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Relação solo-planta Prof. Marcelo Barcelo Gomes Nova Xavantina-MT, 17/08/13 1 Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Nova Xavantina Departamento de Agronomia Química e Fertilidade do Solo 2 Relação solo-planta . . . . H H H H Ca Mg Mg H Al H Argila - - - - - - - - - Material de origem Colóide do solo Solução do solo Absorção pelas raízes Relação solo-planta 4 Relação solo-planta 5 Relação solo-planta SOLO Sólida Componente mineral Areia Silte Argila Matéria orgânica Não humificada Humus Poros Macroporos Microporos 6 Relação solo-planta Limites de tamanho definem as partículas como pertencentes a diferentes frações 7 Relação solo-planta Textura: representa a distribuição quantitativa das partículas do solo; É uma característica mais estável; Grande importância: Fertilidade do solo Descrição, identificação e classificação Relações entre as características químicas e biológicas 8 Relação solo-planta Fração Areia: • Solta • Não plástica • Não pegajosa • Não higroscópica • Pequena superfície específica • Poros grandes • CTC ausente Fração Silte: • Sedosa ao tato • Ligeira coesão • Poros intermediários • CTC baixa Fração Argila: • Plástica e pegajosa • Muito coesa • Alta higroscopicidade • Elevada superfície específica • Microporos • Contração e expansão • Agregados 9 Relação solo-planta Portanto, o solo pode ser considerado como um sistema disperso; Uma vez que é constituído por mais de uma fase, estando a fase sólida em estado de acentuada subdivisão: Sistema coloidal 10 Relação solo-planta Os colóides do solo são compostos principalmente pelas argilas do solo e pela fração mais reativa da matéria orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos). 11 Relação solo-planta Nesse sistema, ocorrem reações químicas, físico- químicas e microbianas da maior importância da para a vida das plantas. 12 Relação solo-planta As partículas do sistema coloidal apresentam as seguintes propriedades: a) GRANDE SUPERFÍCIE ESPECÍFICA • É definida como sendo a razão entre a área de superfície total das partículas do solo por unidade de massa ou volume destas partículas. 13 Relação solo-planta • A área superficial específica (ASE) de uma massa de partículas aumenta proporcionalmente com a diminuição do diâmetro dela. 14 Relação solo-planta • Cubo maior cada lado possui 25 cm² de área superficial (5 x 5 cm); • Cubo tem 6 lados: área superficial total de 150 cm² (6 lados x 25 cm²) 15 Relação solo-planta • Sendo este cubo dividido em cubos menores, de modo que cada um tenha 1 cm de lado: • Teremos 125 cubos (5 x 5 x 5) • Cada lado do cubo pequeno terá 1 cm² de área superficial; • Cubo tem 6 lados: área superficial será de 6 cm² (6 lados x 1 cm²) 16 Relação solo-planta • Área de superfície total será de 750 cm² (125 cubos x 6 cm²) ASE = 750 cm² ASE = 150 cm² 5 vezes maior a ASE 17 Relação solo-planta Quanto maior a ASE, maior será a reatividade das partículas de solo devido à sua maior área de contato com a fase líquida do solo. SOLOS ARENOSOS • Área de superfície pequena; • Grandes espaços ou canais entre as partículas; • Água tende a drenar dos espaços. SOLOS ARGILOSOS • Área de superfície maior; • Pequenos espaços ou canais entre as partículas; • Água é retida mais firmemente. 18 19 20 21 22 23 24 Relação solo-planta Variações: • Textura; • Tipos de minerais de argila; • Teor de matéria orgânica. ASE: 8 m²g-1 5,5% argila ASE: 63,8 m²g-1 42,4% argila CTC, retenção de água e nutrientes, expansão e contração e propriedades mecânicas do solo: resistência e plasticidade Caulinita: 10 a 30 m²g-1 Óxidos de Fe: 100 a 400 m²g-1 Montmorilonita: 700 a 800 m²g-1 Alto grau de subdivisão = solo com > teor de MO deverá ter maior superfície específica 25 Relação solo-planta b) CARGAS ELÉTRICAS As partículas coloidais do solo, as argilas de modo geral, são eletronegativas; Essas cargas elétricas proporcionam a adsorção