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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MATEMÁTICA ÁLGEBRA LINEAR A Prof. Francisco Leal Moreira 2003/1 SUMÁRIO 1. MATRIZES ................................................................................................................................................... 1 1.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 1 1.2. PROPRIEDADES ................................................................................................................................... 2 1.3. RESPOSTAS .......................................................................................................................................... 4 2. INVERSÃO DE MATRIZES ........................................................................................................................ 5 2.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 5 2.2. MATRIZ INVERSA ............................................................................................................................... 5 2.3. PROPRIEDADES ................................................................................................................................... 6 2.4. OPERAÇÕES ELEMENTARES DE UMA MATRIZ............................................................................ 6 2.5. INVERSÃO DE MATRIZ POR OPERAÇÕES ELEMENTARES ........................................................ 6 2.6. RESPOSTAS .......................................................................................................................................... 7 3. SISTEMAS LINEARES ............................................................................................................................... 8 3.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8 3.2. EQUAÇÃO LINEAR ............................................................................................................................. 8 3.3. SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES ............................................................................................... 8 3.4. SISTEMAS EQUIVALENTES. ............................................................................................................. 9 3.5. SISTEMA LINEAR ESCALONADO. ................................................................................................... 9 3.6. RESOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR POR TRIANGULAÇÃO OU ESCALONAMENTO. .... 10 3.7. MÉTODO DE CASTILHOS. ................................................................................................................ 11 3.8. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 13 4. ESPAÇOS VETORIAIS .............................................................................................................................. 14 4.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 14 4.2. ESPAÇO VETORIAL REAL ............................................................................................................... 15 4.3. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 16 5. SUBESPAÇO VETORIAL .......................................................................................................................... 17 5.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17 5.2. SUBESPAÇO VETORIAL ................................................................................................................... 17 5.3. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 19 6. COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES .................................................................................................. 20 6.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 20 6.2. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 21 7. SUBESPAÇO VETORIAL GERADO ....................................................................................................... 22 7.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 22 7.2. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 23 8.DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR ........................................................................................ 24 8.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 24 8.2. PROPRIEDADES ................................................................................................................................. 24 8.3. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 26 9. BASE E DIMENSÃO .................................................................................................................................. 27 9.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 27 9.2. BASE .................................................................................................................................................... 28 9.3. PROPRIEDADES ................................................................................................................................. 28 9.4. DIMENSÃO DE UM ESPAÇO VETORIAL ....................................................................................... 29 9.5. RESPOSTAS ........................................................................................................................................ 30 10. COMPONENTES DE UM VETOR E MUDANÇA DE BASE ................................................................. 31 10.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 31 10.2. COMPONENTES DE UM VETOR .................................................................................................... 31 10.3. MUDANÇA DE BASE ....................................................................................................................... 31 10.4. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 33 11. PRODUTO INTERNO .............................................................................................................................. 34 11.2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 34 11.2. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 35 12. ORTOGONALIDADE .............................................................................................................................. 36 12.1. VETORES ORTOGONAIS ................................................................................................................ 36 12.2. BASE ORTOGONAL E BASE ORTONORMAL .............................................................................. 36 12.3. PROCESSO DE ORTOGONALIZAÇÃO DE GRAM-SCHMIDT .................................................... 37 12.4. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 37 13. TRANSFORMAÇÕES LINEARES .......................................................................................................... 38 13.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 38 13.2. TRANSFORMAÇÃO LINEAR ......................................................................................................... 38 13.3. MATRIZ NATURAL OU MATRIZ CANÔNICA ............................................................................. 39 13.4. T L DEFINIDA PELAS IMAGENS DOS VETORES DE UMA BASE ............................................. 40 13.5. COMPOSTA DE DUAS TL ............................................................................................................... 41 13.6. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 42 14. TRANSFORMAÇÕES LINEARES PLANAS ......................................................................................... 43 14.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43 14.2. REFLEXÕES ...................................................................................................................................... 43 14.3. DILATAÇÕES E CONTRAÇÕES ..................................................................................................... 45 14.4. CISALHAMENTOS ........................................................................................................................... 46 14.5. ROTAÇÕES ....................................................................................................................................... 47 14.6. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 49 15. MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR EM BASES QUAISQUER ..................................... 52 15.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 52 15.2. PROCEDIMENTO PARA ENCONTRAR A MATRIZ A B]f[ ............................................................ 53 15.3. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 53 16. OPERADORES LINEARES ..................................................................................................................... 54 16.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 54 16.2. MATRIZES SEMELHANTES ........................................................................................................... 54 16.3. RELAÇÃO ENTRE MATRIZES SEMELHANTES . ........................................................................ 54 16.4. OPERADORES INVERSÍVEIS ......................................................................................................... 55 16.5. MATRIZ ORTOGONAL .................................................................................................................... 55 16.7. OPERADOR LINEAR ORTOGONAL .............................................................................................. 55 16.8. PROPRIEDADES ............................................................................................................................... 56 16.9. OPERADOR LINEAR SIMÉTRICO ................................................................................................. 56 16.10. PROPRIEDADE ............................................................................................................................... 57 16.11. RESPOSTAS .................................................................................................................................... 57 17. VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS.................................................................................... 58 17.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 58 17.2. DETERMINAÇÃO DOS VALORES E VETORES PRÓPRIOS ....................................................... 59 17.3. PROPRIEDADES ............................................................................................................................... 60 17.4. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 61 18. DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES .............................................................................................. 62 18.