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1- Explique o que são açucares redutores e qual a sua importância? Esquematize na molécula de glicose abaixo. São os monossacarídeos como a glicose e a frutose que podem ser oxidados por agentes oxidantes como os íons férrico (Fe 3+) e cúprico (Cu 2+), íons que também podem ser reduzidos por estes açúcares redutores, que são característicos por possuírem grupo carboxílico ou cetonicos livres capazes de oxidarem em meio alcalino. O carbono do grupo carbonila é oxidado a carboxila. Por exemplo a glicose: Propriedades que são a base da equação de Fehling, teste para a presença de um açúcar redutor, utilizado principalmente para a identificação das elevações dos níveis de glicose no sangue e na urina no diagnóstico do diabetes melito. A glicose tem por características participar das reações de escurecimento não enzimático com propriedades químicas e reações de um aldeído. Quando presente em alimentos alcalinos tem o anel rompido e reage. Para produção de álcool a glicose é atacada diretamente pela levedura, aumentando o rendimento do processo. No caldo de cana e de frutas para geléia o anel é fechado e é chamado de redutor (potencial). A galactose também é redutora com 1 grupamento aldeídico e a frutose com 1 grupamento cetônico no C2. São também açucares redutores a maltose e a lactose. Porém, a sacarose não tem caráter de açúcar redutor porque os grupamentos aldeídicos do C1 da glicose e cetônico do C2 da frutose estão bloqueados pela ligação glicosídica ∝-1,2 (ligação nos 2 carbonos anoméricos). Precisa ser hidrolisada antes. As propriedades do açúcar na forma redutora são diferentes das do açúcar na forma não redutora o que fará com que a utilização destes açúcares nos alimentos seja feita em função dessas propriedades. 2. Discorra sobre as ligações alfa e beta entre os açucares e qual a importância delas para a digestibilidade nos animais. São ligações glicosídicas determinadas alfa ou beta, dependendo da posição do grupo OH ligado originalmente ao carbono que faz a ligação, se a ligação estiver para baixo, considera-se alfa, se estiver para cima considera-se beta. Na ingestão dos carboidratos, várias enzimas em diferentes órgãos entram em ação para a degradação fracionada de cada tipo de carboidrato. Com isso, em cada segmento do tubo digestivo, tem-se: Boca: apenas o amido sofre a ação da amilase salivar, enzima ativada pelo pH alto da boca. A lactose, a sacarose e a celulose passam intactos por este segmento. O amido é então convertido em subunidades denominadas dextrinas, isomaltose e maltose. Estomago: por apresentar um pH baixo, a amilase salivar é desnaturada e desativado do estomago. Com isso não há digestão de carboidratos em nível estomacal. Duodeno: na primeira porção do intestino delgado, ocorre a completa degradação dos carboidratos ingeridos na dieta. As dextrinas sofrem ação da amilase pancreática, enquanto a isomaltose, a maltose, a lactose e a sacarose sofrem ação de enzimas da mucosa intestinal (isomaltase, glicoamilase, lactase e sacarase), sendo convertidas nas unidades monoméricas fundamentais: glicose, galactose e frutose. Intestino: nas demais porções dos inestinos, ocorre a absorção dos monossacarídeos. A glicose e a galactose são transportadas por meio do GLUT-5. Uma vez dentro dos enterócitos, os monossacarídeos são transportados para o sangue graças a ação do GLUT-2, e daí para o fígado. Neste, serão destinados para as células do corpo caso seja necessário ou serão estocados na forma de glicogênio. 3 - Descreva as principais funções dos açucares como estruturas de proteção e reserva para os animais e as plantas e como ocorre este processo. As principais funções para animais e plantas estão nos polissacarídeos que funcionam como reserva energética para a sobrevivência, como o amido (amilose + amilopectina) presente na parede celular dos vegetais; o glicogênio (amilopectina) encontrado no fígado e nos músculos que começa a ser metabolizado apenas quando a glicemia chega a um nível mínimo; e Dextranas em bactérias e leveduras. Também são componentes estruturais da parede celular e matriz extracelular como a celulose (Polímero de D-glicose) presente na parede celular dos vegetais e quitina (Polímero de N-acetilglicosamina) presente nos artrópodes, responsável também pela formação do exoesqueleto destes. Há também os heteropolissacarídeos que fortalecem a parede celular de bactérias (peptideoglicano) e algas (ágar). 4- Como os furfurais contribuem para o sabor dos alimentos? São estruturas formadas a partir da hidrólise ácida ou do aquecimento de polissacarídeos, detectado em uma ampla variedade de frutas e seus sucos de frutas, vinhos e bebidas alcoólicas, café e chá. As maiores concentrações de furfural ocorrem nos alimentos processados, entre eles o cacau e o café (55-255 ppm).O furfural é um flavor importante nos alimentos, que introduz aspectos adocicados e que lembram amêndoas, além de introduzir nuances aromáticas que lembram pão e é levemente fenólico. Além disso, é uma importante matéria-prima na produção de solventes, como o tetraidrofurano. A produção industrial de furfural ocorre a partir de resíduos agrícolas que contenham pentosanas, que são hidrolisadas a furfural e outros subprodutos. Pentosanas, por sua vez, são hemiceluloses (carboidratos complexos) presentes na celulose de muitas plantas lenhosas. Materiais comuns para a produção furfural incluem sabugo de milho, o bagaço de processamento de cana e fibras de celulose, ou seja, o furfural é considerado um produto oriundo da biomassa, a partir do conceito de química verde. O furfural é basicamente produzido a partir do aquecimento e desidratação de produtos, que é o caso do chá e da erva-mate, que logo após a colheita da matéria-prima os produtos já são desidratados, para que o produto final tenha aromas aprimorados, que se deve a formação do furfural. Também está presente em bebidas alcólicas como o vinho e a cachaça, contribuindo para o sabor ardente da bebida, podendo ser oriundo da madeira no caso dos aguardentes envelhecidos, ou da destilação, como produto da desidratação ou degradação térmica do açúcar residual durante o aquecimento prolongado no alambique. REFERENCIAS: LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed, 2011. OETTERER, Marília; Mono e Dissacarídeos - Propriedades dos Açucares. Escola Superior de Agricultura Luiz De Queiroz. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/departamentos/lan/pdf/Mono%20e%20Dissacarideos%20- %20Propriedades%20dos%20Acucares.pdf>.