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200902DIUFES - Apostila história geral das artes

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Enviado por Vívian Andrade em

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História da Arte:
O pintor suíço Paul Klee, disse uma vez que “a arte não limita o 
visível: cria o visível” . Sua frase sintetiza uma das principais 
discussões da história da arte, aquela que opõe de um lado os adeptos 
da imitação e de outro os da invenção. Mais sistemático, o pintor russo 
Vassili Kandinski definiu três elementos constitutivos de toda obra de 
arte: o elemento da personalidade, próprio do artista; o elemento do 
estilo, próprio da época e do ambiente cultural; e o elemento do puro e 
eternamente artístico, próprio da arte, fora de toda limitação espacial 
ou temporal.
Conceito:
De um ponto de vista genérico e com base em qualquer dos 
teóricos modernos, a arte é pois todo trabalho criativo, ou seu produto, 
que se faça consciente ou inconscientemente com intenção estética , isto 
é, com fim de alcançar resultados belos. Se bem que o ideal de beleza 
seja de caráter subjetivo e varie com os tempos e costumes, todo artista 
(seja ele pintor, escultor, arquiteto. Ou músico, escritor, dramaturgo, 
cineasta) certamente investe mais na possível beleza de sua obra do que 
na verdade, na elevação ou utilidade que possa ter. Nas artes visuais 
contemporaneamente chamadas artes plásticas, esse tipo geral esteve 
sempre presente, assim como os outros que eventualmente se lhe 
acrescentam, isto é, a originalidade, o aspecto critico e muitas outras 
características.
Classificação da arte:
Artes espaciais, todas as artes plásticas, distinguindo as 
bidimensionais como desenho e a pintura, e as tridimensionais, como a 
escultura e arquitetura. O sentido mais importante para sua apreciação 
estética é a visão, motivo por que também foram chamadas de “artes 
visuais”.
Artes temporais, todas as artes que implicam um processo no 
tempo. Costumam distinguir-se as artes sonoras, como a música 
instrumental (que além disso, é intermitente, isto é, só existe como tal 
quando é executada) e as artes verbais, que compreenderiam gêneros 
literários como a poesia e o romance.
Artes mistas, as disciplinas artísticas em que intervêm, 
combinados, elementos pertencentes aos dois grupos anteriores. O 
teatro por exemplo, ainda que seja um gênero literário, inclui a 
representação espacial; a dança é ao mesmo tempo espacial ou 
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temporal; e a ópera compreende, além disso, componentes literários, 
assim como o cinema.
Ao longo dos tempos, e à medida que se sucedem às gerações, a 
arte experimenta mudanças em sua maneira de ser e cabe à história da 
arte avaliar a importância dessas modificações. Mas a história deve ser, 
mais do que uma enumeração interminável de fatos, um ordenamento 
destes (com suas conseqüências). De que toda prioridade seja dada aos 
realmente mais importantes. Também o historiador da arte deve 
ordenar por classes os fatos de que dispõe, segundo um critério de 
qualidade.
Quem faz arte?
O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades 
práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de 
cozinha . Outros objetivos são criados por serem interessantes ou 
possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de 
vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas 
crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos 
outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e 
cenas.
Por que o mundo necessita de arte?
Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos 
de função da arte que pode ser ... feita para decorar o mundo ... para 
espelhar o nosso mundo (naturalista) ... para ajudar no dia a dia 
(utilitária)... para explicar e descrever a história... para ser usada na 
cura de doenças... para ajudar a explorar o mundo.
Como entendemos a arte?
O que vemos quando admiramos uma arte depende da nossa 
experiência e conhecimentos, da nossa disposição no momento, 
imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar.
O que é estilo? Por que rotulamos os estilos da arte?
Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado 
suas decisões. Cada artista possui um estilo único.
Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas 
numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, 
quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na 
forma de se fazer arte, no caso os críticos historiadores, costumam 
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classificá-las por categorias e rotulá-las. É um procedimento comum na 
arte ocidental.
Ex.: Renascimento, impressionismo, cubismo, surrealismo e etc.
Como conseguimos ver as transformações do mundo através da arte?
Podemos verificar que tipo de arte foi feito, quando, onde e como, 
desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim 
podemos entender as mudanças que o mundo tiveram.
Como as idéias se espalham pelo mundo?
Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam 
apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os progressos na 
tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham 
através da arqueologia, quando se descobrem objetos de outras 
civilizações; pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 
1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham fotos; pelo 
rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, 
permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo 
rapidamente, e os estilos de arte podem ser observados, as teorias 
debatidas e as técnicas compartilhadas; pela imprensa, que foi 
inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450, assim os livros e a 
arte podiam ser impressos.
Os historiadores da arte, críticos e estudiosos classificam os 
períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para facilitar 
o entendimento das produções artísticas.
ARTE PRÉ-HISTÓRICA:
Um dos períodos mais fascinantes da historia humana é a pré-
história. Esse período não foi registrado por nenhum documento 
escrito, pois é exatamente à época anterior a escrita. Tudo que sabemos 
dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de 
antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência 
arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.
Divide-se em:
Paleolítico Superior: a principal característica dos desenhos da Idade 
da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um 
animal por exemplo, do modo como o via de uma determinada 
perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. 
Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por 
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caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual 
procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor 
caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que 
possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal 
verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num 
desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e 
paredes de cavernas. O homem deste período era nômade.
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos 
em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a 
ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a 
cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, 
ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se Vênus de Willendorf, 
instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra; machado, arco e 
flecha, lançador de dardos, anzol e linha; e desenvolvimento da pintura 
e da escultura.
Paleolítico Inferior: aproximadamente 5.000 a 25.000
AC; primeiros 
homindios; caça e coleta; controle do fogo; instrumentos de pedra e 
pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados.
Neolítico: a fixação do homem da Idade da Pedra polida, garantida 
pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um 
aumento rápido da produção e o desenvolvimento das primeiras 
instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim o homem do 
neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e 
construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros 
arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do 
atrito e deu inicio ao trabalho com metais. Todas essas conquistas 
técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem que se tornara um 
camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do 
Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e 
racionalização.Como conseqüência surge um estilo simplificador e 
geometrizante, sinais e figuras, mais que sugerem do que reproduzem 
os seres. Os próprios temas da arte mudaram; começaram as 
representações da vida coletiva. Além de desenhos e pinturas, o artista 
Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a 
beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de 
metal. Desse período temos as construções denominadas dolmens 
(consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no 
chão, como – se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada 
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horizontalmente sobre elas). E o menir que era monumento megalítico 
que consiste num único bloco de pedra fincado no solo no sentido 
vertical. O Santuário de Stonehenge, no Sul da Inglaterra, pode ser 
considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a história 
registra. Ele representa um enorme círculo de pedras erguidas a 
intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros 
dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a 
um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde 
nasce o sol no dia do solstício de verão, indicio de que se destinava às 
praticas rituais de um culto solar. Lembrando que pedras eram 
colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa.
Instrumentos de pedra polida, enxada e tear; inicio do cultivo dos 
campos; artesanato; cerâmica e tecidos; construção de pedra; e 
primeiros arquitetos do mundo.
Idade dos metais: aparecimento da metalurgia; aparecimento das 
cidades; invenção da roda; invenção da escrita; e arado de bois.
As cavernas: antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia 
ornamentos corporais, como colares, e, depois magníficas estatuetas, 
como as famosas “Vênus”.
Existem várias cavernas no mundo que demonstram a pintura 
rupestre, algumas delas são:
Caverna de Altamira: Espanha, quase uma centena de desenhos 
feitos há 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 
1868. Sua autenticidade porém só foi reconhecida em 1902.
Caverna de Lascaux: França, suas pinturas foram achadas em 
1942, têm 17.000 anos. A cor preta por exemplo, contém carvão moído 
e dióxido de manganês.
Caverna de Chauvet: França, há ursos, panteras, cavalos, 
mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, 
descoberto em 1994.
Gruta de Rodésia: África, com mais de 40.000 anos.
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MESOPOTÂMIA:
Sua arte era designada em grego, menos conhecida que a arte 
egípcia, não existiam pedreiras no vale e os edifícios eram construídos 
de tijolos cozidos que se designavam com o tempo.
Esses povos não acreditavam que o corpo humano e sua 
representação deviam ser preservados para que a alma sobrevivesse.
Quando os Sumérios governou a cidade de Ur, os reis eram 
sepultados com toda sua casa, inclusive escravos.
No fragmento de uma harpa (2600 aC), em madeira decorada com 
animais, simetricamente dispostos com precisão como era costume 
deste povo.
Os reis costumavam encomendar monumentos para celebrar 
vitórias nas guerras.
Monumento do rei Naransin, (2270 aC).
Exercito Assírio, sitiando uma fortaleza (883 – 859 aC).
ARTE EGIPCIA:
Uma das principais civilizações da Antiguidade foi a que se 
desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua 
organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida Egípcia, interpretando o universo, 
justificando sua organização social e política, determinando o papel de 
cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a produção 
artística desse povo. Além de crer em deuses que poderiam interferir 
na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a 
morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que 
viviam no presente. O fundamento ideológico da arte egípcia é a 
glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se 
erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.
O faraó era considerado ser divino que dominava o povo e que ao 
partir desse mundo, voltava para junto dos Deuses dos quais viera.
As pirâmides, erguendo-se em direção ao céu, iriam ajudá-los. 
Acredita-se também que uma cópia fiel da cabeça do rei fosse 
preservada para ele viver para sempre, as esculturas eram colocadas 
na tumba, onde ninguém as via. A múmia do rei ficava no centro da 
pirâmide.
Arquitetura: As pirâmides do deserto de Gizé são as obras 
arquitetônicas mais famosas e foram construídas por importantes reis 
do Antigo império: Quéops, Quéfren e Miqueninos. Junto a essas três 
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pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o 
faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deu-
lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
-Solidez e durabilidade;
-Sentimento de eternidade;
-Aspecto misterioso e impenetrável.
As pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras 
que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, 
além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da 
pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se 
concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto 
que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e 
seus pertences.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos 
dedicados ao Deus Amon.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e 
os templos. Divididos em três categorias:
Pirâmide: túmulos reais, destinados ao faraó;
Mastaba: túmulo para a nobreza; e
Hipogeu: túmulo destinado a gente do povo.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme 
seu capitel:
Palmiforme: flores de palmeiras;
Papiriforme: flores de papiro; e
Lotiforme: flor de lótus.
Para seu conhecimento:
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana 
(sabedoria). Eram colocadas na alameda do templo para afastar os 
maus espíritos.
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar 
a luz solar.
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Escultura: Os escultores egípcios representavam os faraós e os 
deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar 
nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão 
de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente 
as proporções do corpo humano, dando as figuras representadas uma 
impressão de força e de majestade.
Os Uciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente 
esmaltada de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos 
trabalhos mais ingratos no além, muitas
vezes coberto de inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, 
foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas 
em seu trabalho. Recobria colunas e paredes, dando um encanto todo 
especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, 
muitas vezes, em baixo-relevo.
Pintura: A decoração colorida era um poderoso elemento de 
complementação das atitudes religiosas.
Suas características gerais são:
- ausência de três dimensões;
- ignorância da profundidade;
- colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; 
- Lei do frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse 
representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e 
seus pés eram vistos de perfil.
Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as 
pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de 
grandeza: o rei, a mulher do re, o sacerdote, os soldados e o povo. As 
figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas 
pintadas de vermelho. Importavam-se com a plenitude e não com a 
beleza, desenhavam de memória destacando tudo claramente, mais 
próximo da cartografia do que do pintor.
“O Jardim de Nebamun, 1400 aC”: Desenhavam o tanque como se 
fosse visto de cima e as árvores de lado, peixes e aves de perfil com 
veracidade (zoólogos reconhecem espécies).
Hórus, Deus do céu, representado como um falcão ou cabeça 
de falcão.
Anúbis, Deus dos ritos funerais, como um chacal, ou cabeça de 
chacal.
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Tolh, Deus mensageiro, com a cabeça de Íbis, anota o 
resultado.
O Rei Amenófis IV, rompeu com vários costumes. Não desejava 
homenagear vários Deuses, para ele só havia um Deus supremo, Atom 
de quem era devoto e o representava pelo disco do sol, enviando seus 
raios, cada um dotado com uma mão. Intitulou-se como Akhnaton, e 
instalou sua corte longe dos sacerdotes dos outros Deuses, numa 
localidade que hoje se chama Tell-el-Amama.
Nas imagens que aparece com sua esposa Nefertite e seus filhos, 
homens e mulheres estão do mesmo tamanho. Seus retratos o mostram 
como um homem feio.
Seu sucessor foi Tutankhamon, que restaurou as velhas crenças, 
seu túmulo repleto de tesouros foi descoberto em 1922, algumas das 
obras ainda tem o estilo da região de Atom.
Em Creta, habitavam um dos povos mais talentosos, que 
representavam com movimentos rápidos e ágeis. Quando o palácio do 
rei foi escavado em Cnosso, no fim do século XIX, era inacreditável que 
um estilo livre e gracioso pudesse ser desenvolvido no 2º milênio. 
Também na parte continental da Grécia, encontrou-se obra assim.
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras 
como nós.
Desenvolveram três formas de escrita:
Hieróglifos: considerados a escrita sagrada;
Hierática: uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza 
e pelos sacerdotes; e
Demótica: a escrita popular.
O livro dos mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais 
funerários, era posto no sarcófago do faraó morto, ilustrado com cenas 
muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado 
de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e 
prensadas transformando-se em folhas.
Para seu conhecimento:
Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu 
significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada 
na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.
Mumificação: 
a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e 
colocados num vaso de pedra chamado Canopo.
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b) Nas cavidades do corpo eram colocados resinas aromáticas e 
perfumes.
c) As incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque 
com nitrato de Potássio.
d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem 
de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.
Quando a grande barragem de Assua foi concluída, em 1970, 
dezenas de construções antigas do sul do país foram, literalmente, por 
água abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as raras exceções desse 
drama do deserto, estão os templos erguidos pelo faraó Ramsés II, em 
Abu Simbel. Em 1964, uma faraônica operação coordenada pela unesco 
com recursos de vários países, um total de 40 milhões de dólares, 
removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um local 
61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O 
maior deles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha 
de pedra com suas estatuas do faraó de 20 metros de altura. Além de 
salvar este valioso patrimônio, a obra prestou uma homenagem ao mais 
famoso e empreendedor de todos os faraós.
Queóps, é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 
metros de altura, um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, 
graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. 
Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e 
o trabalho de cem mil homens, durante 20 anos. 
ARTE GREGA:
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega 
liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres 
inteligentes e justos que se dedicavam ao bem estar do povo. A arte 
grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, 
o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas 
manifestações. Na sua constante busca de perfeição, o artista grego cria 
uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o 
equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o realismo; 
amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a 
medida de todas as coisas”; e a democracia.
Arquitetura: as edificações que despertaram maior interesse são os 
templos. A característica mais evidente dos templos gregos, é a simetria 
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entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído 
sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se 
estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam 
um entablamento eram construídos segundo os modelos das ordens 
dórica, jônica e corintia. Principal arquiteto Ictino.
Ordem Dórica: era simples e maciça. O fuste da coluna era 
monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do 
sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais 
antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua 
simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência.
Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. A coluna 
apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o 
estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por 
duas espirais unidas por duas curvas. A ordem Dórica traduz a forma 
do homem e a ordem Jônica traduz a forma da mulher. 
Ordem Corintia: o capitel era formado com folhas de acanto e 
quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de 
um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e 
ostentação.
Os principais monumentos da arquitetura grega:
a) Templos: dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas.Na 
Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as 
mulheres de Caria.
b) Teatros: que eram construídos em lugares abertos (encosta) e 
que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a 
konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os 
espectadores. Um exemplo típico é o teatro de Epidauro, construído no 
século IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas 
ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava 
acomodar cerca de 14000
espectadores e tornou-se famoso por sua 
acústica perfeita.
c) Ginásios: edifícios destinados a cultura física.
d) Praça: Agora onde os gregos se reuniam para discutir os mais 
variados assuntos, entre eles; filosofia.
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Pintura: A pintura grega, encontra-se na arte cerâmica. Os vasos 
gregos, são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, 
mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço 
utilizado para a ornamentação, encontramos vestígios da pintura 
Egípcia (rosto de perfil, ombros de frente, mas os corpos com 
diferenças), pesquisavam para pintar, havia movimento. Os pintores 
fizeram a maior descoberta, o “escorço”, 500 aC (pintar um pé, como é 
visto de frente). Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram 
usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e 
mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que 
eram destinados:
Ânfora: vasilha em forma de coração, com o gargalo largo, 
ornado com duas asas;
Hidra: (derivado de Ydor, água) tinha três asas, uma vertical 
para segurar enquanto corria a água e duas para levantar;
Cratera: tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um 
sino invertido, servia para misturar água com vinho (os gregos nunca 
bebiam vinho puro), etc.
Escultores e pintores, eram de classes inferiores, trabalhavam para 
sobreviver. Murais e mosaicos, descobertos em Pompéia mostravam a 
natureza, animais e paisagens.
Segundo Sócrates, os artistas, deviam representar a “atitude da 
alma”, observando como “os sentimentos afetam o corpo em ação”.
As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades 
diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi 
Exéquias.
A pintura grega se divide em três grupos:
1) figuras negras sobre o fundo vermelho
2) figuras vermelhas sobre o fundo negro
3) figuras vermelhas sobre o fundo branco
Escultura: A estatuaria grega representa os mais altos padrões já 
atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo (esculturas de 
formas humanas), foi insuperável. As estatua adquiriram, além do 
equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. No Período Arcaico os 
gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de 
homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa 
posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as 
duas pernas. Esse tipo de estatua é chamado Kouros (palavra grega: 
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homem jovem). No período clássico passou-se a procurar movimento 
nas estatuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais 
resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se 
quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de 
mulher eram esculpidas sempre vestidas. Período Helenístico pode 
observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram 
representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas 
também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O 
grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico 
foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras 
que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os 
ângulos que pudessem ser observados.
Os principais mestres da escultura clássica grega são:
-Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida 
pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que 
esculpiu o nu feminino.
-Policleto, autor de Doríforo, condutor da lança, criou padrões de 
beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter 
sete vezes e meia o tamanho da cabeça.
-Fidias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua 
obra- prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do 
Templo Partenon; as esculturas dos frontões, métopas e frisos.
-Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” 
(verdadeiros retratos). Foi ele que introduziu a proporção ideal do 
corpo humano com a medida de oito vezes e cabeças.
-Miron, autor do Discóbolo (homem arremessando o disco). 
Para seu conhecimento:
a) Mitologia: Zeus, senhor dos céus; Atenéia, deusa da guerra; 
Afrodite, deusa do amor; Apolo, deus das artes e da beleza. Poissedon, 
deus das águas; entre outros.
b) Olimpíadas: se realizavam em Olímpia, , a cada 4 anos, em honra 
a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas 
serviam de base para marcar o tempo.
c) Teatro: Foi criadas a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: 
Édipo Rei de Sófocles.
d) Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o 
instrumento nacional.
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ARTE ROMANA:
A arte romana, sofreu duas fortes influencias: a da arte etrusca 
popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-
helenistica, orientada para a expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos 
deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções.
Arquitetura: As características gerais da arquitetura romana são:
- busca do útil imediato, senso de realismo;
- grandeza material, realçando a idéia de força;
- energia e sentimento;
- predomínio do caráter sobre a beleza;
- originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções:
1) Religião: Templos 
Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Jupter 
Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, 
construído em Roma durante o reinado do imperador Adriano, foi 
planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo 
o império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por 
uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia 
para o culto.
2) Comércio e civismo: Basílica
A principio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a 
basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. 
Mais tarde, já com Cristianismo, passou a designar uma igreja com 
certos privilégios. A basílica apresenta uma característica 
inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) 
dividida em varias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia , iniciada 
no governo de Julio César, foi concluída no império de Otavio Augusto.
3) Higiene: Termas
Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram 
o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala, 
que além de casa de banho, eram centros de reuniões sociais e esportes.
4) Divertimentos:
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a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que 
se originou o circo. Dos jogos praticados temos:
Jogos circenses – corridas de carros;
Ginásios – incluídos neles o pugilato;
Jogos de tróia – aquele em que havia torneios a cavalo;
Jogos de escravos – executados por cavaleiros concluídos por 
escravos;
Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só 
surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o 
“Circus Maximus”.
b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de 
Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.
c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos 
gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser 
apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro, significa 
teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais 
belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era 
ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três 
andares com as ordens de colunas gregas (de
baixo para cima: ordem 
dórica, ordem jônica e ordem corintia). Essas colunas, na verdade eram 
meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das escadas. Portanto, 
não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de 
ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a 
acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.
5) Monumentos decorativos: 
a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos 
imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, 
todo em mármore, construído no Fórum Romano para comemorar a 
tomada de Jerusalém. 
b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu 
característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos 
feitos do imperador em baixo-relevo no fuste. Foi erguida por ordem do 
Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os 
partos.
6) Moradia: Casas, construídas ao redor de um pátio chamado Átrio.
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Pintura: O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos 
da arquitetura em gera. A maior parte das pinturas romanas que 
conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que 
foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da 
pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes 
internas dos edifícios em quatro estilos.
a) Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma 
camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore.
b) Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que 
criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com 
animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
c) Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a 
delicadeza dos pequenos detalhes.
d) Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro 
uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário 
teatral.
Escultura: Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, 
mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem 
realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das 
pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. 
Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais realista 
que idealista, a estatuaria romana teve seu maior êxito nos retratos.
Com a invasão dos Bárbaros as preocupações com as artes 
diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo estado. Era o 
começo da decadência do Império Romano que, no séc. V, 
precisamente no ano de 476, perde o domínio do seu território do 
Ocidente para os invasores germânicos.
Mosaico: Partidários de um profundo respeito pelo ambiente 
arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os 
masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo 
direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre 
qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os 
mosaicos viessem a prevalecer sobre a pintura. Nos séculos seguintes, 
tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas 
cristãs.
16
ARTE PALEOCRISTÃ:
Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e 
espalhavam seu estilo por toda Europa e parte da Ásia, os cristãos 
(aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a 
criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que eram 
grandes artistas. Surge a arte cristã primitiva.
Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual 
marcou uma nova era e uma nova filosofia. Com o surgimento de um 
“novo reino” espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado 
e teve inicio um período de perseguição não só a Jesus, mas também a 
todos aqueles que aceitavam sua condição de profeta e acreditaram nos 
seus princípios.
Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase 
catacumbária, que recebe este nome devido as catacumbas, cemitérios 
subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente 
celebravam seus cultos. Nesses locais, a pintura é simbólica.
Para entender melhor a simbologia:
Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, 
pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: “Jesus 
Cristo de Deus Filho Salvador”.
Outra forma de simbolizá-lo é o desenho do pastor com ovelhas 
“Jesus Cristo é o Bom Pastor” e também, o cordeiro “Jesus Cristo é o 
cordeiro de Deus”.
Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: 
Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões.
Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e 
Santa Domitila, nos arredores de Roma.
Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. 
o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando inicio a 2º fase 
da arte paleocristã: a fase basilical.
Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de 
edifício denominado “Basílica” (origem do nome: Basileu = Juiz), lugar 
civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com 
grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros 
quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na 
fachada principal.
Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam 
algumas basílicas para eles usarem como local para as suas celebrações.
O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material 
escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens 
17
do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi 
dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram 
decorados co relevos usando imagens de passagens bíblicas.
Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Plácida 
e a igreja de Santo Apolinário, o novo e a de São Vital com riquíssimos 
mosaicos.
Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu i Império Romano 
entre seus dois filhos: Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império 
Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital, e Arcádio ficou 
com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla 
(antiga Bizâncio e atual Istambul).
O Império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, 
principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi 
completamente dominado (esta data, 476 d.C., marca o fim da Idade 
Antiga e o inicio da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente 
(onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades 
financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu-se manter até 
1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada 
pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o 
inicio da Idade Moderna).
ARTE BIZANTINA:
O cristianismo não foi a única preocupação para o Império 
Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, 
começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a 
transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois 
batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de 
misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos 
Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de 
arte cristã – Arte Bizantina.
Graças a sua localização (Constantinopla) a arte bizantina sofreu 
influencias de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos 
dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além 
das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas 
meros executores. O regime era teocrático e o imperador possuía
poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, 
tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a 
18
cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com 
a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. 
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se 
destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis 
mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários 
imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha 
aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e 
seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, 
as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa 
espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é 
demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente 
na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte 
bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou 
quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos 
totalmente decorados.
A igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Stambul, foi 
um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos 
arquitetos de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 
metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula 
extremamente elevada, sugerindo por associação à abóbada celeste, 
sentimentos de universidade e poder absoluto. Apresenta pinturas na 
paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o 
chão de mármore polido.
Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os 
cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o 
paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a 
escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra 
restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o 
reinado do imperador Justiniano. Porém -, logo se sucedeu um período 
de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer 
imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda 
metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões 
onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte 
bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do 
império, penetrando, por exemplo, nos paises eslavos.
Um pouco mais de Santa Sofia: “A verdadeira beleza de Santa 
Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, 
19
encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao 
visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido 
resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore 
profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, 
folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua 
mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em 
filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande 
cúpula.
Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração 
original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na 
sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz, um claro-escuro 
admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior “. 