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 62 18.2. DIAGONALIZAÇÃO DE MATRIZES SIMÉTRICAS ..................................................................... 63 18.3. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 64 19. CÔNICAS .................................................................................................................................................. 65 19.2. CÔNICAS NÃO-DEGENERADAS EM POSIÇÕES PADRÕES ...................................................... 65 19.3. PROCEDIMENTO PARA ELIMINAR O TERMO EM XY DA EQUAÇÃO .................................... 67 19.4. CLASSIFICAÇÃO DAS CÔNICAS QUANTO AOS VALORES PRÓPRIOS ................................. 69 19.5. RESPOSTAS ...................................................................................................................................... 69 20. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 70 1 1. MATRIZES 1.1. INTRODUÇÃO Esta secção, apresenta um conjunto de exercícios que possibilitam ao aluno, revisar conceitos básicos sobre matrizes. É muito importante que o aluno se detenha nas propriedades apresentadas, pois são de grande importância dentro da Álgebra Linear. Algumas aplicações do estudo das matrizes são resolução de sistemas de equações lineares, mudança de bases de um espaço vetorial, representação e composição de transformações lineares. E1) Construa uma matriz: a) Retangular b) Linha c) Coluna d) Nula e) Quadrada E2) Identifique a ordem de cada matriz do exercício E1. E3) Escreva a forma genérica de uma matriz de ordem m x n com elementos a ji . E4) Escreva a matriz oposta (-A é a oposta de A) de cada matriz do exercício E1. E5) Construa a matriz A= [aij]mxn tal que: a) m = n = 4 e a ji = jise,2 jise,1 jise,0 b) m = 2, n = 3 e a ji = ji1 3ji E6) No exercício E5 a , identifique a diagonal principal e a secundária. E7) Escreva uma matriz diagonal ( A=[aij] nxn , a ij =0 se i j) de ordem 3. E8) Escreva a matriz identidade ( I n =[aij] nxn , a ij = jise,0 jise,1 ) para n = 4. E9) Escreva uma matriz triangular superior ( A=[aij] nxn , a ij =0 se i>j) de ordem 3. E10)Escreva uma matriz triangular inferior ( A=[aij] nxn , a ij =0 se i<j) de ordem 4. 2 E11) Encontre x, y, z e w de forma que A=B, sendo: a) A = 434 30sen52 22 1 002 , B = 4wz 2 1 yx b) A = 8w2z3 yx413 , B = w3z27 9y5x4 E12) Dadas as matrizes A = 542 021 , B = 105 312 e C = 23 11 determine a matriz: a) A + 2B + (-A) + (-B) b) A – B + 2 AB c) 3( C – 2I 2 ) 1.2. PROPRIEDADES 1. Propriedades da Adição a) A + B = B + A b) (A + B) + C = A + (B + C) c) A + O = A d) A + (-A) = O sendo A, B, C e O matrizes de mesma ordem 2. Propriedades do Produto de uma Matriz por um Real a) ()A = (A) b(A + B) = A + B c) ( + )A = A + A d) 1A = A sendo A e B matrizes de mesma ordem e , 3 E13) Sejam as matrizes A = 151 433 012 , B = 413 202 111 e C = 142 321 , determine: a) AB b) AC c) CA d) (A-I 3 ) (B+I 3 ) 3. Propriedades da Multiplicação de Matrizes a) ABC = (AB)C = A(BC) b) A(B+C) = AB + AC c) (A+B)C = AC + BC d(AB) = (A)B = A(B) , e) AO = O f) AI = IA = A E14) Use V ou F : a) Se existem AB e BA então AB = BA ( ) b) Se AB = O então necessariamente A = O ou B = O ( ) E15) Encontre a matriz transposta de: a) A = 450 321 b) B = 673 524 102 4. Propriedades da Transposta a) (A t ) t = A b) (A + B) t = A t + B t c) (AB) t = B t A t d) (A) t = A t , E16) Sejam as matrizes A = 30 12 , B = 15 24 e C = 43 21 , determine: a) ( A - B) t (B - C) t b) [(2A - I 2 ) + (C + I 2 )] t c) (AB t C) t E17) Construa uma matriz simétrica (A t = A) de ordem 3. 4 E18) Construa uma matriz anti-simétrica (A t = -A) de ordem 4. 1.3. RESPOSTAS E3) mn2m1m n22221 n11211 aaa aaa aaa E5) a)A= 1222 0122 0012 0001 b)A= 101 810 E6) a)Dp = { 1, 1, 1, 1 } e Ds= { 2, 2, 0, 0 } E8) a)I4= 1000 0100 0010 0001 E11) a) x=-4, y=1, z=2 e w= 9 1 b) x=2, y=1, z=1 e w=2 E12) a) B b) 643 313 2 1 c) 3 43 11 E13) a) 528 719 420 b) NE c) 1559 5811 d) 186 9510 300 E14) a) F b) F E15) a)A t = 43 52 01 b)B t = 651 720 342 E16) a) 147 2114 b) 104 35 c) 2448 1533 5 2. INVERSÃO DE MATRIZES 2.1. INTRODUÇÃO No início desta secção, o aluno encontrará alguns exercícios que possibilitam revisar o cálculo de determinantes, importante para a identificação de uma matriz inversível. O estudo de matriz inversa tem várias aplicações na Álgebra Linear, como por exemplo, na mudança de base de um espaço vetorial e resolução de equações matriciais. E1) Calcule os determinantes: a) 2 b) 31 12 c) 423 145 021 d) 300 640 311 e) 20101 01003 0064 0001 E2) Resolva as equações: a) x10 0x1 154 = 0 b) x2 9x2 = x213 132 x321 c) 351 034 00x2 = xsenxcos xcosxsen 2.2. MATRIZ INVERSA Uma matriz quadrada A é inversível se existir uma matriz quadrada B tal que AB = BA = I. A matriz B é chamada matriz inversa de A e é representada por A 1 . E3) Use a definição acima para calcular a inversa da matriz A = dc ba Sugestão: Resolva os sistemas pela regra de Cramer. DISPOSITIVO PRÁTICO Se A = dc ba e det A 0 , então A 1 = Adet 1 ac bd 0AdetA 1 E4) Calcule as inversas das matrizes A = 12 23 e B = 72 51 . 6 2.3. PROPRIEDADES a) (A 1 ) 1 = A b) I n 1 = I n c) (A) 1 = A 1 , 0 d) (AB) 1 = B 1 A 1 2.4. OPERAÇÕES ELEMENTARES DE UMA MATRIZ L ji - Permutação das linhas de ordem i e j. kL i - Multiplicação da linha de ordem i por k 0. L i + kL j - Substituição da linha de ordem i pela sua soma com a linha de ordem j multiplicada por k 0. E5) Complete corretamente as matrizes: A= 31 52 L 12 ........ ........ L 2 - 2L 1 ........ ........ - L 2 ........ ........ L 1 - 3L 2 10 01 Toda matriz inversível pode ser transformada, mediante um número finito de operações elementares, na matriz I E6) Aplique a seqüência L 12 , L 2 - 2L 1 , - L 2 , L 1 - 3L 2 na matriz 10 01 . 10 01 L 12 ........ ........ L 2 - 2L 1 ........ ........ - L 2 ........ ........ L 1 - 3L 2 =B E7) Calcule AB e BA considerando A e B matrizes dos exercícios E5 e E6. O que se pode concluir ? 2.5. INVERSÃO DE MATRIZ POR OPERAÇÕES ELEMENTARES A mesma seqüência de operações elementares que transforma uma matriz A em I n , transforma I n em A 1 . [ A I n ] seqüência de operações elementares [ I n A 1 ] 7 E8) Determine a matriz inversa, caso exista, de cada uma das matrizes dadas: A = 352 141 010 , B = 53 21 , C = 1201 0301 0010 0120 e D = 304 202 011 E9) Mostre que t11t )A()A( . E10) Resolva as equações matriciais na variável X, sabendo-se que A, B, C e X são matrizes inversíveis: a) AX = B b) AXB = C c) X 1 AB 1 = C d) (AX 1 ) t = B e) AXB = BA f) A t X t = B 2.6. RESPOSTAS E1) a) –2 b) 7 c) –16 d) 12 e) –120 E2) a) x = 1/4 ou x = 1 b) x = 0 ou x = 3 c) x = -1/6 E3) A -1 = 11 23 E4) A -1 = 32 21 B -1 = 3 1 3 2 3 5 3 7 E8) A -1 = 1213 001 1317 B -1 = 13 25 C -1 = 1121 0021 0010 0163 D -1 = 120 1 2 3 1 1 2 3 0 E10) a) X=A -1 B b) X=A -1 CB -1 c) X= AB -1 C -1 d) X=(B t ) -1 A e) X=A -1 BAB -1 f) X=B t A -1 8 3. SISTEMAS LINEARES 3.1. INTRODUÇÃO O estudo de sistemas de equações lineares é de fundamental importância na Álgebra Linear. Resolvendo sistemas de equações lineares podemos determinar: a dependência ou independência linear de vetores, o subespaço vetorial gerado por um conjunto de vetores, a matriz que representa uma transformação linear em bases dadas e vetores próprios de um operador linear. No final dessa secção, apresentaremos o método de Castilhos que pode ser utilizado na resolução de sistemas de equações lineares. 3.2. EQUAÇÃO LINEAR bxaxaxa nn2211 , com b,a,a,a n21 Exemplos a) No 2 , x = 3 1x + 0y = 3 b) No 3 , x = 3 1x + 0y + 0z = 3 c) As seguintes equações não são lineares: x 2 – 2x = 4 , 2yx , cos x = 1, e y -3x = 0 e ln x + 4y = 3. Solução de uma equação linear é uma seqüência de números que satisfaz a equação. Conjunto-solução de uma equação é o conjunto de todas as soluções da equção. Exemplos a) No 2 , o conjunto-solução da equação x = 3 é {(3,y) / y } e (3,5) é uma solução particular. b) No 3 , o conjunto-solução da equação x = 3 é {(3,y,z) / y,z } e (3,7,9) é uma solução particular. 3.3. SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES Sistema linear de m equações com n incógnitas mnmn22m11m 2nn2222121 1nn1212111 bxaxaxa bxaxaxa bxaxaxa Solução de um sistema linear é uma seqüência de números que é solução de toda equação do sistema. 9 E1) Resolva, se possível, os sistemas escrevendo os conjuntos soluções em U. a) 0yx 3yx2 , U = 2 b) 1yx 2y2x2 , U = 2 c) 3y2x2 3yx , U = 2 d) 2y 0zyx , U = 3 e) 0zy 1z2y2x , U = 3 f) 1zx 3zx , U = 3 CLASSIFICAÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR QUANTO ÀS SOLUÇÕES: determinado (solução única) compatível Sistema Linear (possui solução) indeterminado (várias soluções) incompatível (não possui solução) REPRESENTAÇÃO MATRICIAL DE UM SISTEMA LINEAR. A equação AX=B é a representação matricial de qualquer sistema de equações lineares. Se a matriz B é nula, o sistema é chamado de homogêneo. Um sistema homogêneo é sempre compatível: - Determinado se tiver apenas a solução trivial ou imprópria que apresenta todas as variáveis assumindo valor zero. - Indeterminado se tiver a solução trivial e outras denominadas soluções próprias. E2) Mostre que se A é uma matriz inversível então o sistema AX = B admite apenas uma solução. Qual é esta solução se B = 0 ? E3) Escreva um sistema linear homogêneo de duas equações com duas variáveis que seja: a) compatível e determinado b) compatível e indeterminado c) incompatível 3.4. SISTEMAS EQUIVALENTES. Dois sistemas que apresentam o mesmo conjunto solução são chamados sistemas equivalentes. E4) Resolva, se possível, o sistema: 4z2 1zy 0zyx3 3.5. SISTEMA LINEAR ESCALONADO. Um sistema linear está na forma escalonada se o número de zeros que precede o primeiro coeficiente não nulo aumenta de equação para equação. Todo sistema escalonado pode ser facilmente resolvido como no exercício E4. 10 Exemplo: O sistema 4z2y0x0 1zyx0 0zyx3 do exercício E4, cuja matriz ampliada é 4 1 0 200 110 113 E5) Resolva o sistema: 2tz 1tzy2x 3.6. RESOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR POR TRIANGULAÇÃO OU ESCALONAMENTO. Um sistema linear pode ser transformado em outro, equivalente e escalonado, com as seguintes operações: a) Permutação de duas equações; b) Multiplicação de uma equação por um número real diferente de zero; c) Substituição de uma equação por sua soma com outra equação previamente multiplicada por um número real diferente de zero. Exemplo: Resolva o sistema por triangulação: 1z2yx 0zyx 0zy3x2 ........................... ........................... ........................... ........................... ........................... ........................... ........................... ........................... ........................... O sistema resultante está na forma escalonada e é equivalente ao sistema dado. Logo, o sistema dado é determinado e seu conjunto solução é S = ),,( . A seguir, resolva o mesmo sistema, a partir da matriz ampliada. 