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Ciência dos Materiais Aula 2 Ligações 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.1 Introdução O tipo de ligação interatômica geralmente explica a propriedade do material. Por exemplo, o carbono pode existir na forma de grafite que é mole, escuro e “gorduroso” e na forma de diamante que é extremamente duro e brilhante. Essa enorme disparidade nas propriedades começa pelo tipo de ligação química do carbono em cada um dos casos. Importância LIGAÇÕES QUÍMICAS EM MATERIAIS SÓLIDOS 2.5.1 Introdução Para um elemento adquirir a configuração estável de 8e- na última camada ele pode: (1) receber e- extras (2) ceder e- (3) compartilhar e- associação entre átomos Iônicas Ligações Primárias Covalentes Metálicas formando íons + ou - 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Iônica Os elétrons de valência são transferidos entre átomos produzindo íons; Forma-se com átomos de diferentes eletronegatividades (alta e baixa) ; A ligação iônica não é direcional, a atração é mútua; A ligação é forte= 150-300 Kcal/mol (por isso o PF dos materiais com esse tipo de ligação é geralmente alto). 2.5.2 Ligações iônicas 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Forças atrativas eletrostáticas entre os átomos: não-direcional átomos no material iônico: todos os íons positivos têm como vizinho mais próximo íons negativos forças atrativas iguais em todas as direções A magnitude da força obedece a Lei de Coulomb Forças atrativas r é a distância interatômica z1 e z2 são as valências dos 2 tipos de íons e é a carga do elétron (1,602x10-19 C) 0 é a permissividade do vácuo (8,85x10-12 F/m) 2.5.2 Ligações iônicas 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.2 Ligações iônicas Em resumo: Atração mútua de cargas + e - Envolve o tamanho de íons Elementos menos eletronegativos: cedem e- cátions Elementos mais eletronegativos: recebem e- ânions 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.2 Ligações iônicas Propriedades de compostos iônicos Os íons em um sólido iônico são ordenados na rede, formando uma forte atração elétrica entre eles Sais e óxidos metálicos são tipicamente compostos iônicos. A forte ligação é responsável por: Elevada dureza (se frágil) Elevado pontos de fusão e ebulição Cristalinos sólidos a Tambiente Podem ser solúveis em água Os sólidos cristalinos não conduzem eletricidade, pois os íons não estão livres para mover-se e transportar corrente elétrica. Compostos iônicos fundidos ou dissolvidos em água serão condutores de eletricidade, pois como partículas iônicas estão livres. 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS A distância entre 2 átomos é determinada pelo balanço das forças atrativas e repulsivas As forças atrativas variam com o quadrado da distância entre os 2 átomos As forças repulsivas variam inversamente proporcional a distância interatômica Quando a soma das forças atrativas e repulsivas é zero, a distância entre os átomos está em equilíbrio. 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.2 Comprimento de ligação Energia de ligação Ponto de equilíbrio Raios de ligação É a soma das forças atrativas e repulsivas entre os átomos No ponto de equilíbrio a soma das duas forças é zeroFresultante = 0 Quando os átomos se aproximam as forças de atração e repulsão aumentam (mas as forças de repulsão aumentam bem mais) 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.3 Força de ligação Fatração= - Z1Z2e2 40a2 Frepulsão = - nb an+1 Fresultante= - Z1Z2e2 - nb 40a2 an+1 Fatração > Frepulsão Fatração < Frepulsão Inclinação da curva no ponto de equilíbrio força necessária para separar os átomos Corresponde ao módulo de elasticidade (E) que é a inclinação da curva x 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.3 Força de ligação Algumas vezes é mais conveniente trabalhar com energia (potencial) do que forças de ligações. Matematicamente energia (E) e força de ligações (F) estão relacionadas por : E= F.dr A menor energia é o ponto de equilíbrio 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.4 Energia de ligação Eatração= Z1Z2e2 40a Erepulsão = nb an Eresultante= Z1Z2e2 + nb 40a an Alguns valores de energia e comprimento de ligação 2-8 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.8.4 Energia de ligação Energia de ligação necessária para romper um mol de ligações Comprimento das energias de ligação: Ligação Kcal/mol Comprimento (nm) C - C 88 0,154 C = C 162 0,13 C C 213 0,12 C - H 104 0,11 C - O 86 0,14 H - H 104 0,074 2.6.4 Energia de ligação É a mínima energia necessária para formar ou romper uma ligação. Estão relacionados com a energia de ligação propriedades como: - módulo de elasticidade; - coeficiente de expansão térmica; - ponto de fusão; - calor latente - resistência mecânica 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO Energia de ligação x distância interatômica na ligação do H–H Quanto mais profundo o poço de energia maior a temperatura de fusão do material Devido às forças de repulsão aumentarem muito mais com a aproximação dos átomos a curva não é simétrica. Por isso, a maioria dos materiais tendem a se expandir quando aquecidos 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.4 Energia de ligação 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.5 Introdução Representação tetraédrica dos diferentes tipos de ligações que ocorrem entre os materiais de engenharia. CONSIDERAÇÕES Quando energia é fornecida a um material, a vibração térmica faz com que os átomos oscilem próximos ao estado de equilíbrio. Devido a assimetria da curva de energia de ligação x distância interatômica, a distância média entre os átomos aumenta com o aumento da temperatura. Então, quanto mais estreito o mínimo de potencial menor é o coeficiente de expansão térmica do material 2-6 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.6.6 Energia de ligação Covalente Os elétrons de valência são compartilhados Forma-se com átomos de alta eletronegatividade A ligação covalente é direcional A ligação covalente é forte (um pouco menos que a iônica)= 125-300 Kcal/mol Esse tipo de ligação é comum em compostos orgânicos, por exemplo em materiais poliméricos e diamante. 2.7.1 Ligações covalentes Tipo de simetria em ligações covalentes 2-7 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Usufruto de um par de elétrons comum Pode ser coordenada ou dativa Covalência entre ametais (Ex. F2, O2, Cl2) baixo PF Covalência entre mais átomos (Ex. Diamante) alto PF 2.7.2 Ligações covalentes Em resumo: Metano Amônia Par de elétrons não ligados 2-7 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.8.2 Ligações covalentes Compostos covalentes unidades individuais: moléculas Molécula simples: pequeno grupo de átomos ligados por forças covalentes. Propriedades: - Podem ser líquidos ou sólidos(não cristalinos) a Tambiente - Insolúveis em água, mas solúveis em outros solventes - Isolantes elétricos e não eletrólitos Apresentam baixo ponto de fusão e ebulição: forças entre átomos são fortes, mas as forças entre moléculas são fracas e facilmente quebradas no aquecimento - São más condutores de eletricidade devido a ausência de elétrons (ou íons) livres Macromolécula: moléculas grandes com um grande número de átomos ligados covalentemente em uma estrutura contínua. Propriedades: - Sólidos com alto ponto de fusão: elementos podem formar ligações simples com outros átomos, formando uma estrutura muito estável. Ex Diamante - Cristalinos, freqüentemente - Solúveis em qualquer solvente - Não conduzem eletrecidade (exceção Cgrafite): elétrons não estão livres - Não são eletrolitos 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.8.2 Ligações covalentes Diamante macromolécula C centro de um tetraedro regular formado de outros quatro carbonos Estrutura contínua em cada cristal Dureza do diamante trincar um diamante significa quebrar milhões de ligações covalentes 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Muito poucos compostos exibem ligação iônica e covalente puras. A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação covalente e vice–versa transferem e compartilham elétrons. O grau do tipo de ligação depende da eletronegadividade dos átomos constituintes. Muitos cerâmicos e semicondutores são formados por metais e não-metais, e são na verdade uma mistura de ligações iônicas e covalente. Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos aumenta o caráter iônico. O caráter iônico aumenta em elementos com distribuição eletrônica de final s–p 2.8.3 Fração covalente 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.8.4 Fração covalente FC = exp (- 0,25 E2) onde E é a diferença nas eletronegatividades dos átomos Ex: SiO2 ESi= 1,8 EO= 3,5 Fração covalente FC = 0,486= 48,6% FI = 1 – FC FI: fração iônica 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Metálica Forma-se com átomos de baixa eletronegatividade (em torno de 3 elétrons de valência) Os elétrons de valência são divididos por todos os átomos (não estão ligados a nenhum átomo em particular) e assim eles estão livres para conduzir A ligação metálica não é direcional porque os elétrons livres protegem o átomo carregado positivamente das forças repulsivas eletrostáticas A ligação metálica é forte (um pouco menos que a iônica e covalente)= 20-200 Kcal/mol 2.8.4 Ligações metálicas 