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I Du dirC1 to .'i just io;a
II rn,.flO~ de Benlamin.
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1
59
A primeill par1c destc 1(')1;10, ~Do direito.lo jus
b(a-, foIlida na abertura de urn (ulOquio organil~
poYDrucilla ComclI N CMdow Law ScbooI. em 00-
tubro de 1989, sob 0 tflulo MDeconstruction and th~
~bility of JusticeM 0 ool6qwo reuniu fil6!Iofos,
reunros d~ hter.lturll ~ juristas (pnocipalmenle repl('
Rnl.JntC": do nlO\'iml!nlo norte-affil'licano inritub
do en/1M/ u,,'fI/ SlIIdid), A segunda parte do tl!Xtn,
MPrenOffill' tk BenjaminM, nau!oi ali pmnunciada,
nldS uma ~6pm (01 dlmibuidll /lOS parhcipantcs
Na pnm:r\'t'Til d() 01110 ::IIl'gUintc, no dia 26 OC> abn]
de 1990, a 5C'gunda p/ln~ da ml$l1la ronfer~ncia faj
1icb na aberturl de oulm col6quio, organizado POI'
Saul Fn«llandll'f na Unr~r<"dade dol Cahf6mia rm
lns An8'!te, sob 0 tftulo MNuism and the 'Fi~
Soluh"n': Probing the Limits of RepreS('nloltion-
EIN Rgund.:! pa.,c 10i p.~edida de urn prologo e
se~;uida de urn post-5O"fptum. que acrescenlamos ~
presenle publi~30. Esu apresenta "Iguns d~
voMmenlOS c IlUtit5 .» edi{6e:S; anh?riOll"S c ern IIn-
guas ('Stt,lngeirolll, sob forma de "rtigo OIl de livro'.
1 -0.. __ "", .. 1 ..,. ... J_,In<I ..... -,.
QuaIno."",. 10 ~ t.. ~. Noo. YwI<. ...... U. of .... ;-.
..... .s. 1Il'10. ~., o.:-m... .. __ .. ~<t,.,..,... I)
eo....a.lol Po > ...... o. c,~IorpJ."""'" _.~ __ _
...... I"l./io .............. _,s,._ ..... 10 ~ 0..
; . c.-__ -ItIod. .. AIro.aoodctc...y""""" ...
,.,.".,..,., ""
I
00 DIREIlOA Jusn ,A
I:; para mim um de\.-cr, devo eod~n:~ar-mc [m 'a-
drrsI;rr] a voc~ em ingli5'_
o titulo dcste oolOquio ~ 0 probk-ma qu .. devo,
como voc:n diz:em trilnsi t ivamente em sua \lngua,
'" add11'!J$ fazem- me reflchr hot mest.'S. Embora me
IftIham confiado. tenm~ homa da tl'ynOlt IIddrr5S.
Mda I('nho a ver com a Inven<;iio d~se tiluJoe com
• fonnula~.\o implicita do problema ~A d~sconstru
~ e a po55IbLlidalko lU justu;a": a conjun".lo t asso-
cia palil\-TlI5, concellos, LIII\tt ro;,a, que n.io perten-
"am ~ m('<;ma cal~b"Oria. liIl roojun,,~o ousa desafiar
• ord em, a taxinomia. a tugka dassl fical6ria, qual-
que!" que!leja 0 modo pelo qual eLl opera: por ana-
Iogia. dLlilln!;iioou opo5i~iio. Urn orado! maI-humo-
..to diri.l. n.lO ...q:. a ~o. ncnhuma ret6rica pode
I II ""'~" 10,,; """"_ ~ .... ~ EoIo~·
• _ .... """,-w. ' " • • w;,,, ..,,,_ doJ'o'OO no ... Ibo
I~OE:U'
prcst.:!r5C' a tal (,M'rtirio Disponho·me a lenlar fa
!ar de cad.:! uma dCSSols coiiiaS ou des.:w calCgori.:!S
(· [)e5CQnl>~.:ioN, "p!l§Slblhd.lde", "justi",,"), e ate
mcsmo dol;; ~tcb"-'"'m.u ("e", "a", "de"), mas!Wo
ncssa otdcm, 1'/('<;,;,) ta'<inomia au nl.'S!oC stnb.gma.
T.U orodor nao 51.:!ria ape'flils de mau humor, I.'S-
taria de rnA-re. E estaria ate mesmo sendo inius!\).
Ibts podt'ri.i/tn08 fllcilmnlte propor uma lnlerprcta-
~o ju5t~ ISlo C, nest.:> CobO, lId~ e IUcid.l. por
tanto a1go ~Ios.l com respeito iis in!~ e aos
sentidos do titulo. E!;te titulo $llgcrc urn. )"l'"I"g\Int.
que OL"iiSUme, ('I;.t rrK'"SJlut. II fQfma da suspeit.l: scni que
"dl.'SCOn5tn.l~.io.lSS(!gura, permite, autorU..1.1 pam
bi/ida&/- da Jush~? Ser;i que t'ia lorna poeISil-'e! II jus·
ti~ .. ou um d~ ronsequente sobn> a jU'iti\<t ..
MJbnoo as rondi\OeS de po8!oibilidade dol lushl;a? Sim,
Il5pondenam alguns. nao, responderiam os 0POSI
tores. 0,; ·dt5romtruoonJ!;M~· t.!rn alga a diur s0-
b«> a Jushr;-a, .Iga So fazer com a lust1(a? Ibt que, no
fundo, de<; faJ.un debt 110 pouoo? 1!i60 lhes .nteres
~ afinal? N;io$Cr.i, romo algum; dt'lKOflfiam, par
que. d~on5tru~.io n.io permit;>, nel. mesma,. ne·
nhuma a,,10 ju~tll. nenhum discurso Ju~to sabre a
JUstl~a. ma~ Cf)n5titui attl me!lmo uma ame~ con
1111 0 dJn.>llo e arruiN a rondi.-;io ~ pos5ibilKbde da
justi«t' Sim. respo!ldeJym .lgu05; nolo, rl'Sponderia
o adH·r"!.drio_
o...'!'lil' cste pnmcu"O debale fictkio. IInwtciam-
Sf! dc<hlarnentos t-quivt.M.W entre direito e jU$li("a
;
o §Ofrimcnlo da desronsITlJ(.\o, aquilo de que cia
so(!"t' e de que sofrem os que cia f.u !IOfrer, e talvt'~
a ausCnc:ia de regr.l, de nann" e de crilmo seguro
1>ar.J Wstmguir, de modo mequ.'IOCO, dll"Clto e ju5ti
c;a. Trata-sc pooi~corIC"eItos (noonabvosoo No)
de norma.. de regra au de criteno.Tr<lta-se de JulSAr
aqul10 que pennitc Julg.or, aquilo que se aut= 0
julgamcnto.
Esta sen.iI <l ctiColha, 0"01,1 . ou". ~5im au n.1o",
que W pode 5USpe!tar neste tlrolo lJes.te ingula. tal
titulo scria \ojrlualmento! ~ioleflto, polemiC<.>, inqul-
~Ido! fudemos temer nele algum instmmento de
IOOma. urna m.meira de int!"'rT"O&lr que noo seriil II
maiS juStOi.- ~ mubl p~ desde }oi que a pergunl,u
cob;adas ~Ia fQl1l1.;l ("Oil islO (.IU aquila'. ~sim au
n.\o") niio poderei dar nenhum~ resposla, em ludo
car;(! nenhumJ res~a tr.mqUill7.adora para quem
querque 5l'Jil,. para ncohurna das ~riva!iassim
formuladas au funnahzadas
Devo pol ... CSlc oi urn de\."er, endereo;ar me a \"0-
ck ,'m ingles. !k\'O-o, isto qll('!" dUer mUllas ool51s
00 mbrno lem~
I. De\'() falilf ingles (como l,atiUZlT cst(' "~"O",
\.~!t' dnw?' mu~P' shlllllll?, uught w? I h.m- 10')
porqu<'" me coloc.1m uma esperuo de obriga~.lO au
uma rond~o Impost<l por uma cspOO.e de for~a
_irnbQbca, au de iel. numa sillla~o que nAo wtlll"O
1<1 Uma e5pOOt' dt: p6Imms oono: rfU', de .m~>diato,
•
,
a apropr~io dOl Iingw: se ON) men05 d~jo fazer
me OUviT, pr«iso blar nalfngua de voces, di!'VQ f:I
l~-Io, tcoho de f.u~ 1o.
2. Dew fOliar na lingua de wen pois aquUo que
dim a5S1m !Ier.i mals justa ou lulgado molls jusro, e
miIJlI JU$tOlll'\('l"lte aprroado. isto e, neste c;t5O. no SO?n-
hdo da juste1..1, da adL"qua~~o entre 0 que e e 0 que
e dim au pensado. entn' 0 que e dito e 0 qlH.' .: com
preendido, ()U entre 0 que e penSiido e dliO ou ouvl
do peI.a maloria dos que aqui est30 e que, de modo
m;Jnifl'Sto, fucm II lei. "Fazcr lI!eiw ("maktlfg/M/au.r")
e Umll eo:pre5s.io Interl'SSanll' sobre a qual voltare -
moo a f~ l ar
3 Oevo fOliar numa Ungua q~ nao Ii a rrunh~
pcl"qU(' sera mals tusto, num outro sentido da pala
vra ~justo·, no sentido da jusru;a. urn scnndo que di
relT\QS, scm rcl1ebr demasiadamenle poT enquanto,
jurldic:o-etiro politico; t mai~ jU510 fOliar i IiI1gua dOl
maloria, 5Obrerudo quando, por hO!ipllahdade. est.)
d.i a palavnl ao e<;tra~o. Referimo nos ~w a
urna lei dOl qual e diffoJ diter se e uma oonvt"nien·
cia. uma polide? a lei do mitis forte ou I let equilil'
tIVa dOl democracia Ese ela [X'ftence a 'llSti~a OU.10
dIrc,to f., amda ITIiIIB, pan! que eu me S\lbmeUI a ess;:I
lei e a aceile, h.i rerlo numero de condi~oes- par
e.emplo. que eu responda a urn convlte e m;tn,feste
metl ~ de foliar aqu~ oqu~ aparentro.entt. nin-
,
gum, me obrigou a fazet; em seguida. e preciso que
I"U seja t.1p;lZ. ~te (eTto pOll to, de comprecnder 0
wn\rato e as CXlndi(Oes &. lei,. Ilrtu t de me apropria!
so menos minimamente da lingua de 'IOC'k, que. des ·
d~' enuo cessa, em certa medld.1, de set para mim
e:o;lrangeir.1. £ prOOso que ~ I' l'\I oompreenda-
010$, millis 01.1 menos do mesmo modo, a lradu~iio
de meu lexlO, escrilO pnmetramenre em UaflcCs ('
que, par melhof<;]ue S<'ja. permant"Ce sendo
nl'CeS
5Olrlamt'nle uma uad~iio. isto e, urn cornpromiS!!O
scmpfe po5l>i\'e\ mas semprc ImpcrieHo entre dols
tdiomas.
Essa qUCSldO de lingua e de ldioma cstarA certa
menle no ceml' daquilo que ~ desqaria Lhes o(ew-
~,'r a dlscussao.
Exi~e, na lingua de voces, (\'f lo nurnl'ro de ~
r" '-.so5es ,dl(lInatiC35 que Sl'mpre me parece:ram pre
" .-.., ~ 10110 de nao t('rem nenhum t'<!w~'alenle
,"-Into em fran.res. Otarei ao ml'1lOII dUil5, antes~
nlel de CXlllN."';ar. EJ.at; Iollm algama le~aorom 0 que
I'll ~taria de lenlar dizer est,} tarde.
A.A primeira i Mloel~ tht /aw"',ou ainda Mel-
~ 'rrmbJlI'll ofl11lD or of contract" Quando se tradu:t
I'flllfant:k ~l!Itnjum ~/aw" por Mlilplicar a 1Pi", per
.1., ...:0 aquela alusiio dircta, literal. a foro;a que \~ do
"'I,'nor. Jembral\dcr n05 que 0 dire!lo i kmp"' uma
r"I~,l au torizada, uma fo~.1 que se justilka O\J que
to·", apha;;io jusllfl(ada, mesmo que elisa jUSlmCiil
•
,.ao possa SCI" julgada, poT DUt ro lado. Lnlusta OU 10-
jU!itifici~1. Nao h;i direito sem~, Kant 0 Icmbmu
rom 0 maior rigor. Aaplirobilidadc, a ~C1Ifo1ml/;jljty~
oiio I!. uma possibilidade l'xtcriOf au secundiiria (jlle
viT\.il ou 000 juntar-se, de modo suplemt>:ntal; ao direi-
tn. Ela I!. a fon;a essomri.llmenlc implkad<l no proprio
oonc("Ito d.a jll.sti{a rnquanto dirt/ie, da juSli(a I\a me-
dida em que cia se loma let, da lei enquanta dlrelto.
Quem logo insistir, para resenraT a pos.sihllidade
de uma justio;a, ou de uma Jci. que nw apcnas exceda
ou rontllldiga 0 dircito, mas qull.' talvt'z rWJ renha re-
la(;1O rom 0 direito. ou manlerma com ele urna rela-
~.'io taocsiranh.l qll(' pode I~ntoclrigiro direilo quan-
ta exclul 10.
A palavr.l ~enfonmDillty~ chama-nos pots 11 Jerra.
El.l ouos Jembra.litcralmente, que nao hoi dlreltoquc
naa impLique IIl1f mesmc, a priori. lIa rstrnfllrn Allal(-
liC'Q de !leU ct>I'It'riro, a ~ibilidade de seT • rnforrrd".
aplirodo pela (orc,:a Kant 0 lembra d~ a /rrtrodll¢o
~ doulmlll do dm~do (no § E. que oonCftTle 8Q "direi-
to estnto~, das stncte Rb:hl'). Exislem. certafll('llle, k>is
:t. fa.. ...... ......dade d ..... , .... o d<mi<><1<0 ...uraL..- ,10 t ..... ·
_pro /wd;I-lo_ ,...,ld-Io>. -c..u""",lO • .-d"",Io ... 1undo
... """"""'" d.~,J< t<>di>o ~. ~ ......... pa1I-.....
.... ~ • ..t:fuIo. .... No> p«I< ....... 'X-O' . .., ...... do .... """'" .f""<' .........
.. ~ """"....-.btl ..... .-. ""'" _.m. .... ~~_
IIro D 1"10"4*>40 P""'1bI"" .... 60 U"' _~""-.,. 'I""
P'-' «<ICiI~ .,." • _ do u40 ..... ~ IN """.",..
.. 10 • -.. _~. p"""ar>m< _. ""'" ~ •. '" no. In.o/ ~ It
,.........,. GdJIoo. 1\II1II.1'1' 71 ...
•
nao aplkada8, mas rnW h<i lei scm aphcabilldade .....
nao M aplicabilidade ou ~t1Iforuabiliry" dOl lei scm
for~a. quer cssa fo"a :'leja direta ou oao, fiska ou
51mbOlica, exterior ou intenor. brutal ou sutilnwnte
discu r~i~lI - ou hermeneutiC;] -, ~rclt1\'a ou regu.
ladora etc.
Como dl~tloguir enlre essa for~a dol lei. cssa
·for<;ll d~ kiD, como se diz tanto em francis como l:"l1l
ingl~. acredi[o, e por outro !ado a \~olel)Cia que jul·
gamos $CIYlpre injusta? Qu~ clifenm~ existe entre, par
urn /ado, a for,a que poodt! 9<:1" jU91a, em todo caso jul-
gada legitima (n.io apenas 0 InstrumenlO a ~do
direito, mas a pr6priol reollizOl\ao. a essenCid do dirt'!-
tol. e, parootro kufo. II 1li00!r.cia q~ julgamos mJusta?
o que e uma for.;a lust., ou uma for~a nau violenta?
