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METODOLOGIA DO
TRABALHO ACADÊMICO
METODOLOGIA
 DO TRABALHO 
ACADÊMICO
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Reinaldo de Oliveira Borba
Marcelo Nery
Roberto Frederico Merhy
Mário Fraga
Jean Carlo Nerone
Ronaldo Costa
Jane Freire
Luis Carlos Nogueira Abbehusen
Osmane Chaves
João Jacomel
William Oliveira
Samuel Soares
Germano Tabacof
Pedro Daltro Gusmão da Silva
André Portnoi
♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autor (a) ♦ Maria das Graças Cardoso Moura
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos
Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Angélica de 
Fátima Jorge, Alexandre Ribeiro, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, 
Cefas Gomes, Clauder Frederico, Francisco França Júnior, 
Hermínio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, 
Lucas do Vale, Márcio Serafi m, Mariucha Silveira Ponte e 
Ruberval da Fonseca.
Editoração ♦ Angélica de Fátima Silva Jorge
Ilustração ♦ Angélica de Fátima Silva Jorge
EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:
3
Ser Humano, Conhecimento e Saber
Tipos de Conhecimento 
Concepções, Natureza e Dimensões da Ciência
Características, Objetivos e Funções da Ciência
Atividade Complementar
Sumário
07
O SER HUMANO, A SOCIEDADE E O CONHECIMENTO
O CONHECIMENTO HUMANO E A CIÊNCIA
07
METODOLOGIA CIENTÍFICA E UNIVERSIDADE
09
Método e Estratégia de Estudo e Aprendizagem
Leitura e Análise de Textos
Técnica para Sublinhar; Técnica para Esquematizar;
Técnica para Fichar;Técnica para Resumir
A Metodologia Científi ca aplicada às Ciências Sociais
19
25
33
33
12
14
40
40
07
18
16
PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Estrutura e Redação de Trabalhos Acadêmicos
Estrutura e Redação de Trabalhos Acadêmicos;
Redação Científi ca ( Normas da ABNT )
Seminário, Painel e Mesa Redonda
Cases, Palestra, Conferência e Congresso
40
42
48
49
50A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES
Conceito de Pesquisa Científi ca. Finalidades e 
Requisitos da Pesquisa Científi ca
Linguagem Científi ca; Tipos de Pesquisa Científi ca;
Pesquisa Quantitativa e Pesquisa Qualitativa
Projeto de Pesquisa Científi ca; Relatório de Pesquisa
Monografi a
Referências Bibliográfi cas
50
54
59
66
79
5
Estimados Alunos ,
A humanidade tem passado por mudanças signifi cativas a partir das últimas décadas, 
precisamente nesse período que vem sendo chamado de globalização. Desde o advento da 
imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando 
o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não 
assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento.
Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a ne-
cessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o 
conhecimento pluricultural, as novas tecnologias da informação etc. Por isso, investir no 
estudo e na pesquisa, enfi m, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito 
científi co e do pensamento crítico e refl exivo é o mais seguro método para alcançarmos o 
progresso da ciência e da humanidade. 
Nossa disciplina é o eixo norteador que lhe dará subsídios para a sistematização dos 
conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando 
a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científi cos importantes e 
necessários para a sua vida profi ssional. Desta forma, ela visa contribuir na formação/desen-
volvimento/aprimoramento do espírito crítico-refl exivo acerca das diferentes possibilidades 
do conhecer e formular acadêmica e profi ssionalmente proposições fazendo uso, de modo 
sistemático, da Metodologia do Trabalho Acadêmico.
Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos 
que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os 
conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos 
vivendo nos últimos tempos.
Desejo discernimento, iniciativa e realizações.
Profª. Ana Paula Amorim
Apresentação da Disciplina
7
O CONHECIMENTO HUMANO
 E A CIÊNCIA
O SER HUMANO, A SOCIEDADE E O CONHECIMENTO
SER HUMANO, CONHECIMENTO E SABER
No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que não nos damos conta 
da sua complexidade. Desde cedo, os mestres nos falam da necessidade de aprender a 
conhecer o mundo e posteriormente da necessidade de autoconhecimento.
Assim, entramos na engrenagem do conhecimento do mundo, considerado real, 
sem colocar em pauta o que signifi ca conhecer. Todavia, à medida que nos defrontamos, 
na relação com o mundo, com os vários campos e formas de conhecimento, entramos 
num emaranhado de conceitos. 
Se levarmos em consideração que aprendemos e adquirimos conhecimento com 
as relações, e que estamos constantemente interagindo, seja com pessoas ou até mesmo 
conosco, é fácil perceber que conhecer é uma forma de estar no mundo. 
Partindo da etimologia da palavra, o termo conhecimento vem do latim cognoscere, 
que signifi ca conhecer pelos sentidos. Desta forma, conhecimento é o atributo geral que têm 
os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização 
biológica e no sentido de sua sobrevivência. É o pensamento que resulta da relação que se 
estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.
Analisando a palavra francesa connaissance, podemos observar que conhecimento 
é nascer (naissance) com (con). Os homens se marcam como diferentes dos outros seres 
exatamente pela capacidade de conhecer. Diferentemente dos outros animais, os homens são 
os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar e ir além da realidade imediata. 
O conhecimento é uma forma de estar no mundo, e o processo do 
conhecimento mostra aos seres humanos que eles jamais são alguma 
coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quando 
têm a coragem de se mostrarem abertos diante da realidade. 
Você já parou para pensar que estamos adquirindo 
conhecimento? 
8
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Parece complexo, não é?
Mas, observe: os sujeitos têm a capacidade de fazer conhecimento, 
usar conhecimento, posicionar-se diante do conhecimento. Pensando desta 
forma, começamos a desmistifi car essa complexidade. 
Capacidade dos seres humanos quanto ao conhecimento
Vejamos! O sujeito PRODUZ conhecimento 
quando ele está criativamente no mundo, ou 
seja, quando ele faz conhecimento. O fazer 
conhecimento implica exatamente em estar 
despojado de certezas absolutas acerca da 
realidade e estar aberto não só para reavaliar uma 
verdade da realidade como também reavaliar sua 
própria
capacidade no trabalho do conhecer. 
Quando passa a USAR o conhecimento, 
o sujeito está simplesmente no mundo, ou 
seja, a realidade ao conhecimento que já está 
pronto. E, da mesma maneira, aquele que usa 
não exercita sua capacidade de renovação de 
visões da realidade, fi cando estacionária não 
só a maneira de se relacionar com a realidade, mas também a possibilidade daquele “nascer”, 
porque esse uso passa a ser apenas o consumir o que está pronto. Toda utilidade técnica 
propõe um consumo de conhecimento.
Quando passa a POSICIONAR-SE diante do conhecimento, ou seja, quando age 
criticamente no mundo, o sujeito relaciona o fazer e o usar do conhecimento de maneira 
dialética, porque o conhecimento é feito pelos seres humanos, é utilizado por eles e, 
fatalmente, de qualquer maneira, utilizado em função deles.
Vejamos no quadro abaixo uma síntese de como ocorre o conhecimento no homem.
À primeira vista pode 
até parecer complicado, mas 
é só impressão... 
Lembre-se que,entender o 
conhecimento é entender 
a nossa realidade. Logo, 
nos deparamos com ele 
a todo instante, sem nos 
darmos conta.
O conhecimento é o atributo geral que têm os seres vivos de reagir 
ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização 
biológica e no sentido de sua sobrevivência. O ser humano, utilizando 
suas capacidades, procura conhecer o mundo que o rodeia. Desta forma, a 
informação, assim como a prática de vida, resulta em conhecimentos. 
9
O conhecimento consiste numa relação “sui generis” entre a consciência cognoscente e o 
objeto conhecido. Mediante a imagem, a consciência cognoscente se identifi ca com o objeto. Cumpre 
observar que o fenômeno do conhecimento, embora pareça simples, envolve uma multiplicidade 
de atos. Em primeiro lugar, os sentidos apreendem ou produzem ou evocam imagens. Tanto mais 
complexo o fenômeno do conhecimento, mais longo é o caminho indutivo ou dedutivo percorrido 
para se chegar a uma conclusão. O raciocínio denomina-se, especialmente, “discursivo” porque a 
mente discorre, corre, fl ui, move-se, caminhando do antecedente ao conseqüente.
Entretanto, além da forma discursiva do conhecimento racional, incumbe apreciar a 
questão relativa ao conhecimento intuitivo, isto é, imediato ou sem passagem de antecedente para 
conseqüente, sem comparações. ´ Intuere” signifi ca ver; intuição é uma espécie de conhecimento que, 
pela sua característica de atingir o objeto sem “meio” ou sem os intermediários das comparações, 
assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial, especialmente da visão.
A intuição sensorial existe com toda evidência, pois os sentidos não analisam, não 
comparam, não julgam; o conhecimento que se tem da temperatura da água de uma vasilha surge 
imediatamente, tão logo se a toque com a mão; o prazer ou a dor que se experimenta é um dado de 
experiência interna apreendido imediatamente. Além da intuição sensorial de experiência interna e 
externa, existirá uma forma de conhecimento relacional, intelectual, espiritual, também intuitivo?
A evidência lógico-metafísica dos primeiros princípios lógicos, éticos ou estéticos, bem 
como as relações transcendentais do ser, são apreendidas imediatamente, sem necessidade 
de “meio”, sem discurso, sem movimento. E, quando se fala de intuição como modo de 
conhecimento, entende-se a intuição intelectual, e não a sensorial. Por outro lado, não seria 
exato falar-se em intuição racional, pois razão implica não só no fato geral do conhecimento, 
mas também no seu modo de conhecer raciocinando, isto é, discorrendo, correndo, 
fl uindo, movendo-se do antecedente conhecido à procura do conseqüente supostamente 
desconhecido ou ainda não explicitado no processo de conhecimento.
Deve-se ressaltar que o conhecimento intuitivo não substitui outros modos de 
conhecimento; ele pode ser de suma valia na vida prática e nas convicções pessoais de cada 
um. Mas, por ser de ordem dominantemente subjetiva, não pode aspirar à autonomia ou ao valor 
objetivo do conhecimento científi co ou do conhecimento racional discursivo, cujas conclusões, 
demonstradas, têm valor geral e objetivo. Ademais, todo conhecimento intuitivo deve submeter-
se, posteriormente, ao tribunal da razão discursiva ou da experimentação científi ca.
Apesar desta separação “metodológica” e categórica, no processo de apreensão da 
realidade do objeto, o sujeito pode penetrar nas diversas categorias. Por sua vez, estas formas 
de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado ao estudo da física, 
pode ser praticante de determinada religião, estar fi liado a um sistema fi losófi co e, em muitos 
aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum. 
Antes de defi nirmos cada um deles, é preciso indagar-nos: 
TIPOS DE CONHECIMENTO
No que se refere ao conhecimento racional, podemos categorizá-
lo em quatro: senso comum ou popular; ciência ou científi co; fi losofi a 
ou fi losófi co; e teologia ou religioso. 
Qual a contribuição que cada tipo de conhecimento traz? 
De um modo ou de outro, cada tipo de conhecimento 
agrega valor ao ser humano.
10
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Vamos a eles....
Conhecimento Popular 
Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente de 
conhecer. É o conhecimento do dia-a-dia e se obtém pela experiência cotidiana. 
Suas características são: superfi cial, isto é, conforma-se com a aparência; sensitivo e 
valorativo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária; subjetivo, 
pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos; assistemático, pois 
esta “organização” das experiências não visa a uma sistematização das idéias; acrítico, pois 
a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma 
crítica; assistemático, por basear-se na “organização” particular das experiências próprias 
do sujeito cognoscente e não em uma sistematização das idéias; verifi cável, visto que está 
limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia; e, 
fi nalmente, falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer 
a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a 
existência de fenômenos situados além das percepções objetivas.
Conhecimento Científi co 
É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, em 
especial obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. 
Diversamente do que acontece com o conhecimento vulgar, o conhecimento científi co não 
atinge simplesmente os fenômenos na sua manifestação global, ele é caracterizado pela 
capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justifi car, de induzir ou aplicar leis, de 
predizer com segurança eventos futuros. Ele explica os fenômenos e não só os apreende. 
O conhecimento científi co é crítico, rigoroso, objetivo, nasce da dúvida e se consolida 
na certeza das leis demonstradas. É real (factual) porque lida com ocorrência ou fatos; 
constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua 
veracidade ou falsidade conhecida através da experiência; é sistemático, já que se trata de 
um saber ordenado logicamente; é verifi cável, visto que as afi rmações (hipóteses) que não 
podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência; é falível, em virtude de não ser 
defi nitivo, absoluto ou fi nal e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições 
e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
Conhecimento Filosófi co 
O primeiro sábio que utilizou a palavra “Filosofi a” foi Pitágoras, no século VI a.C. Em sentido 
etimológico, Filosofi a signifi ca devotamento à sabedoria / amigo da sabedoria, isto é, interesse 
em acertar nos julgamentos sobre a verdade
e a falsidade, sobre o bem e sobre o mal. 
Para Aristóteles, a Filosofi a era a ciência de todas as coisas pelas últimas causas, isto 
é, pelas causas e razões mais remotas e que, por isso mesmo, ultrapassam as possibilidades, 
o campo e o método das ciências particulares, a estas incumbe a investigação das causas 
próximas observáveis e controláveis pelos recursos do método científi co ou experimental.
Acadê
11
É importante destacar que a Filosofi a usa princípios racionais, procede de acordo 
com as leis formais do pensamento, tem método próprio, predominantemente dedutivo, nas 
suas colocações críticas. Portanto, ela indaga, traça rumos, assume posições, estrutura 
correntes que inspiram ou dominam mentalidades em determinados períodos, mas que, em 
seguida, perdem vigor diante de novas concepções, que geralmente hostilizam as anteriores, 
à maneira das correntes literárias, das artes em geral ou das religiões.
O conhecimento fi losófi co é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses 
que não poderão ser submetidas à observação, “as hipótese fi losófi cas baseiam-se na 
experiência, portanto este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”; 
por este motivo, o conhecimento fi losófi co é não verifi cável, já que os enunciados das 
hipóteses fi losófi cas não podem ser confi rmados nem refutados, ao contrário do que ocorre no 
campo da ciência; é racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente 
correlacionados; é sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação 
coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade; é infalível 
e exato, já que seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo 
teste da observação (experimentação). Portanto, o conhecimento fi losófi co é caracterizado 
pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre 
o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. 
Conhecimento Religioso
O conhecimento religioso supõe e exige a autoridade divina; nela se fundamenta e só a 
ela atende, a ciência, ao contrário, não supõe, não exige, não admite autoridade; a ciência só 
admite o que foi provado, na exata medida em que se podem comprovar experimentalmente 
os fatos. A Teologia não demonstra o dogma; apela para a autoridade divina que o revelou; 
exige fé; a ciência demonstra os fatos e só se apoia na evidência dos fatos.
 Apóia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem 
sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são 
consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo 
(origem, signifi cado, fi nalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências 
não são verifi cáveis: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento 
revelado. Assim, o conhecimento religioso parte do princípio de que as “verdades” tratadas 
são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” da divindade.
O conhecimento religioso vai favorecer atitudes éticas em busca do bem comum.
Vale salientar que a processualidade do saber, quer científi co quer fi losófi co, de forma 
alguma vem denegrir a ciência e a fi losofi a; pelo contrário, vem reconhecer seu verdadeiro 
estatuto. Só se sentem denegridos os cientistas e fi lósofos obtusos e dogmáticos, porque, 
no fundo, não querem ver morrer seus ídolos. E tudo isso nada tem a ver com ceticismo, 
pois o cético simplesmente não acredita na possibilidade de conhecimento. Aqui se trata 
apenas de revelar os limites do conhecimento, nunca de negar sua possibilidade.
Tanto o conhecimento vulgar como o científi co, tanto o conhecimento fi losófi co como 
o teológico alimentam o mesmo propósito e lutam pelo mesmo objetivo, que é o de chegar 
à verdade sobre o homem e sobre o Universo, sobre o ser e sobre cada uma das realidades 
que constituem infi nitos segmentos da natureza.
Para compreender efetivamente os tipos de conhecimento, relacionando-os, analise 
atentamente o quadro a seguir. 
12
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
CONCEPÇÕES, NATUREZA E DIMENSÕES DA CIÊNCIA
“Ciência sem consciência não é
 senão a ruína da alma”. 
 (Rabelais)
O homem sempre empreendeu esforços em busca da verdade, da compreensão do real, 
da explicação de sua natureza interna e da natureza externa que o cerca, sempre buscando dar 
conta das questões sobre seu surgimento, seu papel no planeta, enfi m, a razão da sua existência, 
a melhor maneira de superar os desafi os. Nas diferentes dimensões do conhecimento humano, 
o homem apresenta respostas e avança quanto à compreensão do mundo.
Visto que a ciência é fruto da tendência humana para procurar respostas e justifi cações 
positivas e convincentes, nesse conteúdo iremos analisar a natureza da ciência, conceituando 
seu aspecto lógico como método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já 
conhecidos ou a serem investigados. 
A ciência aumentou sobremaneira a capacidade de instrumentalização do homem. 
Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão de obra para atuar na área de serviços 
e pesquisas científi cas. À medida que a ciência avança, o indivíduo se torna cada vez mais 
capaz de dominar as circunstâncias à sua volta.
Fonte: SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos 
e técnicas de pesquisa científi ca. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.
Fonte: SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos
13
Então... 
Para Ander-Egg (1978) a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos 
ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verifi cáveis, que fazem referência 
a objetos de uma mesma natureza.
Para Freire-Maia (1991) a ciência é um conjunto de descrições, interpretações, teorias, 
leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua 
ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial 
(metodologia científi ca).
Desses conceitos emana a característica de apresentar a ciência como um pensamento 
racional, objetivo, lógico e confi ável. 
Não existe uma concepção única de ciência. Podemos dividi-la em períodos históricos, cada 
um com modelos e paradigmas teóricos diferentes a respeito da concepção de mundo, de ciência 
e de método, destacando-se três grande concepções: a ciência grega, que abrange o período que 
vai do século VIII a. C. até o fi nal do século XVI; a ciência moderna, do século XVII até o início do 
século XX; e a ciência contemporânea, que surge no início deste século até nossos dias. 
