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21/11/08 FORRAGICULTURA INTRODUÇÃO COURO CHARQUE CARNE FRIGORIFICADA PECUÁRIA LAVOURA SIST. AGRO-SILVO-PASTORIL A Revolução Farroupilha (10 anos) começou por causa do imposto do sal muito alto cobrado pelo império. No inverno perde-se 5% dos rebanhos. É um valor muito alto (2000 cabeças). Um desfrute de 8% também é muito baixo. Tecnologia moderna disponível e qualidade zootécnica dos rebanhos. Brasil – Extensão territorial e clima. Sistema europeu – Pecuária tecnicamente evoluída. CAMPOS NATURAIS DO RIO GRANDE DO SUL Campanha, Serra do Sudeste, Depressão Central, Missões (parte), Encosta do Sudeste, Litoral Sul e Campos de Cima da Serra. 1. Campos duros e pedregosos, pouco profundos (Uruguaiana, Quarai, Alegrete, Livramento e Itaqui); 2. Campos finos em solos férteis e profundos (Bagé, Hulha Negra, Candiota, Pinheiro Machado, Herval e Jaguarão); 3. Campos médios e grossos em solos profundos (São Gabriel, Rosário, Livramento (parte), São Sepé (parte), considerados campos sujos; 4. Campos duros com rochas e matas arbustivas (Pinheiro Machado, Caçapava, Encruzilhada, Santana da Boa Vista, Piratini, Canguçu, Lavras do Sul (parte) e Bagé (parte), também são campos sujos com aroeira, vassoura e alecrim. CONCEITOS Pastagens, capineiras, glebas, potreiros, etc. Alimento barato. Pastagem – Cobertura vegetal de gramíneas e/ou leguminosas que podem ser nativas, melhoradas, cultivadas ou artificiais. São áreas cobertas por vegetação nativa ou plantas introduzidas e adaptadas, que são utilizadas para pastoreio dos animais. 2 Pastagens cultivadas – São aquelas em que o homem contribui diretamente para sua formação. Pastagens nativas – São formadas por plantas nativas ou adaptadas, distribuídas naturalmente (anuais e perenes). A parte aérea das plantas é que elabora os alimentos (proteínas, açúcares, etc.) essenciais ao desenvolvimento das mesmas. As raízes absorvem do solo a água e sais minerais, que são posteriormente sintetizados nas folhas em contato com o gás carbônico e energia solar. Pastagens melhoradas – São intermediárias entre nativas e artificiais. Introdução de leguminosas fixadoras de nitrogênio e ricas em proteínas e sais minerais. Novas espécies, limpeza, adubação e manejo adequado. Pastejo contínuo – É a forma mais primitiva. Consiste em deixar os animais em um mesmo pasto por um ou vários anos. Pastejo diferido – Permite que as plantas completem seu ciclo vegetativo antes de serem pastoreadas. Pastejo rotativo – Excelente para gado leiteiro. Divisão de potreiros em duas (alternado) ou mais áreas. Permanência em cada potreiro por 5, 10, 20 ou 30 dias ou então vinculado ao crescimento das plantas. Quando se utilizam cercas elétricas numa mesma área é chamado de "pastejo em bandas" ou pastejo parcelado. Forrageira – Toda a planta que se destina a alimentação animal, principalmente poaceas e fabaceas. São alimentos volumosos de baixo teor energético (<60%NDT) e alto teor em fibra e/ou água (>18% de fibra). Secos – Fenos, palhas, sabugos, farinhas, etc. Verdes – Forragens, silagens, raízes e tubérculos, etc. Gramíneas (Poaceas) Raiz – Fasciculadas e adventícias; Caule – Tipo colmo (não se ramifica), com nós e entrenós; Rizomas – subterrâneo nas perenes; Estolões – decumbentes; Folha – Séssil, invaginantes, dísticas, com lígulas, lâminas compridas, lanceoladas, com nervuras paralelinervas. 3 Flores – Unissexuadas ou hermafroditas, aclamídeas, superovariadas, androceu trímero, dispostos em espigueta. Espiguetas – 2 brácteas na base (gluma I e gluma II); 2 brácteas floríferas (lema e pálea); eixo interno (ráquiz). Inflorescência – Espiguetas dispostas em panículas, rácenos ou espigas. Fruto – Tipo cariopse. Destacam-se Avena bizantina Aveia Avena sativa L Aveia Avena strigosa Aveia preta Brachiaria brizantha cv maximum Marundu Brachiaria decumbens Stapf Brachiaria Brachiaria humidicula B. umidicula Brachiaria mutica (Forsk) Stapf Angola Brachiaria plantaginea (Link) Hitch Capim papuã Bromus auleticus Cevadilha Bromus catharticus Vahl. Cevadilha Cencrus ciliaris L Buffel Cynodon dactilon Tifton 85, Bermuda Cynodon aethiopicus Estrela africana Dactylis glomerata Datilis, Orchard Eriochloa polystachia (HBK) Hitch Angolinha Festuca arundinacea Festuca Holcus lanatus L Capim lanudo Hordeum vulgare L Cevada Lolium multiflorum Lam. Azevém Panicum maximum Jacq Colonião, Tobiatã, Tanzânia. Paspalum dilatatum Grama comprida Paspalum notatum Grama forquilha Paspalum notatum Pensacola Penisetum americanum Capim elefante Penissetum purpureum Schum Capim elefante 4 Phalaris aquatica Falaris Secale cereale L Centeio Setaria italica Moha Sorghum sudanensis (Piper) Stapf Capim Sudão Sorghum vulgare Pers var candatum (Hack) Hill Feterita Zea mays L Milho Leguminosas (Fabaceas) Raiz – Axial, pivotante. Caule – Herbáceo, arbustivo, arbóreo. Folhas – Compostas, alternadas, estipuladas. Flores – Diclamidas, unicarpelares, multiovuladas. Inflorescência – Panícula, ráceno, etc. Fruto – Tipo legume (vagem). Destacam-se Centrosema pubenscens Benth Jitirana Chicorium intybus Chicoria Colopogonium muconoides Desv Colopogonium Galactia stricta Benth