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Da Administração Pública

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AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05 
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Olá, concurseiros! Chegamos hoje à nossa aula 05 para 
AFRFB/ATRFB/AFT. Hoje falaremos sobre o Capítulo VII do Título III da 
Constituição Federal, que trata da Administração Pública (arts. 37 a 43 
da CF/88). Vamos lá! 
 
1. Introdução 
A Constituição de República, ao falar da organização do Estado, 
no seu Título III, reserva um capítulo inteiro à temática da 
Administração Pública, que, como vimos, se compõe do conjunto dos 
órgãos administrativos inseridos nas pessoas estatais (Administração 
Direta) e do conjunto das entidades administrativas, vinculadas às 
entidades federativas (Administração Indireta). 
Estudaremos agora as regras constitucionais sobre a 
Administração Pública. Vale lembrar que, por terem estatura 
constitucional, tais regras não podem ser negadas por leis 
infraconstitucionais, as quais, se o fizerem, deverão ser taxadas de 
inconstitucionais pelo Judiciário e retiradas do ordenamento jurídico. 
2. Disposições Gerais sobre a Administração Pública (art. 37) 
2.1. Princípios Constitucionais da Administração Pública 
Segundo o art. 37, caput, da CF/88, a administração pública 
direta e indireta de qualquer Poder de todos os entes da Federação 
deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. Tal dispositivo consagra os 
princípios constitucionais da Administração Pública, que já foram 
estudados em aula passada, à qual remetemos o leitor, para relembrar 
a matéria. 
2.2. Acessibilidade aos Cargos Públicos 
O inciso I do artigo 37 reza que os cargos, empregos e funções 
públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da 
lei. 
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Nota-se, assim, que somente a lei pode estabelecer os requisitos 
de acesso aos cargos públicos (nunca apenas o edital) e que é possível 
aos estrangeiros ocuparem cargos e empregos públicos, conforme 
previsão legal. Nesse sentido, o art. 5.º, § 3.º, da Lei 8.112/1990 
dispõe que as universidades e instituições de pesquisa científica e 
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, 
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os 
procedimentos estabelecidos nessa Lei. 
Em consonância com esse dispositivo constitucional, a Súmula 
686 do STF reza que: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico 
a habilitação de candidato a cargo público.” Neste caso, o exame deve 
ter por base critérios objetivos, de reconhecido caráter científico, e 
deve existir a possibilidade de recurso (aliás, em qualquer fase de 
concurso público deve haver previsão de recurso administrativo quanto 
ao seu resultado). Já Súmula 14 da Corte Máxima dispõe que: “Não é 
admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, 
inscrição em concurso para cargo público.” (grifamos) 
É importante ressaltar que a lei que estabelece tais requisitos de 
acesso deve atender ao princípio da razoabilidade e respeitar a 
Constituição. Seria ilegítima, por exemplo, uma lei que exigisse idade 
máxima para provimento de cargo de atribuições meramente 
administrativas. Já para cargos que demandem intenso esforço físico do 
servidor, como os das carreiras policiais ou militares, tal exigência 
poderia ser considerada válida. Nesse sentido, a Súmula 683 do STF 
reza que: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se 
legitima em face do art. 7.º, XXX, da Constituição, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser 
preenchido.” O citado art. 7.º, XXX, da CF/88, c/c o art. 39, § 3.º, 
prevê como direito social dos servidores públicos a proibição de 
diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão 
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
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Além disso, os requisitos de acesso aos cargos, empregos e 
funções públicas devem estar preenchidos no momento da 
investidura, não no da inscrição no certame. Quanto ao tema, o STJ 
possui a Súmula 266, que reza: “O diploma ou habilitação legal para o 
exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o 
concurso público.” No entanto, como exceção a essa regra, o Supremo 
já declarou (ADI 3460/DF) que, no caso de concurso público para 
provimento de cargos da magistratura ou do Ministério Público, é 
legítima a exigência de comprovação dos três anos de atividade jurídica 
do bacharel em Direito (previstos na CF/88) no momento da inscrição 
definitiva na disputa. 
2.3. Concurso Público 
O inciso II do art. 37 da Carta Magna dispõe que a investidura em 
cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em 
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração. 
Nesse sentido, a Súmula 685 do Supremo reza que: “É 
inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao 
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na 
qual anteriormente investido.” Em função disso, estão banidas do nosso 
ordenamento as modalidades de provimento ascensão (ou acesso) e 
transferência, que permitiam ao servidor assumir outro cargo, 
pertencente a carreira diversa da que ocupava (aprofundaremos o 
estudo das formas de provimento na aula sobre a Lei 8.112/1990). 
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É importante destacar que, uma vez nomeado, o candidato tem 
direito à posse no cargo público (Súmula 16 do STF). O mesmo ocorre 
se o cargo for preenchido sem observância da ordem de 
classificação, o que gerará o direito à nomeação do candidato 
preterido, melhor classificado (Súmula 15 do STF). Contudo, não haverá 
direito do melhor classificado à nomeação se a inobservância da ordem 
classificatória ocorrer por ordem judicial (ex.: candidato pior 
classificado que, no entanto, conseguiu sentença judicial que ordene 
sua nomeação). Em outras palavras: não há preterição quando a 
Administração realiza nomeações em observação a decisão judicial. 
Atualmente, o STF já reconheceu o direito à nomeação do 
candidato aprovado dentro do número de vagas do edital do 
concurso, ficando os demais (excedentes) na lista de espera (cadastro 
de reserva), com mera expectativa de direito à nomeação. 
O edital do concurso, estando conforme a lei de regência do 
respectivo cargo ou carreira, obriga tanto os candidatos como a 
Administração Pública. Em outras palavras, o edital é a “lei” do 
concurso, razão pela qual a ofensa aos dispositivos do edital é um 
problema de legalidade. Todavia, havendo contradição entre o edital e a 
lei, esta deverá prevalecer, por ser de maior hierarquia que aquele, o 
qual é apenas um ato administrativo. 
Nos concursos públicos, é admissível a limitação do número de 
candidatos aprovados em uma etapa que terão acesso à próxima. Desse 
modo, pode a Administração estabelecer, como condição para a 
realização das etapas sucessivas de um concurso, que o candidato, 
além de alcançar determinada pontuação mínima na fase precedente, 
esteja entre os melhores classificados, até determinada posição. 
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O STF entende que, em face do princípio da legalidade, pode a 
Administração Pública, enquanto não concluído e homologado o 
concurso público, alterar as condições do certame constantes do 
respectivo edital (sempre por outro edital), para adaptá-las à nova 
legislação aplicável à espécie. Isso porque, durante o concurso, o 
candidato tem mera expectativa de direito à nomeação ou, se for o 
caso, à participação na segunda etapa do processo seletivo. Por 
exemplo, uma lei superveniente que passasse a exigir diploma de nível 
superior para um cargo, antes de nível médio, seria imediatamente 
aplicável, ainda que o edital do concurso já tivesse sido publicado, visto 
que este não pode contrariar a lei. 
Reza o inciso III do art. 37 que o prazo de validade do concurso 
público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período. Desse modo, o edital pode definir esse prazo como sendo de 
um ano, seis meses, 60 dias etc., podendo haver ou não previsão de 
prorrogação (sempre por igual período). 
A prorrogação deve ser feita antes de expirado o prazo inicial, 
pois não se admite a interrupção do período. Uma vez expirado o prazo 
de validade (tenha ou não sido prorrogado), desfez-se a expectativa de 
direito dos candidatos que compunham o cadastro de reserva, podendo 
a Administração, se desejar, abrir novo concurso. Não obstante, o STF 
já se pronunciou (RE-AgR 419013/DF, RE 192568/PI) no sentido de 
que, pelo princípio da razoabilidade, é de se presumir, como objeto do 
concurso, o preenchimento das vagas existentes, sendo situação de 
desvio de poder, ato da administração pública que implique nomeação 
parcial de candidatos, indeferimento da prorrogação do prazo do 
concurso sem justificativa socialmente aceitável e publicação de 
novo edital com idêntica finalidade. 
Segundo o § 2.º do art. 37 da CF/88, a não observância do 
disposto nos incisos II e III acima comentados implicará a nulidade do 
ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. 
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O inciso IV dispõe que, durante o prazo improrrogável previsto no 
edital, o candidato aprovado em concurso público de provas ou de 
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. Desse modo, 
a Administração até pode realizar novo concurso público, havendo outro 
anterior, ainda não expirado, mas, na convocação dos aprovados, 
deverá chamar primeiramente os candidatos do certame mais antigo. 
Por outro lado, expirado o prazo de validade do concurso anterior, não 
poderá mais haver convocação de candidatos desse primeiro certame. 
É importante destacar que, segundo o STF, os candidatos 
aprovados na primeira etapa do concurso (provas e títulos), mas não 
classificados para a segunda etapa (curso de formação), não têm 
preferência de nomeação em relação a classificados em concurso 
posterior, salvo se aqueles constituírem cadastro de reserva, 
conforme previsão explícita do edital, e – por óbvio – o primeiro 
concurso ainda estiver na validade. Atualmente os editais, para evitar 
controvérsias desse tipo, têm trazido expressa a cláusula de que os não 
classificados para o curso de formação são considerados eliminados do 
certame. 
Vale citar, todavia, que o art. 12, § 2.º, da Lei 8.112/1990 prevê 
que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado 
em concurso anterior com prazo de validade não expirado. A regra 
federal, que até hoje não foi questionada quanto à sua 
constitucionalidade (frente ao art. 37, IV, da CF/88), exige que se 
nomeiem todos os aprovados, ou se aguarde o fim do prazo de validade 
do concurso, antes da abertura de nova disputa. 
Por fim, o STF já decidiu também que, se houver a terceirização
das vagas, ocorrerá a preterição dos candidatos aprovados, que, 
assim, passarão a ter direito à nomeação. Ou seja, uma vez 
comprovada a existência das vagas, sendo estas preenchidas, ainda que 
precariamente (ex.: terceirização, contratação de temporários), ficará 
caracterizada a preterição dos candidatos aprovados no concurso para 
essas vagas. 
2.4. Cargos em Comissão e Funções de Confiança 
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Conforme o art. 37, V, da CF/88, as funções de confiança
devem ser exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de 
cargo efetivo. Já os cargos em comissão devem ser preenchidos por 
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos 
previstos em lei. Além disso, tanto as funções de confiança quanto os 
cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, 
chefia e assessoramento. 
Note-se que, embora todas as funções comissionadas devam ser 
ocupadas por servidores efetivos, os cargos em comissão podem ou não 
ser ocupados por tais agentes, pois se admite o provimento de cargos 
em comissão por pessoas estranhas à Administração (que serão, assim, 
servidores exclusivamente comissionados). No entanto, a lei pode 
determinar casos, condições e percentuais mínimos de preenchimento 
de cargos em comissão por servidores de carreira. Na maioria dos 
casos, tal lei ainda não existe. 
Quanto ao tema, o Supremo já decidiu também que é 
inconstitucional a lei que crie cargos em comissão com atribuições 
meramente técnicas, isto é, que não possuam o caráter de 
assessoramento, chefia ou direção, exigido para tais cargos. Já 
entendeu a Corte também que, pelo princípio da proporcionalidade, há 
que ser guardada certa correlação entre o número de cargos efetivos e 
em comissão, de maneira que exista estrutura para atuação do Poder 
Público (não se admite, por exemplo, que todos os cargos da 
Administração sejam comissionados). 
2.5. Associação Sindical do Servidor Público 
De acordo com o inciso VI do art. 37, é garantido ao servidor 
público civil o direito à livre associação sindical. Em função desse 
dispositivo, é comum a existência de sindicatos de servidores públicos, 
sendo que praticamente todas as categorias possuem seu sindicato 
atualmente. E, uma vez efetivada a filiação do servidor, a assembléia 
geral do sindicato poderá receber, por desconto em folha, a 
contribuição sindical fixada, nos termos do art. 8.º, IV, da CF/88. 
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2.6. Direito de Greve do Servidor Público 
O inciso VII dispõe que o direito de greve dos servidores 
públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica. Antigamente a exigência era de lei complementar, mas 
hoje basta a lei ordinária específica. De qualquer modo, tal lei até hoje 
não foi editada, de sorte que os servidores, em princípio, ficariam 
impedidos de exercer seu direito de greve, embora este seja 
constitucionalmente assegurado, pois esse inciso veicula norma de 
eficácia limitada (isto é, que precisa de lei regulamentadora para se 
tornar efetiva). 
No entanto, para resolver esse problema, o STF determinou a 
aplicação, no que couber, da lei de greve dos trabalhadores 
privados (Lei 7.783/1989) aos servidores públicos, enquanto não for 
editada a lei específica regulamentadora do direito de greve no setor 
público. Assim, embora a norma do artigo 37, VII, da CF/88 seja uma 
norma de eficácia limitada, o STF decidiu que, enquanto não for editada 
a lei regulamentadora do dispositivo, poderão os servidores públicos 
exercer seu direito de greve com base, no que couber, na Lei 
7.783/1989. 
Agora, atenção: não obstante o entendimento acima, o Supremo
decidiu (Rcl 6.568/09) pela relativização do direito de greve de 
alguns servidores, em razão da natureza das atividades públicas que 
exercem. Segundo o Pretório, os servidores públicos que exercem 
atividades de manutenção da ordem pública, de segurança 
pública, de saúde pública, de administração da Justiça, bem como 
as relativas às carreiras de Estado, que exercem atividades 
indelegáveis, como as de exação tributária, devem ser privados do 
exercício do direito de greve, a fim de garantir a conservação do bem 
comum. 
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Ou seja, embora os servidores públicos em geral possuam o 
direito de greve, os agentes supracitados são exceção à regra, não 
estando inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito. 
A necessidade de coesão social exige que tais serviços públicos sejam 
prestados plenamente, em sua totalidade. Afirmou o STF também que, 
para esse efeito, os serviços públicos desenvolvidos por grupos 
armados, como as atividades da polícia civil, são análogos às 
atividades dos militares, em relação aos quais a Constituição 
expressamente proíbe a greve (art. 142, § 3.º, IV). 
Já decidiu nossa Corte Máxima também que o servidor em 
estágio probatório não pode ser impedido de exercer seu direito 
de greve. Segundo o Supremo, ao considerar o exercício do direito de 
greve como falta grave ou fato desabonador da conduta, em termos de 
avaliação de estágio probatório, que enseja imediata exoneração do 
servidor público não estável, a Administração viola o direito de greve 
dos servidores públicos, por incluir, entre os fatores de avaliação do 
estágio probatório, de forma inconstitucional, o exercício não abusivo
do direito de greve. Afirmou o STF que a ausência de regulamentação 
do direito de greve não transforma os dias de paralisação em 
movimento grevista em faltas injustificadas. 
2.7. Vagas para Portadores de Deficiência 
O inciso VIII dispõe que a lei reservará percentual dos cargos e 
empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá 
os critérios de sua admissão. Em atendimento a esse dispositivo, o art. 
5.º, § 2.º, da Lei 8.112/1990 reza que as pessoas portadoras de 
deficiência têm o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas serão reservadas 
até vinte por cento das vagas oferecidas no concurso. 
Por outro lado, nos termos do art. 37 do Decreto 3.298/1999, 
será reservado aos candidatos portadores de deficiência, no mínimo, o 
percentual de 5% das vagas, sendo que, caso a aplicação desse 
percentual resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o 
primeiro número inteiro subsequente. 