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.8.4 Ligações metálicas Elétrons externos dos átomos do metal estão livres para mover-se entre os centros positivos junção eletrônica determinam propriedades Força elétrica de atração entre elétrons móveis e imóveis ligação metálica. Forte ligação resulta em: materiais densos, fortes com alto ponto de fusão e ebulição Metais - bons condutores de eletricidade: elétrons livres são transportadores de carga e corrente elétrica, quando uma ddp é aplicada na peça metálica. - bons condutores de calor: choques de elétrons livre, transferindo Ec - tem uma superfície “prateada” que pode ser facilmente manchada por corrosão, oxidação do ar e da água íons mar de elétrons 2-8 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.9.1 Introdução Podem ser: Ligações ou Forças de - Dipolos permanentes -Pontes de van der Waals Hidrogênio - Dipolos flutuantes -Dipolos induzidos Está relacionada com a quantidade de energia envolvida - PE dos halogênios (F2, Cl2, Br2, I2): crescente massa molecular - PE dos haletos dos halogênios geometria molecular: linear, trigonal plana, angular, tetraédrica, piramidal; repulsão dos pares eletrônicos - ângulo de ligação van der Waals São ligações de natureza física A polarização (formação de dipolos) devido a estrutura da ligação produz forças atrativas e repulsivas entre átomos e moléculas A ligação de van der Waals não é direcional A ligação é fraca< 10 Kcal/mol 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.9.2 Forças de van der Waals 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.9.2.1 Dipolos Flutuantes - Induzidos Ocorre em moléculas com distribuição de cargas elétricas simétricas (H2, N2, O2,...), onde os e- e suas vibrações podem distorcer esta simetria, ocorrendo um dipolo elétrico. Esquema representativo (a) átomo eletricamente simétrico (b) um dipolo atômico induzido 2.9.2 Forças de van der Waals 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.9.2.2 Dipólos permanentes - moléculas polares Moléculas assimétricas (NH3, CH3Cl) jamais têm coincidentes os centros de suas cargas positivas e negativas, podendo interagir eletrostaticamente com as adjacentes. Esquema representativo da molécula polar de HCl 2.9.2 Forças de van der Waals Moléculas polares na ausência de campo elétrico na presença de campo elétrico Nome deriva da ligação: H - centro de cargas positivas, atraindo o centro das cargas negativas das moléculas adjacentes POLARIZAÇÂO Produção de forças de van der Waals entre as moléculas: - alinhamento de pólos negativos com positivos (ângulo de ligação 109,5o) - moléculas formam uma estrutura quase hexagonal H ligado a F, O e N 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS PONTES DE HIDROGÊNIO É uma das mais fortes ligações secundárias, e um caso especial de moléculas polares (distribuição desigual da densidade de elétrons) 2.9.2.2 Dipolos permanentes - moléculas polares 2.9.2 Forças de van der Waals 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS PONTES DE HIDROGÊNIO Íons e de certas moléculas se dissolvem na água polaridade 2.9.2.2 Dipolos permanentes - moléculas polares 2.9.2 Forças de van der Waals Exemplo:o cloreto de sódio (forma cristalina) e dissolvido em água. Propriedades da água ligação - gelo flutuar: É menos denso: as ligações de hidrogênio mantêm as moléculas de água mais afastadas no sólido do que no líquido, onde há uma ligação hidrogênio a menos por molécula) - elevado calor de vaporização - forte tensão superficial - alto calor específico - propriedades solventes - efeito hidrofóbico Estrutura do gelo 2-9 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.9.2 Forças de van der Waals 2-10 RESUMO DAS LIGAÇÕES IÔNICA COVALENTE METÁLICA SECUNDÁRIAS 2-10 RESUMO DAS LIGAÇÕES Comparação entre ligação covalente (na formação de moléculas) e forças de van der Waals (ligação fraca entre moléculas dissolvidas) 2-10 RESUMO DAS LIGAÇÕES Iônica Covalente Metálica Intermolecular Intensidade de ligação forte muito forte moderada e variável fraca Dureza moderada a alta muito duro, frágil baixa a moderada; dúctil e maleável mole e plástico Condutividade elétrica condução por transporte de íons, somente quando dissociado isolante em sólido e líquido bom condutor por tramnsporte de elétrons isolantes no estado sólido e líquido Ponto de fusão moderado a alto baixo geralmente alto baixo Solubilidade solúvel em solventes polares solubilidade muito baixa insolúveis solúveis em solventes orgânicos Exemplos muitos minerais diamante, oxigênio, moléculas orgânicas Cu, Ag, Au, outros metais gelo,sólidos orgânicos (cristais) Comparação entre o tipo de ligação e propriedades esperadas Exceção do diamante