
sucessivas de curta duração.. (TST; RR 0138900-98.2009.5.09.0089; Sexta Turma; Relª Desª Kátia Magalhães Arruda; DEJT 23/08/2013; Pág. 1536)
92329153 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. DESCABIMENTO. 1. [...] . 3. Adicional de transferência. Nos termos da orientação jurisprudencial 113 da sbdi-1/TST, o adicional de transferência somente é devido se o deslocamento ocorre de forma provisória. Evidenciada a mudança definitiva de domicílio, impossível vislumbrar-se ofensa ao § 3º do artigo 469 da CLT. 4. Salário in natura. Habitação. Decisão moldada à jurisprudência uniformizada pelo tribunal superior do trabalho. A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. Inteligência da Súmula nº 367, I, do TST. Óbice do art. 896, § 4º, da CLT e Súmula nº 333 do TST. 5. Devolução de descontos. Parcelas rescisórias. Limite. Interposto à deriva dos requisitos traçados no art. 896 da CLT, não merece processamento o recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (TST; AIRR 47500-55.2008.5.15.0029; Terceira Turma; Rel. Min. Alberto Bresciani; DEJT 09/08/2013; Pág. 482)
2.7 Adicional por tempo de serviço: é devido por este é estipulado normalmente em regulamento interno da empresa, após o empregado ter completado determinado período de trabalho. È uma gratificação, pois é paga por liberalidade, que muitas vezes é chamado de , anuênio, qüinqüênio, etc.(Sum. 203) 
2.8 Diárias: ( já visto) 
3. QUEBRA DE CAIXA:
O valor correspondente à "quebra de caixa" constituída, geralmente, por verba paga a empregados que lidam com numerário (dinheiro), tais como caixa de banco ou instituições financeiras, caixa de loja de comércio em geral, etc., tem por finalidade compensar eventuais prejuízos sofridos por esses mesmos empregados, em função das características de sua atividade. 
A obrigatoriedade de pagamento desse valor, via-de-regra, está prevista em cláusula de acordo ou convenção coletiva da categoria profissional, podendo também ser estabelecida por regulamento interno das próprias empresas. Tais documentos podem definir o valor da verba, sua periodicidade e as condições do pagamento do benefício. 
Observe-se que o Precedente Normativo do TST nº 103 dispõe que sobre a Gratificação de Caixa é de 10% sobre o salário do trabalhador que exerce a função de caixa permanentemente, nestes termos: "Precedente Normativo nº 103 - Gratificação de caixa (positivo) - Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função de caixa a gratificação de 10% sobre seu salário, excluídos do cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais."
Para alguns autores a sua natureza é de verba compensatória, de indenização e não de contraprestação pelos serviços prestados pelo empregado. Possuindo natureza indenizatória e não salarial, nas se integrando ao salário para nenhum efeito. 
A legislação diz que faz parte da remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber, as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador. 
De forma que entendemos ser devida a integração desse valor na remuneração do empregado, para efeitos de cálculo das verbas trabalhistas (férias, 13º salário etc, inclusive por ocasião da rescisão), por tratar-se de um pagamento com característica de benefício ao empregado, por eventuais perdas em seu movimento do caixa. 