 
ARTE BARBARA:
Depois da queda do império romano, mongóis, vândalos, alamos, 
francos, germânicos e suecos, entre outros povos conhecidos 
genericamente como bárbaros, avançaram definitivamente sobre a 
Europa. Estava em curso o século V. Esses grupos, essencialmente 
nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião 
(cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo em que lhes 
transmitia seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte 
completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia 
dos séculos VIII e IX.
O fato de não possuírem um habitat fixo influenciou grandemente 
os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua 
destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos 
facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não 
é de admirar que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e 
moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, 
e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou 
damasquinagem e esmaltação, a entalhadura e filigrana.
Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, 
que desde o século V a.C. até a dominação romana se estabeleceu na 
Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos 
os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. 
Uma vez dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo 
império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou 
a ruir foi que conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer 
20
numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades 
européias.
A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, 
a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos 
primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais 
tarde sofreria também açoite dos vikings dinamarqueses vindos do 
norte, em perpetua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por 
seu lado, a igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros 
exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiram vencer as 
batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa.
Escultura:
A escultura em pedra foi destinada a decoração de igrejas e 
batistérios, na forma de relevos planos, capitéis e sarcófagos, seguindo 
o estilo do império romano. A entalhadura do marfim não foi menos 
importante. Confirmou-se com a tradição dos dípticos consulares de 
Bizâncio, cujas formas foram adotadas na confecção de capas de livros 
evangélicos e Bíblias. Sabe-se que as oficina dos artesãos que 
trabalhavam com marfim eram numerosas tanto nas Gálias quanto na 
península itálica, devido à ghrande demanda de exemplares.
A experiência de celtas e escitas como ourives inegavelmenteestava 
ligada à sua experiência como entalhadores. As pedras com entalhes de 
runas e ídolos nórdicos entre os vikings, saxões e os próprios celtas 
mostram sua passagem pelos deferentes assentamentos e lugares 
conquistados. Na península ibérica, a fusão de culturas, como entre 
fenícios, celtas, visigodos e ibéricos, além de gregos e romanos, deixou 
importantes amostras de escultura, como os Touros de Guisando ou a 
Dama de Elche.
ARTE ROMÂNICA:
Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem inicio o 
período histórico conhecido, por Idade Média. Neste período a arte tem 
suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo 
modificações no comportamento humano, com o cristianismo a arte se 
voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão 
impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo 
dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de 
teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo, e a medida de 
21
todas as coisas. A igreja como representante de Deus na terra, tinha 
poderes ilimitados.
Arquitetura: No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte 
românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos 
romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
-Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas.
-Pilares maciços, que sustentavam, e das paredes espessas.
-Aberturas raras e estreitas usadas como janelas.
-Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.
-Arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama atenção nas igrejas românicas é o seu 
tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: 
fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, 
estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto 
do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros 
urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, 
assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma 
oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido 
do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em 1174. 
Trata-se de torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do 
tempo, o terreno cedeu.
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas 
pesadas, duras e primitivas.
Pintura e escultura: Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a 
igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou 
comunicar valores aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da 
arquitetura.
A pintura românica desenvolveu-se nas grandes decorações 
murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma 
técnica de pintar sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As 
características essenciais da pintura românica foram à deformação e o 
colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos 
e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura 
de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. 
22
O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem 
preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a 
menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, 
nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos 
que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, 
curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.
Mosaico: A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas 
pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão 
formando o desenho, conheceu seu auge na época do românico. Usado 
desde a Antiguidade, é originária do Oriente onde a técnica bizantina 
utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu.
ARTE GÓTICA:
Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem inicio o 
período histórico conhecido, por Idade Média. Neste período a arte tem 
suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo 
modificações no comportamento humano, com o cristianismo a arte se 
voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão 
impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo 
dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de 
teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo, e a medida de 
todas as coisas. A igreja como representante de Deus na terra, tinha 
poderes ilimitados. No século XII entre os anos 1150 e 1500, tem início 
uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro 
da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a 
burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura 
predominante ainda é a românica, mas já começaram a aparecer as 
primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na 
arte de projetar e construir grandes edifícios.
Arquitetura: A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica 
e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica 
apresenta um único portal, a igreja gótica têm três portais que dão 
acesso a três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves 
laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de 
um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, 
23
projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das 
torres de algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do 
estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre 
os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos 
góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade 
para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame 
de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
Escultura: As esculturas são ligadas à arquitetura e se 
alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento 
exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o 
fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo 
a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja.
Iluminura: È a ilustração sobre o pergaminho de livros 
manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um 
privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal gênero está 
ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos 
mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os 
manuscritos também eram encomendados por particulares, 
aristocratas e burgueses, É precisamente por esta razão que os grandes 
livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos 
iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de 
expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos 
ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as 
páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas 
fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas 
com que se iniciava um texto. Da observação dos manuscritos 
ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão 
do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois se 
destinava aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que 
os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos 
na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica 
de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros 
pintores.
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Pintura: Desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no inicio do século 
XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o 
Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura do realismo 
na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase 
sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de 
corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar 
voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros 
precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
Giotto: a característica principal de seu trabalho foi a identificação 
da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E 
esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das 
cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. 
Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do 
mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no 
Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de 
Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os pastores.
Jan Van Eyck: procurava registrar nas suas pinturas os 
aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas 
pinturas um cuidado com perspectiva, procurando
mostrar os detalhes 
e as paisagens.
Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do 
Chanceler Rolin.
RENASCIMENTO:
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização 
européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a 
antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos 
progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e 
das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo 
foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito 
do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a 
ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado 
agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido 
amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem 
25
(humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, 
conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
- Racionalidade
- Dignidade do Ser Humano
- Rigor Cientifico
- Ideal Humanista
- Reutilização das artes greco-romana
- Perspectiva (ilusão de profundidade)
Arquitetura: Na arquitetura Renascentista, a ocupação do espaço 
pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal 
forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de 
qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo 
a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, 
Saber ver a Arquitetura)
Principais características:
- Ordens Arquitetônicas
- Arcos de volta-perfeita
- Simplicidade na construção
- A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e 
passam a ser autônoma.
- Construções: palácios, igrejas, vilas,(casa de descanso fora 
da cidade), fortalezas (funções militares). 
Brunelleschi: è um exemplo de artista completo renascentista, pois 
foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de 
matemática, geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. 
Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes 
trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.
Pintura: Principais características:
-Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas 
distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, 
segundo os princípios da matemática e da geometria.
26
-Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na 
sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos 
corpos.
-Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como 
simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas 
como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é 
pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não 
apenas admirada.
-Inicia-se o uso da tela e tinta a óleo.
-Tanto a pintura, quanto a escultura que antes apareciam quase que 
exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se 
manifestações independentes. 
-Surgimento de artistas com estilos pessoais, diferentes dos demais, já 
que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, 
pelo individualismo.
Os principais pintores foram:
Botticelli: os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a 
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. 
Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras 
humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, 
e , ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse 
dom de Deus.
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.
Leonardo da Vinci: ele dominou com sabedoria um jogo 
expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da 
realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de 
um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar 
trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.
Michelângelo: entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura de teto 
da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa Capela, concebeu e realizou 
grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que 
expressam a genialidade do artista, uma particularmente 
representativa é a criação do homem.
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada 
Família.
27
Rafael: suas obras comunicam ao observador um sentimento 
de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros 
são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria 
equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da 
Manhã.
Escultura: Em meados do século XV, com a volta dos papas de 
Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestigio. Protetores das artes, 
os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. 
Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, 
que domina toda a escultura italiana do século XVI. (Algumas 
obras:·Moisés, Davi, 94,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse 
período foi Andréa Del Verrochio, trabalhou em ourivesaria e esse fato 
acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26 m) em 
bronze.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo 
beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-
relevo (escultura sobre o plano). Empregando uma técnica denominada 
schiacciato, Donatello posiciona suas figuras a distâncias precisas, de 
tal maneira que elas parecem vir de um espaço interno para a 
superfície, proporcionando uma ilusão de distância, algo inédito até 
então. 
Principais características:
- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade.
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade.
- profundidade e perspectiva
- Estudo do corpo e do caráter humano
O Renascimento italiano se espelha pela Europa, trazendo novos 
artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles: Dürer, Hans 
Holbein, Bosch e Bruegel.
Para seu conhecimento:
a) A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 
40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o conclave: 
reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder à eleição 
do próximo. Lareira que produz fumaça negra, que o Papa ainda não 
28
foi escolhido; fumaça branca, que o papa acaba de ser escolhido, avisa 
o povo na Praça de São Pedro.
b) Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano 
maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito 
tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de 
cada músculo, cada tendão, cada veia. Além de pintor, Leonardo da 
Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: 
Parafuso aéreo “, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, 
um modelo de asa-delta, etc”.
c) Quando deparamos com o quadro da famosa Monalisa não 
conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos 
persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? 
Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano 
Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para 
dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para frente 
(olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o 
personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os 
quadros são lisos. Se olharmos para Monalisa de um ou de outro lado 
estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para frente 
e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer 
ângulo que
se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.
d) Mecenas, patrocinadores dos artistas, burgueses, aristocratas, clero, 
corporações.
MANEIRISMO:
Paralelamente ao reconhecimento clássico, desenvolve-se em 
Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico 
afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: O 
Maneirismo ( maniera, em italiano significa maneira). Uma evidente 
tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes 
começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos 
cânones clássicos. Alguns historiadores o consideram uma transição 
entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como 
um estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é 
uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em 
decadência. Os artistas se vêem obrigados a partir em busca de 
elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as 
habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento. Uma de suas 
fontes principais de inspiração é o espírito reinante na Europa nesse 
29
momento. Não só a igreja, mas toda a Europa estava dividida após a 
reforma de Lutero. Carlos V, depois de derrotar as tropas de sumo 
pontífice, saqueia e destrói Roma. Reinam a desolação e a incerteza. Os 
grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal 
e única medida do universo. Pintores, arquitetos e escultores são 
impedidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos 
mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito 
totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e 
proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível do 
estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas 
as grandes cidades européias. 
Arquitetura: dá prioridade a construção de igrejas de plano 
longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula 
principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, 
típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as 
verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não 
somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na 
decoração.
Principais característica:
a) Nas igrejas:
- Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coro com 
escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar 
nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade.
- Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoados de figuras 
caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, 
conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante 
selva de pedra que confunde a vista.
b) Nos ricos palácios e casas de campo:
- Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra 
prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
- A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das 
abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que 
marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de 
renovação.
30
Principais artistas:
Bartolomeo Ammanati, (1511-1592), autor de vários projetos 
arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo do 
conde de Montefeltro, o palácio dos Montova, a villa na Porta Del 
Popolo, a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura 
o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos 
quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos 
Jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus 
bens.
Giorgio Vasari, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra literária 
Le Vite (As vidas), na qual, além de fazer um resumo da arte 
renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas muito 
interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar de fazer 
comentários mal-intencionados e elogios exagerados.
Sob a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas 
obras significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também 
trabalhou em colaboração com Michelângelo em Roma, na década de 
30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se 
seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em 
Florença, dedicado à arquitetura.
Palládio, (1508-1580), o interesse que tinha pelas teorias de Vitrúvio se 
reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo caráter é 
rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a harmonia das 
proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão 
mínima. Somente dez anos depois iria dedicar-se à arquitetura sacra 
em Veneza, com a construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il 
Redentore. Não se pode dizer que Palládio tenha sido um arquiteto 
tipicamente maneirista, no entanto, é um dos mais importantes desse 
período. A obra de Palládio foi uma referência obrigatória para os 
arquitetos ingleses e franceses do barroco.
Pintura: Nela o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. 
São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos 
cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar 
uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela 
própria arte.
31
Principais características:
a) Composição em que uma multidão de figuras se comprime em 
espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos 
paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão 
permanente.
b) Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os 
membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora 
contorções absolutamente impróprias para os seres humanos.
c) Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um 
drapeado minucioso e cores brilhantes.
d) A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras 
inadmissíveis.
e) Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam 
no centro da perspectiva.
f) Mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, 
não sem certa dificuldade, encontrá-lo.
Principal artista:
El Greco, (1541-1614), ao fundir as formas iconográficas bizantinas 
com o desenho e o colorido da pintura Veneziana e a religiosidade 
espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente compreendida por 
seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou 
como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. De 
acordo com documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para 
Veneza, onde começou a trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem 
realizou algumas obras.
Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu 
na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade 
para a corte de Felipe II, para os conventos locais e para a nobreza 
toledana.
Entre duas obras mais importantes estão O Enterro do Conde de 
Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade mística. 
Homem com a mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O Martírio de São 
Mauricio. Esta última lhe custou a expulsão da corte.
Escultura: O maneirismo, segue o caminho traçado por Michelangelo: 
ás formas clássicas, soma-se o novo conceito intelectual da arte pela 
arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as 
características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas 
caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou 
32
ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de 
tensão tão característica do espírito maneirista.
Principais características:
a) A composição típica desse estilo apresenta
um grupo de figuras 
dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, 
as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado 
alongamento dos músculos.
b) O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade 
de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida 
base que têm como cenário, isso respeitando a composição geral da 
peça e a graciosidade de todo o conjunto.
Principais artistas:
Bartolomeo Ammanati, (1511-1592), realizou trabalhos em várias 
cidades italianas. Decorou também o palácio dos Montova e o túmulo 
do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com quem se 
casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa Júlio II, que 
o incumbiu da construção de sua villa na Porta Del Popolo. 
Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto.
No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde 
venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della 
Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados 
de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade 
ideal. De acordo com os preceitos dos Jesuítas, que proibiam o nu nas 
obras de arte, legou a eles todos os seus bens.
Giambologna, (1529-1608), de origem flamenga, deu seus primeiros 
passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos 
anos depois se mudou para Roma, onde se supõe que teria colaborado 
com Michelangelo em muitas de suas obras.
Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Médici. O 
Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre as 
obras mais importantes desse período.
Participou também de um concurso na cidade de Bolonha, para a 
qual realizou uma de suas mais célebres esculturas. A Fonte de Netuno. 
Trabalhou com igual maestria a pedra calcáia e o mármore e foi 
grande conhecedor da técnica de despejar os metais, como demonstram 
suas esculturas de bronze. Giambologna está para o maneirismo, como 
Michelangelo está para o renascimento.
33
BARROCO:
A Arte Barroca originou-se na Itália (século XVII) mas não tardou 
a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao 
continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e 
espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a 
razão ou entre a arte e a ciência, que as artistas renascentistas 
procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca 
predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos.O estilo barroco 
traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e 
mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; 
paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são: 
- Emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os 
sentidos do observador, baseando-se no principio segundo o qual a fé 
deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo 
raciocínio.
- Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, 
contracurvas, colunas retorcidas.
- Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
- Violentos contrastes de luz e sombra.
- Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de 
ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
Pintura:
Características da pintura barroca:
- Composição assimétrica, em diagonal, que se revela num estilo 
grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e 
o equilíbrio da arte renascentista.
- Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos), 
era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
- Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
- Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
Dentre os pintores Barrocos:
Caravaggio: o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo 
revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz 
solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção 
do observador.
34
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andréa Pozzo: realizou grandes composições de perspectiva nas 
pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as 
paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre 
para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a 
santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os 
pintores mais representativos, de outros paises da Europa, temos:
Velazquez: além de retratar as pessoas da corte espanhola do 
século XII procurou registrar em seus quadros também os tipos 
populares do seu país, documentando 0 dia-a-dia do povo espanhol 
num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens (Espanhol): além de um colorista vibrante, se notabilizou por 
criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e 
das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é 
geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes, o vermelho, 
o verde e o amarelo, que contrabalançam a luminosidade da pele clara 
das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt (Holandês): o que dirige nossa atenção nos quadros 
deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a 
gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem 
áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
Escultura: Suas características são: o predomínio das linhas 
curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os 
rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma 
dramaticidade desconhecida no Renascimento.
35
Bernini: arquiteto urbanista, decorador e escultor, algumas de suas 
obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como por 
exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de 
São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Tereza.
Para seu conhecimento:
a) Barroco: termo de origem espanhola “Barrueco”, aplicado para 
designar pérolas de forma irregular.
b) Conteúdos: história sacra e antiga, cenas de batalhas, mitologia 
e retratos.
ROCOCÓ:
É o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do 
barroco, mais livre e intimista que aquele, e usado inicialmente em 
decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura 
disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação 
neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte 
católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida 
cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro 
italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do 
mundo vegetal em ornatos e molduras.
O termo deriva do francês rocaille, que significa “embrechado”, 
técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizado 
originariamente na decoração de grutas artificiais.
Na França, o rococó é também chamado estilo Luis XV e Luis 
XVI.
Características gerais:
- Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos 
decorativos, tais como conchas, laços e flores.
- Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, 
frivolidade e exuberante.
Arquitetura: Durante o iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a 
principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros 
anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de 
36
Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre 
Lepautre, o rococó era a principio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características: 
a) Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa 
inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto 
das superfícies deu lugar a texturas suaves.
b) A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno, 
foi unificado, com maior graça e intimidade.
Principal artista:
Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia 
beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do 
estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restaurou 
dezenas de igrejas, mosteiros e palácios.
Escultura: ao contrário do que ocorreu na arquitetura, não é 
possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, 
quer cronológica, quer estilisticamente.
Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da 
arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos 
coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência 
própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio 
geral da decoração interior das igrejas.
Principais artistas:
Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor alemão, membro de 
um grupo de famílias de mestres da moldagem no estuque, distinguiu-
se pela criação de santos e anjos de grande tamanho, obras-primas dos 
interiores rococós.
Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um dos maiores 
representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram em 
geral feitas em madeira e a seguir policromadas. “Anunciação”, “Anjo 
da guarda”, “Pietá”.
Pintura: Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes 
decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. 
No final do reinado de Luis XIV, em que se afirmou o predomínio 
37
político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as 
primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens. 
Principais artistas:
Antoine Watteau, (1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se 
converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante 
muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a 
pintura do século XIX.
François Boucher, (1703-1770), as expressões ingênuas e maliciosas de 
suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e 
atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a 
alegre descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter 
mitológico, pintou, sempre com perfeição no desenho, alguns relatos, 
paisagens (“O casario de Issei”) e cenas de interior (“O pintor em seu 
estúdio”).
Jean-Honoré Fragonard, (1732-1806), desenhista e retratista de talento, 
Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor e da 
natureza, de cenas galantes de paisagens idílicas. Foi um dos últimos 
expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e 
sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.
Para seu conhecimento:
a) Rococó: palavra rocaille (concha), elemento constante, 
profusamente usado e caprichosamente estilizado, denominação 
posterior ao estilo (1830); tirada do vocabulário das artes decorativas.
b) Os ambientes parecem de inspiração feminina, onde o 
decorativismo é livre de normas, onde a fantasia alcança a graça de 
curvas, contra curvas, a infalível concha estilizada de diversas 
maneiras.
c) Em todos os estilos anteriores, os elementos ornamentais eram 
acréscimos decorativos, subordinados a elementos construtivos. No 
rococó são organismos independentes, causam as transformações dos 
interiores: somem os ângulos retos formados por paredes e tetos, 
surgem as curvas sob delicados ornamentos. As paredes se cobrem de 
espelhos, elementos florais, treliças e pinturas, salões revestidos 
também com porcelanas; surge o gosto pelo exótico oriental (chinês e 
japonês).
38
NEOCLASSICISMO:
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três 
primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas 
criações dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), 
que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, 
que assumiu a direção da sociedade européia após a Revolução 
Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.
Principais características:
- Retorno ao passado, pela imitação aos modelos antigos greco-
latinos.
- Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos 
modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas 
artes.
- Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto 
a teoria Aristóteles.
Arquitetura: Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a 
arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou 
o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura 
são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão 
Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim. Os 
edifícios proliferaram com abundancia na Europa, América Latina e 
do Norte ( inclusive no Brasil ) e Rússia.
Pintura: Foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na 
pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável 
do equilíbrio da composição.
Características da Pintura:
- Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.
- Exatidão nos contornos.
- Harmonia do colorido. 
Maiores representantes:
Jacques-Louis David, foi considerado o pintor da Revolução Francesa, 
mais tarde tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão. Durante 
governo do mesmo, registrou fatos históricos ligados à vida do 
imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, 
mas algumas delas exprimem fortes emoções.
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Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de 
Marat.
Ingres, sua obra abrange, além de composição mitológica e literária, 
nus, retratos e paisagens, mas a critica moderna vê nos retratos e nus o 
seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da 
classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na 
sua confiança na individualidade.
Obra destacada: Banhista de Valpinçon.
No Brasil:Pedro Américo e Vitor Meirelles.
Para seu conhecimento:
a) Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta 
arqueológica das cidades italianas de Pompéia e Herculano que, no ano 
de 79 a.C., foram cobertas pelas lavas do vulcão Vesúvio. Diante 
daquelas construções, num erro de interpretação, os historiadores de 
arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore 
branco, ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. 
Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos.
b) As convenções técnicas e expressivas são as mesmas adotadas 
em todos os paises, o que impede, dificulta ou mesmo desvirtuam a 
afirmação de peculiaridades individuais e nacionais dos artistas.
c) Conteúdos: mitológicos, história sagrada e antiga, épicos.
ROMANTISMO:
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e 
culturais causadas por acontecimentos do final do século XVIII, que 
foram a Revolução Industrial que gerou novos inventos com objetivo 
de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de 
produção, provocando a divisão do trabalho e o inicio da especialização 
da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa que lutava por uma 
sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem 
respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão. Do mesmo
modo, a atividade artística tornou-se 
complexa.
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções 
acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.
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Características gerais:
- A valorização dos sentimentos e da imaginação.
- O nacionalismo.
- A valorização da natureza como princípios da criação artística. 
- Sentimentos do presente, tais como: liberdade, igualdade e 
fraternidade.
Arquitetura e escultura: Registram pouca novidade. Observa-se, 
grosso modo, a permanência do estilo anterior, o neoclássico. Vez por 
outra retornou-se o estilo gótico da época medieval, gerando o 
neogótico. Há um ecletismo: gótico para fachadas, barroco para 
igrejas, clássico para museus e palácios.
Na escultura, inspiração helenística, domínio da massa.
Obra destacada: Edifício do parlamento Inglês.
Características da pintura:
- Aproximação das formas barrocas.
- Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao 
observador.
- Valorização das cores e do claro-escuro.
- Dramaticidade.
- Pinceladas espontâneas, vigorosas, pastosas, rugosidades, 
asperezas.
Temas da pintura:
- Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos 
artistas.
- Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções 
humanas.
- Mitologia Grega.
Principais artistas:
Goya, nasceu no pequeno povoado de Fuendetodos, Espanha, em 
1746. Morreu em Bordeaux, em 1828. Goya e sua mitologia povoada 
por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons agressivos. Senhor 
absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos: 
retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os 
horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas 
históricas e as lutas pela liberdade.
41
Obra destacada: Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808.
Turner, representou grandes movimentos da natureza, mas por meio 
do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa 
atmosfera da paisagem . Uma das primeiras vezes que a arte registra a 
presença da máquina (locomotiva).
Obras destacadas: Chuva, vapor e velocidade e o Grande Canal, 
Veneza.
Delacroix, suas obras apresentam forte comprometimento político, e o 
valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das 
sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação. 
Representava assuntos abstratos personificando-os.
Obras destacadas: A liberdade guiando o povo e Agitação de 
Tanger.
Para seu conhecimento:
a) A palavra romantismo, designa uma maneira de se comportar, 
de agir, de interpretar a realidade. O comportamento romântico 
caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante das coisas e 
esse comportamento pode ocorrer em qualquer tempo da história.
b) Romantismo, designa uma tendência geral da vida da arte; 
portanto nomeia um sistema, um estilo delimitado no tempo. Há uma 
visão cientifica e dinamismo universa, restaura a liberdade individual, 
representa a transformação e o sentimento de novas classes sociais, 
elege-se o sentimento e a imaginação como fontes artísticas criadoras.
REALISMO:
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura 
francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se 
desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O 
homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento 
cientifico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-
se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, 
deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
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Características gerais:
- O cientificismo.
- A valorização do objeto.
- O sóbrio e o minucioso.
- A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.
Arquitetura: Os arquitetos e engenheiros procuram responder 
adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela 
industrialização. As cidades não exigem mais novos palácios e templos. 
Elas precisam de fábricas estações, ferrovias, armazéns, lojas, 
bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários 
quanto para a nova burguesia. É uma arquitetura racional, orgânica, 
funcional. Usam se novos materiais: vidro, cimento, ferro, concreto.
Em 1889, Gustavo Eiffel, levanta em Paris a Torre Eiffel, hoje 
logotipo da “cidade luz”.
Em Chicago, edifica-se o primeiro arranha-céu (Home Insurance 
Bulldning).
Escultura:
Auguste Rodin, não se preocupou com a idealização da realidade. Ao 
contrario, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os 
escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes 
uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a 
fixação do momento significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O 
Pensador.
Características da pintura:
- Reapresentação da realidade com a mesma objetividade com que 
um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja o pintor buscava 
representar o mundo de maneira documental.
- Ao artista, não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a 
beleza está na realidade tal qual ela é.
- Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da 
realidade.
Temas da pintura:
- Politização, a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem 
social que consideram injustas; a arte manifesta um protesto em favor 
dos oprimidos.