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Já decidiu o Supremo que a exigência constitucional de reserva de 
vagas para portadores de deficiência em concurso público se impõe 
ainda que o percentual legalmente previsto seja inferior a um, hipótese 
em que a fração deve ser arredondada. Tal entendimento visa garantir 
a eficácia do art. 37, VIII, da CF/88, que, caso contrário, restaria 
violado. Não obstante, segundo o STF, o percentual máximo previsto 
em lei não deve ser ultrapassado, ainda que em razão de 
arredondamento. A Corte relembra que a regra é a participação dos 
candidatos no concurso público em igualdade de condições e que, por 
encerrar exceção, a reserva de vagas para portadores de deficiência 
faz-se nos limites da lei e na medida da viabilidade, consideradas as 
vagas totais existentes, devendo ser afastada a possibilidade de, 
mediante arredondamento, majorarem-se as percentagens mínima e 
máxima previstas em lei. 
Em função desse entendimento, algumas bancas já têm deixado 
de prever reserva para deficientes em seus editais, quando o número 
total de vagas é muito pequeno, por exemplo, três vagas. Veja que, 
neste caso, reservar uma vaga para portadores de necessidades 
especiais significaria reservar 33% do total (1 de 3), ultrapassando o 
limite legal máximo de 20% (na esfera federal). 
É importante destacar que a exigência de aprovação no concurso 
é de caráter geral, isto é, não pode ser afastada para os deficientes, 
em função da reserva de vagas. Em outras palavras, são reservadas 
vagas para os portadores de necessidades especiais que forem 
aprovados no concurso. 
Quanto ao tema, cite-se ainda a Súmula 377 do STJ que 
estabelece: “O portador de visão monocular tem direito de concorrer, 
em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.” 
2.8. Contratação Temporária 
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O inciso IX prevê que a lei estabelecerá os casos de contratação 
por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público. Na esfera federal, este dispositivo é 
regulamentado pela Lei 8.745/1993. 
De acordo com o STF, esse inciso da Carta Magna autoriza 
contratações, sem concurso público, desde que indispensáveis ao 
atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse 
público, quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, 
temporário ou excepcional, quer para o desempenho das atividades de 
caráter regular e permanente. 
O importante é que estejam atendidas as condições para tal 
contratação. Segundo a Corte Máxima, são elas (ADI 2229/ES): a) 
previsão em lei dos cargos; b) tempo determinado; c) 
necessidade temporária de interesse público; d) interesse 
público excepcional. Nesse sentido, declarou o Tribunal ser 
inconstitucional a essa contratação temporária excepcional para a 
admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e 
permanentes. Do mesmo modo, o STF não admite a contratação por 
tempo determinado, de forma genérica e abrangente, de servidores, 
sem o devido concurso público, para cargos típicos de carreira, tais 
como os relativos à área jurídica. 
Na verdade, os chamados agentes temporários não ocupam 
cargo nem emprego público. Exercem tão somente função pública, 
sob regime estatutário (e não celetista). Só que o estatuto deles não é 
a Lei 8.112/1990, é a citada Lei 8.745/1993 (na esfera federal). Em 
função disso, já disse o Supremo que as contratações temporárias para 
suprir os serviços públicos estão no âmbito de relação jurídico-
administrativa (estatutária), sendo competente para dirimir os conflitos 
a Justiça comum (Federal ou Estadual, conforme o caso) e não a 
Justiça do Trabalho. 
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Um exemplo de contratação temporária prevista na Lei 
8.745/1993 é aquela realizada pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), para a realização de recenseamentos. 
Neste caso, conforme já afirmou o STF, não seriam justificáveis a 
criação e o provimento de cargos públicos com o objetivo apenas de 
atender a demandas sazonais de pesquisa, pois, após o término dos 
trabalhos, não seria possível a dispensa dos servidores, o que 
ocasionaria o inchaço da estrutura da entidade. 
 
Há vários outros casos de necessidade temporária de excepcional 
interesse público previstos na Lei 8.745/1993, entre os quais: 
assistência a situações de calamidade pública ou a emergências em 
saúde pública; combate a emergências ambientais; admissão de 
professor substituto, professor visitante e professor ou pesquisador 
visitante estrangeiro. 
Segundo essa Lei, o recrutamento do pessoal a ser
contratado 
será feito mediante processo seletivo simplificado sujeito a ampla 
divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União, prescindindo 
de concurso público, sendo que, no caso de necessidades decorrentes 
de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em 
saúde pública, até mesmo esse processo seletivo será dispensado. 
É importante frisar que o STF entende que, havendo candidatos 
aprovados em concurso público em vigor (com prazo de validade não 
expirado) e comprovada a necessidade de contratação de pessoal, 
deve-se nomear esses aprovados em detrimento da renovação de 
eventuais contratos temporários no órgão ou entidade. 
2.9. Remuneração dos Servidores Públicos 
O inciso X do art. 37 dispõe que a remuneração e o subsídio dos 
servidores públicos somente poderão ser fixados ou alterados por lei 
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo 
assegurada também a revisão geral anual, sempre na mesma data e 
sem distinção de índices. 
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Nota-se, assim, que, em tema de remuneração dos servidores 
públicos, estabelece a Constituição o princípio da reserva de lei. Em 
outras palavras, a alteração da remuneração dos servidores públicos só 
poderá ser feita mediante lei ordinária específica. Por exemplo, não se 
admite mais, como ocorria no passado, o aumento da remuneração dos 
servidores do Legislativo por mera Resolução da respectiva Casa. 
Lembre que um projeto de lei ordinária, independentemente de quem o 
tenha apresentado, deve ir, ao final, a sanção ou veto do Executivo. 
A iniciativa do projeto de lei que fixa ou aumenta a remuneração 
dos servidores é do respectivo Poder, do Ministério Público ou do 
Tribunal de Contas, conforme o caso. Por exemplo, a lei que aumenta a 
remuneração dos servidores da Receita Federal é de iniciativa do Poder 
Executivo; a que aumenta a remuneração dos servidores do Senado 
Federal é de iniciativa desse órgão independente do Legislativo. 
Já a revisão geral anual deve ser também veiculada por lei 
específica, conforme já decidiu o STF, sendo o projeto de iniciativa 
do Executivo. São exemplos de leis que promoveram a revisão geral 
anual dos servidores públicos as Leis 10.331/2001 e 10.697/2003. 
Veja também que a revisão geral não se confunde com os 
aumentos dados às diversas carreiras do serviço público, com índices 
próprios e diferenciados, conforme a respectiva lei específica. Aliás, 
nossa Corte Maior já declarou que é possível a dedução de eventuais 
aumentos decorrentes da reestruturação da carreira, criação e 
majoração de gratificações e adicionais ou de qualquer outra vantagem 
inerente ao respectivo cargo ou emprego da revisão geral anual de 
vencimentos. 
Historicamente, o Presidente da República tem descumprido a 
obrigatoriedade de revisão geral anual, o que, no entanto, não tem 
acarretado maiores consequências jurídicas ou políticas. Segundo o 
Supremo, a omissão legislativa, embora inconstitucional, não gera o 
dever do Poder Público de indenizar os servidores pelas perdas 
inflacionárias, nem permite ao Judiciário adotar providências legislativas 
necessárias para sanar a omissão, pois não é função desse Poder 
legislar. 
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O inciso XI do art. 37 trata do chamado teto remuneratório 
constitucional, isto é, do valor máximo que a lei pode fixar a título de 
remuneração ou subsídio dos servidores públicos. Segundo o 
dispositivo: 
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, 
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e 
dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as 
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão 
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o 
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o 
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder 
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de 
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por 
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite 
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores 
Públicos; (grifamos) 
Veja bem: Há um teto remuneratório geral estabelecido na 
CF/88 para todos os servidores de todas as esferas de Governo (federal, 
estadual/distrital e municipal): o subsídio de Ministro do STF. Nos 
Municípios, existe ainda um subteto, que é o subsídio do Prefeito. Já 
nos Estados e no Distrito Federal, há também subtetos, um para 
cada Poder: o subsídio do Governador, no Executivo; o subsídio dos 
Deputados, no Legislativo; e o subsídio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, no Judiciário. Este limite do Judiciário (de no 
máximo 90,25% do subsídio dos Ministros do STF) é aplicável também 
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores Públicos e aos 
Defensores Públicos. 
Note que as parcelas indenizatórias (ex.: diárias, ajuda de 
custo) não estão compreendidas no teto remuneratório. 
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Veja também que o dispositivo se refere à Administração 
Direta, Autárquica e Fundacional. Já no caso das empresas 
públicas e sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, o 
teto só terá incidência se elas receberem recursos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal (DF) ou dos Municípios para pagamento de 
despesas de pessoal ou de custeio em geral (§ 9.º do art. 37). 
Vamos sintetizar o assunto por meio da seguinte tabela: 
TETO REMUNERATÓRIO CONSTITUCIONAL 
UNIÃO 
Subsídio de 
Ministro do STF 
ESTADOS/DF 
Poder Executivo 
Subsídio do 
Governador 
Poder Legislativo Subsídio de Deputado 
Poder Judiciário 
Subsídio de 
Desembargador do TJ 
(90,25% do STF) 
Ministério Público 
Procuradores e 
Defensores Públicos 
MUNICÍPIOS Subsídio do Prefeito 
Além disso, segundo o § 11 do art. 37, não serão computadas, 
para efeito dos limites remuneratórios de que trata este inciso XI, as 
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
Já o § 12 do art. 37 prevê que os Estados e o DF podem fixar, em 
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei 
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 
90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF. Não obstante, tal 
regra não se aplica aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e 
dos Vereadores, que já possuem seus respectivos tetos remuneratórios 
definidos na CF/88 (art. 26, § 2.º, e art. 29, VI, respectivamente). 
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Vale destacar ainda a decisão do STF (ADI 3854-MC/DF) no 
sentido de que a interpretação de que a regra constitucional limita o 
teto remuneratório dos magistrados estaduais a 90,25% do subsídio 
do STF foi considerada inconstitucional, tendo em vista o princípio 
da isonomia e o caráter nacional do Poder Judiciário. Desse modo, 
entendeu a Corte que esse subteto não deve alcançar
os subsídios dos 
membros da magistratura estadual, que deve ser limitada pelo 
mesmo teto aplicável à magistratura federal. 
O inciso XII reza que os vencimentos dos cargos do Poder 
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos 
pelo Poder Executivo. O dispositivo justifica-se porque, historicamente, 
os vencimentos dos cargos do Legislativo e do Judiciário são maiores
que os pagos pelo Executivo. É claro que se devem comparar cargos de 
atribuições iguais ou assemelhadas nos três Poderes. 
Segundo o STF, a isonomia deve ser viabilizada mediante lei. 
Desse modo, esse dispositivo apenas cria um limite, não uma efetiva 
relação de igualdade. Assim, tal limite, para ser efetivamente 
implementado, exige atuação legislativa, não sendo regra autoaplicável. 
Nos termos do inciso XIII, é vedada a vinculação ou equiparação 
de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de 
pessoal do serviço público. Isso significa que a remuneração de 
qualquer cargo público deve vir expressa em lei, em valores 
numéricos, não se admitindo apenas afirmar que a remuneração do 
cargo A é a mesma do cargo B (equiparação). 
Do mesmo modo, não pode a lei prever que a remuneração do 
cargo A será sempre, por exemplo, 90% da remuneração do cargo B, 
pois isso criaria uma vinculação. Note: se prevalecesse essa regra, 
sempre que os valores do cargo B fossem aumentados, 
automaticamente os do cargo A também ficariam majorados, 
contrariando, inclusive, a exigência de lei específica para alteração dos 
vencimentos deste cargo (inciso X acima). 
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Nesse sentido, o Supremo já afirmou que nada impede que 
procuradores autárquicos e fundacionais venham a ter os seus 
vencimentos fixados no mesmo patamar dos procuradores da 
administração direta. Mas é preciso que a lei, uma para cada classe de 
advogados públicos, expressamente fixe os respectivos valores. 
Também já foi declarado inconstitucional dispositivo legal que previa o 
reajuste automático de vencimentos dos servidores do estado, 
vinculado mensalmente ao coeficiente de crescimento nominal da 
arrecadação do ICMS e a indexador federal. 
Em homenagem a esse inciso XIII, a Súmula 681 do STF reza 
que: “É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de 
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção 
monetária.” Não se admite, portanto, nenhum mecanismo que altere 
automaticamente, sem lei específica, remuneração de cargo público. Do 
mesmo modo, a Súmula 339 dessa Corte dispõe que: “Não cabe ao 
Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos 
de servidores públicos sob fundamento de isonomia.” 
Por outro lado, a Corte Máxima entende que a fixação de um 
limite percentual na diferença entre os valores de remuneração 
recebidos pelos ocupantes dos níveis que compõem a carreira de um 
mesmo cargo não afronta a vedação contida neste inciso XIII do art. 
37, por se tratar, neste caso, de uma sistematização da hierarquia 
salarial entre as classes de uma mesma carreira, e não uma 
vinculação salarial entre diferentes categorias de servidores públicos. 
Vale dizer ainda que, embora seja inconstitucional a vinculação ou 
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração do serviço público, existem algumas situações de 
vinculação previstas na própria Constituição. Neste caso, não há 
que se falar em inconstitucionalidade. Por exemplo, o art. 93, V, da 
CF/88 prevê que o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores (STJ, 
TST, TSE e STM) corresponderá a 95% do subsídio mensal fixado para 
os Ministros do STF. 
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Segundo o inciso XIV, os acréscimos pecuniários percebidos por 
servidor público não serão computados nem acumulados para fins de 
concessão de acréscimos ulteriores. Por exemplo: se um servidor tem 
vencimento de R$ 1.000 e recebe duas gratificações, de 10% e 20%, 
respectivamente, cada uma delas deve ser calculada sobre o valor do 
vencimento básico, e não sobre o somatório deste com a gratificação 
anterior. Portanto, o servidor deve receber, neste caso, R$ 1.000 + R$ 
100 + R$ 200 = R$ 1.300. 
Com isso, afasta-se também o denominado “repique”, isto é, a 
incidência de adicional sobre adicional anterior da mesma natureza 
(chamada também de cálculo de vantagens “em cascata”). Imagine, 
por exemplo, que o servidor tivesse direito a 5% de adicional por tempo 
de serviço a cada quinquênio trabalhado. Cada valor de 5% deveria ser 
calculado apenas sobre o vencimento, não sobre o vencimento 
acrescido do adicional referente ao quinquênio anterior. 
Segundo o STF, o dispositivo veda também a acumulação de 
vantagens concedidas sob o mesmo título. Por exemplo, um adicional 
bienal e um quinquênio, ambos acréscimos à remuneração com 
fundamento no tempo de serviço público, devem ser considerados 
inconstitucionais (pelo menos, um deles). 
Ainda, não se admite a incorporação de gratificação ao 
vencimento básico, para aumentar a base de cálculo de vantagens 
posteriores, sob o fundamento de que o somatório passaria a ser o novo 
vencimento básico. Segundo o Supremo, tal manobra legal também é 
inconstitucional. 
O inciso XV estabelece que o subsídio e os vencimentos dos 
ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis. É o 
princípio da irredutibilidade dos vencimentos. O dispositivo 
ressalva, porém, o respeito ao teto remuneratório constitucional (inciso 
XI acima) e a vedação à concessão de vantagens com base em 
vantagens anteriores (inciso XIV supra), de modo que se autoriza a 
redução da remuneração do servidor que esteja recebendo valores em 
desrespeito a essas regras. 
 
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Esse inciso destaca ainda que não ofende a irredutibilidade a 
incidência do imposto de renda. Portanto, a redução do valor líquido 
recebido pelo servidor, em função de um aumento nesse tributo, é 
permitida pela Constituição. O mesmo vale para outros tributos, como a 
contribuição social previdenciária do servidor. Em outras palavras, a 
irredutibilidade é sobre o valor bruto dos vencimentos. 