/:ara niio abandanar a qucstlo do idiom<\, refiro-
me "qui a uma paIavr<l alemii que nos ocupari bas-
tante daqui a pouco. ~ a palavrOl Gm'llil. Em franc&;,
como em ingles. cia 6 frequ("nterncnte traduzida por
"lIiolo?ncia·. 0 1(')(10 de BcnI"ITlU1, de que falarei I1\aI!I
"diante e que se inlitula Zur Krihk du C.ewalt. f!. tra-
duzldo em frances como Pvll' une cn rique de Ja VlO-
Imet!, e em mgles como Cnlu,lIeofYiulmce. l",fas es-
sas duas tradu,Ocs, s.cm ser lotalmcnle jnju~1as,
portan!o totalmen!e Yiolcntas. sAo in t .... rp reta~Ot-~
mUlto ativas que ndo fazcm JU5ti~0I ao fato de que
CLWIlII signified tamrem, para 0 alemacs, podcr le-
gitimo, autoJidade, for~a publica . ~&,mde GI--
It'll/I e 0 poder lcglSlahVO. gcl5llicht C<-a.t41t e 0 poikr
"
espirituaJ dOl IgTeJol, Staalsgewtllt e 11 .:Jutondade ou 0
poder do Estado. ~[t e, portanto. ao rnl'Smo tt!m·
po H violencia to \I podn legitimo, B autun dade jUll -
I(finda. Como dtstU'lguir entre .1 f~ .. de lei de urn
podcr Icgi'tlmo e a violenaa pretensamente arigi-
naria que pn"(.'I5OU il'l5tnl1M esa autoridadt>, e que
nito podia rIa IIk'Sma autorizar-se por nenhurna Ie
gitimidade Bnll'lior, de tal forma que rIa n.5o e, I\lI.
qude momento lmda!. nem legal nem ilegal, uutfOll
diriam apzesndamente nem justa nem injusta? A.!;
palal.'J1lS IVoItt'ft e QowaU tem urn p.ilpel decislVO em
(eriOtS lextos de Ileid~, ali onde nio saberiamos
1r.Idu7i-1as sunplesmente nem par furta IlI'ffi pot \"10-
JCncia. e ISSO num contexto em que, alias, Heidegger
sc aplicarA iI mOSlrar que, porexempJo em Hecidit(),
DIi:I'. a justi~a, 0 dUClto, 0 julgamento, a pena ou 0
cashgo, a ~ etc. Ii ~tt' Ens (OCOf\-
llito, Stmt, a disc6rdia 0\1 0 pOItmo<;. ou a KPmpf), isla
i, I&mbim ad,t", a lrlJusho;a '.
Ja que este coI6qulO Ii ron~grado a dt'SOOnt-
~.10 e 11 pc55ibihdade da justi~a, lembre primeir .. -
mente que.. em numer09o::l<l textos ditOll-dcsconsnu
ciorus'as~, e l'rn particular em alguns d.Jqueles que
eu ITK'Smo pubbquei. 0 recuno iI. pal.avra ·fur .... • e ItO
mesmo tempo mUlto hequt'llit'. ey OU5Olria mesmo
dUel decisivo em lugares e:;;1ra1~0Il,. mas semp~.
ou qlWlt' sem~. acompanhado de uma resenra ex-
) a. "\.' __ 110 do ltolj sr", in Pro" , .... , ...... GoJilk. 19'>4.
•• , IlIIWm A jmJJI;A
"
ph<il'" de urn alerta. MU1!aS vezes ra:omendei vlgI-
~nd~, lembret a mim mesmo os ri500S que e!ISOI pOl
lal'l"il lmplica: risro dl> UrT\ ron.:eito obscuro, substan-
,iah!.III,O(UItil!la-lnl!ihro. risco tambem de Umll IlU-
h'ru.a"Ao ooncedKla :. for~a violent", inju5l. ... sem
"'iV'I, arlntr.iria. (Nio atMa esses I;.'XIOS, sen,) uma
fonna de complacencia e nos (an" perder tempo,
n\.l$ ~o-lht'S que confiem ern mim.) CoI\t1a 08 0$-
C(lEl 8Ubstandah~il!l O\l Il"r.Iaonalislas. II primeirn pre.
{"~w;:;k) oonsiste ;U$tam'mt~ em lembmr 0 ,.u.iter di
ferential da ~a. Nos teJdOS qUi' ilc"bo de lnvocar.
Irala-$I.' sempn- dOl ~a diferencial, cia dift'n"ll(a
cumo dift:'rel"O\a de ~a. cia ror .... como dlJPranaou
(C"lr<;:! de dlff"ana (a dl/frtAncr e UIN. (or"a dlfcnda
Jlrerinte); trata-sc scmpre da It"!"la~.io entll! a fo~a e
a Iwtna. enlI\' a ~a e'] sigrufica<;30; ttata-5i.' sempre
de f~a ~perionnatwa', ~ ilocucionAna ou perlo-
not6na, ~ ~~ e de ret6ric:a.- de .tirmol\.lo cI.l
IISSinatwa, mas tambtlm e sobfetudo de tod..s iIS 5i-
luaWt-s paradol<llls em que a maJOr ~a t' a maiO!
]raque .... pennut"rn se estranhamente. E e Iodil a
h.st6ria. Resta qUI! sempre mt' senti pouoo'\ vonta-
de com a palaYTa "fort.·, mesmo que mUltas vezes
a ]ulgiiSSol' indispcns;ivel (' agr.ad~·Ih('s pais po.-
me obrigall'm a di1.cr. hOJe. alga mOlls wbrl! ela. 0
mcsrno ;}Conleee, ali;is, rom II palaVlII "ju5I.it;'''''. H..i
Il'rn dU\IIda nuTTlt'!'OJaS faz6es pt'ias quaIS ostextos
apressadam~nte identificados como "desconstrucio-
nistas" parerem.. digo bern paf(l(1'fll, n50 ooIoc.vo lema
"
da justirwa como lema,. justamenle. em seu centro,
n~m mesmu 0 cIa.!tica ou cia polihc&. Naturalmt'nh.',
t apt'l'hl5 uma apalinc!a, 5t' ronsidernrmos pJr t:m71/1I0
(citarfi somente aqueles) nUmCT05O:S tcxtos ronSJ.-
grados II l.e\·inas e as re1al'iOes entre ~violcncia e me-
lafuric8~, a filOS<J6a do direilo, II de Hegel com tooa
II 8U8 posteridade em Gla5, em que e 0 molivo prin-
CIpaL au de tedos rons.agr.:tdos it pulsao de poder e
<lOS paradDX05 do poder em Spicula - slIr Frrud, a
lei em Dtvanl Ja 1m (sobre Itlrlimr Gestetz.
de Kafka),
OIl I'm D«larutiOll d·mdfpl'tulmll: .... em MmirolllOl/ de
Nelson Mandcla 011 1t'5 lcis d~ /a ~flf"XlOn, e em mui-
los outros text05. N50 e prc.::i50 dizer que di5CUISOS
!lObre a dupJa afirma~ao. 0 dum para alcm da uoca e
da djstribui~ao, 0 indoodfvel, 0 income05un'ivd 01J
o InGllrul5vcl, sobre a smgularidade, a dtferen~a e II
hetcrogencidade sao tambCm. de ponti a pant~!lei
~ pelo m~1WS obJiquos. sobre II justi"a.
£ aljik normaL pr<?VISiveL dcsci6vcL que pcsqUI-
SOlS de esillo desconstrub\,o descmboqucm nllma
problem.itica do drreito, dOl lei e da justirya.. Seria mes-
mo seu Jugar mais prupno. ~ aIgo rumo tal e.>:ist~.
Um qUl'Stiooarncflto des.::onslrulivo quO;' come<;a.
como fol 0 , aso, pm dC$l'Stabill7.ar ou comph,ar a
opos.l~50 de 1l6mos e pJrysis, de thtsis e de plrysis-
isla e, a ~.io entre a le~ II CQ[1ven,.ao. a i.ll,titui-
~iio por um lado, e a narurcra, por ootro!ado, e todas
as que elas coodicionam. por e)(cmpJo. e f arenas
urn excmplo. a do dll'clto po5ltlVO e do drrate natu
"
rat (a diffiinm ce ~ 0 desloc-ilmcnto desSii lOgic'll opo-
tICional); urn questionamento descon~trutivo que
com~, como fot 0 caoo, pordese~tabili:wr. comph-
ar ou aponl1lr 0>. paradOllI)!; de valores como 05 do
propno e da propriedade, em tados 05 seus «'glStros.
o do sujeito .... IXlrtanto do SUJC1 to [(!~lXlnsawJ,. do
Rljeito do direilo e dosuje1to da moral,. da pessoa IU-
ridica ou moral. da intencionalidade etc.. e de tuoo 0
qlI(" dai decom!, tal quesllonamento desconstrutivo
e. de IXlnta a ponti\, um quesrionamento sobre 0 dt
",ito e a justi~a. Um questionamento S<X':Jrt' 05 fun -
damenlos do direito, da mOffil e da polibca.
Esse questionamento sobre 05 fundament05 nao
e n.-m fundamentalista nem .:mti-fundamentalista.
Acvnlece mesmo, ocasionalmentc, de oolocar em
que!;tikt ou exceder a poss.1bilidade (lIJ a necessidade
ultima do prOprio questionam<"'1110, da !anna gues-
bonadora do pensamenlo, IJlterrogando;;em con-
fian<;<r flem pre<onceito a propna hil;t6ria dJ questao
e de sua autondade filoWfica_I'bis elristc uma auto-
ridade portanlo uma for<,"ll k>gitima da forma ques-
lionadora. II respeito dOl qual podem05 nlll! pt'rgun-
tar de onde cLa hra uma fo~a taD grande em nossa
ttadi~ao
$c, por tup6tese, ele til'l."Sse urn lugar proprio, 0
que )ustamenle nio e 0 {3oo. tal ~qucsrionanwnto~
(JI.l mctaquesUonamcnto descoll5trulivo .-stana mais
~em set! lugar" nas faculdades de direito, c t.1lvcz
tambbn. como as vez~ Iloonteo.', nos dcpartamen-
"
lOS de tcologta ou de arquitetura. do que em depar-
tamenlos de filosofia ou departamentos de litera-
tufa. Eis por que,:>em os conhecer bern ckI interior,
sinto-me cuJpado, scm pretender qualquer fami-
liaridade (()ITI elc:s, ]ulgu que os deserwolvimentos
dos CnricallLgal SllIdlf5 ou dos trabaillos como os
de Stanley Fish. Barbara Herrstein-Smilh, Drne]!!a
Cornell. Samuel \'kber e OI.ltros. que sc 51tuam na ar-
tkuln\oio entre a hleriltura.. a filosofia, 0 dir~ito e os
problemas polftico-insbtucionais. sao, hoje em rna.
do ponto de vista de ~rta desronstruc;iio. dos mais
fecundos e doo mah; nec~rios. Eles respondem, a
meu ver, aos programas m.:us r.ldicais de uma des-
ronstru(ao que dcsejaria, para ser wnsequt'ote rom
reLa~lio a ela mesma,. nao pt'nnanecer feehada em
diSC1..lrsoo puramente ~dativos. tc6rioos e aGuie-
mi~, mas pretellder, oontranamente ao que 5U~
re Startley FiSh. tel conscqucncias, mudar as coisas
e intenm de modo eficiente e responsavel (embora
scmpre mediatizado, claro) ndO arenas na prollssao
ma5 naquilo que chamarnoo a ddadc, a p&is e, mais
geralmente, \1 rnundo. Nilo rnooa-Ias nosentido. sem
duvida am tanto ingenuo, da intervtn~io calculada.
dchbcrada e e5trategicamente control ada. mas no
scntido da intensifica~io rnixima de uma transfor-
rna(,'3o ern CUfSO, a urn t(rulo que n50 ~ 0 do simples
sintorna- nem 0 de uma sunples causa: outra5 cale-
gorias scriam aqui requeridas. Numa sociedade in-
dustrial e hipenecnol6gica. 0 espa~o acadernico e,
menus do que nunca, 0 end ave monadlco ou mo-
n;}stico que, alias., elc jamais foL E isso e verdade em
particular para as facu1dades de dlreilo.
Apresso-mc a acrescentar isla, em Irts pomos
muito breves:
1. EsSol oonjun~ao au C9SiI conjuntura e scm du-
vida inevitiiwl cnlre urna desconstru,ao de esUlo
mais dill.'llImentc fil0s6llca au motivada pela too-
tia liternria, por urn lado, pcla refJe...a.o juridioo-hle-
roria e (X'ios Crihrni Leo"" ShuJl€S. por oulro.
2. Es53 conjun(,'3o articulada certamente nao se
liesenvolYeU de modo lao interessante neste pais por
lI\:aso. Esse e outro problema-urgentI,' I,' apaixoJlan-
Ie -que. por falta de lempo. devo deixar de Iado. 'Iii
<,em duvida l"1IzOes profundas para que !'SSe dC5en-
volvirnenlo scja primetramente e 5Obretudo norte-
americana; l"1IzOes complicadas, gt'opoLilicas I" nao
somenle domestkas.
3. Sobretudo, 5Ie patt'Cf! urgente alcnlar par.! esst'
desenVQlvirnento conjunto ou conoorrenle, e dele
participar, e igualmente vital niio astiimilar dlscursos.
t'$tilos, oonlexlOS discu~"'OS muHo heterogencos
\' dcsiguais. A pal,wra ~dl."SConslru~.i.o· po<kria. em
(enos casas. causar au encorajaT lal confus.io. Eli!
mesma OCJ!iiuna sufi~ienles mal-cnlcndJdos para
que nijo!he acres..::entemos oulros, assimilando por
"
i'Kemplo. primeiro entre ('11:"1. tados os eslilos de
Cn/wl UguIStudU'S, au tnnslOflTlollldo-os !ados em
=pIns au pmIongammtos da desronstru~.\o. fbi"
pollOO familia~ que cles me scpm. sci que e56eS
trab4lh08 dos Cnh(Q1 '4:a1 S",d~ 1m- SUlIIustUna.
~ (0011')(\0. e lieU idWnv. pnjpr~ que COOlpara-
dos a till questiOllamento Alo86fko-<!e!iCOf\Slruti .. u
cles Soio par 'o'eU!S, dlgamos para ablt'Vlar. ck5Jguais.
timidos, aprOlamah\'OS OU esquCm3tKos, p.1r.1 naD
diu!: alrasado5, .0 mesmo temlX' que, por sua cspe
cia\U.a .... .io e pt'la acui~ & _ CQIllpd~ tkroi-
ca,. t'k$ ~tJo. pl'1o oonll1irio, mUlto adi~nl<'dos em
rel~30 iI dctermmados est~ dOl de~,:ollst~.io,
nurn campo rnais hll"lirlo ou IiJos6firo. 0 I'eSJX"Ito
as especificidadl.., wntcxtuats, ac.xlCnuro-ltIStituOo-
nati, discursivas. a ~nyt dO!; analogismos e
das 11'iUl~~ .pressada. ... das horoot.'e~
conJus.o,s parcecm-me, nil fas.? atusl. 0 prirndro im-
per.!hvo F..slou IK'TSUadldo, I'!;pm:! em todo caS{) que
t'Sle enrontro nos dclXllr.i n rn('mooa de dLfenon~OI5 e
difercnd()!;, tanto quanta II de lTUurncnto!:, winci
dencw au ro~rIW!I.
~ pois 90ITlcnte ~'fl1 aJlar~ru:ia que, nas manifes-
t~ mai9 conh('dd8~ 'lOb ('!i!K' nome, I d~'9COOs·
tru(lo n~o '('ndl'Tec;ou·· 0. problema da Justi~iI e:
somen!e uma .,parl!nna, masi prt'OSO preslar con
• o..n... __ D'orl>o ................ _......,. ... _~ •
.....,... __ ...... 1'" <IoTJ
no I,UUTO AAJmV> 17
las das llparendas, ~saIvar .15 lIJ>'In!naas·, no scntido
que Ansl6td« diWi; a eSN l1ece9Sic:\ade. ~ 0 que t'U
pllria de me est'OfV:U pot f.uer aqui: mostr.lr por
que e como aquilo que Sol' chaIN OOfTt'f1I(>mcnte Q
Jesconstru~io. ~bora No pare~;1 • en~ar" a
problen'w dol just~ fez lIpenas isso, St'm poder rau-
Jo diretamente. !lOflleIlle de modo obIlql/O. 0bHq1lO
romn, neste mOITl('llto, em que me preparo para de-
monstrar que !l3o se pode (aIM dll'!!'trlnJe1lk da JUSbI;~
h'matizarou objeti .... a ju5til;l,. diJ.e!" ·istot> justo" ~
II1I'1<I.1 ITIt'f'IOIiI. "t:\l sou JUSIO·, M!m tr.ilr medlatamen
II' II ;uSli(~ /JII'1lio 0 dircito'
H. Amw nio COfI'IC.'(Yj AcrediIIlI'1 dewr rotTIe(IIr
. hlemlo que devo endcre.;ilr me .1 ~~ em SUil lin
J{UJ. f' anunclei logo que !Iffilpre jul8lWi prl'ciotla$,
,OIl mesmo il\Substitu~ peJo men05 dUol5 de SU.:t5
"f"l.'SSUes idi0m6licas Uma en "to rnforr-'t rht law·,
'IUl' nOl'i lembro sempre que, se II IU51i~a nlo ~ ne
" ... U14rnente 0 ~ilo ou a h.'~ .. Ia,o podl' tutnat-Sl'
1\1 t l~.1, por dlreJto ou ('rn dll't!ltO.
qUJndo dctem a
t,~\'a, ou ante.! q uando rewm.o Ii foo;a desde seu pri-
m"l flJ Instan tc, sua prlmcira palavra. No cornc(O da
tU h\ d, I<'[li havido o~, a Illlf,'Uagcm Uti illingw.
IT'III 1....0 nJo ~ n('~am('ntc conlrodit6rlo oom
... ,lr<1 mripit qu .. di55~:ssc: "No com~. ler.i h.avido
•
.1
18
a ~.~ 0 que se dew pensar e, pais. ... e>1'Jdoo
dOl for~ na propria hnguagetn. no m,IIS intima de
sua essf-nda, como no mCMmento pelo qUloI d., se
desarmaria .bsoIutamente pol" 8i ~.
