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R. Urbano e V. Rodrigues Introduc¸a˜o Suponha que em um dado experimento no´s medimos os paraˆmetros x, y, ..., z n vezes. Ou seja, x1, y1, ..., z1 x2, y2, ..., z2 ... ... xn, yn, ..., zn medidas Como discutido anteriormente, na˜o e´ poss´ıvel saber qual o valor ”verdadeiro” ou ”absoluto”destes paraˆmetros devido aos erros experimentais, instrumentais e estat´ısticos inerentes ao experi- mento. No entanto, sabemos que os valores me´dios x, y, ..., z sa˜o aqueles que melhor se aproximam do valor ”verdadeiro”, dentro de uma faixa de confianc¸a dada por σx, σy, ..., σz: x = 1 n n∑ i=1 xi σ 2 x = 1 n n∑ i=1 (xi − x)2 y = 1 n n∑ i=1 yi σ 2 y = 1 n n∑ i=1 (yi − y)2 (1) ... ... z = 1 n n∑ i=1 zi σ 2 y = 1 n n∑ i=1 (yi − y)2 Mas como devemos encontrar o valor que se aproxima do ”verdadeiro”, e a sua faixa de confia- bilidade, quando o parmetro que estamos interessados na˜o puder ser medido diretamente, mas sim atrave´s de um modelo matema´tico? Por exemplo, quando queremos obter uma velocidade baseados em medidas diretas de distaˆncia e do tempo. Vamos enta˜o supor que queremos encontrar um parmetro gene´rico w em func¸a˜o de x, y, ..., z: w = w(x, y, ..., z) (2) Uma opc¸a˜o seria calcular todos os wi para todos os conjuntos xi, yi, ..., zi de medidas e em seguida, calcular a me´dia w e σ2w w1 = w(x1, y1, ..., z1) w2 = w(x2, y2, ..., z2) ... ... wn = w(xn, yn, ..., zn) medidas w = 1 n n∑ i=1 wi σ 2 w = 1 n n∑ i=1 (wi − w)2 (3) Como devemos calcular todos os valores de wi, esta operac¸a˜o pode ser bastante trabalhosa, principalmente para um grande nu´mero de medidas. 1 Uma pergunta que podemos fazer e´ se podemos obter w diretamennte da me´dia dos paraˆmetros medidos no experimento: w = w(x, y, ..., z)? (4) Para responder esta pergunta, vamos considerar a expansa˜o do valor de wi em se´ries de poteˆncias dos desvios em torno dos valores me´dios de x, y, ..., z: wi = w(x, y, ..., z) + + ( ∂w ∂x ) (xi − x) + ( ∂w ∂y ) (yi − y) + ...+ ( ∂w ∂z ) (zi − z) + (5) + 1 2 ( ∂2w ∂x2 ) (xi − x)2 + 1 2 ( ∂2w ∂y2 ) (yi − y)2 + ...+ 1 2 ( ∂2w ∂z2 ) (zi − z)2 + + ... Se a func¸a˜o w varia lentamente (func¸a˜o monotoˆnica), a primeira aproximac¸a˜o, podemos consi- derar que os termos superiores a segunda ordem sa˜o despres´ıveis, ou seja: 1 2 ( ∂2w ∂x2 ) (xi − x)2 ∼ 0 (6) Calculando o valor me´dio de w usando os valores de wi obtidos na expansa˜o (5) teremos: w = 1 n n∑ i=1 wi = 1 n [ n∑ i=1 w(x, y, ..., z)+ (7) + n∑ i=1 ( ∂w ∂x ) (xi − x) + n∑ i=1 ( ∂w ∂y ) (yi − y) + ...