Galactia Leucaena leucocephala Lam Leucena Lotus corniculatus Cornichão Lotus pedunculatus Cornichão Lotus tunuis Cornichão Macropitilium atropurpureum Urb Siratro Medicago hispida Gaert var denticulata (Will) Urb Trevo de carretilha Medicago sativa Alfafa Ornithopus sativus Broth Serradela Pueraria phaseoloides Benth kudzu tropical Stylosantes gracilis HBK Alfafa do nordeste Trifolium alejandrinum Trevo alexandrino Trifolium pratense Trevo Trifolium repens Trevo branco Trifolium subterraneum L Trevo subterrâneo Vigna unguiculata Feijão miúdo 5 MORFOLOGIA Morfologia das gramíneas Sistema radicular – Fasciculado e fibroso. Caules – Tipo colmo, quando aéreo, cilíndrico, delgado, dividido por nós, contendo em cada nó uma folha (alternas). Possui gemas basais que permitem o entouceiramento (perfílios). Estolões – São eixos caulinares desenvolvidos acima do solo, verdes e cilíndricos, que podem produzir novas plantas. Exemplo: Chloris gayana. Rizomas – São caules subterrâneos com nós, entrenós, gemas e folhas escamiformes (catáfilos), de crescimento horizontal. Folhas – Expansão laminar do caule. Se o comprimento for maior do que 6 vezes a largura é linear; Se a maior largura estiver no meio da folha será lanceolada. A folha contém bainha, colar, lígula e lâmina. Bainha – É uma estrutura cilíndrica, aberta longitudinalmente, que cobre o entrenó e se insere no nó do colmo. Colar – É a região da junção da bainha com a lâmina na face dorsal da folha. Lígula – Situa-se na parte ventral da folha, como um prolongamento da bainha, curta, delgada e transparente. Ótima para taxonomia. Aurículas – Apêndice lateral da base da lâmina ou no ápice da bainha. Lâmina ou limbo –É a parte plana da folha, delgada, com nervura central e outras paralelas. As nervuras são continuações das nervuras da bainha. Escamas – São folhas reduzidas que ocorrem em brotos e em rizomas. Protegem os brotos como ocorre em bambu. Brácteas – São proteções para as inflorescências. Prófilo – Estrutura modificada da bainha que protege a gema lateral como em capim elefante.. Órgãos forais – Flor - É constituída pelas lodiculas (gluméllulas) com função de perianto reduzido e órgão de reprodução (androceu e gineceu). A flor está no ápice de um eixo, é aclamida (sem proteção de cálice e corola), mas possui um invólucro constituído por brácteas. Espigueta – É formada por um pequeno eixo chamado ráquila no qual se inserem as flores. Na base há um par de brácteas (gluma inferior e superior). Mais acima há as glumelas (lema e pálea, externa e interna, inferior e superior). Este conjunto protege a flor. O flósculo compõe-se de lema, pálea e uma flor. Inflorescência Pode ser terminal ou axilar e é construída pelo agrupamento das flores. A unidade da inflorescência é a espigueta. Tipos de inflorescência – Espiga, ráceno ou cacho epanícula. Na espiga as espiguetas são sésseis como no trigo e centeio. No ráceno (cacho) as espiguetas são pediceladas como em Paspalum. Na panícula o eixo prinncipal ou ráquis é 6 ramificado, como no capim colonião. Cada tipo pode ser dividido em laxa, contraída, digitada, pseudo, etc. Pedicelo – É a haste menor e última ramificação da inflorescência. As espiguetas que não tem pedicelo são denominadas de sésseis. Glumas – As glumas podem ter 1, 3, 5, 7 nervuras. As vezes as glumas são aristadas pois a nervura principal se prolonga fina e delgada. Lema – Nas plantas primitivas é uma bráctea típica, esverdeada, carenada e nervada, lembrando uma gluma. Nas plantas evoluídas são sempre delgadas, de textura delicada. Está sempre presente na espigueta. Pálea – É binervada, sem nervura principal, com espaço côncavo entre elas formando um estojo. A pálea é recoberta pelo lema e, juntos, envolvem e protegem a flor. Lodículas – Em geral são duas lodículas situadas em frente do lema. Sua função é provocar a abertura dos flóculos. Arista – É uma continuação da nervura principal que se prolonga como um pelo rígido ou cerda. Desarticulação – É a maneira pela qual a espigueta se desprende da ráquis. Pode ocorrer abaixo das glumas, entre a gluma superior e o primeiro flósculo ou em todos os nós da ráquila acima das glumas. Sexo – A flor pode ser hermafrodita, estaminada, pistilada e neutra (sem estames e pistilos). Androceu – É o órgão masculino constituído de estames.Consiste num filete e uma antera bilocular, abrindo-se por fendas longitudinais. As anteras são fixas. Pistilo – Possui um ovário súpero, tri carpelar e uni carpelar, contendo um único óvulo, dois estiletes e dois estigmas. Fruto – É uma cariopse formada externamente de um delicado pericarpo, encerrando uma só semente rica em endosperma com o embrião situado na base. Na prática os frutos das gramíneas são chamados de grãos. Embrião – Está unido pelo cotilédone (escutelo) cuja função é dissolver as substâncias nutritivas do endosperma e passá-las as outras partes do embrião (plântula) em desenvolvimento. Morfologia das leguminosas (fabaceas) Sistema radicular – Pivotante com raízes principal, secundárias, terciárias, etc. Possuem nódulos onde alojam bactérias que vivem em simbiose com a planta. 