Também não representa redução de remuneração a perda do 
poder de compra decorrente da inflação. No caso, a irredutibilidade se 
refere ao valor nominal dos vencimentos, não ao seu valor real. De 
acordo com o STF, o princípio da irredutibilidade é garantia contra a 
redução do quantum que se recebe, e não daquilo que se pretende 
receber para que não haja perda do poder aquisitivo em decorrência da 
inflação. 
Segundo o STF, não ofende a irredutibilidade a alteração da 
estrutura remuneratória do servidor, com supressão de vantagens 
anteriormente pagas, desde que o total percebido pelo servidor não 
seja reduzido. Em outras palavras, não há direito adquirido a regime 
jurídico-funcional pertinente à composição dos vencimentos ou a 
permanência do regime legal de reajuste de vantagem, desde que 
eventual modificação introduzida por lei superveniente preserve o 
montante global da remuneração, não acarretando redução de caráter 
pecuniário. 
Já o aumento de carga horária de trabalho, sem 
correspondente aumento de remuneração, segundo o Supremo, 
representa violação do princípio da irredutibilidade dos vencimentos. 
Neste caso, o aumento da carga de trabalho deve vir acompanhado da 
indispensável contraprestação, para que o poder público não alcance 
vantagem indevida. 
2.10. Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas 
O inciso
XVI traz a regra geral de proibição de acumulação de 
cargos públicos e suas exceções. Segundo o dispositivo, é vedada a 
acumulação remunerada de cargos públicos, exceto nos seguintes 
casos: 
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a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou 
científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais 
de saúde, com profissões regulamentadas. 
Mesmo nos casos acima, a acumulação só será permitida se 
houver compatibilidade de horários e desde que observado, quanto 
ao somatório dos valores recebidos, o teto remuneratório
constitucional do inciso XI. 
O inciso XVII vem para definir que a proibição de acumular 
estende-se também a empregos e funções e abrange não só a 
Administração Direta, mas também autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as demais 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público. 
Embora não esteja literalmente explícito, a vedação de acumular 
estende-se entre as esferas de governo (federal, estadual/distrital e 
municipal). Por exemplo, não é permitido exercer simultaneamente um 
cargo público federal com um emprego público estadual, salvo nas 
hipóteses permissivas acima citadas (ex.: dois cargos/empregos de 
professor). 
De acordo com o STJ, cargo técnico ou científico, para fins de 
acumulação com o de professor, é aquele para cujo exercício sejam 
exigidos conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, 
não necessariamente de nível superior. Assim, enquadram-se no 
conceito os cargos de nível superior que exijam diploma específico 
(medicina, direito, enfermagem etc.) e os de nível médio que 
demandem curso técnico desse nível (informática, contabilidade, 
enfermagem e outros). 
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Quanto ao tema de acumulação, vale destacar que não só o 
acúmulo de cargos, empregos e funções, mas também o de proventos
de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função, 
são, como regra, vedados pela Constituição. De acordo com o § 10 do 
art. 37, é vedada a percepção simultânea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência social dos 
servidores públicos civis (RPPS – art. 40 da CF/88) ou dos regimes 
próprios dos militares (arts. 42 e 142) com a remuneração de cargo, 
emprego ou função pública. 
Porém, como exceção, a CF/88 permite a acumulação de 
proventos com remuneração nos seguintes casos: cargos 
acumuláveis na forma da Constituição; cargos eletivos; e cargos 
em comissão. Nada impede, por exemplo, que um servidor 
aposentado seja eleito deputado ou assuma um cargo em comissão, 
acumulando sua aposentadoria com a remuneração ou o subsídio do 
cargo. Não obstante, não se admite a cumulação de aposentadorias 
no regime próprio, salvo quanto aos cargos acumuláveis (art. 40, § 
6.º, CF/88). 
Além disso, o § 11 do art. 40 dispõe que se aplica o teto 
remuneratório do art. 37, XI, da CF/88 à soma total dos proventos 
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de 
cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a 
contribuição para o RGPS, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
na forma da Constituição, cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 
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Vale citar ainda que o art. 11 da Emenda Constitucional 20/1998 
dispõe que a vedação prevista no art. 37, § 10, da CF/88 não se 
aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, 
que, até a publicação dessa Emenda, tenham ingressado 
novamente no serviço público por concurso público de provas ou de 
provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição 
Federal. Ou seja, o servidor enquadrado nesta situação poderá 
acumular proventos de aposentadoria do RPPS com remuneração de 
cargo, emprego ou função pública, ainda que não se trate de cargos 
acumuláveis, cargos eletivos ou cargos em comissão. No entanto, 
mesmo neste caso, fica proibida a percepção de mais de uma 
aposentadoria pelo RPPS (salvo no caso de cargos acumuláveis). 
Desse modo, quando o servidor enquadrado na exceção do art. 11 da 
EC 20/1998 se aposentar no cargo que ocupa, terá que abrir mão de 
uma das aposentadorias. Além disso, em qualquer hipótese, aplica-se o 
teto remuneratório do inciso XI do artigo 37. 
Segundo o STF, é possível também, ao servidor enquadrado na 
regra do art. 11 da EC 20/1998, a acumulação de proventos de uma 
aposentadoria com duas remunerações (eita!). Isso pode ocorrer no 
caso do aposentado que retornou ao serviço público por concurso 
público, assumindo dois cargos acumuláveis (art. 37, XVI), antes do 
advento da EC 20/1998. Fica vedada, todavia – ressalte-se –, a 
percepção das três aposentadorias futuramente (poderá acumular as 
duas dos cargos acumuláveis ou receber apenas os proventos 
referentes ao outro cargo em que já era aposentado, o que for mais 
vantajoso para o servidor). 
2.11. Administração Fazendária 
O inciso XVIII do art. 37 prevê que a administração fazendária 
e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência 
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na 
forma da lei. Esse dispositivo é campeão em provas da Receita Federal. 
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Já o inciso XXII reza que as administrações tributárias da 
União, dos Estados, do DF e dos Municípios, atividades essenciais ao 
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras 
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas 
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o 
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei 
ou convênio. Esse dispositivo também é campeão em provas da Receita 
Federal. Por que será, hem? 
2.12. Criação de Entidades da Administração Indireta 
O inciso XIX reza que somente por lei específica poderá ser 
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de 
sociedade de economia mista e de fundação pública, cabendo à lei 
complementar, neste último caso (ou seja, da fundação), definir as 
áreas de sua atuação. 
Desse modo, a autarquia, pessoa jurídica de direito público, é 
criada diretamente pela lei ordinária específica. Já as empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas têm 
personalidade jurídica de direito privado, razão pela qual sua criação 
é apenas autorizada por lei, sendo necessário, para sua efetiva 
criação, o arquivamento de seus atos constitutivos no respectivo 
registro, conforme o art. 45 do Código Civil de 2002. 
Não obstante – fiquem atentos! –, muitas fundações públicas 
foram criadas diretamente por lei. Neste caso, o STF as considera 
pessoas jurídicas de direito público, na verdade, espécie de 
autarquias (autarquias fundacionais ou fundações autárquicas). Desse 
modo, temos hoje fundações públicas de direito público e de direito 
privado. 
Note ainda que é necessária uma prévia lei complementar 
definindo as áreas de atuação da fundação pública de direito privado. 
Na esfera federal, por exemplo, essa lei ainda não existe. 
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O inciso XX estabelece que depende de autorização legislativa, 
em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas 
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em 
empresa privada. Há certa divergência doutrinária quanto ao alcance 
da expressão “entidades mencionadas no inciso anterior”, se englobaria 
todas as entidades da Administração Indireta ou apenas as empresas 
públicas e sociedades de economia mista, que são entidades 
empresariais, cuja natureza é mais adequada à constituição de 
subsidiárias e à participação no capital de empresas privadas. 
O STF já decidiu que a citada autorização legislativa não precisa 
ser específica, bastando a autorização legal genérica. Um exemplo é o 
art. 64 da Lei 9.478/1997, que autoriza a Petrobrás a constituir 
subsidiárias, as quais poderão associar-se, majoritária ou 
minoritariamente, a outras empresas. Desse modo, segundo a Corte 
Maior, é dispensável a autorização legislativa para a criação de 
empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na 
própria lei que instituiu a sociedade de economia mista matriz, tendo 
em vista que a lei criadora, neste caso, é a própria medida 
autorizadora. 
2.13. Licitação Pública 
Dispõe o inciso XXI que, ressalvados os casos especificados na 
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, 
nos termos da lei. A licitação somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
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É bom lembrar que, de acordo com o art. 22, XXVII, da CF/88, 
compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de 
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, 
Estados, DF e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para 
as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do 
art. 173, § 1°, III (este último dispositivo prevê uma lei própria que 
estabelecerá o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de 
economia mista exploradoras de atividade econômica, dispondo, entre 
outros assuntos, sobre licitação e contratação em tais entidades). 
O diploma que regulamenta o art. 37, XXI, da CF/88 é a Lei 
8.666/1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos 
administrativos no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do DF e 
dos Municípios, dispondo que as obras, serviços, compras, alienações, 
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando 
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de 
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas na própria Lei. 
A lei federal de normas gerais não impede que as demais 
entidades federativas editem normas específicas sobre o tema, para 
atender a suas peculiaridades. A própria Lei 8.666/1993 estabelece, no 
art. 118, que os Estados, o DF, os Municípios e as entidades da 
administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e 
contratos ao disposto nessa Lei. 
2.14. Impessoalidade em Atos de Governo 
O § 1.º do art. 37 prevê que a publicidade dos atos, programas, 
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos. É um corolário do 
princípio da impessoalidade, que veda a promoção pessoal de 
agentes públicos. É por isso que, nas obras da União, por exemplo, 
vemos sempre a frase “Obra do Governo Federal”, nunca “Obra do 
Presidente Fulano”. 
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Nesse sentido, a Lei 6.454/1977 veda atribuir nome de pessoa 
viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às 
pessoas jurídicas da Administração indireta. Segundo o STF, 
dispositivos legais dessa natureza estão em consonância com o art. 37, 
§ 1.º, da Lei Maior. 
2.15. Participação do Usuário na Administração Pública 
O § 3.º do art. 37 reza que a lei disciplinará as formas de 
participação do usuário na administração pública direta e indireta, 
regulando especialmente: 
- as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em 
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento 
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da 
qualidade dos serviços; 
- o acesso dos usuários a registros administrativos e a 
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 
5.º, X e XXXIII, da Constituição (tais incisos do art. 5.º tratam, 
respectivamente, da defesa da intimidade, da vida privada, da 
honra e da imagem das pessoas; e das informações cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado); 
- a disciplina da representação contra o exercício negligente 
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração 
pública. 
Desse modo, a CF/88 abre a possibilidade de a lei estabelecer 
novos mecanismos de democracia direta, além dos mais conhecidos 
(eleições, plebiscito, referendo, iniciativa popular), com o aumento da 
participação popular na administração pública. 
2.16. Atos de Improbidade 
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O § 4.º prevê que os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação 
penal cabível. 
A norma que regulamenta esse dispositivo é a Lei 8.429/1992, 
que prevê três tipos de atos de improbidade: atos que importam 
enriquecimento ilícito, atos que causam prejuízo ao Erário e atos 
que atentam contra os princípios da Administração Pública. 
Note que os atos de improbidade geram responsabilidade na 
esfera civil, não na penal. É errado falar que o agente público 
praticou um “crime” de improbidade administrativa. Por isso mesmo, a 
competência para o julgamento das ações de improbidade é do juízo 
de primeiro grau, sendo inconstitucional, segundo o Pretório Excelso, 
lei que atribua foro especial de autoridades processadas por ações, já 
que isso significaria estabelecer competência originária dos Tribunais 
não prevista na Constituição, que se refere somente aos crimes comuns 
e de responsabilidade (ex.: art. 102, I, “c”; art. 105, I, “a”). 
O STF já afirmou também que a Lei 8.429/1992 não é aplicável 
aos agentes políticos, pois suas condutas ímprobas são regidas pela 
Lei 1.079/1950, que tipifica os crimes de responsabilidade. Segundo 
a Corte, a Constituição não admite a concorrência entre os dois regimes 
de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos 
(Lei 8.429/1992 e Lei 1.079/1950). Desse modo, os juízos de primeira 
instância são incompetentes para processar e julgar ação civil de 
improbidade administrativa ajuizada contra Ministro de Estado, que 
possui prerrogativa de foro perante o STF, por crime de 
responsabilidade, conforme o art. 102, I, “c”, da Constituição. 
2.17. Imprescritibilidade do Dano ao Erário 
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Conforme o § 5.º do art. 37, a lei estabelecerá os prazos de 
prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou 
não, que causem prejuízo ao erário, ressalvadas as respectivas 
ações de ressarcimento. As ações, neste caso, são judiciais. Estas 
não prescrevem, de modo que, mesmo que não se possa mais punir o 
agente, ele ficará ainda sujeito a ter que compensar o prejuízo que 
causou ao Poder Público. 
2.18. Responsabilidade Civil do Estado 
O § 6.º veicula que as pessoas jurídicas de direito público e as 
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de 
dolo ou culpa. Esse dispositivo consagra a responsabilidade civil 
objetiva do Estado, com base na teoria do risco administrativo. 
Essa responsabilidade é legal (extracontratual), isto é, decorre 
diretamente da norma legal (no caso, constitucional), não de um 
contrato celebrado pelo Poder Público. 
Note bem: as pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que 
seus agentes causarem, independentemente de estes terem agido 
com dolo ou culpa. Tais elementos (dolo ou culpa), se presentes, 
servirão apenas para que o Poder Público possa, após ter indenizado a 
vítima, se voltar contra o agente público causador do dano (por meio da 
ação judicial de regresso), a fim de se ressarcir do que pagou ao 
particular. Portanto, a responsabilidade do Estado é objetiva, mas a do 
servidor é subjetiva (o agente só será responsabilizado se tiver agido 
com dolo ou culpa, chamados elementos subjetivos da 
responsabilidade). 
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Todavia, fica excluída a responsabilidade do Estado se este provar 
que o dano da vítima não foi causado pela conduta do agente público. 
Neste caso, ocorre o que se chama de rompimento do nexo causal. 
Por exemplo: um tufão arremessa uma viatura pública em um carro 
particular, que resta danificado. Nessa situação, o proprietário do 
veículo não tem direito à indenização do Estado, pois foi a natureza, 
não o motorista do carro oficial, que causou o dano. 
Do mesmo modo, a pessoa jurídica de direito público ou de direito 
privado prestadora de serviço público pode tentar provar a culpa 
exclusiva ou concorrente da vítima, para o fim de, respectivamente, 
excluir ou abrandar sua própria responsabilidade. Por exemplo, num 
atropelamento por viatura oficial, pode-se provar que o particular 
atravessou a faixa no sinal vermelho, contribuindo ou mesmo 
exclusivamente causando o acidente. 
Desse modo, conforme já afirmou o Supremo, os elementos que 
compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil 
objetiva do Poder Público compreendem: a) a alteridade do dano, 
isto é, o dano a outrem (o dano pode ser material ou moral); b) a 
causalidade material entre o eventus damni (o dano) e o 
comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente 
público, em outras palavras, o nexo causal (ô povo que gosta de falar 
difícil!); c) a oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a 
agente do Poder Público que tenha, nessa específica condição, incidido 
em conduta comissiva ou omissiva (ou seja, o fato de o agente público 
agir nessa qualidade), independentemente da licitude, ou não, do 
comportamento funcional (isso porque a responsabilidade é objetiva, 
isto é, independe de dolo ou culpa do agente); e d) a ausência de 
causa excludente da responsabilidade estatal (como culpa exclusiva 
da vítima, força maior, fenômeno da natureza etc.). 