Com os gregos, a ciência é conhecida como fi losofi a da natureza. Tinha como única 
preocupação a busca do saber, a compreensão da natureza das coisas e do homem. 
A concepção de ciência moderna opõe-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso. 
Propõe como caminho do conhecimento, o caminho da ciência, através do experimentar, 
do medir e comprovar. Surge o cientifi cismo, isto é, a crença de que o único conhecimento 
válido era o científi co e de que tudo poderia ser conhecido pela ciência.
A visão contemporânea de ciência na incerteza e na ruptura com o cientifi cismo 
(dogmatismo e a certeza da ciência). É o contexto de crise da ciência e da ruptura do paradigma 
cartesiano, fundamentado na experiência e adotando a indução e a confi rmabilidade para 
constatar a certeza de seus enunciados.
Natureza / Dimensão da Ciência
Além da mente humana e como um
 impulso livre, cria-se a ciência. Esta se renova, assim
 como as gerações, frente a uma atividade que
 constitui o melhor jogo do “homo ludens”
 (Jacques Barzun)
Etimologicamente, a ciência deriva do latim scientia, isto é, conhecimento, arte, 
habilidade.
Ela pode ser entendida como uma sistematização de conhecimentos, 
um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento 
de certos fenômenos que se deseja estudar.
E então, mãos à obra! Lembre-se que quanto mais informações adquirimos 
mais condições temos de construir conhecimento. Portanto, busque investigar 
um pouco mais acerca dessas concepções de ciência: ciência grega, ciência 
moderna e ciência contemporânea. Aproveite para descobrir outras concepções 
de ciência que não estão citadas aqui. 
14
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Para compreendermos a natureza e dimensão da ciência, observemos 
a fi gura abaixo: 
Em se tratando de analisar a natureza da ciência, podem ser explicitadas duas dimensões, 
na realidade inseparáveis, ou seja, a compreensiva (contextual ou de conteúdo) e a metodológica 
(operacional), abrangendo tanto aspectos lógicos quanto técnicos. Pode-se conceituar o aspecto 
lógico da ciência como o método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos 
ou a serem investigados; em outras palavras, pode-se considerar que o aspecto lógico constitui 
o método para a construção de proposições e enunciados, objetivando, dessa maneira, uma 
descrição, interpretação, explicação e verifi cação mais precisas. 
Podemos ainda considerar a natureza da ciência sob três aspectos. São eles:
CARACTERÍSTICAS, OBJETIVOS E FUNÇÕES DA CIÊNCIA
As ciências caracterizam-se por possuírem: 
a) objetividade ou fi nalidade - preocupação em distinguir a característica comum 
ou as leis gerais que regem determinados eventos;
b) função - aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da 
relação do homem com o seu mundo;
c) objeto - subdividido em material, aquilo que se pretende estudar, analisar, 
interpretar ou verifi car, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face das 
diversas ciências que possuem o mesmo objeto material.
15
Suas principais características são:
• É racional;
• Representa a realidade;
• Promove uma discussão sistemática e questionadora;
• É analítica;
• É coerente;
•Exige investigação e utiliza-se de métodos científi cos;
• É comunicável.
Pode-se classifi car as ciências em duas grandes categorias: formais e empíricas. As 
primeiras tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica as 
mais importantes. As segundas tratam de fatos e de processos, incluem-se nesta categoria 
ciências como a Física, a Química, a Biologia, a Psicologia. As ciências empíricas, por sua 
vez, podem ser classifi cadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais estão: a 
Física, a Química, a Biologia, a Astronomia. Dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, 
a Antropologia, a Ciência Política, a Economia, a Psicologia, a História.
De maneira geral, a ciência possui características e exigências comuns a serem 
consideradas. São elas:
Conhecimento pelas causas (racionalismo)
Implica em conhecer pelas causas. Se o cientista observa a chuva, ele quer 
saber porque chove, dispensando a infl uência dos deuses. Utiliza-se o raciocínio 
analítico, lógico e despojado de impactos emocionais. Trata-se da racionalização 
do conhecimento.
Profundidade e generalidade de suas condições
O conhecimento pelas causas é o modo mais íntimo e profundo de se atingir o 
real. A ciência não se contenta em registrar fatos, quer também verifi car a sua 
regularidade, a sua coerência lógica, a sua previsão, etc. A ciência generaliza 
porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da 
mesma espécie. A validade universal dos enunciados científi cos confere à ciência 
a prerrogativa de fazer prognósticos seguros.
Objeto formal
A fi nalidade da ciência é manifestar a evidência dos fatos e não das idéias. 
Procede por via experimental, indutiva, objetiva; suas demonstrações consistem 
na apresentação das causas físicas determinantes ou constitutivas das realidades 
experimentalmente controladas. Não se submete a argumentos de autoridade, 
mas tão-somente à evidência dos fatos.
Controle dos fatos
Ao utilizar a observação, a experiência e os testes estatísticos tenta dar um 
caráter de exatidão aos fatos. Embora os enunciados científicos possam ser 
passíveis de revisões pela sua natureza “tentativa”, no seu estado atual de 
desenvolvimento, a ciência fixa degraus sólidos na subida para o integral 
conhecimento da realidade (Ruiz, 1979, pp. 124 a 126).
16
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Exige investigação e a utilização de métodos
Investigar implica em pesquisar, e a ciência ocorre à base de questionamentos, 
buscas e descobertas. Na ciência, a investigação é também a disposição 
do pesquisador em submeter-se a um rigor metodológico.
É comunicável
Os estudos e resultados das investigações científicas devem ser 
comunicados à sociedade. Para tal, o cientista deve fazer uso das 
defi nições, conceitos e termos a fi m de representar fi elmente as idéias 
que quer expressar.
Objetivos e Funções da Ciência
Os objetivos da ciência são determinados pela necessidade que o homem tem de 
compreender e controlar a natureza das coisas e do universo. Delineados os objetivos, cabe 
à ciência realizar suas três funções, a saber: descrever, explicar e prever os dados que 
permeiam a realidade em estudo.
Segundo Ferrari (1982), a ciência ainda deve proporcionar “aumento e melhoria 
de conhecimento; descoberta de novos fatos e fenômenos; aproveitamento espiritual; 
aproveitamento material do conhecimento”.
O papel da Ciência:
• Aumento e melhoria do conhecimento;
• Descoberta de fatos e fenômenos;
• Aproveitamento espiritual e material do conhecimento;
• Estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza.
1.Agora que você já aprendeu o que é conhecimento e como ele pode ser 
categorizado, relacione as principais características de cada um dos diversos tipos de 
conhecimento. Vamos lá! É importante que teste sua memória. Olhar no texto...não vale! 
Atividades
Complementares
17
2.Você já aprendeu os tipos de conhecimento e suas principais características. Agora 
que você já se apropriou desses conceitos e características já pode construir sua própria 
concepção de conhecimento. Para você, como o homem adquire conhecimento e de que forma 
ele pode usar desse conhecimento em prol de uma sociedade mais justa e equilibrada?
3. Agora que você já compreendeu o que é ciência, e já se apropriou de alguns 
dos seus elementos e características, já é possível fazer algum juízo de valor acerca 
da ciência. Portanto, descreva as principais concepções de ciência e as características 
que as diferem umas das outras.
4. Na medida em que evoluímos no tempo, tem sido cada vez mais evidente o nível 
de casos em que estamos inseridos, seja social seja individual. Mesmo com a evolução e 
os avanços da ciência, a humanidade ainda tem sofrido uma série de epidemias que se 
alastram assustadoramente e uma série de crises sociais que parecem não ter fi m. Será 
que a ciência tem se desvirtuado da sua função principal? Expresse sua refl exão sobre esse 
questionamento num texto de 05 linhas.
18
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
5. Qual o real papel da ciência? Com base no texto e na sua construção acerca 
da vida como um todo, expresse sua opinião em um texto de 05 linhas.
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
E UNIVERSIDADE
Metodologia Científi ca não é um simples conteúdo ministrado através de um componente 
curricular. É uma disciplina que está intimamente relacionada com o estudo crítico dos fatos. 
Ela estuda e avalia os métodos disponíveis e suas implicações, além de avaliar as técnicas de 
pesquisa. De modo geral, ela é uma reunião de procedimentos utilizados por uma técnica.
Trata-se de fornecer aos estudantes um instrumental indispensável para que 
sejam capazes de atingir os objetivos da Academia,
que são o estudo e a pesquisa 
em qualquer área do conhecimento. Portanto, trata-se de se aprender fazendo, como 
sugerem os conceitos mais modernos da Pedagogia.
É através da Metodologia Científi ca que ocorre o contato entre o conhecimento 
e a análise crítica, possibilitando a ampliação do saber, posicionando-o no plano sócio-
histórico e político. Vale considerar que a Metodologia Científi ca não aponta soluções, 
mas indica o caminho para encontrá-las.
O que se deve fazer na medida do possível, é seguir rigorosamente as regras 
defi nidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - para elaboração de 
trabalhos científi cos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidade é 
da desatenção do autor. 
Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a uma 
Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio da busca 
incessante do saber científi co. Neste sentido, a Metodologia Científi ca tem uma importância 
fundamental na formação do profi ssional. Se os alunos procuram a Academia para buscar 
saber, precisamos entender que Metodologia Científi ca nada mais é do que o “estudo 
dos caminhos do saber”, se entendermos que “método” quer dizer caminho, “logia” 
quer dizer estudo e “ciência” quer dizer saber. 
Visto que essa disciplina permite o questionamento da realidade, ela tem função 
também de oferecer suporte à Pesquisa Científi ca. Desta forma, ela pode ser entendida 
como uma abstração, observando-se a relação intrínseca entre o conhecer e o intervir.
A sua maior importância está na apresentação e exame de diretrizes para a efi cácia 
do estudo e da aprendizagem. Ela está sincronicamente relacionada com o principal objetivo 
da universidade que é ensinar e divulgar o procedimento científi co.
Portanto, para adquirir o método de estudo mais adequado e conveniente, o estudante 
deve fazer uso dos fundamentos e estratégias da Metodologia Científi ca, a fi m de sistematizar 
o conhecimento que o orientará no processo de investigação para tomadas de decisão 
oportunas na busca do saber e na formação do seu espírito crítico.
19
MÉTODO E ESTRATÉGIA DE ESTUDO E APRENDIZAGEM
Estudar corresponde a trabalhar. Exige empenho responsável e dedicação generosa. 
Conseqüentemente, pressupõe sacrifícios e escolhas conscientes. Quem de fato quer estudar 
deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida.
Já vimos anteriormente que o vocábulo metodologia vem do grego “methodos” (meta 
+ hodos = caminho), em latim “methodus”, e indica um caminho para chegar a um fi m ou a 
um determinado resultado. Nos estudos, a metodologia pretende oferecer ao estudante os 
instrumentos necessários e úteis para obter êxito no seu trabalho intelectual, tornando assim 
essa atividade menos pesada e mais efi ciente.
Agir metodologicamente é condição básica de qualquer pesquisa científi ca, por mais 
elementar que seja. Trata-se efetivamente de um conjunto de processos que o espírito humano 
deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Não devemos considerar o método 
como o essencial, lembrar que ele é um instrumento intelectual, um meio de acesso, enquanto 
a inteligência, junto com a refl exão, descobre o que os fatos realmente são.
Um estudo é efi caz quanto se torna signifi cativo, isto é, quando os 
novos conhecimentos e informações são assimilados pessoalmente e 
confrontados e integrados no complexo de conhecimentos já existentes, 
podendo ser reutilizados em outras situações. Assim, o estudo contribui 
para a formação integral da pessoa e de sua maturação.
Pois então... 
Vamos destacar o método correto de estudo e, após análise, você verá se o 
faz corretamente.
Fundamentos do Método do Estudo
Entre duas pessoas que tenham o mesmo grau de escolaridade, processos cognitivos 
semelhantes e graus de motivação semelhantes, certamente aquele que fi zer uso de um método 
de estudar compatível terá melhor rendimento. A efi ciência do estudo depende de método, mas o 
método depende de quem o aplica, da maneira como o faz, adequando-o as suas necessidades e 
convicções. Podemos citar como pontos essenciais para efi ciência nos estudos o que se segue:
a) fi nalidade: desenvolver hábitos de estudo efi cientes que não se restrinjam apenas 
a determinado setor de atividade ou matéria específi ca;
b) abrangência: servir de instrumento a todos os que tenham as mesmas necessidades 
e interesses, em qualquer fase de desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-
se à medida que o indivíduo progride, através de seus próprios recursos.
Levando em consideração esse aspecto, é importante que 
aprendamos algumas técnicas para estudar. Alguma vez você 
já parou e se questionou quanto ao seu método de estudo? Já 
se perguntou se a falta de compreensão de uma determinada 
leitura está associada a como você está estudando? 
20
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Fatores Condicionantes do Estudo
O ofício de estudar requer algumas qualidades específi cas que podemos sintetizar 
na seguinte trilogia: constância, paciência e perseverança. A constância vence 
as impressões de falso cansaço que freqüentemente se apoderam do espírito 
e do corpo. A persistência, no entanto, faz as articulações se desenferrujarem, 
os músculos se revigorarem, a respiração se dilatar, de repente, um novo ânimo 
empurra para frente; coisa semelhante pode acontecer com os estudos, em vez 
de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante deve romper 
para frente, forçar a saída da energia interior. E a paciência para aguardar com 
amor o natural resultado dos esforços desenvolvidos.
É regra de ouro não empreender nada além da capacidade pessoal. Cada um tem seu 
ritmo próprio e suas limitações. O presunçoso é aquele que se julga superior ao que realmente é 
e pode ser, contenta-se com aparências e facilmente é vítima de auto-ilusão. Conhecer os reais 
limites pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e para com os outros. Quando o 
trabalho é fruto do próprio esforço, então é que tem valor, mesmo não atingindo inteiramente a 
qualidade acadêmica exigida. Deve-se desistir da tentação de sempre querer comparar-se com 
os outros. O que eu mesmo sou capaz de produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o 
que contribui efetivamente para minha realização humana.
Portanto, as condições físicas e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis, 
possibilitando o trabalho atento e tranqüilo. Criar melhores condições físicas de estudo é 
melhorar o seu rendimento. Veja agora alguns fatores e dicas que podem melhorar o seu 
desempenho nos estudos:
Fatores Externos:
• Ambiente: Procurar, se possível, um lugar sossegado. O quarto de estudo deve ser bem 
arejado e iluminado. Na escrivaninha do estudante devem ser afastados todos os objetos 
que podem distrair. O que não pode faltar é um bom dicionário, papel ou fi chas, lápis, 
borracha e caneta. Uma boa iluminação para estudos à noite, também, é de fundamental 
importância. Cada um deve averiguar suas próprias condições de concentração, criando em 
torno de si uma “zona de silêncio” que o capacite para o trabalho intelectual. Lembremos 
sempre que o silêncio é indispensável para concentração. Logo, rádio, gravador e músicas 
gritantes são completamente descartados.
21
• Intercâmbio: É de grande utilidade reunir-se de tempos em 
tempos com colegas estudantes para trocar experiências 
de estudo, confrontar resultados, preparar um exame ou 
um debate em aula. Esse tipo de intercâmbio abre novos 
horizontes, estimula o esforço e esclarece dúvidas. Vale 
ressaltar que, os encontros de estudos devem ser encarados 
com seriedade, com tarefas e objetivos determinados, a fi m de 
não se desviar com bate-papos desnecessários. 
• Saúde: Questões psicossomáticas infl uem diretamente nos 
estudos. Às vezes tratam-se de casos relativamente
simples 
de serem resolvidos. Assim, por exemplo, sonolência 
constante em períodos de estudos pode ter como motivação 
a inadequação do horário de estudo ou tipo de alimentação 
efetuada antes do estudo. 
• Aspectos Gerais: Conserve-se em boas condições de saúde; cuide dos problemas 
físicos porventura existentes e que difi cultam a sua atividade de estudar; cuide de sua 
higiene pessoal para manter a boa saúde (usando alimentação completa e equilibrada, 
comendo lenta e moderadamente, praticando diariamente exercícios físicos, equilibrando 
trabalho com repouso e lazer); procure tomar melhores as condições do seu local de 
estudo; antes de iniciar o seu estudo, providencie todo o material de que vai necessitar 
e arrume-o convenientemente; adquira o hábito de estudar no lugar certo. 
Fatores Internos:
• Autodisciplina: No campo da formação intelectual nada se faz sem autodisciplina. 
A concentração – elemento primordial nos estudos – depende em boa parte dela, pelo 
fato de exigir força de vontade e tenacidade na ação. Sem esta disposição fi rme e 
empenho decidido não adianta absolutamente nada oferecer subsídios metodológicos, 
acompanhamento pessoal nos estudos ou técnicas sofi sticadas de aprendizagem. 
• Motivação: Um fator absolutamente central no estudo é a motivação, ou seja, uma 
disposição interior que nos impulsiona a adotar e manter um estilo de vida e um 
comportamento que expressam e concretizam valores tidos com importantes. Sem 
objetivos concretos, que devem ser constantemente lembrados, corremos o risco de 
desanimar diante das primeiras difi culdades que se apresentam, enquanto a experiência 
de fracasso provoca uma profunda frustração psicológica. Ao contrário, uma forte 
motivação garante um estudo perseverante e bem-sucedido.
• Senso de realismo: É requisito fundamental não empreender nada além da capacidade 
pessoal. Cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações. Conhecer os reais limites 
pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e para com os outros. Deve-se
m 
e 
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Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico • Aceitação de críticas: O espírito intelectual se traduz no espírito de observação, 
no gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas regida pela 
necessidade de prova, na curiosidade que leva a aprofundar as questões, na sagacidade 
e poder de discernimento. Na formação desta mente intelectual a crítica desempenha 
um papel primordial. Criticar é julgar, distinguir, analisar para melhor poder avaliar os 
elementos da problemática levantada. Em si, nada tem de negativo, pelo contrário, é 
elemento imprescindível em toda verdadeira pesquisa científi ca. O espírito crítico deve 
ser formado ao longo dos anos de estudos. Impor-se uma honesta autocrítica e dispor-
se a acolher com benevolência as críticas de outros, principalmente dos educadores, 
contribui largamente para o progresso nos estudos. Críticas que partem da sincera 
preocupação do fazer o outro crescer incentivam o estudante a sempre dar o melhor 
de si, enquanto omissões ou elogios, feitos com o receio de ferir sensibilidades, só 
conduzem ao comodismo e à falta de empenho pessoal. 