7 Caules – Aéreos, terrestres, rasteiros, trepadores, volúveis, eretos. Gemas – Estão localizadas nas axilas das folhas. Podem ser vegetativas ou reprodutivas. Folhas – Em geral são compostas, com pecíolo, ráquis e folíolos. Estípulas – São formações laminares na base dos pecíolos. Sua função está ligada à proteção da gema axilar da folha. Órgãos florais – Envoltórios – Cálice e corola. Quando são diferentes a flor é dita heteroclamida. Quanto ao número de peças são pentâmeras (5 sépalas e 5 pétalas). A corola é papilionácea e contém o estandarte que é a pétala maior. As asas estão dispostas lateralmente e são duas; A quilha, com duas pétalas unidas em forma de quilha de navio. O androceu é o órgão sexual masculino da flor. Inflorescência – Em geral é um ráceno (cacho) com flores pediceladas inseridas num eixo indefinido. Pode ser terminal ou axilar. Fruto – É um legume (vagem) de um só carpelo, seco, com deiscência (abertura) por duas fendas longitudinais. As vagens podem ser do tipo folículo, lomento, aquênio, utrículo. Semente – Podem ser do tipo reniforme (Medicago), ovóide (Trifolium incarnatum), cordiforme (Trifolium reppens), elíptica (Ornithopus sativus), cubo (Lupinus alba), esféricas (Vícia vilosa), etc. ECOLOGIA É o estudo das relações recíprocas entre organismos e seu ambiente. Biocenose A biocenose é constituída por cinco níveis de energia (níveis tróficos). T1 – É a comunidade de plantas que captam e armazenam a energia solar através da fotossíntese e libertam oxigênio. É o nível produtor ou autotrófico. Todos os demais níveis dependem dele. T2 – São os herbívoros que consomem as plantas do T1 para utilizar sua energia acumulada. T3 – São os carnívoros que se alimentam dos herbívoros do T2. T4 – São animais que obtém parte da energia comendo carnívoros T3. T2, T3, T4 – São os macro consumidores heterotróficos. T5 – São organismos saprófitos tais como fungos, bactérias, protozoários (parte), minhocas, centopéias, insetos, moluscos, etc que se alimentam de restos de plantas, fezes e cadáveres de animais. Alguns são parasitos. No conjunto são decompositores do ecossistema. 8 A PASTAGEM QUANTO AO PERÍODO PRODUTIVO Na América Latina 90% da produção pecuária dependem de campos naturais. Estudando-se a composição dos campos naturais no Rio Grande do Sul foram constatados 97 gêneros e 826 espécies de gramíneas e mais de 200 espécies de leguminosas. A maioria das gramíneas de verão pertencem a Paniceae e Andropogoneae, enquanto as de inverno são Stipeae e Festuceae. Nas gramíneas de verão predominam os gêneros Panicum e Paspalum, enquanto nas de inverno os gêneros mais comuns são Bromus, Stipa e Piptochaetium. Para as leguminosas os principais gêneros de inverno são Medicago, Trifolium, Vícia e Adesmia e para o verão os gêneros são Desmodium e Phaseolus. Hibernais São de clima temperado; germinam ou rebrotam no outono, desenvolvem-se no inverno e florescem na primavera. Avena sativa L Aveia Lolium multiflorum Lam. Azevém Holcus lanatus L Capim lanudo Bromus catharticus Vahl. Cevadilha Secale cereale L Centeio Hordeum vulgare L Cevada Medicago hispida Gaert var denticulata (Will) Urb Trevo de carretilha Ornithopus sativus Broth Serradela Trifolium subterraneum L Trevo subterrâneo Cereais de inverno a base de aveia tem oferta boa no outono, com máxima produção no inverno e decaem na primavera. Azevém tem pouca oferta de outono, mas é boa no inverno e na primavera. A consorçiação sempre melhora a oferta. Azevém e aveia, juntos podem equilibrar a produtividade do pasto. Setaria italica (moha) e sorgos são mais precoces do que Sudan e Setaria. Milho tem grande importância para quem trabalho com tambos. É recomendável o uso de forragens de multipropósito, com três a quatro espécies complementares como trevos, lotus e azevém. Gramíneas perenes – Azevém, aveia, centeio, etc. Gramíneas anuais – Phalaris, azevém, etc. Leguminosas perenes – Alfafa, cornichão, etc. Leguminosas anuais – Ervilhaca, serradela, etc. 9 Estivais São de clima tropical; iniciam na primavera, crescem e frutificam no verão e outono. Brachiaria plantaginea (Link) Hitch Capim papuã Sorghum sudanensis (Piper) Stapf Capim Sudão Sorghum vulgare Pers var candatum (Hack) Hill Feterita Vigna unguiculata Feijão miúdo Gramíneas perenes – Capim elefante, colonião, etc. Gramíneas anuais – Milho, sorgo, etc. Leguminosas perenes – Centrosema, soja perene, etc. Leguminosas anuais – Feijão miúdo, mucuna preta, etc. A pastagem quanto ao ciclo Anuais – Vivem menos de um ano; Perenes – Sobrevivem por vários anos. São perenes: Brachiaria brizantha cv maximum Marundu Brachiaria decumbens Stapf Brachiaria Brachiaria humidicula B. umidicula Brachiaria mutica (Forsk) Stapf Angola Cencrus ciliaris L Buffel Eriochloa polystachia (HBK) Hitch Angolinha Cynodon dactilon Tifton 85 Panicum maximum Jacq Colonião, Guiné Penissetum purpureum Schum Capim elefante, Napier A pastagem quanto ao hábito de crescimento Estolonífero – Caules horizontais, folhas verticais, com gemas de renovação. Prostradas – Semelhantes, porém seus caules não emitem raízes. Rizomatoso – Caules e gemas subterrâneas. Cespitoso – Apresenta touceiras (macegas). Ereto – Crescimento perpendicular ao solo, com gemas acima do nível. Decumbentes – Início estolonífero, depois ereto. Trepador (escandente) – Plantas que se apóiam nas demais. Desenvolvimento vegetativo A unidade básica é o meristema ou gema de crescimento. 