Nesse sentido os tribunais trabalhistas têm pensamento idêntico, prevendo-se no Enunciado do TST nº 247 que a parcela paga sob a denominação quebra de caixa possui natureza salarial. �
26052681 - FUNÇÃO DE TÉCNICO DE OPERAÇÃO DE RETAGUARDA/TESOUREIRO. QUEBRA DE CAIXA. Restando demonstrado nos autos que os reclamantes, enquanto exercentes da função de técnico de operação de retaguarda/tesoureiro na reclamada, manuseiam numerários, inclusive se responsabilizando pelas faltas porventura detectadas nos valores sob sua guarda, ainda que não laborem diretamente nos caixas da empresa, fazem jus à parcela denominada de quebra de caixa enquanto permanecerem no exercício de tal função. (TRT 8ª R.; RO 0000339-52.2013.5.08.0002; Terceira Turma; Rel. Des. Fed. Mario Leite Soares; DEJTPA 30/08/2013; Pág. 67)
22643973 - ADICIONAL DE QUEBRA DE CAIXA. COBRADORES DE PASSAGENS DE ÔNIBUS. O adicional de quebra de caixa tem a finalidade de remunerar o empregado que recebe valores diretamente dos clientes em serviço de caixa em razão de eventuais falhas na conferência de valores que possam obrigá-lo a ressarcir o empregador, caso dos cobradores de passagens de ônibus, os quais lidam diariamente com valores recebidos dos passageiros. A ausência de descontos não determina que os trabalhadores não façam jus ao adicional porque resultaria incompreensível que a sua dedicação ao trabalho no sentido de evitar prejuízos na contabilização de recebimentos e pagamentos de quantias dos passageiros redundasse na exclusão do direito garantido na cláusula normativa. Recurso do sindicato- autor provido, no tópico. (TRT 4ª R.; RO 0000432-44.2012.5.04.0751; Sexta Turma; Rel. Des. José Felipe Ledur; DEJTRS 29/08/2013; Pág. 46)
17289088 - QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA DA PARCELA. Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelo empregado que lida com manuseio constante de numerário. Dispõe a cláusula 14a, cct 2009/2011: O empregado que em sua jornada de trabalho exerça a função exclusivamente de caixa deverá tê-la anotada em sua carteira de trabalho, recebendo a título de quebra de caixa, uma gratificação no valor mensal de r$44,00 (quarenta e quatro reais), por essa função. A tendência jurisprudencial é no sentido de que se a verba de quebra de caixa é paga com regularidade, independentemente de ter havido perda de numerário ou não, este valor integra a remuneração para todos os efeitos legais. Entretanto, terá caráter de ressarcimento e não de salário, se o pagamento for feito apenas quando ocorrer o prejuízo, o que não é o caso dos autos. A reclamante, como operadora de caixa, recebia a referida parcela, todo o mês, nos anos de 2009/2010. Assim, aqui deve se aplicar, por analogia, o disposto na Súmula nº 247 do TST, in verbis: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra-de-caixa possui natureza salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos legais. Portanto, paga a referida parcela com habitualidade, sem depender da ocorrência de prejuízo, o adicional de quebra de caixa tem natureza salarial, devendo integrar o aviso prévio, bem como o FGTS + 40% (limite do pedido). Provimento que se dá ao recurso. (TRT 3ª R.; RO 1218-38.2012.5.03.0033; Rel. Des. Paulo Roberto de Castro; DJEMG 27/08/2013; Pág. 263)
12706431 - RECURSO DE REVISTA. QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA SALARIAL. Consoante o disposto na Súmula nº 247 do TST, a parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais. Nesse contexto, a decisão proferida pelo tribunal a quo merece reforma, no sentido de adequar-se à jurisprudência pacificada desta corte superior, consubstanciada no verbete sumulado supramencionado. Recurso de revista conhecido e provido, no particular. (TST; RR 784/1996-003-01-00.0; Oitava Turma; Relª Minª Dora Maria da Costa; DEJT 23/10/2009; Pág. 1361)
17109638 - QUEBRA DE CAIXA. RESTITUIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS EM PATAMARES BEM SUPERIORES AOS VALORES PAGOS A ESSE TÍTULO. Restando provado nos autos que a reclamada realizava descontos, rotineiramente e sem registro nos recibos, em valores bem superiores àqueles que eram pagos à reclamante a título de quebra de caixa, devida a restituição da importância correspondente, pois não se pode transferir
ao empregado os riscos do empreendimento. (TRT 3ª R.; RO 2854/2008-063-03-00.2; Segunda Turma; Relª Desª Maria Laura Franco Lima de Faria; DJEMG 09/10/2009)
4. GORJETAS (já visto) 
5. INDENIZAÇÃO ADICIONAL
O empregado dispensado sem justa causa no período de 30 dias que antecede a sua correção salarial terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal. Trata-se de indenização pela chamada despedida obstativa, que presume-se que tentou evitar o aumento salarial. A indenização é conhecida como art. 9º,pois está prevista no art. 9º da Lei 6.708/79. 