A aprendizagem
O “todo” ajuda a aprender as partes, não são as partes que ajudam a aprender o 
“todo”, portanto não se deve procurar aprender por “pedaços”. Toda aprendizagem é uma 
“estrutura” que deve ser assimilada globalmente, portanto, deve-se pensar sempre em termos 
de totalidade e relação das partes entre si. 
Um estudo efi ciente passa necessariamente por três etapas que, articuladas, levarão 
o educando a atingir com mais efi ciência a aprendizagem desejada, denominada aqui de 
síncrese, a primeira etapa, análise, a etapa intermediária, e síntese, a etapa fi nal.
• Síncrese - Antes de começar o estudo, marcar o objetivo, dizer a si mesmo até 
onde vai chegar, realizar pequenos objetivos de cada vez. Os planos muito arrojados 
terminam por desencorajar. Começar o estudo por uma “visão de conjunto” sincrética 
ou global, como quem lê uma carta de um fôlego, vá até o fi m, não pare no meio, 
em seguida faça um resumo do que fi cou, não pensando que isto foi aprendizagem. 
Todo trabalho que não é encadeado facilmente se perde. Aprender mediante uma 
esquematização lógica, pois a inteligência é que é o verdadeiro instrumento da 
aprendizagem, é fundamental. 
• Análise – Na fase analítica, procura ver e compreender todos os detalhes. Mas 
fi cando nisso não há aprendizagem, são apenas informações, sem, contudo virá 
perder a noção de conjunto adquirida na fase da síncrese. No esquema analítico, 
procura-se criar um esquema utilizando diagramas, esboços dos assuntos, fl echas, 
círculos, quadros onde entrem todos os detalhes, de modo que se coloque em ordem 
crescente ou decrescente os itens do texto, valorando cada um deles. A melhor forma 
para isso é você quem vai decidir.
• Síntese – Nesta etapa deve-se procurar as leis que regem o fenômeno, procurar os 
princípios, as causas e estabelecer os pontos-chaves. Conclusões, regras, defi nições, 
princípios, esquemas, diagramas são sínteses.
 
desistir da tentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu 
mesmo sou capaz de produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que 
contribui efetivamente para minha realização humana. 
23
Estudar é, pois, ir do sincrético (global) pelo analítico (pesquisa e investigação) para 
o sintético. Ninguém pode fazer isso por ninguém, se o fi zer estará traindo a boa-fé do 
estudante, só a pessoa pode aprender, ninguém aprende por ninguém. 
 Veja o quadro abaixo. De forma resumida, é possível perceber os passos básicos 
para uma boa compreensão de texto.
Planejamento e Organização
 
 Não se pode esperar ter êxito nos estudos sem planejamento e organização. O 
planejamento diz respeito ao tempo disponível, enquanto a organização se refere à utilização 
efi ciente deste tempo em termos de estudo. Estudo exige, por sua própria natureza, 
autodisciplina e disponibilidade. Devemos garantir o espaço de tempo necessário para a 
atividade intelectual através de um horário elaborado a partir da situação pessoal. Elaborar 
um “Quadro de Horário” prevendo a distribuição do tempo dedicado ao estudo é um excelente 
recurso para otimização do tempo, possibilitando o acompanhamento das tarefas a médio 
e longo prazo. Também no sentido de contribuir na organização das atividades seria bom 
elaborar um “Quadro de Tarefas”, possibilitando acompanhar as atividades. 
Regras gerais de estudo:
As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo. Conheça-as 
e use-as com bom senso.
• estude individualmente, salvo se tiver a certeza de que estudando com outros você 
aumenta a própria efi cácia (discutindo pontos de dúvidas, por exemplo);
• tenha idéia clara dos resultados que você deseja alcançar e afaste do seu pensamento 
tudo o que seja alheio ao seu estudo;
• aprenda os conceitos, princípios e regras gerais antes de tentar aplicá-los;
• destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja ela qual for, e considere-os de 
acordo com essa importância;
• faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidades para eliminar os 
seus pontos fracos;
• procure resolver as suas difi culdades sozinho, mas não deixe de pedir auxílio se 
perceber que ele é mesmo necessário;
• distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja, estude por etapas a matéria 
muito vasta, importante ou difícil. Distribua as etapas por mais de um período de estudo;
24
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
• aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la a uma unidade;
• aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível.
Se você adotar as técnicas aqui expostas, em pouco tempo terá aprendido a aprender. 
Seu estudo renderá mais, terá maior efi cácia. Mas as regras apresentadas não devem escravizá-
lo. Você deverá dominá-las
e aplicá-las como um senhor, usando-as em seu proveito.
Agora, segue uma dica muito importante para que todas essas regras gerais de estudo 
tenham uma maior relevância:
Para ter uma visão mais ampla, observe o quadro abaixo.
Não se esqueça de que os bons resultados do seu estudo dependem 
de sua capacidade de concentrar-se. A concentração é um dos grandes 
segredos da superioridade intelectual. Concentrado, você estará 
desperto, ativo e consciente, pronto para compreender, aprender e 
pensar. Aí está a chave do sucesso: use-a! 
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LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS
É preciso ler, e, principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não 
saberá tomar apontamentos e, fi nalmente, não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental 
para os que quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das aulas. 
O processo de aprendizagem, no que tange às atividades estudantis, depende, 
dentre outros elementos, da capacidade de leitura e assimilação refl exiva dos conteúdos 
trabalhados. As leituras necessárias e justifi cáveis podem ser realizadas de modo proveitoso 
e com menor grau de esforço quando efetuadas com base em algumas técnicas. O que é 
uma leitura proveitosa, que técnicas podemos fazer uso, que cuidados devemos ter para 
maior proveito serão agora objeto do nosso estudo. 
Elementos da Leitura
A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada 
vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, 
disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes 
sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói sua própria ciência; 
quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu. 
26
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Modalidades de Leitura 
A realidade da leitura é extremamente complexa e variada, visto que o diálogo que se 
estabelece entre emissor e receptor não se dá sempre da mesma forma. As nossas leituras têm 
origens e objetivos bastante diferenciados. Assim, há leituras de pura informação, como noticiários, 
jornais, revistas; leituras de passatempo, como revistas em quadrinhos, romances etc.; leituras 
literárias que são, antes de tudo, uma comunicação íntima entre o texto e o leitor. 
No caso específi co de leituras acadêmicas, trata-se de uma linguagem científi ca que 
se caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. Ela é fundamentalmente informativa 
e técnica, fi rma-se em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta 
e conclui. A objetividade e racionalidade da linguagem científi ca a distingue de outras 
expressões, igualmente válidas e necessárias.
O que é mais presente é a leitura de estudo ou informativa, pois visa à coleta de 
informações para determinado propósito, destacando-se três objetivos predominantes:
• certifi car-se do conteúdo do texto, constatando o que o autor afi rma, os dados que 
apresenta e as informações que oferece;
• correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o 
problema em pauta;
• verifi car a validade dessas informações.
Etapas da Leitura
• Decodifi cação - Tradução dos sinais gráfi cos em palavras;
• Intelecção - Percepção do assunto, emissão de signifi cado ao que foi lido;
• Interpretação - Apreensão das idéias e estabelecimento de relações entre o texto 
e o contexto.
• Aplicação - Função prática da leitura, de acordo com os objetivos que se propôs.
Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de 
comunicações, principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda 
é, fundamentalmente, através da leitura que se realiza o processo de 
transmissão/aquisição do conhecimento. Daí a importância capital que se 
atribui ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável. Aprender a ler não 
é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma 
disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos básicos só podem 
ser adquiridos através da prática, da experiência.
Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores 
vêem o mundo. Para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu 
conteúdo básico, mas também ter sensibilidade e espírito de busca, para 
identifi car, em cada texto lido, os vários níveis de signifi cação e as várias 
interpretações das idéias expostas por seus autores.
Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas: 
podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados 
que contêm, ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científi cos, 
incluindo seminários, trabalhos escolares, monografi as, etc.
27
Finalidades da Leitura
Informação com ou sem objetivo da aquisição 
de conhecimentos.
• Leitura informativa – cultura em geral.
• Leitura formativa – aquisição ou 
ampliação de conhecimentos.
Motivação para Leitura
A leitura pode ser feita com diferentes 
finalidades. Em outras palavras, você está 
lendo para adquirir conhecimentos suficientes 
para o levarem ao sucesso.
A seleção dos seus textos de leitura deve ser feita a partir daí. As técnicas 
de leitura que você deverá usar serão escolhidas também a partir dessa finalidade 
principal. Portanto:
• Determine inicialmente a principal fi nalidade da leitura mantendo as unidades de 
pensamento, avaliando o que se lê;
• Escolha os textos (livros, apostilas, etc.) tendo em vista a fi nalidade principal da leitura;
• Use as técnicas de leitura mais indicadas à fi nalidade fi xada e aos textos a ler;
• Proceda à leitura com objetivo determinado, preocupando-se com o conhecimento 
de todas as palavras, utilizando, para isso, glossários, dicionários especializados da 
disciplina ou mesmo dicionário geral;
• Interrompa a leitura, quer periódica quer defi nitivamente, se perceber que as 
informações não são as que esperava ou não são mais importantes;
• Discuta, freqüentemente, o que foi lido com colegas, professores e outras pessoas.
Condições para uma Leitura Proveitosa 
Para um estudo proveitoso de um texto, de um artigo ou de um livro, com boa 
assimilação de seu conteúdo, alguns passos se fazem necessários: 
a) atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente, buscando o entendimento, 
a assimilação dos conteúdos básicos do texto;
b) intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito por meio da 
leitura;
c) refl exão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos os 
ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações; 
d) espírito crítico - ler com espírito crítico signifi ca fazê-lo com refl exão, não admitindo idéias 
sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínio sem examinar,
28
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Técnicas de Leitura
A leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem, que 
pressupõe uma teoria que fundamente o método; uma estratégia a ser empregada; um conjunto 
de técnicas; e treinamento. Não há, portanto, soluções miraculosas, é preciso que o interessado 
conheça os métodos, verifi que a sua real contribuição e, através do treinamento, adquira hábitos 
de leitura tecnicamente mais adequados. 
Antes de iniciar uma leitura, e particularmente antes de iniciar o período de treinamento, 
é importante observar as seguintes condições:
a) ambiente sossegado;
b) luz em posição correta;
c) procurar ler sempre no mesmo local e no mesmo horário (isso ajuda a 
condicionar o organismo);
d) posição correta do livro: a mais indicada é a que forme um ângulo próximo de 90 
graus com o tórax, a uma distância aproximada de 30 cm dos olhos (estes devem 
alcançar um ângulo de visão tal que toda a extensão da linha seja abarcada, sem 
movimento ocular);
e) não ler tendo pensamentos que o preocupam e possam obstruir freqüentemente
a 
dinâmica da leitura: não trabalhar com duas idéias ao mesmo tempo (acaba não havendo 
defi nição de nenhuma); 
f) ler com propósito defi nido e com decisão.
Quem tem possibilidade de fazer leitura oral, convém que, de vez em quando, a exercite. 
A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho, ainda não se 
conseguiu captar-lhe o sentido. Lembre-se que:
a) o “bom leitor” é capaz de ler alto (caso não tenha impossibilidade física ou de outra 
procedência), com clareza e expressão;
b) lê sem tropeços;
c) todos o entendem e ele gosta do que lê;
d) sabe fazer as pontuações e modulações com naturalidade e agrado;
e) o “bom leitor” revela-se pela leitura oral, porque não lê, mas interpreta através da 
leitura oral.
Maus Hábitos de Leitura
A maioria dos chamados “maus hábitos” de leitura está relacionado com o emprego dos 
olhos. Certos hábitos em si não são nem “bons” nem “maus”, mas passam a sê-lo a partir do 
momento em que seu uso prejudica a leitura; isso, provavelmente, vai variar de pessoa para 
pessoa, de situação para situação. 
e) análise - divisão do tema em partes, determinação das relações existentes 
entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organização;
f) síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-
se ao resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for 
secundário e acessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento.
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Eis alguns:
a) Movimentos labiais durante a leitura silenciosa - geralmente são indício de leitura 
vagarosa: quem o faz está falando para si mesmo, quer tenha consciência disso, quer 
não. Está lendo palavras e não conjunto de palavras de uma só vez. É possível que 
o leitor não saiba que move os lábios enquanto lê. É fácil verifi cá-lo: basta colocar 
o dedo indicador sobre os lábios enquanto estiver lendo – sentirá se os lábios se 
movem ou não;
b) Movimento da cabeça durante a leitura – este é um defeito apontado unanimemente 
pelos autores de técnicas de leitura. Quem move a cabeça enquanto lê está fazendo 
com a cabeça o que os olhos deveriam fazer;
c) Percurso do dedo ao longo da linha durante a leitura – é a prática mais controvertida, 
inclusive há cursos de leitura dinâmica cuja técnica fundamental é recomendar e 
treinar o leitor a ler percorrendo com o dedo a linha que se lê. Por outro lado, outros 
condenam a prática alegando que o percurso do dedo, particularmente através de 
movimento – parada – movimento – parada ..., está substituindo o movimento que 
os olhos deveriam fazer. É difícil decidir quem tem razão. Fica a critério de cada um 
verifi car o que lhe é mais proveitoso;
d) Hábito de ler os sinais e letras e não as idéias – já foi observado em investigações que 
o “bom leitor” geralmente não constata muitos erros gráfi cos, trocas de letras, deslizes 
de ortografi a, concordância, etc. Justamente por que lê idéias e não palavras.
Análise de texto
Tendo efetuado a leitura de maneira adequada você pode avançar para a etapa 
subseqüente do processo de aprendizagem, que perpassa a análise e interpretação.
Vale destacar que podemos e devemos ter criticidade sobre aquilo que lemos ou 
ouvimos, usando do nosso discernimento para identifi car o necessário, justifi cável e essencial, 
do circunstancial, esporádico e superfi cial, pois, ainda que sejamos pelos condicionantes sociais 
e acadêmicos obrigados a reproduzir certos conhecimentos, não podemos perder a noção de 
análise e refl exão sobre todas as coisas.
Sendo assim, comecemos então a destacar o que é analisar. Analisar signifi ca estudar, 
decompor, dissecar, dividir, interpretar. De acordo com esse conceito citado, não nos parece 
claro que a todo instante estamos analisando? 
A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade 
e implica o exame sistemático dos elementos; portanto, é decompor um todo em suas partes 
a fi m de poder efetuar um estudo mais complexo, encontrando o elemento-chave do autor, 
determinando as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira 
pela qual estão organizadas e estruturadas as idéias de maneira hierárquica.
Através da análise iremos observar os componentes de um conjunto, perceberemos 
suas possíveis relações, ou seja, passaremos de uma idéia-chave para um conjunto 
de idéias mais específicas. 
30
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
A análise de texto tem como objeto:
a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto;
b) reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;
c) interpretar o texto, familiarizando-se com idéias, estilos, vocabulários;
d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;
A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o estabelecimento de uma unidade de 
leitura. Unidade é um setor do texto que forma uma totalidade de sentido. Assim, pode-se 
considerar um capítulo, uma seleção ou qualquer outra subdivisão. Toma-se uma parte 
que forme certa unidade de sentido para que se possa trabalhar sobre ela. Dessa maneira, 
determinam-se os limites no interior dos quais se processará a disciplina do trabalho de 
leitura e estudo em busca da compreensão da mensagem.
De acordo com essa orientação, a leitura de um texto, quando feita para fi ns de 
estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a análise de uma unidade é 
que se passará à seguinte. Terminado o processo, o leitor se verá em condições de refazer 
o raciocínio global do livro, reduzindo-o a uma forma sintética.
Etapas da Análise e Interpretação de Textos:
O que devo identifi car num texto? 
Recomendações Esquemáticas:
e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário;
f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas;
g) encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias;
h) perceber como as idéias se relacionam;
i) identifi car as conclusões e as bases que as sustentam.
a) Evite pensar preconceituosamente;
b) É preciso distinguir fatos de opiniões;
c) Evite concluir quando tem insufi ciência de dados e quando ainda não formulou 
todas as hipóteses possíveis;
d) Pensamentos e opiniões devem ser comprovados.
Recomendações
31
a) Para uma análise textual (Superfi cial)
• Estabeleça as várias unidades de leitura;
• Leia rapidamente o texto completo, assinalando na margem as palavras 
desconhecidas e pontos que requerem melhor esclarecimento;
• Esclareça o sentido das palavras desconhecidas e as eventuais dúvidas que tenham 
surgido no texto;
• Faça um esquema do teor do texto estudado;
• Se possível, informe-se melhor sobre o autor e o texto.
b) Para uma análise temática 
• Releia o texto por unidade de leitura, de modo refl exivo, com o propósito de aprender 
o conteúdo;
• Procure no texto completo as respostas para perguntas do tipo: de que trata esse 
texto? O que mantém a sua unidade global?
• Examine cada elemento do texto identifi cando se faz parte do esboço do texto 
ou se é um elemento que, apesar de importante, rico ou bem documentado é, no 
máximo, um elemento complementar ou secundário;
• Só encerre a análise temática quando estiver seguro de que o esquema defi nitivo 
que produziu realmente expressa o pensamento do autor.
c) Para uma análise interpretativa (Raízes)
• Não se deixe tomar pela subjetividade, dramaticidade ou persuasão do texto;
• Relacione as idéias do autor com o contexto fi losófi co e científi co de sua época e 
da atualidade;
• Faça uma leitura das entrelinhas a fi m de inferir o que não está explícito no texto;
• Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto;
• Faça o resumo do que estudou;
• Discuta o resultado obtido no estudo.
Tema - idéia central ou assunto tratado 
pelo autor, o fenômeno que se discute 
no decorrer do texto.
Em primeiro lugar, 
busca-se saber do que fala o texto. A 
resposta a esta questão revela o tema ou 
assunto da unidade.
Problema - apreensão da problemática, 
aquilo que “provocou” o autor, isto é, 
pode ser visto como o questionamento 
de motivação do autor.