1 0 0 211 111 132 L 21 .... .... .... ......... ......... ......... L 2 +(-2)L 1 .... .... .... ......... ......... ......... L 3 +(-1)L 1 .... .... .... ......... ......... ......... E6) Resolva, se possível, os sistemas por escalonamento: a) 4zx 1zy3x2 1yx b) 2z2y2x 1zyx2 1zyx Permutan- do as duas primeiras equações Substituindo a 2o eq. pela sua soma com a 1o multipli- cada por -2 Substituindo a 3 o equação pela sua soma com a 1 o multiplicada por -1 11 CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS LINEARES POR TRIANGULAÇÃO OU ESCALONAMENTO. Se ao escalonar o sistema é zerada uma linha da matriz dos coeficientes sem zerar o correspondente termo independente, o sistema é incompatível . Caso contrário o sistema é compatível: - determinado , quando após escalonar obtém-se tantas linhas significativas (não totalmente nulas) quantas são as colunas da matriz dos coeficientes. - Indeterminado , quanto após escalonar obtém-se menos linhas significativas do que o número de colunas da matriz dos coeficientes. Todo sistema homogêneo que apresentar mais incógnitas que equações é indeterminado. E7) Determine o valor de “m” para que o sistema 3zy2mx 0mzyx 2zyx seja: a) Determinado; b) Indeterminado; c) incompatível. E8) Resolva, se possível, o sistema 5z2yx3 1zy3x2 4z3yx 3.7. MÉTODO DE CASTILHOS. O método de Castilhos é uma simplificação do método do escalonamento, onde as operações aplicadas sobre as equações são representadas por determinantes de 2 º ordem. A seguir, a aplicação do método de Castilhos na resolução do exercício E8. 1 º . Quadro 1 1 3 4 do 3 º . quadro: ................ 2 3 1 1 3 1 -2 5 do 2 º . quadro com ............... em qualquer equação: ............... 2 º . Quadro .... .... .... .... .... .... do 1 º . quadro com .......... e........... em qualquer equação:......... 3 º . Quadro .... .... S = ),,( 12 E9) Resolva, se possível, os sistemas: a) 3zy4x2 3zy2x 3zy4x2 4zy5x3 b) 1yx 2zy 0zyx2 c) 25yx 5y5x3 4y2x d) 0zyx2 0zyx e) 111 112 321 z y x = 0 0 0 f) 033 103 312 321 z y x = 7 2 5 4 E10) Resolva o sistema para k = -1, k = -2 e k = 3. k02 0k10 20k z y x = 0 0 0 E11) Se A = 122 121 322 e X = z y x , resolva: a) A.X = X b) A.X = 4.X c) ( A – 2.I 3 ).X = 0 E12) Determine para que valores de a, b e c o sistema é determinado, indeterminado ou impossível: a) cz4y6 bz2y3 az5y2x b) ctz btzy2 at3z2yx c) cz3yx2 bzx3 az5yx4 d) 32 21 11 y x = c b a e) 211 432 321 z y x = c b a 13 3.8. RESPOSTAS E1) a) S={(1,-1)} b) S={ y/)y,y1( } c) S={ } d) S={ z/)z,z,2z( } e) S={ z/)z,z,1( } f) S={ y/)1,y,2( } E4) S={(1,-1,2)} E5) S={ t,y/)t,2t,y,y23( } E6) a) S={ y/)3y,y,y1( } b) S={ } E7) a) m 0 e m 1 b) m = 1 c) m = 0 E8) S={(3,-2,1)} E9) a) S={ } b) S={ z/)z,z2,1z( } c) S={ } d) S={ z/)z,z,0( } e) S={(0,0,0)} f) S={ } E10) k=-1, SCI, S={ y/)0,y,0( } ; k=-2, SCI, S={ z/)z,0,z( } ; k=3 , S={(0,0,0)} E11) a) S={(0,0,0)} b) S={ z/)z, 2 z5 ,z4( } c) S={ z/)z, 2 z3 ,z( } E12) a) SI se c 2b e SCI se c=2b b) SCI, c,b,a c) SCD, c,b,a d) SI, se a-b-c 0 e SCD se a-b-c=0 e)SCD, c,b,a 14 4. ESPAÇOS VETORIAIS 4.1. INTRODUÇÃO Nesta secção, generaliza-se o conceito de vetor enunciando uma série de axiomas que, caso sejam todos satisfeitos por uma classe de objetos, serão chamados vetores. O conceito de espaço vetorial ocorre em muitas aplicações tanto na Matemática quanto nas Ciências e na Engenharia. P (ponto) 2 = x = y,x/)y,x( (x 1 ,y 1 ) v (vetor) y 2 y 1 P v 0 x 1 x P (ponto) 3 = xx = z,y,x/)z,y,x( (x 1 ,y 1 ,z 1 ) v (vetor) z 3 z 1 P v y 1 o y x 1 x Esta idéia pode ser estendida para ,..., 54 , n21n21 n x,...,x,x/)x,...,x,x( ,com a perda da visão geométrica. E1) Dê um exemplo de ponto ou vetor no: a) 4 b) 5 c) 6 15 Se u = (x 1 ,x 2 ,..., x n ) e v = (y 1 ,y 2 ,..., y n ) são vetores de n , tem-se: a) u = v x 1 = y 1 , x 2 = y 2 ,..., x n = y n (igualdade) b) u + v =( x 1 + y 1 , x 2 + y 2 ,..., x n + y n ) c) u = (x 1 ,x 2 ,..., x n ) , (operações) d) u.v = x 1 . y 1 + x 2 . y 2 +... + x n . y n e) u = 2 n 2 2 2 1 xxx (módulo de u) Para o conjunto n , no qual estão definidas as operações adição e multiplicação por escalar, isto é u,v n , u+v n e , u n , u n é fácil verificar-se as seguintes propriedades: A1 : u + v = v + u , u,v n A2 : (u + v) + w = u + (v + w) , u,v,w n A3 : 0 n , u n , u + 0 = u A4 : u n , (-u) n , u + (-u) = 0 M1 : ( + )u = u + u , e u n (u + v) = u + v , e u,v n M3 : ()u = (u) , e u n M4 : 1u = u , u n Este conjunto n , no qual estão definidas as operações adição e multiplicação por escalar e em relação as quais valem as dez propriedades citadas, é chamado espaço vetorial real. 4.2. ESPAÇO VETORIAL REAL Da mesma forma que o n , qualquer conjunto V no qual estão definidas duas operações: adição e multiplicação por escalar em relação as quais valem as dez propriedades citadas acima chama-se espaço vetorial real. Os elementos de um espaço vetorial são chamados vetores independente de sua natureza. 16 Outros exemplos importantes de espaços vetoriais: 1. O conjunto mxnM das matrizes mxn com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar. Observação: O conjunto 1nxM é a notação matricial do n . Se u = (x 1 ,x 2 ,..., x n ) n então u = n 2 1 x : x x 1nxM (as operações de adição e multiplicação por escalar produzem o mesmo resultado). 2. O conjunto nP a 0 x n + a 1 x 1n + ... + a n ; ai dos polinômios de grau menor ou igual a “n”, incluindo o polinômio identicamente nulo, com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar. 3. O conjunto das funções definidas no intervalo [a ; b] em relação às operações definidas por (f + g)(x) = f(x) + g(x) e (f)(x) = f(x) , . E2) Identifique o vetor nulo, um vetor e o respectivo vetor oposto dos seguintes espaços vetoriais: a) 2x2M b) 1x3M c) P2 d) P3 E3) Analise cada conjunto abaixo e diga porque não é um espaço vetorial com as operações usuais., a) V = 1yx/)y,x( 222 b) V = 3x2y/)y,x( 2 c) V = 0ye0x/)y,x( 2 d) V = 01zyx/)z,y,x( 3 e) V = 0a/M 0 0 a 1x3 f) V = 0d/M dc ba 2x2 4.3. RESPOSTAS E3) a) Não b) Não c)Não d) Não e) Não f) Não 17 5. SUBESPAÇO VETORIAL 5.1. INTRODUÇÃO Às vezes, é importante identificar, dentro de um espaço vetorial, subconjuntos que sejam também, espaços vetoriais. SUBESPAÇO VETORIAL Seja S um subconjunto não vazio de um espaço vetorial V. S é um subespaço vetorial de V se S é também espaço vetorial com as mesmas operações definidas em V. Como S V , os axiomas A1 , A2 , M1 , M2 , M3 e M4 , da definição, são verificados pois todos os vetores de S são também de V. Portanto, para que S seja um subespaço vetorial de V, basta que os axiomas A3 e A4 também se verifiquem. Todas estas condições estão reunidas na definição abaixo. 5.2. SUBESPAÇO VETORIAL Seja S um subconjunto não-vazio de um espaço vetorial V. S é um subespaço vetorial de V sse: i) Sv,u , Svu ii) Su Su E1)Verifique se S com as operações usuais é um subespaço vetorial de V. a) S= y,x/M yxy x0 2x2 e V= 2x2M . b) S = x2y/)y,x( 2 V = 2 c) S= x/)1x,x( e V= 2 d) S = 0z2yx/)z,y,x( 3 V = 3 e) S = 01zyx2/)z,y,x( 3 V = 3 Importante: a) O conjunto formado apenas pelo vetor nulo de um espaço vetorial V é um subespaço vetorial de V. O subespaço {0} é chamado de subespaço nulo. b) Qualquer reta do 2 que passa pela origem é um subespaço vetorial do 2 . c) Qualquer reta do 3 que passa pela origem é um subespaço vetorial do 3 . d) Qualquer plano do 3 que passa pela origem é um subespaço vetorial do 3 . 18 SUBESPAÇOS VETORIAIS DO 2 a) Triviais: 2 e {(0,0)} b) Não triviais: S = 0ByAx/)y,x( 2 (retas que passam pela origem) SUBESPAÇOS VETORIAIS DO 3 a) Triviais: 3 e {(0,0,0)} b) Não triviais: S = pxzemxy/)z,y,x( 3 ou S = 0czbyax/)z,y,x( 3 ( retas e planos que passam pela origem) SUBESPAÇOS VETORIAIS DE UM ESPAÇO VETORIAL V a) Triviais: V e {0} b) Não triviais: outros E2)Verifique se S com as operações usuais é um subespaço vetorial de V. a) S = x/)x,x( 2 e V= 2 b) S é o conjunto solução do sistema 1yx 1xy e V = 2 c) S = xzexy/)z,y,x( 3 V = 3 d) S = 0x/)t,z,y,x( 4 V = 4 e) S é o conjunto solução de um sistema homogêneo AX = 0, onde A é uma matriz de ordem mxn e uma solução X é um vetor de n . f) S o conjunto de todas as matrizes triangulares superiores, V = 2x2M g) S = 0ze1yx/)z,y,x( 223 V = 3 h) S = y,x/ 00 yx , V = 2x2M i) S = c,a/cax , V = P 1 j) S = 0a,c,a/cax2 , V = P 2 k) S é o conjunto solução do sistema 0z3y8x5 0z2y3x2 0zy2x e V = 3 l) S = 0Adet/VA , V = 3x3M 19 5.3. RESPOSTAS E1) a) Sim b) Sim c) Não d) Sim e) Não E2) a) Não b) Não c) Sim d)Não e) Sim f)Sim g) Não h) Sim i) Sim j) Não k) Sim l) Não 20 6. COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES 6.1. INTRODUÇÃO Uma das características mais importantes de um espaço vetorial é a determinação de novos vetores a partir de vetores dados. Sejam os vetores n21 v,...,v,v de um espaço vetorial V. Um vetor v V é combinação linear (CL) dos vetores n21 v,...,v,v se existem os reais n21 a,...,a,a , tais que vva...vava nn2211 . E1) Verifique se o vetor )7,8,1(v é combinação linear dos vetores )1,2,3(v1 e )5,1,4(v2 . Em caso afirmativo, escreva o vetor v como combinação linear de 1v e 2v . A combinação linear vva...vava nn2211 pode ser representada matricialmente por MA=V, onde: M é a matriz cujas colunas são os vetores n21 v,...,v,v , A é a matriz coluna formada pelos coeficientes n21 a,...,a,a e V é a representação matricial do vetor v. E2) Sejam os vetores )2,1,2(v1 , )2,3,0(v2 e )0,2,4(v3 . a) Escreva, se possível, o vetor )2,5,2(v como CL dos vetores 1v e 2v . b) Escreva, se possível, o vetor 1v como CL dos vetores 2v e 3v . c) Determine o valor de “m” para que o vetor )m,0,6(u seja CL dos vetores 1v e 2v . d) Determine os vetores do 3 que podem ser escritos como CL dos vetores 1v , 2v e 3v . e) Determine os vetores do 3 que podem ser escritos como CL dos vetores )0,1,2(vev 43 . E3) Sejam os vetores 11 01 v1 , 10 21 v2 e 12 10 v3 de V = 2x2M . a)Escreva, se possível, o vetor 50 81 v como CL dos vetores 1v , 2v e 3v . b)Escreva, se possível, o vetor v como combinação linear dos vetores 1v e 2v . E4) Sejam os vetores tt2pe2tp,1t2tp 232 2 1 de V = 2P . a)Escreva, se possível, o vetor 7t5t5p 2 como CL dos vetores 1p , 2p e 3p . Nota: As operações de adição e multiplicação por escalar aplicadas sobre p = cbtat 2 e sobre p = (a,b,c) produzem o mesmo resultado. Por que ? Sugestão: represente o vetor cbtat 2 pela terna (a,b,c). b)Escreva, se possível, o vetor p como CL dos vetores 1p e 2p . 