17110864 - INDENIZAÇÃO ADICIONAL. Como a data-base da categoria profissional dos empregados é o dia 1o de setembro de cada ano, conforme CCT colacionadas e o reclamante foi dispensado em 06/08/2007 (TRCT de f. 14), ou seja, dentro do trintídio que antecede a sua data base, já considerando a projeção do aviso prévio indenizado (Súmula nº 182 do TST), devida é a indenização adicional prevista no artigo 9o da Lei n. 7.238/84. Provimento que se nega. (TRT 3ª R.; RO 614/2008-032-03-00.5; Rel. Des. Paulo Roberto de Castro; DJEMG 20/10/2009)
12706252 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. AVISO PRÉVIO. PROJEÇÃO. DATA-BASE. CONTRARIEDADE À SÚMULA Nº 314. NÃO CONFIGURAÇÃO. NÃO PROVIMENTO. 1. Segundo o entendimento jurisprudencial desta corte, é devida a indenização adicional quando a rescisão contratual ocorre no período de 30 (trinta) dias que antecede a data base da categoria. 2. Na espécie, o tribunal regional observou que embora a demissão da reclamante tenha se dado no trintídio anterior ao que se refere o verbete sumular, o pacto laboral, em razão da projeção do aviso prévio, foi extinto após a data-base, não sendo devida a indenização adicional a que aludem as Leis nºs 6.708/79 e 7.238/84. Precedentes da sbdi-I. Contrariedade à Súmula nº 314 do TST não configurada. 3. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST; AIRR 92209/2003-900-01-00.0; Sétima Turma; Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos; DEJT 23/10/2009; Pág. 1301)
6. DICIONÁRIO
• GUELTAS: O instituto das gueltas é originário do Direito Alemão, da idéia de "geld" (dinheiro) e da palavra "wechselgeld" (troco), conforme Julian Bracks Duarte [1]. Trata-se de uma verba paga com habitualidade por terceiro, geralmente um fornecedor ou produtor ou distribuidor, ao empregado; com o objetivo de fomentar as vendas de certo produto ou marca ou serviço, com a anuência do empregador, no exercício da atividade-fim. 
23057079 - GUELTA. NATUREZA SALARIAL. A parcela denominada guelta tem natureza salarial, especialmente quando comprovado que recebidas habitualmente pelo empregado, como incentivo, um estímulo, um prêmio. É irrelevante que sejam pagas por terceiros, pois decorrem do prestação de serviços do trabalhador à empregadora. Se a empresa empregadora participa do processo de premiação, consentindo com a prática e intermediando seu pagamento, então, a guelta pode ser considerada parte integrante da remuneração do empregado (art. 457 da CLT). Recurso conhecido e provido em parte. (TRT 9ª R.; Proc. 19118-2006-014-09-00-9; Ac. 31647-2009; Terceira Turma; Rel. Des. Altino Pedrozo dos Santos; DJPR 25/09/2009)
• DIREITO DE ARENA: O jogador de futebol que participa de uma competição num estádio deve receber parte do que for arrecadado com o espetáculo pela sua apresentação. O chamado “direito de arena; integrava a remuneração do atleta da mesma forma que as gorjetas pagas pelos clientes aos garçons. Assim vinha sendo decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho, 
12687600 - ATLETA PROFISSIONAL. FUTEBOL. LEI PELÉ. DIREITO DE ARENA. DIREITO DE IMAGEM. NATUREZA JURÍDICA. A jurisprudência desta corte tem se inclinado no sentido de atribuir natureza de remuneração às parcelas em discussão qual seja direito de imagem e direito de arena, de forma semelhante às gorjetas, que também são pagas por terceiros. Nos termos do art. 42 § 1º da Lei nº 9.615/1998 (Lei pelé), pertence à entidade desportiva empregadora, o direito de autorizar a transmissão de imagem de eventos desportivos, de cuja arrecadação é destinado 20% a ser distribuído entre os atletas que participarem dos eventos. Por essas razões a parcela recebida pelo atleta e esse título tem natureza salarial. Todavia, adotando-se por analogia a diretriz da Súmula nº 354 deste tribunal, os valores correspondentes aos direitos de imagem e de arena compõem o salário apenas para fins de cálculo do FGTS, do 13º salário e das férias. Bichos. Natureza jurídica. Não demonstrada divergência jurisprudencial. Recurso de revista de que não se conhece. (TST; RR 163/2004-106-03-00.4; Quinta Turma; Rel. Min. João Batista Brito Pereira; DEJT 25/09/2009; Pág. 1143)