Tese - a idéia de afirmação do autor 
a respeito do assunto. Captada a 
problemática, a terceira questão surge 
espontaneamente: o que o autor fala 
sobre o tema, ou seja, como responde 
à difi culdade, ao problema levantado? 
Que posição assume, que idéia defende, 
o que quer demonstrar? A resposta a 
esta questão revela tese, proposição 
fundamental: trata-se sempre da idéia 
mestra, da idéia principal defendida pelo 
autor naquela unidade.
Objetivo - a finalidade que o autor 
busca atingir. Que mensagem ele espera 
transmitir com o texto. O objetivo pode 
estar explícito ou implícito no texto.
Idéias centrais - idéias principais do texto. 
A cada parágrafo podemos selecionar 
idéias centrais ou secundárias. 
32
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
d) Para uma problematização: discussão do texto
• Levantar e debater questões explícitas ou implícitas no texto;
• Debater questões afi ns sugeridas pelo leitor.
e) Para uma síntese pessoal: reelaboração pessoal 
• Desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal do texto e 
raciocínio personalizado;
• Elaborar um novo texto, com redação própria, com discussão e refl exão 
pessoais.
33
Sistematização do Conhecimento 
A necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada do processo 
do conhecimento justifi ca-se pela compreensão da importância da interação e transformação 
recíprocas entre as diferentes áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para a 
superação da divisão do pensamento e do conhecimento, que vem colocando a pesquisa e o 
ensino como processo reprodutor de um saber parcelado que conseqüentemente muito tem 
refl etido na profi ssionalização, nas relações de trabalho, no fortalecimento da predominância 
reprodutivista e na desvinculação do conhecimento do projeto global de sociedade.
Portanto, faz-se necessária a produção e a sistematização do conhecimento, no 
sentido de ampliar as possibilidades de minimizar a complexidade do mundo em que 
vivemos. Neste sentido, a interdisciplinaridade aparece como entendimento de uma nova 
forma de institucionalizar a produção do conhecimento, possibilitando a articulação de novos 
paradigmas, as determinações do domínio das investigações, as pluralidades dos saberes 
e as possibilidades de trocas de experiências.
A seguir, verifi caremos as diversas técnicas de sistematizar o conhecimento e as suas 
devidas aplicações práticas. Vamos a elas!
Técnica para Sublinhar
A leitura informativa, também, denominada de leitura de estudo, como visto, pretende, 
através das técnicas, evidenciar ao estudante como deve ele proceder para melhor estudar 
e absorver os conteúdos e signifi cados do texto. As sucessivas etapas são o caminho a ser 
percorrido. Para tanto, mais duas outras técnicas são necessárias: saber como sublinhar e 
como fazer os resumos da parte lida. 
Em primeiro lugar, devemos compreender que cada texto, capítulo, subdivisão ou 
mesmo parágrafo tem uma idéia principal, um conceito fundamental, uma palavra-chave que 
se apresenta como fi o condutor do pensamento. Como geralmente não se destaca do restante, 
descobri-lo é a base de toda a aprendizagem. Na realidade, em cada parágrafo deve-se captar 
esse fator essencial, pois a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo que as idéias 
expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a palavra-chave. Ao descobrir, 
concretizar e formular as idéias diretrizes dos parágrafos, encontra-se todo o fi o condutor que 
dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições.
Por sua vez, a idéia-mestra não se apresenta desprovida de outras, que revelam 
pormenores importantes, gravitando ao seu redor, como uma miniatura do sistema solar. 
Nas proximidades da idéia principal aparecem argumentos que a justifi cam, analogias que 
a esclarecem, exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É por esse motivo 
que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar com traços verticais às margens, 
de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo.
Normas para Sublinhar
a) Leitura integral do texto;
b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outras;
c) Releitura do texto, para identifi car as idéias principais;
d)Não sublinhar após a primeira leitura;
TÉCNICA PARA SUBLINHAR; TÉCNICA PARA
ESQUEMATIZAR; TÉCNICA PARA FICHAR; 
TÉCNICA PARA RESUMIR
34
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Técnica para Esquematizar
Depois de assinalar, com marcas ou cores diferentes, as várias partes constitutivas do 
texto, após sucessivas leituras, devemos proceder à elaboração de um esquema que respeite a 
hierarquia emanada do fato de que, em cada frase, a idéia expressa pode ser condensada em 
palavras-chaves; em um parágrafo. A idéia principal é geralmente expressa numa frase-mestra; e 
fi nalmente, na exposição, a sucessão das principais idéias concretiza-se nos parágrafos-chaves. 
No esquema, devemos levar em consideração também que as idéias secundárias têm de 
ser diferenciadas entre si. Portanto, depois de desprezar as não importantes, deve-se procurar 
as ligações que unem as idéias sucessivas, quer sejam paralelas, opostas, coordenadas ou 
subordinadas, analisando-se sua seqüência, encadeamento lógico e raciocínio desenvolvido. 
Dessa forma, o esquema emerge naturalmente do trabalho de análise realizado.
Assim, teríamos através do esquema uma radiografi a do texto, pois nele aparece 
apenas o “esqueleto”, ou seja, as palavras-chaves, sem necessidade de se apresentar frases 
redigidas. Deve ser elaborado com base na hierarquia das palavras, frases e parágrafos-
chave que, destacados após várias leituras, devem apresentar ligações entre as idéias 
sucessivas para evidenciar o raciocínio desenvolvido.
Normas para Esquema
a) seja fi el ao texto;
b) aponte o tema do autor, destaque títulos, subtítulos;
c) seja simples, claro, distribuindo organicamente o conteúdo;
d) subordine idéias e fatos, não os reúna apenas;
e) faça uma distribuição gráfi ca do assunto, mediante divisões e subdivisões que 
representem a sua subordinação hierárquica;
f) construa o esquema através de chaves de separação ou por listagens itemizadas 
com diferenciação de espaço e/ou classifi cação numérica para as divisões e 
subdivisões dos elementos;
e) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que contêm a idéia-núcleo e 
os detalhes mais importantes. Não se sublinha a mesma palavra novamente;
f) Sublinhar apenas as idéias principais e os detalhes importantes, usando dois 
traços para as palavras-chave e um para os pormenores mais signifi cativos, 
assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, os tópicos mais 
importantes, com dois os tópicos importantíssimos;
g) Assinalar, à margem do texto, com um ponto de interrogação, os casos de 
discordância, as passagens obscuras, os argumentos discutíveis;
h) Reconstruir o parágrafo a partir das palavras sublinhadas;
i) Ler o texto sublinhado com continuidade e plenitude de um telegrama.
O esquema é utilizado como trabalho preparatório para o resumo, para 
memorizar mais facilmente o conteúdo integral de um texto. Utiliza-se de setas, 
linhas retas ou curvas, círculos, colchetes, chaves, símbolos diversos. Pode ser 
montado em linha vertical ou horizontal, é importante que nele apareçam as 
palavras que contêm as idéias principais, de forma clara, compreensível. 
35
g) lembre-se que o esquema tem, também, um conteúdo pessoal. Cada parágrafo 
do texto possui a idéia central e as idéias secundárias.
Técnica para Fichar
Fichar é
transcrever anotações em fi chas, para fi ns de estudo ou pesquisa. À medida 
que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência deve transcrever os dados em fi chas, 
com o máximo de exatidão e cuidado. A fi cha, sendo de fácil manipulação, permite a ordenação 
do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro. Até certo 
ponto, leva o indivíduo a pôr ordem no seu material. Possibilita ainda uma seleção constante 
da documentação e de seu ordenamento.
Fichas
Para o pesquisador, a fi cha é um instrumento de trabalho imprescindível. Como o 
investigador manipula o material bibliográfi co, que em sua maior parte não lhe pertence, 
as fi chas permitem: a) identifi car as obras; b) conhecer seu conteúdo;c) fazer citações; d) 
analisar o material; e) elaborar críticas. 
O sistema de fi cha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições para serviços 
administrativos e nas bibliotecas, onde, para consulta do público, existem fi chas de autores, 
de títulos, de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética. Apresentam vantagens como: 
a) fácil manipulação; b) permite ordenação; c) ocupa pouco espaço; d) fácil de transportar; 
e) possibilita obter a informação exata, na hora necessária.
Composição/Estrutura das Fichas
A estrutura das fichas, de qualquer tipo, 
compreende três partes principais: cabeçalho, 
referência bibliográfi ca e corpo ou texto, a indicação 
da obra (quem, principalmente, deve lê-la) e o local 
em que ela pode ser encontrada (qual biblioteca).
• cabeçalho - compreende o título genérico, título específi co, número de classifi cação 
da fi cha, e a letra indicativa da seqüência (quando se utiliza mais de uma fi cha, em 
continuação). Esses elementos são escritos na parte superior da fi cha, em duas 
linhas: na primeira, consta apenas, à esquerda, o título genérico remoto, na segunda, 
em quatro quadrinhos, da esquerda para a direita, o título genérico, o título específi co, 
o número de classifi cação e o código indicativo da seqüência;
• referência bibliográfi ca - deve sempre seguir normas da ABNT - Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. Para proceder-se corretamente é importante consultar 
também a Ficha Catalográfi ca da obra, que traz todos os elementos necessários e, 
na ausência dela, a folha de rosto e outras partes do livro, até obter as informações 
completas. Quando se trata de revistas e outros periódicos, muitas vezes os 
elementos importantes da referência bibliográfi ca localizam-se na lombada. No caso 
de jornais, a primeira página é que fornece a maioria das indicações;
• corpo - o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fi chas varia segundo o tipo 
e fi nalidade da fi cha;
áririaa.
 
36
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Ficha Bibliográfi ca
Também denominada de fi cha de indicações bibliográfi cas, trata da reunião de elementos 
que permitem a identifi cação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados 
em diversos tipos de material, sendo fundamentalmente os seguintes: autor, título, número 
da edição (da segunda em diante); local de publicação; editora; data da publicação; outras 
informações (campo do saber; tema; aspectos signifi cativos). Essas indicações bibliográfi cas 
obedecem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Constituem-se, 
também, num grande auxílio no momento de colocar as obras em ordem alfabética, para 
organizar a bibliografi a de um trabalho. Recomenda-se:
a) ser breve - quando se desejam maiores detalhes sobre a obra, o ideal é a fi cha de 
resumo ou conteúdo, ou, melhor ainda, a de esboço. Na fi cha bibliográfi ca algumas 
frases são sufi cientes;
b) utilizar verbos ativos - para se caracterizar a forma pela qual o autor escreve, 
as idéias principais devem ser precedidas por verbos, tais como: analisa, compara, 
contém, critica, defi ne, descreve, examina, apresenta, registra, revisa, sugere.
c) evitar repetições desnecessárias - não há nenhuma necessidade de colocar 
expressões como: esse livro, esta obra, este artigo, o autor. 
Ficha de Citações
Enquanto se realiza a leitura analítica ou interpretativa das fontes bibliográfi cas convém 
selecionar trechos de alguns autores, que poderão (ou não) ser usados como citações no 
trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados autores, nas obras 
consultadas. Deve-se observar os seguintes cuidados:
a) toda citação tem de vir entre aspas - é através desse sinal que se distingue 
uma fi cha de citações das de outro tipo. Além disso, a colocação das aspas evita 
que, mais tarde, ao utilizar a fi cha, se transcreva como do fi chador os pensamentos 
nela contidos;
b) após a citação deve constar o número da página de onde foi extraída - isso 
permitirá a posterior utilização no trabalho, com a correta indicação bibliográfi ca;
c) a transcrição tem de ser textual - isso inclui os erros de grafi a, se houver. Após 
eles, coloca-se o termo sic, em minúsculas e entre parênteses ou colchetes;
• indicação da obra - onde poderá ser utilizada (quer para estudos, pesquisa 
em determinada área ou para campos específi cos);
• local - onde pode ser encontrado o livro, pois é possível que uma obra, 
depois de fi chada, seja necessário voltar a consultá-la.
O conteúdo das fichas será delineado pelo 
propósito da fi cha, podendo ser: a) bibliográfi ca; 
b) citações; c) resumo ou conteúdo; d) esboço; 
e) comentário ou analítica.
37
d) a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se no local da 
omissão três pontos precedidos e seguidos por espaços, no início ou fi nal do texto 
e entre parênteses, no meio;
e) a supressão de um ou mais parágrafos também deve ser assinalada, utilizando-
se uma linha completa de pontos;
f) a frase deve ser complementada, se necessário - quando se extraí uma parte 
ou parágrafo de um texto, este pode perder seu signifi cado, necessitando de um 
esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre colchetes;
g) quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato tem de ser assinalado 
- muitas vezes o autor fi chado cita frases ou parágrafos escritos por outra pessoa. 
Nesse caso, é imprescindível indicar, entre parênteses, a referência bibliográfi ca da 
obra da qual foi extraída a citação.
Ficha de Resumo 
Apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou um resumo 
dos aspectos essenciais da obra. Caracteriza-se por:
a) não é um sumário ou índice das partes componentes da obra, mas exposição 
abreviada das idéias do autor;
b) não é transcrição, como na fi cha de citações, mas é elaborada pelo leitor, com 
suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor;
c) não é longa, apresenta mais informações do que a fi cha bibliográfi ca, que por sua 
vez é menos extensa do que a do esboço;
d) não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra; lendo a obra, o estudioso 
vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao fi nal, redige um resumo, contendo 
a essência do texto.
Técnica para Resumir
Um resumo é uma apresentação breve, concisa e seletiva de um texto que permite 
ao destinatário tomar conhecimento de um documento sem a necessidade de ler as partes 
componentes. Nele destacam-se os elementos de maior interesse e importância, identifi cando 
as idéias principais do autor e da obra. Um resumo precisa explicitar a abordagem implícita, o 
valor dos achados e a originalidade, se houver. A fi nalidade de se resumir consiste na difusão 
das informações contidas em livros, artigos, teses, etc., permitindo, a quem o ler, resolver sobre 
a conveniência ou não de consultar o texto completo.
O como fazer um resumo depende muito do objetivo ou demanda que se tenha. Ele pode 
ser uma apresentação de um sumário narrativo das partes mais signifi cativas, não dispensando a 
leitura do texto; uma condensação do conteúdo, expondo
ao mesmo tempo tanto a metodologia e 
as fi nalidades quanto os resultados obtidos e as conclusões, permitindo a utilização em trabalhos 
acadêmicos, dispensando, assim, a leitura posterior do texto original; uma análise interpretativa 
de um documento criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto. 
38
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de que 
trata este texto? o que pretende demonstrar? Com isso, identifi ca-se a idéia central e o 
propósito que nortearam o autor. 
Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como disse? Em outras 
palavras, trata-se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto. Esse passo 
signifi ca a compreensão das idéias, provas, exemplos, etc. que servem como explicação, 
discussão e demonstração da proposição original (idéia principal). É importante distinguir a 
ordem em que aparecem as diferentes partes do texto. Geralmente, quando o autor passa 
de uma idéia para outra, inicia novo parágrafo.
Uma vez compreendido o texto, selecionadas as palavras-chaves e entendida a relação 
entre as partes essenciais, pode-se passar à elaboração do resumo.
Tipos de Resumo
Com efeito, um resumo pode ser de três tipos: 
Como Resumir
Levando-se em consideração que quem escreve obedece a um plano 
lógico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ou 
seja, proposição, explicação, discussão e demonstração, é aconselhável, 
em uma primeira leitura, fazer um esboço do texto, tentando captar o plano 
geral da obra e seu desenvolvimento.
a) Resumo descritivo ou indicativo 
Nesse tipo de resumo descrevem-se os 
principais tópicos do texto original e indicam-
se sucintamente seus conteúdos.
b) Resumo informativo ou analítico 
É o tipo de resumo que reduz o texto a 1/3 
ou 1/4 do original, abolindo-se gráfi cos, 
citações, exemplificações abundantes, 
mantendo-se, porém, as idéias principais. 
c) Resumo crítico
Consiste na condensação do texto 
original a 1/3 ou 1/4 de sua extensão, 
mantendo as idéias fundamentais, mas 
permite opiniões e comentários do autor 
do resumo sobre o trabalho e não sobre 
o autor; pode se centrar na forma (com 
relação aos aspectos metodológicos), 
do conteúdo (análise do teor em si do 
trabalho), do desenvolvimento (da lógica 
utilizada na demonstração) e da técnica 
de apresentação das idéias principais. 
39
Normas Gerais para Resumir
a) evitar começar a resumir antes de levantar o esquema do texto ou de preparar 
as anotações da leitura;
b) apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra;
c) não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais;
d) respeitar a ordem das idéias e fatos apresentados;
e) empregar linguagem clara e objetiva;
f) evitar a transcrição de frases do original;
g) apontar as conclusões do autor;
h) deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.
40
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO 
CONHECIMENTO
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO 
DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Estrutura e redação de trabalhos acadêmicos; 
redação Científi ca (Normas da ABNT)
Toda atividade pressupõe o uso de normas que visam auxiliar e uniformizar os 
procedimentos, melhorando a comunicação de modo geral, além de imprimir qualidade 
e facilitar o intercâmbio de informações. Desta forma, a normalização ou o conjunto de 
procedimentos padronizados se aplica à elaboração de documentos técnicos e científi cos, 
organizando conteúdo e forma destes documentos de forma geral.
No caso específi co de redação de trabalhos acadêmicos, esta deve atender a algumas 
características para que a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do 
leitor sejam efi cazes. Alguns dos princípios básicos desta interação que deve existir entre 
autor e leitor são os seguintes:
a) Clareza de expressão: Todo o texto escrito deve ser perfeitamente compreensível 
pelo leitor. Este não deve ter nenhuma difi culdade para entender o texto. As sentenças 
estão bem construídas? As idéias estão bem encadeadas? Há uma seqüência 
adequada na apresentação dos seus resultados e de sua argumentação? Leia 
cuidadosamente o que escreveu, como se você fosse o seu leitor. 
b) Objetividade na apresentação: Convém selecionar os conteúdos que farão 
parte do seu texto. Selecione a informação que você dispõe e apresente só o que 
for relevante. Elabore um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo, tanto das 
observações como do raciocínio. Isto é ainda mais importante em um artigo, em que 
a concisão é geralmente desejada pelo periódico e pelo leitor. 
c) Precisão na linguagem: A linguagem científi ca deve ser precisa. Cuidado com termos 
vagos ou que podem ser mal interpretados. As palavras e fi guras que entrarão no seu 
texto devem ser escolhidas com cuidado para exprimir o que o você tem em mente
d) Utilização correta das regras da língua: Escrever erradamente pode resultar 
de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor, consulte 
dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membro da Banca 
Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si também foi feito com 
desleixo. Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor.