43
- Pintura social denunciando as injustiças e a imensa desigualdade 
entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As 
pessoas das classes menos favorecidas, o povo, em resumo, tornaram-se 
assuntos freqüentes da pintura realista. Os artistas incorporavam a 
rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando 
esses tipos à categorias de heróis, que nada tem a ver com os 
idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:
Courbet, foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois 
procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, 
principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia 
particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da 
sociedade do século XIX.
Obra destacada: Moças peneirando o trigo.
Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou 
uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica do 
homem com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e 
respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus 
numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e 
Van Gogh. É o caso, por exemplo, “Ângelus”.
Para seu conhecimento:
a) Courbet dizia: “Sou democrata, republicano, socialista, realista, 
amigo da verdade e verdadeiro”.
b) A palavra realismo designa uma maneira de agir, de interpretar 
a realidade. Esse comportamento caracteriza-se pela objetividade, por 
uma atitude racional das coisas pode ocorrer em qualquer tempo da 
história. O termo realismo significa um estilo de época que predominou 
na segunda metade do século XIX.
c) O artista desse período é politizado, tem liberdade total de 
criação e os maiores valores são considerados rebeldes, anti-acadênicos 
e anti-românticos.
d) Formula-se o socialismo cientifico ou marxista com a 
publicação do Manifesto em 1848, de autoria de Marx e Engels.
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MODERNISMO:
Corrente artística que surgiu na última década do século XIX na 
Europa, como resposta as conseqüências da industrialização, 
revalorizando a arte e sua forma de realização.
Com diferentes nomes e características próprias de cada país foi se 
homogeneizando com as realizações das primeiras exposições 
internacionais
nas capitais européias.
São comuns as tendências modernistas:
a) Deliberação de fazer arte em conformidade com sua época e 
renuncia a invocação de modelos clássicos.
b) Desejo de diminuir a distância entre as artes maiores (arquitetura, 
pintura e escultura) e as aplicações aos diversos campos da 
produção econômica (construção civil corrente, decoração vestuário e 
etc).
c) Busca de uma funcionalidade decorativa.
d) A aspiração a um estilo ou linguagem internacional ou européia.
e) Esforço de interpretar a espiritualidade (ingenuidade, hipocrisia); 
inspirar e redimir o industrialismo.
Alguns artistas e obras:
Auguste Rodin Damaide: Escultor francês, obras em “mármore”, 
podemos encontrar algumas na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Gustav Klint: Pintor austríaco. “Sonia Knips”, 1895.
Edvard Munch:Pintor alemão. “Ansiedade”, 1894.
ARTE NOUVEAU:
O modernismo é uma corrente artística que surgiu na última 
década do século XIX, como resposta às conseqüências da 
industrialização, revalorizando a arte e sua forma de realização 
manual. O nome deste movimento deve-se à loja que o alemão Samuel 
Bing abriu em Paris no ano de 1895: “Art Nouveau”. 
No resto da Europa difundiram-se diferentes traduções: 
Modernismo, na Espanha; Jugendistil, na Alemanha; Secessão, na 
Áustria; e Modern Style, na Inglaterra e Escócia.
Com características próprias em cada um desses paises, foram as 
primeiras exposições internacionais organizadas nas capitais européias 
45
que contribuíram para forjar uma certa homogeneidade estilística. A 
arquitetura foi a disciplina integral à qual se subordinaram as outras 
artes gráficas e figurativas. Reafirmou-se o aspecto decorativo dos 
objetos de uso cotidiano, mediante uma linguagem artística repleta de 
curvas e arabescos, de acentuada influencia oriental.
Contrariamente à sua intenção inicial, o modernismo conseguiu a 
adesão da alta burguesia, que apoiava entusiasticamente essa nova 
estética de materiais exóticos e formas delicadas. O objetivo dos novos 
desenhos reduziu-se meramente ao decorativo e seus temas, como que 
surgidos de antigas lendas, não tinham nada em comum com as 
propostas vanguardistas do inicio do século. O modernismo não teria 
sido possível sem a subvenção de seus ricos mecenas.
Entre os precursores da arte modernista estava William Morris. 
Seus desenhos, elaborados com espírito artesanal, se contrapunham à 
produção industrial. Nos escritórios da empresa criada por ele, a 
Morris & Co., eram determinadas as formas elegantes e sinuosas, 
típicas do modernismo, bem como definidos os materiais nobres usados 
na criação de objetos de uso cotidiano. Sua apresentação na exposição 
de Bruxelas de 1892 produziu um grande impacto e determinou a 
difusão desse novo estilo.
IMPRESSIONISMO:
Foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a 
pintura e deu inicio às grandes tendências da arte do século XX. Havia 
algumas considerações gerais, muito mais praticas do que teóricas, que 
os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os 
resultados que caracterizavam a pintura impressionista.
Principais características:
- A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao 
refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da 
natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da 
luz do sol.
- As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma 
abstração do ser humano para representar imagens.
- As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a 
impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os 
pintores costumavam representá-las no passado.
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- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo, com a 
lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta 
produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o 
claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das 
tintas na paleta do pintor. Pelo contrario, devem ser puras e 
dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, 
ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado 
final. A mistura deixa portanto, de ser técnica para ser óptica.
São duas as fontes mais importantes do impressionismo: a 
fotografia e as gravuras japonesas (ukiyo-e). A primeira alcançou o 
auge em fins do século XIX e se revelava o método ideal de captação de 
um determinado momento, o que era uma preocupação principalmente 
para os impressionistas. A segunda, introduzida na França com a 
reabertura dos portos japoneses ao Ocidente, propunha uma temática 
urbana de acontecimentos cotidianos, realizados em pinturas planas, 
sem perspectiva. 
A primeira vez que o publico teve contato com a obra dos 
impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em 
abril de 1874. Mas o público e a critica reagiram muito mal ao novo 
movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da 
pintura.
Principais artistas:
Claude Monet, incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou 
vários motivos em diversas horas do dia, a fim de estudar as mutações 
coloridas do ambiente com sua luminosidade.
Obras destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em 
pleno sol. 
Auguste Renoir,foi o pintor impressionista que ganhou maior 
popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da critica, ainda 
em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa 
movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo 
feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, 
preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do 
cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.
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Obras destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La 
Grenouilliere.
Edgar Degas, sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres 
fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a 
grande paixão do impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas 
paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são 
interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um 
instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de 
um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.
Obra Destacada: O ensaio.
Seurat, mestre do pontilhismo.
Obra destacada: Tarde de domingo na Ilha Grande Jatte.
No Brasil destacou-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa 
mais em imitar modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os 
efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas 
telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos 
impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande 
que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura 
brasileira.
Obras destacadas: Trigal e Maternidade. 
Escultura:
As esculturas deste período também podem ser consideradas 
impressionistas, já que de fato, os escultores tentaram uma nova 
maneira de plasmar a realidade. É o tempo das esculturas inacabadas 
de Rodin, inspiradas em Michelangelo, e dos esboços dinâmicos de 
Carpeaux, com resquícios de Rococó. Tratava-se de desnudar o 
coração da pedra para demonstrar o trabalho do artista, novo 
personagem da estatuária.
A escultura do fim do século XIX tentou renovar totalmente sua 
linguagem. Foram três os conceitos básicos dessa nova estatuária: a 
fusão da luz e das sombras, a ambição de obter estátuas visíveis a 
partir do maior número possível
de ângulos e a obra inacabada, como 
exemplo ideal do processo criativo do artista. Os temas das esculturas 
48
surgiram do ambiente cotidiano e da literatura clássica em voga na 
época.
Rodin e Hildebrand foram em parte os responsáveis por essa nova 
estatuaria, o primeiro com sua obra e o segundo com suas teorias. 
Igualmente importantes foram as contribuições do escultor Carpeaux, 
que retomou a vivacidade e a opulência do estilo rococó, mas 
distribuindo com habilidade luzes e sombras. A aceitação de seus 
esboços pelo público animou Carpeaux a deixar sem polimento a 
superfície de suas obras, o que foi depois fundamental para as 
esculturas inacabadas de Rodin.
Rodin considerava “O Escravo”, que Michelangelo não terminou , 
a obra em que a ação do escultor melhor se refletia. Por isso achou tão 
interessantes os esboços de Carpeaux, começando então a exibir obras 
inacabadas. Outros escultores foram Dalou e Meunier, a quem se deve 
a revalorização dos temas populares. Operários, camponeses, mulheres 
realizando atividades domésticas, todos faziam parte do novo álbum de 
personagens da nova estética.
Para seu conhecimento:
- O quadro Mulher no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao 
ar livre e sempre com a luz do sol. São cenas do jardim da casa do 
artista.
- O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus 
principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico.
PÓS-IMPRESSIONISMO:
Designa um grupo de artistas que procuravam de varias maneiras 
ampliar a linguagem visual. Os mais influente pós-impressionistas 
foram Paul Gaugin, Paul Cézane e Van Gogh. Outros importantes 
foram, entre outros, Henri Rousseau, Georges Seurat, e Henri de 
Tourlouse-Lautrec. Todos franceses, com exceção de Van Gogh que era 
holandês. 
Influenciados pelos conhecimentos científicos sobre a refração da 
luz, os neo-impressionistas criam o pontilhismo ou divisionismo. Os 
tons são divididos em semitons e lançados na tela em pequeninos pontos 
visíveis de perto, que se fundem na visão do espectador de acordo com 
a distância em que se coloca. A preocupação em captar um instante dá 
lugar ao interesse pela fixação das cenas obtida pela subdivisão das 
49
cores. Como resultado, elas tendem a exibir um caráter estático. Um 
exemplo é Uma Tarde de Domingo na Ilha da Grande-Jatte, de Seurat.
Embora inicialmente ligado ao impressionismo, Cézanne 
desenvolve uma pintura que será precursora do cubismo. Van Gogh 
alia-se ao expressionismo, enquanto Gaugin dá ao impressionismo uma 
dimensão simbólica que influência o simbolismo e o expressionismo.
Como Manet e os impressionistas, Cézanne não procurava contar 
historias com seus quadros. Ao contrario dos impressionistas que 
enfatizavam a luz, Cézanne enfatizava a forma e a massa. Ele dizia que 
desejava “fazer do impressionismo algo sólido e duradouro como a arte 
dos museus”. Sua procura de novos métodos de pintura levou-o a novas 
maneiras de estruturar seus temas.
O gênio Cézanne para redistribuir as formas influenciou o 
movimento cubista do inicio do século XX.
As pinturas de Paul Gauguin são altamente decorativas. Ele 
enfatiza cores chapadas, desenhos vigorosos,, formas sem sombreado e 
linhas curvas. Cézanne evitava retratar emoções em seus quadros. 
Gauguin, porem, explorava sentimentos profundos mediante suas 
pinturas, procurava constantemente a pureza e a simplicidade da vida.
Van Gogh desejava exprimir seus sentimentos mais íntimos 
através da arte. Ele acreditava poder realizar esse anseio mediante o 
uso de cores brilhantes e pinceladas violentas, aplicava suas tintas 
diretamente sem misturá-las. Suas pinceladas parecem ondas 
escapeladas de poderoso colorido. O resultado foi uma arte de 
extraordinária intensidade.
Rousseau teve um dos estilos mais originais da história da arte. Ele 
pintou cenas misteriosas e fantásticas que se parecem com as pinturas 
surrealistas da década de 1920.
Georges Seurat criou um estilo de pintura chamado pontilhismo. 
Estas pinturas são feitas de pontinhos de cores puras. A cor de cada 
pontinho contrasta com a cor do pontinho do lado. De uma certa 
distância, as diferentes cores misturam-se na visão dos observadores.
Lautrec pintava cenas da vida noturna dos cafés e das salas de 
espetáculos de Paris.
Música:
As idéias do impressionismo são adotadas pela música por volta de 
1890, na França. As obras se propõem a descrever imagens e várias 
peças têm nomes ligados a paisagens, como Reflexos na Água, do 
50
compositor francês Claude Debussy (1862-1918), pioneiro do 
movimento.
O impressionismo abandona a música tonal, estruturada a partir 
da eleição de uma das 12 notas da escala (as sete básicas e os semitons), 
como principal. Sustenta-se nas escalas modais (definidas a partir da 
recombinação de um conjunto de notas eleito como básico para as 
melodias de uma cultura) vindas do Oriente, da música popular 
européia e da Idade Média.
A obra Debussy é marcada por sua proximidade com poetas do 
simbolismo. Prelúdio para a Tarde de um Fauno, considerado marco 
do impressionismo musical, ilustra um poema do simbolista Stéphane 
Mallarmé. Na ópera, Debussy rejeita o formalismo e a linearidade, 
como em Pelléas et Mélisande. Outro grande nome é o francês Maurice 
Ravel (1875-1937), autor de A Valsa e Bolero.
No Brasil, nas artes plásticas há tendências impressionistas em 
algumas obras de Eliseu Viscont (1866-1944), Georgina de 
Albuquerque (1885-1962), Lucílio de Albuquerque (1877-1939) e João 
Timóteo da Costa (1879-1930). Uma das telas de Visconti em que é 
evidente essa influência é Esperança (Carrinho de Criança), de 1916 e 
também nas primeiras telas de Anita Malfati, como O Farol, de 1915.
EXPRESSIONISMO:
É a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, 
“expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá 
forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria 
humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o 
sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os 
intelectuais.
O expressionismo foi a primeira vanguarda artística do século XX 
que utilizou a deformação da realidade para dar forma à visão 
subjetiva do artista. Seus quadros foram os primeiros nos quais o 
objeto representado se distancia totalmente do modelo original. O 
termo expressionismo (com o sentido de retorcer, em alemão) foi 
cunhado pelo galerista Georg Levin em 1912.
Principais características:
- Pesquisa no domínio psicológico.
51
- Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas.
- Dinamismos improvisados, abruptos, inesperados.
- Pasta grossa, martelada, áspera.
- Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e 
refazendo, empastando ou provocando explosões.
- Preferência pelo patético, trágico e sombrio.
Observação: Alguns historiadores, determinam para esses pintores 
o movimento “Pós Impressionista”, os pintores não queriam destruir os 
efeitos impressionistas, mas sim levá-los mais longe: Gaugin, Cézanne e 
Van Gogh, Também se destacam Toulouse-Latrec, Munch, Modigliani 
e James Ensor.
. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.
Principais artistas:
Gaugin, depois de passar a infância no Peru, Gaugin voltou com os 
pais para a França, mais precisamente para Orleans. Em 1887 entrou 
para marinha e mais tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos 
tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à 
pintura. Começou assim uma vida de viagens e boemia, que resultou 
numa produção
artística singular e determinante das vanguardas do 
século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum 
movimento, foi tão singular como a seus amigos Van Gogh ou Cézanne. 
Apesar disso, é verdade que teve seguidores e que pode ser considerado 
o fundador do Grupo Navis, que mais do que um conceito artístico, 
representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida. 
Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no 
campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em 
oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo 
Amarelo. As cores se entendem planas e puras sobre superfície, quase 
decorativamente.
No ano de 1891, o pintor parte para o Taiti, em busca de novos 
temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas 
surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas 
que mostram.
Um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua 
paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância representada 
pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas. Quando voltou a 
Paris, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel, 
voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique.
52
Obra destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.
Cézanne, sua tendência foi converter os elementos naturais em figuras 
geométricas, como cilindros, cones e esferas, acentua-se cada vez mais, 
de tal forma que se torna impossível para ele recriar a realidade 
segundo “impressões” captadas pelos sentidos.
Obras destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne.
Vicent Van Gogh, empenhou profundamente em recriar a beleza 
dos seres humanos e da natureza, através da cor, que era para ele o 
elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-
se pelo trabalho de Gaugin, principalmente pela decisão de simplificar 
as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem 
definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do Sul da 
França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região 
mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se 
completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, 
declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores 
intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a 
função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises 
nervosas e, depois de internações e tratamento médico, dirigiu-se, em 
maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França. 
Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com 
cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicida-se, 
deixando uma obra plástica composta de 879 pinturas, 1756 desenhos e 
dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem 
pelos críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos 
em direção à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a 
beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. 
Obras destacadas: Trigal com corvos e Café à Noite.
Toulouse-Lautrec, Pintava temas pertencentes à vida noturna de 
Paris, e também foi responsável pelos cartazes dos artistas que se 
apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem.
Obra destacada: Ivette Guilbert que saúda o público.
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Munch, foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu 
conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das 
representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência 
nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua 
obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua 
formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma 
viagem a Paris, na qual conheceu Gaugin, Toulouse-Lautrec e Van 
Gogh. Em seu regresso, foi convidado a participar da exposição da 
Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris, começou a se 
especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a 
Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos 
Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde além de 
exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na 
Noruega. Uma de suas obras mais importantes é “O Grito”, 1889. È um 
exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa 
tendência. Nela a figura humana não apresenta suas linhas reais, mas 
contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da 
água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador 
para a boca da figura que se abre num grito perturbador. Perseguido 
pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar 
“pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam”. Recusou o 
banal, as cenas interiores pacificas, comuns na sua época. A dor e o 
trágico permeiam seus quadros.
Kirchner, foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista 
Die Brücke, influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu 
formas geométricas às cores e despojou-as de sua função decorativa por 
meio de contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira 
visão da realidade. Tendo concluído seus estudos de arquitetura na 
cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na cidade de 
Munique.
Pouco tempo depois se reuniu com os pintores Heckel e Schmidt-
Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzche, 
fundou o grupo Die Brücke (A Ponte, numa referencia à frase do 
escritor: “...a ponte que conduz ao super homem”). Veio então a época 
em que os pintores se reuniam numa casa de veraneio em Moritzburg e 
se dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar. Dessa época 
são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bem como cenas 
circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a 
guerra, e um ano depois tentou o suicídio. Quando suas mãos se 
54
recuperaram do ferimento, voltou a pintar ao ar livre, em sua casa ao 
pé dos Alpes. Quando finalmente sua contribuição para a arte alemã 
foi reconhecida, foi renomeado membro da academia de Berlim, em 
1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra ser 
destruída e desprestigiada pelos órgãos de censura, Kirchner tentou 
mostrar em toda a sua produção pictórica uma realidade de pesadelo e 
decadência.
Sensivelmente influenciado pelos desastres da guerra, seus quadros 
se transformaram num amontoado neurótico de cores contrastantes e 
agressivas, produto de uma profunda tristeza. No final de 1938 o pintor 
pôs fim à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas 
pelos museus de arte moderna mais importante da Alemanha.
Paul Klee,considerado um dos artistas mais originais do movimento 
expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente 
diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durante 
toda sua carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e 
espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com o mestre Von 
Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em 
contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente 
uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter.
Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou co Delaunay, que 
seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: 
“A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento”. Mas a 
grande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem 
a Tunis. As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos arabescos na 
terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou uma fase de 
grande produtividade, com quadros de
caráter quase surrealista, 
criados, segundo o pintor, em cima de “matéria e sonhos”. Entre eles 
merecem ser mencionados: “Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores 
noturnas e Villa R”.
Depois de lutar durante dois anos na primeira guerra, Klee 
juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas 
obras em Paris, na primeira exposição dos surrealistas. Paralelamente, 
começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na 
escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. 
Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, em 1940. Além de 
sua obra pictórica, Kee deixou vários trabalhos escritos que resumem 
seu pensamento artístico.
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Amadeo Modigliani: iniciou sua formação como pintor no ateliê de 
Micheli, em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou na academia de 
Florença e um ano mais tarde na de Veneza. Três anos depois se 
mudou para Paris, onde teve aulas na academia de Colarossi. Nessa 
cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo, Picasso e Braque. 
Em 1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan 
Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas motivadas 
pelas peças de arte africana, chegadas a França das colônias. Esse 
aspecto de máscara foi uma das constantes nos seus retratos e nus 
sensuais. Modigliani teve em comum com os cubistas e expressionistas o 
distanciamento das academias, a revalorização da cor e o estúdio das 
formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a 
emotividade de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de 
expressionistas franceses, composto por Rouault e Soutine. Apesar 
disso, pode-se muito bem dizer que sua obra, elegante, recatada e ao 
mesmo tempo misteriosa, pertence, juntamente com a dos mestres 
Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos gênios solitários.
Grupos expressionistas:
O expressionismo vive seu auge a partir da fundação de dois 
grupos alemães: o Die Brücke (A Ponte), em Dresden, que faz sua 
primeira exposição em 1905 e dura até 1913; e o Der Blaue Reiter (O 
Cavaleiro Azul), em Munique, ativo de 1911 a 1914. Os artistas do 
primeiro grupo, como os alemães Ernst Kirchner, Emil Nolde, Karl 
Schmidt – Rottluff e Max Pechstein, são mais agressivos e politizados. 
Com cores quentes produzem cenas místicas e paisagens de atmosfera 
pesada. Os do segundo grupo, entre eles o russo Vassili Kandinski 
(Rússia), Frans Marc (Ale), August Macke, Paul Klee, Oskar 
Kokoschka, Egon Schiele na Áustria, e Georges Rouault na França. 
voltam se para a espiritualidade. Influenciados pelo cubismo e 
futurismo. Sua visão totalmente pessoal e às vezes agressiva da 
realidade, se formou mediante uma intensa deformação e abstração das 
formas e uma acentuação de linhas e contornos. Suas descobertas 
estilísticas foram decisivas para os movimentos plásticos, tanto 
abstratos quanto figurativos, que surgiram mais adiante no século XX. 
Uma das descobertas mais inovadoras foi a aplicação das teorias 
musicais à composição Plástica.
Foram três as etapas que levaram o expressionismo ao 
amadurecimento: o primeiro o período da arte naif, em que se 
vislumbrou a importância da arte como meio de expressão dos 
56
sentimentos humanos; o segundo, denominado expressionismo puro, 
cujo tema principal foi a abstração das formas; e finalmente, os 
períodos anteriores e posteriores à I Guerra Mundial, nos quais atuou 
como implacável critico da sociedade.
Na pintura, a principal característica foi a deformação da 
realidade sob a óptica dos sentimentos. Não se preocupavam em imitar 
o modelo da natureza ou o objeto real. Havia ainda uma realidade 
ainda mais importante: “a da visão subjetiva do artista”.
Para o grupo Der Brüque(A Ponte), os temas centrais eram as 
paisagens de policromia exarcebada e o corpo humano sintetizado em 
poucas linhas. O que mais se destacaram em suas obras foram a 
agressividade da cor e a falta de tranqüilidade das formas. Sua 
preocupação era reformular os temas impressionistas.
Os artistas do Die Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), voltaram-se 
para a espiritualidade, influenciados pelo cubismo e futurismo, usavam 
as teorias musicais para conseguir composições de colorido harmonioso 
e formas totalmente abstratas. Para os expressionistas vienenses, ao 
contrario, o tema central era o resgate do feio como novo valor estético.
Com o expressionismo, conceitos como deformação da realidade, 
expressividade da cor e abstração das formas passaram a ser os novos 
princípios da arte. A escultura expressionista é escassa, e a arquitetura 
é exclusivamente teórica. Contudo os princípios plásticos enunciados 
pelo expressionismo marcarão a estética de todas as disciplinas 
artísticas que vão surgir mais adiante.
Na América Latina, o expressionismo é principalmente uma via de 
protesto político, no México os destaques são os muralistas como Diego 
Rivera, David Siqueiros e Jose Clemente Orozco.
No Brasil: Nas artes plásticas, os artistas mais importantes são 
Cândido Portinari, que retrata o êxodo do Nordeste, Anita Malfatti, 
Lasar Segall e o gravurista Osvaldo Goeldi.
A última grande manifestação de protesto expressionista é o painel 
Guernica, do espanhol Pablo Picasso. Retrata o bombardeio da cidade 
basca de Guernica por aviões alemães durante a Guerra Civil 
Espanhola. A obra mostra sua visão particular da angustia do ataque, 
com a sobreposição de figuras, como um cavalo morrendo, uma mulher 
presa em um edifício em chamas, uma mãe com uma criança morta e 
uma lâmpada no plano central.
Cinema: os filmes produzidos na Alemanha após a I Guerra Mundial 
são sombrios e pessimistas, com cenários fantasmagóricos, exagero na 
57
interpretação dos atores e nos contrastes de luz e sombra. A realidade é 
distorcida para expressar conflitos interiores dos personagens. Um 
exemplo é “O Gabinete do Doutor Caligari”, de Robert Wine (1881-
1938), que marca o surgimento do expressionismo no cinema alemão 
em 1919.
Filmes como Nosferatu, de Friedrich Mumau (1889-1931), e 
Metrópoles, de Fritz Lang (1890-1976), traduzem as angustias e as 
frustrações do país em plena crise econômica e social. O nazismo, que 
domina a Alemanha a partir de 1933, acaba com o cinema 
expressionista. Passam a ser produzidos apenas filmes de propaganda 
política e de entretenimento.
Literatura: O movimento é marcado por subjetividade do 
escritor, análise minuciosa do subconsciente dos personagens e 
metáforas exageradas ou grotescas. Em geral, a linguagem é direta, 
com frases curtas. O estilo é abstrato, simbólico e associativo.
P irlandês James Joyce, o inglês T. S. Eliot (1888-1965), o tcheco 
Franz Kafka e o austríaco Georg Trakl (1887-1914) estão entre os 
principais autores que usam técnicas expressionistas. 
Música: Intensidade de emoções e distanciamento do padrão estético 
tradicional marcam o movimento na música. A partir de 1908, o termo 
é usado para caracterizar a criação do compositor austríaco Arnold 
Schoenberg (1874-1951), autor do método de composição dodecafônica. 