21 6.2. RESPOSTAS E1) v = 3v1 - 2v2 E2) a) v=v1+2v2 b) Impossível c) m=4 d) 3v e) v=(2y,y,0) , y E3) a) v=4v1+3v2-2v3 b) Impossível E4) a) p=3p1+2p2+p3 b) Impossível 22 7. SUBESPAÇO VETORIAL GERADO 7.1. INTRODUÇÃO Nesta secção, veremos como determinar todos os vetores do espaço vetorial que podem ser obtidos a partir de vetores dados. E1) Mostre que se V é um espaço vetorial e n21 v,...,v,v V , então o conjunto S = inn2211 a,va...vavav/Vv é um subespaço vetorial de V. Sejam A = n21 v,..,v,v um conjunto de vetores de um espaço vetorial V , e S = inn2211 a,va...vavav/Vv . O conjunto S também representado por G(A) ou [ n21 v,...,v,v ] é denominado subespaço vetorial gerado por A ou pelos vetores n21 v,...,v,v . Exemplos os exercícios E2d e E2e página 20. E2) Se V = 2 , determine o subespaço gerado por: (Quais são os subespaços do 2 ? Veja página 18 ) a) )2,1(v1 b) )2,1(v1 e )2,1(v2 c) )0,1(v1 e )2,2(v2 d) )2,1(v1 , )1,1(v2 e )1,1(v3 e) )2,1(v1 e )1,0(v2 E3) Se V = 3 , determine o subespaço gerado por: (Quais são os subespaços do 3 ? Veja página 18) a) )2,3,1(v1 b) )2,3,1(v1 e )4,6,2(v2 c) )2,1,1(v1 e )1,1,1(v2 d) )1,1,1(v1 , )2,2,2(v2 e )1,1,1(v3 e) )0,0,1(v1 , )0,2,0(v2 e )3,0,0(v3 f) )0,1,1(v1 , )1,1,0(v2 , )1,1,1(v3 e )1,0,2(v4 E4) Se V = 2x2M , determine o subespaço gerado por: a) 00 01 v1 , 00 11 v2 , 12 10 v3 e 11 11 v4 b) 21 21 v1 , 43 12 v2 e 62 13 v3 c) 00 01 v1 e 00 23 v2 d) 21 12 v1 23 E5) Se V = P 2 , determine o subespaço gerado por: a) 2tt2v 21 , t2tv 22 e 2t3tv 23 b) 1tv1 e 2 2 tv c) 2tv 21 e 3t2v 22 E6) Determine um conjunto gerador do conjunto solução do sistema: 0t9zy4x4 0t3zyx 0t5zy2x2 0t2yx Sugestão: Procure escrever o vetor genérico do conjunto solução como combinação linear de vetores do 4 . 7.2. RESPOSTAS E2) a) x2y/)y,x( 2 b) x2y/)y,x( 2 c) 2 d) 2 e) 2 E3) a) x2zex3y/)z,y,x( 3 b) x2zex3y/)z,y,x( 3 c) 0z2y3x/)z,y,x( 3 d) xz/)z,y,x( 3 e) 3 f) 3 E4) 4) a) M2x2 b) c,b,a/ a2c ba c) b,a/ 00 ba d) b/ b2b bb2 E5) a) 0c5b2a4/cbtat2 b) 0cb/cbtat2 c) c,a/cat2 E6) S= t,y/)t,t,y,t2y( 24 8.DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR 8.1. INTRODUÇÃO Em nosso estudo, temos grande interesse na determinação do menor conjunto de vetores que gera um espaço vetorial, para isto, precisamos das noção de dependência e independência linear. Sejam os vetores n21 v,...,v,v de um espaço vetorial V e a equação 0va...vava nn2211 (1). Os vetores n21 v,...,v,v são linearmente independentes (LI) caso a equação (1) admita apenas a solução trivial 0a...aa n21 . Se a equação (1) admitir soluções distintas da trivial, isto é, algum 0a i , então os vetores n21 v,...,v,v são linearmente dependentes (LD). E1) Verifique se os vetores são LI ou LD. a) )3,2,1(v1 e )6,4,2(v2 b) )2,1,1(v1 , )3,0,2(v2 e )1,2,0(v3 c) )2,1,0(v1 , )3,2,1(v2 e )0,3,1(v3 8.2. PROPRIEDADES a) Um conjunto com dois ou mais vetores é LD sse pelo menos um dos vetores é CL dos demais. b) Se um dos vetores de um conjunto é o vetor nulo então este conjunto é LD. c) Se um conjunto é LD então qualquer conjunto que contém este também é LD. d) Se um conjunto é LI então qualquer subconjunto deste também é LI. E2) Observe a figura abaixo e justifique cada afirmação y 2 3v 1v 4v 2v 0 x a) 0 é LD b) 1v é LI c) 2v e 4v são LD d) 1v e 2v são LI e) 1v , 2v e 3v são LD f) 1v , 2v , 3v e 4v são LD 25 E3) Observe a figura abaixo e justifique cada afirmação. z 5v 3v 0 1v 2v y 4v x xoy a) 0 é LD b) 1v é LI c) 3v e 5v são LD d) 1v e 3v são LI e) 1v , 2v e 4v são LD f) 1v , 2v e v3 são LI g) 1v , 2v , 3v e 4v são LD h) 1v , 2v , 3v , 4v e 5v são LD. E4) Complete a tabela abaixo: número de vetores LD LI 1 2 2 3 ou mais 1 3 2 3 4 ou mais E5) Verifique se os vetores são LI ou LD. a) 13 20 v1 , 12 01 v2 e 01 12 v3 b) 00 01 v1 , 00 12 v2 , 01 23 v3 e 01 10 v4 c) 1xv1 , 5x3x2v 22 e 1x3xv 23 d) x1v1 , xv2 e 2 3 xv 26 8.3. RESPOSTAS E1) a) LD b)LD c) LI E5) a)LI b)LD c)LD d)LI 27 9. BASE E DIMENSÃO 9.1. INTRODUÇÃO Nesta secção, estamos interessados em encontrar, dentro de um espaço vetorial V, os menores conjuntos finitos de vetores, tais que qualquer vetor de V seja combinação linear de um deles, isto é, queremos determinar os conjuntos com um número mínimo de vetores que gere V. Um conjunto com estas propriedades será denominado base do espaço vetorial V e o número de vetores desses conjuntos de dimensão de V. Exemplo: Com base na figura abaixo, determine um conjunto com o menor número de vetores que gere o 2 . Solução: Queremos determinar um conjunto de vetores que gere o 2 e que tenha o menor número de vetores escolhidos dentre 1v , 2v , 3v , 4v e 5v . a) Seja A o conjunto { 1v , 2v , 3v , 4v , 5v }. A é LI ou LD ? ...... 3v 2 1v Qual é o subespaço vetorial do 2 , gerado por A? ................ 4v 2v b) Construa um conjunto B, retirando um vetor do conjunto A 5v B = {..... , ..... , ..... , ..... }. O conjunto B é LI ou LD ?.............. Qual é o subespaço vetorial do 2 , gerado pelo conjunto B? .............. c) Construa um conjunto C, retirando um vetor do conjunto B. C = {..... , ..... , ..... }. O conjunto C é LI ou LD ? ............. Qual é o subespaço vetorial do 2 , gerado pelo conjunto C? .................... d) Construa um conjunto D, retirando um vetor do conjunto C, de modo que o gerado continue sendo o 2 . D = {..... , ..... }, Este conjunto é LI ou LD ? ............ Se for retirado um vetor do conjunto D, o gerado será o 2 ? ............ Portanto, D é um conjunto com o menor número de vetores que gera o 2 . Note que dos conjuntos considerados D é o único LI. Um conjunto com estas propriedades, LI e que gera um espaço vetorial V, é denominado de base de V. Portanto D é uma base do 2 . Apresente, a partir da figura acima, outra base do 2 : E = {..... , ..... } Quantas bases podemos construir com vetores do 2 ?......... Quantos vetores tem uma base qualquer do 2 ?.......... 28 9.2. BASE Seja B = n21 v,...v,v um subconjunto de um espaço vetorial V. B é uma base de V, se: a) B é LI; b) B gera V. E1) Sejam os vetores v1 = (1,0), v2 = (-2,0) e v3 = (1,2). Verifique se B é uma base do 2 . a) B = { 1v } b) B = { 1v , 2v } c) B = { 1v , 2v , 3v } d) B = { 1v , 3v } E2) Sejam os vetores )0,2,1(v1 , )1,1,0(v2 , )0,0,1(v3 e )1,1,1(v4 .Verifique se B é uma base do 3 . a) B = { 1v } b) B = { 1v , 2v } c) B = { 1v , 2v , 3v } d) B = { 1v , 2v , 4v } e) B = { 1v , 2v , 3v , 4v } E3) Seja o conjunto B = {(1,-3,-2),(2,-1,1)}. B é LI ou LD ?........... B é uma base do 3 ? Qual é o subespaço S do 3 gerado por B ? S = ................................................... Logo, B é uma base de .......... 9.3. PROPRIEDADES 1. Todo conjunto LI de vetores de um espaço vetorial é uma base do subespaço por ele gerado. E4) Seja o conjunto B do exercício E3 anterior. Se for acrescentado ao mesmo, um ou mais vetores de S , o o conjunto resultante será LI ou LD? 2. Se B = { 1v , 2v ,..., nv } é uma base de um espaço vetorial V, então todo subconjunto de V com mais de “n” vetores é LD. 3. Se B = { 1v , 2v ,..., nv } é uma base de um espaço vetorial V, qualquer vetor de V se escreve de modo único como combinação linear dos vetores de B, isto é, existe uma única n-upla ( n21 a,...,a,a ), tal que vva...vava nn2211 . 4. Todas as bases de um espaço vetorial V, têm o mesmo número de vetores. Exemplo: Qualquer base do 2 tem ........ vetores e qualquer base do 3 tem ........ vetores. 29 9.4. DIMENSÃO DE UM ESPAÇO VETORIAL A dimensão de um espaço vetorial V é o número de vetores de qualquer base de V. Exemplo: ..........dim 2 e ..........dim 3 E5) Qual a dimensão do espaço vetorial S = 0zyx/)z,y,x( 3 ? Solução: Podemos escrever o vetor genérico de S em função de duas variáveis: v = ( x , y ,x + y ). )z,y,x( S )z,y,x( ( x , y , x + y.) )y,y,0()x,0,x()z,y,x( )1,1,0.(y)1,0,1.(x)z,y,x( (1) Logo, qualquer vetor (x,y,z) de S é CL dos vetores v1=(1,0,1) e v2 =(0,1,1), isto é, o gerado pelos vetores v1 e v2 é o conjunto S . Além disso, como B = {v1,v2}é LI , B é uma base de S. Portanto, dim S = 2 ( B tem dois vetores). Na igualdade (1), pode-se observar que o número de vetores é igual ao número de variáveis. Então, podemos dizer que: A dimensão de um espaço vetorial V é igual ao número de variáveis livres do vetor genérico de V. Se a dimensão de um espaço vetorial V é n, então qualquer conjunto LI de “n” vetores de V é uma base de V. E6) Determine a dimensão e apresentar uma base para cada um dos subespaços: a) 4 1S b) 22 PS c) 1x23 MS d) x2y/)y,x(S 24 e) 0zyx2/)z,y,x(S 35 f) 0teyxz/M tz yx S 2x26 E7)Determine a dimensão de cada um dos subespaços: a) S1 = n b)S2 = mxnM c) S3 = nP E8)Determine a dimensão e apresentar uma base para cada um dos subespaços: a) 5 1S b) 32 PS c) 2x23 MS d) xy/)y,x(S 24 e) 0z2yx/)z,y,x(S 35 f) 0texz/M tz yx S 2x26 30 E9) Sejam os vetores 1v 00 01 , 2v 00 12 , 3v 01 23 , 4v 13 12 e 01 10 v5 verifique se B é uma base de 2x2M . a) B = { 1v } b) B = { 1v , 2v } c) B = { 1v , 2v , 3v } d) B = { 1v , 2v , 3v , 4v } e)B = { 1v , 2v , 3v , 4v , 5v } E10) Sejam os vetores 1v = 2x , 2v = 2x1 , 3v = x2 , 4v = 2xx verifique se B é uma base de 2P . a) B = { 1v } b) B = { 1v , 2v } c) B = { 1v , 2v , 3v } d) B = { 1v , 2v , 3v , 4v } E11) Um certo espaço vetorial V é gerado por cinco vetores LD. O que pode ser dito sobre a dimensão de V? E12) Determine um vetor “u”, tal que B= {u,(1,0,2),(0,1,1)} seja uma base do 3 . E13) Mostre que o conjunto solução de cada sistema abaixo é um subespaço vetorial e ache uma base para cada um deles: a) 0tzyx 0tzyx b) 0t3zy2x2 0tzyx 0t4z2yx E14)Dê um exemplo de um subespaço de 2x2M de dimensão 3. E15)Encontre uma base para o 3 que inclua: a) (-1,2,0) b) (-1,2,0) e (1,0,3) 9.5. RESPOSTAS E1) a) Não b) Não c) Não d) Sim E2) a) Não b) Não c) Sim d) Não e) Não E6) a) 4 b) 3 c) 2 d) 1 e) 2 f) 2 E7) a) n b) mxn c) n + 1 E8) a) 5 b) 4 c) 4 d) 1 e) 2 f) 2 E9) a) Não b) Não c) Não d) Sim e) Não E10) a) Não b) Não c) Sim d) Não E11) dim V < 5 E12) Qualquer vetor do conjunto }0zyx2/)z,y,x{( 3 31 10. COMPONENTES DE UM VETOR E MUDANÇA DE BASE 10.1. INTRODUÇÃO Existe uma estreita ligação entre a noção de base e a de um sistema de coordenadas. Por exemplo, no 2 , cada base representa um sistema de coordenadas, onde os vetores determinam a direção, sentido e unidade dos eixos OX e OY, respectivamente. Portanto, cada vetor do espaço pode ser escrito de forma única como combinação linear dos vetores da base. 10.2. COMPONENTES DE UM VETOR Seja B = { n21 v,...,v,v } uma base de um espaço vetorial V. v V, nn2211 va...vavav . Os reais n21 a,...,a,a são chamados de componentes ou coordenadas de v na base B e se representa por )a,...,a,a(v n21B . Notação matricial: n 2 1 B a : a a v . E1) Sejam as bases A = { )1,0(v),0,1(v 21 } e B = { )3,1(u),0,2(u 21 } do 2 e o vetor )6,8(v . Determine Av e Bv . E2) Considere o exercício E1 e apresente, nos gráficos abaixo, as representações do vetor v nas bases A={v1,v2} e B={u1,u2}. y y y’ v v 2u 2v 0 1v x 0 1u x’ x v = ......v1 + .....v2 vA= (..... , ..... ) v = ......u1 + .....u2 vB= (..... , ..... ) 10.3. MUDANÇA DE BASE Como a cada base, corresponde um sistema de coordenadas, realizar uma mudança de base, é substituir o sistema de coordenadas por outro, isto é, é substituir as componentes de um vetor do espaço em relação ao primeiro sistema pelas componentes do mesmo vetor do espaço em relação ao outro. 