de íons de cargas opostas, retendo-os no solo 26 27 28 Relação solo-planta c) CINÉTICA • Movimento Browniano: movimento brusco, irregular e em zigue-zague de partículas individuais no meio de dispersão; • Movimento de Difusão: consequência da migração de partículas de uma região de maior concentração para outra de menor concentração; • Movimento causado pela Força Gravitacional: responsável pela sedimentação de partículas 29 Relação solo-planta MINERALOGIA DA FRAÇÃO ARGILA • ARGILAS SILICATADAS: São os constituintes mais comuns em solos temperados; São constituídas de duas unidades estruturais básicas: Tetraedro de sílica 30 Relação solo-planta Octaedro de alumina Dentre as argilas silicatadas, destacam-se os principais grupos: caulinita, montmorilonita, ilita e outros 31 Relação solo-planta a) Caulinita • Grupo das argilas do tipo 1:1 Estas ligações não permitem a expansão da argila 32 Relação solo-planta a) Montmorilonita • Grupo das argilas do tipo 2:1 Estas ligações permitem a expansão e contração da argila 33 Relação solo-planta 34 Relação solo-planta Como toda a sua superfície apresenta cargas negativas, esse colóide revela elevada capacidade de adsorção de cátions. c) Ilita Também apresenta organização estrutural 2:1; Apresenta íons de K, fortemente retidos entre as duas unidades; Comuns em solos originários de rochas graníticas. 35 Relação solo-planta • ARGILAS NÃO SILICATADAS: Este tipo material coloidal, predomina, frequentemente, em solos tropicais, misturados com argilas silicatadas (caulinita); São: óxidos de Fe e Al; A gibbsita e goethita são os óxidos hidratados de Al e de Fe de maior predominância na fração argila; São os principais responsáveis pela adsorção aniônica: fosfatos. 36 Relação solo-planta Goethita: é a mais freqüente forma de óxidos de ferro nos solos brasileiros. Ela ocorre em quase todos os tipos de solos e condições climáticas e é reponsável pelas cores amarelas e bruno-amareladas tão espalhadas em solos brasileiros. Juntamente com a hematita ela se faz presente em quase todos os solos das regiões tropicais e subtropicais mostrando uma estabilidade termodinâmica semelhante. 37 Relação solo-planta 37 Gibbsita: dioctaédrica OH- Al3+ • Solos: Alta mircroagregação; Alta porosidade Infiltração de água no solo Arranjo dos cristais em forma de grânulos 38 Relação solo-planta 38 . . . . H H H H Ca Mg Mg H Al H Argila - - - - - - - - - Material de origem Colóide do solo Solução do solo Absorção pelas raízes 39 Origem das cargas elétricas do solo 39 Origem das Cargas elétricas do solo 40 Origem das cargas elétricas do solo 40 A maioria das reações eletroquímicas que influenciam a fertilidade dos solos Nutrição de plantas Ocorre na superfície dos constituintes da fração orgânica e mineral 41 41 42 Origem das cargas elétricas do solo 42 A carga elétrica das partículas do solo influencia a adsorção de cátions e ânions; Sendo a quantidade de íons adsorvidos dependentes da densidade de cargas, que está relacionada com a superfície do colóide; Os minerai da fração argila 2:1 apresentam alta capacidade de adsorção de cátions 43 Origem das cargas elétricas do solo 43 NEGATIVAS a) Substituição Isomórfica • As substituições isomórficas mais comuns são a do silício (Si+4) pelo alumínio (Al+3) na camada tetraedral e a do alumínio (Al+3) pelo magnésio (Mg+2) na camada octaedral das argilas. • Os cátions substituintes têm menor valência que os substituídos excesso de cargas negativas 44 44 45 Origem das cargas elétricas do solo 45 46 Origem das cargas elétricas do solo 46 46 b) Dissociação de grupos OH nas Arestas das Argilas Silicatadas Cargas dependentes do pH OH- H2O Seron, 2008 47 Origem das cargas elétricas do solo 47 C) Matéria orgânica 48 Origem das cargas elétricas do solo 48 POSITIVAS • Muitos solos tropicais têm cargas +, embora na grande maioria predominem as cargas negativas. • As cargas eletropositivas do solo têm sua origem