Pascal 0 diz num fragmento ao qual YOit.u"Ci u1-
VOl:; mail! tarde, urn de ~s celebrC5 «pcns.amen-
t05~, Sl"mprc mais difkelS do que par«em Este.u
SIl'J\ cum~:
~ lu~hI;ll. jol\ll. - !'i justa que aqUilo que e jUlilo
'lejil ~idQ, e ~o que aquilo que i: mals for -
te :l('ja seguido."
Ocom~ Iksse fnlgrnefllO ~ Co ~T.:wrdiNriO.
pelo menos no rigor de sua ret6rka Ell' dl1. que
aquilo que i: justo dmo- e e justa - 5eT seguido; $e-
gUido de consequcnaa. seguioo de efello, aplicado,
tnftm:rd; depois. que aquilo que i: " 0 m.:lis foI'te~ dtDt
tambt'm set seguido: de conxqu.incill, de cl'ctlo etc.
I\x outras pa\.avras: 0 axioma COITlum e que 0 justa
eo mais fone. 0 mais JUsto como 0 malS forte drom!
seT seguidos. Mas esSoe «dever seT seguJdo~. romum
aD Justoe aD mais forte. e ·justo~ lIum Ca$(!. ·m~ce!>
wio" no outro: ~!'i justa que aqw10 quI:' f: ,u~to sela
scguldo lpar OlItn1S paJavras: ooon(eitoOU a idCia do
justo. no senhdo de justi<;li. impIKa aNhbCamentt'
e Q pnori que 0 justa seja 'seguido'. trlfon'af, e Ii jus.
~ ~_._,_§l'/8" 4711.T1boI.b<-.' ......
Silo; r • ...,. """_ -.l" «L lOO5.l
"
to - t.1mbem notentido de jusreza - pmsar assimJ.
~ nea:ssino q~ aquilo que e malS f()(tt' gef' scgui
do (rrlJormfJ."
f'asal pro5SI'gUe; "A jusl1~.1 sem.1 f~ Ii Impo-
tentI' lpor OUtr.l5 p.:ab\TOlS:.1 )ustK;a nio t a IU~
eb n30 Ii felta !Ie nao over a fon;a de ser 'frlJOt'rttl';
uma just~a impotente nao e uma justl\a. no 5COlido
do direitoJ; a f~a scm a Jus~a e tiranita. A just~D
scm fo~,l C cOJ\tradita.. porque scmpre hi! hom ens
maus; a forc;a scm a justi,.a {i 8CUsada. £: preciso pols
caloeal' juntas I ju~ti~ t'. for",: e, pilr~ fad·la, que
aquila que 1 jUSIo seja forte, O\J que OHjuiJo que Ii fur·
te sejI. justo:
QuaJ\!o .10 "e preruo" dessa coodusio (.~ pre-
mo p<.lIlI toIoau juntas. justi(".1 e ~ fon;a~), e d.&1Ja1
deddir ()U cooduir !ratar se de um .. e preciso" pres.
cnto par ;KJullo que e JUsto noll jU5~ 0\1 po!;tqUilo
que ~ necessoirio N fun;a. Hes:ita¢o que podem08
ronstdenu tambem como ~UIldJ.ria. Eta nutua nil
"'pedicie de urn "I predso" lThlll; profundo. pot lIS-
tim dizer, J' que a lusti"a exige, enquanto ju~ti"a. 0
rt'('Urso ~ f~a,A ne«SS1dade da to",a estii poiS im·
plitada no jWllo da jusl1~a.
SabO;"l1lQSo que segue e condui es501 ~,,30;
"J:. ","im,. !lAo podendo (;ncr com que aquLJo que C
juBlo ktsse forte, fu:cram com que IKlwio que {i klrle
Ioow Justo," Estou cerro de que 0 prindpio de aN'
• de56t' pemamento de f'a5c:.aJ. ou melhor, de in
1"p1eta("io (ativa I' tOOa l"XCeto nio'\'lOlent,l) que
"
pl"OpOrt'I tnd1retamenle no dewtl\'r desta ron,fere-II
dol Ina contra a lradi~ t' ~ OOnlexto millS <'VI
dente. [sse contexlo dominanle e iI interprclat!o
c01lvenciunaJ q~ ele par('(c oomandar v50 justa
mente lIum lM'ntido OOnH'nCKJnali5ta, em dirco;io a
Ulna e~p&ie de (etKI~mo pe!iSlmlSta. relativista ..
empirtslil Foi es~ ,v..io que 1C\'OU Arnaud. por
oemplo. a supnmir ~ pensammM da ed~ de
f'<xt Royal. aleg;Jndo que 1'a!oUl ~ Ivoia escrilO sob
a Impres.s5o de Ulna kitura de Montalgne, segundo
o qua! ;tS leis nao sao j\bW r'l('ias ~m.tS. mas so-
ment ... porque sdo 16s ~ wrdade que Mont.ugne
havia utiliZ<loo urna ('xp~'1o Interessante, que l'as·
c.llelomil por sua oonla, (' que eu tambCm gosla·
ria de rconterpr('!ar e subtraLf a su.a leitura mais ron
\'t'noon.11. A express.io i!! -fund;un;:>nlo nu"tiOO d.l
aulondadc·. ~ eita Mont.tigne sem nomd In,
quando e5Cre\~:
[,_,I urn d~ que .. ~ d.1 ~a ~ I JUtOO·
d.J.de do ieSl'Jador, outro, a rornodl.t.de do :Il<'Jbcra
no, oulm, 0 costume! p~nte; .. P fl rna ... ""Kiln):
nada. ""gunoo ~mente iI rauo. ~ Justo por si,; IUdo
:lie II'IOYe com 0 rempo 0 ~Iu"", Fill. toda eqll..w
~.I"''' <imp",," ra>.lo de k'f reoebKLl,: e 0 fimd<!""'"-
.II;> rnhnc:ll "" ... """"'" Qum> a ""Rele .... u prind
pia • aniquilol:
"
Mont:ugne f .. l .. va d..,. flto, s.io suas palavrolil, de
urn M/undamento misllro- del luloridade dasle!s;
O'i\, as Ilois ~ mJm<"m em CTkI,lu, NO porque
ClilHi"l\llltU, mas porque Wo lei!! t" fundamen
10) mJo;bro ~ 5U~ 3ulondiodl", eI. nio IPm QUIro [ ••. J.
Ou"". colas ~ portjlH' ~ JUSI~5 n.io lhes obe
den- IUlltammte peJo que df'Vt' -
Vrsivclmente,. Montaigne di>l1nb'UC ilqUl a..<; lei~
kto e, odiu'jto, da jusl!~a. A JU~i<;iI do din'ito, a jus
11 .... como dln'l!o ndo Ii a justi ..... As IeI5 n30 s.1o ju~iliiS
como leis. Nao nbcdecem~ a l'las porquc sao jus.
las, mas porquc tem auloridadr_ A palavra ~crcditoM
portil loda II Cllfga dOl propos.1~;io (' lu~lifl(a II alum
.0 carater -mfsti(o- da autoridadc,A aulondldedas
leb r~ apenas no cr&Iilo que ~ 0JnI:edem0'>
Ncl.u ;anedilamos,. eis seu unleo funcl.lmenro. &5e
aIo de fc n~ e urn fundammlo ontol6gico OY racio-
N.! E aind .. Tl!'ita pcnsar no que 'ignifia cm-.
£ pou~'(\a pouoo que sc MClart'(~!I(' for possi
wi e ~ illS(> t('m urn \'alor de clan:l.ol, 0 que podelTKlS
entend~r pcla expres.sao ~hU)damelllo mistioo da
MItoridadc- E vcrdade que Monl.ugn(' tambem n-
esa110 1lISQ, que tambem cJe\oe ser interpn:laoo
akm de sua Stlpcrffrie simplt"Srneflle oonven
r ..... III. """ XII!. "Ilo r .. 1* ...... •. lioN .....
Ilro rttod. .... 00 ..... III SIo '~"k>. "'"'
donal I' (oo1l('noonalbla:" nOS5O proprio dil"('lto
tern. aoque dl7.etn, ~ leglhmas !IObre as quais
ell' funda a verdadE.' de sua jus~a" 0 que e urna
{ic~30 Icgftima' Que qucr dueT fundaf a veroad ..
dol Justlt;a? lis algumas das pergunl.u que n05 es-
peram. Monlalgne propunh.a uma aruiJogia entre
e55e supJE.menlo de 6c~.io legftima. illto e, neccs-
§,jria pil"ol fundar a \Tf'dade d.l just~a. e 0 5Up~
menlO de artificto sUSCitado poT uma ddiciencia
d.1 natureza, 0011'10 se a au~ de dll"('ito natural
$O[iClt~ 0 sup[cmenlo de direilo lusronro ou po-
si tivo, iSIO~, urn acr~mo de fi(~.io, como - e e a
aptoxima~jo proposta por Montaigne - ~ii$ mu-
lheres USOlm dentes de marfim onde os oaturaislhes
f,lllam e, em vez de sua vcrtiadeira teT~ fOljam outra
de alguma manelra ~ranha embeleum-se rom
uma belo;!l8 (alsa c empTl'5tada assim f~ a ci,'lnci.l
(e ate mesmo I'IO!i5O direilO tern, aD que dizem. fie-
~Oes k'gftITnaS 500re a§ quaIS ele funda a verdadede
sua juS\i~a)··.
o pcnsamento de Pascal,. que "p6e Juntas" a
Just~a I' a fOf~a I' fat d.l fon;a Ulna e:o;p&1e de pre-
dkado l'S5<:'ncial dOl Justit;a - palavra sob a qual {'Ie
entende ~ 0 dUe!todo que a Jush~a -, \'lli talvez
.,l~ de urn relBtivismo l'Unvcll('lonalisia au uhlita
rio, a1em de um niilismo antigo ou moderno, que
oororrroA~
faria d., lei 0 que 51! chama por \'eZeS de "urn poder
mascarado", parOl. alem da morJJ cinica de"O lobo
e 0 cordeiro~ de La Fonta1l'le. segundo a qual ·A ra
do do mais forle e 5('mpre a melhor" (~Mlght fIUI-
krs right"),
Em!ieU princlpK), a critica pilscahana remele ao
pec.ado original e ii. oorrupi;Ao das ItlS naturnis por
IIII'\lI ru30tb ml!SlNI OOIIOi"f7ida:"1 U. sem duvida,.
leis naturais; mas esta bela razao oorrompida cor
mrnpeu tudo."· Eem outra parte: "Nossa JU$llva [st
.nubl <hante da jUSh{"a di,w:u (Esses pensamen-
tvs IlQS prepm.lm a ieitura de Benjanun.)
Mas sc lsoLmnos a al~ada. de certo modo fun
ciOIlaJ.. cia crfhCol pascdiana. 9ti' dlSl5lDCia.nno6 esta sun
pies an~ cia presun~o de ~ pessimismo criS\.lo,
o qut n.io i impo!lSivel.- podcm08
erdo ncla C'noon-
trar, COtI\i) ali~s em Montaigm', as prcnussas de uma
fllosofia critica ~,ou wna critica d.a idcologW
Juridic ... uma d<5set1unffilo1(io das superest:ruturus
do direito que ocultam e ref\etem.. ao memo tempo.
'" inlt'"reSSCS camOmicos e politicos das for<;as do·
min.:lntcs da 5OCiedade. 1S50 SCTi.a 5I!TTIpn> possf\"ele,
po!"" \"CZC5, uti]
Mas, para ale-m dt seu priodptO e de sua ~
t'5te pl!fUl.am~'nto pascaliano com:E'me tJJ\"Cx a urn",
-.trulura mil~ intrinstCa UfI\III cntlca da idl:'QlO&Iol
10 _ , IV.tn4. p w..
11 .". dr. f w. p. os
"
juridg nIodC\'m3 jamais ~-~ 0 pn'ipno
surgm\Cf1to & JU5~ t' do direito. 0 momenta rnstl
tuidor, furu;l,dor e justifiGmte do diroto, unplial uma
fo~ pt'rf,)ffiI<lh\~ !!ito e, sempre urn .. for"" inter-
prctador.1 e urn apelo 11 cren~a: desta \W, nlio no
5o-"'I'IIIdo de que 0 dirato estiUla " stroifO da for{a. 11'15 '
trumenlo dUciL !IO;'l'YiI e portanto (':o:tenor do pod!'!
dommanti.', Ina~ no «;CntJdo de que ele mantcr;a..
rom aquila que chamamos de for~a,. poder ou Yin
lllnda. uma reJa~ao ffial5 inlema e mais rompJexa. A
justi~ no 5entido do dirdto (ngHt or Jaw) r'Iiio~
t.uia simrl<'SlnCnle a ser ... io;:o de uma t1x1;ilou de urn
podCf 500Il por exemplo econiimico. politiCO, idl'O
l6gko. que exi5tlria fora dela ou antel deja, e :K) qual
cia dcvma Sol' submt"ler ou st> ajustal', 'iegul'ldo a uti-
IXbdr Seu Tl'IOIJle1ll0 de fu~ ou mesmo de lns-
titu~.lo j.lmais e. abas,. urn momenlO inscrilo no Ie
ddo homogi"1.'0 de uma rustOria. pois ek' 0 r.'I~ par
uma dec::uiio Ora.. I ~ra4;ao de fundar, milU!,'\lfilI",
justi6car 0 dift'ito, fiuer II Ir.!, ronSlStuia own SOil"? de
f~a, nun.... vioJi'on= perfonnativa e portanto intl'r
prel.1tlv.:I que, ncla mcsma, nio ~ nem ru;;t~ nt!J11 In
justa.. e que III'Muma jUll!i"" nenhum drl'eJlo plivio
e anlerlQlll'Il'nte fundador, ncnhuma funda<;kI pre.
existentc, por dcfini~ao, podena nem garantir nem
corttradil.('r ou mvalidar. Nenhum discurso lustLfic.1
dar pode, nem dt'Ye, Msegularo papeJ de meUlm-
guagem tom rriao;io 11 performatlVidade da lingua-
SftI\ instituinte ou it sua int~ domirwlte
o disalrso ent"Ontn all seu limite: nell' rntSrno,
C'1ll ~ pnSpno p!)Jel po:orfonnab\'O_ ~ 0 que propo.
nho aqUi chamar, dcoslocando urn poure I' gener.!.li
undo a CSlrufu~ I,l ,"(stirn. H.llIli wn siJenoo mua-
do na estrutu~ violellla do ato fundadOI. Murndo,
rmpar«lado, porque ('Sj(' silencio n.1o e exterior ~
Iif1guJ~. Eis em que senUdo eu seria lentado a
mlerpretar, p.1r.l .~m do simples cOO1enhirio, 0 que
Montalsne I' l'.l!i(al chamam de fundammlo ",($tIro
dil .mtoridtItU. l'od"'l-5e ~ S<'1l1pre volbr a ou vol-
wr-st'.oontnl 0 que fa~1,l ou dlgo aquL mesmo 0
~ dlgo que e reuo na origem de toda jn~titui~.io.
Eu puxaria pnt.<;o usoda paLn-n ~misticu· a urn sen-
lido qUl' me amseo a diuT W1l1gcnsleiniilno. uses
tmos de Montaigne c de Pd~ como a tradK;ao a
qtM;' pmencem. corno a intcrprt"tao;ao urn pouro .111 -
ViI que deles propooho, podenam ser chamados 11
discussJo pDI" Stanlcy FISh em ~Force' (em Dalllg
What CIPnll'S NIP/"rolly'-) dc "the Ccm:qttof Lzw" de
J-bin I' alguns outros. entre 05 quais implicilamcn
k- R.a"'~s, ell' rnesmo mIkado poe Han.. assirn como
peb dehatcs lIominados dCCl'rtos I~os de Samuel
~ ~ 0 CM.!t('!" Rg<.>Oi~'rco I' n~o5impJesmen
_Intra rllllh'uaonal ou monoinstitucional de rert05
em Inshlunon lurd /l1lcrprrlflholl".
..... I ..... t.:"'-'l' 0( __ ~ 1!ll1
"
J;i que a olisem da uutoridadc. a funda~.io au 0
fundamento, a in5tilur~So da h~1 n50podem. pol dl--
nni~lo, apolar <;(' finalmente 5en.io sobre elas mes
I'T'IaS. .. las mC5m)S $.io wna violi'flCla <;em fundamen
10. 0 que nau quel di~er que sqam inrustllS em si.