32 E2) Sejam A = {v1= (-1,2),v2= (3,-1)} e B = {u1= (1,-1),u2= (2,0)} bases do 2 . Calcule Bv , sabendo que )3,4(vA . Se vA = (a1,a2) 2211 vavav )1,3.(3)2,1.(4v v = 3 4 12 31 v = AvA (1) Se vB = (b1,b2) 2211 ububv )0,2.(b)1,1.(bv 21 v = 2 1 b b 01 21 v = BvB (2) De (1) e (2) , AvA. = BvB que é a relação entre vetores nas bases A e B. Da relação acima, ABv 1B vA e BAv 1A vB , onde: - A1B é denominada matriz mudança de base de A para B e é representada por A BM . - BA 1 é denominada matriz mudança de base de B para A e é representada por B AM . Retornando o exercício E2: 2 1 2 1 10 .ABM 1AB 1 2 1 12 12 31 logo Bv = A BM .vA 5 5 3 4 1 2 1 12 vB= (-5,5) Interpretação gráfica: v A BM Av Bv E3) Sabendo que A = {(1,2),(-3,-5)} e B = {(1,1),(1,0)} são base do 2 , determine: a) Bv , sabendo que )1,1(vA b) Av , sabendo que )1,2(vB E4) Mostre que as matrizes A BM e B AM são inversas. E5) Se 51 90 MAB e B = {(1,-2),(-2,3)}, determine a base A. E6) Se 101 110 011 MBA e 3 2 1 vB , determine Av . E7) Se A é uma base de um espaço vetorial de dimensão n, qual é a matriz mudança de base de A para A. 33 E8) Considere as bases } 1 6 1 v, 1 2 3 v, 1 0 1 v{A 321 e } 0 3 2 u, 1 3 2 u, 0 1 1 u{B 321 do espaço 1x3M . a)Determine a A BM . b) Se 5 8 5 W calcular BW . E9) Considere as bases }x23p,x34p{A 21 e }3x2q,2xq{B 21 a) Determinar a matriz A BM . b) Calcular Ap , onde 4xp c) Use a matriz mudança de base para encontrar Bp d) Calcular a matriz B AM e) Com o resultado de “c” e de “d”, calcule Ap . E10) Os sistemas xOy e x’Oy’ da figura ao lado são definidos pelas bases y x’ a S={(1,0),(0,1)} e P = {u1= 2 1 , 2 3 u, 2 3 , 2 1 2 }, y’ 2 vS respectivamente. Utilizando a matriz u2 u1 4 x mudança de base, determine: b a) vP = (a,b), sendo vS = (4,2) b) vS, sendo vP = (4,2 ) 10.4. RESPOSTAS E1) vA= (8,6) e vB= (3,2) E2) vB= (-5,5) E3) a) vB=(-7,3) b) vA=(1,0) E5) A={(2,-3),(1,3)} E6) vA=(1,1,-4) E7) In E8) a) 662 111 9133 MAB b) WB= 18 5 31 E9) a) 710 1217 MAB b) pA= 5x - 8 c) pB= -11x + 6 d) 1710 127 MBA E10) a) Vp= (2 + 3 , -2 3 +1) b) Vs= (2 - 3 , 2 3 +1) 34 11. PRODUTO INTERNO 11.2. INTRODUÇÃO Nesta secção estamos interessados em formalizar o conceito de comprimento de um vetor . Com isso, teremos um processo para medir num espaço vetorial, da mesma forma que se mede no plano e no espaço. O produto interno apresenta aplicações na Estatística e no Cálculo Diferencial e Integral. Poderíamos definir também,com o produto interno, ângulo e distância entre vetores . Seja V um espaço vetorial real . Um produto interno sobre V é uma função que a cada par de vetores u,v V, associa um número real, denotado por <u,v> ou por u.v, satisfazendo as propriedades : i) u.u 0, e u.u = 0 sse u = 0 ii) u.v = v.u iii) ( u).v = u.( v) = (u.v) , iv) u.(v+w) = u.v + u.w O espaço vetorial V, neste caso, é chamado espaço vetorial euclidiano. Exemplos : a) V = 2 , u = (x1 ,y1) 2 , v = (x2,y2) 2 com u.v = 2x1x2 + 3y1y2. b) O produto escalar usual do n . c) V=P2 , p = a2x 2 +a1x +a0 , q = b2x 2 + b1x +b0 com p.q = a2b2 + a1b1 + a0b0. d) O espaço V das funções reais continuas no intervalo [a,b] com f,g V e f.g = b a dx)x(g)x(f e) V=M2x2 e dhcgbfae hg fe . dc ba E1) Seja o exemplo c . Se p=5x²+3x-2 e q=4x²-6 , calcule p.q e q.q . E2) Seja o exemplo d , com a=0 e b=1 . Se f(x) = x e g(x) = x² . Calcule f.g , f.f e g.g . E3) Seja o exemplo e . Se u = 05 32 ve 32 12 calcule u.v e u.u . Norma, módulo ou comprimento de um vetor v de um espaço euclidiano é o número real não-negativo, indicado por ||v|| ou por | v | e definido por | v | = v.v . E4) Nos exercícios E1 , E2 e E3 , calcule | p | , | q | , | f | , | g | , | u | , e | v | . 35 Se | v |=1 , isto é, v.v=1, v é chamado vetor unitário. Neste caso , dizemos que v está normalizado. Todo vetor não-nulo v pode ser normalizado, fazendo-se |v| v . E5) Nos exercícios E1, E2 e E3 , normalize os vetores p , q , f , g , u e v. 11.2. RESPOSTAS E1) p.q = 32 q.q = 52 E2) f.g = 4 1 f.f = 3 1 g.g = 5 1 E3) u.v =11 u.u =16 E4) | p | = 38 | q | =2 13 | f | = 3 3 | g | = 5 5 | u | = 4 | v | = 6 E5) 19 38 x 38 383 x 38 385 |p| p 2 13 133 x 13 132 |q| q 2 x3 |f| f 2x5 |g| g 4 3 2 1 4 1 4 2 |u| u 0 6 5 2 1 6 2 |v| v 36 12. ORTOGONALIDADE 12.1. VETORES ORTOGONAIS Dois vetores u e v de V são ortogonais se e somente se u.v=0 . u v u.v = 0 E1) Verifique se os vetores do espaço vetorial V são ortogonais a) u = (-1,2) , v = (2,1) , V = 2 b) u = ( -1,3,-4), v = (2,-2,1), V = 3 c) u = (0,-2,3, -5), v = (7,-2, 2,-2), V = 4 d) p = x 2 , q = x, V = P2 , com p.q = 1 1 dx)x(q)x(p e) A= 24 13 B, 31 42 , V = M2x2 , com dhcgbfae hg fe . dc ba f) A= 24 53 , B= 185 31 , V = M2x2 , com o produto interno de 1e. 12.2. BASE ORTOGONAL E BASE ORTONORMAL Uma base B de um espaço vetorial V é ortogonal se os seus vetores são dois a dois ortogonais. Uma base B de um espaço vetorial é ortonormal se B é ortogonal e todos os seus vetores são unitários. B é ortogonal : vi.vj = 0 para i j. B é ortonormal : vi.vj =0 para i j e vi.vj = 1 para i=j. E2)Construa uma base ortogonal do 2 . E3)Construa uma base ortonormal a partir da base considerada no exercício E2. E4)Repita os exercícios E2 e E3 para o 3 . Nos exercícios E5 a E8, considere V= 3 . E5) Determine o vetor v3 de modo que B={v1=(2,-2,1), v2=(1,2,2),v3} seja uma base ortogonal. E6) Construa uma base ortonormal a partir da base B do exercício E5. E7) Determine os vetores v2 e v3 de modo que B={v1=(1,2,-1),v2,v3} seja uma base ortogonal. E8) Construa uma base ortonormal a partir da base B do exercício E7. E9) Determine uma base ortogonal para cada um dos seguintes subespaços: a) S={(x,y,z) 3 / x-y+z = 0} b) S={(x,y,z) 3 / z=2x } c) S={(x,y,z,w) 4 / w-y=0} E10)Construa bases ortonormais para os subespaços do exercício E9. 37 E11)Encontre as componentes do vetor v=(-4,0,5) na base A={(1,1,0),(-1,1,1),(1,-1,2)} E12) Encontre as componentes de v na base ortonormal construída a partir de A. E13) Mostre que as componentes de um vetor v de um espaço vetorial V em relação a uma base ortogonal B={v1,v2,...vn} de V são ai = v.vi / vi.vi , com i = 1,...,n. Estas componentes são chamadas coeficientes de Fourier. Sugestão: Suponha que B={v1,v2,...,vi,...,vn} seja ortogonal e multiplique escalarmente os dois membros da equação a1v1+a2v2+...+aivi+...+anvn = v por vi. E14) Como ficam os coeficientes de Fourier se a base B for ortonormal? E15) Resolva os exercícios E11 e E12 com os resultados dos exercícios E13 e E14. 12.3. PROCESSO DE ORTOGONALIZAÇÃO DE GRAM-SCHMIDT O processo de Gram-Schmidt que nos possibilita construir uma base ortogonal B={u1,u2,...,un} de um espaço vetorial V a partir de uma base qualquer A={v1,v2,...,vn} de V, consiste no seguinte: Considera-se u1 = v1 e ui = vi - 1i 1i1i 1ii 1 11 1i u. u.u u.v ....u. u.u u.v , para i=2,...,n. E16)Use o processo de Gram-Schmidt para transformar B em uma base ortogonal: a) B={(1,-2),(0,3)} b) B={(1,1,1),(1,0,1),(1,2,-2)} c) B={(0,1,-1),(0,1,1),(1,1,1)} d) B={(1,0,0,1),(0,1,1,0),(1,0,0,-1),(1,1,1,1)} e)B={(-1,1,0),(2,0,1)} f) B={(0,0,1,0),(1,0,0,2),(1,-1,0,1)} E17)Use as bases ortogonais obtidas no exercício E16 para construir bases ortonormais. 12.4. RESPOSTAS E1) a) SIM b) NÃO c) NÃO d) SIM e) SIM f) NÃO E5) 0y,)y2,y,y2(v E6) 3 2 , 3 1 , 3 2 , 3 2 , 3 2 , 3 1 , 3 1 , 3 2 , 3 2 E11) vA=(-2,3,1) E12) vA= )6,33,22( E14) ai = v.vi com i = 1,...,n. 38 13. TRANSFORMAÇÕES LINEARES 13.1. INTRODUÇÃO As transformações lineares são funções onde o domínio e o contradomínio são espaços vetoriais, isto é, tanto a variável independente como a variável dependentes são vetores. Este tipo de função possui uma propriedade importante: preserva a soma e a multiplicação por escalar. As transformações lineares apresentam aplicações na Física, Engenharia, Ciências Sociais e em vários ramos da Matemática. 13.2. TRANSFORMAÇÃO LINEAR Sejam V e W espaços vetoriais. Uma função f de V em W é chamada transformação linear (TL) , se i) f(u+v) = f(u) + f(v) , Vv,u ii) f( u) = f(u), e Vu No caso de V = W, f é chamada operador linear sobre V. E1) Mostre que as transformações abaixo são lineares. . a) f: , dada por f(x) = 2x b) f: 32 , dada por f(x,y) = (x , x+y , y). E2) Quais das seguintes transformações são lineares ? a) f(x)= 2x + 1 b)f(x,y) = xy c)f(x,y,z) = ( 0 , 0 , z ) d)f(x,y) = | x+y | E3) Numa TL. f: V W, f (u) =2u e f(v)=3v , calcule : a) f(u+v) b) f(3u) c) f(u-v) d) f(2u+5v) Importante: a) Se f: V W é uma TL então f(0V) = 0W. b) Em qualquer TL, a imagem de uma combinação linear de vetores é igual a combinação linear das imagens com os mesmos coeficientes, isto é, f(a1v1 + a2v2 + ... + anvn ) = a1f(v1) + a2f(v2) + ...+ anf(vn). E4) Mostre que a transformação identidade : f: V V , f(v) = v é linear. E5) Seja f: 3 w a projeção ortogonal do 3 sobre o plano xy, indicado por w . a)Encontre a f(x,y,z) b)Determine f (2,-1,3) E6) Se f: 32 é linear e u=(1,2), v=(-1,3), f(u)= (2,-1,-2) e f(v)=(-2,-4,-3) calcule: a) f(u+v) b) f(3u) c) f(2,4) d) f(2u-3v) E7) Seja V o espaço vetorial das funções diferenciáveis. Mostre que f: V W, com f(v) = v’ é linear. 39 E8) Seja V o espaço vetorial das funções definidas em [0,1]. Mostre que f:V W, com f(v)= 1 0 dx)x(v é linear E9) Quais das seguintes transformações são lineares ? a) f wz yx wz yx b) f zy 1x z y x c) f(ax + b) = ax 2 + bx E10) Seja f:P2 P3 a TL tal que f(1)=1, f(t)=t 2 , e f(t 2 )= t 3 + t. Encontre f(2t 2 -5t+3) 13.3. MATRIZ NATURAL OU MATRIZ CANÔNICA Seja a matriz A= 45 03 12 . Se pensarmos na matriz A como um objeto que atua sobre um vetor v = y x , por multiplicação, o resultado será o vetor u = Av = ................. ................. ................. . Logo, a matriz A define uma transformação f: 32 , onde f(v) = A.v ou f(x,y) = ......................................................... Importante: A transformação f: mn definida por f(v)= A.v é linear. Toda matriz Amxn define uma TL f: mn , com f(v)= A.v. Neste caso, A é chamada matriz natural ou matriz canônica de f e A pode ser representada também por [f]. Se a matriz A define a TL f, então as linhas de A são, respectivamente, os coeficientes das componentes da imagem de f. E11) Seja a matriz A= 354 321 , determine : a) a lei da TL definida por A. b) a imagem de v=(1,-1,1), usando a matriz A. c) a imagem de v=(1,-1,1), usando a lei. d) o vetor u , tal que f(u)=0 E12) Escreva a matriz natural associada a transformação linear f (x,y)=(x+2y,x-y,3x-5y) E13) Escreva a matriz natural associada a transformação linear : a) f(x,y,z)=(x+y-z,0) b) f(x)=(2x,0,-x) c) f(x,y)=x+y d) f(x)=3x 40 E14)Um operador linear no 2 é definida pela matriz 10 21 f . Determine u e v , tal que : a) f(u)=u b) f(v)=-v E15)Um operador linear no 3 é definido pela matriz 301 121 211 A . Determine v e w tal que: a) f(v) = 0 b) f(w) = (2,-1,-3) E16)Um operador linear é definido pela matriz A= 43 12 . Determine v 0 e u 0 tal que: a) Av = 5v b) Au = -2u 13.4. T L DEFINIDA PELAS IMAGENS DOS VETORES DE UMA BASE Se B = {v1,v2, ... ,vn} é uma base do espaço vetorial V então Vv , v = a1v1 + a2v2 + ... + anvn(1), isto é, podemos encontrar ai com i = 1,2,...,n. Se f: V W é uma TL, f(v) = a1f(v1) + a2f(v2) + ...