10 Meristemas apicais – dão origem aos demais tecidos; Meristemas axilares – dão origem a fase vegetativa de perfílios, talos e estolões; Meristemas basilares – localizam-se nos nós basais e tem latência relativa; Meristemas foliares – dão pecíolos e folíolos em fabaceas e lâminas e bainhas nas poaceas; Meristemas nodais intercalares – dão crescimento aos entrenós, talos, raízes, estolões e rizomas. Quanto maior o número de colmos e de perfilhos maior será a produção de matéria seca por unidade de área. Desenvolvimento – Consiste em uma sucessão obrigatória de etapas para a geração de um novo órgão tipo folha, talo, raiz, flores, etc. Pode ser vegetativo ou reprodutivo. Crescimento – Consiste no aumento do n° de células de um determinado órgão. FORMAÇÃO E MANEJO A pastagem é a parte mais econômica da alimentação animal. As tropicais são mais produtivas do que as temperadas. Boas pastagens fornecem proteínas, energia, minerais e vitaminas adequadamente. A escolha de boas forrageiras, adaptadas a região, é fundamental para o êxito da implantação de pastagens artificiais. Potencial produtivo, persistência e adaptação a fatores bióticos, climáticos e edáficos e hábitos de crescimento são fundamentais. Exigências e tolerâncias podem ser determinantes para o objetivo que se quer. Aveia, azevém, trevo vermelho, produzem bem no primeiro outono/inverno, pois são de ciclo curto, depois tendem a diminuir a produção. Já a festuca, o cornichão e trevo branco têm menor produção, mas resistem por mais tempo, pois são de ciclo longo. O valor nutritivo das consorciações permanece elevado no outono e inverno decaindo na primavera com a floração. O grau de digestibilidade é maior em consorciações do que em sorgo puro. Por isso, culturas de duplo propósito (forragem e grão) como trigo e cevada, são recomendadas. Em resteva de arroz o trevo branco, o cornichão e o azevém são fundamentais. Também na soja, antes da colheita, este plantio pode ser realizado por avião. Adubação e Nitrogênio Que me perdoem os outros adubos, mas nitrogênio é fundamental, especialmente pela sua capacidade de aumentar a produção de massa. É produzido pela atividade bacteriana sobre resíduos animais e vegetais. O solo tem grande quantidade de nitrogênio, mas é liberado lentamente, a base de 50 kg/N/ano, no entanto, o consumo de N pelas plantas é muito superior, necessitando, por tanto, de complementação. Sabe-se que o Nitrogênio póde ter 11 perda de até 40%por volatilização e lixiviação. Para produzir 10.000kg de matéria seca são necessários 300 kg/N/ha. Na consorciação com leguminosas o N chega ao solo: -por excreção direta nos nódulos das raízes quando há condições muito favoráveis; -por decomposição de raízes, nódulos e morte das plantas; -por dejeção animal, ou seja, através das fezes. Realizar a análise de solo para verificar a disponibilidade de macros (NPK) e micros elementos (Cobre, molibidênio, etc) é indispensável. Em determinadas situações, basta o emprego de Fósforo para obter-se um incremento de até 40% na produção. Também o pH do solo tem grande influência na formação da pastagem e para corrigir níveis altos de acidez é indispensável a utilização do calcáreo. Basicamente há dois tipos de calcáreo, o dolomítico, que contém magnésio e o calcítico que não contém magnésio. Para se ter uma idéia da importância do pH do solo veja-se a tabela a seguir. TABELA 01 – Estimativa de aproveitamento de nutrientes em função do pH do solo. pH Elemento 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 Nitrogênio Fósforo Potássio Enxofre Cálcio Magnésio 20 30 30 40 20 20 50 32 35 80 40 40 75 40 70 100 50 50 100 50 90 100 67 70 100 100 100 100 83 80 100 100 100 100 100 100 Médias 26.7 46.2 64.2 79.5 93.8 100 Fonte: EMBRAPA Limitações 1. Problemas de implantação tais como baixa adaptabilidade, balanço equilibrado entre as espécies, tipo de semeadura. 2. Falta de equilíbrio entre poaceas e fabaceas. Há uma tendência a ter mais fabáceas. 3. Invasão precoce de pragas e a conseqüente competitividade. 4. Baixa persistência e estabilidade. 5. Para o RS a vida útil da pastagem é de 4 a 5 anos. 12 TABELA 02 – Características de algumas espécies quanto a resistências. Características Espécies Resistência à seca Andropogom gayanus Ppenisetum purpurium Cynodon spp Resistência ao frio Paspalum guenoarum Paspalum notatum Resistência à umidade Brachiaria arecta (Brachiaria do brejo) Brachiaria mutica (angola) Echinochloa polystachia (canarana) Echinochloa pyramidalis (canarana lisa) Eriochloa polystachia (angolinha) Resistentes à solos ácidos Andropogom gayanus Brachiaria decumbens Panicum maximum Resistência a sombra parcial Panicum maximum Melinis minutiflorum Tolerantes ao alumínio Desmodium Estilosantes Resistânia à baixa fertilidade Digitaria decumbens Paspalum notatum (comum) Paspalum notatum (pensacola) Exigentes em fertilidade Penisetum purpureum Uma boa forrageira tem 1. Alta relação folha/haste; 2. Bom crescimento o ano inteiro; 3. Perenidade; 4. Facilidade de estabelecimento e dominância; 5. Boa produção de sementes férteis e de fácil colheita; 6. Boa palatabilidade; 7. Resistência a doenças e pragas; 8. Resistência as variações climáticas; 9. Resistência ao pisoteio; 10. Alto valor nutritivo. Plantio Por mudas em áreas pequenas e por sementes em áreas grandes. 