I'D sentido de • ilegals" (Ill "ilegibmas" Bas n50 sao
nem legais oem 11cg.J." em seu ffiocnentofundildor
FJ;os excedem a ~Aodo fundaoo ao!'l.lO funda
do, como de todo fundadonlsmo OIl todo antifun-
dacioni~o Mesmo que 0 eJalo de pe,formativ08
fundadOl'2S de urn dlreito (poI e~emplo, e e mais do
que urn exemplo. de urn Estado como gaTanlc de
din-Ito) suponha condi(Qes e ron .. -ent;tks pmou
(por exemplo no csp.lo;o nacional ou international),
o m<'Smo hmlte ·misllco~ ress\l!ginli ruI origem su
po!'ltJ das ditas rondi~, regras au ronvcn~iies e
de suO! interprdao;i\o domil'l.lnte
Na estrutu.a que B~m descrevo, 0 direito e ('S-
9CflCialmente drsoltbm.l-m. 01.1 porquc ele e fundado,
ISIO e, construido ~b!:e camadas t"'>lual~ II\tefpreti
\leis e tr.ln!lfunmives (e esta e a tust6na do direito, a
posb'ivel e n~ria transfonn.1~.io, por ""res a me-
lhOlll do dll'l:~ltO), au porque soeu fundamento ultimo,
pot' defim~.io. nJo e fum1ado. Qu<' 0 d.\relto sqa des
con5truive~ nio t urna illfdicid.:lde. nxie· se mesmo
mculltrM Ilislio a chance polioc;a de todo prog=i8O
iustOlko. Ma~ 0 p;lroldoxo que eu b'Q:>lariII de sub
ml"ter.\ dlscu5s.10 e 0 seguillte: I! l'>''-!. e~tnllura des
ron.~trui~1 do direito ou, 8C prefelil'cm, da lush~Ol
romo dircito, que aS5!'gulll tambem a possibiHdade
cia de9ronstru¢o. A jusri('a nela me,;Jn<I, 9\' a/gQ!;(IffiO
ta l f?)(isle, (ora ou para alen, do dlrello. 1130 i des-
ron5l:rulvel. Asstm romo a descons~.io ['iii m{'S-
ma.sealgoromo I.1lex1st[' A~~IItJl'Sri
(Ii" S talvez porqU[' 0 dlrdto (que tentall'i, fXlrlan
10. distmguir regulumente da jusn.; .. ) e OO<15lruiveL
num sentldo que ultrapassa a opasiv10 dOl (om'l'rl-
~o a notureza, e ta!v\.'Z 1\3 I\\edida em que ul lrapa~
Ia essa (lPOSI~.iO que ['1[' l: cooslruivel - portan to
~onslrurvel e, ainda rN.I5, qlK' de lorna passivel
• descon~lru~30, OU pelo menos 0 ext:']lKiode uma
Or5ccm~;)O que, no funda, tlllta sempre de ques-
~ de chreilO au rdalivas.o direilo . Donde estas
Irk prop06it;Oes:
1. A descoostrutibilidade do dirello (por e.>OC'm-
pju) lorn.a a dcsoonst~io poS!iiveL
2 A indesronstruhbllldacW da justi,.. torn;. t.un
Wm • desronstru¢o poss1\-eL ou com ('\a se coo-
....,0.
J. Conseqlio!ncia-. desconstru¢o OCOITl' no in-
lftVaio que st.'Para a Inde!;Construtibilidade da luSh -
~ e II ~onstrutibilid.:lde do direito. bla ~ po$5ivel
como urna e.>:perifficia dOUTIpo:s!iveL ali oode, mes-
Il'1O que cia nao exi&~ :It n.)o ('Sci pRSmk. mllia oio
GIl nunc", ~ a lusti~ .. Em toda parte em que se
pook !tUbslituir, ITadulIr, delcrminar 0 X da )Usti~a.
~Ii.amos dizer. a dcsconst~30 e possiw-t (omo
tmp-r~'el, na mo.>dida (ah) em qUI! Uish' X (indes-
"
construl\<el), portanto na mt:dida (ali) em qUf' emil'
(0 mdesconstrui\'cO
I'or outr.l~ palavr.K a h,p6t~ e as p~Ues
em diA."l;.lo;\s qual~ ('\J aqul LlI~io 5OI.io.:it .. riam pre-
feri\-elmenll' mmo subtitulo: a jm;tiVI como posst
b,hdade da dc9construtio,. l'gtrutura do dlTl;:ito ou
dOl lei.. da funda~.io ou dol DUlo-autOT1Ll~ao do dire-
to como ~Ib\hdade do CJo:crcicio da desconSITU-
{dO Estou C'C\'tO de que isw n!o cst;! c!.:lm Espeto,
'\em ter certcu.. que is!IO!it' lomara urn pouco ffi3is
daro daqui II P'",ro. ..
~u dJ~<;e que Olinda nao hnha oom~ado. [al"<:2
eu nln romcce nunca. e ta1\,Cl estc ool6quio nque
c;.cm kqtlJOfl. No cntanto. i' romew. AulOlUO me-
mas rom que \lireilo? a mull1pbcar 05 pl'QtocOl.us ('
os de5"ios ComccCI dJZenoo que estClVl enamorndo
de ~kl m('nos dois de seu, idiomalismC'lS. Urn era
·~mhry-, ooutro ~ 0 U90 Imnsitrvo doYCrlx>-ro
ad.-lrmw Em frances. e~aroo-n05 a alb'l1l'll\ en·
~ urn .. carta au umil fula"lI5Q tamboml tliIo-
sili...:>, geITl tcr certeza de que ela!i chesa'do a urn &s
hno, mas mio se enden't3 um problcm~ F~ amda
TnC1'1OS, eode~oImO!l aJglI~m E.~la tarde. COl1lprumc'
ti-mt'. poi COOIl<llo. a .t'TIc\erev1r" em Ulgli's um pro-
blema, i!.to~, a 'f dtretamenle a eI~ e ~jrt1amet'Lle a
~ lemal!(amenle e ""m ~i(l. l"!ld..~.tndo m ..
II voces em lOu a lin~ t:ntre 0 d'TCLlO, a relldao ~"
endert"C;o. a diTl..,\":.io e a dtreitela.
deveriarnQ!! eT100n'
lrar a (llH'\Uni(a(30 d4:- uma [inha rela e t'ncontrar ..
"
dll\.,\"do certa fur que a ~~srol\StJ~50 tern II rcpu-
~ln, )us~firada 01,1 nao, de llOItal all CO~ obiiqua
1fIt1J/t, ill(bretamentl', em e5tilo ind lftto. com t.li1tas
~ l' pergunt.mdo sempre 9t' as COt$aS chegam ao
end.:o~ mdic'ado? E~f>a reputil\oio i: merecida? E,.
_tl'dda 0lI n.lo. como cxplid lp?
1.1 rll, pelo falO de foliar a lingua dn outro e rom
Pft com it minh.t, pelo fa to de me rrndcr itO outro
singular mi5tura de f~ de ju!.1C7a c de just!:
dl'\'el', ·code~ar" em mgloh.. cumn
em sua lingua. 05 problemas mfinilQS,
mlmero. infinll08 em sua MIOnOl,- in-
rerobo"rt05 Ck-
,
nem porque tstAo t'n~08
de. mcm6rtas e de cultura~ (religiosa •.
)UndKIIS etc.) - dommatemos.
mfinitos, pDf l1I!5I~ pu"
aporia que tern
hoi pouco, cnama\'.tmO'i
cxigcm ale m ..... mo a e:rprrlirl
_ podem05 enlcnd('f dua~ coisas j.i bas-
Irm~ia. romo a paJa
. destina<;an
cnron(rJ pa~<;agem. A t'xperii'rw:-ia I'n
1;'13 i: po!iSi\'CI. Or,), nt'SI5C S<'n-
lido, nio podt> M..w (>~enda pIeNI da apori4 ISlO
e, daquilo que nllo d~ passagem. Aporl4 e urn lIlo-
r.lmlnho. A jU5h~a 5('ria. deste ponlode visla. a ex-
penenoa daquilo que nao podemos 6ptrUneniar
Enrontr~1l'lOS. ~i II pouoo, mais de uma aporia,
sem poder ulti'llpilsd.las.
2. "'135 acredJlo que nao h.i lusb~a 5C'm essa elC
penencia dOl aporia, pur impu55ivel que seja_ A jus-
li~a e urna expt!riencill do imp0551vcl. Uma vonlade,
urn deselo, lima exigend ... de just!,') cula estrutura,
n~o (OS$(! uma I!J(Jlfiienoa dOl aporia. nao lena ne-
nhulN chance de 5C"I" 0 que eia e. a sa~ apt!na!I urn
o¢o ill justi<;a. Cad ... vez que as coisas aconlerem au
acontK(>m de modo adequado, radi YI"Z que 51' apli
C.l Ir,mquilamenle urna boa regr.l a urn casa p.lrti
cul.lr. a urn exemplo coneiamenre 5ubsumido, se-
gundo urn juizo delermil\allte, 0 direito e re.I'eitado,
mas lIlo podtomos 1ft" certeza de qlM'.l juslio;a ° fOi.
o dlrello ni\o e a justi.;a. 0 dU'ello e Q eJementQ
do c.ilcuIQ, e ju~tQ que haja urn dlreilo, mas a iustl~a
e Il"ICalcul,h'd, cia exigc que se calcule ° incalcul'vel;
e as experienda~ aponltieas S§Q ('xpI.'nendas IJO 1m
provli"els quanlo n~as da juo;ti,a, ISlo e. mo-
mentos em que a decrsiJo entre 0 juslo l' Q injuslQ
nunca e g;.T.lnhda por uma regta.
Devo p<lis t1Id~,...mt a ~"OCi!s e Mender~ar·
problEmas, devo fad-Io l:lre\'t'Illenl{' e num;rr lingua
estrangctra P.ila 0 fazer breo-emenle. C\.1 &:-.>en.'! (a1k
100 rna" direl.lmenre po~si ... d. indoem ireniC, scm
"
desvios, ~ ,jilibi hist6rico, scm encaminhamenlo
obUquo. em dlr~Q a voces. pot" urn lado, primetr08
destinatinos d(!<;te di9cunlo, mas itO mesmo tempo.
par oulro bdo. em d,re.;io ao lug.ar de decisOO l'!IS1."fl
daJ para 08 leiendos problemas. 0 e~, como
a dt~ como. retid.W, diz algo accra do direlfo,
e aquilo il que nio dewm08 faltarquando quert:mos
I jUSlir;a. quando queremos ser justos, e a retid.io do
endcrco;Q NAo d(''It'rn05 cilreceT de endc~o, mas,
sobretudo, nJQ dl""'efI'05 emr de endeT"'>O, n~o dc-
Yl'mo!! nos en~Il,'r de ell~. Ora, 0 l'nde~o ~
II('mpre singular Urn cn~o e sempre singul.lT,
idt<ImAtico; enquantQ a justl~ como dircito, parece
RIJ"Ipre supor. gcllt'nllidilde de um.a reg,),. de uma
norma 011 de urn Impetah,'O unho--=J. ComQ con
ciba, 0 alo de jUStl(.a. que deve 5('mpre conccrrur a
uma singularidJde, mdniduos, grupos. exi:.tilnaas
insubstltulwis. 0 OUlro au ell CI7IIIO outro, IIU/1"Li1sl-
~o uruca. rom .1 regra.. a norma. 0 valor OIl (I Lm
pt'I"ativo de justi~oL que t~m nect'SSariaml'Tlte um~
forma gera~ 1lIe!.11l() que I'SS.l genCl'lllidade pre!iCrt'lill
urna apli~il(ii (l (lUI.' e, cadil vez, 5l1\gular? Se {'u me
ronlentassemm a apll('8~.io de uma rcgra justa. !;I'm
fBpirilo de jUSli,~ e SI'"m IIwcnlll, de certa maneira.
I radi vet ~ I"l'gTll e Q exemplo, t'\.I (>Slana lal ... ez a
aaIm da rntira. sob a protl.'(ao dQ d'reilo, aGida de
modo ronforme IiIO direito objetiro. mas No SI"rl;I
tustu. Eu agllla, como diria Kant. nn amfontlldddl'
com ° de-o.~, mas nao pm- drerr 01,1 pUT ltSp"to ;i lei.
Sera}anws possi\~ ilil:er; uma a(dO e No ~penas
k-gal mas jus! ... ' Uma pessoa esU !lao 5Om!'nte em
seu direl!o. IT1&' IU jusho;a? Tal pesoo e justa. uma
deas30 e justa' Ser.i jamais possr.'t'l d..Lti'1: 5e1 que
:IOU JUS!,,' Eu ,;u.!aria de mOli1n1l qut"' til ~eu e
""senci.lmellle impossi~ .... l. fora dOl f18'l1"3 dOl boa
conscii!ncia I' d.l mlShoc..,..'io. Mas pemlltalll III\" I)U-
1m dCSVIo.
Ende[e~M-se a outrem na Jjllgua do outro (0, 010
lII('Smo tempo. a rondi<;30 de tod ... lll.~tt<;a passivel.
ao que parccc.. mas ISSO pa rcel' nao apenas nb'Of"O-
sammte impoW~'t'16ii que sO pui60 faIar • lingua do
outru na medida em que deJa 1111' aproprlo. ou que
• '§similo segundo a lei de urn tereeim Impliclto).
mas ale ITK!SIJIO excluido da Justx,"3 oomo din:itQ, na
medICI ... em que parece implicar urn eIemen!O de ulli-
V1:f5alidade. 0 rE'eW"SO ao Il.'"n:l'iro que suspend€' a
Wlillliemlidadt- 00" 5ingularidade (\os idiomilS.
Quando eu me endereo:;o a alguem em UlgWs. i
!il'mpre uma prova~ao pal1l mim. Para mt'ilS desli-
natliri~ lambern, imagino. Em ~""J. de lhell {')(plicH
pol qu.> e ~rder tempo ao faze-lo. rom~ HI mttil(J
rr-=. por algumas obser.";I~Oes que hgam, para mim.
a graVldade angushan te desse problema de lingua l
questlo da Jush-l;a. da possibilid.Mko da justi(a
I~ um Iado. e por razOesfundammlal$, parn<"e
nos Juslo ~rr III" JUSlI« [f;l7.eI" ~al. como se ~
em frances, em d!-Iermmado idioma. numa lingua
p.1Ti1 a qual lodos 05 ·sujeitos~ cona!midOli H" su-
"
~05 wmpetentes, isto e. COIpaze5 de entc.-ndcf- I' de
Inkrpletar; lados os ~SUjei(05". isto e. aqudes que
... b.>lecem.s \cis, os que julgam e 05 que s.io juI-
pdos, as teo<temunNs M sentido L1180 e no sentido
-mlo. todos 05 que d-o sarante5 do ext':rc:ioo cia
~ .. 00 melhor. d" direito. £ injU5t" juJg;lr a.lgucrn
~ No cornprccnde §f!Ul' direilOli nem 81ingua em
que a lei esl~ inscrit.l, ou 0 julgamcnto pronundado
etc. l'odcri~mos multiphcar os exemplos dr.1m5hr05
• !Ioitua~.1o de \wltincia em que se julga num idio·
IN que a res- ou a romunidade de ~s 'ilIpo!>-
.lIIIente p.15Sh'CIS da lei n.io oompreenckm.'\s ~"('1;('!1
IIio muito bern. as \'C~e5 absoIuL1mellte nada. E. par
1Mi~ """ I' sulil qllt" seja aqui a difere~a de oompc
tInCIJI 00 dominic do idioma, a violenda de uma in-
~ oom~a quando tOOos os pal"CClll)5 de uma co-
IMDUd~de n.:io compa.mlhilm totalmenle 0 mesmo
Idioma. Como e-ssa situa~ao ideal nunca e rigoro
Nlfl('"ntc possfwl. i" podemos eKtnm dele! a lguma
COr\SI'{ju&tcia acerea daquilo quc 0 Iftulo d(' ~
conrerencla chama de ·posslblhdadc da JUSti{.l" A
, :~~~:~:: injus~a, qut' oonshte em julgilT aque
: I nilo ('n tcnJem 0 iJioma no qual !It' pre ten -
• romo S(' dil .... m frnnd-s, que JI/i;IIN' ~I falli' [St"'
i !=~:~~~::~'~":ma \"IOlenC1il qualqll('l'". uma In inJus~ supOe que 0 outro, a
de linb'llil. par as5im ~ aquela
todas ..... I)UtJils;upOem. seja Q1pa2. dlr uma lin·
l'"1li gen!. seja urn homem enquanloanimal fa ·
\..lntl'. no 5('1'ltido que neSs. os homens, damos a essa
p.l~-rn de hnguagem. Hou\'e aliU urn tempo, oem
Iongirl({\>'J nem ternunaOO. em que ~n65 OS holn("lls
'qurna iliur' noo 05 eumpeus adultos m..lchos br.:m
ws camiVUfU!; e cap;lze5 de sacriffcios·
No es~o em que situo l!5tas considerno;6es, au
reronstltuo I'!Sle dl9('Urso, Mo se fala,a de injusti(,"a
ou de Vlolcncia com rela(,"ao a urn .mlrnal, e alnda
rnenO!l com tel!l(,"~o a urn vegetal ou a urna pcdrn.
ftldCIO~ fa~er sofTer urn animal, e nunca ~ dird. no
senlldo dlta pr6pno, que cle e urn sUlcito Jesado. II
villma. de urn cnme. de urn a5SolS5I1lata, de urn <'Stu
pro ou de urn roooo, de urn perjurio (' ISlo ever
dade /I forliori, '\egundo se penS<!, pall! ~quiW que
chamamos de wget.tl ou de nuneral. OIl par .. as ('9-
~cies intermcdl.iri;tS, como a espon)o1 Houve, h.'i
lIiltda,. nuspkW hUffi.lna" muitos ~sujeil05" que Mo
si'io r«Onh~oscomo SUjeit06, e ft'(ebem ('tie Ila -
bll"lt'nto doarumal (~toda a hlSt6ria lM('abilda It qual
eu fa:da ~e alus.io h.i poueo). 0 que se chama
ronfusarnenle d~ aruma!. porlanto 0 SC I "vo como
till (' sem rnais, nAo (. um sujeilo da I"i e do din'ito.