Em 1912 compõe Pierrot Lunaire, que rompe definitivamente com o 
romantismo. Schoenberg inova com uma música em que todos os 12 
sons da escala de dó têm igual valor e podem ser dispostos em qualquer 
ordem e critério do compositor.
Teatro: Com tendência para o extremo e o exagero, as peças são 
combativas na defesa de transformações sociais. O enredo é muitas 
vezes metafórico, com tramas bem construídas e lógicas. Em cena há 
atmosfera de sonho e pesadelo e os atores
se movimentam como robôs. 
Foi na peça expressionista R.U.R., do tcheco Karel Capek (1890-1938), 
que se criou a palavra robô.
Muitas vezes gravações de monólogos são ouvidas paralelamente à 
encenação para mostrar a realidade interna de um personagem.
A primeira peça expressionista é A estrada de Damasco (1898-
1904), do Sueco August Strindberg (1849-1912). Entre os principais 
dramaturgos estão ainda os alemães Georg Kaiser (1878-1945) e Carl 
58
Stemnheim (1878-1942) e o norte americano Eugene O’Neill (1888-
1953).
FOVISMO:
Primeiro movimento artístico importante do século XX, brilhou 
como grupo de 1903 a 1907, aproximadamente, mas seu estilo influiu 
enormemente sobre muitos artistas posteriores. O movimento foi 
liderado por Henri Matisse, outros importantes fauvistas foram André 
Derain, Raoul Dufy, Georges Rouault e Maurice de Vlaminck, todos 
franceses.
Em 1905 em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram 
chamados de fauves (em português = feras), em virtude da intensidade 
com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem 
lhes deu este nome foi o critico Louis Vauxcelles,pois estavam exposto 
um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta 
renascentista.
Os fauvistas não se preocuparam em expressar motivos morais, 
filosóficos ou psicológicos. A maioria deles, inclusive Matisse, queria 
fazer quadros que trouxessem bem-estar, alegria e prazer. Usavam 
cores puras intensamente brilhantes e até pintaram objetos em cores 
muito diferentes de seu colorido natural.
Como por exemplo, para um fauvista o tronco de uma árvore não 
precisava ser marrom, poderia ser de um vermelho brilhante, roxo ou 
qualquer outra cor.
Os princípios deste movimento artístico eram:
- Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com 
sentimentos.
- Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
- A cor pura deve ser exaltada.
- As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as 
sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos 
selvagens.
Características da pintura:
- Pincelada violenta, espontânea e definitiva.
- Ausência de ar livre.
- Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é 
subjetiva, não correspondendo à realidade.
- Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas.
59
- Pintura por manchas largas, formando grandes planos. 
Principais artistas:
Maurice de Vlaminck, (1876-1958), pintor francês, foi o mais 
autêntico fauvista, dizia: “Quero incendiar a Escola de Belas Artes com 
meus vermelhos e azuis.” Adotou mais tarde estilo entre expressionista 
e realista.
André Derain, (1880-1954), pintor francês, dizia: “As cores chegaram 
a ser para nós cartuchos de dinamite.” Por volta de 1900, ligou-se a 
Maurice de Vlaminck e Matisse, com os quais se tornou um dos 
principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e paisagens em 
brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a 
pinceladas descontinuas para obter suas composições espontâneas. 
Após romper com o fovismo, em 1908, sofreu influencias de Cézanne e 
depois do Cubismo. Na década de 1920, seus nus, retratos e naturezas-
mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o gradual 
desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu 
estilo, desde então, não mudou.
Henri Matisse, (1869-1954), pintor francês, nas suas pinturas ele não 
se preocupa com o realismo, tanto das figuras como das cores. O que 
interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de 
naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do 
desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si 
mesma. Dos pintores fovistas, que exploravam o sensualismo das cores 
fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em 
composição planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, 
ilustrador e litógrafo.
Raoul Dufy, (1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. 
Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizam sua obra. 
Impressionista a principio, evoluiu gradativamente para o fovismo, 
depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de 
receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.
CUBISMO:
60
Historicamente o Cubismo originou-se da obra de Cézanne, pois 
para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem 
cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do 
que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas 
partes num mesmo plano. È como se eles estivessem abertos e 
apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao 
espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha 
nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em tre dimensões, 
numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de 
linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou 
objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-
os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos 
os planos e volumes.
Principais características:
- Geometrização das formas e volumes.
- Renuncia à perspectiva.
- O claro-escuro, perde sua função.
- Representação do volume colorido sobre superfície planas.
- Sensação de pintura escultórica.
- Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um 
ocre apagado ou um castanho suave.
O Cubismo se divide em duas fases:
CUBISMO ANALITICO: caracterizado pela desestruturação da obra 
em todos os seus elementos. Decompondo-a em partes, o artista registra 
todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, 
procurando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos 
no mesmo instante, através de sua fragmentação. Essa fragmentação 
dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de 
qualquer figura nas pinturas cubistas.
CUBISMO SINTÉTICO: reagindo à excessiva fragmentação dos 
objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência 
procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também 
chamado de colagem porque introduz letras, palavras, números, 
pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. 
Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar 
61
efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a 
pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis. 
Principais artistas:
Pablo Picasso, tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até 
próximo à sua morte passou por diversas fases. Entretanto, são mais 
nítidas as fases: azul que representa a tristeza e a melancolia dos mais 
pobres, e a fase rosa em que pinta acrobatas e arlequins. Depois de 
descobrir a arte africana e compreender que o artista negro não pinta 
ou esculpi de acordo com as tendências de determinados movimentos 
estéticos, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu 
uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Lês 
Demoiselles d’Avignon, começa a elaborar a estética cubista que, como 
vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia 
clássica das figuras e na decomposição da realidade.
Podemos destacar, também o mural Guernica, que representa, 
com veemente indignação, o bombardeio da cidade espanhola de 
Guernica, responsável pela morte de grande parte da população civil 
formada por crianças, mulheres e trabalhadores, durante a Guerra 
Espanhola.
“A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, 
por ocasião
de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas 
novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos, só 
que vistos com túnica de ouro.” Pablo Picasso
“A arte não é a verdade. A arte é uma mentira que nos ensina a 
compreender a verdade.” Pablo Picasso
Braque, um artista que passou pela fase do cubismo analítico e 
sintético.
O cubismo manifesta-se ainda na arquitetura, especialmente na 
obra de Corbusier, e na escultura. No teatro, restringe-se à pintura de 
cenários de peças e balés feitos por Picasso.
Literatura, os princípios do cubismo aparecem na poesia. A 
linguagem é demonstrada em busca da simplicidade e do que é 
essencial para a expressão. O resultado são palavras soltas, escritas na 
vertical, sem a continuidade tradicional. O expoente é o francês 
Guillaume Apollinaire (1880-1918), que influencia toda a poesia 
62
contemporânea. Ao dispor versos em linhas curvas, torna-se precursor 
do concretismo.
Cubismo no Brasil:
Só repercute no país, após a semana de arte moderna de 1922. 
Pintar como os cubistas é considerado apenas um exercício técnico. Não 
há portanto, cubistas brasileiros, embora quase todos os modernistas 
sejam influenciados pelo movimento. É o caso de Tarsila do Amaral, 
Anita Malfati e Di Cavalcanti.
Destacam-se:
Tarsila do Amaral: apesar de não ter exposto na semana de 22, 
colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna 
brasileira, pois produziu uma obra indicadora de novos rumos. Em 
1928 deu inicio a uma fase chamada antropofágica. A ela pertence a 
tela Abaporu, cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e 
significa “antropófago”. Também usou de temática social nos seus 
quadros como na tela Operários.
Rego Monteiro: um dos primeiros artistas brasileiros a realizar uma 
obra dentro da estética cubista. Estudou em Paris, depois da Semana 
de Arte Moderna, sua vida alternou-se entre a França e o Brasil. Foi 
reconhecido também naquele país, tem seus quadros dentro de alguns 
importantes museus.
Obra destacada: Pietá.
FUTURISMO:
Movimento artístico, de grande repercussão social, que ocorreu na 
Itália de 1909 a 1916. Seus princípios foram ponto de partida para a 
modernização da cultura italiana. Em 20/02/1909, o jornal parisiense 
“Le Figaro”, publicou o primeiro manifesto futurista, assinado pelo 
poeta italiano Filippo Tomaso Marinetti, suas bases eram totalmente 
revolucionarias, e ele foi o primeiro grito exigindo uma arte 
contemporânea.
O poeta propunha a destruição de um mundo representado pelo 
governo, academias de arte e Vaticano, para fazer a sociedade italiana 
despertar para a modernidade. Seu programa político, abordava o 
63
divorcio, a destruição das riquezas e a igualdade entre o homem e a 
mulher, também defendia a guerra como único meio de mudar um 
mundo antiquado e decadente, e o militarismo como revalorização do 
sentido de pátria.
Marinetti contou com apoio incondicional de jovens pintores 
italianos do inicio do século, como: Balla, Boccioni, Carrà, Russolo e 
Severini; que também cheios de entusiasmos revolucionários, 
redigiram seus próprios manifestos, nos quais assentavam as bases do 
que viria a ser a arte futurista: “a maquina como única expressão do 
dinamismo e a velocidade como novo sinal dos tempos”.
O arquiteto Sant’Elia, também se uniu a essa corrente, teorizando 
sobre uma arquitetura caduca e transitória, que não sobrevivesse ao 
homem. O verdadeiro desafio para os futuristas foi encontrar um estilo 
que não tivesse nada em comum com as formas de arte tradicionais, 
nos quais as formas se repetiam, amontoando-se umas sobre as outras, 
para transmitir uma sensação de movimento continuo.
Em linhas gerais, os futuristas tentaram plasmar em suas pinturas 
a idéia de dinamismo, entendido como a deformação e 
desmaterialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre 
a ação. Parece simples. Mas não é; os futuristas, que tão bem souberam 
expressar suas teorias nos manifestos, tiveram muito trabalho ao 
materializar sem cair nas antigas representações artísticas que tanto 
abominavam.
Uma de suas propostas foi a divisão da cor. É mais do que sabido 
que, qualquer objeto em movimento, é visto pelo observador como uma 
sucessão de linhas coloridas fugazes. Esta teoria pode parecer familiar 
quando se pensa nos esforços que os impressionistas fizeram para 
captar a luz ou as cores num momento determinado. Mas é exatamente 
ai que está a diferença na preposição dos futuristas.
“...é que os futuristas aspiram à captação de um instante preciso na 
tela, sem a soma de momentos que, em conjunto, constroem a ação. 
Além disso como um objeto em movimento também perde a sua forma 
original, é necessário fragmentar volumes e linhas. Não bastasse isso os 
futuristas, ousaram ainda mais. Repetiram essas fragmentações até 
saturar o plano, com o que conseguiram alcançar um de seus maiores 
objetivos: a simultaneidade.” 
Diante das obras futuristas, o espectador, o estático, só consegue se 
deixar envolver por essas telas velozes e movediças, que, mais do que 
um prazer visual, transmitem a sensação de vertigem dos novos 
tempos. O pintor Boccioni, um dos maiores expoentes do movimento, 
64
fez suas incursões pela escultura, aprofundando a busca do dinamismo, 
embora se possa afirmar sem dúvida que, nas artes plásticas, o 
futurismo foi uma arte eminentemente pictórica.
O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço 
bidimensional. Procura-se neste estilo expressar o movimento real, 
registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no 
espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um 
automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no 
espaço.
Principais artistas:
Giacomo Balla, em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos 
avanços científicos e tecnológicos por meio de representações 
totalmente desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total 
abstração. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o 
dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do aspecto 
cromático. A formação acadêmica de Balla restringiu-se a um curso 
noturno de desenho de dois meses de duração, na Academia Albertina 
de Turim, sua cidade natal. Em 1895 o pintor mudou-se para Roma, 
onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as 
exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas Artes. 
Cinco anos mais tarde fez uma viagem a Paris, onde entrou em contato 
com a obra dos impressionistas e neo-impressionistas e participou de 
várias exposições. Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e 
Severini. Um ano mais tarde, juntava-se a eles para assinar o Manifesto 
Técnico da Pintura Futurista. Preocupado, como seus companheiros, 
em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, 
apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista, intitulado: “Cão na 
coleira ou Cão atrelado”. Dissolvido o movimento, Balla retornou às 
suas pinturas realistas e se voltou para a escultura e a cenografia. 
Embora em principio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, 
não demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem 
do movimento a que pertencia. Um recurso dos mais originais que ele 
usou para representar o dinamismo foi a simultaneidade, ou 
desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permita 
ao observador captar de uma só vez todas as seqüências do movimento.
Carlo Carra, (1881-1966), junto com Giorgio De Chirico, ele se 
separaria finalmente do futurismo para se dedicar àquilo que eles
próprios dariam o nome de Pintura Metafísica. Enquanto ganhava seu 
65
sustento como pintor-decorador, freqüentava as aulas de pintura na 
Academia Brera, em Milão. Em 1900 fez uma primeira viagem a Paris, 
contratado para a decoração da Exposição Mundial. De lá se mudou 
para Londres. Ao voltar, retornou as aulas na Academia Brera e 
conheceu Boccioni e o poeta Marinetti. Um ano mais tarde assinou o 
Primeiro Manifesto Futurista, redigido pelo poeta italiano e publicado 
no jornal Le Figaro. Nessa época iniciou seus primeiros estudos e 
esboços de Ritmo dos Objetos e Trens, por definição por definição suas 
obras mais futuristas.
Numa segunda viagem a Paris entrou em contato com Apollinaire, 
Modigliani e Picasso. A partir desse momento começaram a aparecer 
as referências cubistas em suas obras. Carra não deixou de comparecer 
às exposições futuristas de Paris, Londres e Berlim, mas já em 1915 
separou-se definitivamente do grupo. Juntou-se a Giorgio De Chirico e 
realizou sua primeira pintura metafísica. Em suas últimas obras 
retornou ao Cubismo. Publicou vários trabalhos, entre eles “La Pittura 
Metafísica, 1919 e La Mia Vita, 1943”. Pintor italiano, representante do 
futurismo e mais tarde da pintura metafísica, influenciou a arte de seu 
país nas décadas de 1920 e 1930.
Umberto Boccioni, (1882-1916), sua obra se manteve sob a 
influencia do cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e 
simultaneidade: formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em 
direções contrarias. Nascido em Reggio di Calábria, Boccioni mudou-
0se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes 
academias. Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini. No inicio 
mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na 
obra de Cézanne. Fez então algumas viagens a Paris, São Petesburgo e 
Milão. Ao voltar, entrou em contato com Carra e Marinetti e um ano 
depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista de 
Pintura, do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de 
procurar as bases dessa estética que ele viajou a Paris, onde se 
encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, publicou o Manifesto 
Técnico da Pintura Futurista, no qual foram registrados os princípios 
teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela 
representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e 
rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados a pintura. 
Em 1912, participou da primeira exposição futurista, Suas obras ainda 
deixavam transparecer a preocupação do artista com os conceitos 
propostos pelo Cubismo. Os retratos deformados pelas superposições 
66
de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção 
teórica. Um ano mais tarde, com sua obra “Dinamismo de um jogador 
de futebol”, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do 
movimento por meio de cores e planos desordenados, como num 
pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pintor se 
alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro “Pittura, Scultura 
Futurista, Dinâmico Plástico” (Pintura, escultura Futurista, 
Dinamismo Plástico). Morreu dois anos depois, em 1916, na cidade de 
Verona.
ARTE NAIF:
É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer 
artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva e onde o 
artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte 
mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem 
tanto.
Art naif (arte ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de 
artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão 
que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendências 
modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.
Esse isolamento situa o art naif numa faixa próxima à da arte 
infantil, da arte do doente mental e da arte primitiva, sem que, no 
entanto, se confunda com elas.
Assim, o artista naif é marcadamente individualista em suas 
manifestações mais puras, muito embora, mesmo nesses casos, seja 
quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de inspiração na 
iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas 
suburbanas ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma 
criação totalmente subjetiva, sem nenhuma referencia cultural.
O artista naif não se preocupa em preservar as proporções 
naturais nem os dados anatômicos corretos das figuras que representa.
Características gerais:
- Composições planas, bidimensionais, tende à simetria e a linha é 
sempre figurativa.
- Não existe perspectiva geométrica linear.
- Pinceladas contidas com muitas cores.
Principal artista:
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Henri Rousseau, (1844-1910), homem de pouca instrução 
geral e quase nenhuma em pintura. Em sua primeira exposição foi 
acusado pela critica de ignorar regras elementares de desenho, 
composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. 
Estreou com uma original obra-prima, “Um dia de carnaval”, no Salão 
dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram 
tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. 
Nos primeiros anos do século XX, após despertar a admiração de 
Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert Delaunay e 
outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e 
posteriormente influenciou o surrealismo.
PINTURA METAFÍSICA:
A pintura deve criar uma impressão de mistério através de 
associações pouco comuns de objetos totalmente imprevistos, em 
arcadas e arquiteturas puras, idealizadas, muitas vezes com a inclusão 
de estátuas, manequins, frutas, legumes, numa transfiguração toda 
especial, em curiosas perspectivas divergentes. A pintura metafísica 
explora os efeitos de luzes misteriosas, sombras sedutoras e cores ricas 
e profundas, de plástica despojada e escultural. Tem inspiração na 
Metafísica, ciência que estuda tudo quanto se manifesta de maneira 
sobrenatural.
Principais artistas:
Giorgio De Chirico, (1888-1964), pintor italiano, nascido na Grécia, 
principal representante da pintura metafísica, De Chirico, constitui um 
caso singular: puçás vezes um artista alcançou tão rapidamente a fama 
para em seguida renegar o estilo que o celebrizara e cair em um 
esquecimento quase absoluto.
As suas obras retratam cenários arquitetônicos, solitários, irreais e 
enigmáticos, onde colocava objetos heterogêneos para revelar um 
mundo onírico e subconsciente, perpassado de inquietações 
metafísicas. Também usada nas suas obras “manequins, nus ou 
vestidos à moda clássica, enigmáticos e sem rosto”, que precisam 
simbolizar a estranheza do ser humano diante do seu meio ambiente.
Giorgio Morandi, (1890-1964), pintor italiano. Notável por suas 
naturezas-mortas em que buscava a unidade das coisas do universo. 
Conferiu imobilidade e transparência de formas recorte intimista e 
68
atmosfera de luz cinza-clara, às naturezas-mortas que pintou usando 
como modelos frascos, garrafas,caixas e lâmpadas velhas.
DADAÍSMO:
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, 
se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido 
convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de 
negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias 
nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos 
seus próprios países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções 
em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia
que se 
revelaram pouco eficazes em evitar as destruição da Europa. A palavra 
Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan, 
num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que 
significa na linguagem infantil “cavalo de pau”. Esse nome escolhido 
não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante 
da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e 
fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e 
combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o 
Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. 
Politicamente, firma-se como um protesto contra uma civilização que 
não conseguiria evitar a guerra. O fim do Dada como atividade de 
grupo ocorreu por volta de 1921.
Principais artistas:
Marcel Duchamp, (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte 
abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas 
de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-
se pelo movimento das formas.
O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais 
em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique,1916). Criou os 
ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e 
receberam um titulo, adquiriram a condição de objeto de arte.
Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça 
que chamou de “Fonte”. Depois fez interferências (pintou bigodes na 
Monalisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), 
inventou mecanismos ópticos.
69
François Picabia, (1879-1953), pintor e escritor francês. 
Envolveu-se sucessivamente com os principais movimentos estéticos do 
inicio do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou 
com Tristan Tzara na revista Dada.
Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do 
que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas 
que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir 
mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos 
engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, 
abandonou a abstração pura que praticava por anos e criou pinturas 
baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e 
transparentes. 
Max Ernest, (1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do 
onírico e do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos 
artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaísmo 
contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a 
múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou 
técnicas como a decalcomania e o frottage que consiste em aplicar uma 
folha de papel sobre uma superfície rigorosa, como a madeira de veios 
salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafite, de modo que o papel 
adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele.
ABSTRACIONISMO:
A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e 
o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses 
elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um 
quadro depende especialmente da cor e da forma, quando o pintor 
rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela 
passa a ser abstrata.
O abstracionismo apresenta várias fases, desde a mais sensível até 
a intelectualidade máxima.
Informalismo: predominam os sentimentos e emoções. As cores e as 
formas são criadas livremente. Na Alemanha surge o movimento 
denominado “Der Blaue Reiter” (O cavaleiro azul) cujo fundadores são 
Kandinsky e Frans Marc, entre outros.
O pintor russo Kandinski foi o primeiro artista propriamente 
abstrato. 
70
Uma arte abstrata que coloca na cor e forma a sua expressividade 
maior. Estes artistas se aprofundam em pesquisas cromáticas, 
conseguindo variações espaciais e formais na pintura, através das 
tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressionismo 
abstrato, sensível e emotivo.
Com a forma, a cor e a linha, o artista é livre para expressar seus 
sentimentos interiores, sem relacioná-los a lembrança do mundo 
interior. Estes elementos da composição devem ter uma unidade de 
harmonia tal qual uma obra musical.
O fato de os artistas mais representativos da arte moderna 
européia terem se mudado para os Estados Unidos, durante a Segunda 
Guerra Mundial, foi muito significativo para a difusão da arte 
abstrata. Muitos deles, convidados pelas universidades, deixaram 
entusiasmados os jovens artistas americanos, lá se fundou a American 
Abstracts Artists, precursora da vanguarda expressionista abstrata. 
Donos de galerias e colecionadores apoiaram o desenvolvimento dessas 
novas tendências e gerou-se um mercado do artístico dinâmico.
A arte abstrata encontrou finalmente seu lugar nas galerias e 
coleções de uma sociedade moderna e pujante, principalmente depois 
de superada a crise da depressão dos anos 30. Enquanto isso, a Europa 
do pós-guerra retomou a s tendências abstratas, mas agora sob a 
ideologia das novas filosofias existencialistas, que entendiam a atuação 
do artista como um compromisso vital com uma sociedade devastada e 
desolada pelo terror e pela violência. 
Pintura:
De um lado a pintura abstrata lírica, de conteúdo simbólico e 
gestual, com uma atitude totalmente animista e subjetiva diante da 
obra, que parte de Kandinski, e evolui na obra dos expressionistas 
americanos: Pollock, Kline, De Kooning e Motherwell, entre outros. 
Também estão nesta categoria as vanguardas do pós-guerra europeu, 
como o informalismo, representado por Fautrier, Duhuffet e Millares, e 
mais tarde por Bacon, ou o grupo Dau al Set, no qual se inclui o pintor 
Tapies.
De outro lado, desenvolve-se a pintura abstrata geométrica, 
totalmente independente da visão subjetiva, que a partir do cubismo 
evolui para um racionalismo matemático, representado pelas formas e 
cores puras. É o caso dos neoplásticos da Holanda, como Mondrian ou 
Van Doesburg, o suprematismo de Malevitch e o cosntrutivismo russo. 
Também devem ser encluidas aqui as obras de Vsarely e Cruz-Diez.
71
Principais artistas:
Wassilly Kandinsky, (1866-1944), pintor russo, antes do abstracionismo 
participou de vários movimentos artísticos como impressionismo, 
atravessou uma curta fase fauve e expressionismo.Escreveu livros como 
em 1911. Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar 
correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a linguagem 
das formas e cores, e em 1926. Do ponto e da linha até a superfície, 
explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. 
Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas 
expostas na mostra de “Arte Degenerada”.
Franz Marc, (1880-1916), pintor alemão, apaixonado pela arte dos 
povos primitivos, das crianças e dos doentes mentais, o pintor alemão 
Marc escolheu como temas favoritos os estudos sobre animais, 
conheceu Kandinsky, sob a influencia deste, convenceu-se de que a 
essência dos seres se revela na abstração. A admiração pelos futuristas 
italianos imprimiu nova dinâmica à obra de Marc, que passou a 
empregar formas e massas de cores brilhantes próprias da pintura 
cubista. 
Os nazistas destruíram várias de suas obras. As que restaram 
estão conservadas no Museu de Belas Artes de Liège, no 
Kunstmuseum. Em Basiléia, na Stãdtische Galerie im Lembachhaus, 
em Munique, no Walker Art Center. Em Minneapolis, e no 
Guggenheim Museum, em Nova York.
Escultura:
A escultura abstrata se caracterizou pelo afastamento dos moldes
naturalistas, em favor da representação das formas geométricas puras, 
mais racionais, ou as simbólicas, consideradas uma síntese das formas 
orgânicas. É preciso, no entanto, falar de peças, objetos e instalações, já 
que o tridimensional se desenvolveu a partir da combinação de 
materiais completamente alheios aos que a escultura havia conhecido 
até então, com exceção do dadaísmo. 
A partir da arte abstrata o limite entre escultores e pintores se 
dissolveu ainda mais. Por isso, embora se faça referencia a artistas 
dedicados principalmente à escultura, como Henry Moore ou 
Constantin Brancusi, houve muito outros que fizeram experiências 
72
interdisciplinares, como os neoplásticos holandeses ou os minimalistas 
americanos e ingleses. Na escultura abstrata surgiram correntes 
diversas, muitas vezes de acordo com as da pintura, que possibilitam 
sua classificação.