Trabalho Científi co
Os trabalhos científi cos devem ser elaborados de acordo com normas preestabelecidas 
e com os fi ns a que se destinam, devendo ser inéditos ou originais e contribuírem não só 
para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas, mas também 
servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos.
41
Os trabalhos científi cos, originais, devem permitir a outro pesquisador, baseado nas 
informações dadas:
a)reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma precisão 
e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor;
b)repetir as observações e julgar as conclusões do autor;
c) verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor chegar 
às conclusões.
Aponta-se como trabalhos científi cos, aqueles que apresentam uma das seguintes 
características:
a) Observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas, 
estruturas e funções e variações, dados ecológicos, etc.;
b) Trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando 
uma das mais férteis modalidades de investigação, por submeterem o fenômeno 
estudado às condições controladas da experiência;
c)Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à 
produção de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de 
hipóteses, teorias, etc.
Os trabalhos científi cos podem ser realizados com base em fontes de informações 
primárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia e 
com os objetivos propostos.
A seguir, apresentamos algumas normas atualizadas para elaboração de trabalhos 
científi cos, retiradas da própria ABNT. 
42
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Resenha
A Resenha é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos. 
Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo, 
na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. 
Pode ser conceituado, também, como um resumo crítico, contudo, mais abrangente, 
além de reduzir o texto, permite opiniões e comentários, incluindo, ainda, julgamentos de 
valor, tais como comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância 
da obra com relação às outras do mesmo gênero (ANDRADE, 1995).
É um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer 
comparação com outras obras da mesma área, e maturidade intelectual, para fazer avaliação 
e emitir juízo de valor (ANDRADE, 1995).
 Sua fi nalidade é informar
ao leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado 
no livro, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas 
teorias. A resenha visa, portanto, apresentar uma síntese das idéias fundamentais da obra.
Estrutura e redação de trabalhos acadêmicos; 
redação Científi ca (Normas da ABNT)
“Resenhar s igni f ica fazer uma re lação 
das propriedades de um objeto, enumerar 
cuidadosamente seus aspectos relevantes, 
descrever as circunstâncias que o envolvem”.
Fiorini e Platão apud Medeiros, 2003. 
43
Elementos de uma resenha
• Reais: reuniões e acontecimentos em geral;
• Textuais: livros, peças teatrais, texto, fi lmes e, etc. 
Aspectos Gerais (da Resenha)
 
• Desenvolve a capacidade de síntese, interpretação e crítica;
• Utiliza-se a linguagem na terceira pessoa;
• Conduz o leitor para informações puras;
• Resenha é diferente de Resumo. Ela admite juízo valorativo, comentário, crítica, 
enquanto o resumo pode abolir tais elementos.
Estrutura da Resenha Crítica
a) Referência Bibliográfi ca:
• Autor. Título da obra. Local da edição, Editora, Data. Número de páginas.
b) Credenciais do autor:
• Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, cargos 
exercidos e obras publicadas.
c) Resumo da obra (digesto):
• Resumo das principais idéias expressas pelo autor;
• Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra.
d) Conclusões da autoria:
• Podem ser separadas no fi nal da obra ou apresentadas no fi nal dos capítulos. 
Caso não se apresentem separadas do corpo da obra, o resenhista, analisando 
o trabalho, deve indicar os principais resultados obtidos pelo autor.
• Indica os resultados obtidos pelo autor;
• Quais as conclusões a que o autor chegou?
44
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
e) Metodologia do autor:
• Método de abordagem;
• Método de procedimento;
• Modalidade empregada;
• Técnicas utilizadas.
f) Crítica do resenhista (apreciação da obra):
• É o momento de posição pessoal do resenhista:
• Julgamento da obra do ponto de vista metodológico (coerência entre a posição 
central e a explicação, discussão e demonstração; adequado emprego de métodos 
e técnicas específi cas).
• Qual a contribuição da obra?
• Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista?
g) Indicações do resenhista:
• A quem é dirigida a resenha (estudantes, especialistas, leitores em geral)
• Fornece subsídios para o estudo de que disciplina(s)?
• Pode ser adotada em que tipo de curso?
 
Artigo Científi co
O artigo científi co consiste na apresentação sintética dos resultados da pesquisa ou 
estudo realizados a respeito de uma questão, contendo idéias novas ou abordagens que 
complementam estudos já feitos, observando-se a sua apresentação em tamanho reduzido, 
o que limita de constituir-se em matéria para dissertação, tese ou livro. 
O objetivo principal de um artigo é o de ser uma maneira rápida e sucinta de divulgar, 
em revistas especializadas, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias 
que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados 
alcançados e as principais difi culdades encontradas no processo de pesquisa ou análise de 
uma questão (KOCHE, 1997, p. 149).
45
A arte de escrever artigos científi cos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência 
e da cultura. Para se fazer um bom artigo científi co deve-se fazer uma descrição seqüencial 
dos componentes típicos de um documento desta natureza. 
O artigo científi co comunica idéias e informações de maneira clara e concisa. Sua 
característica principal é ser publicado em periódicos científi cos.
Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos:
• Artigo de divulgação: É o relato analítico de informações atualizadas sobre um 
tema de interesse para determinada especialidade. Não requer necessariamente 
uma revisão de literatura retrospectiva.
• Artigo de revisão: São conhecidos como “reviews”. Os artigos de revisão com 
enfoque histórico devem obedecer a uma ordem cronológica de pensamento.
A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modificam de uma revista 
para outra.
A ABNT apresenta na NBR 6022 (antiga NB 61) algumas condições exigíveis para 
orientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de uma apresentação 
racional e uniforme dos artigos nela contidos.
Considera-se como didático para a elaboração de um artigo científi co a estrutura que 
segue abaixo:
• Título (Title). Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente correta 
a essência do artigo. Por vezes, opta-se por títulos com duas partes. 
• Autor e fi liação (Author and affi liation). Indicação do nome do autor (ou autores) e 
da instituição a que pertence(m). É freqüente indicar também o endereço de correio 
eletrônico. 
• Resumo (Abstract). Não deve exceder 200 palavras e deve especifi car de forma 
concisa, mas não telegrafi camente. O resumo não é uma introdução ao artigo, 
mas sim um descrição sumária da sua totalidade, na qual se procura realçar os 
aspectos mencionados. Não se devem citar referências bibliográfi cas no resumo. 
Convém lembrar que um resumo pode vir a ser posteriormente reproduzido em 
publicações que listam resumos (de grande utilidade para o leitor decidir se está ou 
não interessado em obter e ler a totalidade do artigo). 
• Palavras-chaves (Keywords). Por vezes é pedido que um artigo seja acompanhado 
por um conjunto de palavras-chaves que caracterizem o domínio ou domínios em 
que ele se inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas para permitir que 
o artigo seja posteriormente encontrado em sistemas eletrônicos de pesquisa. Por 
isso, deve-se escolher palavras-chaves tão gerais e comuns quanto possível. 
• Introdução (Introduction). A introdução fornece ao leitor o enquadramento para 
a leitura do artigo e deve esclarecer a natureza do problema cuja resolução se 
descreve no artigo. 
• Corpo do artigo (Body of the paper). Constitui a descrição, ao longo de vários 
parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado. 
• Conclusões (Conclusions). Devem ser enunciadas claramente e deverão cobrir 
o que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância, e as 
vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta. 
•Agradecimentos (Acknowledgments). Um artigo científi co resulta, com freqüência, 
do empenho de muita gente, para além dos que o assinam como autores 
46
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Papers
Paper consiste em um “pequeno artigo científico ou texto elaborado para 
comunicação em congressos sobre determinado tema ou sobre os resultados de 
um projeto de pesquisa. Deve possuir a mesma estrutura formal de um artigo” 
(MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, p. 71).
Comunicações Científi cas
A comunicação científi ca, segundo Asti Vera (1976, p. 164), “é uma informação 
limitada pela sua extensão pelas normas estabelecidas pelo local onde é apresentada” 
(congressos, jornadas, sociedade científi ca, seminários, semanas de estudos e outros 
eventos científi cos), “na qual se expõem os resultados de uma pesquisa original”, inédita e 
criativa, a ser posteriormente publicada em anais ou revistas científi cas.
A comunicação científi ca deve trazer informações científi cas novas e atualizadas de um 
tema ou problema ou conter revisão crítica dos estudos realizados, mas “não permite, devido 
à sua redação, que os leitores possam verifi car tais informações: as notas simplesmente 
informam” (SALVADOR, 1982, p. 23).
A comunicação é considerada um trabalho informativo devido ao tempo limitado do 
relato da informação em eventos científi cos e também aos resultados da pesquisa que, 
muitas
vezes, ainda estão em andamento.
Ao apresentar a comunicação, o pesquisador deverá enfatizar o que está estudando, 
os procedimentos metodológicos, formulando de forma precisa, clara e simples o tema 
investigado e a síntese completa das principais informações e/ou argumentos ao público 
apresentados (MARCANTONIO; SANTOS;LEHFELD, 1993, p. 71).
Tendo em vista os princípios da comunicação, esta não precisa se deter muito em 
desenvolvimento analítico, o importante é apresentar a idéia, a teoria ou o experimento 
realizado de maneira bem fundamentada (ASTI VERA, 1976, p. 164).
Embora a comunicação científi ca seja predominantemente uma apresentação oral, 
pode o pesquisador pretender publicá-la sobre a forma escrita.
Para tal, deve-se cuidar da linguagem, da forma e da estrutura de sua apresentação, 
exigindo um rigor metodológico e aparato técnico comuns a todo tipo de trabalho científi co.
Relatório
O relatório consiste na apresentação fi nal de estudo, pesquisa e atividade em que, além dos 
dados coletados, o autor comunica resultados, conclusões e recomendações a respeito do assunto 
trabalhado. Para Keller e Bastos (1991, p. 74), o relatório é constituído dos seguintes elementos:
a) apresentação: capa e folha de rosto;
elementos da equipe e amigos que contribuíram, de uma forma ou 
outra, para a sua existência e qualidade. É neste ponto de um artigo 
científi co (entre as “Conclusões” e as “Referências”) que se colocam os 
“Agradecimentos”. 
• Referências (References). Trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou 
outros elementos bibliográfi cos que foram referenciados ao longo do artigo. 
47
b) resumo: Ver texto “Artigo científi co”;
c) introdução: inclui objetivos, justifi cativas e hipóteses trabalhadas;
d) metodologia: inclui técnicas utilizadas, universo (população) da pesquisa e amostra;
e) embasamento teórico: teoria que sustenta o trabalho, levantamento de estudos 
já realizados sobre o assunto e defi nição de conceitos;
f) apresentação dos dados coletados e análise dos mesmos;
g) interpretação dos dados coletados e analisados;
h) conclusão: decorrência natural da análise e interpretação dos dados;
i) recomendação e sugestões: indicações práticas extraídas das conclusões;
j) apêndice: materiais ilustrativos elaborados pelo autor do relatório;
k) anexo: materiais ilustrativos não elaborados pelo autor do relatório;
l) referências bibliográfi cas: relação das obras e documentos consultados, de 
acordo com as normas atuais da ABNT.
Memorial
Trata-se de uma autobiografi a que descreve, analisa e critica acontecimentos sobre a 
trajetória acadêmico-profi ssional e intelectual do autor, avaliando cada etapa da sua experiência. 
Deve incluir todas as fases do autor, enfatizando-se as fases mais signifi cativas e importantes. Deve-
se destacar as experiências mais relevantes, fazendo-se um comparativo entre a vida profi ssional 
e a vida pessoal, evidenciando-se as infl uências de uma para com a outra e vice-versa.
O memorial deve ser iniciado com uma breve introdução, evidenciando a fi nalidade 
da elaboração do mesmo. Deve-se incluir em sua estrutura informações signifi cativas, como 
formação do autor, atividades tecno-científi cas e artístico-culturais importantes, produções 
científi cas, dentre outras. O texto do memorial deve ser escrito na primeira pessoa do singular.
Estrutura de um Memorial:
 a) Capa e folha de rosto – deve conter nome, título (memorial), local, ano;
b) Sumário – deve vir logo depois da folha de rosto;
c) Corpo do memorial – apresenta-se de forma narrativa. Deve-se inserir comentários 
sobre as diversas etapas da vida pessoal, acadêmica e profi ssional do autor. As folhas 
devem vir numeradas com algarismos arábicos.
Apresentação Gráfi ca de um Memorial (formatação)
a) Formato do papel – recomenda-se a utilização de papel A4 (210x297mm);
b) Digitação – margens: superior, inferior e esquerda = 3cm e inferior = 2cm;
c) Entrelinhamento do texto – 1,5 linha;
48
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
d) Fonte e tamanho da letra – preferencialmente Times New Roman 
ou Arial 12;
e) Paginação – Numerar as páginas com algarismos romanos minúsculos 
no centro inferior, sendo que a capa e a folha de rosto não são contadas e 
não recebem número. As folhas textuais são numeradas com algarismos 
arábicos, no canto superior direito, ou centralizada ao pé da folha. A primeira 
folha de texto é contada, mas não numerada.
Seminário, painel e mesa redonda
Seminário
O seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate, 
constituindo-se numa das técnicas mais efi cientes de aprendizagem, quando convenientemente 
elaborado e apresentado. A pesquisa, especialmente a bibliográfi ca, é o primeiro passo, 
requisito indispensável na elaboração do seminário. A pesquisa leva à discussão do material 
pesquisado, mas, para que os objetivos sejam alcançados, não se pode dispensar o debate. 
Objetivos do seminário:
• aprofundar o estudo a respeito de determinado assunto; 
• desenvolver a capacidade de pesquisa, de análise sistemática dos fatos, através 
do raciocínio, da refl exão, preparando o aluno para a elaboração clara e objetiva 
dos trabalhos científi cos.
O seminário possibilita:
• Ensinar pesquisando; 
• Revelar tendências e aptidões para a pesquisa; 
• Ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual; 
• Ensinar a coletar material para análise e interpretação crítica de trabalhos mais 
avançados; 
• Ensinar a trabalhar em grupo e desenvolver o sentimento de comunidade intelectual 
entre os educandos;
• Ensinar a sistematizar fatos observados e a refl etir sobre eles;
• Levar a assumir atitude de honestidade e exatidão nos trabalhos efetuados;
• Dominar a metodologia científi ca geral.
49
Palestra
A palestra é uma atividade pedagógica centrada em exposição oral acerca de 
um tema ou assunto. Objetiva suscitar, motivar, esclarecer e divulgar, em linhas gerais, 
a experiência e o trabalho desenvolvido pelo palestrante acerca de um dado tema ou 
assunto. A palestra caracteriza-se enquanto atividade na qual o palestrante desenvolve de 
modo metódico e estruturado o tema ou assunto, sem aprofundar-se, ainda que de modo 
esclarecedor e contributivo para a sua audiência, evidenciando a relevância de tais estudos 
e/ou experiências.
A duração considerada adequada para uma palestra e esclarecimento de possíveis 
indagações é de 1:30 min (uma hora e trinta minutos), que poderão ser dirigidas durante ou 
ao fi nal da palestra, como melhor convier ao palestrante.
Conferência
Conferência é uma exposição científi ca, oral, acerca de um determinado tema, realizada 
por especialista, de modo simples e direto, permitindo ao público compreender e assimilar 
melhor o que está sendo exposto. Ao término da conferência, o conferencista poderá facultar aos 
participantes a formulação de indagações sobre os pontos que desejam esclarecer. A duração 
considerada adequada para a conferência deve ser de 1h (uma hora), em razão de indagações 
dirigidas pela platéia ao conferencista. Considera-se 30’ min (trinta minutos) um tempo ideal 
para exposição, pois o alongar da mesma torna-a cansativa, com perda de interesse.
Palestra e conferência
50
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES
Conceito de Pesquisa Científi ca. Finalidades 
e Requisitos da Pesquisa Científi ca
Conceito, Finalidades e Requisitos da Pesquisa Científi ca
Pode-se defi nir pesquisa como um processo formal e sistemático, controlado e 
crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo 
do conhecimento. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informações sufi cientes 
para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal 
estado de desordem
que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.
A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento 
reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer 
a realidade ou para descobrir verdades parciais. O desenvolvimento de um projeto de 
pesquisa compreende seis passos:
1.Seleção do tópico ou problema para a investigação;
2. Defi nição e diferenciação do problema;
3. Levantamento de hipóteses de trabalho;
4. Coleta, sistematização e classifi cação dos dados;
5. Análise e interpretação dos dados;
6. Relatório do resultado da pesquisa.
Linguagem Científi ca
Há, de modo geral, uma tendência a descuidar-se da linguagem quando se redige um 
trabalho científi co ou técnico, talvez sob a alegação de que não se trata de trabalho literário. 
Importa respeitar, ao menos, os seguintes aspectos fundamentais:
a) correção gramatical: convém sempre solicitar a contribuição de um conhecedor 
da língua e da gramática para nos auxiliar;
b) exposição clara, concisa, objetiva, condizente com a redação científi ca;
c) cuidado em evitar parágrafos extensos, construir períodos com no máximo duas ou três 
Aquilo que se sabe quando ninguém nos interroga, 
mas que não se sabe mais quando devemos 
explicar. É algo sobre o que se deve refl etir. E 
evidentemente algo sobre o que, por alguma 
razão,difi cilmente se refl ete.
WITTGESTEIN apud MEDEIROS, 2003, p. 56.