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Desse modo, o dever do Estado de indenizar, mesmo nas 
hipóteses de responsabilidade civil objetiva, supõe, dentre outros 
elementos, a comprovada existência do nexo de causalidade entre o 
comportamento do agente e o dano, sem o que se torna inviável 
reconhecimento jurídico da obrigação de recompor o prejuízo sofrido 
pelo ofendido. Em resumo, a responsabilidade objetiva do Estado exige 
apenas os elementos objetivos: conduta, dano e nexo causal, 
sendo dispensável o elemento subjetivo, ou seja, a culpa ou o 
dolo. Note ainda que, para a configuração da responsabilidade objetiva 
do Estado, não é necessário que o ato praticado pelo agente público 
seja ilícito. 
Veja ainda que o dispositivo exige que o agente público tenha 
causado o dano agindo nessa qualidade (de agente público), não 
sendo necessário, contudo, que esteja em efetivo serviço quando da 
prática do ato. Por exemplo, o STF já decidiu que crime praticado por 
policial militar durante o período de folga, usando arma da corporação, 
gera a responsabilidade civil objetiva do Estado. Neste caso, a arma do 
crime era do Estado e caracterizou a atuação na qualidade de agente 
público. 
Já decidiu o STF também que o § 6.º do art. 37 da Carta Magna 
consagra uma dupla garantia: uma em favor do particular, 
possibilitando-lhe ação indenizatória de cunho objetivo contra a 
pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado que preste 
serviço público, dado que bem maior, praticamente certa, a 
possibilidade de pagamento do dano objetivamente sofrido; e outra 
em prol do servidor estatal, que somente responde 
administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo 
quadro funcional se vincular. Em outras palavras, para o Supremo, não 
cabe o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o 
agente público, que responderá apenas perante o Estado, na ação 
regressiva ajuizada posteriormente pelo Poder Público. 
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No caso de guarda de pessoas ou bens realizada pelo Estado 
também pode surgir a responsabilidade objetiva. O STF já entendeu, 
por exemplo, que a morte de preso em penitenciária acarreta o dever 
do Poder Público de indenizar a família do condenado. Segundo a Corte, 
a morte de detento sob a custódia do Estado por colegas de carceragem 
gera o dever de indenização por danos morais e materiais, com base na 
teoria do risco administrativo (responsabilidade objetiva). Neste 
caso, há a configuração do nexo de causalidade em função do dever 
constitucional de guarda (art. 5.º, XLIX, CF/88 – é assegurado aos 
presos o respeito à integridade física e moral). Ou seja, a 
responsabilidade de reparar o dano prevalece ainda que demonstrada 
a ausência de culpa dos agentes públicos, pois esta é irrelevante para 
a responsabilização objetiva do Estado, sendo importante apenas para 
definir se haverá ou não a ação de regresso. 
Em relação à prestação de serviços públicos realizada por 
concessionários e permissionários de serviço público, o STF possuía 
antigo entendimento de que a responsabilidade seria objetiva
apenas no tocante aos danos gerados aos usuários do serviço, sendo 
subjetiva quanto aos danos causados aos não usuários. Todavia, 
esse posicionamento evoluiu e, atualmente, a Corte entende que a 
responsabilidade, neste caso, é objetiva tanto em relação a 
usuários como a não usuários do serviço. Segundo o Supremo, a 
inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo 
e o dano causado ao terceiro não usuário do serviço público é condição 
suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa 
jurídica de direito privado. 
É importante destacar que se está falando, até agora, de 
responsabilidade por atos administrativos. No caso de atos 
jurisdicionais, a regra é a irresponsabilidade civil, sendo que o STF 
já assentou que a responsabilidade objetiva do Estado somente é 
aplicável aos
atos dos juízes nos casos expressamente previstos em lei. 
Um exemplo, previsto na própria Carta Magna, é o do inciso LXXV do 
art. 5.º, que reza que o Estado indenizará o condenado por erro 
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na 
sentença. 
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Já quanto aos atos legislativos, a regra também é a 
irresponsabilidade, admitida a responsabilização do Estado apenas 
nas hipóteses de leis declaradas inconstitucionais (em controle 
concentrado) ou leis de conteúdo concreto (dirigidas especificamente 
ao indivíduo). 
Não custa lembrar, por fim, que, em qualquer caso, só haverá 
responsabilidade nos casos em que houver comprovação de dano à 
vítima. 
2.19. Restrições ao Agente Público com Acesso a Informações 
Privilegiadas 
Reza o § 7.º do art. 37 que a lei disporá sobre os requisitos e as 
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e 
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. Trata-
se de dispositivo pouco cobrado em concursos públicos. 
2.20. Contrato de Gestão na Administração Pública 
De acordo com o art. 37, § 8.º, a autonomia gerencial, 
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração 
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado 
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a 
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade. 
Segundo a doutrina, temos aqui a previsão constitucional do 
contrato de gestão celebrado entre órgãos e entidades da 
administração pública, para o aumento da eficiência estatal. Ainda 
segundo esse parágrafo, caberá à lei dispor sobre: o prazo de duração 
do contrato; os controles e critérios de avaliação de desempenho, 
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; e a 
remuneração do pessoal. 
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A principal crítica feita pela doutrina é quanto à celebração de 
contrato de gestão com órgãos públicos, pois estes não possuem 
personalidade jurídica, não podendo figurar como parte em um 
contrato. Neste caso, entende-se que não se trata de um verdadeiro 
contrato, mas de mero acordo operacional (acordo-programa) 
entre os órgãos. 
3. Servidor Investido em Mandato Eletivo (art. 38) 
Vejamos agora as regras aplicáveis ao servidor público investido 
em mandado eletivo, previstas no art. 38 da CF/88. Segundo o 
dispositivo, ao servidor público da Administração direta, autárquica 
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
- tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou 
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; 
- investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração. Segundo o STF, tal regra aplica-se também ao 
servidor eleito como Vice-Prefeito; 
- investido no mandato de Vereador, duas situações podem 
ocorrer: 
• havendo compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo 
da remuneração do cargo eletivo; 
• não havendo compatibilidade, será aplicada a norma 
do Prefeito acima citada; 
É importante ressaltar que tais regras não se aplicam ao servidor 
que é apenas suplente de parlamentar. 
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Segundo a Constituição, em qualquer caso que exija o 
afastamento para o exercício de mandato eletivo, o tempo de serviço
do servidor será contado para todos os efeitos legais, exceto para 
promoção por merecimento. Para efeito de benefício 
previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão 
determinados como se no exercício estivesse. 
4. Regime Jurídico e Remuneração dos Servidores Públicos (art. 
39) 
4.1. Regime Jurídico Único 
Atualmente, o caput do art. 39 da Constituição dispõe que a 
União, os Estados, o DF e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, Regime Jurídico Único (RJU) e planos de carreira
para os servidores da Administração Pública direta, das autarquias e 
das fundações públicas. 
Dizemos “atualmente”, porque há um imbróglio jurídico 
envolvendo esse dispositivo. A redação acima citada é a original de 
1988 e é, também, a que está em vigor atualmente. Ocorre que a 
Emenda Constitucional (EC) 19/1998 alterou a redação do caput do art. 
39, que passou a prever apenas que a União, os Estados, o DF e os 
Municípios instituirão conselho de política de administração e 
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos 
respectivos Poderes. 
Só que essa alteração foi considerada inconstitucional pelo STF, 
em agosto de 2007, em sede de medida cautelar (portanto não 
definitivamente) na ADI 2135-MC/DF. A inconstitucionalidade teria 
sido formal, pois a nova redação não teria sido aprovada em dois 
turnos na Câmara dos Deputados, como exige o art. 60, § 2.º, da 
CF/88. 
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Se houvesse prevalecido a alteração, hoje não haveria mais a 
obrigatoriedade de adoção de regime jurídico único na Administração 
Pública. Assim, o RJU vigorou de 05/10/1988 até a promulgação da EC 
19/1998 e vigora de agosto de 2007 até hoje, tendo havido um lapso 
temporal entre esses dois períodos em que não houve tal exigência. 
Muito bem, vamos por partes. O que é, afinal, esse RJU? É o 
conjunto de regras legais que deve regular as atividades dos servidores 
públicos da Administração direta, autárquica e fundacional de cada 
esfera de Governo. Como o nome diz, esse regime deve ser único no 
âmbito de cada ente federativo (não precisa ser o mesmo para toda 
a Federação). 
É o ente federativo (a União, cada Estado, o DF e cada Município) 
que define o regime aplicável aos seus servidores. Normalmente, o 
regime adotado é o estatutário, consistente em uma lei própria que 
rege os servidores públicos (Estatuto do Servidor Público). Na União, 
por exemplo, foi adotada a Lei 8.112/1990 (que estudaremos 
futuramente). Nada impede, porém, a adoção de outro regime, desde 
que ele seja único para todos os servidores do respectivo ente da 
Federação. Muitos Municípios, por exemplo, escolheram aplicar o 
regime trabalhista, adotando, por meio de lei própria, a 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como regime jurídico único 
de seus servidores. 
Durante o período em que o RJU não esteve em vigor (da 
publicação da EC 19/1998 à declaração de inconstitucionalidade da 
alteração pelo STF, em 2007), as unidades federativas podiam adotar, 
em seu respectivo âmbito, mais de um regime jurídico de pessoal. Na 
União, por exemplo, foi promulgada a Lei 9.962/2000, que prevê o 
regime de emprego público (celetista) na Administração federal 
direta, autárquica e fundacional, com algumas adaptações 
constantes da própria Lei. A norma dispõe ainda que a criação dos 
empregos e a eventual transformação dos atuais cargos em empregos 
serão feitas por lei específica. 
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Aqui cabe uma observação: quando o STF suspendeu a eficácia do 
caput do art. 39 da CF/88, na redação dada pela EC 19/1998, ele o fez 
com efeitos ex nunc (não retroativos), subsistindo a legislação 
editada nos termos da emenda declarada suspensa. Isso foi feito por 
razões de segurança jurídica, para preservar a
situação dos eventuais 
empregados públicos contratados com base na legislação então em 
vigor (como a Lei 9.962/2000). 
Portanto, em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, devem 
subsistir, até o julgamento definitivo dessa ação, a validade dos 
atos anteriormente praticados com base em legislações eventualmente 
editadas durante a vigência da redação alterada do caput do art. 39 
(que agora está suspensa, razão pela qual voltou a vigorar a redação 
original desse dispositivo). 
E como ficará a situação após o julgamento final da ADI 2135, 
caso confirmada a inconstitucionalidade da alteração? Bem, é o STF 
quem vai dizer. Acredita-se que será adotada uma solução que preserve 
a regularidade do regime constitucional e que, simultaneamente, não 
prejudique a situação de quem foi admitido sob novos regimes jurídicos 
criados durante a vigência da nova redação. 
Por fim, destaque-se que, conforme já decidiu o STF, não existe 
direito adquirido a regime jurídico. Seja um servidor que ingressa 
no serviço público quando a lei conferia certo benefício após 
determinado tempo de serviço, uma licença, por exemplo, sendo que, 
antes do transcurso do período necessário, a lei é modificada, 
extinguindo o benefício. Neste caso, o servidor não terá direito a gozar 
a licença, pois possuía apenas expectativa de direito a sua obtenção. 
Ressalte-se, contudo, que ele terá direito ao gozo do benefício se, 
quando da modificação legal, já tivesse cumprido os requisitos (no caso, 
o tempo de serviço necessário) para sua obtenção. 
4.2. Escolas de Governo 
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O § 2.º dispõe que a União, os Estados e o DF manterão escolas 
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores 
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos 
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de 
convênios ou contratos entre os entes federados. 
4.3. Sistema Remuneratório dos Servidores Públicos e 
Subsídio 
Vejamos outros dispositivos constitucionais que tratam da 
remuneração dos servidores públicos (além dos já estudados no art. 
37). 
O § 1.º do art. 39 reza que a fixação dos padrões de vencimento 
e dos demais componentes do sistema remuneratório dos servidores 
públicos observará: 
- a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade 
dos cargos componentes de cada carreira; 
- os requisitos para a investidura; e 
- as peculiaridades dos cargos. 
Segundo o § 4.º do art. 39, o membro de Poder (parlamentares, 
magistrados e chefes do Executivo), o detentor de mandato eletivo, 
os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela 
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória 
(indenizações estão fora), obedecida, em qualquer caso, a exigência de 
lei específica para sua alteração (art. 37, X), assim como o teto 
remuneratório constitucional (art. 37, XI). 
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Além desses agentes públicos, são remunerados também por 
subsídio: os vices do Executivo (artigos 28, § 2.º; 29, V; e 49, VIII; 
todos da CF/88); os advogados e defensores públicos (art. 135); os 
servidores policiais (art. 144, § 9.º); e, facultativamente, os 
servidores públicos organizados em carreira (art. 39, § 8.º). Um 
exemplo desse último caso são os servidores da Receita Federal do 
Brasil (Lei 11.890/2008). 
Note que o agente remunerado por subsídio continua tendo direito 
a determinadas parcelas indenizatórias, como ajuda e custo, diárias e 
auxílio-moradia, que não integram o conceito de remuneração. 
O § 5º dispõe que lei da União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor 
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o 
teto remuneratório constitucional (art. 37, XI). 
Já o § 6.º estabelece que os Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da 
remuneração dos seus cargos e empregos públicos. Com isso, alcança-
se maior transparência na remuneração paga aos agentes públicos, com 
um controle mais efetivo de toda a população. 
Finalmente, conforme o § 7.º do art. 39, lei da União, dos 
Estados, do DF e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos 
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no 
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, 
treinamento e desenvolvimento, modernização, 
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive 
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
4.4. Direitos Sociais do Servidor Público 
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O § 3.º torna aplicável aos servidores ocupantes de cargo público 
o disposto no art. 7.º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, 
XIX, XX, XXII e XXX da CF/88 (direitos sociais dos trabalhadores). 
Segundo o dispositivo, a lei pode também estabelecer requisitos 
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. Os 
direitos relacionados nestes incisos são os seguintes: 
- salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz 
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família 
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos 
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua 
vinculação para qualquer fim; 
- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável; 
- décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou 
no valor da aposentadoria; 
- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
- salário-família pago em razão do dependente do trabalhador 
de baixa renda nos termos da lei; 
- duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
- remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em 50% à do normal; 
- gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal; 
- licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de cento e vinte dias; 
- licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei; 
- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança; 
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- proibição de diferença de salários, de exercício de funções e 
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado 
civil; 
Quanto à adoção do salário mínimo como parcela mínima devida 
ao servidor, considera-se o total da remuneração percebida, e não 
apenas o vencimento básico (Súmula Vinculante 16). Desse modo, 
admite-se o vencimento básico inferior ao mínimo, desde que o total 
pago (incluindo as vantagens pecuniárias) seja igual ou superior a esse 
valor. Além disso, caso seja necessário pagamento de abono ao 
servidor, para que sua remuneração atinja o salário mínimo, o cálculo 
de gratificações e outras vantagens não incidirá
sobre tal abono 
(Súmula Vinculante 15). 
É importante ainda lembrar que a fixação de vencimentos dos 
servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva (Súmula 
679 do STF), pois é matéria a ser estabelecida em lei específica (art. 