A escultura orgânica, que tem seus antecedentes mais imediatos no 
dadaísmo, agrupou todos os artistas que ainda buscavam a 
representação da subjetividade humana e de seu próprio simbolismo 
interno, sem abandonar totalmente as formas figurativas. Quanto à 
escultura racionalista, ela se caracterizou pelo rigor de suas formas 
volumétricas, chegando em alguns casos, como os neo-abstratos, a 
reduzir a função da escultura á mera ocupação do espaço.
A exemplo da pintura, a escultura abstrata chega ao auge graças 
ao interesse que despertou em marchands e colecionadores e aos 
programas estatais que deram aos artistas oportunidade de 
popularizar suas obras, utilizando-as na decoração urbana. Como 
ocorreu antes, com os mecenas do renascimento, as cidades passaram 
por uma renovação estética em que as novas peças de arte abstrata se 
integraram, em praças e calçadas, com as mais importantes dos séculos 
passados.
Outros abstracionistas:
Com influencias de Malevich, Matisse, Mondrian e Kandinski.
Artistas mais representativos:
Mark Rothko, Barnett Newman, Mark Tobey, Ad Reinhardt, Clyfford 
Still.
A sua pintura era contraria à Action Painting. Perseguiram um 
ideal de pintura absoluta, diferente de tudo o que tivesse existido. Nas 
suas pinturas, a imagem torna-se um acontecimento ritual, mágico, 
sagrado, pretendendo intervir psicologicamente nos espectadores. Em 
1955 num ensaio intitulado “American Type Painting”, Clement 
Greenberg empregou a expressão “Painting Field” (campo colorido, 
também conhecida por Pintores em campo da cor), para diferenciar a 
abstração sensual de Pollock, de W. de Kooning e de Gorky, das 
superfícies planas, de cromatismo simplificado e vibrantes do 
abstracionismo: ”As margens das grandes telas de Newman fazem o 
mesmo papel que as linhas interiores das formas; dividem mas não 
separam pontos, nem os fecham ou isolam; elas delimitam mas não 
limitam”.
73
Na Europa, o gestualismo revelou-se mais moderado, reflexivo e 
diluído em vários campos do que o da Action Painting dos Estados 
Unidos.
Artistas mais representativos:
Europa: Jean Duhuffet, pintor francês que inventou a “arte bruta” 
com origens na arte primitiva e que pretendia abarcar todas as 
expressões artísticas não reconhecidas oficialmente como as obras de 
videntes, primitivos, crianças e doentes mentais, usando como materiais 
alcatrão, areia, matérias lamacentas, carvão, giz, e etc.
Antoni Tápies, importante pintor espanhol, que ainda hoje continua a 
realizar pinturas de base matérica e influencia Zen.
Antonio Saura, também espanhol, como uma obra essencialmente de 
“retratos” gestualmente deformados, grotescos.
Francis Bacon, importante pintor britânico, com uma pintura 
socialmente empenhada e polemica com deformações grotescas de 
imagens figurativas.
Hans Hartung, pintor alemão que desenvolveu a gestualidade e a 
linguagem do inconsciente.
Lucio Fontana, italiano de origem Argentina, pintor experimentalista e 
“espacialista”, com uma constante preocupação de resolução do espaço 
nas suas obras.
Karell Appel, holandês, um dos fundadores do grupo expressionista 
abstrato COBRA.
Alberto Burri, italiano que realizou uma pintura de pesquisa com 
materiais diversificados e invulgares.
Lencillo, italiano, um dos raros escultores informalistas, que, em obras 
de cerâmica e terracota, aderiu ao “sentido misterioso” da matéria 
bruta.
Schulze Wols, Georges Mathieu, Manolo Millares.
74
Em Portugal dentro do variado leque de expressões artísticas do 
informalismo, podemos inserir os pintores Fernando Lanhas, 
considerado o introdutor do abstracionismo em Portugal. João Vieira, 
Antonio Sena, Eurico Gonçalves; bem como algumas fases de Nadir 
Afonso, Joaquim Rodrigo, Julio Resende, Menez, João Hogan, Antonio 
Charrua e Rogério Ribeiro.
SUPREMATISMO:
É uma pintura com base nas formas geométricas planas, sem 
qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são: 
retângulos, círculos, triângulos e a cruz.
O manifesto do Suprematismo, assinado por Malevitch e 
Maiakoviski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do 
movimento futurista em seu país, defendia a supremacia da 
sensibilidade sobre o próprio objeto.
Mais racional que as obras abstratas de Kandinsky e Paul Klee, 
reduz as formas, à pureza geométrica do quadrado.
Suas características são rígidas e se baseiam nas relações formais e 
perceptivas entre a forma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do 
quadrado negro sobre o campo negro, nas variações ambíguas de fundo 
e forma.
Principal artista:
Kazimir Malevitch, (1878-1935), pintor russo, fundador da corrente 
suprematista, que levou o abstracionismo geométrico à simplicidade 
extrema, foi o primeiro artista a usar elementos geométricos abstratos. 
Procurou sempre elaborar composições puras e cerebrais, destruídas 
de toda sensualidade. O “quadrado negro sobre o fundo branco” 
construiu uma ruptura radical com a arte da época. Pintado entre 1913 
e 1915, compõe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com 
os lados paralelos aos da tela. A problemática dessa composição seria 
novamente abordada no “Quadro branco sobre fundo branco”, 1918, 
hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York.
EXPRESSIONISMO ABSTRATO:
Termo anos 20 com Wassily Kandinski (Cavaleiro Azul).
Anos 40 e 50, grupo de artistas norte americanos: William 
Baziotes, Willen De Kooning, Arshile Goricy, Adolph Gottlich, Philip 
75
Guston, Hans Hofmann, Franz Kline, Robert Motherwel, Lee Krasner, 
Barnett Newman, Jackson Pollock, Ad Reinhardt, Mark Rothko, 
Clyfford Still e Mark Tobey.
Para eles o verdadeiro tema da arte eram as emoções interiores do 
homem, exploraram gestos, cor, forma, textura, por seu potencial 
simbólico e romântico.
O termo foi introduzido pelo critico Robert Coates em 1946; 
outros títulos: Escola de N.Y.”;” American – Type paining”; “Action 
pining” e “color field paining”.
Action paining: criado por Harold Rosemberg, 1952 – 
Engajamento corporal – Pollock, nas pinceladas violentas De Kooning 
e nas formas ousadas de Klive.
Por crescer sob grande depressão II Guerra mundial, perda de fé e 
nas ideologias. As exposições nos EUA, apresentavam influências das 
vanguardas Européias(Fauvismo, Cubismo, Dada e Surrealismo, 
Astecas, Africanos e índios americanos). Complementadas por novas 
gerações de mestres como: Hofman ( Esc. De Belas Artes Hans Hfman, 
1934).
Os surrealistas André Breton, André Masson, Roberto Matta,Yves 
Tanguy e Max Ernest. Momento decisivo do movimento 
expressionismo abstrato, interesse maior pela psicanálise junguiana. 
Pollock, submeteu 2 anos 1939/41 de análise junguiana, existência
de 
um “inconsciente coletivo”; arte de engajamento existencialista. A arte 
e o artista eram exaltados.
Arshile Gorky para Breton surrealista, pode ser considerado o 1º 
expressionismo abstrato, influenciado por Kandinsky e M iro. 
(abstração orgânica), (formas biofórmicas). De Kooning também 
pintou abstratos biomórfica, mais conhecido pela atenção que dava a 
figura humana, especificamente nas imagens da “pin-up americana”, 
“série mulher”, anos 50.
O mais conhecido Jackson Pollock, filme e fotos, (Jack o 
respingador).
Anos 50, tela no chão gotejando tinta, imagens labiritimicas, 
“energia e movimentos”.
A análise junguiana, nutriu sua pintura (míticas, alhares, 
sacerdotes, totem e xanãs).
Paisagem americana, tema constante na obra de Pollock, 
expressada na pintura de Clyfford Still e Barnett Newman.
76
Mark Rothko: obra madura, executada no auge do continuísmo 
americano, (espiritualidade e convite à contemplação). Capela Rothko, 
arte religiosa.
DECLARAÇÃO CONJUNTA DE ROTHKO, GOTTILIEB E 
NEWMAN.
“Não existe essa coisa de uma boa pintura sobre o nada. 
Afirmamos que o tema é fundamental e só é valido quando se mostra 
trágico e temporal”
Em 1948, “O tema dos artistas” foi fundado por Baziotes, 
Motherwell, Rothko e o escultor Davi Hare. (nossa pintura não era 
abstrata, mas repleta de temas).
Para Rothko: “emoções básicas”.
Para Still: “apenas eu e não a natureza”
Para Pollock: “Expressa meus sentimentos, mais do que 
ilustra-los”.
Para Newman: “a busca do significado oculto da vida”
De Kooning: “pôs alguma ordem em nós”
Motherwell: “desposar o universo”.
Anos 40 E 50, a Arte Expressionista Abstrata, foi promovida por 
vários críticos, entre eles Harold Rosemberg e Clement Greemberg.
1951, o movimento alcançou reconhecimento institucional com a 
exposição Pintura e Escultura abstrata nos EUA (MOMA NY).
Aaron Siskind, fotografia abstrata.
Escultores: Herbert Ferber, Hare Ibram Lassaw, Seynour Lipton, 
Reuben Nakiam, Newman Theodore Roszak e David Smiyh (principal).
Expressionismo Abstrato, reconhecimento internacional, exposição 
itinerante (MOMA 1958/9).
Diferentes aspectos do expressionismo abstrato alimentaram 
movimentos variados como: “abstração pós-pictórica”, “Minimalismo” 
e “arte performática”.
CONSTRUTIVISMO:
Para o construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como 
construções, e não como representações, guardando proximidade com a 
arquitetura em termos de materiais, procedimentos e objetivos. O 
termo construtivismo liga-se diretamente ao movimento de vanguarda 
77
russa e a um artigo do critico N. Punin, de 1913, sobre os relevos 
tridimensionais de Vladimir Evgrafovic Tatlin (1885-1953). A 
consideração das especialidades do construtivismo russo não deve 
apagar os elos com os outros movimentos de caráter construtivo na 
arte, que ocorrem no primeiro decênio do século XX, por exemplo, o 
grupo de artistas expressionistas reunidos em torno de Wassili 
Kandinsky (1866-1914) no Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), em 
1911, na Alemanha; o De Stiil (O Estilo), criado em 1917, que agrupa 
Piet Mondrian (1872-1944), Theo van Doesburg (1883-1931) e outros 
artistas holandeses ao redor das pesquisas abstratas; e o 
Suprematismo, fundado em 1915 por Kazimir Malecich (1878-1935), 
também na Rússia. Isso sem esquecer os pressupostos construtivos que 
se fazem presentes, de diferentes modos, no Cubismo, no Dadaísmo e 
no Futurismo italiano. 
A ideologia revolucionaria e libertaria que impregna as 
vanguardas em geral, adquire feições concretas na Rússia, diante da 
revolução de 1917. A nova sociedade projetada no contexto 
revolucionário mobiliza os artistas em torno de uma arte nova, que se 
coloca a serviço da revolução e de produções concretas para a vida do 
povo. Afinal, a produção artística deveria ser funcional e informativa. 
Realizações dessa proposta podem ser encontradas nos projetos de 
Aleksandr Aleksandrovic Vesnin (1883-1959) para o Palácio do 
Trabalho e para o jornal Pravda e, sobretudo, no Monumento à 
Terceira Internacional, de Tatlin, exposto em 1920, mas nunca 
executado, seria erguido no centro de Moscou. De ferro e vidro, a 
gigantesca espiral giraria sobre si mesma, concebida para ser também 
uma antena de transmissão radiofônica, é descrita pelo artista como 
“união de formas puramente plásticas (pintura, escultura e 
arquitetura) para um propósito utilitário”.
A obra de Alexander Rodchenko (1891-1956) é outro exemplo de 
atualização do programa construtivista e produtivista russo. Das 
pesquisas iniciais, em estreito diálogo com as pinturas abstratas e 
geométricas de Malevich, o artista passa às construções tridimensionais 
por influencia de Tatlin, encontrado posteriormente na fotografia um 
meio privilegiado de expressão e registro pictórico da nova Rússia. Sua 
perspectiva fotográfica original influencia de perto o cinema de Sergei 
Eisenstein (1898-1948).
As discussões sobre a função social da arte provocam fraturas no 
interior do construtivismo russo. Os irmãos Antoine Pevsner (1886-
1962) e Naum Gabo (1890-1977), signatários do Manifesto Realista de 
78
1920, recusam um programa social e aplicado da arte, lembrando as 
criticas de Gabo ao monumento de Tattlin, em defesa de uma 
morfologia geométrica em consonância com a teoria suprematista de 
Malevich. Suas pesquisas inclinam-se na direção da arte abstrata, do 
dialogo cerrado entre arte e ciência e do uso de materiais industriais, 
como vidro e o plástico. Em 1922, quando o regime soviético começa a 
manifestar seu desagrado com a pauta construtivista, Pevsner e Gabo 
deixam a União das Republicas Socialistas Soviéticas – URSS. Na 
década seguinte, a defesa oficial de uma estética “realista” e 
“socialista” representa o golpe último nas pesquisas de tipo formal dos 
construtivistas. O exílio dos artistas contribui para a disseminação dos 
ideais estéticos da vanguarda russa que vão impactar a Bauhaus na 
Alemanha, o De Stiil, nos Paises Baixos, e o grupo Abstracion-Création 
(abstração-criação), na França. Gabo será um dos editores do 
manifesto construtivista inglês Circle de 1937.
Não são pequenas as influencias do construtivismo na América 
Latina, em geral, e no Brasil, em particular, no período após a Segunda 
Guerra Mundial (1939-1945). Marcas da vanguarda russa podem ser 
observadas no movimento concreto de São Paulo, Grupo Ruptura, e no 
Rio de Janeiro, Grupo Frente. A ruptura neoconcreta estabelecida com 
o manifesto de 1959, que reúne Amílcar de Castro (1920-2002), 
Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark 
(1920-1988), Lygia Pape(1927-2004), Reynaldo Jardim (1926) e Theon 
Spanuds (1915), não afasta as influencias do construtivismo russo, 
sobretudo na vertente inaugurada por Pevsner.
CONCRETISMO:
A arte concreta deve ser compreendida como parte do movimento 
abstracionista moderno, com raízes em experiências como a do grupo De 
Stiil (O Estilo), criado em 1917, na Holanda por Piet Mondrian (1872-
1944), Theo van Doesburg (1883-1931), Gernit Thomas Rietveld (1888-
1964). Entre outros. A abstração geométrica testada pelo grupo holandês 
ecoa, com novos matizes, no manifesto Arte Concreta, redigido por Van 
Doesburg, em 1930, em tendências abstratas, por exemplo, as professadas 
pelo grupo Cercle et Carré, fundado em 1929 pelo critico Michel Seuphor 
(1901-1999) e o pintor Joaquim Torres Garcia (1874-1949), em Paris. O 
termo arte concreta é retomado por outros artistas, como Vassili 
Kandinsky (1866-1944) por exemplo, popularizando-se com Max Bill
(1908-1994), ex-aluno da Bauhaus.
79
Os princípios do concretismo afastam da arte qualquer conotação 
lírica ou simbólica. O quadro construído exclusivamente com elementos 
plásticos, planos e cores, não tem outra significação se não ele próprio. A 
pintura concreta é “não abstrata”, afirma Van Doersburg, “pois nada é 
mais real, mais concreto do que uma linha, uma cor, uma superfície”.
Max Bill explora essa concepção de arte concreta defendendo a 
incorporação de processos matemáticos à composição artística e a 
autonomia da arte em relação ao mundo natural. A obra de arte não 
representa a realidade, mas evidencia estruturas, planos e conjuntos 
relacionados, que falam por si mesmos.
A noção de arte concreta visa rediscutir a linguagem plástica 
moderna. Os Suíços, especialmente Max Bill, Richard Pall Lohse, Verena 
Loewensberg, recolocam o problema bidimensionalidade do espaço 
pictórico introduzido pelo cubismo ao definir o quadro como suporte 
sobre o qual a realidade é reconstruída, e passível de ser aprendida de 
múltiplos ângulos. Assim com os concretos a pintura se aproxima de 
modo cada vez mais radical da escultura, da arqwuitetura e dos relevos. 
Da pauta do grupo fazem parte também pesquisas sobre percepção 
visual, e a defesa da integração da arte na sociedade, pela participação do 
artista nos vários setores da vida urbana, ênfases Hochschule für 
Gestaltung – HFG (ESCOLA SUPERIOR DA FORMA), fundada por 
Max Bill em 19851 na Alemanha, dando continuidade ao projeto 
Bauhaus.
Bill é o principal responsável pela entrada desse ideário plástico na 
América Latina, especialmente no Brasil e Argentina, após a segunda 
guerra mundial. A exposição do artista em 1951 no MASP e a presença da 
delegação suíça na 1º Bienal Internacional de São Paulo, abrem as portas 
do país para as novas tendências construtivas, que são amplamente 
exploradas a partir de então. Os prêmios concedidos à escultura 
“Tripartida” de Max Bill e a tela “formas” de Ivan Serpa, na 1º Bienal, 
realizada no MAN/SP, são sintomas da atenção despertada pelas novas 
linguagens pictóricas.
O impacto das representações estrangeiras na bienal se relaciona de 
perto côas modificações verificadas no meio social e cultural brasileiro. 
Cidades com o Rio de Janeiro e São Paulo iniciam processos de 
metropolização, alimentados pelo surto industrial e pela pauta 
desenvolvimentista, que alteram a paisagem urbana. Do ângulo das artes 
visuais, a criação dos museus de arte e de galerias criam condições para a 
experimentação concreta nos anos 1950, com o anúncio das novas 
tendências não figurativas. É importante lembrar nessa direção as 
80
exposições 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, somente 
do grupo Concreto Paulista; Do Figurativismo ao Abstracionismo, no 
MAM/SP, em 1949; A. Calder no MASP, em 1949; e Fotoformas, de 
Geraldo de Barros (1923-1998), no MASP em 1950. O ano de 1952 e a 
exposição do Grupo Ruptura marcam o inicio oficial do movimento 
concreto em São Paulo. Criado por Anatol Wladyslaw (1913-2004), 
Lothar Charoux (1912-19887), Féjer (1923-1989), Geraldo de Barros, 
Leopold Haar (1910-1954), Luiz Sacilotto (1924-2003), liderado pelo 
artista critico Waldemar Cordeiro (1925-1973), o grupo propõe em seu 
manifesto a “renovação dos valores essenciais das artes visuais”, por meio 
das pesquisas geométricas, pela proximidade entre trabalho artístico e 
produção industrial, e pelo corte com certa tradição abstracionista 
anterior.
Os desdobramentos da arte concreta na poesia se evidenciam em 
São Paulo pelo lançamento da revista Noigandres, em 1952, editada pelos 
irmãos Haroldo de Campos (1929-2003) e Augusto de Campos (1931) e 
Décio Pignatari (1927). No Rio de Janeiro, alunos do curso de Ivan Serpa 
no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, tendo como 
teóricos os críticos Mario Pedrosa (1900-1981) e Ferreira Gullar (1930), 
formam o Grupo Frente, em 1954. Fundado por Aluisio Carvão (1920-
2001), Carlos Val (1937), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José 
da Silva Costa (1931), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e 
Vicent Ibberson, e ao qual aderem em seguida Hélio Oiticica (1937-1980) 
e César Oiticica (1939), Elisa Martins da Silveira (1912-2001), Emil 
Baruch (1920), Franz Weissmann (1911-2005), Abraham Palatinik (1928) 
e Ruben Ludolf (1932), o grupo concreto carioca prega a experimentação 
de todas as linguagens, ainda que no âmbito não figurativo geométrico. À 
investigação paulista centrada no conceito de pura visualidade da forma, 
o grupo carioca opõe uma articulação forte entre arte e vida, que afasta a 
consideração da obra com “máquina” ou “objeto”, e maior ênfase na 
intuição como requisito fundamental do trabalho artístico. As 
divergências entre Rio e São Paulo se explicitam na Exposição Nacional 
de Arte Concreta, São Paulo, 1956, e Rio de Janeiro, 1957, inicio da 
ruptura neoconcreta, efetivada em 1959.
NEOPLASTICISMO:
Onde as cores e as formas são organizadas de maneira que a 
composição resulte apenas e expressão de uma concepção geométrica. 
Resulta às linhas verticais e horizontais e as cores puras (vermelho, 
81
azul e amarelo). O ângulo reto é o símbolo do movimento, sendo 
rigorosamente aplicado à arquitetura.
Principal artista:
Piet Mondrian, (1872-1944), pintor holandês. Depois de haver 
participado da arte cubista, continua simplificando suas formas até 
conseguir um resultado, baseado nas proporções matemáticas ideais, 
entre as relações formais de um espaço estudado.
O artista utiliza como elemento de base, uma superfície plana, 
retangular e as três cores primárias com um pouco de preto e branco. 
Essas superfícies coloridas são distribuídas e justapostas buscando uma 
arte pura.
Ele procura, pesquisa e consegue um equilíbrio perfeito da 
composição, despojado de todo excesso da cor, da linha ou da forma.
Em 1940, Mondrian foi para New York, onde realizou a última 
fase de sua obra: desapareceram as barras negras e o quadro ficou 
dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos quadros 
boogie-woogie.
SURREALISMO:
Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos 
de Freud e as incertezas, políticas criaram clima favorável para o 
desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil 
condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. 
Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na 
realidade.
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da 
representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser 
buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se 
manifesta livremente, sem o freio do espírito critico, o que vale é o 
impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para 
penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as 
possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, 
no ponto onde a razão humana perde o controle. 
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André 
Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do 
movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos 
e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. 
82
Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente 
introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a 
realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas
de 
contradições. 
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da 
psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do 
surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, 
ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse 
nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por 
meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da 
realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. 
No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os 
surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a 
criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas 
pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano 
do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e 
melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse 
aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam mais 
radicais.
Destacam-se 3 períodos importantes:
1924, Período dos sonhos, representado pelas obras da natureza 
simbólica, obtida através de diferentes procedimentos de automatismo, 
de um certo figurativismo.
1928, Período do compromisso político, expresso na filiação de seus 
lideres ao comunismo.
1930, Período de difusão, se empenhou na formação de grupos 
surrealistas em toda a Europa, com adesão de grupos americanos.
Segundo Breton, há dois métodos propriamente surrealistas: o 
automatismo rítmico (se pintava seguindo o impulso gráfico) e o 
automatismo simbólico (fixação das imagens subconscientes de maneira 
natural). 
Miro, Hans Arp e André Masson, representaram o surrealismo 
orgânico, enquanto Dali, Magrite, Chagal e Marx Ernest entre outros, 
desenvolveram o surrealismo simbólico.
Na América Latina, destacou-se Frida Kahlo e Wilfredo Lam entre 
outros.
Principais artistas:
83
Salvador Dali, é sem duvida o mais conhecido dos artistas 
surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia 
de San Fernando. Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e 
Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e 
pela pintura metafísica de Gorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao 
surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o 
pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela 
psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua 
obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua 
carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a 
obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme “O Cão Andaluz”, 
que fez com Buñuel, data de 19298. Ele criou o conceito de “paranóia 
critica” para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a 
vida comum das pessoas. Segundo ele, é preciso “construir para o total 
descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a 
Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou se ateliê em Roma, 
embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres 
Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua 
biografia “A Vida Secreta de Salvador Dali”, 1942. Ao voltar, se 
estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-
mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte 
dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura 
ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis.
Obra destacada: Mae West.
Joan Miro, iniciou sua formação como pintor na escola de 
La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de 
Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas 
franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco depois com 
Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum 
tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse 
para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre 
os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois 
adquiriu forma La masia, obra fundamental em seu desenvolvimento 
estilístico posterior e na qual Miro demonstrou uma grande precisão 
gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Bretton falava 
dela como o Maximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista 
como um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da 
arte. A famosa magia de Miro se manifesta nessas telas de traços 
84
nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem 
elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. 
Miro também se dedicou à cerâmica e a escultura, nas quais extravasou 
suas inquietações pictóricas. 
Obra destacada: Noitada Esnobe da Princesa.
Para seu conhecimento:
“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões 
fundamentais da vida?” (fragmento do manifesto do surrealismo de 
André Breton, francês que lançou o movimento). No mesmo manifesto, 
Breton define Surrealismo: “Automatismo psíquico pelo qual alguém 
se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de 
qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento”.
Escultura: deve-se falar em objetos retirados de seu contexto, os 
surrealistas se dedicaram conscientemente a reunir os objetos mais 
diferentes, privados de sua funcionalidade, para expressar as 
necessidades mais intimas do homem.
No inicio falavam de dois tipos de objetos: os naturais (vegetais, 
animais e minerais) e os de uso cotidiano.
 Exemplo claro do culto ao objeto, foi a exposição de Objetos 
Surrealistas de 1936. Nela se representaram as mais extravagantes 
combinações, produto das associações inconscientes de seus atores. 
Alguns de fácil interpretação e outros complexos.
Destaca-se os objetos surrealistas, no limite entre a ironia e a 
perversão, tentavam abrir a imaginação do espectador para a 
multiplicidade de relações existentes entre as coisas, Prova disso foram 
o engenhoso telefone-lagosta, de Dali, ou as combinações de objetos de 
Miro.
ACTION-PAINTING:
Ou pintura de ação gestual, criada por Jackson Pollock nos anos 
de 1947 e 1950 faz parte da arte Abstrata americana. Em 1937, fundou-
se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas Abstratos. O 
abstracionismo cresce e se desenvolve nas Américas, chegando à 
criação de um estilo original.
Características da Pintura:
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- Compreensão da pintura como meio de emoções intensas.