51
linhas, bem como parágrafos com cinco linhas cheias, em média, e no máximo oito;
d) preocupação em redigir com um estilo capaz de equilibrar a simplicidade com o 
movimento, evitando o colóquio excessivamente familiar e vulgar, os recursos retóricos;
e) simplicidade do texto: com palavras conhecidas de todos é possível escrever de maneira 
original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fl uentes e bem articuladas; 
f) linguagem direta, pois conduz mais facilmente o leitor à essência do texto, dispensando 
detalhes irrelevantes e indo diretamente ao que interessa, sem rodeios; 
g) precisão e rigor com o vocabulário técnico, sem cair no hermetismo;
h) impessoalidade: contribui grandemente para a objetividade da redação dos trabalhos 
científi cos, devendo-se usar verbos nas formas que tendem à impessoalidade;
i) não começar períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem usar 
repetidamente a mesma estrutura de frase;
j) evitar longas citações e relatar o fato com o menor número possível de palavras;
k) recorrer aos termos técnicos somente quando absolutamente indispensáveis e, 
nesse caso, colocar o seu signifi cado entre parênteses;
l) evitar palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentem transmitir ao leitor 
mera idéia de erudição;
m) ser rigoroso na escolha das palavras do texto, desconfi ando dos sinônimos 
perfeitos ou de termos que sirvam para todas as ocasiões;
n) encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de um 
texto no qual os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos 
estanques, sem nenhuma fl uência entre si.
Técnicas de Pesquisa
Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou 
arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza 
inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. 
As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos: documentação 
indireta; documentação direta; e observação direta intensiva, a seguir delineadas.
• Documentação indireta: Toda pesquisa implica o levantamento de dados de 
variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados. 
É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias 
sobre o campo de interesse. Esse levantamento de dados, primeiro passo de 
qualquer pesquisa científi ca, é feito de duas maneiras: pesquisa documental 
(ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfi ca (ou de fontes secundárias).
a) Pesquisa documental: a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, 
escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem 
ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. 
52
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
b) Pesquisa bibliográfi ca: A pesquisa bibliográfi ca ou de fontes secundárias, 
•Documentação direta: A documentação direta constitui-se, em geral, no 
levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses 
dados podem ser obtidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo 
ou da pesquisa de laboratório.
a) Pesquisa de campo: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de 
conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual 
se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, 
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. 
b) Pesquisa de laboratório: A pesquisa de laboratório é um procedimento de 
investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será 
ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específi co, preciso e 
ambientes adequados.
Níveis de Pesquisa
Outro modo de delinear os diferentes tipos de pesquisa é considerar o nível de 
progresso decorrente da pesquisa, assim como do uso de conhecimentos já a disposição, 
da utilização dos mesmos e da constituição desse conhecimento inovador.
• Pesquisa Bibliográfi ca: A pesquisa bibliográfi ca é desenvolvida a partir de material 
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científi cos. Embora 
em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, 
há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográfi cas. As 
pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das 
diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas 
quase exclusivamente a partir de fontes bibliográfi cas.
• Pesquisa Documental: A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa 
bibliográfi ca. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. 
Enquanto a pesquisa bibliográfi ca se utiliza fundamentalmente das contribuições 
dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de 
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que ainda podem ser 
reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa 
documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfi ca, cabendo considerar 
que, enquanto na pesquisa bibliográfi ca as fontes são constituídas sobretudo por 
material impresso localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental as fontes são 
muito mais diversifi cadas e dispersas. Há, de um lado, os documentos “de primeira 
mão”, que não receberam nenhum tratamento analítico, e os “de segunda mão”, 
que, de alguma maneira, já foram analisados.
• Pesquisa Experimental: De modo geral, o experimento representa o melhor 
Abrange toda bibliografi a já tornada pública em relação ao tema de estudo, 
desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografi as, 
teses, etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fi ta magnética 
e audiovisuais: fi lme e televisão. Sua fi nalidade é colocar o pesquisador em 
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. 
Esses documentos permitem ao cientista o reforço paralelo na análise de 
suas pesquisas ou na manipulação de suas informações.
53
exemplo de pesquisa científi ca. Essencialmente, a pesquisa experimental consiste 
em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes 
de infl uenciá-lo, defi nir as formas de controle e de observação dos efeitos que a 
variável produz no objeto.
•Estudo de Caso: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e 
exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo 
e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros 
delineamentos considerados. A maior utilidade do estudo de caso é verifi cada nas 
pesquisas exploratórias. Por sua fl exibilidade, é recomendável nas fases iniciais 
de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou 
reformulação do problema. Também se aplica com pertinência nas situações em 
que o objeto de estudo já é sufi cientemente conhecido a ponto de ser enquadrado 
em determinado tipo ideal. Por exemplo, se as informações disponíveis fossem 
sufi cientes para afi rmar que existem três tipos diferentes de comunidades de base 
e houvesse interesse em classifi car uma comunidade específi ca em algum desses 
tipos, então o estudo de caso seria o delineamento mais adequado.
• Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia, em 
virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas 
ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios 
como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científi cos. 
A despeito, porém, destas críticas, vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo 
por pesquisadores identifi cados por ideologias “reformistas” e “participativas”.
• Pesquisa Participante: A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, 
caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações 
investigadas. Há autores que empregam as duas expressões como sinônimas. 
Todavia, a pesquisa-ação geralmente supõe uma forma de ação planejada, de 
caráter social, educacional, técnico ou outro. A pesquisa participante, por sua vez, 
envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Esta última tende a 
ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente e a 
primeira como o próprio conhecimento derivado do senso comum, que permitiu ao 
homem criar, trabalhar e interpretar a realidade, sobretudo a partir dos recursos que 
a natureza lhe oferece.
Fases da Pesquisa Científi ca
• Escolha do Tema: tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. O trabalho 
de defi nir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar por toda a pesquisa. 
Nesse caso, deverá ser freqüentemente revisto. 
• Levantamento de Dados: Para obtenção de dados podem ser utilizados três 
procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfi ca e contatos diretos. 
A pesquisa bibliográfi ca é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já 
realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais 
e relevantes relacionados com o tema. 
• Formulação do Problema: Problema é uma difi culdade, teórica ou prática, no 
conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma 
solução. Defi nir um problema signifi ca especifi cá-lo em detalhes precisos e exatos. 
Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade. 
54
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
• Defi nição dos Termos: O objetivo principal da defi nição dos termos é 
torná-los claros, compreensivos e objetivos e adequados. É importante 
defi nir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas. 
O uso de termos apropriados, de defi nições corretas contribui para a melhor 
compreensão da realidade observada.
• Indicação de Variáveis: Ao se colocar o problema e a hipótese, deve ser 
feita também a indicação das variáveis dependentes e independentes. Elas 
devem ser defi nidas com clareza e objetividade e de forma operacional. 
• Delimitação da Pesquisa: Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. 
A pesquisa pode ser limitada em relação ao assunto – selecionando um tópico, a fi m de 
impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo; a extensão – porque nem 
sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola.
• Seleção dos Métodos e Técnicas: Os métodos e as técnicas a serem empregados 
na pesquisa científi ca podem ser selecionados desde a proposição do problema, da 
formulação das hipóteses e da delimitação do universo ou da amostra. 
• Organização do Instrumental de Pesquisa: A elaboração ou organização dos 
instrumentos de investigação não é fácil, necessita de tempo, mas é uma etapa importante 
no planejamento da pesquisa. Em geral, as obras sobre pesquisa científi ca oferecem 
esboços práticos que servem de orientação na montagem dos formulários, questionários, 
roteiros de entrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além de dar 
indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma pesquisa.
Linguagem Científi ca; tipos de pesquisa científi ca; 
pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa.
Tipos de Pesquisa
A pesquisa é denominada de pura quando busca o progresso da ciência, procura 
desenvolver os conhecimentos científi cos sem a preocupação direta com suas aplicações 
e conseqüências práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado e objetiva 
à generalização, com vistas à construção de teorias e leis.
A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa 
pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento; todavia, 
tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e conseqüências 
práticas dos conhecimentos. Sua preocupação está menos voltada para o desenvolvimento 
de teorias de valor universal que para a aplicação imediata numa realidade circunstancial. 
De modo geral é este o tipo de pesquisa a que mais se dedicam os psicólogos, sociólogos, 
assistentes sociais e outros pesquisadores sociais.
As pesquisas podem ainda ser classifi cadas segundo diferentes categorias. Podemos, 
entretanto, distinguir três níveis de pesquisa descrição, classifi cação e explicação. A 
classifi cação mais adotada, na atualidade, classifi ca as pesquisas em três tipos: estudos 
exploratórios, estudos descritivos e estudos que verifi cam hipóteses causais.
• Pesquisas Exploratórias: Têm como principal fi nalidade desenvolver, esclarecer 
e modifi car conceitos e idéias, com vistas à formulação de problemas mais precisos 
ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, 
estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente, 
55
envolvem levantamento bibliográfi co e documental, entrevistas não padronizadas e 
estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta 
de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. São desenvolvidas 
tais pesquisas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, 
acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando 
o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses 
precisas e operacionalizáveis.
• Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo primordial a descrição das características 
de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre 
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classifi cados sob este título e uma 
de suas características mais signifi cativas está na utilização de técnicas padronizadas 
de coleta de dados. Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm 
por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, 
sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde, etc. Pesquisas que se 
propõem estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as 
condições de habitação de seus habitantes, etc. Algumas pesquisas descritivas vão 
além da simples identifi cação da existência de relações entre variáveis, pretendendo 
determinar a natureza dessa relação. Neste caso, tem-se uma pesquisa descritiva 
que se aproxima da explicativa.
• Pesquisas Explicativas: Têm como preocupação central identifi car os fatores que 
determinam
ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de 
pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o 
porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco 
de cometer erros aumenta consideravelmente. Pode-se dizer que o conhecimento 
científi co está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto 
não signifi ca, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, 
porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam 
obter explicações científi cas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de 
outra, descritiva, posto que a identifi cação dos fatores que determinam um fenômeno 
exige que este esteja sufi cientemente descrito e detalhado. As pesquisas explicativas 
nas ciências naturais valem-se quase que exclusivamente do método experimental. 
Nas ciências sociais, em virtude das difi culdades já comentadas, recorre-se a outros 
métodos, sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização 
de pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas áreas, 
sobretudo da Psicologia, as pesquisas revestem-se de elevado grau de controle, 
chegando mesmo a ser designadas “quase-experimentais”.
Pesquisa Quantitativa
Adequada quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) do objeto 
de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Aplica-se nos casos em que se busca 
identifi car o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, seus hábitos, comportamentos, 
seja em relação a um produto, sua comunicação, serviço ou instituição. Ou seja, o método 
quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente. Seus resultados 
podem refl etir as ocorrências do mercado como um todo ou de seus segmentos, de acordo 
com a amostra com a qual se trabalha.
O instrumento de coleta de dados mais utilizado é o questionário, que pode conter questões 
fechadas (alternativas pré-defi nidas) e/ou abertas (sem alternativas e com resposta livre). 
56
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Técnicas Utilizadas na Pesquisa Quantitativa
A metodologia quantitativa, de modo geral, é a mais utilizada em pesquisa 
de mercado e opinião. Esta metodologia permite mensurar opiniões, reações, 
sensações, hábitos e atitudes, etc., de um universo (público-alvo) através de 
uma amostra que o represente de forma estatisticamente comprovada.
As amostras podem ser aleatórias ou por cotas (estratos pré-defi nidos de 
sexo, idade, classe social, região, etc).
O método quantitativo orienta para a utilização de questionários estruturados 
predominantemente elaborados com questões fechadas (lista de respostas pré-codifi cadas). 
Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, é necessário calcular a margem de erro 
para o grau de confi ança que se pretende, podendo, assim, tomar decisões com segurança.
A pesquisa quantitativa é realizada a partir de entrevistas individuais, apoiadas por 
um questionário convencional (impresso) ou eletrônico (computador ou Pocket PC).
As entrevistas são conduzidas por um entrevistador ou através de auto-preenchimento.
Algumas técnicas de abordagem utilizadas são:
• Face a face: Entrevistas realizadas pessoalmente junto ao entrevistado. Estas 
entrevistas, dependendo do objetivo da pesquisa, podem ser realizadas no domicilio, 
no local de trabalho, em pontos de fl uxo (abordagem de indivíduos em trânsito) 
ou em local pré-defi nido, preparado para realização de entrevistas com indivíduos 
recrutados previamente.
• Por telefone: Entrevistas realizadas via telefone, assistenciadas por um questionário 
eletrônico formatado para receber as informações diretamente no sistema de 
processamento. Esta técnica garante um controle de qualidade ainda maior que 
as demais técnicas de abordagem, pois, além de permitir o acompanhamento 
simultâneo das entrevistas (através de escuta programada), é possível também 
realizar uma crítica eletrônica em tempo real, evitando inconsistências de aplicação do 
questionário. Outras vantagens asseguradas são o prazo e o custo, que normalmente 
tendem a ser menores.
• Pela Internet: Entrevistas realizadas junto a um público especifico que 
comprovadamente tenha acesso à internet. Esta técnica permite agilidade na 
fase de coleta e processamento de dados, além de garantir ao entrevistado total 
impessoalidade no registro das informações.
• Auto-Preenchimento: Até pouco tempo a única maneira utilizada era o questionário 
impresso, enviado para um grande número de pessoas (em virtude do baixo índice 
de retorno de questionários preenchidos) de um determinado segmento. Com os 
recursos tecnológicos, este método passou a ser realizado, também, através de 
palm e internet.
• Arrolamento: Esta técnica, na realidade, é um levantamento ou contagem de 
eventos, realizado através da observação e registro de informações de transeuntes, 
veículos ou equipamentos urbanos, seja de caráter público, empresarial ou 
domiciliar. Normalmente usa-se esta técnica quando queremos saber, por exemplo, 
qual o número diário de freqüentadores de um shopping center, ou qual o número 
de consumidoras que foram atraídas por uma promoção em um supermercado, 
ou quantos supermercados, farmácias, postos de gasolina, etc. existem em uma 
determinada região geográfi ca. O instrumento de coleta pode ser através de planilha 
de preenchimento linear, gravador, palm (coletor de dados) ou um contador mecânico 
utilizado especialmente para este fi m.
57
Na pesquisa quantitativa, a fi m de comprovar as hipóteses, os recursos de estatística 
nos dirão se os resultados obtidos são signifi cativos ou mero fruto do acaso.
A pesquisa qualitativa é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem de 
parâmetro para defi nição do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome já 
diz, o método quantitativo é útil para o dimensionamento de mercados, levantamento de 
preferências por produtos e serviços de parcelas da população, opiniões sobre temas políticos, 
econômicos, sociais, dentre outros aspectos. 
Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo têm início com 
a defi nição dos objetivos que o cliente pretende alcançar. Em seguida, faz-se o levantamento 
amostral do universo, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas; elaboração e aplicação 
de pré-teste para validação do questionário e, posteriormente, a pesquisa em campo; apuração, 
cruzamento e tabulação dos dados; e, por fi m, elaboração de relatórios para análise estratégica.
Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito 
diferentes. Em síntese, essas correntes se fundamentam em alguns pressupostos contrários 
ao modelo experimental e adotam métodos e técnicas de pesquisa diferentes dos estudos 
experimentais. Os cientistas que partilham da abordagem qualitativa em pesquisa se opõem, 
em geral, ao pressuposto experimental que defende um padrão único de pesquisa para 
todas as ciências, calcado no modelo de estudo das ciências da natureza. Estes cientistas 
se recusam a admitir que as ciências humanas e sociais devam-se conduzir pelo paradigma 
das ciências da natureza e devam legitimar seus conhecimentos por processos quantifi cáveis 
que venham a se transformar, por técnicas de mensuração, em leis e explicações gerais.
Um segundo marco que separa a pesquisa qualitativa dos estudos experimentais 
está na forma como apreende e legitima os conhecimentos. A abordagem qualitativa 
parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma 
interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo 
objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, 
conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante
do processo 
de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um signifi cado. O objeto não 
é um dado inerte e neutro; está possuído de signifi cados e relações que sujeitos concretos 
criam em suas ações.
Aspectos da Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa tem alguns aspectos característicos, tais como:
a) A delimitação e formulação do problema - o problema, na pesquisa qualitativa, 
não é uma defi nição apriorística, fruto de um distanciamento que o pesquisador se 
impõe para extrair as leis constantes que o explicam e cuja freqüência e regularidade 
pode-se comprovar pela observação direta e pela verifi cação experimental. O problema 
decorre, antes de tudo, de um processo indutivo que se vai defi nindo e se delimitando 
na exploração dos contextos ecológico e social, onde se realiza a pesquisa; da 
observação reiterada e participante do objeto pesquisado e dos contatos duradouros 
com informantes que conhecem esse objeto e emitem juízos sobre ele. 
b) O pesquisador - é parte fundamental da pesquisa qualitativa. Ele deve, 
preliminarmente, despojar-se de preconceitos, predisposições para assumir uma 
atitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar explicações nem 
conduzir-se pelas aparências imediatas, a fi m de alcançar uma compreensão
58
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
c) os pesquisados - na pesquisa qualitativa todas as pessoas que participam 
da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimentos 
e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que identifi cam. 
Pressupõe-se, pois, que elas têm um conhecimento prático, de senso comum 
e representações relativamente elaboradas que formam uma concepção de 
vida e orientam as suas ações individuais;
d) os dados - os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fi xos, captados em um 
instante de observação. Eles se dão em um contexto fl uente de relações: são “fenômenos” 
que não se restringem às percepções sensíveis e aparentes, mas se manifestam em uma 
complexidade de oposições, de revelações e de ocultamentos. Na pesquisa qualitativa todos 
os fenômenos são igualmente importantes e preciosos: a constância das manifestações 
e sua ocasionalidade, a freqüência e a interrupção, a fala e o silêncio. 
Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos, 
principalmente na etapa exploratória de campo ou nas etapas em que estes dados podem 
mostrar uma relação mais extensa entre fenômenos particulares.
Técnicas de Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta 
de fenômenos latentes, tais como a observação participante, pesquisa-ação e pesquisa-
intervenção, história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não-diretiva, estudo 
de caso etc., que reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, 
se baseia na racionalidade comunicacional. Observando a vida cotidiana em seu contexto 
ecológico, ouvindo as narrativas, lembranças e biografi as e analisando documentos obtém-
se um volume qualitativo de dados originais e relevantes, não fi ltrados por conceitos 
operacionais, nem por índices quantitativos. 
A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas técnicas não deve construir 
um modelo único e exclusivo. A pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva do 
pesquisador, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia adequada 
ao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as pessoas que participam da 
investigação. O pesquisador deverá, porém, expor e validar os meios e técnicas adotados, 
demonstrando a cientifi cidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos.