A oposi~30 do luslo ao 1Illuslo 1'1;\0 tern ncnhum
sentido no que Ihe concerne, Quer se Iral(' de pro
CCS!lOS de animai, va nouvel au de demar'ldas JIl
dlelais C'Onlra aqueles que illflignn certos !IOl'rimen-
106 aos animalS (certas k>gIsla<;:i'lesocide-nlais 0 pl\' _
,iiem, e f.:tlam Mo apenas dos dll\'ltO'l do hoO'IelT\.
masdodtrltllo doarumal em geraI), lrata-seou de.:tr
"
aismos OIl de fun6menos .tmda malginalS e rarM,
nio constitutivos <k I'I05&l cultura. Em n05lSlJ cultura"
o aacri/fcio camr.'01O (. fuodamentai. dorrunar'ltc, re-
1IJIad0 segundo II mal5 alta tecnologia mdustnai, as
lim como a expcrill"lt'nlar;ao biol6gica sobre 0 animal
- tio Vital para l'I056il moderrudade. Como tentei mos'
trar em ootlO lugar', 0 saoificio camj"QrtJ e essenaal
pin! a estnnurn d.:a 5U~, isIO~, taJTlbem parn
ofundomento do 5ujcito intencional e, se nao d.l lei,
pelo I!l{'n08 do diretto, D dilerell{8 entre a lei e 0 di·
NiW, 3. ju~3. e a dil'Clto, a JlJ5bljil 0,' a lei permanecm
do aqui aberta sob.e urn abismo. Nita me oproximo
, s qucst6es poT cnqu.:mlo. nem tralO d.1 at'inidade
. no fundamcnto de Il(l5I;.1
(' dt' nosso dlf{'ilO, (' todos os caniNbsmos.
nio, qoc estruturam a mtersub,em,
amor, no luto~, n.a verda-
t ' a i
portanto, a titulo de dl.'S·
Er\treYerno!;. desJl' este prilT1E'Uis6lmo piN'iO, urn.a
primeira COf\SCqllC-nc:ia 010 dcsron'ItNir as rep.:lrtir;(ies
que Inshh.Jem 0 ~ulelto trumano (de preferential.' pa-
radlgmatJcamenh.' 0 nwcho aduho. millS do qUl' a
muiher.'11 aiano;a au 0 .mimaJ). como medida do JUS
to ~ do inJusto, n40 S(' rondou. n«essanamente a
in)us!i~ol nem an apag.unento de uma ~ en-
tre 0 JUsto e 0 injU!>10. mas talwz,. elll nome de urn ..
l'Xlgo}nci~ mai~ in!>a";,h'1..'l de jUSti~d. A Tl.'intcrprelao;.'io
Ik tado (I apardllO de hmites I'\OS qUJlS uma histOna
e uma cultur.o. pudernm ooofinar sua crikflUlogia. ~a
hlp6tC5l' que IM.'lIto superfidalmentl', pur enqumto,
o ~ 5Il' ch.una COTn'Ilt<'fJ\ente de d~n~o n.'io
C'Om'SpOI1dl'rla de ncnhum modo. segundo a cunfu-
fIolo que alguns tem intcre5sc ~m ~5pDlhar, II uma
abdica~5o qU<lSe niilista diantl.' da quest30 ~tico-po
litiro-juridica da justl{a l'dian!l' dol opD5~.iodo JUS
to ao injuslO, ITIoU a um dupJo mo-mf\l'nlo que {'\J
,uslm l'Squem.1tIl':aria;
1. 0 senlido de uma respunoabiWaJl' Sl'm limi
les, portanto neceS$ariaml'ntl' l'.cI.";Sl~a. Incatcut.i
wL dian!e da m"'1ll6d~; e, por cono;cgumlc.. a larefa
d(' lembrolr a hL~I6n.J.. a origem e 0 scnhdu. istu~, os
limlles do!; coneeitos de justi~ de lei e de diu'ilo,
dos \'alores, norm.u. pr~Oo?squl' ali se unpuS('
ram e Sl' ~il'll('ntll'arn.. pl'lTfIiI,oewndo, desdc eo
tao. mins OIl menoslcgr.'eIS OIl pressuposlo5. Quan-
to ao que n05 fOlleg>ldo sob 0 nome de jU!>ti~a. e elll
maL~ de uma lingua. a rurefo de wna nll.'m6ri.J hi,t6-
ric;!. ~ interpn:b.tiva eta flU ",rile da dESCOlI§tI\l~J.O
Nio ~ apenas uma larefa fiktl6giro-etimol6gka, au
urna tar{'fa de histOOildor, mas a r~pons.lbllidade
dl.a.nle de uma heran~ol que~, ao mesmo tempo, a
hcran~ de urn irnperatl~v 01.1 dt> urn reue d{' ir'lJun-
ps A ~I\I.;io )i <'Slit tm~. romprt}ft/l!
IIiIM rom essa ~~CJ.iI de ju~ mfimla. quI' pode
Ion'uIr 0 olSpecto daquela ~mistica~ dr que (Ilki hli
pouru t preci50 ser justa nxn II jusli~a. e II I'lirneirli
,t.ti!;a a fa~('I'-lhe C O\.I\;-Ia, t('n tar compI\'('nder de
onde da \o\.'ffi, 0 que {'Iii qu~ de n6s, sabendo que ria
o faz atra\ll5 de i~ singulares (DIk./N~. Justttill
jJIMi«, Gtm:hhgtrit, pan!lllQlIlimitar a id.iomils ('UTO-
pew que ~ tan\."2 iguaimmle ~c;.IjriOd!'hml
Dr rom rcla~30 d autl1l'l. ol islo \'oltilfl'lTlos) c: preci
II) 1.1mbi'm saber que e!!S.l j~ 51! rnd~ scmpre
.lIingulandades. 11 singuLuioilde do OOlro, apes'lI au
~ ml raUo de lJ\la pret.-ns.k> 11 uruH'~llidadt'.
ftIr OOrl>l'guinIC. nun(;l rcder a e;se respello, manlcr
VMl urn ques;bon.amrnlo 5Obr~ a origern.. ~
eos limi~ dt' nOtlSQ aparelhoconcei-
10lrl() dol just"a ~,do
de$ronstruo;.'io ngorosa, tudo
um3 fl('\Ilr~5o do mlcresse pcla lu~ti~a.
insenslbdidade.i iUMi~a. Pelo conlr.irio, ~ urn
:=~;tupt.'rbOlico na t')(lgi'ncia ~ justl{lI, ' 9('fl. a UIThJ espkit' de ~ropo"iIo ~oal InsrTC\~, n~liI,,, I'XITSSO I' a lIlildeoquar;.ao.
Il'viI a d!'nundnr n50 apenas linutcs tLocirV;:os mall
I
"
tambem inju5bl;as Wi .... etas. com ckltos I1'\iIJ!I !Ie1'ISl-
\'t"is, na boa cot ........ " ... ;, que se detem dogm.:a~
Ie em tal au qual dl'tl'rmil\ll~io herdada dol )u5hc;a.
2 FJlS<I l\.'Spofl'l<lbilidade di""te da memoria e
urn .. l'l'SpOnsabihd~d(' dJ~nt(' do pr6prio (once ito de
l\'~ponsabilidade que regula OJ jush~a c a iuslcl..:1 de
I'IOIllI08 oomportamentQs. de nD$S35 decisiies 1e6nc.lS.
prtitlcas, ~tlco-politicas Esee cooreito de responsa-
bilid.;w:le e inseparivel de locW uma rede de roncei-
IQ§ OOIleJ1D5 (propnedade. ,nterloonalidade, \'OIlt.lde,
libcrdilde, COOso:lencia. CQIt,aeooa de si. sujello, eu,.
pessM. romunid.lde, d.'cislio t'lc.) . Tod", descoll5uu-
~.;o dessa!"ede de COl'lC('ltOS, I'm SI'U estildo atual ou
duminantt', podc assemclhar se a uma lrresponsa
bili~iin. quando, po:-Io WI1tr.irio, e a urn acrescimo
cit- rcsponsabilidade que 11 ~tfUr;aO faz apdo
Mas, no momenta ('T1l que 0 erN-lito de urn moma
i wspel\5O pela desconstTU~.1o, ~uclc momento
estrulur'lIlm.mtl' ~. pode-sc sempre acredi
tar que j.i Mo lui lugar para , jutlll~ nem para a
propria lush~a. fI('IT\ par;! 0 intere%!' te6l"ico que se
orienta para os problem.15 da /uo;li(.1. ~ urn momen-
to de 8OSpensao, aquell' temp<! da q.vkll~ sem 0 qual.
oom efeito. nao hli de'9l.:onstruo;lo passiveJ. Nao e urn
SImples momento. sua possibililhde dcve perINI-
necer estruturalmenh:' presentc no e:o:ercido de tOOa
responsabilidade, 5C.' oonsidcrarm05 que esta nJo
deve j<lmais aWndoruu-5I:" ao sono dogmatll:o, C iIS
slm I1'ncgar a si Dlcsma Desde entao, aquele mo·
J9
mento tr.lI'Isoorda Toma 'se, ent.io, ainda mais an
8U5tiante. Mas quem p~tender. 51:"1 justo poupan·
do'5I:" da angUstia ? Aqul'll' momento de susp<'!nsiio
angush~ntc abre, as5im, 0 mtcl ... alo do espa~amen to
em qu(' as tr,msforma~Ocs, 01.1 as rc\'olu~ jurfdi-
('O·politlcMi, ~contecl'm. EJc 56 pode lier motlvado,
16 pode COCOOlrar seu movimenlo e seu eli (urn eIa
que. par sua Ye4IWO pode ser suspmo;o) na e>cigen-
cia de urn aumento au de urn wpleml'nlo de lusti-
~ portalllO na expcriiInC\il. de uma In;xkoqua(io ou
de ulT'lOl lnrolruij.,.el despropon;"".Ibi~. afinal, one!.'-
• desronstlu~iio enoontrarla oua 1~0), seu movi·
awnto au sua Il\('Ih\'H~ao, sen50 n~ apclo sempre
inlarisfC'j lo, para ak>m das dclt'nninao:;OeS doldas da-
qullo qu~ chamamoo, em con textos d<'lclminad05,
de jush~.\. dc potiSibilidolde dol jusU~a?
~ ainda pretiso mtcrprt>tar tssa dt'Spropor~o_
S. nz dizla qui' TWo COTl~ na~ mais justo do que
. mamo hoje de dcsronstru~1io (n.:Ida mais
nada maislegalOU IT'IOI~ legftimo), sei
r 01.1 de chocar - c
advcrs.inos da dila des -
ou daquilo que el('5 IlTIilgin.illll sob esse
,mas ate mesmoaqU('ics qu~ s.1io oonsldcrados
conSldcrJrn Sl'US partidanos c rratkantes. Por
":::.:;;:;::: ~:;,,;~ menos delisa folll'lil" n30 di-
• Jl«"ClI~.io de alguns I'lXk-ios.
Como 51:" wbe, em numcrosos pa..ises, no passa .
• ~''''' aind<! hot<'. urna dI, violCoodS fuodadoras
lei ou dB hnposi~o do dll1'ilo estatal oonsistiu
..
~ Impo!" Umil lingua ;Ii nUnorias T\OKionais O\.l ~i
~olS ,eagrupadas pelo Estado_ Poi 0 easo na Fran~a.
pela menos dUilll veres. pnTnl"1CO q~ndo 0 d~'O
dl' Vdlers-Cotlerct ronsoUduu a u01dade do tslado
momirquico, \ffi\xmdo 0 Irands como I[ngua jurCdi·
c(}-aJminlSlr.ltiva" pl'OIblndo 0 lalim, lingua do di ·
reito c da 19rqa. ali que 51' permitiSISC a tOOOSO!. ha
bttante do reioo d~·se I'CJl'ft'5Cnlar nUffilI hIt
b'Uol comum, atram de urn 3(h,OSlIOO lIl~e, ~
deJ.ur que 51' Ihes impu~ "'lucia lingua pam
(ubr que ainda er.a 0 francl"§, ~ wrdade que olahrn
jj carreg.ava uma ~iolcru:la, A ~ssagt'm do latun iIO
ffllncl!<; marcou apenas a ITiUlSI<;Ao de uma \'lOI~ncja
B outra. 0 !>egundo grande momenta da imposl~ao
(oj oda RC'"olu~ao rranct'Sll. quando a unifi(a~30 lin·
gUISliCil adotou ror v('zes all formas pedag6g:1(a~
m':IIS repres5iVil5, pclo rnen(tS as rruns autonlanas.
Niovou cmbfenhar·me N hrsllSria des5e> 1!l«'TTIpb..
f\xlerialT'lOS enronUiU OI.Itros, nos Estados UI\idQo..
OOtC1n e hoje 0 problcD\illiIlguisl1CO existe airllu t'
ro. por muito \i'mpo, agudQ, pn-risamente n.aquc
Ie lugar ande as qUei!IiJe<; d ... politica. dol educa~.io
(' do dlU.,llo sao inSl!p.1~vd~
V,lrt\OS .1goril direlamcnte, sem 0 mellOl de<;\'ICI
peIa mcm6n.l1ust6ric:a. em ~;to ao <'flunciado for
mII~ abl;trato. d~ algumas aporias, ilquclas na5 qUil1foo
en'''' 0 dlfeilo e a justl("a. a d~;,con<;trultiio ('ncontra
~u IUg;lr, ou mrl/1or, ~u.llnstabilid;ode privilegwd.l
Em geral, a desronsh'j("ao se pralica segundo dill'
Iln (lI.I.lJJV A /URltII
"
fttilos que, 0 mars das \~~e, el.1 enxcrfa urn no 01.1-
bu. Cm deles assume 0 aspecto c\MnonstratiVQ e
..,...ent('menle n.1o-hist6Ji<:o dos par~Ol<os 16giro-
IIormaIS 0 outm, rn.ais hlSl6tico ou rnais.mamrhiro.
~ r roceder por leituras de t(')(\()!l, int~rprela¢es
lllinucnl«;,)S e gt"I1t!a1Ogicas.ltnnlt.lrn-rne prabcar 5U
m.i\'.1menle os dois ~rcici05,
Em,lIlClO primciro, se<amenre, diretamentc; ~t"f1-::~;:~::;::~~~~De fato. traf;l ',(' de um !j(' di5lribw II'lfillitil-apenas algun~ t'M'mplos. Dessupo-
&qui, e)(plicitar.io ou pmdul"iroo aoolli uma dIs
".!:::~,':. a iu!;\~a e 0 direilo, urn" di~liJWao diffal
.. entre, de um Lado, a justl(d (infin.ita,. meal
lado, 0 exen:icio
au legahdolde.
alcul;hoel,. <;:5-
regulamentadall e codifK"'!das,
ponto. a ,1proximaroron
]uo;ti{d - qu~ tendo iI dlShnguh, aqui. do
daquele de Levinils. Eu 0 (,1!'ia em faz.io ~km";'d"!o.I';;;;;'~~':-;;" d;reli1\~O hete-
:~~.:~=~~,;re:m;;:, ~~;~~-'~'~d~'~OO~~:m~q~UC me (0-edoqual t::m Tom/rftd lPoinasescre\'('_ ~II
r
a re~lO rom ournm -l~toe, a ju)~M -just1(a que
ele define em Olltro tu8'lr como -dlreiteza da acolhi-
da reita 80 105'-0· ... A du .. ",leza nao ~ re5UlTW aad;-
reitQ, daro, nem ao Mendcre!;oM, nem ~ Mdit~~OW de
qui.' e5tamos faLando h.:i alguns momentos. embora
os dois valores I"Marn algumil relal;io, II ma~io ro-
mum qU(' manl&n rom rerta reudio_
iA:'VlM5 fula de urn direito infinito: naqmJo que
('k> chama de whumanismo judaioo·, ruja base 1'130 e
·0 (OOCC.lo de homcm". rn.as 0 de outrefl'\: • a exten-
sao dodu'eito de wtrem" e a do-. ·urn dill"llo prnhca-
ITlC'I1te mfinito"".A <'<l.Uid;lde, aqul. nilo e a iguaklade,
a propordonalidad~ calC\dada, a dl-~tnbui,30cqiiita
b ..... au a justil;3- dilltributiva. ~a dc=1TK'tn.l abso-
luta. E a Iw.;do Jeo.i~iana de jusu.;a ~ aptOlCimaria
mai) do equi\<lll'nll' hcbrru d.'Iquilo que ttaduli-
riamOt!,. taJ"e2.. por santldadc Mas, CQmo tratarei de
outrM que;;tOl's r('latl .... s a CSse! discur50 difkil de
~~ OdD possocontentar me aqui em tonw-Ihe
de emJl'f'ktuno urn tr.'lQO COIlC'CItual. 5t!rn OOrI'C' 0 ris-
co de ronfusOes 0lL de :malogias
Tuda §enOl Olinda SImples S(' elsa di~tin<ao ~'nlre
justil;a I' dil"Clto fo55c uma ven1adeira distino;3o, urn,)
~i{.kl cu)O funaonamento permaJll'CeS!;(' IoglCo1
ml'ntl' wgulado e domina,-el Mas aconte<:e que 0
w. ... P~ 17 -... '""- "1)ft ..... __ •• 00 s.m _ s... ..