- Execução cheia de violência, agressividade, espontaneidade e 
automatismo.
- Destruição dos meios tradicionais de execução, pincéis, trinchas, 
espátulas e etc.
- Técnica: pintura direta na parede ou no chão, em telas enormes, 
utilizando tinta à óleo, pasta espessa de areia, vidro moído.
Principal artista:
Jackson Pollock, (1912-1956), pintor americano, introduziu nova 
modalidade a técnica, gotejando (dripping) as tintas que escorrem de 
recipientes furados intencionalmente, numa execução veloz, com 
resultados extraordinários e fantásticos, algumas vezes realizadas 
diante do público. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromática. Nos 
últimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, 
conchas e pedaços de tela, misturavam-se às camadas de tinta para dar 
relevo e textura. Usou freqüentemente tintas industriais, muitas delas 
usadas na pintura de automóveis.
Abstração no Brasil: Surge com maior ênfase nos meados dos 
anos 50. O curso de abstração no Brasil, A abstração “gravação de 
Iberê Camargo”, (1914-1994), forma uma geração de gravuristas 
abstratos, na qual se destacam Antoni Babinski, 1931, Maria Bonomi, 
1935 e Mario
Gruber, 1927. Outros impulsos vêm da fundação dos 
Museus de Arte Moderna de São Paulo, 1948 e do Rio de Janeiro, 1949 
e da criação da Bienal Internacional de São Paulo, 1951. Entre os 
pioneiros da abstração no Brasil, destacam-se Antônio Bandeira(1922-
1967), Cícero Dias (1908-) e Sheila Branningan (1914-). Posteriormente 
artistas como Flavio Shiró, (1928-), Manabu Mabe (1924-1997), 
Yolanda Mohalyi (1909-1978), Wega Nery (1912-), além de Iberê 
Camargo, praticam a abstração informal. A abstração geométrica, que 
se manifesta no concretismo e no neoconcretismo também nos anos 50, 
encontra praticantes em Tomie Ohtake (1913-). Fayga Ostrwer (1920-), 
Arcângelo Ianelli (1922) e Sanson Flexor (1907-1971).
COBRA:
Movimento artístico criado na Holanda, sigla de Copenhague-
Bruxelas-Amsterdã, grupo artístico europeu que surgiu entre 1948 e 
1951. Ligado esteticamente ao expressionismo figurativo, teve como 
principais representantes Asger Jorn, Karel Appel e Pierre Alechinski. 
86
Assim como as obras de Jacson Pollock essa pintura é gestual, livre, 
violenta na escolha de cores e texturas.
Principais artistas:
Pierre Alechinski, pintor e gravador belga. Um dos mais jovens 
integrantes do grupo Cobra, marcou sua obra pelo tachismo. 
Participou da XI Exposição Internacional do Surrealismo, em 1965.
Asger Jorn, Pintor dinamarquês. Sua obra é caracterizada 
pelo uso de cores vivas e formas distorcidas. Sofreu influência dos 
pintores James Ensor e Paul Klee.
Karel Appel, pintor holandês. Criador de uma obra vigorosa e 
colorida, caracterizada pela figuração rude e simplificada. Realizou 
também esculturas em madeira e metal.
OP ART:
A expressão “op-art” vem do inglês, (optical art) e significa “arte 
óptica”. Defendia para a arte “menos expressão e mais visualização”. 
Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo precário e 
instável, que se modifica a cada instante.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a Op 
Art passou por um desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem o 
ímpeto atual e o apelo emocional da Pop Art; em comparação, parece 
excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das ciências do 
que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser 
tão ilimitadas quanto as da ciência e da tecnologia.
Meados dos anos 60, exposição “Olho receptivo”, curador Willian 
C. Seitz, MOMA/NY, 1965. “abstracionistas perceptuais”; americanos: 
Richard Anuszkiewicz e Larry Poons. Britânicos Michael Kidner e 
Bridget Riley, e o franco-hungaro Victor Vasarely.
Uso de formas geométricas em preto e branco, efeito de ritmo e 
distorção, cores constratantes e variações tonais.
A arte op, exige a participação do espectador para “completá-la”, 
tais preocupações ligam a arte op a vários movimentos: Fluxos, Hiper-
realismo e GRAV, bem como a teoria da Gestalt. A ilusão do 
movimento, também Arte Cinética. Durante os anos 80 suas imagens e 
técnicas foram retomados pelo americano Philip Taaff e o holandês 
Peter Schuyff.
87
Principais artistas:
Alexander Calder, (1898-1976), criou os móbiles associando os 
retângulos coloridos das telas de Mondrian à idéia do movimento. Os 
seus primeiros trabalhos eram movidos manualmente pelo observador. 
Mas, depois de 1932, ele verificou que se mantivesse as formas 
suspensas, elas se movimentariam pela simples ação das correntes de 
ar. Embora os móbiles pareçam simples, sua montagem é muito 
complexa, pois exige um sistema de peso e contrapeso muito bem 
estudado para que o movimento tenha ritmo e sua duração se 
prolongue.
Victor Vassarely, criou a plástica cinética que se funda em 
pesquisas e experiências dos fenômenos de percepção ótica. As suas 
composições se constituem de diferentes figuras geométricas, em preto 
e branco ou coloridas. São engenhosamente combinadas, de modo que 
através de constantes excitações ou acomodações retinianas provocam 
sensações de velocidade e sugestões de dinamismo, que se modificam 
desde que o contemplador mude de posição. O geometrismo da 
composição, ao qual não são estranhos efeitos luminosos, mesmo 
quando em preto e branco, parece obedecer a duas finalidades. Sugerir 
facilidades de racionalização para a produção mecânica ou para a 
multiplicidade, como diz o artista; por outro lado, solicitar ou exigir a 
participação ativa do contemplador para que a composição se realize 
completamente como “obra aberta”. 
POP ART: 
Movimento principalmente americano e britânico, sua 
denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo critico 
inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura 
popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes 
dos Estados Unidos.
Com raízes no Dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou 
a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após 
estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados 
Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.
Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura 
popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade 
do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao 
expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da 
88
segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos 
quadrinhos, do cinema e da publicidade.
Com o objetivo da critica irônica do bombardeamento da 
sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos 
massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, 
usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e design, 
usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, 
produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo 
objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, 
transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo em que 
produzia a critica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de 
consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do 
consumo, como aconteceu por exemplo, com as sopas Campbell, de 
Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito 
do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como 
a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto 
histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação 
do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das 
massas, desmistificando, já que se utilizava objetos próprios delas, a 
arte para poucos.
Principais artistas:
Robert Rauschenberg, 1925, depois das séries de superfícies 
brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do inicio da década 
de 1950. Rauschenberg, criou as pinturas “combinadas”, com garrafas 
de coca-cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros 
empalhados. Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em Silk-
screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e 
unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses 
trabalhos tiveram como temas, episódios da história americana 
moderna e da cultura popular.
Roy Lichtenstein, (1923-1997). Seu interesse pelas histórias 
em quadrinhos, como tema artístico começou provavelmente com uma 
pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. 
Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das 
histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a 
mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por 
exemplo, uma técnica pontilhista para simular
os pontos reticulados 
89
das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um 
traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. 
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a 
linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do 
contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, 
símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de 
arte comercial e abstração.
Andy Warhol, (1927-1987). Foi a figura mais conhecida e mais 
controvertida da Pop Art, mostrou sua concepção da produção 
mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série 
de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis 
Presley e Marilin Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas 
como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da 
celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de 
serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa 
para consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, 
automóveis, crucifixos e dinheiro.
Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o 
trabalho de outros artistas e uma revista mensal. 
MINIMALISMO:
Ny, Entre 1963/5, após exposição de Donald Judd, Robert Morris, 
Dan Flavin e Carl André. Outros nomes “estruturas primárias, objetos 
unitários, arte ABC e Coll art. Estruturas geométricas, aparentemente 
simples. Os artistas minimalistas, deram atenção às obras 
Construtivistas e Suprematistas Russos que tendiam para Abstração 
pura, como Kasimir Maliêvitch (quadrado negro).
Firmou – se como movimento Com a exposição Estruturas 
Primárias: jovens escultores. Am. E brit. NY 1966, logo depois passou – 
se a aplicar o termo a obras de escultura. Como André, Richard 
Artschwager, Ronald Bladen, Larry Bell, Flavin, Judd, Sol Le Witt, 
Morris, Beverly Pepper, Richard Serra e Tony Smith; os Britânicos: 
Sir Anthony Caro, Philip King, Willian Tucker, Tim Scott, e pinturas 
dos abstracionistas pós-pictóricos.
Judd, tornou – se um dos mais interessante comentarista de arte, 
em 1965, escreveu: “O espaço real é intrinsecamente mais vigoroso e 
especifico do que a tinta sobre uma tela...nova criação assemelha – se, 
90
mais a escultura. Do q a pintura. A cor jamais deixa de ter 
importância. O que não acontece na escultura.”
Judd, se referia a Frank Stella (abstração pós-pictórica), os 
neodadáistas Robertr Rauchenberg, John Chanberlain e Claes 
Oldenburg e o Novo realista Yves Klein. Denominadas por ele como 
“objetos específicos”.
Um tema constante é a atuação recíproca entre espaços positivos e 
negativos em objetos reais e sua interação com o entorno imediato.
As caixas cúbicas de Morris, 1965, revelam preocupações 
semelhantes,... relacionam o minimalismo. Com performance e a Earth 
art. Comentário dele: “A simplicidade da forma não se equaciona 
necessariamente com a simplicidade da experiência. As formas 
unitárias não reduzem os relacionamentos. Elas os ordenam.”
Flavin, explorou temas relacionados com espaço e luz., “lâmpadas 
florescentes”, “Rosa e dourado”, 1968. Escreveu em 1967: “Simboliza 
seu encolhimento, tornando – se ínfima”, teve em sua obra influencia. 
De Du Champ e seus readymades (Dada) e os construtivistas. 
(Monumento a V. Tatlin de Flavin , 1964) e Constantin Brancusi 
(Colunas infinitas).
André se inspirou em Brancusi (esculturas modulares) e em Stella 
(pinturas de faixa), fez experiências com cores e pesos, usando metais e 
outros materiais, questionando a posição legitima das 
esculturas(vertical/horizontal).
Começaram aparecer muitos críticos e um público opinativo 
julgava – na fria, anônima e imperdoável. Os materiais pré-fabricados 
usados, não pareciam arte. Judd por ex. pode ter mandado fabricar sua 
obra, mas elas são reconhecidas como “Judds”.
Ao restringir os elementos que atuam em cada objeto, criam – se 
efeitos mais complexos do que mínimos. Recordam a “arte conceitual”.
Em anos recentes, tem sido aplicadas à decoração de interiores, 
mobiliário e artes gráficas e designers de moda.
 Embora o termo não fosse aplicado à música, até inicio dos anos 
70, muitas obras foram associadas ao minimalismo. (harmonia estática, 
repetição e uso de instrumentos não convencionais). Terry Riley, Steve 
Reich ou Philip Glass.
Embora não exista uma escola minim. Na arquitetura, vários 
modernistas busca rigor e pureza. (Ludwig Miers van der Roche. “mais 
é menos”) e o Mexicano Luis Barragan (sua resid. Pureza geométrica. 
E cores ousadas).
91
A pintura, a escultura e a arquitetura, fundiram – se nas Torres da 
Cidade – Satélite 1957/8 (Barragan com Mathias Goeritz) .
Nos anos 80, no Japão: Kazuo Shinohara, Fulmiko Maki, Arata 
Isozaki, Tadao Ando, influenciado pelo estado clássico zen-budismo e 
modernismo europeu.
Os arquitetos “HIGH-tech”, tbem acompanham objetivos e 
técnicas minimalistas. Colaboração do escultor Sir Anthony Caro e o 
escritório Foster & Partners no projeto “Ponte do milênio”, 2000; 
Londres. “Ecultitura”: termo utilizado por Caro, a partir de 1989 em 
seus trabalhos.
EARTH ART:
Land art ou earthworks, USA, final anos 60, expandiram as 
fronteiras da arte, quanto aos seus materiais e espaços físicos, se 
deslocou para fora da cidade, assumindo o meio ambiente como seu 
material, crescente interesse pela ecologia e conscientização do perigo 
da poluição e os excessos do consumismo; pode ser uma forma de 
preservação, pois se um pedaço de terra for consagrado como arte, 
pode ser mantido intacto. Preservação do espírito humano, 
espiritualidade dos sítios arqueológicos (cemitérios dos indígenas 
americanos, os círculos nas plantações e as gigantescas figuras 
esculpidas nas colinas da Inglaterra). A maioria dos artistas são 
Americanos e Ingleses, e nota – se forte influência da paisagem(arte 
britânica) e ligações românticas com o Oeste ( arte Usa).
Aristas americanos: Sol Lewitt, Robert Morris, Carl André, 
Christo e Jeanne – Claude, Walter de Maria,, Nancy Holt, Robert 
Smithson, Dennis Oppenhein, Richard Serra, Mary miss, James 
Turrel, Michael Heizer, Alicer Aycock.
Europa: Britânicos: Richard Long, Hamish Fulton e Andy 
Goldsworthy. Holandês: Jan Dibbets.
Alguns desses pioneiros também se filiaram ao Minimalismo. Com 
efeito a earth art pode ser vista como um prolongamento do projeto 
minimalista. Muitas de suas criações empregam a linguagem 
geométrica do minimalismo, em forma de imensas esculturas no solo; 
semelhantes a labirintos de Aycock ou as obras arquitetônicas de Holt, 
De Maria e Heizer e Turrell.
Outras criações que usam fotos, textos e diagramas, tem afinidade 
com a arte Conceitual (De Maria, Dibbets, Fulton, Goldsworthy, Le 
Witt, Long e Openhein). E outras com reciclagem de lixo.
92
Firmou – se como movimentoto, graças a exposição Earth Works – 
NY em 1968, organizada por Smithson. (documentação fotográfica 
“Caixa em um buraco” de Le Witt Desenho de De Maria, com giz no 
deserto de Monjave). E a exp. De Earth Terra, NY, 1969.
Ocorrem em locais distantes. Para De Maria o isolamento é a 
essência da earth arte.
Cristo e Janne, trabalham juntos desde os anos 60 e seu grande 
tema, tem sido empacotar ou envolver coisas. Muitas conhecidas por 
fotografias.
PÓS-MODERNISMO:
Novas formas de expressão, aplicada originalmente a arquitetura, 
meados anos 70, (estilo Internacional), estrutura ambíguas e 
contraditórias, animadas por referências jocosas a estilos históricos, 
empréstimos de outras culturas e uso
de cores ousadas e 
surpreendentes. “Piazza d’Itália, 1975/80, Nova Orleans, USA , Charles 
Moore.
Nos anos 80, no Designe e Artes Visuais, com criações inspiradas 
em cultura popular. “O mundo do comércio”, Richard Prince.
Outras criações com elementos diferenciados (texto com imagens, 
objetos com arte gráfica) Tin Rollins e K.O.S. garotos da sobrevivência, 
também criações de cunho social e político.
“Trocados”, 1990, alemão Hans Haacke, “Torre de observação”, 
permanece intacta após a queda do muro de Berlim, com logotipo da 
Mercedes – Bens, marca do capitalismo.
Ao mesmo tempo é uma rejeição e um prolongamento do 
modernismo. “O jantar” de Judy Chicago. Dá prosseguimento à 
experimentação iniciada com Marcel Duchamp e se desenvolveu por 
meio do Dada, surrealismo, neodadá, arte pop e arte conceitual.
Em 1966, dois livros: O arquiteto italiano Aldo Rossi, “novas 
edificações, em vez de criar formas novas, deveriam adaptar a formas 
antigas.” O 2º do arquiteto americano Robert Venturi, “vitalidade 
desordenada” e parodiavam a frase modernista, “menos é mais” por 
“menos é um tédio”. A equipe projetou o exuberante Groninger 
Museum, 1995, Holanda, os italianos Alessandro Mendini e Michele de 
Lucchi, o designer francês Philippe Starck e o escritório vienense Coop 
Himmelblau.
A diversidade dos materiais, estilos, estruturas e ambientes 
constitui características do pós-modernismo que não pode ser definido 
93
por um único estilo. “Sede do HSBC, estilo High – tech, inglês Sir 
Norman Foster; “Museo de arte Romano”, Espanha, espanhol Rafael 
Moneo, estilo clássico; “Edif. De Serviços Públicos de Portland”, do 
americano Michael Graves; “Arco da defense”, Paris, dinamarquês 
Johan Otto Von Spreckelsen.
Apartir dos anos 60, os designer, insatisfeitos com a ordem e 
uniformidade do Bauhaus, fizeram experiências com cores e texturas e 
se inspiravam em motivos decorativos do passado (adhocismo). O 
designer italiano Ettore Sottsass,( anmtidesign), é a figura mais 
importante, obras para o grupo Menphis. “antifuncional Estante 
Carton”, 1981, Menphis.
A influência do alemão Wolfgang Weigart, espalhou – se da 
Basiléia/Suíça, para Europa e USA. Neville Brody, na Inglaterra; O 
studio Dumbar, 1977, Holanda; e Javier Mariscal, Espanha, criaram 
designes tipográficos de vanguarda nos anos 80 e 90.
O pós-modernismo, celebrava o pluralismo do final do século XX. 
Refere – se a natureza dos meios de comunicação de massa e 
proliferação universal das imagens, segundo o pensador francês Jean 
Baudrilard: “Um êxtase da comunicação”. Representação: motivos ou 
imagens de obras do passado, representados em novos e perturbadores 
contextos ou despojados de seus significados tradicionais 
(desconstruídos) por artistas como: Mike Bidlo, Louise Lawler, Sherrie 
Levine e Jeff Wall. O Kitsch pode ser transformado em arte elevada, 
“Coelho”, Jeff Koons.
Nos USA Julian Schumabel e David Salle, começaram a empregar 
técnicas pós modernas, final anos 70, apropriando – se de filmes, 
imagens e revistas populares e sobrepondo – as. Os palimpsestos 
criados com louça quebrada, de Schmabel, e as figuras fantasmagóricas 
e sobrepostas de Salle, criam uma surpreendente justaposição. 
(neoexpressionistas e comparados a artistas de transvanguarda).
Nas artes visuais, se engajou em questões sociais e políticas, a arte 
servia de um tipo social dominante, deram ênfase a identidades 
marginalizadas: étnicas, sexuais, feministas e ambientais.
Jean Michel Basquiat, USA, iniciou como grafiteiro, final anos 70.
(SAMO, “Same old Shit”, “A mesma merda de sempre”, suas obras 
protestavam contra o preconceito racial. Associado a Andy Warbol.
 A morte, tema dominante na arte pós moderna, sobretudo a 
identidade dos gays, como Basquiat, Keith Haring; David Wojnarowics 
também vitima de aids, transformou sua doença em tema central de seu 
trabalho. “Série sexo”.
94
Anos 70 e 80, USA, artistas como Mary Kelly, Bárbara kruger, 
Jenny Holzer, Cindy Sherman, questões ligadas à identidade feminina, 
“Documento pós parto”.
Imagens com legendas perturbadoras, sem titulo, seu olhar, 
comportamento social, como homens olhando para mulheres, Holzer, 
1º mulher americana a expor em Bienal de Veneza, 1990, “Proteja – 
me, daquilo que desejo”.
RACIONALISMO:
Piet Mondrian, artista holandês, criou um estilo abstrato 
extremamente simplificado. Como outros pintores abstratos, ele 
rejeitava motivos que se pudessem identificar.
Mondrian também ignorou a textura em suas obras. Ele reduziu a 
pintura a linhas retas que formavam ângulos retos. Usavam apenas 
preto, branco e cinza e as cores primarias.
Sua pintura influenciou a arte comercial e o desenho industrial 
moderno.
INFORMALISMO, EXISTECIALISMO E TACHISMO:
A arte informal engloba um grande leque de direções e 
ramificações distintas e abrange obras de aspectos e conteúdos muito 
diversos.
Dentro da arte informal pode falar-se de expressionismo abstrato, 
pintura signico-gestual, gestualismo, action-painting, pintura tachista 
(do francês “tache” – mancha) e espacialista.
Cada uma destas correntes tem o seu caráter especifico, quer pelos 
“novos” (porque até então alheios à pintura) materiais ou técnicas 
empregues quer pelas soluções espaciais que apresentam.
A arte informal – informalismo pode tirar-se numa categoria 
muito vasta que é a “obra aberta”, indicada por Umberto Eco.
“Trata-se por conseguinte, de enfrentar um tipo de pinturas em 
que a expressão adquiriu novas e múltiplas possibilidades. Em muitas 
obras informalistas observa-se a presença de determinados signos e 
manchas aos quais o artista não deu significado predeterminado 
quando os criou, mas o espectador pode dotá-los de significados vários 
ao contemplá-los. Neste sentido o espectador, contribui, de certa 
maneira, para concluir a obra apresentada como “aberta” à 
interpretação por parte do artista.” Considera-se que a pintura 
95
informalista tve inicio em 1944, ou seja perto do final da 2º Guerra 
Mundial, tendo ido buscar as suas influencias ao dadaísmo, surrealismo 
e abstracionismo, em dois focos principais que foram Nova York e 
Paris, tendo-se posteriormente espalhado por outros lugares dos 
Estados Unidos e Europa.
O termo informed foi adotado na Europa pelo critico francês 
Michel Tapie, que pretendia eliminar o realce dado pelos americanos 
ao conceito de action painting e destacar a abolição da “forma” na arte, 
substituindo-a por zonas de matéria pictórica muito elaboradas que 
chegavam a criar verdadeiros relevos. Aliás, o vulgarmente 
considerado iniciador do informalismo europeu foi o pintor francês 
Jean Fautrier (1898-1964), que em finais da década de 20, realizava já 
um tipo de trabalho que, apesar de ainda serem figurativos, 
distinguiam-se pela espessura das suas texturas.
ARTE ASSEMBLAGES, AMBIENTES, HAPPENINGS, BODY ART 
E NOVO DADAISMO:
Alguns artistas ligados à Arte Pop e Arte Conceitual, realizaram (e 
ainda realizam atualmente) obras que se podem inserir nos termos 
acima indicados e que não se circunscrevem nem ao ambiente plano da 
tela, nem na escultura tradicional.
Claes Oldenburg, Robert Rauchenberg, Georges Segal, Edward 
Kienholz, Duane Hanson, John de Andréa, Denis Oppenheim, Judd 
Pfaff, Christo (famoso por seus embrulhos de edifícios). Dos quais o 
último foi o Parlamento Alemão em 1996, Nam June Paik, Jim Dine, 
Keith Arnatt, John Cage (músico), Mercê Cunningham (coreógrafo), 
são os artistas mais representativos destas formas de
expressão 
artística.
ASSEMBLAGE ou AMBIENTE, a sua influencia vem do movimento 
Dada e dos Ready-made, pois misturam em obras tridimensionais 
deferentes materiais artísticos, com materiais reciclados, detritos e 
produtos industriais, tirados do seu contexto habitual. 
HAPPENING (Acontecimento), termo inventado pelo americano Allan 
Kaprow (1927), no final dos anos 50, para designar um acontecimento 
que se desenvolve perante o público, centrando a sua atenção no 
comportamento humano e no meio circundante. É quase uma ligação 
arte plástica/teatro, mas que não privilegia nenhum dos meios 
expressivos tradicionais. Como a palavra música ou a cor.
96
BOD ART (arte do corpo), utilização do corpo, por parte de certos 
artistas, como forma de expressão, transgressão ou manifestação.
NEW DADA (Novo Dadaísmo, ou Novo Realismo na Europa), 
Movimento que, embora com a presença dos mesmos artistas da Arte 
Pop, pretendia retomar, de uma forma atualizada o espírito do 
dadaísmo de Marcel Duchjamp, Man Ray e Kurt Schwitters, através 
da fotomontagem e da colagem de materiais. Antonio Carvalhal, 
Leonor Soares são exemplos.
INTERFERÊNCIA:
Como a pintura já não é claramente definível e deixou de ser a 
única fornecedora de memoráveis imagens visuais. Alguns artistas 
interferem na paisagem, colocam cortinas, guarda-sóis, embrulhos em 
locais públicos.
Atualmente, ressaltamos Christo, o único artista que se destaca 
com suas interferências.
Obras destacadas: Cartolina no vale, Ponte Neuf (Paris) 
embrulhada para presente, Guarda-sóis colocados em um vale da 
Califórnia e mais recentemente o Reichstag (Parlamento Germânico 
em 1988 – Berlim), que foi envolvido em tecido sintético com duração 
de duas semanas.
INSTALAÇÃO:
São ampliações de ambientes que são transformados em cenários 
do tamanho de uma sala. É utilizada a pintura, juntamente com a 
escultura e outros materiais, para ativar o espaço arquitetônico.
O espectador participa da obra, e não somente à aprecia.
Obra destacada: Homenagem a Chico Mendes de artista Roberto 
 Evangelista.
ARTE CONCEITUAL:
Surgiu nos anos 60 a partir dos Happenings e tem influencia dos 
Ready-made de Marcel Duchamp. A arte conceitual pode usar meios e 
materiais não relacionados diretamente com as artes plásticas, como o 
vídeo, projetores de slides, fotografia e põe em causa as definições de 
97
arte de uma forma mais radical do que a Arte Pop, pois insiste que é 
na imaginação, no idealismo, na idéia geradora, no conceito, que 
prevalece a arte e não a execução. “Uma vez que a obra de arte é um 
sub-produto acidental desse salto imaginativo, pode perfeitamente ser 
dispensada, assim como as galerias de arte e por extensão o próprio 
público. P processo criativo só precisa ser documentado de alguma 
forma geralmente verbal, ou pela fotografia, vídeo ou cinema.”