nos óxidos e hidróxidos de Fe e Al, preferencialmente. • De maneira mais significativa em condições mais ácidas de solo. 49 Origem das cargas elétricas do solo 49 50 Origem das cargas elétricas do solo 50 • Ponto de Carga Zero (PCZ) - É o valor de pH no qual o colóide apresenta o mesmo número de radicais com carga positiva e negativa. > (nº > cargas -) < (nº > cargas +) + 51 Origem das cargas elétricas do solo 51 Camada superficial: PCZ na faixa de 3 a 4. Camada subsuperficial: geralmente os valores de PCZ se mantém na faixa de 3 a 4, mas podem ser mais altos, dependendo principalmente dos teores de óxidos de Fe e de Al. 52 Origem das cargas elétricas do solo 52 Tipos de carga no solo: 1. Cargas permanentes 2. Cargas variáveis 53 Origem das cargas elétricas do solo 53 Cargas Permanentes São produtos das substituições iônicas nas estruturas minerais e independem do valor de pH do solo; O aparecimento de cargas permanentes decorre da substituição isomórfica = desbalanceamento de cargas Tetraedros de sílica Si4+ → Al3+ Octaedros de alumina Al3+ → Fe2+ Al3+ → Mg2+ 54 Origem das cargas elétricas do solo 54 Cargas Variáveis São originárias da adsorção de íons na superfície dos colóides minerais e orgânicos do solo; Colóides de carga dependente do pH; Caulinita, Goethita, Hematita e Gibbsita, na maioria dos solos brasileiros, são os principais minerais do solo que apresentam carga variável. 55 Origem das cargas elétricas do solo 55 Caulinita 56 Origem das cargas elétricas do solo 56 57 Origem das cargas elétricas do solo 57 Ca2+ K+ Al3+ Al3+ NH4 + Al3+ Mg2+ H+ H+ CTC permanente CTC dependente de pH Ca2+ Mg2 + H: H: H: H: H: H: H: H: H: pH do solo CTC efetiva Ca2+ Mg2+ CTC bloqueada 58 Origem das cargas elétricas do solo 58 59 59 60 Origem das cargas elétricas do solo 60 H H H H Ca Mg Mg H Al H Argila - - - - - - - - - Troca iônica Água SOLUÇÃO DO SOLO 61 Origem das cargas elétricas do solo 61 • A água é responsável por grande parte do transporte de íons e moléculas em diferentes direções e sentidos no solo; 62 62 Classificação da água no solo Classificação da água no solo 63 Classificação da água no solo 63 64 Classificação da água no solo 64 a) Água Gravitacional: 64 a) Água Gravitacional: CHUVA • Tensão inferior a – 0,03 MPa; • Escoamento da água para as camadas mais profundas do solo. Gravidade 65 Classificação da água no solo 65 65 65 b) Água Capilar • é a água que fica após a drenagem da água gravitacional. Gravidade adsorvida Partículas, entre elas e nos poros capilares • Capacidade de campo: água que ocupa a porosidade do solo após a drenagem do excesso. Tensão igual a – 0,03 MPa 66 Classificação da água no solo 66 66 66 c) Água Higroscópica Capilar Gravidade Diminuindo a espessura do filme adsorvido: Partículas, entre elas e nos poros capilares • Ponto de Coeficiente de Murcha: a água fica retida pelas partículas coloidais com uma tensão que o sistema radicular não consegue absorver. Tensão: - 1,5 MPa Evapotranspiração 67 Classificação da água no solo 67 67 67 d) Água Disponível Capilar Gravidade Higroscópica • Água retida com tensões entre a capacidade de campo (-0,03MPa) e o coeficiente de murcha (-1,5MPa). 68 Classificação da água no solo 68 69 Adsorção e troca de íons 69 Adsorção e Troca de íons Adsorção e troca de íons 70 ADSORÇÃO: • O fenômeno químico de ligação ou atração entre a carga de um colóide e um íon da solução do solo e que resulta na sua retenção; As cargas, negativas ou positivas, são neutralizadas por íons de carga contrária, que podem ser trocados por outros íons da solução do solo. Troca iônica 71 Adsorção e troca de íons 71 As cargas negativas são neutralizadas por íons eletropositivos = adsorção catiônica; Na neutralização de cargas positivas pelos ânions tem-se a adsorção aniônica. Capacidade de troca de cátions (CTC) e capacidade de troca de ânions (CTA). 