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TEORIA GERAL DO PROCESSO PROCESSO Processo é o meio utilizado pelo Estado para solucionar conflito. (Prof.) O alcance dessa finalidade (buscar a solução do direito) se dá pela aplicação da lei ao caso concreto, e isso ocorre no processo, que é o instrumento através do qual a jurisdição atua.[2: WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.] O vocábulo processo tem sua origem etimológica em procedere que, na língua latina, significa “seguir adiante”. Certamente o uso desse vocábulo contribuiu para que se estabelecesse certa confusão entre os conceitos de processo e de procedimento (WAMBIER; TALAMINI, 2012). Tipos de Processo: Processo de Conhecimento; Processo de Execução; Processo Cautelar. PROCEDIMENTO Procedimento é a sucessão ordenada de atos dentro do processo. (Prof.) O procedimento é o mecanismo pelo qual se desenvolvem os processos diante dos órgãos da jurisdição. Tipos de Procedimento: Procedimento comum (Rito Ordinário e Sumário); Especiais. Processo e Procedimento, na verdade, segundo expressiva doutrina, somados compõem a relação jurídica processual. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO Processo é o conjunto de atos ordenados, tendentes a um fim, que é a provisão jurisdicional, compreendendo-se direitos, deveres e ônus das partes, além de poderes, direitos e deveres dos órgãos jurisdicionais, prescritos e regulados pela lei processual. SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL São três os sujeitos principais da relação jurídico-processual, a saber: Estado, demandante e demandado. Ou seja:[3: CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.] Sujeitos do Processo: AUTOR + RÉU + ESTADO-JUIZ São sujeitos da relação jurídica processual: autor, réu e Estado-juiz. O autor e o réu têm direito à tutela jurisdicional enquanto o juiz tem o dever de prestá-la. Essa relação entre eles se dá no processo. Juiz (na condição de órgão do Estado): como sujeito imparcial do processo, investido de autoridade para dirimir a lide, o juiz se coloca super et inter partes. Com o objetivo de dar ao juiz as necessárias condições para o desempenho de suas funções, o direito lhe atribui determinados poderes a serem exercidos no processo, ou por ocasião dele. Poderes Administrativos ou de Polícia: se exercem por ocasião do processo, a fim de evitar a sua perturbação e de assegurar a ordem e decoro que devem envolvê-lo (CPC, arts. 445 e 446). Art. 445. O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, a força policial. Art. 446. Compete ao juiz em especial: I - dirigir os trabalhos da audiência; II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas; III - exortar os advogados e o órgão do Ministério Público a que discutam a causa com elevação e urbanidade. Parágrafo único. Enquanto depuserem as partes, o perito, os assistentes técnicos e as testemunhas, os advogados não podem intervir ou apartear, sem licença do juiz. Poderes Jurisdicionais: se desenvolvem no próprio processo, subdividindo-se em poderes meios (abrangendo os ordinatórios, que dizem respeito ao simples andamento processual, e os introdutórios, que se referem à formação do convencimento do juiz) e poderes fins (que compreendem os decisórios e os de execução). Obs.: O Juiz também tem deveres no processo, p. ex. o dever de sentenciar e o de conduzir o processo segundo a ordem legal estabelecida (devido processo legal). AUTOR E RÉU: são os principais sujeitos parciais do processo, sem os quais não se completa a relação jurídica processual. Autor é aquele que deduz em juízo uma pretensão; e réu, aquele em face de quem aquela pretensão é deduzida. A posição do demandante e do demandado no processo são disciplinadas de acordo com três princípios básicos: o princípio da dualidade das partes; o princípio da igualdade das partes; e o princípio do contraditório. Princípio da Dualidade das Partes: é inadmissível um processo sem que haja pelo menos dois sujeitos em posições processuais contrárias, pois ninguém pode litigar consigo mesmo. Princípio da Igualdade das Partes: assegura a paridade de tratamento processual, sem prejuízo de certas vantagens atribuídas especialmente a cada um delas, em vista exatamente de sua posição no processo. Princípio do Contraditório: garante às partes a ciência dos atos e termos do processo, com a possibilidade de impugná-los e com isso estabelecer autêntico diálogo com o juiz. Obs.: No processo penal a figura do autor cabe ordinariamente ao Ministério Público, figurando na posição de réu o acusado da prática de ofensa criminal (modernamente prefere-se dizer acusado, em vez de réu. Nos casos de ação penal de iniciativa privada é autor o ofendido (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2009). INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Há situações em que, embora já integrada a relação processual segundo seu esquema subjetivo mínimo (jui-autor-réu), a lei permite ou reclama o ingresso de terceiro no processo, seja em substituição a uma das partes, seja em acréscimo a elas, de modo a ampliar subjetivamente aquela relação. No processo civil, p. ex. a intervenção se dá pela assistência, que é o ingresso voluntário do terceiro com o objetivo de ajudar uma das partes. V. arts. 50, 56, 62 e 70 do CPC. Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra. Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor. Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. OBJETO DA RELAÇÃO PROCESSUAL Toda relação jurídica constitui, de alguma forma, o regulamento da conduta das pessoas com referência a determinado bem. Relação Jurídica Substancial: o bem que constitui objeto das relações jurídicas substanciais (primárias) é o bem da vida, ou seja, o próprio objeto dos interesses em conflito, p. ex. uma importância em dinheiro, um imóvel, etc. Relação Jurídica Processual: o objeto da relação jurídica processual (secundária) é o serviço jurisdicional que o Estado tem o dever de prestar, consumando-o mediante o provimento final em cada sentença. FONTES: WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.