12666556 - RECURSO DE REVISTA. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA. INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. A doutrina e a jurisprudência vêm-se posicionando no sentido de que o direito de arena previsto no artigo 42 da Lei n. º 9.615/98, a exemplo das gorjetas, que também são pagas por terceiros, integram a remuneração do atleta, nos termos do artigo 457 da consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido. Indenização de 40% do FGTS. Valor da multa contratual. Reconvenção. Ausência de fundamentação. Não cuidando a parte de dar a seu inconformismo o devido enquadramento legal, mediante a alegação de afronta a dispositivos de Lei ou da Constituição da República ou de contrariedade a Súmula deste tribunal superior ou, ainda, transcrevendo arestos visando a demonstrar o dissenso jurisprudencial, resulta manifesta a impossibilidade de conhecimento do recurso de revista, por ausência de fundamentação. Recurso de revista não conhecido. (TST; RR 1288/2001-114-15-00.8; Primeira Turma; Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa; DEJT 28/08/2009; Pág. 609)
Todavia, em março de 2011, a Lei 12.395 incluiu o artigo 87-A na Lei Pelé, cujo texto de tão esclarecedor chega a ser redundante:
TEXTO ORIGINAL DE 1998
Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente.
Parágrafo único. A garantia legal outorgada às entidades e aos atletas referidos neste artigo permite-lhes o uso comercial de sua denominação, símbolos, nomes e apelidos.
INCLUSÃO DE 2011
Art. 87-A. O direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo. (Incluído pela Lei nº 12.395, de 2011).
Obviamente, em Direito do Trabalho, não se pode ser tão legalista, uma vez que nas relações laborais prevalece o princípio da primazia da realidade. Mesmo que a Lei disserte com precisão sobre a natureza civil do contrato de imagem e chegue ao ponto de prever que tais contratos são “inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo”, ainda assim, ao Juiz caberá analisar e julgar a “verdade real” que envolveu o pacto mantido entre as partes: clube e atleta. Constata-se a seguinte decisão do TRT da da 2ª Região em Março de 2013
Pagamento mensal de mais de 50% do salário nominal do atleta possui clara intenção de fraudar a legislação trabalhista
Em acórdão da 9ª Turma do TRT da 2ª Região, foi discutido o direito de imagem pago mensalmente por um clube de futebol.
Segundo a relatora, juíza convocada Eliane Aparecida da Silva Pedroso, “O direito de imagem pago mensalmente pela agremiação ao atleta, superando mais da metade de seu salário nominal, possui evidente intenção de dar roupagem formal de indenização à parcela com nítido caráter salarial, atraindo a incidência do art. 9º da CLT”.
A sentença havia julgado procedente em parte a ação. O reclamante (atleta profissional de futebol) entrou
com recurso pretendendo a reforma quanto aos reflexos do salário pago indevidamente como direito de imagem.
A reclamada (clube de futebol) pleiteou a reforma quanto à impugnação do valor da causa, da forma da rescisão contratual, da multa do art. 479 e da multa de 40% do FGTS, argumentando que a quantia na inicial não era compatível com os pedidos realizados.