C..., _01 ... 1«1_ .... -.,....114_ tt77. pp. 17-4.
"
dJreIto pretend!! 1'xefce1~!I(' em nolT'oO? da justil;a. e que
" Jusru;a exi~ !lei' instalada num direito que de>.'e 5I!'T
p" .. to em .1"ao (ronstitufdo I' aplKado - pela f...,a,
·"'fi:'fft{r). A descOruitru{30 se encontro e 5C deSolo-
ell o;cmpre entre arnM
Eis alguns I'''''-"'mplos de aporias
Nosso axloma mais comum e que, paTa!H'1' ju9-
hi ou injUlito, 1',11 .1 e"eWel a justl"a - au viol.i-la.
d!'V() S('f 1i~Tt' (' responsavel pur minh.l at,io, poc mcu
romportamcnto, po.- mcu pcnsamento, por minha
decis.io. Nao se pode ~er de um ser d~><:prtMdu dt>
Iita.-'rdade, au que, peJo men08, n.io e livre ('m tal ou
til alO, que sua decisio e lusta OIl in1usla. Mas cssa
llberdade ou...-sa dl.'Cisio do jusla dcvc, para ser dil')
romo L11. ser ~ como tl'I~ sq;uir 11m3 k-i au
u.ma prescr:i{ao, uma Il'gr.r.. r\esse sentido, em sua
prtipria aulol1omill. em sua libercbde de lIo..'gIJir (lU de
IN' dar a lei.- ela tiev-e pedeT ~r da ordem do caJcuU·
W'l au do program<ivel por t'!rempla, corno .110 de
rquldade Mas, 51' 0 ala oon!obte simplesmente em
apbcar uma 1l'grll. deserr.'Qk-w um proglilIM au ~
f\Iaf urn dlcolo, ell' ser.i t~lwz k>gal, ronforme "0
dileilo, e talvez, poe mel.iforo\. JUsto, mas 1130 pode-
n-m08 dizer que a decisao foi justa. Slmpl('1;mente
JIO'"qlJe l1ao houve, ~ caso. deci55o.
"
"'ra 5ef JUSta. a deciNI;J de urn lUll. por exemp1o.
dC\'\' n.io apmas seguir uma rep;ro de dm:"no DU UIN
ki b~lal. ma5 dt"\o't' a"liuml la, apmv,) la.oonfirmiu
$Co \'ol1(')(, por urn ato de mt<.:rpretil\~\} teinstaurador,
como ~e 3 It'i nao e:..istilf!oe Bnh!,iorment<:-, como se-
n ]uiz a in\'entaY.le ell' m('~mo I'm rada GlSO. Cada
exerdcio dOl justi~a como dlTt'IIO,6 pode SCI j\C>to 5l'
f.)1 urn wJulgoaml'nto novam.,.nte fre!iCow • pot" assim
d17cr, tr.lduzindo iIS5im Ihremeote wfrtslt JwlgmmrW,
esta 6plt'SsaO ingll.'Sa que rolho no ilrtigo""J'orcew
dI:' Stanl ..... Fish. I'm /JQIII~ v.'hat Comes Nilturully. 0
n<JYO fl'('!;('()f, 0 car.iter inlcia1 de'iISe juigillllf.'nto Illo1u
~ural pode repctir a1b'IJ. ou melhor, deve!'oCf ronfor
me a urna lei prt't'lti,!ente, m.l$ a ml('rprela~ re
llI!>tauradora. re- iovcnhva I' lrvrcmentl' dt'ci!H.iria do
juiz re;;ponsa\'cl rcquer que $Ua Wjuslio;aW n.io oonsls
101 apcnas na confvrmiJade,!lit all~ldad(' consen:a
dOfa e reprodutora do julg.unl'nto. Em SUffiol,. pilla
qUO! umll deciSJo scja justa e respoll53\'eJ,. e P"'c;-
!>O que,em seu momenta proprio. !Ie houwr um. ela
5('j.l ;)0 mesmo tempo regrada e sem n>gra. conser
vadora dOl lei e ~u6ci~nte!Ocnte dl'Slruldora OU 5\15
pt'nsi~a Ja lei para d~r I't'llwent.l 13 em CiUla t:aSO,
re-ju>tifici-!a. remvent.i I~ pclo menos na "-'lIt'lrma-
,Jo e n.1 confirma~ao nova t' livre de seu princiPII'!,
Cadit COISO e urn CUQ, cau, ~ e difercntc c n'
quer uma interprel<l~1o .. bsolutamente unic"il, que
t\l'nhuma regra I'l<istenle au codific3da pude nem
do!ve ~utamen!e galOlnbr 1\010 mel\OS, ~ t'l" .. ga
DODI.UrmA/IJ'o~
rante de modo seguro, enlJoo juiz e uma maqulN
de calcular; 0 que as vezes aoonl~, 0 que ao::onten>
"""PIC ('fn parte, segundo uma pill';lSl.tagem trredu-
tivel pcla medinlca ou pela to!olica que mtroduz II
lterobihd.\de nec~ri" do5 julgamentos; mas, nl"$-
.. me(hda. n~o Sf.' dim do juiz. que ele e puraowntf
;.z.,.to, hne I' ,,->sponsawl. Mas tamlWm nJo 0 dire-
ftI05!11' de nJo 51' merir iI nenhum dudto, a ~hu
tna regTill au >e. par n.1o ronsid.,·"'lIr oenhuma regra
romo dada para aIm de SI.W. interpret~o, I'll' !iUS
pend~'T!>u.! de.::i!.io, dett\'Cf-se no indfddi ... el au en
tio irnprovi:;;lr, fora de qualqul'r reb'fa I' de qualqucr
prindpio. Dt!$~ paradoXQ decorre que em IlI'nhum
momento pod.:-mos dizer pre;mlemnrll' que uma de-
chio Ii juSI.'I, puram('nte justa CISlO ~.livre I' r{'Spon-
"""It nem drter dt'
aIguem qlK' ell' I urn jl.l5to 1',
qut' ~nI sou )USIO- No Jugar de "jus-
~ legal ou leg'limo, em ronfonni
um direito, /'t'gras ou com'en«X-S auto-
urn c.ilculo, mas com urn direito cula aulo-
. fundadora apenas faz nx:uar 0 problE'ma da
fundamentu au n..l m~tltul<30 de:>s~
rokocani. vjo.
Nenhuma tust~!II' e,;erce, nenhuma Jush~a ~
fcita. nenhulTll justi~ SI' toma clell\13 nem sedeter-
m1T\a na forma do direito, sern uma deas30 Illdiscu-
dveL usa dt.."Cis;io de IU5b~a naoconSlSte ilpenas em
sua forma final. por exemplo, uma i!<In~io penal.
eqiiilaliva ou n1io, na ordcm da justll;a propomonal
ou dlSlnbutlV<l_ EI.1 oom~ol. devena CO~olr. em Iii
reito e em pnncipio. na Il'Iiciativa que consiste em
tomar conhecimento, let, compre<'ndlc'r, intlc'rpreta r
a regra, e ate rne&rno (o lclll" - lo. Pois, <;(' 0 ~'leul0 e
o (;I]eul0, a decl<oJa tk a:/cllillf nao e da ordem do
calruLivd. e n.io deve ~ 10.
As5Qa.a-se frequenlemente 0 lema da ind~i
dibilidadl:' iI desconstfUo;io. Ont, 0 indt'ddivel nao ~
apenas 8 08CiI8~.io enlrt' duat significa,lIt's ou duas
regras oontradltooas ~ multo determln~das, mas
~nte Irnper.!tivas (poT exemplo, aqUl, 0 respei-
to 010 direlto uniVl:'Bal e II I:'qilidade, mas tambem a
singularidade 9t'll'lpre het~ea e \inica do exem-
plo n.io-~u\:Numrvel) 0 Il'Idectdjvel !'l~o ~ ~ente a
0SCila,30 O\.l a t('!'ISolO ('ntll" dUils decis&-.o;. lnd=df
vel e a expeI'Icncia daqudo que, estr.mho, heieroge-
1'100 a ordem docakuLivd e da regra. d(Vf' enlretan-
10 - e de d(lXf" que e P'ecHO {<liar - l'nllegal-se .i
dedsao impo!:l'>lvel. Il"'IIando em OO!'lla 0 dtreilo e a
rcgra Uma deosao que n~o t'l'Ifrcnt.:!sse a prOVo! do
lndt'cidh'Cl njosena uma d«ts3o livre.- seria apell.l5
.,
a aplk3~ao programllvel au a d('!;('f1vol\'imenlo con-
tinuo de urn proces90(alcuJ.iwl. Ela seria. tahtt. Ie
gal, m;as nao sena lusta Mas, no mom('nlode sus-
pense do if\dt>(:idi,,-1. ela IiImbem nao e justa. poi,
~I.'nte urna dE'cis.io e JUsla. P.l1iI SU5lenlar e~j;C
cnunnado - ~somente urna deo~ e ju~la · l'liio
pll"clsamos refenr ~ deeisiio it estru tUflI de urn su
jeilo OU.\ forma propo$lcional\k urn juizo.o..- cer·
la maneira. poderiamoe; ITII'Smo diZt.'f, currendo 0 ri~
w de chocar. que urn sUleito nunCIL pode dec,d,r
nada: ele~ mesmo aquiloa q~c uma dcns.k) Y6 p.xJe
Ilcont()C('T como urn acidcnte peruerico, que n~oafe
til. identidade ~nCiaJ. e a pn:'!il("l .... substanoal a ~i
I1"'IE'!offlQ que fazem de urn sujelto urn sujcito- se a ('$
coIN ~S/I palavr.. nJo e arbilrina. ao me~, e 51!
nos fiamos naquilo que nossa collUra,. de fato, 9('m'
ptc requer d(' un\ ,uleilo.
Uma ~,-z passclda a prov.! dOl md..'Cidibilidade (!Ii'
--. e possi,,-1. mas e~ possibilKlade ndO e PUfil,
nunca e uma possibrlidade como qUillquer ou tra: il
mem6rla da indeddibihdade de>.'\' conscrVM urn ras-
Iro \1\'0 que marque, par.! sempre. U'M dI.'as.io como
r.1), t'la ta. segwu nQ\Oamenle uma regra, uma regra
ditd.l. mvenlad.l ou rt'in\'enliKIOl, reafirmada: eli! }i
nio Co I!rI'SnIlnnnrlt IUSIiI, plm~lt ,ust.:!_ Em Ilt'-
M um momento uma decisao parece poder 5('1" dila
pre.ell te e plenamenle just.1 t por b~ que.1 pro·
va dol indecidlbilidade, que como fo! dilo deve 5('r
ltToIV!'''..ada por qualquer d«isao drgna deo<~ nolfl(',
~
..
nunea ~ pao;,sada ou ullr.l~sad.l,. n50 e urn mo-
menta superado ou relev;ado (QIlf!l'hObt!l) da dec;-
sao 0 inda:idivel ~rlTW'll'C\' PI(I8Q, aIojado, aQ me-
J\OScomo urn fantasm .. , milS urn fMllasm;a ~oal
em qt1,)lqucr (!eelWO, em qualquer aconle<:imento
de deris.io. Sua fanl;lSmati<;idMtc desoonstroi do
inll'ri(W t~ garllnlia.Joe pn!Sl'n" ... too. CYrt('za au
toda pretensa cnlenologlll qUI' nos pr,ml') a jush"a
de uma deas.io. Quem poder;) )arn;'lIs garanhr que
urna deds.io, como tal. ocorreu? Que, segundo .11-
gum c.ks\<\o, ea. No seguiu U""" C/lUSd,. urn "Inola,
uma regra. S('rn m~mo aqUl"lc lmperttplf\'d sus
pense que decide hvremente acen:a da apli=;50 ou
n50 de uma regra'
Uma a"~llca subjctal d .. rec;ponsabilidade,
da ronsrienda, dol Ul lenclonalidade, d.1 propried.1
de COTnilnda 0 dt..<;(Ur'!() jurkbro alual e dominante: dOl
romanda tambtom a categoria de de<i~o. ale m~'
rno em seu~ r~"CU!'!oO!I as perinas mtldicas; ora, C!l:$a
axiom.1ikCl ~ de uma fragHidade e de uma grosscria
tcOrir.l que 000 prooso ~ubhnhar .. qui. Os ciCllos
des,,", hmlta,.iu n~u a(dam oIpcna~ 1000 d..-o.:isionb-
mo (in!#m.1Q ou el~borddo); 1.'11'5 sHu OOI1cn.'tQS I.' ,u-
Ilctent~'t11en!c llumer()§(lS para que pos!>lllllO!o di~
po:onsar <'~('mpl08. 0 dogmati~mo obso:::uro que m~r
COl 0 discuJ'so sabre a respansabilid.lde de urn reu.
seu L'5tadO menlal,o cllorjtt~r p.1!isiQllal, prell\~ilado
ou nao, de urn criml', 08 incri\'i'is dl'poim<'l1tOl:! dl'
les/.emunha5 (' ~eJIren~· 8ent'a de~ Hens bast,)-
..
riam para at~taI; na vl.'rdadl.' para prO\.ou< que ne -
nhum rigor critioo 00 (fih:riol6giro, Il('flhum saber
Solo ~X'IS a esse ~to_
Esta scgunda aporia ~ esta sq,.'\UWa /0ffiUI cia
IIlnIT\a aporia ~ j.i 0 coofll'lN.: St' hoi ~ !k
tolia pr~u~o l ctrteu dctcrnunantc ok> uma jus-
tifoI prese1llc, eI.I ~ma ~ iI partir de uma·!d&o
de justi~a~ infil1ila, infiMa porque irrt'duri\~t.~
duli"el porqu,," devida ao outro - devicla 80 outro,
~t~ de qualque'f contrato. porqu(' ('\.;II t'lw. ,
Vlnda do DUtro romo 51ngulandade scmpre oulrOl.
Imencivel por qualquer m icbmo, (omo podemllli
direr II maneir.t !k Pa;,c4ll,. I.'SSil ~ ilkL<l d.a justi",· pa-
PI'ft" inde$truti\l('1 em Iif'U c:anlte'f aflfTllatl"O, ('Tll SOil
C!ldgenaa de dOl)\ scm troca. sem arcula~lo. sem re
conhecimento, scm cimilo C(ononuco, scm cllcuio
I.' !Itm'I regra. !Iffil raUo ou sem fiICionalidade leUnc41.
no !Ie'I1tido da domil'\cl{;\o re-gulfidora Rxiem06 pot1I
ai f('Conheccr ou ~r ~CUS3r Ulll3 loucura. E tal"cz
uma oulra espOOc de mlstica. E a d('SC(ll\Sll\I~ao e
Ioucllo por ~~ justi!;a. Louca pol ~se dl.'>ejo de jus-
~_ I:".sIIa ju;;li~a. qUI' nlo c () direito, f! 0 l'r6priO m()-
\limcnto dOl &:,o;conMru(.io 3giru:to no dll'l!lto e na his
t6ria. do direito, na hlSt6na politica e na hist6na loul
(INn. antes mesmo de se aprl.'St'ntar (01110 0 di5-
alrso que J;C intiwla. l\a ~cadernlD ou 1\41 cultura de
ftOS';() tempo ~ 0 ~descon~truciOnismo-
Eu hf'Sltart..'l em asslml\;ar apressaclamente cssa
'"deia dOl justi¥l'" a uma idCia reguladora no J;Cntido
kamiano .• alb't.lm contetido de promcs5;l mes51<i
rue. (digo """.,.do, (' Il30 forma, porque loeb funna
mesSllnica. lodo rnf.'SSlanismo jamaIs eMa Husente
de uma prolf\C.'!iSA. qualquef que d. SO:1a) au a ou
tro!i horuonll"ll do mesmo "po_ E (alo '\Omenle de
W1I "PI', J.quek> tipodc hofi~onte alJas espCOesllt'·
riam numerosa~ I' concorren tes . Concorrentes, iSlo
e, bastan tc pOlrl'dd3s e pretendendo Sf.'mprc ao pn
vih~gio ab:Ioluto e a irTedutfvel singularidadc. A sin
gularidadc do lugar hisl6rico· que e talve;( 0 ~W,
que ~ I'm todo caso aquele a que me refiro oo,cura·
mente aqul - pemu~-nos entll.'Vel'" ° proprio llpo,
coma • origem. a condio;ao. a posgblhdade ou a rro-
m~ de Ioclas as lJUas ('l(('ITIplifica¢es (mess&anis-
rno ou Iigur.lS mf.'SlSloinicas detemtin3das. de "PO iu-
d.uce, aistao ou I5Limiro, idiia no \It'>lWo kanliano,
e5Cato.teJeolr,)gico de lipo neo-hegcliano, m..most3 ou
p6s.milOOSlii etc)_ Ele nos permitI' tambem pert\'ber
c concetxor uma Ie! dOl concorrentia irredutiwl, mas
a partir de urna beir .. d .. onde a vt'rtlgcm nos I'Sprcl
ta no lIlQmt.'nto em que \'t'1T\05 sonwnlc C!lCernplos,
e ondc aJf:un~ cntn? n6s j~ nJo se fo('Iltem empenha·
dOlI na ooncorr .... naa. outro modo de dizer qu~ -.em-
pre oorrcmos 0 nseo (f.>lo iKjui peJo menos J'f'I" mim)
de j.i nIio t'l.t0lml05, como \iO:' dil; em fmnck, ~dtlns lit
(WISt"" Ina conidit]. Mils !lAo ~"na comda" no
intel1Ql" de urna al~ia. 1550 n.io penoile que ~
fiqu.o
no pc!f110 de pilrtida, au que se scja apenn ~
ladar, lange di55O, pelo contr.lrio_ .: tal~e~ como
51
tarnbem Sf.' db: em frances. isso mesmo que "full
rourir" If.u: cort"ef), com mais f~ e rnais depf~
poe exemplo a de5rot\$t~io.