+ anf(vn), isto é, f(v) é CL das imagens com os mesmos coeficientes ai , calculados em (1). Portanto, é possível calcular f(v), quando são conhecidas as imagens dos vetores de uma base do domínio de f. Uma TL f: V W está perfeitamente definida quando são conhecidas as imagens dos vetores de uma base do domínio de f. E17) Seja f: 32 a TL definida por f(1,-1) = (3,2,1) e f(0,1) = (-2,4,-3). Determine: a) f(5,4) b) f(x,y) c) f(5,4) pela lei E18) Seja f: 23 a TL definida por f(1,0,0) = (2,3), f (0,1,0) = (-4,1) e f(0,0,1) = (-2,-1) . Encontre f(x,y,z) e [f]. E19) Seja f a TL definida por f(1,0) = (3,-2,1) e f(0,1) = (4,0,2). Encontre f(x,y) e [f]. E20) Seja f a TL definida por f(1,1,1) = (1,0), f (1,1,0) = (2,-1) e f(1,0,0) = (4,3). Encontre f(x,y,z) e [f]. 41 13.5. COMPOSTA DE DUAS TL Sejam f1: V W e f2: W U transformações lineares. A composta de f2 com f1 é a TL f2of1: V U definida por (f2of1)(v) = f2(f1(v)). W w=f1(v)= [f1].v f1 f2 [f1] [f2] V U f2of1 v u= f2(w)= [f2].[f1].v [f2of1] = [f2]. [f1] Importante: A matriz que representa uma seqüência de TL é o produto das matrizes das TL na ordem inversa. E21) Sejam os operadores lineares definidos por f1(x,y) = (3x+y , y-x) e f2(x,y) = (2x-y , 3x). Determine: a) as matrizes das compostas f1of2 e f2of1. b) as leis das compostas f1of2 e f2of1. E22) Sejam as TL dadas por f1(x,y) = (2x +3y , x+y , 2x) e f2(x,y,z) = ( x-y , y-z). Determine: a) as matrizes das compostas f1of2 e f2of1. b) as leis das compostas f1of2 e f2of1. 42 13.6. RESPOSTAS E2) a) Não b) Não c) Sim d) Não E3) a) 2u + 3v b) 6u c) 2u – 3v d) 4u + 15v E5) a) (x,y,0) b) (2,-1,0) E6) a) (0,-5,-5) b) (6,-3,-6) c) (4,-2,-4) d) (10,10,5) E9) a) Não b) Não c) Sim E10) f(2t 2 - 5t + 3) = 2t 3 + 2t – 5t2+ 3 E11) a) f(x,y,z) = (x + 2y – 3z, 4x + 5y + 3z) b) (-4,2) c) (-4,2) d) (-7z,5z,z) , z E12) A = 53 11 21 E13) a) A = 000 111 b) A = 1 0 2 c) A = 11 d) A =[3] E14) a) (y , y) , y b) (x , 0) , x E15) a) (3z , z , z) , z b) (3z – 3 , z – 1 , z) , z E16) a) (x , 3x) x b) NE E17) a) (-3 , 46 , -22) b) f(x,y) = (x – 2y , 6x + 4y , -2x – 3y) c) (-3 , 46 , -22) E18) f(x,y,z) = (2x –4y –2z , 3x + y – z ) [ f ] = 113 242 E19) f(x,y) = (3x + 4y , -2x , x + 2y) [ f ] = 21 02 43 E20) f(x,y,z) = (4x – 2y – z , 3x - 4y + z ) [ f ] = 143 124 E21) a) 11 39 e 39 17 b) b) f(x,y) = (9x - 3y , x + y ) e f(x,y) = (7x + y , 9x + 3y) E22) a) 022 101 312 e 11 21 b) f(x,y,z) = (2x + y - 3z , x – z , 2x – 2y ) e f(x,y) = (x + 2y , -x + y) 43 14. TRANSFORMAÇÕES LINEARES PLANAS 14.1. INTRODUÇÃO Nesta secção, apresentaremos alguns operadores lineares 22:f utilizados na computação gráfica bidimensional. A computação gráfica tem importante papel nas áreas de videogames e de efeitos especiais para a indústria cinematográfica. E1) Seja o operador linear f definido por f(1,0) = (-2,5) e f(0,1) = (3,4). Encontre f(x,y) e [f]. 14.2. REFLEXÕES 1. Reflexão em relação ao eixo das abscissas. y e2 f(e1)=e1 o x f(e2)=-e2 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( .......... , ...........) 2. Reflexão em relação ao eixo das ordenadas. y f(e2)=e2 f(e1)=-e1 o e1 x f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) E2) Esboce a imagem do ponto P(-2,3), através de: a) reflexão em torno do eixo x; b) reflexão em torno do eixo y; E3) Esboçar a imagem do vetor v = (2,1), através de: a) reflexão em torno do eixo x; b) reflexão em torno do eixo y; 44 3. Reflexão em relação à origem y e2 f(e1)=-e1 o e1 x f(e2)=-e2 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) 4. Reflexão em relação à reta y = x. y f(e1)=e2 o f(e2)=e1 x f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) 5. Reflexão em relação à reta y = -x. y e2 f(e2)=-e1 o e1 x f(e1)=-e2 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) E4) Esboce a imagem do vetor v = (2,1), através de: a) reflexão em torno da origem; b) reflexão em torno da reta y=x; c) reflexão em torno da reta y=-x. 45 E5) Determine a matriz da TL plana que representa uma reflexão em relação ao eixo x, seguida de uma reflexão em relação à reta y=-x. E6) Esboçar a imagem da reta y=2x, através de: a) relexão em torno do eixo das abscissas b) reflexão em torno da origem; c) reflexão em torno da reta y=x; d) reflexão em torno da reta y=-x. 14.3. DILATAÇÕES E CONTRAÇÕES 1. Dilatação e Contração de fator Contração: 10 y e2 f(e2) o f(e1) e1 x f(e1) = e1 f(e2) = e2 Dilatação: >1 y f(e2) e2 o e1 f(e1) x f(e1) = e1 f(e2) = e2 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ............) 2. Dilatação e Contração na direção do eixo das abscissas. y y f(e2)=e2 f(e2)=e2 o e1 f(e1) x o f(e1) e1 x f(e1) = e1 1 10 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) 46 3. Dilatação e Contração na direção do eixo das ordenadas. y y f(e2) e2 e2 f(e2) o f(e1)=e1 x o f(e1)=e1 x f(e2) = e2 1 10 f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ............) E7) Esboce a imagem do vetor v = (2,1), através de: a) contração de fator 1/2 na direção x; b) dilatação de fator 2 na direção x; c) contração de fator 1/3 na direção y; d) dilatação de fator 3 na direção y. E8) Esboçar a imagem do retângulo de vértices A(0,0) , B(2,0) , C(2,1) e D(0,1) , através de: a) contração de fator 1/3 na direção x; b) dilatação de fator 2 na direção x; c) contração de fator 1/2 na direção y; d) dilatação de fator 3 na direção y. E9) Determine a matriz da TL plana que representa uma reflexão em relação ao eixo y, seguida de uma reflexão em relação à reta y=x e, finalmente uma dilatação de fator 3 na direção x. 14.4. CISALHAMENTOS 1. Cisalhamento na direção do eixo das abscissas y e2 f(e2) o f(e1)=e1 x f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ...........) 2. Cisalhamento na direção do eixo das ordenadas. y f(e2)=e2 f(e1) o e1 x f(e1) = (........,........) f(e2) = (........,........) [f] = ........ ........ , f(x,y) = ( ........... , ............) 47 E10) Esboce a imagem do retângulo de vértices A(0,0) , B(2,0) , C(2,1) e D(0,1) , através de: a) cisalhamento por um fator 3 na direção x; b) cisalhamento por um fator 1/2 na direção x; c) cisalhamento por um fator 2 na direção y; d) cisalhamento por um fator 1/3 na direção y. E11) Seja o triângulo de vértices A(0,0), B(2,0) e C(0,2). Esboçar a imagem do triângulo através de uma contração de fator 1/2 na direção y, seguida de uma reflexão em relação ao eixo x e, finalmente um cisalhamento de fator 1/2 na direção x. E12) Achar a matriz de cisalhamento na direção x que transforma o triângulo de vértices (0,0),(2,1) e (3,0) num triângulo retângulo cujo ângulo reto está na origem. E13) Determine a matriz da TL plana que representa uma reflexão em relação ao eixo x, seguida de uma dilatação de fator 2 na direção y e, finalmente um cisalhamento de fator 3 na direção y. 14.5. ROTAÇÕES 1. Rotação no sentido anti-horário. y e2 f(e2) f(e1) o e1 x f(e1) = (..........,..........) f(e2) = (..........,..........) 20, .................... .................... fondev.f)v(f 2. Se < 0(sentido horário) considera-se o ângulo - . y e2 f(e2) o e1 x f(e1) f(e1) = (............,.............) f(e2) = (.............,..............) ..................... ..................... f )( E14) Ache a matriz que gira um ponto do plano em torno da origem um ângulo de: a) 45 0 b) -60 0 48 E15)Esboce a imagem do vetor: a)v=(2,4) através de uma rotação de 90 0 ; b)v=(3, 3 ) através de uma rotação de –300. E16) Determine, em cada item, a matriz que representa a seqüência de operações indicada: a)efetuar uma rotação de 30 0 , depois cisalhar por um fator –2 na direção y; e finalmente dilatar por um fator 3 na direção y. b)comprimir por um fator 1/2 na direção x; a seguir dilatar num fator 5 na direção y. c)refletir em torno de y=x; a seguir, girar um ângulo de 180 0 . y 3 2 -1 0 2 3 x E17)Encontre a figura resultante das imagens dos vértices da figura acima através de: a)reflexão em torno do eixo x; b) reflexão em torno do eixo y; c) reflexão em torno do eixo y; d) contração por um fator 1/2; e)dilatação de fator 2; f)contração por um fator 1/2 na direção do eixo x; g)dilatação por um fator 2 na direção do eixo y; h)cisalhamento por um fator 2 na direção do eixo x; i)rotação de 45 0 ; j) rotação de -90 0 . 49 14.6. RESPOSTAS E1) f(x,y) = (-2x + 3y , 5x + 4y ) e [f] = 45 32 y E2) a) y b) 3 3 v v f(v) -2 0 x -2 0 2 x f(v) -3 E3) a) y b) y 1 v f(v) 1 v 0 2 x -2 0 2 x -1 f(v) f(v)=(1,2) y E4) a) y b) y y=x c) y= -x v=(2,1) v=(2,1) v=(2,1) 0 x 0 x 0 x f(v)=(-2 ,-1) f(v)=(-1,-2) E5) 01 10 E6)a) s=f(r) y r b) y f(r) = r 2 2 -1 0 1 x -1 0 1 x -2 E7) a) y b) y c) y f(v)=(1,1) v=(2,1) v=(2,1) f(v)=(4,1) v=(2,1) f(v)=(2,1/3) 0 x 0 x 0 x d) y f(v)=(2,3) v=(2,1) 0 x 50 E8) a) y b) y 1 1 0 2/3 2 x 0 2 4 x c) y d) y 3 1 1 1/2 0 2 x 0 2 x E9) 01 30 E10) a) y b) y 1 1 0 1 2 3 4 5 x 0 1/2 1 3/2 2 5/2 x c) y d) y 5 4 5/3 1 1 2/3 0 1 2 x 0 1 2 x 51 E11) y 2 1 0 1 2 x (-1/2 ,-1) E12) 10 21 E13) 23 01 E14) a) 2 2 2 2 2 2 2 2 b) 2 1 2 3 2 3 2 1 E15) a) y b) y v=(2,4) f(v)=(-4,2) v=(3, 3 ) f(v)=( 32 ,0) 0 x 0 x E16) a) 2 336 2 363 2 1 2 3 b) 50 0 2 1 c) 01 10 E17) 10 21 52 15. MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR EM BASES QUAISQUER 15.1. INTRODUÇÃO Na secção 13, vimos que cada TL f: mn está associada a uma matriz Amxn , tal que f(v) = Av. Esta idéia pode ser estendida para qualquer TL f:V W. Nesta secção veremos que uma TL f:V W pode ser representada por infinitas matrizes,no entanto, fixadas uma base de V e uma base de W , a matriz que representa f é única. Sejam f:V W uma TL, A= n21 v,...v,v uma base de V e B={w1,w2,...wm}uma base de W. Como f(v1),f(v2),...f(vn) W, podemos escrever: f(v1)=a11w1+a21w2+ . . . +am1wm f(v1)B= (a11,a21, . . . am1) f(v2)=a12w1+a22w2+ . . . +am2wm f(v2)B= (a12,a22, . . . am2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . f(vn)=a1nw1+a2nw2+ . . . +amnwm f(vn)B= (a1n,a2n, . . . amn) A matriz que representa a TL f em relação as bases A e B é mn2m1m n22221 n11211 A B aaa a...aa a...aa ]f[ f(vn)B f(v2)B f(v1)B A matriz A B]f[ é tal que f(v)B= A B]f[ .vA E1) Seja a TL f: 23 , dada por f(x,y,z)= (2x+y-z,3x-2y+4z) , v=(1,2,3) e A={(1,0,0),(1,1,0),(1,1,1)} e B={(1,3),(1,4)} são bases do 3 e 2 , respectivamente, determine: a) f(v) b) vA c) f(v)B d) A B]f[ e) f(v)B usando A B]f[ 53 15.2. PROCEDIMENTO PARA ENCONTRAR A MATRIZ A B]f[ Para encontrar a matriz de uma TL f: mn em relação as bases A= n21 v,...v,v e B={w1,w2,...wm}, podemos adotar o seguinte procedimento: 1º ) calcular f(vi) para i = 1,2,...n. 2º ) formar a matriz [ w1,w2,...wm f(v1),f(v2),...f(vn) ] e coloca-la na forma escalonada, obtendo assim a matriz[ In M ]. 