+ n∑ i=1 ( ∂w ∂z ) (zi − z) ] Rearranjando os termos da equac¸a˜o (7): w = 1 n [ n∑ i=1 w(x, y, ..., z)+ (8) + ( ∂w ∂x ) n∑ i=1 (xi − x) + ( ∂w ∂y ) n∑ i=1 (yi − y) + ...+ ( ∂w ∂z ) n∑ i=1 (zi − z) ] Nesta expressa˜o os termos a` direita da igualdade sa˜o nulos, com excec¸a˜o do primeiro, pois: 1 n n∑ i=1 (xi − x) = 1 n n∑ i=1 xi − 1 n n∑ i=1 x = x− 1 n nx = 0 (9) Desta forma, em primeira aproximac¸a˜o, w pode ser obtido usando os valores me´dios de x, y, ..., z: w = w(x, y, ..., z) (10) 2 Agora, vamos usar o mesmo racioc´ınio para calcular o desvio padra˜o de w: σ2w = 1 n n∑ i=1 (wi − w)2 (11) Usando wi obtido em (5) ate´ primeira ordem teremos: (wi − w)2 = [w(x, y, ..., z)+ (12) + ( ∂w ∂x ) (xi − x) + ( ∂w ∂y ) (yi − y) + ...+ ( ∂w ∂z ) (zi − z) + − w]2 = = ( ∂w ∂x )2 (xi − x)2 + ( ∂w ∂y )2 (yi − y)2 + ...+ + 2 ( ∂w ∂x )( ∂w ∂y ) (xi − x)(yi − y) + 2 ( ∂w ∂x )( ∂w ∂z ) (xi − x)(zi − z) + + ... Entretanto, 2 ( ∂w ∂x )( ∂w ∂y ) n∑ i=1 (xi − x)(yi − y) = 0 (13) Por isso, podemos ignorar os termos cruzados na expressa˜o (12) e escrever σ2w como: σ2w = 1 n ( ∂w ∂x )2 n∑ i=1 (xi − x)2︸ ︷︷ ︸ nσ2x + ( ∂w ∂y )2 n∑ i=1 (yi − y)2︸ ︷︷ ︸ nσ2y +... (14) Desta forma, podemos calcular σ2w a partir das derivadas primeiras (derivadas parciais) da func¸a˜o w e dos σ2 de cada valor medido: σ2w = ( ∂w ∂x )2 σ2x + ( ∂w ∂y )2 σ2y + ...+ ( ∂w ∂z )2 σ2z (15) A equac¸a˜o (15) e´ uma expressa˜o geral para o ca´lculo do erro propagado do paraˆmetro w. No entanto, em F-129 devemos sempre considerar o erro total envolvido no problema ao inve´s do desvio padra˜o σw. Portanto, deve-se utilizar a equac¸a˜o ∆2w = ( ∂w ∂x )2 ∆2x + ( ∂w ∂y )2 ∆2y + ...+ ( ∂w ∂z )2 ∆2z (16) onde ∆w e´ o erro total da varia´vel w devidamente propagado, e os ∆x, ∆y, ... , ∆z, sa˜o os erros totais das varia´veis prima´rias x, y, ..., z. Refereˆncia Bibliogra´fica: Jose´ Henrique Vuolo, Fundamentos da Teoria de Erros (Editora Edgard Blu¨cher Ltda, Sa˜o Paulo, 1992). 3 Exemplo: Ca´lculo da incerteza do volume de um cilindro: V = piLR2 R σ2R L σ2L } me´dias das medidas Usando a expressa˜o (15) para encontrar σ2V : σ2V = ( ∂V ∂R )2 σ2R + ( ∂V ∂L )2 σ2L σ2V = ( 2pi L R )2 σ2R + ( pi R 2 )2 σ2L (17) Podemos ainda dividir os dois lados da igualdade por V 2:(σV V )2 = ( 2pi L R pi L R2 )2 σ2R + ( pi R2 pi L R2 )2 σ2L (18) (σV V )2 = ( 2σR R )2 + (σL L )2 (19) Ou ainda, em conformidade com F-129, escrever a expressa˜o final na forma:( ∆V V )2 = ( 2∆R R )2 + ( ∆L L )2 (20) 4