59
O projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e 
apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planejada com extremo rigor, caso contrário o 
investigador, em determinada altura, encontrar-se-á perdido num emaranhado de dados colhidos, 
sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu signifi cado e importância.
Entretanto, antes de redigir um projeto de pesquisa, alguns passos devem ser dados. Em 
primeiro lugar, exigem-se estudos preliminares que permitirão verifi car o estado da questão que 
se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já elaborados. Tal 
esforço não será desperdiçado, pois qualquer tema de pesquisa necessita de adequada integração 
na teoria existente e a análise do material já disponível será incluída no projeto, sob o título de “revisão 
da bibliografi a”. A seguir, elabora-se um anteprojeto de pesquisa, cuja fi nalidade é a integração 
dos diferentes elementos em quadros teóricos e aspectos metodológicos adequados, permitindo 
também ampliar e especifi car os quesitos do projeto, a “defi nição dos termos”. Finalmente, prepara-
se o projeto defi nitivo, mais detalhado e apresentando rigor e precisão metodológicos. 
 Projeto de Pesquisa Científi ca; Relatório de Pesquisa
Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fi xação dos 
objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua análise e interpretação 
para a elaboração do relatório fi nal, tudo é previsto no projeto de pesquisa. Este, portanto, 
deve responder às clássicas questões: o quê? por quê? para quê e para quem? onde? 
como, com quê, quanto e quando? quem? com quanto?
60
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Pesquisa-Piloto ou Pré-Teste
Uma vez terminado o projeto de pesquisa defi nitivo, a tentação de iniciar 
imediatamente a pesquisa é muito grande. Todas as etapas foram previstas, as 
hipótese enunciadas, as variáveis identifi cadas, a metodologia minuciosamente 
determinada, incluindo as provas estatísticas a que serão submetidos os dados 
colhidos; portanto, por que não começar incontinente a coleta de dados?
A aplicação da pesquisa-piloto é um bom teste para os pesquisadores. Finalmente, o 
pré-teste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resultados, podendo, 
inclusive, alterar hipóteses, modifi car variáveis e a relação entre elas. Dessa forma, haverá maior 
segurança e precisão para a execução da pesquisa.
Estrutura do Projeto de Pesquisa 
• Capa: Constituída pelos seguintes elementos:
a) entidade 
b) título (e subtítulo, se houver) - denominação do projeto.
• Sumário: Relacionar nos itens e subitens que compõem o projeto, com o respectivo 
número da página onde o mesmo pode ser encontrado.
• Apresentação: Composto por dois elementos chaves, Quem apresenta, que deverá 
efetuar um breve histórico e experiências desenvolvidas e realizadas pela Organização e 
pela Coordenação responsável, e O que apresenta, que também será composto por um 
breve histórico da atividade em questão e O que espera com tal apresentação.
• Objeto: Composto pela caracterização do O que é a atividade ou trabalho científi co de 
maneira sucinta, óbvia e lúcida.
• Finalidade: Composto pelo termo Para que é tal trabalho científi co, descrito no seu 
contexto geral e específi co.
a) Objetivo Geral
b) Objetivos Específi cos
• Justifi cativa / fundamentos: Versa acerca do O por quê da existência da atividade 
proposta, evidenciando ainda os fundamentos, quer teóricos, quer práticos que o 
sustentam.
• Método: Versa acerca de como será realizada a atividade, o modo, a maneira.
• Recursos: Busca atender às indagações acerca de com quem, com quanto e com que 
será realizado, desdobrando-se nos seguintes elementos:
a) Humanos
b) Financeiros
c) Técnicos (conhecimento teórico/prático científi co)
d) Materiais
- De consumo
- De uso permanente
• Bibliografi a: Relacionar as fontes consultadas, indicadas e/ou existentes afeitas ao 
assunto desenvolvido no projeto em questão.
61
• Anexos: Relacionar e inserir os formulários citados no corpo do projeto e que serão 
utilizados no desenvolvimento
das atividades propostas pelo mesmo.
• Capa de fundo: Contendo a identifi cação e o contato do autor/realizador
Elementos do projeto de pesquisa
Apesar de haver uma série de formulações de projeto de pesquisa, é preciso que o 
pesquisador saiba que a estrutura apresentada tem sido utilizada nos últimos anos com grande 
aproveitamento por grande parte dos pesquisadores orientados pelos autores deste livro.
A critério do orientador, o projeto de pesquisa pode incluir ou suprimir algum elemento, para 
que ocorra uma aproximação do projeto com o assunto da pesquisa.
Durante a elaboração da redação do projeto ou de qualquer pesquisa científi ca, a linguagem 
empregada deve ser impessoal, evitando o uso de termos como: ‘eu acho’; ‘meu/minha’, e ‘mostro 
com isso que...’. Esses termos podem ser substituídos por: ‘o autor entende que...’ e ‘a pesquisa 
mostra que...’.
A estrutura de um projeto de pesquisa é composta dos elementos a seguir, que são discutidos 
com exemplos:
1. Tema
2. Justifi cativa do tema
3. Objetivo geral
4. Objetivo específi co
5. Formulação do problema da pesquisa
6. Formulação da hipótese da pesquisa
7. Metodologia da pesquisa
8. Defi nição dos termos da pesquisa
9. Bibliografi a
10. Cronograma
11. Custos
1. Tema
O tema nada mais é do que o assunto, ou seja, o objeto da pesquisa. Ele pode ser 
identifi cado a partir de uma necessidade pessoal ou externa — da curiosidade do pesquisador ou 
do coordenador da pesquisa, dos desafi os da própria teoria ou das propostas de outros trabalhos 
científi cos.
Na formulação do tema da pesquisa, deve-se considerar que a redação do trabalho pode 
sofrer mudanças de acordo com o desenvolvimento da pesquisa, ou seja, o título fi nal pode ser 
constantemente revisto (Ruiz, 1980:60).
E importante que o título fi nal seja o mais completo possível, podendo, dessa forma, refl etir 
o que é tratado na pesquisa. Não é preciso se preocupar com o número de palavras que venham 
a compor esse título.
Quanto à delimitação do tema, isso ocorre em função da necessidade de a pesquisa 
apresentar um aprofundamento em um ponto específi co.
62
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
2. Justifi cativa do tema
O pesquisador deve expor as razões para a elaboração da pesquisa. Esse 
item contribui para a aceitação da pesquisa por parte do coordenador ou da entidade 
interessada, que possivelmente fi nanciará a pesquisa. A justifi cativa do tema envolve 
motivos de ordem teórica e prática e pode ser apresentada da seguinte forma:
•Tendo-se em vista a necessidade de provar a contribuição da pesquisa para o avanço do 
conhecimento, torna-se necessária a demonstração do estágio atual do tema. 
• Esse posicionamento do tema pode ser feito a partir da apresentação do estudo de vários 
autores que tenham trabalhado o referido assunto, citando os avanços ocorridos, assim 
como o estágio em que se encontra o tema.
• Deve-se apresentar também a contribuição e o provável avanço que ocorrerá 
com o desenvolvimento da pesquisa, seja no campo teórico seja no prático. 
É a partir desse acréscimo ao conhecimento já existente que será definida a 
execução ou não do projeto.
• A justifi cativa pode ser também para um avanço de ordem pessoal, pois o avanço do 
profi ssional na área acadêmica poderá ser de suma importância na qualidade do futuro 
trabalho que ele desenvolverá profi ssionalmente. Deve ser ressaltada a importância da 
pesquisa num contexto mais amplo. Muitas vezes determinados temas só adquirem 
importância dentro de um conjunto maior de situações.
• Muitas vezes as pesquisas servem para confi rmar determinadas realidades ou encontrar 
soluções para um problema existente no dia-a-dia das pessoas ou das comunidades.
Muitos trabalhos são desenvolvidos para resolver problemas restritos a pequenos grupos ou 
comunidades. Embora não tenham repercussão de descobertas científi cas, resolvem problemas 
que não são englobados na generalidade dos casos.
3. Objetivo geral
Procura dar uma visão geral do assunto da pesquisa. Mostrar o significado desse 
assunto em relação ao conhecimento do conteúdo mais abrangente está relacionado 
à apresentação do tema.
A redação do objetivo geral deve conter dados que relatem o assunto da pesquisa sem se 
preocupar em mostrar o que se pretende identifi car com o desenvolvimento do trabalho.
E importante que o pesquisador desenvolva uma redação dentro da teoria do objetivo geral, 
embora nada impeça que ele imprima ao texto suas próprias características.
4. Objetivo específi co
Está intrínseco ao objetivo geral; porém, nessa fase há necessidade de se expor o motivo 
específi co da pesquisa, seu ponto central. Em outras palavras, o pesquisador deve identifi car a 
questão de profunda relevância da investigação científi ca de maneira que seja o que se deseja 
mostrar dentro do tema proposto.
Nessa fase também o texto escrito identifi ca o conteúdo da pesquisa, ou seja, o que se 
pretende responder com o desenvolvimento da monografi a. Assim, o pesquisador deve se preocupar 
em expor o ponto central e os elementos que o cercam.
Em geral, o primeiro parágrafo da redação contém o elemento-central, muitas vezes 
com o título da pesquisa nas entrelinhas.
63
5. Formulação do problema da pesquisa
Identifi ca a difi culdade específi ca que se pretende resolver por intermédio da pesquisa. Em 
geral, o problema é elaborado em forma de pergunta, sendo possível uma investigação sistemática, 
crí¬tica e operacional. Está diretamente relacionado ao objetivo específi co, ou seja, pode-se valer 
do conteúdo do primeiro parágrafo para formular o problema da pesquisa.
6. Formulação da hipótese da pesquisa
É uma possível solução antecipada para o problema da pesquisa. Uma afirmativa 
não-verdadeira que somente o resultado final da pesquisa vai aceitar ou não. Pode-se 
formular várias hipóteses.
7. Metodologia da pesquisa
A metodologia da pesquisa informa os meios empregados na coleta dos dados para 
posterior apresentação destes na pesquisa. Ou seja, estabelece o procedimento do pesquisador 
para o levantamento das informações, que pode ser por meio de questionário, formulário, teste, 
pesquisa de mercado, entrevista, dados estatísticos, livros, jornais, revistas, entre outros. A seguir, 
um exemplo da redação desse item.
Exemplo: “A presente pesquisa emprega dados bibliográfi cos com base histórica e 
contemporânea, bem como dados estatísticos dispostos em tabelas e gráfi cos, para 
auxiliar na interpretação das informações.”
8. Defi nição dos termos da pesquisa
Nessa fase é necessário fazer um levantamento dos termos que deixam dupla 
interpretação na pesquisa e discutir seu significado com apoio bibliográfico. Esse 
levantamento inclui os termos espe¬cífi cos do assunto pesquisado, que muitas vezes 
podem ser encontrados nos dicionários especializados.
9. Bibliografi a
Relacionar todas as fontes consultadas para a elaboração do projeto de pesquisa, podendo 
ser livro, jornal, revista, boletim, ensaio, entrevista, questionário e outros elementos. 
10. Cronograma
Todo trabalho científico pressupõe planejamento, que normalmente envolve 
recursos materiais e humanos e exige prazos estabelecidos, tendo-se em vista o 
acompanhamento durante sua execução.
É importante definir cada fase do trabalho para que prováveis atrasos na 
execução sejam devidamente corrigidos. Isso permite constatar se a data estabelecida 
no cronograma está sendo cumprida ou não.
Um projeto de pesquisa envolve várias etapas, e é importante estabelecer os períodos 
necessários para sua execução.
Deve-se ressaltar que toda pesquisa pode ser executada por uma pessoa ou por um grupo, 
ocorrendo, no último caso, execução de etapas simultâneas.
64
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
As várias etapas de uma pesquisa, a título de exemplo, podem 
ser as seguintes:
• Elaboração
do projeto
A partir da idéia inicial, ponto de partida do trabalho, o pesquisador 
deverá fazer uma pesquisa preliminar que servirá de base para a 
elaboração do projeto.
Essa primeira fase é importante para se ter o conhecimento do nível do 
desenvolvimento do assunto a ser pesquisado.
Cabe ressaltar que a elaboração do projeto pode envolver uma gama enorme de recursos; 
daí a necessidade de aprovação da idéia inicial para sua conclusão.
• Execução do projeto
Após a sua aprovação, o projeto será executado dentro de uma programação previamente 
estabelecida. Caso ele seja de grande amplitude, pode utilizar-se o critério de fazer um teste, 
utilizando uma pesquisa-piloto que terá como fi nalidade captar eventuais problemas, determinando, 
muitas vezes, o redirecionamento do trabalho ou sua paralisação.
Cabe frisar que a execução de um projeto terá tantas etapas quantas forem necessárias, 
tendo-se em vista um melhor acompanhamento e controle. Essas etapas deverão constar do 
cronograma juntamente com os devidos prazos de execução.
No desenvolvimento do trabalho, os dados obtidos, se for o caso, serão codifi cados e 
tabulados. Eles deverão ser devidamente analisados para que se tenha uma interpretação e uma 
conclusão extremamente precisas.
A apresentação dos resultados deve ser feita da forma mais clara e precisa possível, evitando-
se ambigüidades e falsas interpretações. Essa apresentação deve estar sempre subordinada às 
normas que regem a apresentação de trabalhos científi cos.
Na maioria dos projetos, os trabalhos são desenvolvidos em equipe, havendo 
sempre a necessidade de um coordenador para responder pelo grupo, propiciando um 
desenvolvimento harmonioso, pois, quando se tem muitos nomes envolvidos, é importante 
não ferir a suscetibilidade dos integrantes.
O cronograma envolve datas e etapas de apresentação parcial do relatório juntamente 
com os resultados daquele momento da pesquisa. Apresenta dois parâmetros básicos, que são 
a data de início do projeto e a data para sua entrega, ou seja, do relatório fi nal, sendo este último 
negociável de acordo com possíveis difi culdades durante o desenvolvimento da pesquisa.
Pode ocorrer coincidência de datas entre as etapas, ou seja, execução simultânea 
de etapas.
Devem ser estabelecidas as respectivas datas para cada etapa, de acordo com o prazo 
para a execução do trabalho. Essas datas podem ser semanais, mensais, bimestrais e assim por 
diante, dependendo das características da pesquisa.
O período projetado deve ser apresentado no cronograma com uma linha contínua, e a 
execução do trabalho com uma linha tracejada, ou qualquer tipo de legenda que permita identifi car 
duas situações diferentes.
A apresentação dos relatórios parciais poderá acontecer logo após o término da execução 
de cada uma das fases mencionadas, bem como a dos demais relatórios.
65
Abordagens metodológicas
O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e 
economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho 
a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
Método e técnica
 
• MÉTODO signifi ca o traçado das etapas fundamentais da pesquisa, 
• TÉCNICA signifi ca os diversos procedimentos ou a utilização de diversos recursos 
peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método. 
Desenvolvimento histórico 
A preocupação em descobrir 
• conhecimento religioso 
• conhecimento fi losófi co 
• senso comum 
Método científi co 
 • descobrimento do problema 
• colocação precisa do problema 
• procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema 
• tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identifi cados 
• invenção de novas idéias 
• obtenção de uma solução 
• investigação das conseqüências da solução obtida 
• prova (comprovação) da solução 
• correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da 
solução incorreta 
Concepção atual do método 
• descobrimento do problema 
• colocação precisa do problema 
• procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema 
• tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identifi cados 
• invenção de novas idéias
• obtenção de uma solução 
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Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
• investigação das conseqüências da solução obtida 
• provas (comprovação) da solução 
• correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na 
obtenção da solução incorreta 
Relatório de pesquisa
O relatório de pesquisa é composto de Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. 
A Introdução descreverá, em termos gerais, os objetivos e a fi nalidade do estudo realizado. É 
uma breve formulação histórica sobre o tema-problema, acompanhada da justifi cativa pela escolha 
do problema, com a delimitação (indicação) do campo de pesquisa.
Apresenta, também, o roteiro do projeto, divisão do trabalho, idéias principais que são 
discutidas e conclusões relevantes.
Monografi a
Do ponto de vista etimológico, MONOGRAFIA forma-se do grego monos (um só) e graphein 
(escrever). Deste modo, é comum defi nir-se monografi a como o estudo por escrito de um só tema 
exaustivamente estudado e bem delimitado. Mas, dependendo dos objetivos e da metodologia 
adotada, o trabalho pode ser apresentado de maneiras distintas: dissertação científi ca, memória 
científi ca, tese doutoral e outras. É o tipo de relato mais usado nas pesquisas científi cas.
Pode ser defi nida como tratamento escrito de um tema específi co que resulte da interpretação 
científi ca, com escopo de apresentar uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência. 
Podemos também defi ni-la como um estudo sobre um tema específi co ou particular, com sufi ciente 
valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia.
Objetivos da Monografi a
A monografi a tem como objetivo externo satisfazer a uma avaliação acadêmica, visando à 
obtenção do grau pretendido.
Como objetivo interno, podemos destacar a manifestação da própria personalidade e a 
comunicação por escrito do resultado de uma descoberta pessoal.
67
Características da Monografi a
• Trabalho escrito, sistemático e completo;
• Tema específi co ou particular de uma ciência ou parte dela;
• Estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos do caso;
• Tratamento em profundidade;
• Metodologia científi ca;
• Contribuição importante e pessoal para a ciência.
Tipos de Monografi a
A monografi a pode ser dividida em três tipos: análise teórica, análise teórico-empírica e 
estudo de caso.
• Análise Teórica
Evidencia uma organização coerente de idéias originadas de bibliografi a de autores 
consagrados que escreveram sobre o tema escolhido pelo aluno.
Pode ser desenvolvida como uma análise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo 
já existente, a partir de um esquema conceitual bem defi nido.
• Análise Teórico-Empírica
Nesta categoria a monografi a pode analisar a correspondência entre um caso real e modelos/ 
teorias. Pode ser ainda a descrição dos resultados de teste de modelos ou teorias a partir de dados 
primários e secundários.
Técnicas: coleta de dados por meio de questionários estruturados e/ou semi-estruturados 
e análise dos dados quantitativos e qualitativos.
68
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
• Estudo de Caso
Sugere uma análise específi ca da relação entre um caso real e hipóteses, modelos 
e teorias.
69
Etapas de uma Monografi a
a) Escolha do assunto – fase de questionamento e de defi nições dos objetivos. 