Analisando primeiro o recurso da reclamada, a juíza entendeu que a quantia indicada na inicial não refletia compatibilidade com a soma dos pleitos. Dessa forma, foi dado provimento à pretensão para rearbitrar o valor. Em relação ao pedido de reforma da rescisão contratual, a relatora entendeu que“o acréscimo de 40% do FGTS é devido no caso de despedimento arbitrário ou sem justa causa, independentemente da natureza do contrato, não havendo ‘dupla condenação’ como tenta fazer crer a reclamada.” Com isso, foi negado provimento às pretensões da reclamada.
Com relação ao recurso do reclamante, a relatora observou que “o pagamento mensal de R$ 25.000 foge à razoabilidade, indicando o pagamento de salário ‘vestido’ da roupagem formal de direito de imagem. Além disso, o autor não possuía ao tempo da contratação, tampouco após a rescisão, notoriedade no meio a se justificar o pagamento de direito de imagem superior a 50% de seu próprio salário nominal (R$ 48.300,00), sobretudo pelo fato de que não há nos autos comprovação de exploração de imagem do jogador fora do ambiente de jogo.”
A juíza também ressaltou que a tentativa de mascarar salários é conduta comum praticada pelos clubes em razão da alta remuneração paga aos atletas e, por consequência, o vultoso ônus decorrente dos encargos gerados.
Com isso, os magistrados da 9ª Turma entenderam que o pagamento mensal de mais de 50% do salário nominal do atleta possui clara intenção de fraudar a legislação trabalhista, devendo ser integrado para todos os efeitos, e deram provimento à pretensão para integrar o valor de R$ 25 mil mensais pagos a título de direito de imagem na multa do art. 479, 13º salário, férias + 1/3, FGTS e 40%.
Processo nº 00023393920105020053 / AC 20121401965
• BICHOS: vocábulo consagrado e que compõe o jargão futebolístico. A origem em si – vitórias ou empates – bem revela tratar-se de gratificação, possuindo, assim, nítida natureza salarial. A Lei 6.354/76 estabelece que prêmios e gratificações possuem natureza remuneratória, não integrando o salário dos atletas por estarem estritamente relacionados à sorte. Por se tratar de discussão antiga nos tribunais, o número de decisões encontradas acerca do tema é bastante significativo e, ao contrário do que se extrai da letra da lei, tem-se entendido que a natureza da parcela é salarial, integrando-se a este para todos os efeitos. Vejamos:
 JOGADOR DE FUTEBOL. VERBAS SALARIAIS PAGAS EXTRAFOLHA. Se do contrato de trabalho não consta estipulação com relação a bichos, prêmios e luvas, se a lei exige que haja previsão contratual (Lei nº 9.615/98, art. 31, § 1º) e se o reclamado expressamente confessou a existência de pendências trabalhistas, estas dizem respeito às verbas salariais pagas à margem das folhas de pagamentos. (TRT 12ª R. – RO 04059/2000 – 1ª T. – Primeira turma Juiz IDEMAR ANTÔNIO MARTINI DJ/SC 14.02.2001 – p. 212)
 RECURSO ORDINÁRIO. QUITAÇÃO DOS DÉBITOS TRABALHISTAS. RENÚNCIA. Os documentos acostados aos autos pelo recorrido, quando da instrução, revelam a existência de “quitação de débitos trabalhistas”, e não a renúncia de direitos por parte do recorrente. Logo, dá-se provimento ao recurso para acrescer ao condeno as verbas não quitadas. ACORDAM, os Juízes do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, em sua composição plena, por unanimidade, dar provimento ao recurso para acrescer ao condeno as diferenças salariais no valor de R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais) mensalmente; a integração dos “bichos” ao salário para efeito de liquidação bem como as férias e 13os salários proporcionais e multa do art. 477, da CLT. (TRT 19ª R. – RO 00516.1999.002.19.00-7 – TP – TRIBUNAL PLENO JUIZ JOÃO SAMPAIO DOE/AL 23.03.2000)
 Poucas são as decisões dissonantes, ainda que possam ser encontradas:
 Jogador de futebol. Horas extras sobre o período de concentração. Desde que não exceda de três dias por semana, não é estranho à jornada, não podendo ser tidas como extras as horas destinadas a tal fim, por se enquadrarem nas atividades normais do atleta. A concentração é obrigação contratual, legalmente admitida. Os “bichos” são verbas aleatórias regidas por critérios subjetivos, condicionadas ao êxito da atividade, sem valor predeterminado, ao arbítrio do empregador, não se integrando, conseqüentemente, ao salário para qualquer fim. Revista da empresa provida. (TST ACÓRDÃO NUM: 375 11 03 1986 RR NUM: 6884 ANO: 1984 REGIÃO: 00 UF: UF: RECURSO DE REVISTA ÓRGÃO JULGADOR – SEGUNDA TURMA REL. MINISTRO MARCELO PIMENTEL)