72 Adsorção e troca de íons 72 ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE COLÓIDES E ÍONS a) Adsorção química • Ocorre quando há a ligação iônica ou covalente entre o colóide e o íon, sendo dificultada sua passagem da fase sólida para a líquida. • Há três tipos de adsorção química: complexação, quelação e precipitação. 73 Adsorção e troca de íons 73 • Complexação: O íon complexado é retido com alta energia ao colóide (ligação iônica ou covalente); • Quelação: ocorre nos colóides orgânicos ou em moléculas quelantes, os quais adsorvem especificamente um íon não por apenas uma, mas por duas ou mais ligações; • Precipitação: o íon é precipitado, ou seja, forma um complexo estável e praticamente irreversível. 74 Adsorção e troca de íons 74 b) Adsorção física • Ocorre quando há a ligação físico-química de baixa energia entre o íon e o colóide 75 Adsorção e troca de íons 75 De maneira geral, a energia de adsorção dos íons com os colóides segue a seguinte ordem: 76 Capacidade de troca de cátions 76 Capacidade de troca de cátions Capacidade de troca de cátions 77 Solução salina Cátions ânions Cátions ânions • reação se dá com rapidez, em proporção estequiométrica e é reversível. 78 Capacidade de troca de cátions 78 Analiticamente a quantidade de cátion que passou a neutralizar as cargas negativas do solo pode ser determinada Quantidade de cargas negativas CTC 79 Capacidade de troca de cátions 79 É a capacidade que o solo possui de armazenar nutrientes e é expressa em cmolc/dm 3, e corresponde à somatória dos cátions presentes, isto é, a soma de bases mais hidrogênio e alumínio ( S + H + Al ); A troca de cátions consiste no intercâmbio de cátions adsorvidos em superfícies carregadas e cátions na solução do solo; 80 Capacidade de troca de cátions 80 Na determinação da CTC é importante considerar o pH em que a troca catiônica se verifica; Parte das cargas negativas do solo (eletrovalente) é permanente, enquanto outra parte (covalente) é dependente do pH; 80 Ca2+ K+ Al3+ Al3+ NH4 + Al3+ Mg2+ H+ H+ CTC permanente CTC dependente de pH Ca2+ Mg2+ H: H: H: H: H: H: H: H: H: pH do solo CTC efetiva Ca2+ Mg2+ CTC bloqueada 81 Capacidade de troca de cátions 81 Alguns princípios básicos caracterizam a CTC: a) O fenômeno de troca é reversível: os cátions adsorvidos podem ser deslocados por outros; b) O fenômeno de troca é uma reação estequiométrica: obedece à lei dos equivalentes químicos: 1 molc de um cátion é trocado por 1 molc de outro cátion c) É um processo rápido: na determinação da CTC, o tempo de agitação do solo e solução varia de 5 a 15 min. 82 Capacidade de troca de cátions 82 Fatores que afetam a CTC: • pH; • Características dos cátions; - Afeta a preferência de troca no solo de acordo com a densidade de cargas dos cátions; • Concentração da solução; - À medida que dilui a solução, mantendo constante as concentrações dos cátions = aumenta a preferência de cátions de < valência 83 Capacidade de troca de cátions 83 - Solos de regiões úmidas as bases vão sendo lixiviadas predominando complexo de Al3+ - Solos de regiões áridas e semi-áridas há acúmulo de cátions monovalentes: Na+ • Natureza da fase sólida - Vai influir na densidade de cargas negativas responsáveis pela CTC - M.O. apresenta > participação no valor da CTC total 84 Capacidade de troca de cátions 84 Características da CTC do solo As características relacionadas com esta propriedade são constantemente determinadas e utilizadas em interpretações e em cálculos de calagem e fertilizante; São: CTC (T), CTC efetiva (t), Soma de Bases (SB), Índice de saturação por bases (V), Acidez trocável, Acidez potencial e a Saturação por Al (m). 85 Capacidade de troca de cátions 85 CTC (T) = {SB + (H+Al)} CTC efetiva (t) = (SB + Al3+) Soma de Bases (SB) = (Ca2+ + K+ + Mg2+ ) Acidez Trocável: Al3+ Acidez Potencial: (H+Al) Índice de saturação por bases (V) = (SB/T) x 100 Saturação por Al (m) = (Al3+ / CTC efetiva) x 100 86 Capacidade de troca de cátions 86 86 87 DÚVIDAS???