37, X, CF/88). 
5. Regime Próprio de Previdência Social (art. 40) 
5.1. Introdução 
Vamos falar agora do regime de previdência social do servidor 
público estatutário. Enquanto os trabalhadores da iniciativa privada são 
filiados a um regime geral de previdência social (RGPS) e recebem 
benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os 
servidores estatutários possuem um regime próprio de previdência 
social (RPPS), percebendo seus proventos de aposentadoria e demais 
benefícios do próprio órgão em que trabalhavam ou trabalham. 
O caput do art. 40 dispõe que os servidores titulares de cargos 
efetivos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, terão assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial. 
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O caráter contributivo significa que apenas os que contribuem 
para o regime (pagam a contribuição previdenciária mensal) têm direito 
a usufruírem dele. O Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento 
de que somente as parcelas que podem ser incorporadas à 
remuneração do servidor para fins de aposentadoria podem sofrer a 
incidência da contribuição previdenciária (isto é, servir de base de 
cálculo desse tributo). 
O caráter solidário revela-se no fato de que os ativos 
contribuem não para assegurar seus próprios benefícios, mas para 
financiar os benefícios pagos aos atuais inativos. Na verdade, 
atualmente, mesmo inativos e pensionistas contribuem para o regime, a 
fim de preservar o equilíbrio financeiro e atuarial para as gerações 
futuras, o que evidencia de forma nítida o princípio da solidariedade
no regime. 
O § 20 do art. 40 veda a existência de mais de um regime 
próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos 
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em 
cada ente estatal, ressalvado, contudo, o regime próprio de 
previdência dos militares das Forças Armadas (art. 142, § 3.º, X, 
CF/88). Embora o citado § 20 não ressalve expressamente, admite-se 
também o regime próprio dos militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios (art. 42, § 1.º, CF/88). 
5.2. Aposentadoria dos Servidores Públicos 
Segundo o § 1.º do art. 40, os servidores abrangidos pelo RPPS 
podem ser aposentados de três diferentes formas: 
- por invalidez permanente, sendo os proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente 
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença 
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (nestes três 
casos, segundo o STF, os proventos serão integrais, enquanto 
não houver lei que disponha a respeito); 
- compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição; 
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- voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez 
anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no 
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as 
seguintes condições: 
• 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem, 
e 55 anos de idade e 30 anos de contribuição, se mulher 
(proventos integrais); 
• 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição. 
Eis um quadro que resume a matéria: 
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA 
(10 anos de serviço público e 5 anos no cargo) 
Idade 
Anos de 
Contribuição 
Integral 
Homem 60 35 
Mulher 55 30 
Proporcional 
Homem 65 - 
Mulher 60 - 
Vale destacar que hoje os chamados proventos integrais não 
correspondem mais à totalidade da remuneração do servidor no 
momento da aposentadoria, como era no passado. Hoje a 
integralidade significa simplesmente aplicar à base de cálculo, para o 
cálculo dos proventos do aposentado, a alíquota de 100%. Desse 
modo, se a base de cálculo for inferior à última remuneração do 
servidor na ativa, os proventos da aposentadoria, embora integrais, 
serão inferiores àquele valor. 
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Atualmente a citada base de cálculo é disciplinada pela Lei 
10.887/2004. Segundo o art. 1.º dessa norma, no cálculo dos 
proventos de aposentadoria dos servidores efetivos, será considerada a 
média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas 
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência 
a que esteve vinculado, correspondentes a 80% de todo o período 
contributivo desde a competência julho de 1994 (início do Plano 
real) ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela 
competência. 
A Constituição reza que, para o cálculo dos proventos de 
aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as 
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao 
regime de previdência próprio do servidor público (RPPS) e ao regime 
geral de previdência social (RGPS), se for o caso (art. 40, § 3.º), sendo 
que todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do 
benefício deverão ser devidamente atualizados, na forma da lei (art. 
40, § 17). 
Além disso, uma vez concedido o benefício, é assegurado o 
reajustamento do seu valor, para preservar-lhe, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei (art. 
40, § 8.º). Essa regra substituiu a antiga paridade que havia entre os 
proventos da aposentadoria e a remuneração dos cargos públicos. 
Antigamente, as aposentadorias e pensões eram sempre revistas 
nas mesmas data e proporção dos reajustes dos vencimentos dos 
servidores da ativa, sendo estendidos aos inativos quaisquer benefícios 
ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, 
inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do 
cargo ou função em que se deu a aposentadoria. Era a chamada 
paridade entre inativos e ativos. 
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Hoje, porém, essa regra não mais subsiste, pois a EC 41/2003 
(Reforma da Previdência), modificou o tratamento constitucional da 
questão, de modo que, atualmente, a CF/88 diz apenas que é 
assegurado o reajustamento dos benefícios previdenciários, para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei (segundo o citado § 8.º do art. 40). Com 
isso, não existe mais a obrigação da paridade. 
Conforme já foi citado acima, o § 6.º do art. 40 veda a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta do RPPS, ressalvadas as 
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da 
Constituição Federal. 
O STF já decidiu que a aposentadoria compulsória é restrita 
aos ocupantes de cargos efetivos, não se aplicando aos serviços de 
registros públicos, cartorários e notariais. Os notários e registradores
exercem atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo 
público. Desse modo, não são servidores públicos, não lhes 
alcançando a regra da aposentadoria compulsória aos setenta anos de 
idade. 
O Supremo entende também que o ato
de aposentadoria dos 
servidores públicos configura ato administrativo complexo, 
aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas 
(art. 71, III, CF/88). Desse modo, a aposentadoria fica submetida a 
uma condição resolutiva (ou seja, o benefício se resolve – se 
extingue – caso não aprovado pela Corte de Contas). Além disso, 
enquanto não formado definitivamente o ato, pela aprovação do 
Tribunal, não se inicia o prazo decadencial de cinco anos para a 
Administração anular aposentadoria eventualmente ilegal (art. 54 da Lei 
9.784/1999). 
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O § 2.º do art. 40 dispõe que os proventos de aposentadoria e as 
pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a 
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se 
deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da 
pensão. Ou seja, se o cálculo do provento der resultado superior ao que 
o servidor recebia na ativa, ainda terá que haver a redução para 
eliminar o excesso. Com a atual forma de cálculo da aposentadoria 
(média das remunerações utilizadas como base para as contribuições do 
servidor), em substituição à antiga (proventos igual à totalidade da 
última remuneração), seria melhor que este § 2.º tivesse sido 
revogado. 
De qualquer forma, o STF entende que o servidor público tem 
direito adquirido aos proventos na forma da lei regente ao tempo da 
reunião dos requisitos da inatividade, ainda quando só requerida na 
vigência da lei posterior menos favorável. Nesse sentido, reza a Súmula 
359 da Corte: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da 
inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o 
servidor civil, reuniu os requisitos necessários.” 
Aliás, o art. 3.º da Emenda Constitucional 41/2003 prevê que é 
assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos 
servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até 
a data de publicação dessa Emenda, tenham cumprido todos os 
requisitos para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da 
legislação então vigente. 
5.3. Critérios Diferenciados para Aposentadoria 
O § 4.º do art. 40 da CF/88 prevê a vedação à adoção de 
requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria pelo RPPS, ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
- portadores de deficiência; 
- que exerçam atividades de risco; 
- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
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Apenas nesses casos, por lei complementar, podem ser adotados 
critérios diferenciados (leia-se: mais favoráveis) para a concessão de 
aposentadoria do servidor. 
Aliás, nesse sentido, o STF já decidiu que o art. 1.º da Lei 
Complementar 51/1985, que dispõe que o policial será aposentado 
voluntariamente, com proventos integrais, após 30 anos de 
serviço, desde que conte pelo menos 20 anos de exercício em cargo de 
natureza estritamente policial, foi recepcionado pela CF/88. Afora esse 
caso, não temos ainda a regulamentação legal do § 4.º, o que tem 
gerado o ajuizamento de mandados de injunção no STF para que o 
dispositivo seja regulamentado. 
Quanto a esse ponto, o Supremo decidiu que o servidor público 
que trabalha em ambiente insalubre, enquanto não editada a lei 
exigida pelo texto constitucional, têm direito à aposentadoria 
especial com base nos parâmetros contidos no art. 57 da Lei 
8.213/1991, que trata dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS). Não obstante, não se pode mesclar os dois sistemas
(o da CF/88 e o da Lei 8.213/1991), para se estabelecer idade mínima 
para a aposentadoria, neste caso. Além disso, cabe à Administração 
Pública analisar cada caso concreto para verificar o efetivo 
preenchimento dos requisitos legais necessários à concessão do 
benefício da aposentadoria especial. 
Reza o § 5.º que os requisitos de idade e de tempo de 
contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto 
no § 1.º, III, “a” (aposentadoria voluntária com proventos integrais), 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no 
ensino fundamental e médio (ensino superior não). 
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Segundo a Súmula 726 do STF, para efeito de aposentadoria 
especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado 
fora da sala de aula. Não obstante, entendimento mais recente do 
Supremo (ADI 3772/DF) relativizou esse enunciado, pois a Corte 
decidiu que a função de magistério não se circunscreve apenas ao 
trabalho em sala de aula, abrangendo também a preparação de 
aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a 
coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção 
de unidade escolar. As funções de direção, coordenação e 
assessoramento pedagógico integram a carreira do magistério, 
desde que exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por 
professores de carreira, excluídos os especialistas em educação, 
fazendo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de 
aposentadoria estabelecido nos art. 40, § 5.º, da CF/88. 
5.4. Pensões 
O § 7º trata das pensões recebidas pelos dependentes do 
servidor que venha a falecer. Segundo o dispositivo, a lei disporá sobre 
a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual ao valor 
da totalidade dos proventos do servidor falecido (caso aposentado à 
data do óbito) ou da sua remuneração (caso em atividade quando 
venha a falecer), até o limite máximo dos benefícios do RGPS, 
acrescido de 70% da parcela excedente a este limite. 
Nos moldes acima, imaginemos o seguinte exemplo: 
Teto do RGPS: R$ 3.500 
Proventos do servidor falecido: R$ 10.000 
Pensão: R$ 3.500 + 0,7 x (R$ 10.000 – R$ 3.500) = R$ 8.050 
5.5. Tempos de Contribuição e de Serviço e Compensação 
Financeira entre os Regimes 
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O § 9.º prevê que o tempo de contribuição federal, estadual ou 
municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de 
serviço correspondente para efeito de disponibilidade. Essa regra 
dispõe sobre a compensação entre os regimes de previdência de 
cada esfera de governo, para que o servidor possa utilizar o tempo em 
que contribuiu/trabalhou anteriormente para aposentadoria e 
disponibilidade. A disponibilidade é uma especial situação de inatividade 
que será estudada no art. 41 da CF/88, adiante comentado. 
Ainda quanto à questão da compensação entre os regimes, o art. 
201, § 9.º, da CF/88 dispõe que, para efeito de aposentadoria do 
RGPS, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na 
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, 
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se 
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em 
lei. Já para a aposentadoria do RPPS, o art. 40, § 3.º, reza que, para o 
cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, 
serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as 
contribuições do servidor ao RPPS e ao RGPS, na forma da lei. 
Já o § 10 estabelece que a lei não poderá estabelecer qualquer 
forma de contagem de tempo de contribuição fictício. Ou seja, 
somente poderá ser computado como tempo de contribuição o período
em que o servidor efetivamente pagou a contribuição beneficiária. 
É importante lembrar, ainda, que a contribuição previdenciária 
não incide sobre vantagem não incorporável ao vencimento para o 
cálculo da aposentadoria, por exemplo, a relativa ao exercício de 
função ou cargo comissionado. Nesse sentido, o art. 4.º, § 2.º, da Lei 
10.887/2004 dispõe que o servidor ocupante de cargo efetivo poderá 
optar pela inclusão na base de contribuição de parcelas remuneratórias 
percebidas em decorrência de local de trabalho, do exercício de cargo 
em comissão ou de função de confiança, para efeito de cálculo de 
benefício do RPPS. Neste caso (se o servidor optar), a contribuição 
incidirá também sobre esses valores. 
5.6. Aplicação Subsidiária do Regime Geral de Previdência 
Social 
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Segundo o § 12 do art. 40 da Carta Magna, além do disposto 
nesse artigo, o regime de previdência dos servidores públicos efetivos 
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o RGPS. 
Assim, o regime geral contém as regras subsidiárias aplicáveis ao 
regime próprio, no que este for omisso. 
5.7. Regime de Previdência do Servidor Exclusivamente 
Comissionado 
O § 13 prevê que ao servidor ocupante, exclusivamente, de 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, 
bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, 
aplica-se o regime geral de previdência social. Desse modo, não 
tem direito à aposentadoria estatutária (RPPS) o servidor detentor 
unicamente de cargo em comissão que venha a se aposentar. Segundo 
o STF, como os detentores exclusivamente de cargos comissionados 
desempenham função pública a título precário (podem ser exonerados 
a qualquer tempo), sua situação é incompatível com o gozo de 
quaisquer benefícios que lhes confira vínculo de caráter permanente, 
como é o caso da aposentadoria estatutária. 
5.8. Regime de Previdência Pública Complementar 
Os §§ 14 a 16 do art. 40 tratam do chamado regime de 
previdência pública complementar dos servidores efetivos. O § 
14 prevê que a União, os Estados, o DF e os Municípios, desde que 
instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos 
servidores efetivos, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e 
pensões a serem concedidas pelo RPPS, o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do RGPS (que é bem menor que o 
teto remuneratório dos servidores públicos). 
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O § 15 diz que tal regime será instituído por lei de iniciativa do 
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 da 
CF/88 (que dispõe sobre o regime de previdência privada
complementar), no que couber, por intermédio de entidades fechadas 
de previdência complementar, de natureza pública, que 
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente 
na modalidade de contribuição definida. 
Já o § 16 reza que o regime de previdência pública complementar 
somente poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no 
serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
regime mediante sua prévia e expressa opção. 
5.9. Contribuição Previdenciária dos Inativos e Pensionistas 
O § 18 estabelece a contribuição previdenciária dos inativos 
e pensionistas. Reza o dispositivo que a contribuição previdenciária 
incidirá também sobre os proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas pelo do RPPS. O percentual será igual ao estabelecido para 
os servidores titulares de cargos efetivos (ativos). No entanto, o tributo 
incidirá somente sobre a parcela do benefício que superar o limite 
máximo dos benefícios do RGPS. Homenageia-se, assim, a 
igualdade com os trabalhadores do setor privado, já que o art. 195, II, 
da CF/88 dispõe que não incide contribuição sobre as aposentadorias e 
pensões concedidas pelo RGPS. 
Além disso, segundo o § 21, a contribuição dos inativos e 
pensionistas incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de 
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo dos 
benefícios do RGPS, quando o beneficiário, na forma da lei, for 
portador de doença incapacitante. 
5.10. Abono de Permanência 
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O § 19 dispõe sobre o chamado abono de permanência do 
servidor que, embora tenha completado as exigências para 
aposentadoria voluntária com proventos integrais, opte por 
permanecer em atividade. Neste caso, o servidor fará jus a um 
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição 
previdenciária, até completar as exigências para aposentadoria 
compulsória, aos 70 anos de idade. De acordo com o art. 4.º, § 1.º, IX, 
da Lei 10.887/2004, o abono de permanência não faz parte da base de 
cálculo da contribuição previdenciária. 