• "STOCK OPTION" : são planos disponibilizados por empresas aos seus empregados pelos quais estes ganham o direito de adquirir ações ou valores mobiliários de emissão da empresa brasileira ou sua matriz no exterior. Assim, o empregado tem direito a um lote de ações, sendo que, no caso de continuar trabalhando na empresa por certo período (carência), ganha a possibilidade de comprar as ações pelo preço do dia de concessão, podendo vendê-las pelo valor atualizado. Obviamente, se o funcionário deixar os quadros da sociedade dentro desse período poderá perder este direito. No início, este tipo de benefício era concedido aos altos executivos e, posteriormente, foi estendido aos demais funcionários das companhias para estimular sua fidelidade na empresa, integrando-o na mesma, buscando a retenção de talentos e o aumento de produtividade. No Brasil, embora em crescimento, a implantação deste sistema pelas empresas ainda é pequena, contando com a adesão de cerca de 10% das grandes organizações nacionais e multinacionais. 
21120429 - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. REMUNERAÇÃO DO PARADIGMA. A isonomia salarial legal não alcança as parcelas integrantes da remuneração do paradigma que se caracterizam como contraprestação devida por circunstâncias pessoais, como é o caso, na situação versada, "dos benefícios dos expatriados". Tal óbice, por si só, sem qualquer análise aos requisitos constantes no art. 461, da CLT, demonstra que a remuneração percebida pelo paradigma se deu em caráter condicional, condição não relacionada à nacionalidade, pois direcionada a igualar os salários e padrão de vida do expatriado em relação aos dos empregados do país da prestação de serviços e, portanto, desprovida de parâmetros para as comparações relativas a possível pretensão de igualdade funcional e remuneratória. .Stock options. Aquisição de ações da empresa pelo alto empregado. Natureza do valor auferido com a venda de tais ações no mercado financeiro. Apesar das denominadas opções de ações serem pactuadas tendo em conta um contrato de trabalho e com natureza de contraprestação, afastam-se da conceituação de salário e dos efeitos de tal enquadramento, porque o empregado livremente adquire as ações sujeitando-se aos riscos de sua valorização ou desvalorização no mercado financeiro e isso, sem qualquer dúvida, implica risco, assumido expressamente pelo alto empregado quando adere ao plano de opções de ações. Caracteriza- se, nos ensinamentos da doutrina, em negócio jurídico de natureza comercial e, por isso, o alto empregado assume o risco da flutuação do valor das ações. Diferenças indevidas. (TRT 2ª R.; RO 02707-2006-041-02-00-9; Ac. 2009/0194017; Décima Primeira Turma; Relª Desª Fed. Maria Aparecida Duenhas; DOESP 31/03/2009; Pág. 96) (Publicado no DVD Magister nº 27 - Repositório Autorizado do TST nº 31/2007)
29014324 - OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES. ("STOCK OPTION"). REMUNERAÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. Os lucros decorrentes de opções de compra de ações ("stock options") não configuram remuneração, nos termos do art. 457 ou do art. 458, da CLT. Embora normalmente resultem em acréscimo
patrimonial, não visam a remunerar o trabalho, mas a incentivar a obtenção de um melhor desempenho da companhia empregadora, o que as aproxima da participação nos lucros ou resultados. Por outro lado, a aquisição não é obrigatória e, sim, opcional, e as ações são transferidas a título oneroso, o que exclui a hipótese de constituir-se salário-utilidade. Além do mais, tais opções implicam risco para o empregado adquirente, uma vez que as ações adquiridas podem valorizar-se ou desvalorizar-se, circunstância que a distingue do salário stricto sensu, cujo caráter "forfetário" é conhecido. (TRT 15ª R.; RO 0387-2003-045-15-85-7; Ac. 31971/07; Terceira Câmara; Rel. Des. Ricardo Regis Laraia; DOESP 13/07/2007; Pág. 76) (Publicado no DVD Magister nº 21 - Repositório Autorizado do TST nº 31/2007)
� O Tribunal Superior do Trabalho decidiu, no dia 26/06/08, em sessão do Tribunal Pleno, dar nova redação à Súmula nº 228 para definir como base de cálculo para o adicional de insalubridade o salário básico, a partir da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, em 9 de maio. A alteração tornou-se necessária porque a Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal veda a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado e torna, assim, inconstitucional o artigo nº 192 da CLT. 