É o momento de delimitação do tema sugerido como problema. É a partir do 
estabelecimento do problema básico que se inicia o trabalho.
b) Pesquisa bibliográfi ca – fase do levantamento bibliográfi co e seleção
da literatura 
pertinente, supondo conhecimento das fontes.
c) Documentação – fase da coleta dos dados capaz de oferecer solução ao problema 
colocado. Para isto se faz necessário elaborar fi chas de documentação (bibliográfi ca 
e assunto). Nesta fase já se pode delinear um plano provisório do trabalho a fi m de 
nortear as leituras e a crítica do material encontrado.
d) Crítica da documentação – fase de exame do material, geralmente múltiplo 
e disperso. A análise dos dados coletados depende da diretriz que se segue 
para interpretar a autenticidade das fontes e o valor interno dos conteúdos. Os 
pressupostos dependem dos seus critérios de verdade.
e) Construção – fase da síntese, capaz de dar unidade ao material coletado. Do 
ponto de vista da estrutura textual, o trabalho deve ter três etapas: Introdução, 
Desenvolvimento, Conclusão. Aí será desenvolvido o raciocínio demonstrativo do 
tema em questão. Nesta fase poderá haver a revisão do plano provisório do trabalho 
porque muitas vezes o estudo feito ilumina a compreensão do tema de tal modo que 
há necessidade de cortes e acréscimos. Agora se estabelece o plano defi nitivo.
f) Redação – fase de elaboração literária do texto a ser apresentado. É preciso 
lembrar que as fi chas usadas servirão apenas de suporte para a elaboração do 
texto. Trata-se de uma nova redação, abrangente, capaz de revelar a mensagem 
mediante um fi o condutor que une todos os dados coletados.
70
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Estrutura do Trabalho Monográfi co
• Capa;
• Folha de rosto;
• Dedicatória (opcional);
• Agradecimentos (opcional);
• Epígrafe (opcional);
• Resumo;
• Abstract;
• Sumário;
• Introdução;
• Revisão bibliográfi ca;
• Metodologia;
• Fundamentação teórica;
• Texto principal;
• Conclusão;
• Anexos;
• Notas;
• Referências.
Capa: deverá conter apenas os dados indispensáveis à identifi cação do trabalho; 
título em destaque, autor e imprensa (local, editor e data);
Folha de rosto: A página de rosto deve conter os elementos identifi cadores da 
obra, na seguinte ordem:
• Na parte superior, o nome completo do autor, sem abreviaturas, em maiúsculas e 
centralizado;
• Título real do trabalho com subtítulos, se houver, separados por dois pontos, em 
maiúsculas e centralizados;
• Número do volume, caso haja mais de um;
• Nota indicando a natureza do trabalho e seu objetivo acadêmico (ou grau 
pretendido), nome da instituição e área de concentração (a 3cm do título/subtítulo 
e a 9 cm da borda lateral esquerda)
• Nome do orientador e do co-orientador, se houver, precedidos da respectiva titulação;
• Nome do local (cidade) centralizado;
• Ano de entrega (depósito) do trabalho, centralizado.
Dedicatória: folha em cuja parte fi nal o autor dedica a sua obra.
71
Agradecimentos: folha dedicada aos agradecimentos àqueles que contribuíram 
para a realização do trabalho (orientadores, pessoas, entidades).
Resumo: constitui-se numa síntese dos pontos relevantes do trabalho. Deve 
ressaltar de que trata o trabalho, seus objetivos, metodologia empregada e conclusões. 
Escrito em linguagem clara e objetiva. Deve ter, no máximo, quinze (15) linhas. 
Abstract: é a versão, em língua inglesa, do resumo. 
 Sumário: fornece a enumeração das principais divisões, seções e outras partes 
que compõem o trabalho, na mesma ordem em que se sucedem no texto, com a indicação 
das páginas iniciais de localização. Caso haja mais de um volume, em cada qual deve 
fi gurar o sumário completo da obra. Não deve ser confundido com índice, mais comum em 
livros e localizado ao fi nal do documento, com o objetivo de remeter ao texto. Segundo a 
NBR 6034, índice é uma “lista de entradas ordenadas segundo determinado critério, que 
localiza e remete para as informações contidas num texto”. O sumário deverá ser localizado 
imediatamente após as folhas de rosto, dedicatórias e agradecimentos.
As seções devem ser numeradas em algarismos arábicos, da introdução até 
à conclusão e/ou recomendações. Listas, resumo, abstract, anexos e referências 
bibliográfi cas não são considerados capítulos, por isso não recebem numeração de 
seção. As seções preliminares não recebem paginação e não fi guram no sumário. 
Para maiores detalhes, ver a norma NBR-6027 da ABNT. É aconselhável o uso 
do sistema de numeração progressiva para numerar as divisões e subdivisões do texto, 
conforme a norma NBR-6022 da ABNT.
No caso do trabalho ser apresentado em mais de um volume, cada um deve conter o 
sumário geral da obra, bem como seu próprio sumário, ocupando páginas consecutivas.
Introdução: fornece uma visão global do trabalho. Devem constar na Introdução a 
defi nição do tema e delimitações do assunto tratado; revisão inicial da literatura; objetivos 
de pesquisa, objeto de estudo e esclarecimentos acerca das etapas do trabalho. 
Revisão bibliográfi ca: deve constar uma refl exão sobre as leituras já realizadas 
acerca do assunto estudado, as quais servem de embasamento teórico para a pesquisa.
Metodologia: nesta parte o aluno indica os procedimentos metodológicos utilizados 
para alcançar os objetivos propostos no trabalho. Deve evidenciar as estratégias empregadas 
em cada etapa da pesquisa. 
Fundamentação teórica: explicitam-se e justifi cam-se os argumentos e/ou os 
procedimentos teóricos e técnicos utilizados.
Obs: a mesma formatação e 
caracteres gráficos usados 
na indicação de capítulos e 
seções do texto devem ser 
mantidos no sumário.
72
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Texto principal: nesta etapa o aluno deve desenvolver o assunto, discutir as 
hipóteses, explicar os problemas e apresentar os argumentos e as soluções. 
É o corpo do trabalho, a parte mais importante da pesquisa. 
Conclusão: é a síntese do trabalho. Deve apresentar, de forma clara e 
precisa, as conclusões a que o autor chegou e refl exões críticas sobre 
os resultados obtidos. Evidenciar também, nesta etapa, as hipóteses 
confi rmadas e refutadas. 
Anexos: nesta parte deve constar material informativo adicional, tabelas e outros 
documentos que ilustram e/ou serviram de referência para a pesquisa. 
 Em notas devem constar esclarecimentos adicionais julgados convenientes, 
enumerados em ordem crescente, na seqüência do corpo do trabalho. As notas podem 
ser apresentadas no rodapé, ao fi m de cada página do trabalho ou no fi nal do trabalho, 
antes das referências bibliográfi cas. 
Nas referências o aluno apresenta as indicações completas das obras utilizadas 
durante as etapas de elaboração do projeto experimental. Essas indicações devem estar 
no fi m do trabalho, em ordem alfabética.
As referências envolvem a apresentação em ordem alfabética, dos sobrenomes dos 
autores das obras citadas ou indicadas, no decorrer do trabalho. Com elas permite-se a 
identifi cação, no todo ou em parte, das fontes citadas no texto, podendo ser documentos 
impressos ou registrados. Segundo a NBR 6023, a referência é constituída de elementos 
indispensáveis à identifi cação do documento, fonte de consulta ou utilização. 
Quanto à ordenação, cabe esclarecer que a ordem alfabética tem sido sempre 
recomendada em trabalhos acadêmicos, ainda que seja comum em outros tipos de 
trabalhos a apresentação por ordenação numérica, cronológica ou geográfi ca.
No caso de várias obras do mesmo autor, da segunda em diante pode-se substituir o 
nome do autor por um traço, feito com seis toques ininterruptos, seguido de ponto. O mesmo 
procedimento pode ser adotado para a referenciação de edições diferentes da mesma obra; 
nesse caso, substituem-se o autor e o título, cada qual, por seis toques, seguidos de ponto.
Elementos da Referência
- Autor
Autor pessoal
Em obra com até 3 autores mencionam-se todos na entrada, na ordem em que 
aparecem na publicação, separados por ponto e vírgula ( ; ) seguido de espaço.
Ex.:
ROHMANN, Chris
HESKETT, J. L.; SASSER, W. E.; CHRISTOPHER, W. L.
Quando há mais de três autores, menciona-se somente o primeiro seguido da 
expressão et al.
Ex.:
SERRA, José et al.
Organizador (Org.), compilador (Comp.), coordenador (Coord.), editor (Ed.)
Ex.:
BRADLEY, Keith (Coord.)
DRUMMOND, Helena (Ed.)
73
Autor entidade/evento
Obras com responsabilidade de entidade (órgãos governamentais, empresas, 
congressos, seminários, etc.) têm entrada pelo seu nome próprio, por extenso.
Ex.:
CONSELHO FEDERAL DE BIOLOGIA
CONFERÊNCIA ANGLO-BRASILEIRA DE Gestão Ambiental
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia
Quando a entidade coletiva tem uma denominação específi ca (sigla) que a 
identifi ca, a nível nacional e/ou internacional, pode se indicar diretamente sua sigla.
Ex.: IBGE
FIOCRUZ
Autoria não determinada
Quando não for possível identifi car a autoria da obra, a entrada deve ser feita pelo 
título, transcrevendo a primeira palavra com letras maiúsculas.
Ex.
HIGH technology. Beverly Hills: Sage, 1985.
- Título
O título deve ser transcrito conforme fi gura na publicação, em negrito. O subtítulo 
deve ser acrescentado desde que contenha informação essencial sobre o conteúdo do 
documento, sem negrito. 
Em títulos demasiadamente longos, pode-se suprimir algumas palavras, desde 
que a supressão não incida sobre as primeiras e não altere o sentido. A supressão é 
indicada por reticências.
- Edição
Indicar a edição ou versão, exceto a primeira, em algarismos arábicos, após o título.
A abreviatura da palavra edição é de acordo com o idioma da publicação.
Ex.: 
2. ed.
3. ed. rev. 
5th ed.
- Local
Indicar o nome da cidade tal como aparece na publicação. Quando há mais de 
uma cidade para a mesma editora, indicar a primeira ou mais destacada. Não sendo 
possível determinar o local, indicar entre colchetes. 
74
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Exemplo: [S.l.] 
Local identifi cado como provável, indicar entre colchetes. 
Exemplo: [Porto Alegre]
- Editora
Indicar o nome da casa publicadora ou editora, suprimindo elementos que designem 
natureza jurídica ou comercial.
Ex.:
Campus (para Editora Campus)
Elsevier
Quando há mais de uma editora, mencionar a mais destacada. Se as editoras 
estiverem com igual destaque, indica-se a primeira. As demais podem ser registradas 
com os respectivos locais, se necessário.
Quando a editora é a mesma instituição responsável pela autoria e já tiver sido 
mencionada, não é indicada. 
Não sendo possível determinar a editora, indicar entre colchetes. Exemplo: [s.n.]
Quando o local e a editora não puderem ser identifi cados na publicação, utilizam-
se ambas as expressões, abreviadas e entre colchetes. Exemplo: [S.l.: s.n.]
- Data
Indicar a data sempre em algarismos arábicos.
Se nenhum ano for determinado, registar um ano aproximado entre colchetes.
Ex.:
[1973 ou 1974] um ano ou outro
[1993?] para ano provável
[2000] para ano certo não indicado no item
[199 ] década certa
[199 ?] década provável
[18--] século certo
[18--?] século provável
[ca. 1960] data aproximada
- Indicação de número de páginas ou volumes
Quando a publicação só tiver um volume, indicar o número de páginas ou folhas 
seguido da abreviatura p. ou f.
Ex.: 169 p.
175 f.
75
Quando a publicação tiver mais de um volume, indicar o número destes, seguidos 
da abreviatura v.
Ex.: 5 v.
Indicar números inicial e fi nal de páginas, separados por hífen e antecedidos da 
abreviatura p.
Ex.: p. 7 78
Quando a publicação não for paginada ou paginada irregularmente, indicar em nota:
Ex.:Não paginada.
Paginação irregular
- Indicação de materiais especiais
Indicar o número de unidades físicas do material e a designação específi ca. Se 
necessário, indicar entre parênteses outras especifi cações.
Ex.: 1 fi ta de vídeo
 1 CD-ROM
 1 disquete 3.5”
- Área de Notas
Sempre que necessário à identifi cação da obra, as notas devem ser incluídas ao 
fi nal da referência, sem destaque tipográfi co.
• Séries e coleções
Transcrever os títulos de séries e coleções com sua numeração entre parênteses, 
tal como fi guram na publicação.
Ex.: (Documentos, 5)
(Texto para Discussão, n. 33)
• Notas de Dissertação e Tese
Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em 
Administração, Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre, 2001.
• Outras notas
Inclui bibliografi a.
Aceito para publicação.
Não paginado.
76
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Ordenação das Referências
As referências bibliográfi cas devem ser apresentadas em ordem 
alfabética de autor e título (sistema alfabético) para todo tipo de documento 
consultado, devendo ser incluídas após a conclusão do trabalho. devem 
ser alinhadas à margem esquerda, sem recuo na segunda linha, com 
espaço simples e não devem ser numeradas.
Autor repetido
O nome do autor de várias obras referenciadas pode ser repetido e as referências 
organizadas em ordem cronológica.
Ex.:
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4. 
ed. São Paulo: Makron Books, 1993. 920 p.
______. Teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 
2000. 416 p.
Eventualmente, o nome do autor de várias obras referenciadas sucessivamente 
pode ser substituído, nas referências seguintes à primeira, por um traço (equivalente a 
seis espaços) e ponto. 
 
Autor com diversos documentos publicados no mesmo ano
Ordenam-se várias obras de um mesmo autor, editadas no mesmo ano, acrescentando 
se a letra minúscula após o ano de publicação, conforme indicado nas citações do texto.
Ex.:
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos 
humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999a. 457 p.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: 
fundamentos básicos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999b. 194 p.
Autor e título repetidos
O título de várias edições de um documento deve ser listado obedecendo à ordem 
seqüencial das edições.
Ex.:
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. Teoria geral da administração: uma 
introdução. 6. ed. São Paulo: Pioneira, 1977. 213 p.
______. ______. 7. ed. São Paulo: Pioneira, 1979. 213 p. 
77
78
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
Capítulos, paginação, citações e indicação bibliográfi ca 
Capítulo: cada capítulo inicia em uma nova folha. O título deve ser 
digitado cerca de 3,0 cm da borda superior do papel e o texto cerca de 5 
espaços após o título. A numeração é feita com algarismos romanos.
Paginação: as páginas são numeradas com algarismos arábicos, postos 
no ângulo superior direito do papel. A contagem da numeração inicia na 
folha de rosto.
Citações: 
• citação livre - ocorre quando se reproduzem idéias ou informações de um texto, 
sem, entretanto, transcrever as próprias palavras do autor.
• citação textual - é a transcrição (ipsis litteris) de um texto que integra um livro 
ou documento. É usada para enriquecer o trabalho e permite ao leitor verifi car o 
alcance e a propriedade da pesquisa bibliográfi ca.
79
AMARAL, Hélio Soares do. Comunicação, pesquisa e documentação: método e técnica de 
trabalho acadêmico e de redação jornalística. Rio de Janeiro : Graal, 1981.
ANTUNES, Celso. A Grande jogada: manual construtivista de como estudar. Petrópolis, RJ 
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ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científi ca. Porto Alegre: Globo, 1976.
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N.A.S. Fundamentos de Metodologia Científi ca: um guia para 
a iniciação científi ca. São Paulo: Makron Books, 2004, 152 p. 
CARDOSO, Clodoaldo M., DOMINGUES, Muricy. O trabalho científi co: fundamentos fi losófi cos 
e metodológicos. Bauru, SP : Jalouti, 1980.
CASTRO, Cláudio de Moura.
A prática da pesquisa. São Paulo : McGraw-Hill do Brasil, 1978.
CHALMERS, A.F. O Que é ciência afi nal? São Paulo: Brasiliense, 1993.
DANIELLI, Irene. Roteiro de estudo de metodologia científi ca. Brasília : Horizonte, 1980.
DEMO, P. Metodologia Científi ca em Ciências Sociais. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987. 118 p.
FOUREZ, G. A Construção das Ciências: Introdução à fi losofi a e à ética das ciências. 
Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 
1995. 319p.
FRAGATA, Júlio S. I. Noções de metodologia: para elaboração de um trabalho científi co. 3. 
ed. Porto : Tavares Martins, 1980.
FREIRE-MAIA, Newton. A Ciência por dentro. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.
GALLIANO, A. Guilherme (Org.) O método científi co: teoria e prática. São Paulo : Brasiliense, 
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GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
GOODE, William J. & HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo : Nacional, 
1969.
KERLINGER F. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento conceitual. 
São Paulo : EPU/EDUSP, 1980.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científi ca: teoria da ciência e prática 
da pesquisa. 14ª ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 1997.
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. de A. Metodologia científi ca. 2. ed. rev. e aum. São Paulo: 
Atlas, 1991.
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científi ca. 3ª rev.e 
ampl. São Paulo: Atlas, 1991
Bibliográficas
Referências
80
Metodologia
do Trabalho 
Acadêmico
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MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Metodologia Científi ca. São Paulo: Atlas, 
2004. 305 p.
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São Paulo: Atlas, 2001. 219 p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento 
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interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1986.
MARINHO, Inezil Penna. Introdução ao estudo da metodologia científi ca. Brasília : Brasil, s. d.
MATOS, H.C.J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para o estudo. 13 ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 135 p.
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MORAL, Ireneo Gonzales. Metodologia. Santander : Sal Terrae, 1955.
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PAULI, Evaldo. Manual de metodologia científi ca. São Paulo : Resenha Universitária, 1976.
RIBEIRO, Marco Aurélio de P. A Técnica de estudar: uma introdução às técnicas de 
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RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo : Atlas, 1985. 
SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científi co. 22 ed. São Paulo: Cortez, 2002. 335 p.
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Eletrônicas
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www.uepb.edu.br/eduep/rbct/sumarios/pdf/inteligencias_multiplas.pdf
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Democratizando a Educação.
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