6. Estabilidade (art. 41) 
6.1. Requisitos da Estabilidade 
O caput e o § 4.º do art. 41 da CF/88 elencam os requisitos para 
obtenção da estabilidade pelo servidor público. Vale lembrar que a 
estabilidade é no serviço público, não no cargo ocupado, que pode 
até ser extinto, caso em que o servidor, se estável, ficará em 
disponibilidade, até ser aproveitado em outro cargo, conforme veremos 
adiante. 
Segundo o caput, são estáveis após três anos de efetivo 
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público. Já o § 4.º dispõe que, como condição 
para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Desse 
modo, são requisitos para obtenção da estabilidade: 
- três anos de efetivo exercício; 
- prévia aprovação em concurso público; 
- ocupação de cargo efetivo; e 
- aprovação em avaliação especial de desempenho. 
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Embora a CF/88 não elenque expressamente, o STF e o STJ 
entendem que a aprovação em estágio probatório também é 
necessária para a obtenção da estabilidade. O STJ, por exemplo, já 
afirmou que a estabilidade é uma garantia constitucional de 
permanência no serviço público outorgada àquele que transpôs o 
estágio probatório. Caso contrário, por exemplo, um servidor que 
ficasse um ano em cada cargo público, em razão de sucessivas 
aprovações em concursos, poderia obter a estabilidade, sem nunca ter 
sido aprovado em nenhum estágio probatório. 
Nesse sentido, o STF entende que há vinculação entre o 
instituto da estabilidade e o do estágio probatório, de modo que, 
atualmente, aplica-se o prazo comum de três anos a ambos os 
institutos. Também o STJ firmou orientação no sentido de que, após a 
EC 19/1998, o prazo do estágio probatório passou a ser de três anos, 
acompanhando a alteração para aquisição da estabilidade, não obstante 
se tratar de institutos distintos. 
Essas decisões decorreram da dúvida que surgiu quando da 
mudança do prazo necessário à aquisição da estabilidade, de dois para 
três anos (EC 19/1998), sem a alteração do prazo do estágio probatório 
nas leis administrativas, que previam o intervalo de dois anos. 
Questionados sobre o fato, o Supremo e o STJ entenderam que os 
institutos possuem estreita vinculação, razão pela qual a duração do 
estágio deve coincidir com a do prazo exigido para aquisição da 
estabilidade. 
Vale citar ainda que, segundo a Súmula 390 do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST), o servidor público celetista da 
administração direta, autárquica ou fundacional também
é 
beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/88. Já o 
empregado de empresa pública ou de sociedade de economia 
mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, 
não possui a garantia da estabilidade. 
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Situação interessante é a do servidor já estável que é 
aprovado em novo concurso público. Segundo o STF (MS 
24.543/DF), caso o servidor não se adapte à nova função, ele poderá 
pleitear sua inabilitação no estágio probatório, com a consequente 
recondução ao cargo anterior (deve haver previsão legal de 
recondução, como ocorre na esfera federal – art. 29, I, da Lei 
8.112/1990). Tal pedido, porém, deve ser feito enquanto ainda estiver 
em curso o novo estágio probatório. Segundo a Corte, enquanto o 
servidor não for confirmado no novo cargo, pela aprovação no estágio, 
não estará extinta a situação anterior, no antigo cargo. 
Quanto à avaliação especial de desempenho (§ 4.º), o STJ 
entende que o servidor não deixa de se tornar estável se a 
Administração não promover a avaliação. Se o servidor tiver exercido 
efetivamente por três anos cargo provido mediante concurso público, 
segundo a Corte, ele adquire estabilidade, razão por que, transcorrido 
esse prazo, não mais se cogita de avaliação de desempenho em 
estágio probatório, exceto se houver justificativa plausível para a 
demora da Administração. Por exemplo, já decidiu a Corte que, 
impossibilitada a avaliação do servidor no período de três anos, em 
decorrência de afastamentos pessoais (ex.: licenças médicas), esse 
prazo deve ser prorrogado pelo mesmo período do afastamento ou 
licença, de modo a permitir a avaliação de desempenho a que se refere 
o cogitado comando constitucional. 
É importante citar também o art. 19 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias (ADCT), que criou uma específica 
situação de estabilidade no serviço publico, a qual ficou 
carinhosamente conhecida como “Trem da Alegria”. Segundo o 
dispositivo, os servidores públicos civis da União, dos Estados, do DF e 
dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações 
públicas, em exercício na data da promulgação da CF/88, há pelo 
menos cinco anos continuados (isto é, desde 05/10/1983), e que 
não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37 da 
Constituição (leia-se: por concurso público), são considerados estáveis 
no serviço público. 
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O § 1.º do art. 19 do ADCT reza que o tempo de serviço desses 
servidores será contado como título quando se submeterem a 
concurso para fins de efetivação, na forma da lei (o que, até hoje, 
não ocorreu – e, convenhamos, nem vai ocorrer, pois o alcance prático 
dessa regra é praticamente nenhum). Já o § 2.º dispõe que a regra não
se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança 
ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, 
cujo tempo de serviço não será computado para os fins do caput do 
artigo, exceto, é claro, se já se tratar de servidor (ou seja, não for 
exclusivamente comissionado). Por fim, o § 3.º estabelece que essa 
estabilidade especial também não se aplica aos professores de nível 
superior, nos termos da lei. 
Destaque-se também uma situação de estabilidade provisória, 
outorgada à empregada gestante, que possui proteção contra 
dispensa arbitrária ou sem justa causa, desde a confirmação da 
gravidez até cinco meses após o parto (art. 10, II, “b”, do ADCT). 
Segundo o STF, essa proteção é extensível às servidoras públicas civis e 
militares, independentemente do regime jurídico de trabalho, mesmo 
que contratadas a título precário. O STJ possui entendimento no mesmo 
sentido. Não obstante, não está impedida a demissão da servidora 
grávida por justa causa. 
6.2. Perda do Cargo do Servidor Estável 
 
Conforme o § 1.º do art. 41, o servidor público estável só perderá 
o cargo nas seguintes hipóteses: 
 
- em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
- mediante processo administrativo em que lhe seja 
assegurada ampla defesa; 
- mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar (que, até hoje, não 
existe), assegurada ampla defesa. 
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Vale citar também que o art. 169 da CF/88 estabelece outra 
hipótese de perda do cargo por servidor estável: o excesso de 
despesas de pessoal. Segundo o caput desse artigo, a despesa com 
pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do DF e dos Municípios 
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Essa 
lei já existe: é a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal – LRF), que prevê os limites nos seus artigos 19 e 20. 
O § 3.º do art. 169 da CF/88 prevê que, para o cumprimento dos 
limites de despesa com pessoal, durante o prazo fixado na lei 
complementar, os entes federativos adotarão as seguintes 
providências: redução em pelo menos 20% das despesas com cargos 
em comissão e funções de confiança; e exoneração dos servidores não
estáveis. Todavia, se essas medidas não forem suficientes, o servidor 
estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado 
de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou 
unidade administrativa objeto da redução de pessoal. 
O servidor estável que perder o cargo nesta situação fará jus a 
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. O cargo objeto da redução será considerado extinto, vedada 
a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou 
assemelhadas pelo prazo de quatro anos. 
De acordo com o Supremo, a ausência de decisão judicial com 
trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base 
em processo administrativo em que foi assegurada ao servidor a ampla 
defesa, pois a aplicação da pena disciplinar (administrativa) independe
da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em 
razão dos mesmos fatos. É a chamada independência entre as 
instâncias civil, penal e administrativa. 
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Segundo o art. 125 da Lei 8.112/1990, as sanções civis, penais e 
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Mas 
o art. 126 prevê que a responsabilidade administrativa do servidor será 
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do 
fato ou sua autoria. É que, neste caso, a instância penal, mais 
rigorosa na apuração dos fatos, terá comprovado cabalmente que a 
infração não ocorreu (negativa do fato) ou, ainda que ela tenha 
ocorrido, não foi cometida pelo servidor (negativa da autoria). 
Todavia, não sendo esse o caso (negativa do fato ou da autoria), 
é admissível a punição administrativa do servidor público pela chamada 
falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal 
(Súmula 18 do STF). Por exemplo, o servidor é absolvido criminalmente 
porque sua conduta não é prevista como delito na lei penal. Todavia, o 
mesmo fato é tipificado como infração disciplinar na esfera 
administrativa. Neste caso, é legítima, se cabível, a punição 
administrativa do servidor. 
6.3. Reintegração e Disponibilidade 
O § 2.º do art. 41 dispõe que, invalidada por sentença judicial a 
demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual 
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem 
direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço. 
Apenas o servidor estável demitido injustamente é reintegrado. É 
claro que o não estável que obtenha a invalidação de sua demissão na 
Justiça também poderá retornar ao serviço público, mas, para fins de 
concurso, esse retorno não deve ser chamado de reintegração (seria um 
retorno genérico, inominado). A Lei 8.112/1990 também prevê a 
recondução quando a demissão é invalidada por decisão 
administrativa. 
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Note que o eventual ocupante do cargo do reintegrado, se 
estável, será reconduzido ao cargo de origem. Se este, por exemplo, 
estiver provido ou tiver sido extinto, o servidor poderá ser aproveitado
em outro ou, se nem isso for possível, colocado em disponibilidade
remunerada. 
A disponibilidade é uma especial situação de inatividade do 
servidor, nos casos previstos em lei ou na própria CF/88 (a outra 
espécie de inatividade, mais comum, é a aposentadoria). O art. 30 da 
Lei 8.112/1990 prevê que o retorno à atividade de servidor em 
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em 
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente 
ocupado, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da 
Administração Pública Federal. 
Já ao servidor não estável cujo cargo for objeto de reintegração 
do anterior ocupante restará a exoneração. 
Além da hipótese de disponibilidade acima citada, o § 3.º prevê 
outra situação. De acordo com o dispositivo, extinto o cargo ou 
declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em 
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
Já assentou nossa Suprema Corte que a declaração de 
desnecessidade de cargos públicos está subordinada ao juízo de 
conveniência e oportunidade da Administração, não dependendo 
de lei ordinária para tanto. Já a extinção de cargos públicos exige lei 
formal (art. 48, X, CF/88), salvo na hipótese de cargos vagos, que 
podem ser extintos por decreto (art. 84, VI, “b”). 
7. Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios 
(art. 42) 
O art. 42 da CF/88, embora formalmente faça parte do nosso 
programa, é dispositivo praticamente nunca cobrado em concursos 
públicos federais, razão pela qual não há que se aprofundar muito em 
seu estudo. 
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O art. 42 dispõe que os membros das Polícias Militares e dos 
Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na 
hierarquia e na disciplina, são militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios. 
Segundo o § 1.º do art. 42, aplicam-se a esses agentes militares, 
além do que vier a ser fixado em lei, as seguintes disposições da CF/88: 
art. 14, § 8.º (elegibilidade do militar alistável); art. 40, § 9.º 
(contagem de tempo contribuição para aposentadoria e de tempo de 
serviço para disponibilidade); e art. 142, §§ 2.º e 3.º (disposições sobre 
os militares das Forças Armadas). Reza ainda o dispositivo que cabe a 
lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3.º, X 
(ingresso na corporação, limites de idade, estabilidade e outras 
condições de transferência do militar para a inatividade, direitos, 
deveres, remuneração, prerrogativas e outras situações especiais dos 
militares), sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos 
governadores. 
Já o § 2.º do art. 42 prevê que aos pensionistas dos militares 
dos Estados, do DF e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei 
específica do respectivo ente estatal. 
8. Regiões (art. 43) 
Este artigo praticamente também não é cobrado em concursos 
públicos. Segundo o caput do art. 43, para efeitos administrativos, a 
União poderá articular sua ação em um mesmo complexo 
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à 
redução das desigualdades regionais. 
O § 1.º prevê que lei complementar disporá sobre: as condições 
para integração de regiões em desenvolvimento; e a composição 
dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos 
regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento 
econômico e social, aprovados juntamente com estes. 
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O § 2.º reza que os incentivos regionais compreenderão, além 
de outros, na forma da lei: 
- igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de 
custos e preços de responsabilidade do Poder Público; 
- juros favorecidos para financiamento de atividades 
prioritárias; 
- isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos 
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; 
- prioridade para o aproveitamento econômico e social dos 
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas 
regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. 
Por fim, o § 3.º dispõe que, nessas áreas de baixa renda, sujeitas 
a secas periódicas, a União incentivará a recuperação de terras 
áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais 
para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de
pequena irrigação. 
Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios 
comentados da nossa ilustre banca Esaf! Tentem resolver a lista seca, 
ao final, antes de lerem os comentários, OK? 
9. Exercícios 
1) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Assinale a 
opção correta em relação às normas da Constituição Federal que tratam 
do servidor público. 
a) Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, aplica-se o regime 
geral de previdência social. 
b) O servidor público não é afastado do seu cargo mesmo quando 
investido no mandato de Prefeito, recebendo cumulativamente os 
rendimentos da função pública e do seu cargo estatutário. 
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c) É possível, mediante lei ordinária, adotar requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria a servidores, 
vinculados a regime próprio de previdência, quando exerçam atividades 
de risco. 
d) É possível a acumulação remunerada de quatro cargos de professor. 
e) A fixação dos padrões de vencimento do servidor não deve observar 
a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos 
componentes da carreira. 
Letra A: verdadeira (gabarito), conforme o art. 40, § 13, da CF/88. 
Letra B: falsa, porque o art. 38, II, da CF/88 dispõe que o servidor 
público da Administração direta, autárquica e fundacional investido no 
mandato de Prefeito será afastado do cargo, emprego ou função, 
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. 
Letra C: errada, pois, de acordo com o art. 40, § 4.º, II, da CF/88, a 
adoção de requisitos e critérios diferenciados, neste caso (assim como 
nas demais hipóteses previstas no parágrafo: servidores portadores de 
deficiência e servidores cujas atividades sejam exercidas sob condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física), depende de 
lei complementar. 
Letra D: incorreta, pois a CF/88 autoriza a acumulação remunerada de, 
no máximo, dois cargos de professor (art. 37, XVI, “a”). 
Letra E: falsa, porque o art. 39, § 1.º, I, da CF/88 diz justamente o 
contrário. 
2) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção na qual não 
consta direito assegurado expressamente pela Constituição Federal a
servidor ocupante de cargo público. 
a) Décimo terceiro salário. 
b) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. 
c) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. 
d) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal. 
e) Salário mínimo. 
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Os direitos sociais assegurados ao servidor público constam do art. 39, 
§ 3.º, da Carta Magna. Nota-se, que, das opções acima, apenas o FGTS 
não é garantido ao servidor. Gabarito: letra C. 
3) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Em relação à estabilidade 
do servidor público e conforme as disposições da Constituição Federal, 
assinale a opção correta. 
a) São estáveis, após um ano de efetivo exercício, os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
b) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor público 
estável, ele será reintegrado. 
c) Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor público 
estável não ficará em disponibilidade. 
d) O servidor público estável pode perder seu cargo mediante decisão 
judicial liminar. 
e) Não é cabível a perda do cargo do servidor público estável mediante 
processo administrativo. 
Letra A: incorreta, pois o caput do art. 41 da Lei Maior reza que são 
estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
Letra B: correta (gabarito), conforme o § 2.º do art. 41 da CF/88. 
Letra C: falsa, pois contraria o § 3.º do art. 41 da CF/88, o qual prevê 
que, neste caso, o servidor estável ficará, sim, em disponibilidade, com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado 
aproveitamento em outro cargo. 
Letra D: errada, porque o art. 41, § 1.º, I, da Constituição estabelece 
que o servidor público estável pode perder o cargo em virtude de 
sentença judicial, mas é necessário, neste caso, o trânsito em 
julgado. 