3. Te',"lr~ aporL1: a urs~nda que' banI
o horh:on'~ do 1Uba-
Uma. das ra1.Oes pel~s qUollS manlenho iKjU! uma
reserva com reb~o a todos os horiwntes, por exem
plo 0 dOl Ideia reguladora kantiana ou do advento
messiiiniro, re10 nwnOli em sua interpretao;:io con-
\-encionaJ,..! que sio juslamenh.' "fJflliJn~ . Urn no-
.u.onte, romo k'\l nome indica em grego. I! a.o mes ,
010 tempo a abertulil eo lill\lte da abertura. quede
line au lim progresso mfiruto, au UJI1.l espera,
Ora, a lusti~a, pot m~i5 inapresentavel que per
man~, n.io espel1l. Ela e otqUilo que nio deve espe-
rill raJa!ot'r direto, simplC'5 e bn.· .. ~. digamos iSlo;
uma deci8io justa i 5\'mpre requerida imtdJalDf'In1tt,
de pronto, 0 rnais nlpido possiwl. Ela mio pode Sf.'
pi.'muUr ~ Inform8~.1o Inflnila I.' buscar 0 saber scm
limite das condi~~, d~s regrns ou dos ImperatlVOS
h.potehoos que podcrwn lushfic.i-la. E mesmo que
ela dlSpusesse de ",do '550, mesmo que ela 5e des -
$C' tempo, kldo ° tl'mPO I' kldos os sabet"es nCCt'5s.3
nos a 1.'5St' I\$pl'Itu. poi!I bern. 0 momenta da dn'isdo,
ro"IO IllI, aqlll.'~ que dew l>I'f ju;;to, prn1S11 s.?I" s.em.
pre urn momento finitode urgenda ede precip,ta·
"
~3o; ell' nao~~ 50:'1 aconsequenClol OIl 0 I'f.:o1l0 cia·
quele ~ber te6noo ou N!.tlilicO, daquela refIex50 flU
daquela dt.-liberao;.io,}oi que a doosio marca scmpre
a Inlcrruf"'j;dO da dt'libera~Jo Jurfdioo - ou etico- OU
politIco oognitivd que a pre<:t<ic, e que droe precro(l.
La. 0 m~tante da dN'lSlo e uma IouCUIlI, diz K1erh
gaaru. bso e p.utiruLarmente vcnladeiro rom Il.'5pe1
10 ao inslante da decisao JUS/a, que dc\'(> tambem 13!1-
gar 0 I('mpo I' desafuo, a~ dialebcolS. r: uma Iourota
Uma IQUcura,. potS tal deciyo i', ao mesmo tempo.
superaliYll ~ !iOmda. COflSCfVWOO al&:, de pa55l.~"O ou
de Inrortsdente, como se ~ueJe que decide !>6 b-
\"C!SSl' a liberdade de k dei.>;ar afetar por sua propria
dcds.'io e como se ela Ihe viesM.' do Qutm. As conS('
'lliiincias de tal heteronomla pal'l.'<:elll temivl'i5, miI!I
seN Injusto eJudir sua necess.ld.lde. MesIllo qut' 0
N!mpo I' iIo prudencia,. a pitCiblo.a do saber e 0 doml·
"10 das cnndu.Oes f~m. poe- hip6lcse.. ilimlt.Jdo!;,.
a deasao 5eriiI estruturalmente 6niu.. por mais tarde
qu(' chcgue, detisao de ur#nc.a I' de predpilao;30,
agll..oo na noill'do nio-sabereda n.10 regr<l. f"'aoda
lIuseooa de rcgra e de sabt.'l, mas de urna re-1nshtui-
~~o da reb-ra que, por ddlni{Jo, nio e precedida de
I'lenhurn saber e de nenhum.J garnnlia como tal. Sc
noo; fjUscmos nUffiil dishn{.io mJci(a e niuda dQ
peri'ol'lTLillMl e do cort..utivo - problml.a no qual nio
quelO ~penh.ar me aqui -,,Je,...mamos atribwr ~
irr~utlbilidade da urgenna que prcdpJta, eI5a irre
dulibihddde profunda da lrrcllexloe da inoon.oel'l-
"
aa. pol" maJj inteligente que ela lIqiI, , e!>trutur.l per
form.JIlVa dO!! #alos de linguagem· e dos IIlos It'Ill
C'PIIrts como Jtos de justi~a ou de d'rMo, quer tais
performativos tcnham urn valor institutivo, quer $C-
jam derivados e ~"Uponham oonVl'f1<;Ues antcriores.
E e verdade que todo pcriormatl"" oorrente s upOe..
pan 5Cf eficJl, uma mnllt'n<;"lo .. ntenor J.i urn cons-
tat .. ..", ~te pode ser IUsto no senudo dOl fustel.il" JiI
mOIlS no ""'lt ido da justi{;!. Mas oomo urn prl fonlla
tiw 96 pOOl' 5Cf justo. n05CT1hdo dOl ju:.IJ~ ... lie fun-
dament ... do em oonven",.o.:.s. e, porlanto, em OUlrOS
prrformab~V5, t.'"5COIldJ.dos OIl n.lo, .. Ie ConsefV,l S('Ill-
pre em sl slgurna violenaa en;pllvll Elt' jli n.lO res-
ponde ~ (')(jgCndas da racionalidadt' t~--6rk:a E nunca
o fez, nW1COI pede faz~-Io. temos di550 umll C('rteza
<II priori e ..... trutural. Como lado I'nwKiado ronstah-
\'0 sc apllia de mesmo numa eslrutura pcrfonnab~OI
pclo rnenos ,mplicita ("digo que Ie falo. dn"ijo-me a
Ii pam diZer Ie ql.lt' isloe veuJaJe, que e as..'\.lrn. pro-
mdO-h' (XI n'noYO a pronlelOSa d .. f.u:C1" uma fra<;(' I'
de assinar 0 que digo quando digo que Ie dlgO ou
ten to dl7i'r te a \'ic'rd;tde~ etc.), a d,mcNlio de jus-
tez~ ou de verdadl' dos enunciadO'l te6rico-ronsta-
ti\'os (em todD\'! 00; dominlO'<, O:'m particuJ.u no do-
minio da to:'Oria do dln'I\O) r1't-'9SupVr :K'mpre a d,
Int"R53o d E:" j .... ll~ do:s enullC\3doo;. pcriOl'ltloltr.u>, i5IO
l. 5W pl"l'Clp1ta.;ao ~sencial. E513 nunra deWI dO:' to:'l
rena ~metn3 I' certa quali<Jade de \101Cocta, ~ as-
iJim quO:' l"U scria tentado a 01.1\;1 a pmposta de Le.l-
nas, qUI.". numa linguagem muilo divcl'Slll e segundo
urn procedimento di$rursivo bt-m diferente, declara
qut""a \\'fJade supOea justil;iI~"- Pa~ndo Jl<'ngo-
samenu' 0 ithoma frana3, acabariarnos por dizer
• UJ }\'5tIa. il n 'y It qr« p:I de lmIi~ IA justit;;I e a unica
coi53 vmbdCU'll] 15110 tern consequentias, e inuti!
sublinhlll, quanto au etatuto, ~ ainda se pod ... as -
sim di~er, cia vcrdade, daqueta ~erd~de iKerc~ dOl
qual Sonia Agostmho lembra que ~ preC1$O JluNa.
Paroldl)xalm('flte, ~ po!" causa dcsse lTaTlsoordJ
mento do pe1funnabvo. por causa desse adiantamen-
to semPfe ex~ <iii interpreta~ao, por ~&usa dE'S-
sa urgmda to ~ precipi~ estrulural cia justlf>.
que estll nlio tern horironk' deel<pedaliva (regula
dora au lTK'SSi5ruca). Mas, par isso mcsmo, eLl t#1L-a
tenha urn futuro,luslamenle, urn por-rJir que pred
samos dislinguir rigorosamente do futuro_ Es~ per
de a abertura. a vmda do outro {que vt=} $l.'TIl 1,1 qual
nio h;i justi(a.: e 0 futuro ~ sempw reproduzir
o presente, anunCi.ar-se ou apresentill-se como um
I'n'sente futuro n~ (orma modificada do prl"$('nle. A
lustl~.l penn~n('('(' poroir, cia /ern POlVlt, dOl t por vir,
ela abre a pr6pri.l dunens.io de acontedmentos iT
reduhelmcntc porvir EI3 0 tera sempre, es~ pot
vir, e ela u tera 5l'mpre lido_ Ta/va sej3 pol i%U!lUo
a jllBh<;a, na medida ern que eta nio e &O!Tlenk urn
"
oonceitu juridic;o uu politico, abre 30 porvir a tr3ns-
for~o, . refundi~ ou ~ refunda<;iu do direito
e d~ polftkil
"Tal ... e%", e preaso sem~ dtzer tama quanta
i jUSI1l;L H.i urn paMr P"R a ju~ e 56 h3 justi~
na medlda em que 8Eja potJ5lvel 0 acontedmento
que, como iKOIlteom('nto, eJ<.Cede ao dkulo. is re-
BJiIS, aos pmgramas, ~ antccipa~Oes etc. A jusli~.l,
romo experiencia du alteridade absoluta. e inapn:
Wntav('l, mas.! P chanre do aCOlltedmento e a ron-
~,i() da hlst6na Uma hlst6ria sem dU'-1da irreoo·
nhedveJ, daro, para aqueles que pensam saber do
que faJam quando usam essa pal;JI.'ra, quer se crate de
h!storia sociaL iJl'Ol6gka, poHtica, juridica elc
EsIse ~ da justl~a ~ 0 dir<!1to e lIObre 0
"""~ ~ transbordunentodo trIilj>luf'lltavel so -
a determin.ivel. niio pode e Me de ...... ser"ir de
. iliuo;entar·5(' da) lutas juridico-politic&S, no
I de um F.stilda, ('ntll'
e entr(' Abandonada a $1 roes
milis perto do mal, au do piot,- poil; ela pode
Il"apropriada pdo mais ]X'IV(,fS() dos
possiVel, e isso fat parte dOl lou
pouoo. Uma garan1l.l ab
.-- riJKU 116 JlVde satura. uu ~"UtuTM a
l ju~iQl, um a pelo liIt'ffipre fC'rido.
ITlCalrul.ivd mmtdd cakular. F. pmnet -
que a5SOC'1J.mos
• ju§tJo,.""' i5l.0~. 0 dU"Cllo, 0 campo JUridioo que nio 5e
podc' lSOIar em fmnl('1r.aS IlCS\IIlI$, ma5 wnboim t'm
todos os campos de que ~ podemos ~-lo. q\,ll'
nde inh.·rv~m e que;a ,,~n,.;\o 8Ome",e campos: 0
~Iioo, 0 politico, 0 tk:"iCO. 0 t'oonomico, 0 psic()S.ll<)-
clol6gico, 0 ftlos6fico, 0 hler;irio etc. Niio apl:'nas'
pm'iso caleula., negoo .. r a ~~io en\1'\' ocak\Jliivci
e <.I incakuLhd, e n{'goda' ~m reg ... que n.lo e5~'
)oJ par rein~entar ah onde eSlam05 ~jogad05 •• ali
onde nos enc(l{l lr.uT'lo§. mas I pnriwI tillIlbem
fm-
10 1.10 Ionge qua"lo possive!' pal' alent do IUg<lrcm
q~ nos encontramoS<' para al~m d.lS zonas j;i idcn·
tiflchds dOl moral, da politic'} ou do direito. p;il1l
aIm, da dlShn¢o entre 0 national e 0 internacional.
o pdbOCo e 0 pnvado etc. A ordem Uesse I" prmso n50
"",lIenee pnrprillmrnle fI('J11ijU5ti(a nem ao dll'CIlo.
Ela <;0.) pcrtenre a um dos dens esp.1';os tr;m5bonian-
do sobre 0 outro. 0 que Sl8"lfka que, em sua pr6prw
hel('1ogellcidadc:, ~ duas omens slio indi5.soci;\
\'cis: de (atoe de din.-ito. A polJliza(lo, po. exempl0,
e inlC'l'min<\vd me<'moql.ll' 1':111 n30 possa e n50de\'a
"u",'" ser toral. Par.a que isso niosej.1 um truismo QU
umll tn\,ahdade, C ne<:esloOirio le.,:(mh\'a'l' it seguin
Ie Conse<jlMmcia: cada /II.'aO(O d.l poIiIiUl(.io obnga
a reconsiderar. portanlO a relntl':rpreta., os pr6priOll
funduncntos do direlto, 1.115 como eles horviam sido
p«"''].1ITlenle cakuIados au delimibdus.1SiSO aeon!,'
ceo. por ~emplo, com a DKlara(io dos Direilos do
Ilomem. rom a abolio;io da escravalur.a. em lodou ou
lutas emanapaoor ..... que pt'lmanemn 0I.l deI.~
pem.1nC«'r I'm cur.;o, em qua\quer parte do mundo,
pM3 os homens e para as mulhcres. Nada me pare
..,. menO$ percmplo do que 0 cJ.issi<'O idcolelTUlIlci-
pador Nao 50.' pode tento. desquahfid 10 hoje, de
modo gf'Q5!>C1ro ou sofistkado, S('m pelo menos al-
goma levianUade e sem estabeie1:er as pJ.ores eum
pb<.:iWdc5, ~ V\'I'dad(' que lambem ~ nec~r1o, !fern
R'nunOar a esse ideal 1'1.'10 cootr.irio, rt't'lllbor.u 0
ron({'lto de emaocip.1(30, dO;' (ranq~amen!O ou de
labcrta~lo, I('\'am:lo em ront;l as estr.u\has estnJluras
que dC'SCn!VO;'mos neste mome"IO. Ma~, para ahim
dlO!I t~'t1iIOriOS hojc identifidvei5 dol jurldiro-politi-
~.lo Nil graridc esca.J.a goopolfti(:~ p.:rra al~m de to-
dil5 O!I de<;viO!l t' Ilrr.1Z0000s inrcrei5o.'ir05, p.u;:! alCm
~"~'~od~'~'~'~'~~l~~~~~d£elermlnadas e parti· autra5 z0N9de>~ que podcm.l pnml':ir;a .. ;s-01.1 margtnais &sa mar i . I que um. \'iolencia ou
Icrrorismo O\! oUlras funnas de "
Os eJ(emplos mai5 prollimos
IclS sabre 0 erlSino e
alegltima0;3"o dos
mt'<bc ... 0 MlralamenlO social· dOlI ma-
da ~ dos -So.'m-Ielo· etc.,
"
loa;.I J)( LfJ
sem esqtlC('('r, C c~ 0 Ir.Jtamento daquilo que cha-
mamos de vida anima\.. II eno~ ql.lest,x, dila de
mumalodadc Sobn> t'Ste li!bmo problema, 0 lelia de
Benjamin q~ abordarel agou mostr.l. bem que 5C.'U
aut('Jl" noio (oj surdo ou il'lSeTlSiwl "ele. me!iOlO qut'
SUolS ~Ia~ oj e!itIl' ~"O permane-t;am por ve-
Zt"5 obscurM ou trad'Clonais.