13 Pode-se semear manualmente, a lanço, por máquina especializada, acoplada ao trator, ou por avião. Quando manual, em covas, a distância deve ser de 0,50 a 1,00 metro. No plantio por mudas pode-se usar de 5 a 10 hastes por cova ou ainda fazer a divisão de touceiras. É importante a adubação química em função da análise química do solo. Também é indispensável o monitoramento após o plantio para identificar a necessidade de replantio. TABELA 03 – Quantidades de sementes por hectare utilizadas em plantio para algumas forrageiras. Nome comum Nome científico Quantidade/ha Aveia preta Avena strigosa L. 80 a 100 Kg/ha Azevém anual Lolium multiflorum Lam. 30 Kg/ha Centeio Cecale cereale L. 40 a 50 Kg/ha Falaris Phalaris aquatica L. 15 a 20 kg/ha Festuca Festuca arundinacea Schreb. 20 a 30 Kg/ha Cornichão Lotus corniculatus L. 12 a 15 kg/ha Cornichão El Rincón Lotus subfllorus Lag. 4 a 6 kg/ha Ervilhaca Vicia sativa L. Trevo branco Trifolium repens L. 2 a 3 kg/ha Trevo subterrâneo Trifolium subterraneum L. 4 a 6 kg/ha Trevo vermelho Trifolium pratense L. 6 a 8 kg/ha Trevo vesiculoso Trifolium vesiculosum L. 8 a 10 kg/ha SEMENTES Grau de pureza – É o peso de sementes puras em uma partida de 100 kg de sementes comercializadas. Na prática pesa-se uma amostra de 100 gramas e depois separa-se areia, palha, cisco, pedras, gravetos, etc que são impurezas. Se as impurezas pesarem 20 gramas, por exemplo, então haverá 80% de sementes puras na amostra. Poder germinativo – Para verificar basta colocar 100 sementes para germinar. Se germinarem 60 sementes, então o poder germinativo é de 60%. Valor cultural – Conhecendo-se a pureza e o poder germinativo, calcula-se o valor cultural pela fórmula: VC% = %P x %G / 100 = 80x60/100 = 4800/100 = 48% Taxa de semeadura Capim Tanzânia Distância entre linhas 0,50m Distância entre plantas 0,05m 14 Valor cultural 25% Nº sementes / kg 960.000 Estimativa de germinação 40% Cálculos 1. Área ocupada por uma planta 0,5 m x 0,05m = 0,025m² 2. N° plantas/ha 1 = 0,025m² x = 10.000m² x=10.000/0,025=400.000pl/ha 3. Quant. sem. puras (VC=25%) 100 sem.com = 25 sem.puras 960.000=x x=960.000sem/kg x 25 / 100 240.000sem.puras/kg 4. Quant.sem.com/ha 1kg sem.com =240.000 sem.puras x =400.000 sem.puras x = 400.000x1kg/240.000 = 1,7 kg/ha/sem.com 5. Quant.sem.com/ha, considerando uma perda de 60% de plantas por fatores ambientais. Ou seja, de 100kg sobram apenas 40kg. 100kg = 40kg x = 1,7kg/ha x = 1,7kg/ha x 100 / 40kg 4,25kg/ha Portanto, são necessárias 2,5 vezes mais de sementes. MUDAS Para elefante, napier, mineirão, taiwan, cameroon e similares utilizam-se os colmos inteiros ou pedaços de 3 a 4 nós, com 90 a 100 dias de vegetação. Usam-se sulcos a distância de 0,5m a 1,0m entre sulcos, com colmos em linha contínua. Para capins prostrados como pangola, bermuda, estrela africana e brachiarias os espaçamentos podem ser de 0,5m x 0,5m a 1,0m x 1,0m utilizando-se estolhos de 20 a 30 centímetros ou mesmo mudas enraizadas. MANEJO Após a implantação da pastagem é necessário um bom manejo para que se obtenha alta produtividade e a longevidade da mesma. Para tanto é determinante o conhecimento das inter-relações do sistema, ou seja, da relação solo-pastagem-animal. O solo é a base do sistema e fonte de nutrientes para a pastagem. A planta é a fonte de nutrientes para o animal. O animal atua como modificador das condições de solo e planta. Sistemas de produção A produção animal depende da espécie, da raça e do sistema de produção. 15 O sistema de produção depende do clima e do solo e também das espécies vegetais utilizadas. Os sistemas de produção podem ser basicamente extensivos ou intensivos. Forrageiras com características produtivas, nutricionais e reprodutivas acima da média obtida pelo campo nativo são essenciais. A produção estacional, velocidade de rebrote, agressividade, digestibilidade resistência a doenças e pragas podem ser decisivos. Um bom sistema de pastejo deve 1. Proporcionar ao gado alimentação nutritiva e regular o ano todo; 2. Aumentar a produção forrageira por unidade de área; 3. Reduzir a degradação ambiental; 4. Conservar a fertilidade do solo. 5. Aumentar a produtividade do rebasnho. Pastejo contínuo É o mais primitivo, consta de uma pastagem que é utilizada de forma contínua durante o tempo todo. A lotação é fixa e não há descanso para recuperação da pastagem. São desvantagens do pastejo contínuo 1. A seletividade que faz desaparecerem as plantas palatáveis; 2. O desaparecimento de várias espécies que não produzem nem competem; 3. O favorecimento de plantas invasoras; 4. A degradação e degeneração da pastagem; 5. O aumento de pragas e doenças; 6. O desenvolvimento de ectoparasitos (bernes e carrapatos); 7. A menor capacidade por unidade de área. Pastejo alternado Como indica o nome, o pastejo é realizado em pelo menos duas áreas, sendo que os animais permanecem por determinado período em cada área. Pastejo protelado ou diferido Protelar ou adiar a ocupação do pasto possibilita a forrageira sementar e assim garantir a renovação da pastagem. A área deve ser dividida em três ou mais parcelas. Pastejo rotativo No pastejo rotativo ou rodízio o tempo de pastoreio e a carga ou lotação de cada potreiro são determinadas pelo crescimento da forrageira. 