3º ) A B]f[ = M. E2) Resolva o exercício E1d usando o procedimento 15.2. E3) Encontre A B]f[ , sendo f a TL do exercício E1 e A e B as bases canônicas. E4) Sejam f(x,y,z) = (2x-y+z , 3x+y-2z), A= {(1,1,1),(0,1,1),(0,0,1)}, B ={(2,1),(5,3)} e v = (3,-4,2). Determine: a) f(v) b) vA c) f(v)B d) A B]f[ e) f(v)B usando A B]f[ E5) Sejam f(x,y) = (2x-y , x+y) , A = {(1,-2), (-1,3)} e B = {1,1) , (-1,0)}. Determine; a) A B]f[ b) A]f[ c) B]f[ d) f(v)B para v = (3,4) , usando A B]f[ e B]f[ e) B A]f[ f) f(v)A , para v = (3,4) , usando B A]f[ e A]f[ 15.3. RESPOSTAS E1) a) (1, 11) b) (-1,-1, 3) c) (-7,8) d) 183 3115 e) (-7,8) E3) 423 112 E4) a) (12,1) b) (3,-7,6) c) (31,-10) d) 522 1354 e) (3,-7,6) E5) a) 75 21 b) 87 1311 c) 11 12 d) (7,5) e) 54 75 f) (13,11) 54 16. OPERADORES LINEARES 16.1. INTRODUÇÃO Um dos problemas fundamentais da álgebra linear é escolher uma base de v de modo que o operador f : v v seja o mais simples possível. muitas vezes a matriz canônica(natural) que representa o operador na base canônica não é a matriz mais simples de f. neste caso, procura-se , através de mudança se base, encontrar uma matriz mais simples . nesta secção, serão apresentadas propriedades particulares de alguns operadores e de suas matrizes. E1) Sabendo que f(x,y) = ( 2x-y , x + y ) e que A = {(1,-2),(-1,3)} e B = {(1,1),(1,0)} são bases do 2 , determine [f]A e [f]B. 16.2. MATRIZES SEMELHANTES Seja f :V V um operador linear. As matrizes [f]A e [f]B são chamadas matrizes semelhantes por representarem o mesmo operador linear em bases distintas. 16.3. RELAÇÃO ENTRE MATRIZES SEMELHANTES . Seja f: V V um operador linear. [f]B vB f(v)B Q = M B A A BM = ( M B A ) -1 = Q -1 [f]A vA f(v)A A figura acima mostra que existem dois caminhos para ir de vB para f(v)B. (1) f(v)B =[f]B.vB e (2) f(v)B =Q -1 .[f]A.Q.vB Comparando (1) e (2) , vem : [f]B= Q -1 .[f]A.Q com Q= M B A = A -1 .B E2) No exercício 1 , use a relação entre matrizes semelhantes para encontrar : a) [f]B , partindo de [f]A b) [f]A , partindo de [f]B c) [f] , partindo de [f]A E3) Calcule det[f]A , det[f]B e det[f]. Se [f]A e [f]B são matrizes semelhantes então det[f]A =det[f]B. 55 16.4. OPERADORES INVERSÍVEIS Seja f: V V um operador linear. V V f f(v) = [f].v v f(v) Se existe [f] -1 , [f] -1 .f(v) = [f] -1 .[f].v f -1 ou v = ................... Logo, existe f -1 se det[f] 0 e a matriz canônica de f -1 é ............. E4) Um operador linear f é definido por f(x,y) = ( x + 3y , x + 2y ), determine, caso exista,o operador f -1. 16.5. MATRIZ ORTOGONAL Uma matriz quadrada A é ortogonal se A -1 = A t E5) Verifique se as matrizes são ortogonais a) 5 3 5 4 5 4 5 3 b) cossen sencos c) 100 010 001 d) 01 11 16.6. PROPRIEDADES a) Se A é uma matriz ortogonal então detA = 1 . b) Se A é uma matriz ortogonal e det A = 1 então A é uma matriz rotação. c) Uma matriz A é ortogonal sse as colunas(ou linhas) de A são vetores ortonormais. E6) Repita o exercício E5 usando a propriedade c de 16.6. E7) Construa uma matriz ortogonal cuja primeira coluna seja o vetor a) v = ( -3/5 , 4/5 ) b) v = ( 22,0,22 ) E8) Sejam as bases ortonormais do 2 : A = { (1,0),(0,1) } e B = { (1/2, 3 /2),(- 3 /2,1/2)} a) determine A BM b) se v = (-2 , 4 ), calcule vB, usando A BM 16.7. OPERADOR LINEAR ORTOGONAL Seja f: V V um operador linear e B uma base ortonormal de V. f é ortogonal se B]f[ é uma matriz ortogonal. 56 E9) Verifique se os operadores abaixo são ortogonais a) f(x,y) = ( 5 y3 5 x4 , 5 y4 5 x3 ) b) f(x,y) = ( x + y, x – y ) E10) Seja o operador definido por f(x,y) = 2 y 2 x3 , 2 y3 2 x . a) Mostre que f é ortogonal. b) Escolha dois vetores 2v,u e calcule u.v e f(u).f(v). Compare os resultados. c) Para os vetores escolhidos em b, calcule | u |, | v |, | f(u) | e | f(v) |. Compare os resultados. d) Construa uma base ortonormal A = { v1, v2 } do 2 e encontre o conjunto B = { f(v1), f(v2) }. B é uma base ortonormal do 2 ? E11) Verifique se os operadores abaixo são ortogonais a) f(x,y) = ( 2 y3 2 x , 2 y 2 x3 ) b) f é a composição da reflexão em relação ao eixo das abscissas e da dilatação de fator 2 na direção do eixo das ordenadas. a) f é a composição da reflexão em relação à reta y = x e da rotação de 45º. d) f(x,y,z,w) = ( y,-z, x, -w) E12) Para que valores de m e n, o operador linear f definido por f(x,y,z) = ( x , my + 2 2 z , ny + 2 2 z ) é ortogonal ? 16.8. PROPRIEDADES Seja f: V V um operador linear ortogonal. a) f preserva o produto escalar, isto é, u.v = f(u).f(v), Vv,u . b) f preserva o módulo de cada vetor, isto é, | f(u) | = | u | , Vu . Conseqüência: f preserva o ângulo dos vetores e f transforma bases ortonormais em bases ortonormais E13) Construa uma matriz simétrica de ordem a) 2x2 b) 3x3 c)4x4 E14) As matrizes construídas no exercício E13 definem operadores lineares. Identifique estes operadores determinando suas leis. 16.9. OPERADOR LINEAR SIMÉTRICO Seja f: V V um operador linear e B uma base ortonormal de V. f é um operador linear simétrico se B]f[ é uma matriz simétrica(secção 1, exercício E17). 57 E15) Verifique se os operadores abaixo são simétricos a) f(x,y) = ( x + y, x – y ) b) f(x,y,z) = ( x + y, x – y – 2z , 2y) E16) Seja o operador linear simétrico definido pela matriz do exercício E11 a . Escolha dois vetores 2v,u e calcule u.f(v) e v.f(u). Compare os resultados. 16.10. PROPRIEDADE Se f: V V um operador linear simétrico então u.f(v) = v.f(u), Vv,u . 16.11. RESPOSTAS E1) 11 12 fe 87 1311 f BA E2) a) 11 12 b) 87 1311 c ) 11 12 d) 11 12 E3) det[f]A = det [f]B = det[f]=3 E4) f -1 (x , y)=(-2x +3y , x -y) E5) a) Sim b) Sim c) Sim d) Não E7) a) 5 3 5 4 5 4 5 3 b) 0 1 2 2 2 100 0 2 2 2 2 ( não é única ) E8) a) 2 1 2 3 2 3 2 1 b) vB = )23,132( E9) a) Sim b) Não E11) a) Sim b) Não c) Sim d) Sim E12) m = 2 2 e n = 2 2 ou m = – 2 2 e n = 2 2 E15) a) Sim b) Não 58 17. VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS 17.1. INTRODUÇÃO Em muitos problemas aplicados, apresenta-se um operador linear f e a necessidade de encontrar os escalares para os quais a equação f(v) = v possui soluções não-nulas. Tais questões aparecem em aplicações envolvendo vibrações, em aerodinâmica, elasticidade, física nuclear, mecânica, engenharia, biologia e equações diferenciais.Outra aplicação importante é a classificação de cônicas e quádricas. Nela, vetores e valores próprios são usados para encontrar mudanças de referencial que permitam identificar quais as figuras geométricas que representam certas equações no plano e no espaço. Seja f:V V um operador linear. Um vetor não-nulo v V é chamado vetor próprio ou autovetor de f se existe , tal que f(v) = v. O real é chamado valor próprio ou autovalor de f associado ao vetor próprio v. E1) Considere a figura abaixo e identifique os vetores próprios e os valores próprios correspondentes do operador linear f. y f(v2) v3 f(v3) v1 v2 0 x f(v1) E2) Mostre que se v é um vetor próprio de um operador linear f associado ao valor próprio então qualquer vetor v, com 0 , é também vetor próprio associado ao mesmo . E3) Sejam v1 = (2,3) e v2 = (1,-1) vetores próprios de um operador linear associados aos 1 = 4 e 2 = -1, respectivamente. Encontre: a) f(4 , 6) b) f(2 , -2) c) f(2/3 , 1) d) f(1/2 , -1/2) E4) Verifique se o vetor v é vetor próprio da matriz A, em caso afirmativo, determine o valor próprio correspondente. a) v = (5 , 2) , A = 12 54 b) v = (1 , 2) , A = 23 21 59 17.2. DETERMINAÇÃO DOS VALORES E VETORES PRÓPRIOS Seja f:V V um operador linear e [f] = A. Valores próprios: f(v) = v A.v = v A.v - v = 0 A.v - I.v = 0 (A - I).v = 0 O sistema homogêneo correspondente admitirá soluções v 0 , se det(A - I) = 0 (1). A equação (1) é chamada “equação característica de f ” e suas raízes são os valores próprios de f. Vetores próprios: Os vetores próprios são as soluções da equação (A - I).v = 0 para cada valor próprio encontrado. Exemplo: Encontre os valores e vetores próprios do operador linear definido por f(x,y) = (3x,4x+y). Solução: Cálculo dos valores próprios : det(A - I) = 0 A = .......... .......... A - I = ...................... ...................... det(A - I) = .................... .................... = 0 ........................ , 1= ..... ou 2= ..... Cálculo dos vetores próprios: (A - I).v = 0 Para 1= .... e v = (x,y) (A - I).v = 0 .......... .......... . 0 0 y x ..................... , v = ............ com ........... Para 2= ..... e v = (x,y) (A - I).v = 0 .......... .......... . 0 0 y x ..................... , v = ........... com ........... 60 E5) Calcule os valores e vetores próprios : a) do operador linear definido por f(x,y) = (4x + 5y , 2x + y) b) do operador linear definido por f(x,y) = (x + 2y , 3x + 2y) c) do operador linear definido por f(x,y,z) = (x , -2x - y , 2x + y + 2z) d) da matriz A = 040 900 000 E6) Sabendo que = 2 é valor próprio de A = 321 141 123 calcule os vetores próprios correspondentes. E7) Mostre que se é um valor próprio de um operador linear f então o conjunto S formado pelo vetor nulo e pelos vetores próprios associados a é um subespaço vetorial de V. S },v)v(f/Vv{ E8) Sejam A= { (1,0),(0,1)} B = { (1,1),(1,0)} bases do 2 e o operador linear 22:f definido por f(x,y) = (x-y , x+y ). Determine as matrizes [f]A e [f]B. E9) Calcule os valores próprios da TL f do exercício E8 usando [f]A e [f]B e compare os resultados. 