Artistas mais representativos:
Joseph Beuyes, alemão, se iniciou como escultor, utilizando materiais 
insólitos, como gordura, feltro, elementos naturais e materiais 
industriais (também conotado com a Arte Povera – Arte Pobre). Dele 
escreveu Gillo Dorfles, “A própria personalidade física do artista faz 
parte da obra (ou da encenação). Beuys serve-se habilmente do corpo 
com ações publicas onde os seus gestos, as suas inclinações, a sua 
participação com comportamentos diversos ajudam à compreensão do 
espectador. Nos últimos tempos, porém, o aspecto mais singular da sua 
atividade consistiu numa deliberada missão “de prédica”. Beuys 
procedo como um sacerdote laico que, com as suas palavras, visa 
convencer o auditório de alguns princípios ético-estéticos e politico-
espirituais”.
Joseph Kosuth, USA, impôs-se muito jovem na cena mundial da 
vanguarda com uma obra desconcertante (one and three chairs, 1965-
66), onde apresentava uma cadeira verdadeira, ao lado de uma 
fotografia da mesma cadeira e junto desta um texto escrito em que se 
podia ler a definição de cadeira, tirada de um dicionário. Graças a uma 
importante obra ensaistica é um dos maiores animadores no atual 
debate sobre o papel do artista na sociedade contemporânea.
Giulio Paolini, Itália, tem uma obra essencialmente de pesquisa.
Vincenzo Agnetti, Itália, autor de uma obra de provocação intelectual.
Yves Klein, francês; Sol Le Witt, Ad Reinhardt, Frank Stella; Robert 
Mangold, USA, pintores minimalistas; Donald Judd; Robert Morris, 
USA, autor de enormes esculturas geométricas; Lawrence Weiner, 
Anthony Caro, USA; Marcel Broodthaers, Belga; Keith Arnatt, GB e 
etc.
Em Portugal, podem citar-se os pintores Ângelo de Souza, Jorge 
Pinheiro, Álvaro Lapa, Artur Bual, Antonio Charrua, Luis Dourdil, 
como representantes do informalismo/minimalismo.
Dentro da Arte Conceitual, pode inserir-se o Minimalismo 
(minimal art), corrente dos anos 60 e 70, que como o nome indica 
98
pretendia desenvolver uma arte de grande simplicidade, reduzida a 
materiais e formas geométricas puras, como configurações 
triangulares, quadradas, circulares e cores monocromáticas. Como 
muita da arte “moderna” e “pós-moderna”, o minimalismo questiona o 
papel dos artistas e a natureza da criatividade.
Também as denominadas Land Art ou Earth Art (arte da terra), a 
Arte Povera (arte pobre), sub tendências que existem desde os anos 60, 
podem estar inseridas no espírito da Arte Conceitual, embora possam 
ser conotadas com a chamada “Vanguarda” dos anos 60 e 70.
A Land Art, que pretende intervir nos espaços naturais, com 
“instalações”, deixando sinais ou marcas ecológicas, nasceu e 
desenvolveu-se nos EUA. Os seus principais representantes são Denis 
Openheim, Robert Smithson,Carl André, Richard Serra, Richard 
Long, Walter de Maria, Heizer.
A arte Povera, quando o critico italiano Germano Celant utilizou 
pela primeira vez esta designação, em 1907, referindo-se à participação 
de uma geração de artistas de vanguarda, entre Turin e Roma, o 
famoso “milagre italiano”, como era conhecido o dinamismo econômico 
da Itália do pós guerra, vivia a hora da recessão. Depois da 
industrialização acelerada e da euforia de consumo provocada por um 
modelo importado dos USA, a Itália entrava, por volta do inicio dos 
anos 60, em depressão econômica, com profundos desequilíbrios sociais 
e conflitos políticos.
É nesse clima de crise que sopra um vento literário, uma explosão 
artística existencial, anarco-utópica, a pôr em questão a sociedade e a 
arte como intervenção direta. No cinema, Pasolini. Na literatura, Ítalo 
Calvino e Umberto Eco. No teatro, estreitam-se as relações entre 
performance plástica e ação cênica, o Living Theatre omnipresente nas 
cidades da Itália. Germano Celant resume a formula: “Arte povera + 
azioni povera” (arte pobre + ação pobre).
Afirmando-se especificamente como manifestação européia, a 
“Arte Povera” refere uma aventura intelectual e artística cujos 
fundamentos ideológicos estão em oposição às propostas formalistas e 
consumistas da arte americana e traduz uma atitude moral, uma 
posição crítica, ética e política.
A “Arte Povera”, segundo as palavras de Celant, “significa 
disponibilidade e anti-iconografia, introdução de elementos e imagens 
perdidas, vindas do cotidiano e da natureza.”
É uma nova energia que se reclama das intenções da existência, da 
realidade dos elementos e do homem. Os artistas exprimem-se 
99
essencialmente e realizando instalações onde utilizam materiais 
orgânicos, simples, “pobres”, querendo elevar as coisas mais banais e 
mais insignificantes ao nível da arte. É como “um vasto campo de
convergências” onde se encontram ao mesmo tempo textos de artistas e 
obras de um conjunto de criadores, então desconhecidos, hoje 
solicitados pela cena artística internacional: Giovanni Anselmo, 
Aligfhiero Boetti, Calzolari, Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Mario 
Merz, Marina Merz, Giulio Paolini, Pino Pascali, Giuseppe Penone, 
Michelangelo Pistoletto, Gilberto Zorio e etc.
TRANSVANGUARDA, NEO-EXPRESSIONISMO, NOVOS 
SELVAGENS, BAD PAINTING, NOVA FIGURAÇÃO E PÓS- 
MODERNISMO:
Estes são alguns dos termos usados para enquadrar artistas em 
correntes desde os anos 80 até o presente. “O Neo-expressionismo, 
como alternativa. A partir dos finais dos anos 70, produz-se um 
predomínio da pintura relativamente a qualquer outro tipo de 
manifestações, embora haja locais em que a escultura adquiriu nítida 
preponderância.” Seria o caso da escultura britânica, que conta com 
grande numero de criadores importantes e que fundamenta a sua 
linguagem nas técnicas da colagem e montagem.
Nos outros países da Europa, o pictórico triunfou plenamente e 
poderia acrescentar-se que a corrente mais representativa é a que se 
entendeu chamar Neo-expressionista na Alemanha e transvanguarda 
na Itália. Essas denominações, contudo, reúnem um gênero de 
manifestações que nem sempre se caracteriza pelos mesmos elementos e 
portanto dir-se-á que não são muito coerentes. Podem indicar-se, 
todavia, algumas constantes. 
Em primeiro lugar, observa-se uma tendência para justapor uma 
linguagem figurativa ao abstrato. Assim, sobre fundos formados por 
manchas ou por franjas de cor, o artista dispõe configurações em largos 
traços negros que contrastam violentamente com os fundos. Por outro 
lado, as maioria dos artistas opta por pinturas de grandes formatos. Os 
artistas nunca partem da cópia da realidade, mas esquematizam ao 
Maximo os traços dos personagens captados. Do mesmo modo, quando 
o assunto é a paisagem, quer rural quer urbana, também não se trata 
de representações de caráter imitativo, mas apenas referencial. Os 
objetos são capitados de um modo intuitivo e inseridos sem 
preocupação pela perspectiva no conjunto pictórico. 
100
O fato de estas pinturas se terem denominado neo-expressionistas 
deve-se fundamentalmente a terem seguido a corrente expressionista 
dos inícios do século. Isso sucede, como é lógico, de forma muito 
peculiar, pois de contrario, poderia implicar uma simples cópia ou 
inclusivamente apresentar-se a possibilidade de plágio, o que não 
acontece. Nesse sentido o neo-expressionismo atua como uma tendência 
da pós modernidade e recorre à “citação” de uma manifestação 
anterior para construir, a partir dela, algo completamente novo. Não 
foi em vão que decorreram mais de setenta anos depois de os artistas 
alemães iniciarem o caminho do expressionismo.
Todas as outras correntes, logicamente, deixaram o seu ratro e a 
sua presença, embora em estado latente, nesse neo-expressionismo. 
Talvez se possa dizer desta corrente que é eclética, na medida em que 
reúne os mais diversos elementos procedentes de correntes anteriores. 
Mas no seu ecletismo existe algo verdadeiramente importante, como 
seja a possibilidade de continuidade, o que se considerava nas últimas 
décadas como impossível. Chegava-se a falar da morte da pintura, para 
dar lugar a uma nova era dominada pela arte feita por computador. 
Entretanto, viu-se que o artista do século XX foi capaz, embora 
recorrendo ao passado, de renovar o seu repertório e de oferecer um 
tipo de pintura despreocupada.
O tempo determinará a sua importância e permitirá estabelecer 
quem são os artistas mais representativos do neo-expressionismo e das 
restantes tendências contemporâneas. De momento, apenas se podem 
dar listas que correm o risco de pecar por incompletas ou por 
demasiado exaustivas. 
Na Itália, trabalham nessa tendência pintores como Mimmo 
Paladino (1948); Sandro Chia (1946); Francesco Clemente; Nino 
Longobardi; Enzo Cuchi (1950); Mario Schifano (1952) e Mario Merz 
(1925), entre outros.
Na Alemanha, os neo-expressionistas mais conhecidos na 
atualidade são: Georg Baselitz (1938), pintor que muitos vezes 
apresenta os seus quadros invertidos; Anselm Kiefer (1945); Doukoupil 
(1954 Tchecoslovaquia); Salomé (1954); Markus Lupertz (1941); A. R. 
Penck (1941); Per Firkeby, Jorg Immendorff (1945); Andréas Schulze 
(1955), Gerhard Richter (1932); Sigmar Polke (1941), Martin 
Kippenberger (19532), e Werner Buttner (1954).
Nos Estados Unidos, Jean Michel Basquiat e Keith Haring, 
inicialnmente “apadrinhados” por Andy Warhol; Kenny Scharf; Eric 
Fischl; Julian Schnabel; Cindy Sherman; Jeff Koons, escultor 
101
polemico; Robert Longo, escultor e autor de instalações; James Turrell, 
autor de “instalações” e “ambientes” que jogam com efeitos de luz; 
David Salle.
Na Grã-Bretanha, Gilbert & George, Aléxis Hunter, Richard 
Deacon, Victor Willing (marido da pintora Paula Rego), Ken Kiff, 
Tony Cragg, Douglas Gourdon e Alan Davie entre outros.
Em Portugal, Álvaro Lapa; Paula Rego; João Penalva; Graça 
Moraes; Sergio Pombo; Julião Sarmento; Cabrita Reis; J. Pedro Croft; 
Leonel Moura; Pedro Proença; Pedro Calapez; Rui Chafez; Fernando 
J. Pereira; Pedro Tudela; Antonio Olaio, entre outros.
No Brasil, Leonilson; Jorge DUARTE; Adir Sodré e Gervane de 
Paula.
Na França, Grard Garouste; Robert Combas; François Boisrond e 
Remi Blanchard.
Na Esopanha, há também muitos representantes notáveis das 
“novas” tendências, como Miguel Barceló; Eduardo Arroyo (equipe 
crônica); Frederic Amat; Ferran Garcia Servilha; Victória Civera; 
Chema Cobo; Jose Maria Sicília; Florenci Guntin; Benassar; Alfonso 
Fraile; Juan Bordes; Juan Gopar; Juan Muñoz; Manolo Valdes e 
Cristina Iglésias escultores, (Equipe Limite), e etc.
A falta de objetividade relativamente a um movimento que na 
atualidade se encontra em plena efervescência impede de estabelecer 
com maior clareza quais são os seus objetivos e sobretudo, qual será o 
seu futuro ou, pelo menos, aonde vai desembocar. O Neo-
Construtivismo Abstrato a figuração politizada tendem já, em certos 
meios artísticos, a invadir o seu campo de ação, repondo a exigência de 
progresso, de internacionalismo, de projeto e de consciência da 
história. O Pós-Moderno, com a sua fragmentação, citações paródicas, 
redundância e acaso, relativisa a história e afirma o regionalismo.
Os alemães recuperam o movimento moderno em que mais se 
prestigiam, o expressionismo, enquanto os italianos citam a pintura 
anti-cubista dos anos 10, que por sua vez citava já as tradições pós 
renascentistas que as notabilizaram.
À margem da história oficial, quer política quer cultural, o 
problema da maternidade ou da pós-maternidade põe-se de uma 
maneira menos datada em Portugal, no Brasil e em outros paises 
latino-americanos, sendo os seus artistas por vezes mais profundos e 
originais, se não precursores, no que quer que se chame rigorosamente.
“O novo não é novo: o espírito da época”
102
Nos últimos anos deste século, a arte sofreu uma transformação. 
Embora a sua própria essência seja a constante mudança, desta vez ela 
atingiu camadas mais profundas, não se limitando aos aspectos 
exteriores. O próprio conceito de arte é posto em questão. Não 
obstante, à primeira vista, esta transformação manifesta-se em 
numerosos aspectos exteriores> Assim, talvez a arte contemporânea 
nunca tenha desfrutado de tal popularidade como agora. Os preços 
sobem em flecha, colecionadores privados encomendam
obras em 
quantidades sem precedentes. Museus e galerias de arte dificilmente 
conseguem conter as multidões de visitantes que afluem às 
inaugurações das suas exposições. Este êxito vem-se registrando desde 
há muito tempo, revelando uma tendência para o seu aumento. Os 
preços astronômicos que as obras clássicas dos tempos modernos 
atingem nos leilões de Londres e Nova Iorque, constituem um 
investimento seguro para o futuro. Uma seguradora japonesa pagou o 
equivalente a cerca de 72,5 milhões de dólares pelo quadro Girassóis de 
Vincent Van Gogh que, freqüentemente pintou este mesmo tema e que, 
em vida, apenas vendeu um único quadro.
Em 1987, os peritos do mundo da arte vaticinaram que este “preço 
recorde” de uma obra de arte moderna atingindo a nível mundial seria 
batido em curto prazo. E tiveram razão. Ainda em maio do mesmo ano, 
o Dr. Gachet de Van Gohg ultrapassou aquela marca na Galeria 
Sotheby, sendo o novo recorde de 82.5 milhões de dólares. Este fato 
revela uma grande confiança nas perspectivas futuros do comercio de 
arte. O preço Maximo alcançado por este pintor holandês não foi um 
caso isolado.
Se os investidores privados estão dispostos a despender quantias 
tão elevadas por quadros de mestres desaparecidos ainda há menos de 
um século, isto significa que confiam nas suas perspectivas e esperam 
que surjam mais Van Gohgs. Os artistas vivos são, por conseguinte, 
direta ou indiretamente, beneficiados por esta situação.
A arte contemporânea tornou-se um componente natural da 
sociedade burguesa. Mesmo as obras acabadas de sair do atelier de um 
artista são bem acolhidas, obtendo, relativamente rápido, o 
reconhecimento demasiado depressa, segundo os críticos de arte mais 
indispostos. Naturalmente que nem todas as obras de arte encontram 
logo um comprador, mas é indubitável que o número dos seus 
compradores aumenta a um bom ritmo. Em vez de comprarem 
automóveis mais dispendiosos ou velozes, muitos preferem investir em 
quadros, esculturas e trabalhos fotográficos de artistas jovens, tendo 
103
em mente que a arte contemporânea confere prestigio social. Além 
disso, como as obras de arte não estão sujeitas a desgaste, constituem, 
em principio, melhor investimento que os automóveis.
Os hábitos americanos começam a infiltrar-se na Europa: para 
pertencer à elite social, ou aqueles que se consideram como tal, é 
preciso saber falar de arte. No mundo ocidental, a arte contemporânea 
voga mesmo sob ventos políticos favoráveis. Na França, um ministro 
socialista da cultura defendeu a arte contemporânea mais do que 
qualquer antecessor seu, tornando-se a figura mais popular do seu 
governo. Apesar de nas eleições parlamentares não ter conseguido 
impedir a derrota do seu partido, contribuiu para o prestigio da 
cultura francesa; e um chanceler federal alemão da ala concervadora 
abriu, de bom grado, as portas do seu gabinete às mais recentes 
produções de arte contemporânea e não se coibiu em promovê-la 
através de dispendiosas vernissage sobre a nova pintura.
Por último, estados e municípios da Alemanha Federal, cidades , 
províncias e regiões da França, Itália e dos Países Baixos, assim como 
mecenas privados na Grã-Bretanha tentam suplantar-se mutuamente 
com a fundação de novos museus e galerias de arte. A concepção de 
projetos para novos museus tornou-se também uma tarefa apreciada e 
muito pretendida pelos arquitetos.
Ao fazer-se um exame das correntes artísticas dos anos 80, o que 
salta primeiro à vista é a abundante utilização do adjetivo “novo”. 
Fala-se dos “novos pintores selvagens”, de uma arte “neo-figurativa”, 
de uma “nova pintura alemã” ou de uma “nova pintura austríaca”. 
Tudo aquilo de que se fala aparece a luz do “novo”. Aos “novos 
selvagens” seguiu-se, numa rápida mudança, uma arte com um 
programa neo-geometrico designada, abreviadamente, por “Neogeo”. E 
como se não fosse suficiente: ainda os artistas neo-figurativos e neo-
geometrico de Nova Iorque e Colônia, Paris e Viena, Londres e Milão, 
que definiam as tendências, não tinham saído das galerias para 
iniciarem as suas longas digressões e apresentarem as suas exposições 
em museus e galerias de arte internacionais, já os neo-conceptualistas 
reclamavam a atenção do mundo da arte. Acontecia freqüentemente 
que o que era lançado na Primavera, revelava-se, no outono do mesmo 
ano, como obsoleto. E por mais estranho que pareça, eram os mesmos 
críticos anteriormente citados que levantavam mais alto do que 
ninguém que não aparecia nada de “novo”. Aliás, são eles que não 
estão dispostos a aceitar de bom grado esta situação: o fato de a arte 
contemporânea obedecer tão cegamente às leis da moda e que artistas 
104
relativamente jovens e de ambos os sexos tenham um sucesso 
comparável ao das “estrelas” do mundo do espetáculo e acima de tudo 
não lhes agrada a idéia de que a arte contemporânea não pretende 
inscrever no seu estandarte o novo pelo amor ao novo.
O emprego inflacionado do adjetivo “novo” no contexto das 
diversas correntes artísticas não correspondente, de modo algum, à 
concepçãp da linguagem corrente. Este adjetivo nunca aparece isolado, 
mas sempre como prefixo, ligado a uma tendência artística já existente. 
O novo não é, afinal de contas, tão novo e também não tem de o ser. 
Por isso, é fácil para os críticos de arte porem a ridículo todo o 
palavreado em redor da arte “nova” como servindo apenas para 
encobrir o fato de que “o rei vai nu.” 
GRAFITTI:
Definido por Norman Mailler como “uma rebelião tribal contra a 
opressora civilização industrial” e por outros, como “violação, 
anarquia social, destruição moral, vandalismo puro e simples”, o 
grafitti saiu do seu gueto, o metrô e das ruas das galerias e museus de 
arte, instalando-se em coleções privadas e cobrindo com seus rabiscos e 
signos os mais variados objetos de consumo. A primeira grande 
exposição de grafitti foi realizada em 1975 no “Artist’s space”, de Nova 
York, com apresentação de Peter Schjeldahi, mas a consagração veio 
com a mostra “New York/New Wave” organizada por Diego Cortez, 
em 1981, no PS 1, um dos principais espaços de vanguarda de Nova 
York. 
Características gerais:
- Spray art, pixação de signos, palavras ou frases de humor rápido, 
existe a valorização do desenho.
- Stencil art, o grafiteiro utiliza um cartão com formas recortadas 
que, ao receber o jato de spray, só deixa passar a tinta pelos orifícios 
determinados, valorizá-se a cor.
Principal artista:
Jean Michel Basquiat, (1960-1988), nascido no Haiti, iniciou sua 
carreira grafitando as paredes e muros de Nova York. Seus grafites 
mostravam símbolos de variadas culturas de obras famosas, e 
principalmente ícones da cultura e consumo americanos, 
principalmente no contexto político e social. As temáticas do seu 
105
trabalho refletem suas preocupações, como o genocídio, a opressão e o 
racismo. Com 21 anos participou da sua primeira coletiva em Nova 
York. Foi patrocinado por Andy Warhol (Pop Art), a partir da virou 
celebridade. Morreu prematuramente em virtude de depressão e 
drogas.
No Brasil, destacam-se os artistas: Alex Valauri, Waldemar 
Zaidler e Carlos Natuck.
PRÉ-COLOMBIANOS: MAIAS - ASTECAS - INCAS:
Tal como os negros nigerianos, os americanos pré-colombianos, 
sabiam apresentar a face humana de madeira natural.
As civilizações mais avançadas da América Central foram a Maia e 
a Asteca. Os Maias estabeleceram-se ao norte da península de Yucatán 
e construíram várias cidades-santuarios, enquanto os Astecas se 
estabeleceram
nas ilhotas do lago de Texcoco, onde edificaram a capital 
de seu império, México-Tenochtitlán. O império Maia teve uma 
organização estatal e social bem definida, nas quais se diferenciavam 
classes sociais e profissões. Foi essa mesma organização que os 
beligerantes astecas adaptaram ao chegar ao vale do México.
Os mais desenvolvidos cientificamente e intelectualmente foram os 
Maias: possuíam um sistema de escrita hieroglífica e atingiram grandes 
avanços na astronomia e na matemática. Seu calendário de 365 dias 
revelou-se mais exato que o utilizado então na Europa. Além disso já 
conheciam o zero. Parte de seus conhecimentos foi absorvida pelos 
Toltecas, que por sua vez os transmitiram para o resto das culturas do 
vale do México e para os astecas, que conseguiram vencer as cidades da 
Tríplice Aliança e estabeleceram assim seu império.
Ambos os povos deixaram o testemunho de sua grandeza em obras 
arquitetônicas colossais, representadas por templos e palácios em 
terraços piramidais, bem como em relevos e esculturas decorativos e 
suas pinturas e objetos suntuosos. Os próprios conquistadores 
espanhóis se deram conta das maravilhosas obras de ourivesaria de 
prata, ouro e pedras preciosas dos astecas, utilizadas para dfecorar 
palácios e templos, e das quais existem exemplos não apenas nos 
museus do México, mas também nos de toda a Europa.
106
Pintura:
No ano de 1946 foi descoberta Bonampak, uma construção de três 
salas, ou câmaras, cobertas de pinturas murais coloridas. Essas 
pinturas chegaram quase intactas até o século XX, não só pelo fato de 
term permanecido longe da vista dos espanhóis, mas também por terem 
ficado protegidas por uma fina camada de calcário, depositada 
naturalmente sobre sua superfície. Longe de toda abstração simbólica, 
esses murais apresentam-se impregnados de figuras representativas de 
um determinado momento histórico.
Cada parede representa uma cena, narrada com riqueza de 
detalhes. É surpreendente o contraste deliberado de cores, bem como 
sua grande variedade: as preferidas eram o vermelho e suas diferentes 
tonalidades, o amarelo, o azul e o verde. A perspectiva é obtida pelas 
superposições e escorços das figuras. Os rostos possuem traços 
individualizados. O conjunto apresenta os contornos acentuados. A 
pintura Asteca, ao contrario, manteve-se como complemento de relevos 
e teve um caráter simbólico.
A ausência de um sistema preestabelecido de escrita, como a dos 
Maias, transmitiu tanto aos desenhos como as cores da pintura Asteca 
uma simbologia comparável à dos hieróglifos egípcios, e influiu na 
almejada abstração. Sabe-se que, a partir da conquista espanhola, os 
Astecas passaram a produzir pinturas de gosto europeu para os 
conquistadores, e foram de fato excelentes copistas. Conservavam-se 
também manuscritos e cópias de livros com iluminuras, encomendados 
pelas cortes européias.
Escultura:
Para os Maias, a estatuaria deveria ser imagem e semelhança da 
realidade. Em suas esculturas é possível identificar as características 
físicas do povo, e em muitos casos existiu até um afã de 
individualização dos rostos ou de sentimentos, embora persistindo a 
esquematização. Ao contrario dos Astecas, as formas Maias são mais 
suaves e arredondadas e mais estilizadas. A escultura colossal é muito 
comum como complemento de templos e palácios, sobretudo a figura 
do Chac Mool, ou mensageiro sentado.
São significativos os baixos-relevos dos templos, nos quais os 
artistas Maias combinaram figuras naturalistas com fundos 
geométricos acompanhados de textos em hieróglifos, não tão abstratos 
como os egípcios, mas igualmente informativos, do estilo das gravações 
de estrelas comemorativas. Não menos perfeitas foram as gravuras 
107
sobre madeira das portas e seus respectivos dintéis. As figuras 
modeladas em estuque para a decoração de interiores valeram-lhes o 
qualificativo de primeiros barrocos da América Central.
A estatuaria Asteca era de um simbolismo profundo e de uma 
linguagem tendente à abstração, que negava todo naturalismo. Sua 
função era eminentemente religiosa, motivo por que as figuras 
representadas eram normalmente deuses acompanhados de seus 
atributos. Os materiais mais utilizados eram a pedra, andesita e 
pórfido, e a terracota. O Deus mais importante era Quetzalcoatl 
representado como homem ou serpente emplumada, já conhecido pelos 
antecessores dos Astecas, os Toltecas.
Tlaloc: O Deus da chuva Asteca (século XIV-XV). A boca é 
formada por duas cabeças de cascavel, colocadas frente a frente, 
serpentes sagradas, simbolizavam o poder do raio.