Letra E: incorreta, pois o art. 41, § 1.º, II, da CF/88 prevê que o 
servidor público estável pode perder o cargo mediante processo 
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2010) São direitos e garantias dos trabalhadores em 
geral também aplicáveis aos servidores públicos, exceto: 
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a) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho. 
b) salário-família. 
c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. 
d) repouso semanal remunerado. 
e) salário mínimo. 
Os direitos sociais assegurados ao servidor público constam do art. 39, 
§ 3.º, da Carta Magna. Nota-se, que, das opções acima, apenas o piso 
salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho não é 
garantido ao servidor. Gabarito: letra A. 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Entre os direitos assegurados 
aos servidores públicos, inclui-se o de greve, nos limites da legislação 
específica, conforme art. 37, VII da Constituição, mas o Supremo 
Tribunal Federal, recentemente, firmou entendimento, que hoje 
predomina, no sentido de que, 
a) o servidor público não poderá fazer greve, enquanto não for editada 
a lei específica, regulando o seu exercício. 
b) os servidores públicos em geral são também regidos pela Lei n. 
7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve, pelos 
trabalhadores. 
c) os servidores pertencentes às carreiras de Estado, inclusive as de 
exação tributária, estão incluídos entre os alçados pelo pleno direito de 
greve, independente de qualquer regulamentação. 
d) as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse 
efeito, às dos militares, aos quais é expressamente vedada a greve. 
e) o direito de greve não se aplica aos servidores públicos, regidos pela 
Lei n. 8.112/90. 
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Excelente questão que explora a fundo o direito de greve do servidor e 
a jurisprudência do STF sobre o assunto. O inciso VII do art. 37 da 
CF/88 dispõe que o direito de greve dos servidores públicos será 
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica (estando 
errada, assim, a letra E). Até hoje tal lei não foi editada, de sorte que 
os servidores, em princípio, ficariam impedidos de exercer seu direito 
de greve, embora este seja constitucionalmente assegurado, pois esse 
inciso veicula norma de eficácia limitada. 
No entanto, para resolver esse problema, o STF determinou a aplicação, 
no que couber, da lei de greve dos trabalhadores privados (Lei 
7.783/1989) aos servidores públicos, enquanto não for editada a lei 
específica regulamentadora do direito de greve no setor público. Assim, 
embora a norma do artigo 37, VII, da CF/88 seja uma norma de eficácia 
limitada, o STF decidiu que, enquanto não for editada a lei 
regulamentadora do dispositivo, poderão os servidores públicos exercer 
seu direito de greve (daí o erro da letra A) com base, no que couber, na 
Lei 7.783/1989, embora essa lei não seja destinada, originalmente, ao 
setor público (eis a incorreção da letra B). 
Não obstante esse entendimento, o Supremo decidiu também pela 
relativização do direito de greve de alguns servidores, em razão da 
natureza das atividades públicas que exercem. Segundo o Pretório, os 
servidores públicos que exercem atividades de manutenção da ordem 
pública, de segurança pública, de saúde pública, de administração da 
Justiça, bem como as relativas às carreiras de Estado, que exercem 
atividades indelegáveis, como as de exação tributária, devem ser 
privados do exercício do direito de greve, a fim de garantir a 
conservação do bem comum (o que mostra o erro da letra C). 
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Desse modo, embora os servidores públicos em geral possuam o direito 
de greve, os agentes supracitados são exceção à regra, não estando 
inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito. A 
necessidade de coesão social exige que tais serviços públicos sejam 
prestados plenamente, em sua totalidade. Afirmou o STF que, para esse 
efeito, os serviços públicos desenvolvidos por grupos armados, como as 
atividades da polícia civil, são análogos às atividades dos militares, em 
relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve (art. 
142, § 3.º, IV). Desse modo, o gabarito é a letra D. 
6) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Na Administração Pública 
Federal, entre outros princípios estabelecidos na Constituição (Título III, 
Capítulo VII, art. 37), vigora o de que 
a) só por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista, o serviço social autônomo e subsidiárias 
daquelas entidades. 
b) é vedada a acumulação de todo e quaisquer cargos, empregos e 
funções públicas, bem como de subsídios e vencimentos com proventos 
de inatividade. 
c) a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
sua área de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos, na forma da lei. 
d) são nulas as contratações de compras, obras e serviços feitas sem 
licitação pública. 
e) a investidura em cargos públicos, efetivos ou comissionados, 
depende de prévia aprovação em concurso. 
Letra A: errada, pois, segundo o art. 37, XIX, da CF/88, lei específica 
cria autarquias, mas apenas autoriza a criação de empresas públicas, 
sociedades de economia mista e fundações públicas. Já o inciso XX 
desse artigo reza que depende
de autorização legislativa, em cada caso, 
a criação de subsidiárias dessas entidades, mas não necessariamente lei 
específica. Por fim, os serviços sociais autônomos também têm sua 
criação apenas autorizada por lei (ex.: Decreto-Lei 9.403/1946, que 
autoriza a criação do Serviço Social da Indústria – Sesi). 
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Letra B: falsa, pois existem algumas situações de acumulação de 
cargos, empregos ou funções públicos autorizadas na CF/88: art. 37, 
XVI e XVII (dois de professor; um de professor com outro técnico ou 
científico; dois privativos de profissionais de saúde). Do mesmo modo, 
a Carta Magna permite a acumulação de subsídios e vencimentos com 
proventos de inatividade, nas hipóteses de cargos acumuláveis, cargos 
eletivos e cargos em comissão (art. 37, § 10). 
Letra C: verdadeira, conforme o art. 37, XVIII, da CF/88. É o gabarito. 
Letra D: incorreta, já que o art. 37, XXI, da Constituição autoriza a não 
realização de licitação para obras, serviços, compras e alienações nos 
casos especificados na legislação. Quanto ao tema, ver os artigos 17, 
24 e 25 da Lei 8.666/1993. 
Letra E: errada, porque a investidura em cargos públicos em comissão 
independe de prévia aprovação em concurso público, nos termos do art. 
37, II, parte final, da Carta Magna, 
7) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca dos servidores públicos e da 
Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta. 
a) As nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, dependem de seleção simplificada para 
admissão. 
b) É permitida a acumulação remunerada de cargos públicos, 
independentemente da compatibilidade de horário, mas desde que 
sejam dois cargos de médico. 
c) É possível a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público. 
d) É vedada a contratação por tempo determinado para atender à 
necessidade temporária de excepcional interesse público. 
e) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos. 
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Letra A: errada, porque a investidura em cargos públicos em comissão 
independe de prévio concurso público ou de outro tipo de seleção dos 
indivíduos que os ocuparão. A nomeação e a exoneração para esses 
cargos ocorrem de forma livre, nos termos do art. 37, II, parte final, da 
Carta Magna. Em outras palavras, a escolha e a dispensa de servidores 
comissionados fica a critério da autoridade competente (nomeação e 
exoneração ad nutum). 
Letra B: falsa, pois as situações de acumulação de cargos, empregos ou 
funções públicos autorizadas na CF/88, conforme seu art. 37, incisos 
XVI e XVII, são: dois de professor; um de professor com outro técnico 
ou científico; e dois privativos de profissionais de saúde. Além disso, em 
qualquer caso, deve haver compatibilidade de horários e ser observado, 
quanto ao somatório, o teto remuneratório constitucional. 
Letra C: incorreta, pois contraria frontalmente o art. 37, XIII, da CF/88. 
Letra D: falsa, pois o art. 37, IX, da Constituição dispõe que a lei 
estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Na 
esfera federal, a Lei 8.745/1993 regulamenta esse dispositivo. 
Letra E: verdadeira (gabarito), nos termos do inciso XVIII do art. 37 da 
Lei Maior. 
8) (Esaf/MPOG/APO/2008) Assinale a opção incorreta, nos termos da 
Constituição Federal de 1988, o que ocorre caso seja invalidada, por 
sentença judicial, a demissão de servidor estável. 
a) Será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, 
reconduzido ao cargo de origem. 
b) O servidor estável, quando posto em disponibilidade em virtude de 
extinção do cargo, após ser reintegrado, perceberá remuneração até 
seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
c) Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável 
ficará em disponibilidade. 
d) O eventual ocupante da vaga, ao ser reconduzido ao cargo de 
origem, faz jus à indenização, visto que não agiu de má-fé. 
e) A aquisição da estabilidade exige lapso temporal de efetivo exercício 
e avaliação especial de desempenho de forma obrigatória. 
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Note que a questão pede a alternativa incorreta. Conforme o art. 41, § 
2.º, da CF/88, invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se 
estável, reconduzido ao cargo de origem (assim, a letra A é correta), 
sem direito a indenização (letra D falsa – é o gabarito), aproveitado em 
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional 
ao tempo de serviço (letra B verdadeira). Já o § 3.º desse artigo dispõe 
que, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor 
estável ficará em disponibilidade (letra C correta), com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento 
em outro cargo. Além disso, o caput do artigo estabelece que são 
estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, sendo 
que o § 4.º prevê que, como condição para a aquisição da estabilidade, 
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade (letra E verdadeira). Gabarito: letra D. 
9) (Esaf/STN/AFC/2008) Em relação ao regime jurídico dos servidores 
públicos, pode-se afirmar corretamente: 
a) a investidura em todo e qualquer cargo ou emprego público depende 
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei. 
b) durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos 
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir 
cargo ou emprego, na carreira. 
c) são condições para a aquisição da estabilidade aos servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público: dois anos de efetivo exercício e avaliação especial de 
desempenho por comissão constituída para essa finalidade. 
d) adquirida a estabilidade, o servidor público passa a ter direito 
adquirido ao regime estatutário a que está submetido, diferentemente 
do que ocorre com as relações contratuais trabalhistas. 
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e) o servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de 
sentença judicial transitada em julgado ou mediante procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
Letra A: falsa, pois os cargos em comissão estão fora dessa regra, 
conforme o art. 37, II, da Constituição. 
Letra B: verdadeira, nos termos do art. 37, IV, da CF/88. É o gabarito. 
Letra C: incorreta, pois o prazo é de três anos (art. 41, caput, da 
CF/88). Antigamente é que era de dois anos, mas isso mudou com a EC 
19/1998. Já a avaliação especial de desempenho por comissão 
constituída para essa finalidade está prevista no § 4.º do citado artigo. 
Letra D: errada, já que, segundo o STF, não existe direito adquirido a 
regime jurídico, podendo lei posterior modificar o regime estatutário, 
inclusive extinguindo
benefícios antes existentes. 
Letra E: falsa, porque o servidor estável pode perder o cargo também 
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa (art. 41, § 1.º, II, CF/88) ou por excesso de despesas de pessoal 
(art. 169, § 4.º, CF/88). 
10) (Esaf/CGU/AFC/2008) Considere as seguintes assertivas a respeito 
dos servidores da Administração Pública, nos termos da Constituição: 
I. os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e Legislativo não 
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Judiciário. 
II. o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, 
prorrogável uma vez, por igual período. 
III. é garantido ao servidor público civil e militar o direito à livre 
associação sindical. 
IV. a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos, na forma da lei. 
Assinale a opção correta. 
a) II e IV são verdadeiras. 
b) II e III são falsas. 
c) I e III são verdadeiras. 
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d) III e IV são falsas. 
e) I e II são verdadeiras. 
Assertiva I: errada, porque, segundo o art. 37, XII, da CF/88, os 
vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não 
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
Assertiva II: correta, conforme o art. 37, III, da Carta Magna. 
Assertiva III: falsa, pois o art. 37, VI, da Constituição garante ao 
servidor público civil o direito à livre associação sindical, mas, nos 
termos do art. 142, § 3.º, IV, da CF/88, ao militar são proibidas a 
sindicalização e a greve. 
Assertiva IV: verdadeira, segundo o art. 37, XVIII, da Constituição. 
Gabarito: letra A. 
11) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Em 1981, João passou a ocupar, sem prévia 
aprovação em concurso público, um cargo efetivo de auxiliar 
administrativo, em administração direta municipal. Em 1985, seu irmão, 
Tomás, passou a ocupar cargo efetivo de fiscal, em autarquia vinculada 
ao Ministério da Fazenda, também sem prévia aprovação em concurso 
público. Levando em conta que a lei não declara tais cargos como de 
livre exoneração, que ambos permanecem em exercício desde a data de 
suas posses, bem assim as disposições de nossa Constituição Federal 
sobre a matéria, é correto afirmar que, na atualidade 
a) João e Tomás são servidores estáveis. 
b) João é servidor estável; Tomás, não. 
c) Tomás é servidor estável; João, não. 
d) por terem ingressado no serviço público sem prévia aprovação em 
concurso, nenhum dos dois detém estabilidade nos cargos que ocupam. 
e) não há informações suficientes, no comando desta questão, para 
saber se João e Tomás são servidores estáveis. 
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Conforme o art. 41, caput, da CF/88, a aquisição da estabilidade no 
serviço público depende de prévia aprovação em concurso público para 
cargo de provimento efetivo e o decurso de três anos de efetivo 
exercício. Até o advento da EC 19/1998, esse prazo era de apenas dois 
anos. No entanto, o art. 19 do ADCT prevê uma situação especial de 
aquisição de estabilidade. Segundo esse dispositivo, os servidores 
públicos civis da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, da 
Administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício 
na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no 
art. 37, da Constituição (entenda-se: mediante prévia aprovação em 
concurso público), são considerados estáveis no serviço público. Nota-
se que João enquadra-se nessa regra, pois passou a ocupar o cargo 
efetivo sem prévia aprovação em concurso público em 1981. Já Tomás 
não é alcançado pelo dispositivo, pois só passou a ocupar cargo efetivo 
sem concurso em 1985. Assim, o gabarito é a letra B. 
12) (Esaf/MPOG/APO/2005) O servidor público estável poderá perder o 
seu cargo em caso de excesso de despesa, na hipótese do artigo 169 da 
Constituição Federal. Assinale, quanto a este tema, a afirmativa 
incorreta. 
a) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração deverá 
reduzir a despesa com os cargos em comissão e funções de confiança 
em no mínimo 20%. 
b) Na hipótese em foco, o servidor estável que perder o cargo fará jus a 
uma indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. 
c) O cargo do servidor estável dispensado será considerado extinto, 
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais 
ou assemelhadas pelo prazo de cinco anos. 
d) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração deverá 
providenciar a exoneração de todos os servidores não-estáveis. 
e) A perda do cargo será antecedida por ato normativo motivado de 
cada Poder, especificando a atividade funcional, o órgão ou a unidade 
administrativa objeto da redução de pessoal. 
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A questão pede a alternativa incorreta. Nos termos do art. 169 da 
CF/88, para o cumprimento dos limites de despesa de pessoal 
estabelecidos em lei complementar (atualmente previstos na LRF), a 
União, os Estados, o DF e os Municípios adotarão as seguintes 
providências (§ 3.º): redução em pelo menos 20% das despesas com 
cargos em comissão e funções de confiança (letra A verdadeira); e 
exoneração dos servidores não estáveis (letra D certa). Se tais medidas 
não forem suficientes para assegurar o respeito aos limites, o servidor 
estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de 
cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou 
unidade administrativa objeto da redução de pessoal (§ 4.º) (letra E 
correta). Neste caso, o servidor fará jus a indenização correspondente a 
um mês de remuneração por ano de serviço (§ 5.º) (letra B 
verdadeira). Além disso, o cargo objeto da redução será considerado 
extinto, sendo vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos (§ 6.º) 
(letra C errada, pois fala em cinco anos – é o gabarito). 