17.3. PROPRIEDADES Seja f:V V um operador linear. a) Se é um valor próprio de f então o conjunto S formado pelo vetor nulo e pelos vetores próprios associados a é um subespaço vetorial de V. b) Se A e B são bases de V então as matrizes semelhantes [f]A e [f]B têm os mesmos valores próprios. c) Os vetores próprios associados a valores próprios distintos de f são linearmente independentes. E10) Sejam v1 = (2,3) e v2 = (1,-1) vetores próprios de um operador linear associados aos 1 = 4 e 2 = -1, respectivamente. Encontre f(1 , 4) e f( x , y). E11) Verifique se o vetor v é vetor próprio da matriz A, em caso afirmativo, determine o valor próprio a) v = (1 , 1 , -2) , A = 420 110 012 b) v = (1 , 2 , 1) , A = 231 220 321 E12) Calcule os valores e vetores próprios : a) da matriz A = 302 020 200 b) da matriz A = 3000 0400 0030 0013 c) do operador linear definido por f(1,0) =(-2,2) e f(0,1) = (5,-5) d) do operador linear definido por f(1,0,0) = (1,-1,3) , f(0,1,0) = (0,3,2) e f(0,0,1) = (0,0,-2) 61 17.4. RESPOSTAS E1) v1=(2,2) , 11 e v2=(4,2) , 22 E3) a) (16,24) b) (-2,2 ) c) (8/3,4) d) ( -1/2 , 1/2 ) E4) a) Sim 6 b) Não E5) a) 11 , 0x),x,x(v1 e 62 e )t2,t5(v2 , 0t b) 11 , 0x),x,x(v1 e 42 e )t3,t2(v2 , 0t c) 11 , 0z),z,z3,0(v1 e 12 e )z,z,z(v2 , 0z e 23 , 0z),z,0,0(v3 E6) v= (x ,y ,- x - 2y) com x e y não simultaneamente nulos E8) [f]A= 44 11 [f]B = 33 45 E9) 31 e 12 E10) a) (9,11) b) f(x , y)=(x +2y, 3x +2y) E11) a) Sim, 3 d) Não E12) a) 21 , 0y),0,y,0(v1 e 12 e )z,0,z2(v2 , 0z e 43 , 0x),x2,0,x(v3 b) 31 , ),w,0,0,x(v1 com x e w não simultaneamente nulos, 42 e )0,z,0,0(v2 , 0z . c) 71 , 0x),x,x(v1 , 02 e )t2,t5(v2 , 0t . d) 21 , 0z),z,0,0(v1 e 12 e )t8,t3,t6(v2 , 0t e 33 , 0t),t2,t5,0(v3 62 18. DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES 18.1. INTRODUÇÃO Nesta secção, estamos interessados em encontrar uma base do espaço vetorial V, de modo que a matriz que representa o operador f:V V seja a mais simples. Veremos que essa matriz é uma matriz diagonal. E1)Seja o operador linear f: 22 . Se v1= (1,1) e v2=(4,1) são vetores próprios de f associados a 1 = 1 e 2 = -2, respectivamente, encontre f(x,y) e a matriz que representa f na base B ={ v1,v2 } . Seja o operador linear f:V V com dim V = n. Se os valores próprios de f são distintos, o conjunto P, formado pelos correspondentes vetores próprios é LI (17.3.c), e portanto, P é uma base de V. Sejam 1, 2,..., n os valores próprios de f e P= n21 v,...v,v a base dos vetores próprios correspondentes. De 15.1, podemos escrever: f(v1) = 1v1 = 1v1 + 0.v2 + . . . + 0.vn f(v1)P = ( 1,0, . . .,0) f(v2) = 2v2 = 0.v1 + 2v2 + . . . + 0.vn f(v2)P = (0, 2,. . . ,0) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . f(vn) = nvn = 0.v1 + 0.v2 + . . . + nvn f(vn)P = (0,0, . . ., n) Logo, a matriz que representa f em relação a base P é n1 2 1 P 00 0...0 0...0 ]f[ = D A matriz D é tal que f(v)P =D.vP Sejam f:V V um operador linear , D a matriz diagonal que representa f na base P dos vetores próprios e A a matriz que representa f na base canônica C. As matrizes [f]P = D e [f]C = A são semelhantes. Veja 16.1. página 43. De relação entre matrizes semelhantes, [f]P = Q -1 .[f]C . Q com Q = M P C = C -1 .P = P. Logo, D = P -1 .A.P E2) Use a relação entre matrizes semelhantes para calcular cada matriz D do exercício E1. Importante: a) Uma matriz quadrada A é diagonalizável sse existe uma matriz P, tal que P -1 .A.P é diagonal. Nesse caso, dizemos que P é uma matriz diagonalizadora da matriz A. b) Um operador linear f:V V é diagonalizável sse existe uma base de V formada pelos vetores próprios de f. 63 E3) Verifique se A é diagonalizável , em caso afirmativo, encontre uma matriz diagonalizadora P. a) A= 420 110 012 b) A= 300 320 321 c) A= 100 530 403 E4) Seja a matriz A = 302 020 200 . a) Calcule os valores e vetores próprios de A. b) Construa, se possível, uma base P do 3 com vetores próprios de A. c) A é diagonalizável ? Em caso afirmativo, encontre uma matriz diagonalizadora de A. d) A base P é ortogonal ? 18.2. DIAGONALIZAÇÃO DE MATRIZES SIMÉTRICAS Se A é uma matriz simétrica e seus valores próprios são distintos então os vetores próprios correspondentes são ortogonais. E5) Considere a matriz A do exercício E4. a) Construa uma base ortonornal P’ , a partir de P. b) A matriz P’ é ortogonal ? c) A matriz P’ diagonaliza A ? Seja A uma matriz simétrica com valores próprios distintos. A matriz P formada pelos vetores próprios unitários é ortogonal, isto é , P -1 = P t . Nesse caso, dizemos que P diagonaliza A ortogonalmente e D =P t AP. E6) Determine, caso exista, uma matriz que diagonaliza A ortogonalmente, sendo: a) A= 43 34 b) A= 20 02 c) A = 311 151 110 E7) No exercício anterior, calcule a matriz D usando a relação entre matrizes semelhantes. E8)Verifique se A é diagonalizável , em caso afirmativo, encontre uma matriz diagonalizadora P. a) A= 100 530 433 b) A= 1000 0100 0530 0403 E9) Determine, caso exista, uma matriz que diagonaliza A= 3000 0200 0020 0002 ortogonalmente. E10) No exercício anterior, calcule a matriz D usando a relação entre matrizes semelhantes. 64 18.3. RESPOSTAS E1) f(x,y) = (4x-3y, 2y –x) e D= 20 01 E3) a) Não b)Sim P = 200 610 921 c) Sim P = 400 510 401 E4) a) 21 , 0y),0,y,0(v1 , 12 e )z,0,z2(v2 , 0z e 43 , 0x),x2,0,x(v3 b) P= { (0,1,0) , (2,0,1) , (1,0,-2) } c) Sim P = 210 001 120 d) Sim E5) a) P’= 5 2 ,0, 5 1 , 5 1 ,0, 5 2 ,0,1,0 b) Sim c) Sim E6) a ) 10 1 10 3 10 3 10 1 b)I2 c) 6 1 3 1 2 1 6 2 3 1 0 6 1 3 1 2 1 E7) a) 50 05 b) 20 02 c) 600 030 002 E8) a) Não e) Sim P= 1000 0400 0510 0401 E9) I4 E10) D = A 65 19. CÔNICAS 19.1. INTRODUÇÃO Nesta secção , estamos interessados em classificar e esboçar os gráficos das cônicas mais importantes, conhecidas as suas equações quadráticas . Cônica é um conjunto de pontos do plano cujas coordenadas x e y em relação à base conônica satisfazem a equação : ax 2 + by 2 + 2cxy + dx + ey + f =o (equação quadrática), onde a,b,c,d,e,f com a,b e c não simultaneamente nulos. 19.2. CÔNICAS NÃO-DEGENERADAS EM POSIÇÕES PADRÕES 1 b y a x 2 2 2 2 a = b y a < b y a > b y a b b -a o a x -a o a x -a o a x -b -a -b 1 b y a x 2 2 2 2 y 1 b x a y 2 2 2 2 y a o o -a a x x -a y 2 = 2px y y p > 0 o x o p < 0 x x 2 = 2py y y p > 0 o p < 0 x o x 66 E1) Identifique e esboce os gráficos das cônicas de equações : a) x2- y2 = -1 b) y2- 4x = 0 c) x2+ 4y2- 4 = 0 A equação de uma cônica na posição padrão não possui o termo em xy (chamado de termo cruzado). A presença do termo cruzado na equação indica que cônica saiu da posição padrão devido a uma rotação. Observe também, que a equação de uma cônica na posição padrão não possui, simultaneamente, os termos x 2 e x ou os termos y 2 e y. Se um desses casos ocorrer e se a equação não apresentar o termo cruzado, significa que a cônica saiu da posição padrão devido a uma translação. y y y 0 x 0 x 0 x Parábola após uma Hipérbole após uma Elipse após uma rotação rotação translação e uma translação Para identificar a cônica não-degenerada cujo gráfico não está na posição padrão e cuja equação não tem o termo cruzado, mas tem um termo em x 2 e um termo em x, ou um termo em y 2 e um termo em y, realiza-se uma translação de eixos de modo que o gráfico da equação resultante fique na posição padrão em relação ao novo sistema de coordenadas. . Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da cônica de equação 2x 2 + 4x – 4y + 6 = 0 Solução : Devemos colocar a equação na forma padrão, neste caso: )ky(p2)hx( 2 . 2x 2 + 4x = 4y – 6 2(x 2 + 2x) = 4y – 6 2(x 2 + 2x + 1) = 4y – 6 + 2 (x + 1) 2 = 2 (y – 1) que é a equação de uma parábola na forma padrão. Fazendo x + 1 = x’ e y – 1 = y’ , obtemos a equação reduzida da parábola ,2, y2x de vértice em O’( -1 , 1). Transladando o sistema de coordenadas xOy para x’O’y’ , de origem em O’( -1 , 1) teremos a parábola na posição padrão em relação ao sistema x’O’y’ (vértice na origem e eixo de simetria em y’) . y’ y x’ 0’ x 0 67 E2) Identifique e esboce os gráficos das equações : a) x 2 + 4x + 2y + 6 = 0 b) x 2 + y 2 - 2x + 4y + 1 = 0 c) 9x 2 - y 2 + 54x + 2y + 89 = 0 Para identificar a cônica não-degenerada cujo gráfico não está na posição padrão e cuja equação apresenta o termo cruzado, realiza-se uma rotação ou mudança de sistema de coordenadas, através de mudança de base, da canônica para uma base de vetores próprios ortonormais. 19.3. PROCEDIMENTO PARA ELIMINAR O TERMO EM xy DA EQUAÇÃO Passo 1. Escrever a equação da cônica ax 2 + by 2 + 2cxy + dx + ey + f =o na forma matricial. 0f y x .ed y x . bc ca .yx (1) onde 1,0,0,1Ce bc ca A,)y,x(vC Passo 2. Calcular os valores e vetores próprios de A, construir uma matriz P que diagonaliza A ortogonalmente e a matriz diagonal D correspondente. Passo 3. Mudança da base da canônica C para a base dos vetores próprios unitários P. Como PP 1 P P CC v.Pv.P.CvMv . substituir na equação (1) vC por P.vP Se )'y,'x(vP , podemos escrever : tP'y'xyx 'y 'x P y x Substituindo yxe y x na equação (1), vem: 0f 'y 'x P.ed 'y 'x P. bc ca P.'y'x t Como P t .A. P = D, a equação assume a forma 0f 'y 'x .P.ed 'y 'x . 0 0 .'y'x 2 1 ou .0fyexdyx '''''2 ' 1 22 Que é a equação do cônica em relação do sistema x’y’. y y’ x’ u2 u1 x o Onde os eixos x’ e y’ foram determinados, respectivamente, pelos vetores próprios ortonormais u1 e u2 da base P, escolhida dentre oito possíveis . 68 Exemplo: Identifique e esboce o gráfico do equação 2xy –1 = 0 Passo 1. 01 y x 00 y x 01 10 yx Passo 2. A= 01 10 Cálculo dos valores próprios : 1,1;010 1 1 21 2 Cálculo dos vetores próprios : 0x),x,x(v, 0 0 y x 11 11 ,1 11 0x),x,x(v, 0 0 y x 11 11 ,1 12 2 1 , 2 1 , 2 1 , 2 1 P 10 01. D 2 1 2 1 2 1 2 1 P Passo 3. 01 'y 'x 2 1 2 1 2 1 2 1 .]00[ 'y 'x 10 01. .]'y'x[ 01'y'x 22 ou 1'x'y 22 Que é a equação de uma hipérbole na posição padrão em relação ao sistema x’O y’(centro na origem e eixo transverso sobre o eixo y’). Y y’ 0 x x’ 69 19.4. CLASSIFICAÇÃO DAS CÔNICAS QUANTO AOS VALORES PRÓPRIOS Parábola : 0ou0 21 Hipérbole: 21. < 0 Elipse: 21. > 0 Importante: Para encontrar a equação reduzida da cônica de equação ax 2 + by 2 + 2cxy + dx + ey + f =o, devemos: 1) Eliminar o termo em xy, caso exista, através de uma mudança de base(19.6.) 2) Realizar uma translação de eixos, caso a equação obtida em (1) apresente os temos x 2 e x ou y 2 e y(19.4.) E3) Determine as equações reduzidas e esboce os gráficos das cônicas de equações: a) x 2 + 2xy + y 2 - 8x + 4 = 0 b) 4x 2 - 3y 2 + 24xy - 156 = 0 c) 5x 2 +5y 2 - 6xy +10 2 x - 22 2 y +42 = 0 E4) Identifique e esboce os gráficos das cônicas de equações : a) 4y 2 + 9x 2 - 36 = 0 b)2y - 3x 2 = 0 c) 25y 2 - 4x 2 +100 = 0 d) x 2 + y 2 - 9 = 0 e) 4x 2 - y 2 = -4 E5) Identifique e esboce os gráficos das equações : a) 9x 2 + 4y 2 + 54x - 16y + 61 = 0 b) x 2 – y2 + 4x + 10y – 22 = 0 c) y2 - x – 2 = 0 E6) Determine as equações reduzidas e esboçar os gráficos das cônicas de equações: a) 11x 2 - 24xy + 4y 2 +20x - 40y – 20 = 0 b) 2x2+2y2+ 4xy +4 2 x +12 2 y – 8 = 0 c) 2x 2 +2y 2 + 2xy +7 2 x +5 2 y +10 = 0 d) 2xy- 4y – 1 =0 19.5. RESPOSTAS E1) a) Hipérbole , a = b = 1 b) Parábola, p = 2 e F(1,0) c) Elipse, a = 2 e b = 1 E2) a) Parábola, x’2= - 2 y’ , V ( -2 , -1) b) Circunferência , x’2 + y’2 = 4 , C (1,-2) c) Hipérbole , 1'x 9 y 2 2' , C (-3,1) E4) a) Elipse, a = 2 e b = 3 b) Parábola, p = 3 1 e F (0, 6 1 ) c) Hipérbole , a = 5, b = 2 d) Circunferência , r = 3 e) Hipérbole , a = 2 , b = 1 E5)a) Elipse , 1 9 y 4 x 2'2' , C (-3,2) b) Hipérbole, x ’2 – y’2 = 1 , C ( -2 , 5 ) c) Parábola, y’2= x’ , V ( -2,0) 70 20. BIBLIOGRAFIA ANTON, Howard, RORRES, Chris. Algebra Linear com aplicações. 8.ed. Ed. New York : Bookman. BOLDRINI, José Luiz; COSTA, Sueli I. Rodrigues;Ribeiro,Vera Lúcia S.S.;Wetzler,Henry G. Algebra Linear . São Paulo: Harbra, 1980. BOULOS, Paulo; CAMARGO, Ivan de. Introdução à geometria analítica no espaço. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1997. FOLEY, James, VAN DAM, Andries, FEINER, Steven, HUGHES, John. Computer graphics: pinciples and practice. New York: Addison-Wesley, 1997. KOLMAN , Bernard . 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