16 Permite a utilização total da produção forrageira sempre em estado vegetativo novo. Pastejo rotativo racional (Voisin) É uma forma aperfeiçoada de pastoreio em que se objetiva atender as exigências do animal e da planta. Os animais são distribuídos por parcela, separados por categorias do tipo vacas com terneiro ao pé, vacas prenhes, animais em crescimento e gado solteiro. Cada área será utilizada por tempo limitado evitando prejudicar o rebrote das plantas. Adubação básica, calcáreo e nitrogênio serão adicionados conforme as necessidades do pasto constatadas por análise de solo. Pastejo em faixas (parcelado) Consiste no consumo diário de uma faixa previamente calculada, delimitada por cerca elétrica deslocada a cada dia. SUPLEMENTAÇÃO Complemento alimentar ministrado em períodos críticos. Feno, medas de campo, silagem e outros. Feno – Da própria pastagem ou de culturas especialmente destinadas. Pode estar na forma de medas, rolos, montes de feno, etc para serem liberadas na época crítica. Silagem – Pode ser milho, sorgo, feijão miúdo, ou consorciações. Também raízes e tubérculos como mandioca, batata, inhame, palma forrageira, etc podem ser ministrados. Problemas decorrentes de suplementação alimentar ACIDOSE – Ocorre quando os animais passam de uma dieta com alto teor de fibra para uma dieta com alto teor de carboidratos de fácil digestão. Haverá rápida multiplicação de bactérias amilolíticas, com elevada produção de ácido lático no rumem. As bactérias ruminais não conseguirão transformá-lo em ácido propiônico, então o ácido lático entra na corrente sanguínea e o animal morre por acidose no sangue. Sintomas – Laminite, ou seja, patas e mãos inchadas, abscessos no fígado, etc. Diarréia pastosa, diminuição na produção de saliva, o animal para de alimentar-se, permanece deitado e morre. ALCALOSE – Ocorre quando o animal ingere quantidades de proteína com alimento deficiente em energia. Isso aumenta a produção de amônia no rumem causando intoxicação. 17 Sintomas – Atonia do rumem (para de funcionar), diarréia pastosa, escura, menor ingestão de alimento, hipomagnesiemia e morte. HIPOMAGNESIEMIA – Conhecido como tetania do pasto. Ocorre um distúrbio na absorção de magnésio pelo rumem, em conseqüência, há menor ingestão alimentar, andar vacilante, o animal se isola dos demais, apresenta dorso arqueado, maxilares apertados e salivação. Pode ocorrer a morte. PADRÕES DE MANEJO TABELA 04 - Resposta a pressão de pastejo (carga animal) em pastoreio extensivo. Lotação (UA/ha) Resposta da pastegem Consequências Baixa (< 0,75) Pastejo seletivo pelos animais Baixa qualidade da forrageira Alta concorrência de plantas daninhas Produção animal alta Produção por ha baixa Média (0,75 a 1,25) Situação intermediária Situação intermediária Alta (> 1,25) Menor quantidade de forragem (boa) Menor persistência da pastagem Menor concorrência de plantas daninhas Produção animal baixa Produção por ha alta Há limite máx. lotação TABELA 05 – Desempenho da pastagem em função do sistema de pestejo. Produção Pastejo Tipo de uso Indicação Investimento Por animal Por ha Contínuo Animais por + 30 dias/área Sistema extensivo Baixa produtividade Baixa lotação Baixo em cercas Média alta Média baixa Rotativo Até 4 divisões anim.por 7 a 30 dias/área Sist. pouco intensivo Lotação média Médio em cercas Média Média Rotativo intennsivo + de 4 potreiros anim. de 1 a 7d/a Sistema intensivo Produção alta Adubação e alta lotação Médio em cercas e adubos Média baixa Média alta TABELA 06 – Altura das plantas em pastejo contínuo e rotativo e tempo de descanso. Espécie forrageira Altura past. contínuo (cm) Tempo em pastejo rotativo (dias) Hábito de crescimento Máxima Mínima Desc. inverno Desc. verão De pastejo Quicuio (decumbente) Braquiarão (semidecumbente) Colonião e panicuns (ereto/entouceirado) 35 – 45 45 – 50 60 – 80 15 – 20 25 – 30 30 – 40 28 – 35 35 – 42 10 - 15 18 PRODUÇÃO DE MASSA VERDE/SECA Para realizar-se o ajuste de lotação é necessário conhecer-se a real produção de massa verde ou de massa seca da pastagem. Se for o caso de massa verde, é importante lembrar que a quantidade consumida varia em função do teor de água. O consumo de matéria seca é relativamente constante, ou seja, em torno de 11 kg/UA. No pastoreio contínuo, por exemplo, o que se vê é o resíduo, a sobra não consumida. O crescimento não se vê, pois está sendo consumido. A disponibilidade não é o resíduo e sim o resíduo mais o crescimento. Por isso, para avaliar o crescimento é preciso o estabelecimento de áreas de exclusão de pastejo, como gaiolas. Já que não é possível medir-se cada planta da população de uma pastagem, a amostragem é fundamental e básica para medir a vegetação. As amostras podem ser aleatórias, aleatórias