13) (Esaf/STN/AFC/2005) Considerando-se o regime previdenciário do 
servidor público, previsto na Constituição Federal, assinale a afirmativa 
falsa. 
a) O servidor ocupante exclusivamente de cargo temporário será 
vinculado ao regime geral de previdência social. 
b) A redução dos requisitos gerais de idade e tempo de contribuição, 
previstos para os servidores públicos em geral, serão reduzidos em 
cinco anos para o servidor professor do ensino fundamental, médio e 
superior. 
c) É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício. 
d) É possível a adoção, em lei complementar, de requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria a servidores que 
exerçam atividades que prejudiquem a saúde. 
e) A aposentadoria compulsória se dá aos setenta anos de idade, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
Letra A: verdadeira, conforme o art. 40, § 13, da CF/88. 
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Letra B: errada (gabarito). O § 5.º do art. 40 da Carta Magna prevê que 
os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 
cinco anos, em relação ao disposto no § 1.º, III, “a”, desse artigo 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino 
fundamental e médio. Os erros da alternativa foram: incluir na regra 
os professores do ensino
superior; e não ressaltar que essa redução só 
se aplica à aposentadoria voluntária com proventos integrais (art. 40, § 
1.º, III, “a”). 
Letra C: correta, conforme o art. 40, § 10, da CF/88. 
Letra D: verdadeira, nos termos do art. 40, § 4.º, III, da Constituição. 
Letra E: certa, segundo o art. 40, § 1.º, II, da CF/88. 
14) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) O sistema de remuneração dos 
servidores públicos, sob a forma de parcela única, ou subsídio, permite 
o pagamento somente da seguinte vantagem: 
a) gratificação por hora extra. 
b) verba de representação. 
c) diária por deslocamento de sua sede. 
d) gratificação de função. 
e) adicional de periculosidade. 
Conforme o art. 39, § 4.º, da Constituição, o subsídio será fixado em 
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória. Excluem-se da regra, portanto, as parcelas de caráter 
indenizatório, isto é, as que se destinam a compensar o servidor por 
despesas que ele tenha no exercício de suas funções. Entre as parcelas 
indenizatórias mais comuns, temos a ajuda de custo, a diária, a 
indenização de transporte e o auxílio-moradia. Desse modo, o gabarito 
é a letra C. 
15) (Esaf/STN/AFC/2002) O servidor do sexo masculino, que seja titular 
de cargo público federal de provimento efetivo, não sendo professor 
nem magistrado, cuja investidura ocorreu a partir do ano de 1999, já 
na vigência da Emenda Constitucional nº 20/98, tem direito à 
aposentadoria, com proventos integrais, desde que 
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a) por causa de qualquer invalidez permanente. 
b) atinja a idade limite de 70 anos. 
c) complete 35 anos de contribuição. 
d) complete 60 anos de idade, com 35 anos de contribuição. 
e) complete 65 anos de idade, com 30 anos de contribuição. 
As regras da aposentadoria do servidor público constam do § 1.º do art. 
40 da CF/88. A EC 20/98 (1.ª reforma da previdência) promoveu 
significativas mudanças nas regras de aposentadoria do servidor. 
Posteriormente, a EC 41/2003 (2.ª reforma da previdência) efetuou 
mais algumas mudanças. Não obstante, o conteúdo da presente 
questão (que é de 2002) não ficou prejudicado com essa segunda 
alteração. A informação de que o servidor não é professor nem 
magistrado visa afastar a incidência de certas regras especiais de 
aposentadoria para esses agentes. Analisemos as alternativas. 
Letra A: errada, pois, segundo o art. 40, § 1.º, I, da Constituição, o 
servidor abrangido pelo RPPS será aposentado por invalidez 
permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia 
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei 
(nestes três casos, o STF entende que os proventos são integrais, na 
ausência de lei regulamentadora). 
Letra B: incorreta, pois, conforme o art. 40, § 1.º, II, da Lei Maior, o 
servidor abrangido pelo RPPS será aposentado compulsoriamente, aos 
setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição. 
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Letras C, D e E: a letra D está correta (gabarito) e as letras C e E, 
erradas. O inciso III do § 1.º do art. 40 detalha as regras da 
aposentadoria voluntária do servidor regido pelo RPPS, exigindo, em 
qualquer caso, que o servidor tenha tempo mínimo de dez anos de 
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em 
que se dará a aposentadoria. A partir daí, o inciso define duas formas 
de aposentadoria voluntária: com proventos integrais (alínea “a”) e com 
proventos proporcionais (alínea “b”). No caso da questão (servidor do 
sexo masculino), a CF/88 exige, para aposentadoria com proventos 
integrais, 60 anos de idade e 35 anos de tempo de contribuição (por 
isso o gabarito é a letra D). Já se o referido servidor quisesse se 
aposentar com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (por 
não ter atingido o tempo mínimo de contribuição de 35 anos), poderia 
pedir esse benefício a partir dos 65 anos de idade, independentemente 
do tempo de contribuição (claro, cumpridos os requisitos gerais para a 
aposentadoria voluntária: dez anos de efetivo exercício no serviço 
público e cinco anos no cargo). 
16) (Esaf/Recife/Auditor do Tesouro Municipal/2003) O servidor público 
no exercício de mandato eletivo de Vereador: 
a) afasta-se, em qualquer situação, de seu cargo, emprego ou função. 
b) havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo. 
c) será afastado de seu cargo, emprego ou função, havendo 
compatibilidade ou não de horários, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração. 
d) terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos, em caso de 
afastamento. 
e) só terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos, caso não 
se afaste do exercício de seu cargo. 
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Conforme o art. 38, III, da CF/88, o servidor público da administração 
direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo de 
vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo essa compatibilidade, 
será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar 
pela sua remuneração. Já o inciso IV desse artigo dispõe que, em 
qualquer caso que exija o afastamento do servidor para o exercício de 
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os 
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Desse modo, o 
gabarito é a letra B. 
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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA 
1) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Assinale a 
opção correta em relação às normas da Constituição Federal que tratam 
do servidor público. 
a) Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, aplica-se o regime 
geral de previdência social. 
b) O servidor público não é afastado do seu cargo mesmo quando 
investido no mandato de Prefeito, recebendo cumulativamente os 
rendimentos da função pública e do seu cargo estatutário. 
c) É possível, mediante lei ordinária, adotar requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria a servidores, 
vinculados a regime próprio de previdência, quando exerçam atividades 
de risco. 
d) É possível a acumulação remunerada de quatro cargos de professor. 
e) A fixação dos padrões de vencimento do servidor não deve observar 
a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos 
componentes da carreira. 
2) 46 (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção na qual 
não consta direito assegurado expressamente pela Constituição Federal 
a servidor ocupante de cargo público. 
a) Décimo terceiro salário. 
b) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. 
c) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. 
d) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal. 
e) Salário mínimo. 
3) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Em relação à estabilidade 
do servidor público e conforme as disposições da Constituição Federal, 
assinale a opção correta. 
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a) São estáveis, após um ano de efetivo exercício, os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
b) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor público 
estável, ele será reintegrado. 
c) Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor público 
estável não ficará em disponibilidade. 
d) O servidor público estável pode perder seu cargo mediante decisão 
judicial liminar. 
e) Não é cabível a perda do cargo do servidor público estável mediante 
processo administrativo. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2010) São direitos e garantias dos trabalhadores em 
geral também aplicáveis aos servidores públicos, exceto: 
a) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho. 
b) salário-família. 
c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. 
d) repouso semanal remunerado. 
e) salário mínimo. 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Entre os direitos assegurados 
aos servidores públicos, inclui-se o de greve, nos limites da legislação 
específica, conforme art. 37, VII da Constituição, mas o Supremo 
Tribunal Federal, recentemente, firmou entendimento, que hoje 
predomina, no sentido de que, 
a) o servidor público não poderá fazer greve, enquanto não for editada 
a lei específica, regulando o seu exercício. 
b) os servidores públicos em geral são também regidos pela Lei n. 
7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve, pelos 
trabalhadores. 
c) os servidores pertencentes às carreiras de Estado, inclusive as de 
exação tributária, estão incluídos entre os alçados pelo pleno direito de 
greve, independente de qualquer regulamentação. 
d) as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse 
efeito, às dos militares, aos quais é expressamente vedada a greve. 
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e) o direito de greve não se aplica aos servidores públicos, regidos pela 
Lei n. 8.112/90. 
6) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Na Administração Pública 
Federal, entre outros princípios estabelecidos na Constituição (Título III, 
Capítulo VII, art. 37), vigora o de que 
a) só por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista, o serviço social autônomo e subsidiárias 
daquelas entidades. 
b) é vedada a acumulação de todo e quaisquer cargos, empregos e 
funções públicas, bem como de subsídios e vencimentos com proventos 
de inatividade. 
c) a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
sua área de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos, na forma da lei. 
d) são nulas as contratações de compras, obras e serviços feitas sem 
licitação pública. 
e) a investidura em cargos públicos, efetivos ou comissionados, 
depende de prévia aprovação em concurso. 
7) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca dos servidores públicos e da 
Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta. 
a) As nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, dependem de seleção simplificada para 
admissão. 
b) É permitida a acumulação remunerada de cargos públicos, 
independentemente da compatibilidade de horário, mas desde que 
sejam dois cargos de médico. 
c) É possível a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público. 
d) É vedada a contratação por tempo determinado para atender à 
necessidade temporária de excepcional interesse público. 
e) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos. 
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8) (Esaf/MPOG/APO/2008) Assinale a opção incorreta, nos termos da 
Constituição Federal de 1988, o que ocorre caso seja invalidada, por 
sentença judicial, a demissão de servidor estável. 
a) Será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, 
reconduzido ao cargo de origem. 
b) O servidor estável, quando posto em disponibilidade em virtude de 
extinção do cargo, após ser reintegrado, perceberá remuneração até 
seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
c) Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável 
ficará em disponibilidade. 
d) O eventual ocupante da vaga, ao ser reconduzido ao cargo de 
origem, faz jus à indenização, visto que não agiu de má-fé. 
e) A aquisição da estabilidade exige lapso temporal de efetivo exercício 
e avaliação especial de desempenho de forma obrigatória. 
9) (Esaf/STN/AFC/2008) Em relação ao regime jurídico dos servidores 
públicos, pode-se afirmar corretamente: 
a) a investidura em todo e qualquer cargo ou emprego público depende 
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei. 
b) durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos 
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir 
cargo ou emprego, na carreira. 
c) são condições para a aquisição da estabilidade aos servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público: dois anos de efetivo exercício e avaliação especial de 
desempenho por comissão constituída para essa finalidade. 
d) adquirida a estabilidade, o servidor público passa a ter direito 
adquirido ao regime estatutário a que está submetido, diferentemente 
do que ocorre com as relações contratuais trabalhistas. 
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e) o servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de 
sentença judicial transitada em julgado ou mediante procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
10) (Esaf/CGU/AFC/2008) Considere as seguintes assertivas a respeito 
dos servidores da Administração Pública, nos termos da Constituição: 
I. os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e Legislativo não 
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Judiciário. 
II. o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, 
prorrogável uma vez, por igual período. 
III. é garantido ao servidor público civil e militar o direito à livre 
associação sindical. 
IV. a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos, na forma da lei. 
Assinale a opção correta. 
a) II e IV são verdadeiras. 
b) II e III são falsas. 
c) I e III são verdadeiras. 
d) III e IV são falsas. 
e) I e II são verdadeiras. 
11) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Em 1981, João passou a ocupar, sem prévia 
aprovação em concurso público, um cargo efetivo de auxiliar 
administrativo, em administração direta municipal. Em 1985, seu irmão, 
Tomás, passou a ocupar cargo efetivo de fiscal, em autarquia vinculada 
ao Ministério da Fazenda, também sem prévia aprovação em concurso 
público. Levando em conta que a lei não declara tais cargos como de 
livre exoneração, que ambos permanecem em exercício desde a data de 
suas posses, bem assim as disposições de nossa Constituição Federal 
sobre a matéria, é correto afirmar que, na atualidade 
a) João e Tomás são servidores estáveis. 
b) João é servidor estável; Tomás, não. 
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c) Tomás é servidor estável; João, não. 
d) por terem ingressado no serviço público sem prévia aprovação em 
concurso, nenhum dos dois detém estabilidade nos cargos que ocupam. 
e) não há informações suficientes, no comando desta questão, para 
saber se João e Tomás são servidores estáveis. 
12) (Esaf/MPOG/APO/2005) O servidor público estável poderá perder o 
seu cargo em caso de excesso de despesa, na hipótese do artigo 169 da 
Constituição Federal. Assinale, quanto a este tema, a afirmativa 
incorreta. 
a) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração deverá 
reduzir a despesa com os cargos em comissão e funções de confiança 
em no mínimo 20%. 
b) Na hipótese em foco, o servidor estável que perder o cargo fará jus a 
uma indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. 
c) O cargo do servidor estável dispensado será considerado extinto, 
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais 
ou assemelhadas pelo prazo de cinco anos. 
d) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração deverá 
providenciar a exoneração de todos os servidores não-estáveis. 
e) A perda do cargo será antecedida por ato normativo motivado de 
cada Poder, especificando a atividade funcional, o órgão ou a unidade 
administrativa objeto da redução de pessoal. 
13) (Esaf/STN/AFC/2005) Considerando-se o regime previdenciário do 
servidor público, previsto na Constituição Federal, assinale a afirmativa 
falsa. 
a) O servidor ocupante exclusivamente de cargo temporário será 
vinculado ao regime geral de previdência social. 
b) A redução dos requisitos gerais de idade e tempo de contribuição, 
previstos para os servidores públicos em geral, serão reduzidos em 
cinco anos para o servidor professor do ensino fundamental, médio e 
superior. 
c) É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício. 
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d) É possível a adoção, em lei complementar, de requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria a servidores que 
exerçam atividades que prejudiquem a saúde. 
e) A aposentadoria compulsória se dá aos setenta anos de idade, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
14) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) O sistema de remuneração dos 
servidores públicos, sob a forma de parcela única, ou subsídio, permite 
o pagamento somente da seguinte vantagem: 
a) gratificação por hora extra. 
b) verba de representação. 
c) diária por deslocamento de sua sede. 
d) gratificação de função. 
e) adicional de periculosidade. 
15) (Esaf/STN/AFC/2002) O servidor do sexo masculino, que seja titular 
de cargo público federal de provimento efetivo, não sendo professor 
nem magistrado, cuja investidura ocorreu a partir do ano de 1999, já 
na vigência da Emenda Constitucional nº 20/98, tem direito à 
aposentadoria, com proventos integrais, desde que 
a) por causa de qualquer invalidez permanente. 
b) atinja a idade limite de 70 anos. 
c) complete 35 anos de contribuição. 
d) complete 60 anos de idade, com 35 anos de contribuição. 
e) complete 65 anos de idade, com 30 anos de contribuição. 
16) (Esaf/Recife/Auditor do Tesouro Municipal/2003) O servidor público 
no exercício de mandato eletivo de Vereador: 
a) afasta-se, em qualquer situação, de seu cargo, emprego ou função. 
b) havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo. 
c) será afastado de seu cargo, emprego ou função, havendo 
compatibilidade ou não de horários, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração. 
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d) terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos, em caso de 
afastamento. 
e) só terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos, caso não 
se afaste do exercício de seu cargo. 
Gabarito 
1a 2c 3b 4a 5d 6c 7e 8d 9b 10a 11b 12c 
13b 14c 15d 16b

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