A redação anterior da Súmula nº 228 adotava o salário mínimo como base de cálculo, a não ser para categorias que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, tivesse salário profissional ou piso normativo. Por maioria de votos, o TST adotou, por analogia, a base de cálculo assentada pela jurisprudência do Tribunal para o adicional de periculosidade, prevista na Súmula nº 191. 
Na mesma sessão, o Pleno do TST cancelou a Súmula nº 17 e a Orientação Jurisprudencial nº 2 da SDI-1 e alterou a Orientação Jurisprudencial nº 47 da SDI-1 para adequá-la à nova redação da Súmula nº 228.
SÚMULA 228. DO TST
“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.”
� Todavia, recentemente a 1ª Câmara do TRT de Santa Catarina manteve decisão de primeira instância, reconhecendo o direito de trabalhador de receber, cumulativamente, os adicionais de insalubridade e de periculosidade, quando as causas e as razões forem diferentes. O autor, que já tinha conseguido o adicional de insalubridade em outro processo, por estar exposto a ruídos excessivos e agentes químicos, ingressou com nova ação trabalhista contra o mesmo réu. Na segunda ação ele requereu adicional de periculosidade, por abastecer micro trator com óleo diesel e fazer a mistura de óleos lubrificantes com gasolina para o abastecimento de roçadeira.
Na sentença, o juiz Alessandro da Silva entendeu "ser devidos de forma cumulativa ambos os adicionais quando coexistentes as condições de insalubridade e periculosidade". O magistrado fundamentou sua decisão no art. 11, b, da Convenção número155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde consta que, para efeitos de danos à saúde do trabalhador, deverão ser considerados, simultaneamente, os vários agentes e substâncias nocivos ao organismo humano.
Inconformada, a ré recorreu ao Tribunal, alegando a impossibilidade de cumulação desses adicionais. Mas, a 1ª Câmara também entendeu que "se os dois adicionais têm causas e razões diferentes, logicamente devem ser pagos cumulativamente, sempre que o trabalhador se ativar concomitantemente em atividade insalubre e perigosa".
O adicional de periculosidade é devido pelo risco de acontecer, a qualquer tempo, um acidente de trabalho. O de insalubridade deve ser pago ao trabalhador que está exposto a um agente nocivo durante a jornada de trabalho. Disponível em: � HYPERLINK "http://consultas.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento.do?acao=doc&acordao=true&id=134473" �http://consultas.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento.do?acao=doc&acordao=true&id=134473�/
� A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5013) no Supremo Tribunal Federal contra o artigo 3º da Lei 12.740/2012, que revogou dispositivo que garantia aos trabalhadores eletricitários o adicional de periculosidade no percentual de 30% sobre sua remuneração, e não apenas sobre o salário-base, como as demais categorias. A confederação alega que a alteração introduzida pela lei desonerou apenas o setor produtivo “com clara ofensa à segurança jurídica e aos direitos fundamentais” dos trabalhadores. O artigo impugnado revoga a Lei 7.369/1985, que instituiu salário adicional para os empregados no setor de energia elétrica em condições de periculosidade, garantindo-lhes o adicional de periculosidade de 30% “sobre o salário que perceber”. Para os demais trabalhadores, o parágrafo 1º do artigo 193 da CLT prevê que o cálculo seja feito “sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros”. A confederação sustenta que a revogação da lei de 1985 contraria o artigo 7º da Constituição da República, por não preencher o requisito constitucional da melhoria da condição social do trabalhador, previsto em seu caput. A medida estaria ainda “na contramão da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho”, ao reduzir a base de cálculo do adicional “sem qualquer contrapartida na redução dos riscos”, contrariando, assim, o inciso XXII do mesmo artigo, que estabelece como direito do trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho.