estratificadas e sistemáticas. Além de conhecer a composição florística é necessário quantificá-la, ou seja, estabelecer os parâmetros de freqüência, densidade, cobertura e peso. Freqüência – Este parâmetro dá a idéia de ocorrência ou não de uma determinada espécie na composição da pastagem. É a relação entre o número de amostras com a espécie e o número total de amostras. Se em 50 pontos amostrados. uma espécie (Eragrostis sp por exemplo) foi constatada em 37, a sua freqüência será de F=37/50 = 0,74 (ou seja, 74%). No caso, não interessa quantos indivíduos aparecem por amostra e sim se a espécie está presente ou não. Estabelecendo-se classes de freqüência (1,2,3,4,5) tem-se: 19 Classe – 1 1 a 20% Classe – 2 21 a 40% Classe – 3 41 a 60% Classe – 4 61 a 80% Classe – 5 81 a 100% Assim, no exemplo anterior (0,75) a freqüência é classe 4. Noutro pasto a mesma espécie poderia ser (0,25) classe 2. Isto permite comparação entre potreiros ou áreas diferentes. Densidade – Mede o número de indivíduos por unidade de área (m²) em uma pastagem. Expressa a abundância da espécie em relação a área estudada. Equivale a densidade populacional. Pode-se utilizar como classificação uma escala numérica, por exemplo: 1 – escasso; 2 – ocasional; 3 – pouco freqüente; 4 – freqüente; 5- abundante. Se, em 50 amostras encontrarmos 200 plantas de uma mesma espécie, teremos: D = 200pl / 50 m² = 4 plantas por metro quadrado. Cobertura – Expressa a projeção vertical da parte aérea da planta sobre o solo. Também esta medida pode ser estratificada. 1. Cobertura menor do que 5% da superfície do solo; 2. Cobertura entre 5 e 25% da superfície do solo; 3. Cobertura entre 25 e 50% da superfície do solo; 4. Cobertura entre 50 e 75% da superfície do solo; 5. Cobertura entre 75 e 100% da superfície do solo. Assim uma cobertura 3 equivale de 25 a 50% da superfície do solo. O restante, é claro, estará coberto por outras espécies ou então será solo desnudo. Peso – É uma medida de quantidade de forragem produzida pela pastagem, portanto, muito importante para o cálculo da capacidade de suporte da mesma. O peso é expresso em kg/ha. Pode ser referente a peso verde (planta recém cortada), peso seco ao ar (10 a 12% de umidade) e peso seco em estufa (usa-se uma temperatura próxima a 100°C até obter-se peso constante, ou seja, massa seca – MS). Em geral a amostra é de 1 m² cortado rente ao chão. Dificuldades – Duas espécies aparecem em todas as amostras. A espécie A com uma ocorrência por amostra; a espécie B com dez ocorrências por amostra. No entanto, ambas têm freqüência de 100% (???). Espécies que formam touceiras com muitos perfílios (aparecem poucas por amostra) e espécies de talo único e solitário (aparecem muitas por amostra) (???). Como avaliar estoloníferas e rizomatosas??? 20 Determinação da disponibilidade de forragem 1. Corte da amostra total – Ut6iliza-se um quadrado de 1m x 1m, disposto ao acaso, em 10 ou 20 locais de amostra. Devem-se evitar pontos "fracos", por pisoteio e acúmulo de esterco, como as proximidades de cochos, bebedouros e locais de pouso. Corta-se rente ao solo e pesa- se a amostra verde. Pode-se fazer suba mostras separando-se folhas, talos e outros materiais. 2. Coleta de folhas – Semelhante ao anterior, porém coletam-se apenas folhas e ponteiros. Com o peso da matéria seca em gramas, multiplica-se por 10 ou 20 para obter-se a disponibilidade em kg/ha. 3. Estimativa visual comparativa – Primeiro marca-se um quadrado em que há menor quantidade de folhas do potreiro, que recebe nota 10; A seguir marca-se outro em que há a maior quantidade de folhas do potreiro, que recebe nota 30; Em continuação determina-se um padrão intermediário entre os dois anteriores, com nota 20. Então percorre-se a área, com o quadrado, atribuindo nota com base nos padrões de referência (10, 20, 30). Em um potreiro de 30 ha poderão ser feitas 120 determinações de áreas para avaliação. Processam-se as amostras e utiliza-se para o cálculo a matéria seca de folhas verdes. Com os resultados das amostras e das notas constrói-se um gráfico de dispersão na planilha eletrônica. No menu "gráficos" abrir a janela "adicionar linhas de tendências", selecionar o "tipo de regressão" e nas "opções" ativar os menus "exibir equações no gráfico" e "exibir valor de R- quadrado no gráfico". Faz-se a média das notas dos pontos da estimativa visual e multiplica- se pelo Y da equação de regressão (disponibilidade ou resíduo). No exemplo, considerando a média como 23 teremos: Y (resíduo) = 40.117 + 113,7 (nota) Y (resíduo) = 40.117 + 113,7 x 23 = 2.575 kg/ha de matéria seca (MS). 