ARTE INCA:
As origens do povo Inca remontam as civilizações anteriores aos 
Nazcas e Tihuanacos. As crônicas do império narram a história da 
família Ayar, que emigrou para Cuzco vinda do norte, cujo último 
sobrevivente alcançou a condição de Deus. De fato, sabe-se com 
segurança que esse império chegou a abranger mais de 900 000 km2 na 
costa do Oceano Pacifico e que seu primeiro imperador-chefe, Manco 
Capac, criou, por volta do século XV, o sistema de organização social e 
estatal mais avançado da América pré-colombiana.
Essa organização do estado, aliada ao estabelecimento de uma 
religião e uma língua oficial, permitiu a convivência pacifica de uma 
grande dibversidade de etnias submetidas a um governo central, que 
por sua vez delegou o poder às famílias mais importantes de cada 
aldeia. Como em qualquer outro império do Ocidente, utilizaram a arte 
com expressão máxima da difusão de seu poderio. A função religiosa 
cedeu lugar à representativa e utilitária, com obras mais próximas da 
engenharia do que das disciplinas artísticas.
Os testemunhos mais importantes dessa cultura encontram-se na 
arquitetura monolítica e despojada de ornamentos, na qual 
demonstraram tanto uma técnica impecável quanto uma grande frieza 
expressiva. Atribuíram também grande importância à industria 
metalúrgica, principalmente na fabricação de armas, ao artesanato 
têxtil e à cerâmica.
108
Nessa ultima, dedicaram-se às peças pequenas e às estatuetas 
antropomórficas, num estilo tão ascético quanto o da arquitetura.
Escultura:
A cerâmica Inca revelou uma característica estrita de 
funcionalidade e desenho, baseada na fusão com obras de civilizações 
anteriores, como os Nazcas e Chimus. Limitados por essa 
esquematização, os ceramistas tentaram, entretanto, imprimir um 
caráter individual a cada peça, por meio do uso de cores chamativas e 
bordas geométricas cada vez mais complexas. As formas básicas eram 
urpu, espécie de cântaro; e raqui, ou jarro; as vasilhas de vários pés; e 
os puynos, utensílios-escultura de grandes dimensões.
Os Incas modelaram também estatuetas antropomórficas e keros, 
vasilhas de madeira decoradas com cenas ou figuras de animais. Os 
motivos são na maioria discretos e puristas. Evitou-se o exagero e a 
opulência, bem como o irregular ou assimétrico. Embora certamente 
dispusessem de grande variedade de cores e até jogassem com as gamas 
mais fortes, utilizaram, em composição, fundos neutros com 
predominância dos tons terra e ocre. Isso se refletiu também nas 
estampas dos tecidos.
ARTE CHINESA E JAPONESA:
A arte do extremo oriente, rica e variada em suas manifestações, 
revela, na China e no Japão estreito relacionamento com a religião, 
sendo ao mesmo tempo eco das numerosas dinastias chinesas e dos 
guardiões da cultura (bonzos) japoneses. O vinculo permanente entre 
ambos os países determinou a influencia do primeiro sobre o segundo, 
desde os séculos V e VI até o XIX, em
todas as disciplinas artísticas, 
embora com o tempo os artistas japoneses tenham forjado suas 
imagens próprias, naturalistas e distanciada do simbolismo chinês.
Um dos fatores que determinaram essa estreita relação cultural foi 
a religião, mais precisamente o budismo. Os chineses, a principio 
taoistas e confuncionistas, começaram a absorver as crenças budistas, 
depois da expansão do império gupta (indiano) no século IV, sendo 
definitiva a instauração dessa religião durante a dinastia Tang (século 
VI). O Japão recebeu o budismo das mãos dos chineses durante o 
período Nara (645-784). Difundiram-se assim os primeiros templos 
chineses, os pagodes, inspirados nos stupas hindus.
109
A escultura chinesa também adotou as ousadas e elegantes formas 
da Índia, que transpôs para o Japão nas estatuas colossais de Buda. A 
cerâmica e a porcelana ocorreram com igual profusão em ambas as 
culturas, embora os motivos tenham nascido da iconografia chinesa. Os 
melhores expoentes pertencem às dinastias Ming e Ys’ing. A pintura de 
paisagens atingiu o auge na China a partir do século XII, mas então o 
Japão desenvolveu um estilo próprio, de costumes e narrativo, carente 
do lirismo e da intelectualidade dos chineses.
Arquitetura:
Tanto uma como outra, tiveram e continuam tendo um caráter 
eminentemente funcional, não apenas no que se refere a habitabilidade, 
mas também ao conceito de integração ao cosmo ou harmonização com 
a natureza. Para os chineses, a arquitetura deveria ser uma réplica do 
universo. As formas quadradas, que representam a terra, e as 
arredondadas, que simbolizam o céu, combinam-se de tal maneira que 
tanto templos, quanto pagodes exibem aparência semelhante em 
atenção a essas normas.
No geral, as construções chinesas que mais receberam atenção 
foram os templos, localizados sobre um terraço com orientação 
especifica, tendo em vista as estações do ano. O exemplo mais 
interessante é o da Cidade Proibida, construída para o imperador no 
inicio do século XV. Ali se pode observar a disposição do templo e dos 
diferentes palácios, com um imenso jardim central, que se estende por 
pequenos pátios internos em cada um dos diferentes edifícios.
Os telhados típicos de terracota, com suas pontas para cima, além 
de serem uma realização complexa, simbolizam na China a união entre 
o celestial e o terrestre. No Japão, persistiu-se na tradição arquitetônica 
chinesa para os templos budistas, o que não ocorreu com a arquitetura 
profana. Uma das construções mais típicas é o rikyu, criado por Kobori 
Ensnu, para a realização da cerimônia do chá. Trata-se de uma vivenda 
onde o volume e a simplicidade de formas são os personagens 
principais.
Os materiais utilizados são os que o entorno natural oferece, no 
geral madeira e argila, e em alguns casos também cobre e junco, 
principalmente nos telhados. Com o tempo, os rikyu passaram a servir 
de modelo para habitações particulares pela capacidade de 
transformação do espaço que suas leves divisórias corrediças 
ofereciam. Construído em meio a um jardim de plantas perenes, pedras 
e água, que convidam à meditação, o rikyu continua sendo hoje em dia 
110
uma das construções de maior influencia na arquitetura 
contemporânea ocidental.
Escultura:
As primeiras esculturas chinesas eram figuras zoomórficas 
monumentais da época da dinastia Han, tanto em pedra como em 
bronze. Sob o governo da dinastia T’Sang proliferaram as figuras em 
madeira pintada e folheadas a ouro, típicas da plástica indiana. Pode-se 
dizer que esses modelos se conservaram ao longo de toda a história da 
arte chinesa quase sem variações estilísticas, com exceção das famosas 
estátuas monumentais do príncipe Buda, pertencentes à dinastia Ming 
(século XIV).
Os escultores japoneses adotaram os modelos búdicos austeros da 
dinastia chinesa T’ang, combinado-os com os preceitos históricos do 
xintoísmo. Não satisfeitos com a idealização chinesa, tentaram dotar 
sua estatuaria de grande expressividade, o que os levou a colorir rostos 
e intensificar as feições. Esse expressionismo foi transferido depois para 
as máscaras de teatro do século XV. Ousados e inconformados, os 
artistas japoneses não temeram cair num certo maneirismo próximo do 
grotesco.
Os trabalhos em jade, bronze, cerâmica e porcelana de caráter 
suntuoso, nos quais tanto os chineses quanto os japoneses 
demonstraram um refinamento singular e uma grande exigência de 
qualidade, obscureceram a escultura. As jóias e os objetos decorativos 
em jade, pedra extremamente difícil de se esculpir, e os espelhos 
decorados eram muito cobiçados pelos aristocráticos mecenas 
japoneses. A porcelana faz parte da tradição: a mais representativa 
continua sendo o azul cobalto e branca (Arte Ming).
Pintura:
A extensa história da pintura chinesa começou com um quadro 
sobre seda encontrado recentemente e que pertenceu à dinastia Shou 
(206 a.C.). A ele seguem-se os afrescos dos tempos da dinastia Han e 
mais tarde os da Tang, muito bem conservado e de uma elegância e 
refinamento característicos das cortes imperiais. Os motivos eram 
tanto religiosos quanto profanos. Existia o pequeno formato de álbuns, 
combinando as ilustrações com letras desenhadas. No século XI 
aparecem os primeiros quadros de paisagem. 
O paisagismo foi considerado na China o gênero pictórico mais 
relevante e atingiu o apogeu durante a dinastia Song (IX-XIII). As 
111
paisagens ostentavam formas puras e simbólicas, as composições eram 
em geral assimétricas e obtinha-se uma ilusão de perspectiva sem 
paralelo na pintura universal. A partir de então, a pintura chinesa se 
limitou à imitação dos modelos antigos, e surgiram as pinturas sobre 
seda e as gravuras, que tão imitadas seriam na Europa rococó 
(Chinoiserie).
A pintura japonesa, no essencial, não se afastou do modelo chinês. 
A principio também se produziu grande quantidade de afrescos, que 
decoravam as paredes dos templos. De caráter naturalista, eram 
semelhantes às primeiras pinturas budistas dos pagodes chineses. Já 
em plena Idade Média, os pintores japoneses abandonaram 
definitivamente os temas religiosos e optaram por ilustrar o 
refinamento e os luxos da corte. Adquiriu então importância a técnica 
de aquarela sobre papel ou seda, sempre segundo cânones estéticos 
chineses.
A partir do século XIV, a pintura sobre seda se transformou no 
gênero mais valorizado, e manifestou-se uma renovada religiosidade 
nos temas. Também foi o apogeu dos gêneros paisagistas e de costumes, 
com os conhecidos quadros da cerimônia do chá. O grande 
ressurgimento da pintura não chegou senão no século XVIII, com os 
quadros de costumes conhecidos como ukiyo e obras de Utamaro e 
Hokusal, que tanta influência exerceram sobre a pintura dos séculos 
XIX e XX, principalmente e dos impressionistas e modernistas.
ARTE INDIANA E KHMERIANA:
Deve-se entender como arte indiana aquela que se manifestou não 
apenas na Índia, mas também na Caxemira, Ceilão, Nepal, Tibete e 
Indonésia. O modelo, entretanto, foi forjado no país que lhe dá o nome 
e difundiu-se a partir do reino vizinho, o Khuner, pelos demais. As 
origens da arte indiana remontam às invasões dos arianos, no século 
VII a.C., que depois de devastar a civilização do vale do Indo 
impuseram sua língua, o sânscrito, e seus escritos religiosos, Os Vedas, 
com dinastia dos Mauryas começou um período de esplendor cultural.
O budismo, apesar de posterior ao Bramanismo e contemporâneo 
do jainismo, estabeleceu os princípios da arte indiana ao longo de toda 
a história, desde seu surgimento.
A necessidade de difusão desse 
movimento religioso levou à adoção de determinados parâmetros de 
representação, que depois foram estendidos às outras religiões. A arte 
indiana também recebeu influencia persa, principalmente nas cortes, 
112
sob o reinado de Asoka (274-237 a.C.). No século I d.C. surgiram as 
três escolas mais importantes da Índia. A de Gandhara e a de Mathura, 
no norte; e a de Wengi, no sul. A primeira foi a mais importante, na 
medida em que, influenciada pela arte grega, criou a chamada arte 
grecobúdica e foi também responsável pela primeira representação 
figurativa do príncipe Buda, sentado e com auréola, até então 
simbolizado pelo vazio. O chamado período clássico começou com os 
reis guptas, que revitalizaram notavelmente a pintura e a escultura e 
renovaram as formas arquitetônicas, retomando a tradição indiana, 
deixando de lado o budismo.
A arte indiana começou a se expandir a partir da Idade Média e 
encontrou seu imitador mais respeitado no vizinho reino do Khmer, no 
Camboja. Os artistas desse reino apostaram, entretanto, em 
representações mais rígidas, de modo geral estritamente simétricas e 
despojadas do sensualismo e erotismo do modelo. Especial relevância 
tiveram os templos piramidais, que se difundiram de lá para o resto da 
Ásia, e os relevos, de superfícies menos carregadas, aparentemente 
devido à falta de conhecimento técnicos de seus escultores.
Pintura:
A pintura indiana complementou a escultura na decoração de 
templos e palácios e serviu como veiculo de propagação da religião e da 
história a partir da dinastia Vakataka (século V d.C.), que manteve os 
princípios estilísticos da dinastia Gupta, anterior a ela: porte colossal, 
extravagância e colorido. A técnica utilizada era a do afresco 
combinado com a têmpera, ou seja, pintava-se o desenho básico com a 
parte úmida, retocando-a depois de seca a superfície. Essa técnica deu 
origem a graves problemas no que diz respeito à conservação das 
obras.
No geral, as representações tendiam para o naturalismo, ainda que 
fossem influenciadas por uma estética sensual e idealista. Os temas 
preponderantes eram as cenas de vida do príncipe Buda (O iluminado), 
cuja imagem apareceu pela primeira vez nas obras da escola de 
Gandhara. Antes, fazia-se alusão a ele através d algum símbolo ou do 
vazio, que era a representação mais completa de seu estado de pureza e 
santidade. A época do esplendor desse tipo de afresco coincidiu com o 
período de transição (séculos V a.C. – I a.C.). 
No caso dos afrescos das famosas cavernas de Ajanta, alguns 
datam do século II d.C., enquanto outros, mais novos, são do século V, 
época em que esse tipo de pintura começa a se difundir por toda a Ásia. 
113
No inicio do século X. a pratica do afresco cedeu lugar a miniatura, 
consagrada na Idade Média, tanto no Oriente quanto no Ocidente. 
Como a pintura era feita sobre folhas de plantas regionais dessecadas e 
em rolos de papel, faltavam-lhes o colorido e a vivacidade dos afrescos.
 Essa carência foi suprida com a influencia posterior da pintura persa.
Escultura:
A escultura Indiana teve, nas suas origens, um caráter 
decididamente naturalista. As figuras talhadas na pedra pareciam se 
reproduzir infinitamente para cobrir completamente, num 
descontrolado horror ao vazio, as paredes internas e externas do 
templo com figuras humanas e de animais, que, além de decorar, 
cumpriam a função de ensinar aos iniciados os princípios de Buda. 
Apesar de inteiramente figurativa, a arte budista dos pioneiros tempos 
evitou representar o príncipe iluminado.
Durante o período clássico (320-570 d.C.) a escultura indiana 
começou a adotar elementos fantásticos ao mesmo tempo em que 
ganhou em monumentalidade. Essa tendência se manteve por vários 
séculos. O melhor exemplo disso é o relevo “A Descida dos Ganges” 
(século I d.C.). No século XI apareciam as primeiras imagens do 
príncipe santo nas oficinas da escola de Gandhara sob a influencia 
grega. Os relevos com cenas eróticas extremamente explicitas, típicas 
da decoração dos stupas, surgiram a partir da indianização do 
budismo. 
Isso se deu ao fato de que sob a dinastia Mahayana, uma das 
ramificações religiosas indianas do budismo, o tantrismo, interpretou o 
ato sexual como a aproximação do homem divino. A influencia da 
estatuaria indiana deixou sua marca no reino vizinho, o Khmer, no 
Camboja. As formas búdicas e indianas foram adotadas em 
representações mais esquemáticas e rígidas, que evitavam toda a 
referencia ao erotismo, com uma qualidade artística visivelmente 
inferior, tanto nas estátuas quanto nos relevos.
ARTE ISLÂMICA:
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de 
Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina 
(Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos 
califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a 
Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. 
114
De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para 
estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética 
própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços 
estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptar 
muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus 
próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas 
coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados 
com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a 
arte islâmica foi na realidade, desde seu inicio, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no 
geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A 
representação figurativa era considerada uma má imitação de uma 
realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, 
resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que 
desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. 
As letras lavradas na parede lembraram o neófito, que contempla 
uma obra feita para Deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no 
inicio, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, 
que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, 
mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e 
guardiões do povo e conscientes da importância da religião como base 
para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a 
comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, 
jejum e peregrinação.
Arquitetura: As mesquitas (locais de oração) foram construídas 
entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em 
Medina : uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e 
duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A casa 
de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e 
refugio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por 
mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a 
rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as 
obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da 
Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, 
persistiu a preocupação com a preservação de certas formas 
geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão 
115
importante quanto o
arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente 
projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um 
circulo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de 
mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As 
numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, 
mas nem sempre conservaram sua forma.. As mesquitas transferiram 
depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as 
escolas de teologia, semelhantes àqueles na forma. A construção de 
palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capitulo a 
parte.
As residências dos emires, construíram uma arquitetura de 
segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados 
num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o 
habitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em 
Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o 
palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se comunicasse com a 
mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era 
o diwan ou sala de trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o 
minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no 
exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do 
almuadem ou muezim pudesse chegar a todos os fiéis, convidando-os à 
oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras 
construções representativas foram os mausoléus ou monumentos 
funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos 
mártires.
Tapetes: os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito 
importante na cultura e na religião islâmica. Para começar, como povo 
nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o 
interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as 
sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além 
de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o 
mulçumano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma 
unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se 
arcaicos e possuem uma trama de 80.000 nós por metro quadrado. Os 
mais valiosos são de origem persa e têm 40.000 nós por decímetro 
quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e 
Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais 
116
clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais 
e plantas, e os geométricos, de decoração.
Pintura e gráfica: as obras de pintura islâmica são representadas 
por afrescos e miniaturas,. Das primeiras, muito poucas chegaram até 
nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente 
usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e 
representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era 
semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse 
uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa.
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar 
livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação cientifica, para 
tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a 
narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito 
parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e 
ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras 
geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, 
por exemplo, separando um capitulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. 
Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das 
disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, 
junto com a cerâmica. No inicio, as representações eram 
completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas 
paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e 
flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o que é 
conhecido como arabesco.
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na 
simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e externas 
dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. 
Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas 
até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror ao espaço vazio. 
A mesma função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do 
século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas 
peças de uso cotidiano.
 
ARTE AFRICANA: 
Existem muitos preconceitos com relação à arte africana e à África 
em geral. A denominação genérica de africano engloba maior 
quantidade de raças e culturas do que a de europeu, já que no 
117
continente africano convivem dez mil línguas, distribuídas entre quatro 
famílias, que são as principais. Daí ser particularmente difícil 
encontrar os traços artísticos comuns, embora, a exemplo da Europa, 
se possa falar de um certo aspecto identificador que os diferencia dos 
povos de outros continentes.
O fato de os primeiros colonizadores terem subestimado essas 
culturas e considerado suas obras meras curiosidades exóticas, 
provocou um saque sem sentido na herança cultural desse continente. 
Recentemente, no século XX, foi possível, graças a antropologia de 
campo e aos especialistas em arte africana, organizar as coleções dos 
museus europeus. Mas o dono já estava feito. Muitos objetos ficaram 
sem classificação, não se conhecendo assim seu lugar de origem ou 
simplesmente ignorando-se sua função.
E isso é muito importante para a análise da obra. A arte africana é 
eminentemente funcional. Mais ainda, não pode ser entendida senão 
com base no estudo da comunidade que a produziu e de suas crenças 
religiosas. Basicamente os povos africanos eram animistas, prestavam 
culto ao espírito de seus antepassados. Outros chegaram a criar 
verdadeiros panteões de deuses, existindo também os povos 
monoteístas. Some-se a isso a influencia dos primeiros colonizadores 
portugueses, que cristianizaram várias regiões.
O auge da arte africana na Europa surgiu com as primeiras 
vanguardas, especialmente os fauvistas e os expressionistas. Estes, além 
de reconhecer os valores artísticos das peças africanas, tentaram imitá-
las, embora sempre sob a ótica de suas próprias interpretações, algo 
que colaborou em muitos casos, para a distorção do verdadeiro sentido 
das obras. Entre as peças mais valorizadas atualmente estão, apenas 
para citar algumas, as esculturas de arte das culturas fon, fang, ioruba 
e bini e as de Luba.
ARTE OCEANICA:
A arte da Oceania constituiu um conglomerado de expressões 
artísticas de grande diversidade. Sua inclusão na história da arte é 
bastante recente, data deste século, quando fauvistas e expressionistas 
se maravilharam diante da liberdade criativa que expressam as 
primeiras peças chegadas ao Velho Continente, vindas das ilhas 
paradisíacas dos mares do sul. Alguns, como Gauguin, não titubearam 
em se mudar para lá por algum tempo, em busca de novas motivações 
temáticas e técnicas. 
118
São quatro as etnias principais encontradas no continente da 
Oceania, vindas provavelmente da Índia e Indonésia: os australianos, 
nos deserto do continente, os papuas, na ilha da Nova Guiné, os 
Melanésios, no arquipélago da Melanésia, e os polinésios, na Nova 
Zelândia (os maoris) e ilha de Páscoa. Embora todos tenham origem 
asiática, cada um desenvolveu
diferentes técnicas e disciplinas artísticas 
submetidas em parte aos condicionamentos geográficos, climáticos e 
materiais de cada região.
Assim, embora no caso do arquipélago da Polinésia e Malanésia os 
materiais utilizados sejam variados: fibras vegetais, ossos, corais, penas 
de pássaros, madeira e conchinhas; o mesmo já não ocorre com os 
aborígines australianos, limitados pela escassez do deserto. Também é 
possível detectar diferenças estilísticas consideráveis, inclusive entre os 
povos mais próximos: os australianos se preocupam com o simbolismo 
religioso, os papuas acentuam a expressividade, e os polinésios, menos 
conservadores, buscavam a novidade.
119
Índice Remissivo
ABSTRACIONISMO: ..........................................................................................................70
ACTION-PAINTING: ..........................................................................................................85
ARTE AFRICANA ...................................................................................................................
 .......................................................................................................................................117
ARTE AFRICANA: ...........................................................................................................117
ARTE ASSEMBLAGES, AMBIENTES, HAPPENINGS, BODY ART E NOVO 
DADAISMO: ........................................................................................................................96
ARTE BARBARA: ...............................................................................................................20
ARTE BIZANTINA: ............................................................................................................18
ARTE CHINESA E JAPONESA: ......................................................................................109
ARTE CONCEITUAL: .........................................................................................................97
ARTE EGIPCIA: ....................................................................................................................6
ARTE GÓTICA: ...................................................................................................................23
ARTE GREGA: ....................................................................................................................10
ARTE INCA: ......................................................................................................................108
ARTE INDIANA E KHMERIANA: ..................................................................................112
ARTE ISLÂMICA: .............................................................................................................114
ARTE NAIF: .........................................................................................................................67
ARTE NOUVEAU: ..............................................................................................................45
ARTE OCEANICA: ............................................................................................................118
ARTE PALEOCRISTÃ: .......................................................................................................17
ARTE PRÉ-HISTÓRICA: ......................................................................................................3
ARTE ROMANA: ................................................................................................................14
ARTE ROMÂNICA: ............................................................................................................21
BARROCO: ..........................................................................................................................34
Classificação da arte: ...............................................................................................................1
COBRA: ................................................................................................................................86
Como as idéias se espalham pelo mundo? ..............................................................................3
Como entendemos a arte? .......................................................................................................2
Conceito: .................................................................................................................................1
120
CONCRETISMO: .................................................................................................................79
CONSTRUTIVISMO: ..........................................................................................................77
CUBISMO: ...........................................................................................................................60
DADAÍSMO: ........................................................................................................................69
DECLARAÇÃO CONJUNTA DE ROTHKO, GOTTILIEB E NEWMAN. .......................77
EARTH ART: .......................................................................................................................92
EXPRESSIONISMO ABSTRATO: .....................................................................................75
EXPRESSIONISMO: ...........................................................................................................51
FOVISMO: ............................................................................................................................59
GRAFITTI: .........................................................................................................................105
História da Arte: ......................................................................................................................1
IMPRESSIONISMO: ............................................................................................................46
INFORMALISMO, EXISTECIALISMO E TACHISMO: ..................................................95
INSTALAÇÃO: ....................................................................................................................97
INTERFERÊNCIA: ..............................................................................................................97
MANEIRISMO: ....................................................................................................................29
MESOPOTÂMIA: ..................................................................................................................6
MINIMALISMO: ..................................................................................................................90
MODERNISMO: ..................................................................................................................45
NEOCLASSICISMO: ...........................................................................................................39
NEOPLASTICISMO: ...........................................................................................................81
O que é estilo? Por que rotulamos os estilos da arte? .............................................................2
OP ART: ................................................................................................................................87
PINTURA METAFÍSICA: ...................................................................................................68
POP ART ..................................................................................................................................
 .........................................................................................................................................88
POP ART: ............................................................................................................................88
Por que o mundo necessita de arte? ........................................................................................2
PÓS-IMPRESSIONISMO: ...................................................................................................49
PÓS-MODERNISMO: ..........................................................................................................93
PRÉ-COLOMBIANOS: MAIAS - ASTECAS - INCAS: ..................................................106
Quem faz arte? ........................................................................................................................2
121
RACIONALISMO: ...............................................................................................................95
REALISMO: .........................................................................................................................42
RENASCIMENTO: ..............................................................................................................25
ROCOCÓ: .............................................................................................................................36
ROMANTISMO: ..................................................................................................................40
SUPREMATISMO: ..............................................................................................................75
SURREALISMO: .................................................................................................................82
TRANSVANGUARDA, NEO-EXPRESSIONISMO, NOVOS SELVAGENS, BAD 
PAINTING, NOVA FIGURAÇÃO E PÓS- MODERNISMO: .........................................100
122

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