A alteração do cálculo de forma prejudicial aos trabalhadores violaria, ainda, o princípio constitucional da proibição do retrocesso social, conforme interpretação do artigo 5º, caput e parágrafos 1º e 2º, da Constituição e previsto em tratados internacionais, como o Protocolo de San Salvador e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. No caso, a confederação afirma que a norma posterior (a Lei 12.740/2012) “é francamente prejudicial aos eletricitários” em relação à anterior (a Lei 7.369/1985).
A CNTI aponta precedentes nos quais o STF teria utilizado o princípio da proibição do retrocesso social como parâmetro objetivo para a declaração de inconstitucionalidade de leis. E observa, ainda, que o mesmo princípio tem sido aplicado pela Justiça do Trabalho em questões que tratam do princípio da proteção ao trabalhador.
� 21/05/2009 -SEGUNDA TURMA: DESCONTO DE DIFERENÇA DE CAIXA É LÍCITO MAS TEM LIMITE 
O desconto feito no salário do empregado que exerce a função de caixa com o objetivo de repor ao banco eventuais diferenças de numerário em seu caixa ao final do expediente é lícito, mas deve observar o valor da gratificação paga ao bancário a título de “quebra de caixa”. A decisão é da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recurso do banco ABN Amro Real S/A contra decisão regional que determinou a devolução dos descontos a uma bancária da Paraíba. 
Segundo o relator do recurso, ministro Vantuil Abdala, normalmente os descontos no salário só são permitidos quando provada, pelo menos, a culpa do empregado. Mas nesse caso há uma circunstância especial, por dois motivos. “O primeiro deles é que se trata de caixa de banco que já recebe uma gratificação destinada especificamente a cobrir eventuais diferenças. O segundo é que, como caixa, tendo somente ele a posse do dinheiro, se falta algum numerário, a sua culpa é presumida”, explicou Abdala. O ministro relator acrescentou que, evidentemente, deve ser dado ao caixa fazer prova de que não teve culpa pela falta de numerário, quando, por exemplo, foi vítima de um assalto ou outra hipótese qualquer. “Entretanto, o desconto no salário só é válido até o limite do valor da gratificação de quebra de caixa”, assinalou. 
O Tribunal Regional do Trabalho da 13ª
Região (PB), acolhendo recurso da bancária, determinou que os descontos fossem devolvidos porque não foi juntada aos autos prova de que havia convenção coletiva de trabalho autorizando a prática. O TRT/PB também fez uma distinção entre “gratificação de quebra de caixa” e “comissão de caixa”, acrescentando que a gratificação recebida pela autora da ação (comissão de caixa) servia apenas para remunerar a grande responsabilidade inerente à função, não podendo ser comparada à rubrica de “quebra de caixa”, da qual, em tese, podem ser descontados os valores referentes à diferença de numerário. 
Por fim, o Regional afirmou ser necessária a demonstração de dolo ou culpa do empregado para a realização dos descontos, além de previsão expressa da prática no contrato de trabalho. No recurso ao TST, a defesa do banco sustentou que a responsabilidade pelas diferenças de caixa é do empregado, uma vez que a “comissão de caixa”, assegurada pela convenção coletiva dos bancários, tem por objetivo cobrir eventuais diferenças de dinheiro. O recurso do banco foi conhecido e provido neste tema e a obrigação de devolução dos descontos foi afastada por decisão unânime. ( RR 954/2006-008-13-40.0)

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