21 Ajuste de lotação Oferta – É a relação entre a quantidade de massa seca (MS) para cada 100 kg de peso vivo (PV) expressa em percentagem. É o material disponível independente do consumo. A oferta deve ser 3 a 4 vezes maior do que a necessidade de consumo. Em pastos de Braquiarão, Mombaça e Camerum constataram-se níveis de consumo voluntário da ordem de 1,5% a 2,7% do peso vivo em MS por dia. Carga animal – É a quantidade de peso por área. Independe do número de cabeças. Unidade animal (UA) – Equivale a 450 kg de peso vivo. Taxa de lotação – Corresponde ao número de UA por ha num determinado momento. Ajuste empírico (altura do pasto) – Fixa-se uma altura de pastejo (Exemplo: Braquiarão, 20 a 30cm de altura) e coloca-se ou retira-se animais conforme o pasto cresce ou decresce. A altura do resíduo é indicador prático para evitar sub ou super pastejo. TABELA 07 – Altura da pastagem (cm) de gramíneas. Altura (cm) Espécies Entrada Saída Penisetum purpureum (elefante) Panicum maximum cv Mombaça Panicum maximum cv Tanzânia Andropogon gayanus B. brizantha cv Marandú B. decumbens cv Brasilisk B. humidícula Cynodon ssp. (Tifton) 160-180 120-130 100-120 50-60 40-50 258-30 15-20 25-30 35-40 40-50 30-40 20-30 20-25 10-15 5-8 10-15 Fonte: Correa, 2000 22 TABELA 08 – Altura da pastagem (cm) por espécies perenes e anuais em três níveis de fertilidade ou adubação da pastagem. Espécie Alta Média Baixa Penisetum purpureum (elefante) Panicum maximum cv Mombaça Panicum maximum cv Tanzânia Panicum maximum cv Colonião Panicum maximum cv Aruana Panicum maximum cv Massai B. brizantha cv Xaraés B. brizantha cv Marandú B. decumbens cv Brasilisk B. humidícola cv Andropogon gayanus Cynodon ssp. (Tifton) Sorgo bicolor (forrageiro) Penisetum americanum (Milheto) Avena sativa (Aveia) 40 30 25 20 15 15 20 15 10 8 15 8 20 15 10 50 40 35 25 20 20 25 20 15 14 20 12 30 25 12 60 50 45 35 30 30 35 30 25 20 30 16 40 30 15 Fonte: Kichel Ajuste empírico (resíduo) Braquiarão em pastejo contínuo 1.700 a 2.300 kg/ha Elefante anão em pastejo contínuo 2.300 kg/ha Em pastejo rotacionado 1.500 a 2.500 kg/ha O resíduo pós pastejo 400 a 1000 kg/ha Ajuste com base no consumo – Disponibilidade de folhas verdes mais ponteiros. Área total 80 ha Área por potreiro 20 ha Número de potreiros 4 Tempo de descanso 30 dias Tempo de ocupação 10 dias Consumo (UA) 11 kg/dia MS (2,5% de 450 kg) Disponibilidade (folh/pont) 500 g/m² MV (média de 10 amostras) Brachiaria brizantha com 23% de MS em dezembro. Peso seco amostra 115 g/m² (folhas + ponteiros) Em um hectare 115g x 10.000 = 1.150.000g/ha = 1.150 kg/ha Desconta-se 500 kg/ha de resíduo, sobram 1.150 – 500 = 650 kg/ha 23 Lotação (650kg / 11kg) 59 UA/dia Taxa de lotação instantânea 59 UA/dia / 10 dias = 5,9 UA/ha Taxa de lotação instantânea por potreiro 5,9 UA x 20ha = 118UA em 20 ha Taxa de lotação (real) 118UA/80ha = 1,5 UA / ha FÓRMULA Lotação = )//().( )().500(/ UAMSdiakgconsumoUAdiasTempopast haroáreapotreidisphaMSkg Ajuste por oferta de folhas Carga animal = hasofertasfoltempopastx MSdispx100 Taxa lotação = animalXpeso aanimalc arg Lotação = taxa lotação x área Exemplo Disponibilidade 2.329kg/ha Mét. pastejo contínuo 30 dias Carga animal %830 100329.2 x x 968kg/ha de peso vivo 8% significa 8kgMS/100kgPV/dia Taxa de lotação 970/350 = 2,8 cab/ha Lotação (2,8x10ha) 28 cabeças em 10 ha por 30 dias. Fórmula Lotação = )/((%).).( )(.100)./( cabkganimalXpesoofertadiasTempopast haáreahakgDispMS Exemplo de pastejo rotacionado Quantidade de animais 12 vacas e um touro Tempo de descanso por área 30 dias Tempo de pastejo por área 15 dias Unidade animal (1UA) 450 kg PV Uma vaca 400 kg PV Um touro 600 kg PV Taxa de lotação 1,5 UA/ha 24 Adubação só na formação da pastagem. Cálculos Fórmula: Np = (Pd / Tp) + 1 onde: Np=número de potreiros; Pd=período de descanso; Tp=tempo de pastejo. Np=30/15+1 = 3 potreiros Peso dos animais (12 vacas x 400kg)+(1touro x 600Kg) = 5.400 kg Área total do pasto (1,5UA/ha x 450kg) = 675 kgPV 5.400/675 = 8 ha Área de cada potreiro 8 ha / 3 = 2,67 ha Outro exemplo Período de descanso do pasto 33 dias; Tempo de pastejo 3 dias. Np=(Pd/Tp)+1 = 12 potreiros Produção de matéria verde Supondo uma média mensal de 0,53 kg por m² tem-se um total médio anual de 0,53 x 12 = 6,36kg/m² Num ha teremos 1 m² →6,36 kg 10.000 → x x = 63.600 kg/ha Admitindo-se uma perda de 20% teremos 63.600-20% = 50.880 kg/ha Considerando que 1UA (450kgPV) consome 10$ PV/dia teremos: 1 dia → 45,0kg 365dias → x x = 365x 45 = 16.425kgMV/ha/ano Capacidade de suporte É calculada com base no consumo de forragem por UA e a disponibilidade da pastagem. Consumo MV/UA/ano = 16.425 kg Dispon./ha/ano = 50.880kg Então 16.425 kg/ha/ano → 1UA 50.880 kg/ha/ano → x x = 50.880/16.425 = 3,1 UA/ha/ano Área necessária Capacidade de suporte 3,1 UA/ha/ano N° total de animais do rebanho 200 cabeças Então 200/3.1 = 64,52 ha 64,52 ha/12potr. = 5,4 ha/cada potreiro PRESSÃO DE PASTEJO É a quantidade de forragem consumida por dia por cada 100kg de peso vivo. 25 Consumo por animal Bovino de corte adulto 2 a 2,5% do peso vivo em MS; Vaca de leite produzindo 3 a 4% do peso vivo em MS; Ovinos adultos 2,5 a 3% do peso vivo em MS; Cordeiros 3 a 4% do peso vivo em MS. Pressão de pastejo (PP) PP (%) = 100/. /)(. pesovivoanimaisn diasnhaáreaMSDisp MSdisp =- matéria seca disponível por ha Pesovivo/100 = Peso dos animais utilizados divididos por 100. Exemplo Um produtor tem 20 ha de pastagem com disponibilidade de MS de 1.600kg/ha. Para pastejar 20 animais de 350kg de peso vivo cada, por 230 dias, qual a pressão de pastejo? PP(%) = 100/35020 30/201600 x x = 15,23 É o que os animais vão receber por 30 dias para cada 100kg de peso vivo. Portanto, 15,23 x 350 / 100 = 53,30 kg de MS por dia em 30 dias.