" PRENOME DE BENJAMIN
011 <;em nuiio. JIIII'I'O"II-mt
illapropnudo. nu abenurn dt 11m rn-
0< ',mitts dll
pouro Ilrtu(lld.i
ruWr-; qllt Jklrt(tm cm."Il"'~ Ilqu/
1 Po;st IfXIo mqlllf'fll, /·"'8"~i/iro. fl'TTimmmll' <'1l1i·
/I dlUl""'1111
/Olill. t, pTlmmtt
"
menU, da amqlli~ d(J dm~rlO, M IIoio OOjNsti(a, tnt-
trI" ~ dimlos os drm/Of do IIOIIIfItI. pe/.o /llIl'nOS t.ll
rome rk!. podffl1 ~ ill1nrrrllldos IIlIma ITIldi¢o jli5-
IIl1rllralisr~ dr flpo grt'g!1 VII dt "PO da ~ Aufkl.lrung·.
DrXO propmila/lm'tlll' que /!5SI! lam i assorrrbmdo pclns
ff'mI1S dil rJt(J!incia armninlldom porqUt eU! t, antts dt
lude. IIssombrado, coma /nllam moslmr, J'l'W prOpria
a~~ par IIIRQ qJUISt'-/6gW do ftmtusmQ 'IIII' de-
vt'I'Ilr $1Ib>tth<ir. pot' ~ malS joTtt do qlll' rhl, uma /OgICo
OtIM101g1az dtz pmencv. da QusbIaa 0\1 da !'!'-pn'St'"llII;iIo
0n:I, ru IfIf' ptrgWIlD ~ Umll nmllmrdadr 'Iiii' ~ mUll'
au Sf! 1'M1lh~ pom pt'IISIJT (I qUo! Iuf pam ~ ~ t.
rta>lhido dCSSll roisa SfiII nqrnt que for cMlflada de "~.
IN,*, JiM}" new dl'Vl' pnmrimml'1llt mo:;Jrur-st !,wspr'
la/rim ~Ill rom a lei de /alliasma, daqllJ10 que /UfO rsld
"I'm morto /ItItI VIVO, daquilo 'IIII' # mars do qlle mcrto
r IIIors dD que vivo, QptrlllS sobrtvromte, hospilQ/nm
plIrrl rom II k' d.a tttalS ;~ dlls m~s, nnbo-
ra a malS apagudll, II ,,",IS IlpagdNl. mas, por tWl 1IIej-
me, a malS aigmk.
~ Il'J:to de &nj4ll1111 ruW t somt'l1lt Il>I>InmJo por
11m ptI$ldor dilD e 'lilt ~ diz d~ rntalllllMm judf!ll (I'I
tJo rni~?tra d(!II6Q QSI'lilaluru que t\j ~Qria de folllr /!S-
JlI!(mlmt'l'Il'). Zur Kritik do:>r Q:y.'iJlt in~-st lambt'rtt
"lIma pmptdiNjud.Jico. qUt opOt 0. ~,~ vlolbIciA d"
UlM rp.dlo.), qlllr dtstr6i 0 dHl'lIc, ilmolincia mitior (dlJ
tradicao gn'gII), qw 11I51alll'1l t rotISfI't"Q 0 d,mto.
2. A klgfClJ pmfimda titsSf' m;;o.w rfi'Jllo. IImll mitt·
,,""fafrio do./illguagt'11I - d.J ''"gtn' t do. npmfnclll da
63
hnguap - !t1(Il1Ido 0. qll4l 0 mo.l. isto i, 0 podq lnlll,
V'mI illlngll(1gt'm prio. tria, prtcisamertlt, da represen.
ta~iio (kmt/ d~/jo m/dqll'o), IS/(! l. ptkJ drnlLflSdo reo
prt'SCnlat iva., rned,adora, porlanto) IknkJ, uoJuaria,
~mi6tica, lnfolillaliva, todas das pothrao.s qutamls,
hlm a Ii~ I' a armslam 11(1 qwtda.foJLIIH/O dfm,~
brA"! ()Ij j:wu dt S/Ill Ik<inna¢o cmgrndriA Uta In"IO ~do
II a1-'ril~ a """II~ 0 dcmr 01/ 0. apdil dIJ p.t5<?i(ll nIP
nmnt. f\orgun!am>~ ~ esse pnmIlI\tI1lodo ntlmtSt'
IIrtlC1</o. rom Q IWOmbra~o I' IIk1gfOl do tsprdm. &s.!
tI'ISflJo lit Bt>Ijtll.un Imlll, po!5. do AmllltI:llfli"nh\ daqur-
It 1//01 qut vrm iI t da lingtli1gtm, ptIa fl'PIl'SI'Ilt.lfilA I
IIImbim 11111 rI/SIli(l no qllal 05 OOIlO'lfns lit ITSpoIISII&IIi·
diuk I' a.: Sflmjfoo. iU' d«rsiio. ill' solU¢o. rJ.. nlS11b" OJI de
ap,a¢o lim 1I1n papd dlSOflt? IIUU Sc"/II dlivlda maun;
1fIIlJSt' Stlllprr 0$$000.110 0.0 VIllar ~u(DOCO do Indeddf-
vrl. drJ qut t dm!Cft!J1ro r «dt-mcni4almcl~ ambfpo·.
.1 ZUI Kritilr. dcr GewaJt ""0 i IIJ'('WS WItllZ crllU<l
U Il'pfl'SNlla(iJo CDmo pelWlsao t qutllll da Il1Igutlgtm,
III/Zs: dir "7"NnIP{ijo ronro SISU'rlla poIilu:t) da niX/"ll.
dD. ftmllal , pm IlIlIItnla~ Dessr IlOnlO dt trista, f"SSI' en·
lIIiII '~UCI(lndrlO' (ltOOiucimillnn /lum NIl/a 0.(11111'5'
JJIII IEllipo nUlr.risla e meosioilliro) ptn.'I1<.t, till J921. Q
ano5 30. Cnrl Sdlmllt. qWt
mantnr UIl1ll CI:lI"tT$pOIl.
4 It. IIUr.s/60 Iilo poi,binCA e pollssltlllCA da rrprr-
!Iffll;l('llll SC' Q~nlu uindtz de OII/ro 4ngsr/o, ~ I'S-
IJ'D""" l'II!O'Iio ~ per d'W!tgWT mtrl' duas VlU'
IinOIlS, II ",,,,,,"ou foruli1d()(rl e u t'ioIifIofl (lII1Sm.Gdo-
I'll, Bt>I/'Imrn /em dl om~ 1!111 dudo IIIQIIK'IThI, lIur
lima niIo podl' f,("( Ido rruliCQlfI1l'1Ik hdnugtllM II ou
1m, J4 'llif II fJio/blClll diM fondadorn i Jl('T tIt'Zt-S ~rr
prt5t'tIlada·, r ntnSSUriamml>' ~Idll, no SC'ntliJo far-
It'da palmJI'I2, pt'la violt'l,cza COII!'m.'Ildolll'.
fUr tod~, ~$1'IlZiio!s e ~ndo rodos tsst'S Jios /"Ir
1~/II'lIdtl!l, 11(>'<0 quai'" DOlt~rri, podl'mOli taut' algumllS
prrgunlu< £lois r.stanJl) nl) kllrUon/1' dr mmha I<:rllll"ll
J'1IfSnlO lIul' tU ruio tenkll aqui 0 trmpo I (15 mri(15 dt fl-
pI,o/Jf.la,. 0 11111 Irna pen5'ldo 8t'nJ<lmm, cu. prio nlt-
1105. qur ptn>llIftl'nW dl' IJtnjtzmml5hf uirhou/mmk p.
mlldo QII Qrtl("'lllado n~ rosalO (e smf Qnlmpdt't'"
a mptlwda -soIU(Jo jiM!"? Dl- 5tlI pro,..I/!. dt SUIi rm'
ID'(Iln, drI apr-rihIria lias l,lihllUlS, d(lS pdgtzmm""'- , .... ,.
m;sm, in~ rrpmtI1/a(0C5 PUlmltit>a!O. opIrf"ll
Iit'llS, IItm<lll< rom qlll' Sf tl'lltcu mtdr-/Q 1 Comn &n-
jllmln 11'1111 In/lid/! dda!l7Comn II'ritz elt~ qur!lt"
fala • ..-, quI' SC' Il'pT'I"f"Irtas&t' or, Sf proibl$Sl" dc rtp1'I"<'1I
'ar a ~~III~,lo Jrnul"7 ~ rdt7llifKA ·Ill, dl' lht' roll<l,\t'U1'
05 lugum. II!i ongt'tl5, as rrspcn!iOlbllidades (rom(l 1i''';';'I.
tv. aJf1W JUIl QII JUris/a, romo morallsfll, rot"'" hol/ltl/I ,It
fr, ron'/(I p«tll, roml) rinNlSla)? It. ",ul/W1icWuk 100 ~I" '
gular 11M aldigoS qw SC' =mll~ II'xto, t' pam II "'"
Ill'" Imlltll1lrlC1!\ 0 numo dll I,,,SUDP da n-oolu,40
mar.rulll >Ill .Ill mO)/u¢o rrII'SSIilnlCl2. IZI'IwriIrId>' ana..
1liiio aptn<u III/Ill nom t'TII hl5-t6nCll I!IQS 0 prrjprw CI/IfIt-
PI ~ UIIUI t'f"nllldrim hlSMnIi dlSfflloomflidli do mlto.
fIII6:I isso mill drfims 11$
hipcSttsts IlIl'l'Ol dt um dlSl"llrlO
~m'nlllnt) soM-tI "soilo(lJO {mar t lk 11m di$rur:<O bm
i""'lnWIltl sobrr II p(><SIblllMdfo QII Il in!posslDllldlldt dl'
_ dlSl"llr!iO!IJObno tI "5OlJl¢c fi/lill~. Uma "solu¢o jiM/"
armr do qual sma imprudttJ/f' dizrr; rom bast 1U/$ da-
in vbjr1IIXU ria ronttrhtril1 df Wann;;t!' rm 1941 r d/!
Itridd,O de lkn}'1mm /III /rolltrlra fra",;o--esptmilalll, cm
t9-f{J, qll.l' ric ,,311 !lQul;r d~ luula A cronologia df tais
avntromcnl'll5 IIIIt"a ~ 6bl>11I [S/!mprr mrontmlT'-
IIkI5 n:mit5 pnro s~s""'tar II h'pOItst dt qUI' HtrtJllmm,
edt 1921. nJo ptoI~OII rm QIIlm roisa St'nolo /iii pos-
, SoJIu('l1o linlll. qUO' &tsa.fia MI/lo mlli! It
II 5l'II z.>n; 1'111 lahta
dIllin-
li/I'rfl-
imp0s5i~s, mas serilllll .II/ados,
/! mM. tsCI/lologkamtnU do fillf
001111 em prIll IIdUt'l,Io IIi/ida pro/fICtld/! de
IIOfIIN. dt uma Ungua au tk unUi pofh
1'111 ~ti/! It ZlIIUI Hngull dos signl/S, dll
011 romlil/irnln'17
No Jilllli. 00 0100 tk lima in/lira 110 deu:Nm da IIU111
..
truladD tit ,"lido fIIrtuQl. obi/quo 01/ tliPhn>. propqm aI-
jpol1lOlS hlpdlesi!5 sob" as III4IlInrvs como I'S5t.tt:rM .It.
1921 pJ<k lin" /idf} ho.it. I/rpoo do adumlo d(llllllUma'
do IIrcmtrormmllJ da ~soJu¢o finar.
Antts ck propor 1111111 mrnprttu¢lJ de55e IDto 5mgu·
la, t Ik articllla, nlglm'lls qUl'SI,,", qUi' 1M COJl.(:l"ml"'I/
nl(l~ dt ptr1o. dtw II/ndll. nMa jd dema;;wda"...,ft> Ion-
gtl,ntrodwoao. diIn' dUllS polsnmu llamI dos rotUn-1lIS
IIO'S qlMll5 romm'J If 1fT t<~ tnSll"), IInlt's mf'Sm(l tit pm-
SlIT M:;/I' rolliquio.
~ mntaIU foi Juplo r nI (} dtfirHrTil () matS ~UI'
IIJilIiOllll{'llie possive/. I,mliandl,r~ IlQj hTiws qut podnn
illtrrrssa,.lID5 aqui, tSlO lafar, ponjur r/1'5 dri.mrDlII a/-
g~n~ TII'/1"O'i em mmhll {pi/11m
I. H~pnmmulllnrli'. noron/extJ)dt IIms..,mM-
rio .1(' trh anos scbrr ·nllCIUIUJ/'dadl$ t nllcUmlllismf!l$
fikJ6Cficos~, II/IIQ IOIlgt2 ~lIhIcUl tk 11m ano. ~ .. bmlrlll
/11.11/ Kam, 0 Judeu.. oAlemio, duranif' II 'Iulll. esludnn·
du II 1l'l1if ,h .. ia Jirlnsi.fi=lll trIa$ insIsIrrk da 'ijJOIClD.
if KIlIII. all a f'f'rto )udQismo .I, /(unl, tin /odDS aqurlN
Ijl,e qui5Crlm . .It t-I4wll'Tt Niert:>c:hc II Adomo, mipun-
drr.! !'"Pnw- ·Was i~t dCI,lI5Ch?~, rII~-ml' mu/-
10 por 111/".10 qut cham, mtiio, dt ~p5'qllr JlldalClHllt·
rnd,. ism I, II /OgiaI tit ctrtllS jm6mcno& dr cspecu/andiJd.'o
ptrlurbadcnl. rL1 m!S1'UI' rtfIrlrdlll'lll m1as grandn ft-
gums dt pmsadorrs t f"Sm/i)r'tS JudtNs aIDPiae; dl'Stt st-
01/0. Cohror. B .. bt-r, Ro6nuweIg. SthcJmt. Morno. Amldl
• t juJtumrnk Bmjamin Until n-jlado shio. sabri' 0 na
"
...., t sobrr II ~soIlI(lW jiM'" ,.,., "..,. prroor-st c;Ir _
....u~ oomp;a. mlm,,,rnWtl t poliMnctI dIl Irl~" t
• tslnlllfm atJSQ ·J'SlquI" judairo-il1nM bllrtOl.ltrus
tflfsDs ar. q~ "do pasS(} fnla, Aq~j, tsI~dAl"()s Illgumll5
.,.,kJguu, dmlln-us maj~ ffjulvoros r. porlN!U$ mais 1/1-
fIIlttalllt5, mtr't' ~ di!!CUrsos de ctrfIJjI "grtltlr/fl;" prrr~
fIonsalrnuln rmo-Judew; tartos ~gmndt$. ~
~ "It .. ~: arto prltriotiS",II,ft?qurnltmmk urn
",0,","5mll, PO' ilt.U'5 ~ urn milltansmo akrtuio
(dUNlltt t depoi5 da pri~m 8I'tmJI ndo tTa'" a unl-
til "na/oglll /008" d,SSiJ, por .-:JZfflplo. 1m Cohrn OU Ro-
.tMllrig t' lIaqurk Jlodeu COfTtItrlido qllt' foi I fllSSt'ri. t
IIt:sSt mmC11'rJ quI' ctrlas /lfillidade;, Imuladas mas dr-
Imnindt'fis, mtrl' fSSf talc dr &lIJamin t mtus Itxtix
tk earl &hmi,t, OIl rk H~ pam-mr"'-rnc 1I'IL'r"!'I:l"-
40nls at 10m" mll'ffllgOl{llo 5hia_ NtJo opi'.nas mI ra.:ao
*' hostlluladt a dm.omlci" prl,famrntar; OIl a dono-
mana lout court,. Mo ,,~s I'm l'iUlio do hostilidadt d
Aut1<brung. ae (Via i1tltrpn'/O(lio do pUlemot do~
,., OOU",UIIClII r dil/mgull8ffl!. mm '''mbbn I'm rnziio
dtuma 1ettU1llm ria "desrn.i(ijo·, mUlto "" oogn naqut-
'" Iptxn [",IIOTil II Destruktion Irndrggmannllllo 5t
txIfI/ullda rom 0 ronn;/a de "Dcstrui¢o' qUt f'l;1evt' tanl-
btm IIlI anfTO do ~ bl'lljaminintlO, ~IOS IJIl5
prrxuntar 0 qllt' SIgmjiaJ, 0 qUt P"'(IQfll I1U IIn~pa, til-
'" 111 dlUlS gutml.5, u,"a I~'illl UJo obsrssiro, umd"
III.IIS qUI'. t1'I tcdllS lIS cv:;(1S, fSSIl d."5hu¥;iio lfi<tr stt Imn-
111m II amd,rdo dt' Umll 1fUd.¢o t dt- lima mrmOna QU-
Ih!tiCIJ.
• •
2 ONtro tnfh'.W: par 00&f0 Ii' IDft roiAJum m:tllil',
rmllZlltlo IIfI /..auI Sdm tk Gm/a.» "rr.lhiw linitmllycf
Nt'IO};lrl.. ,"IIII./Oido ~lKrons/1'udJol1 tlIIIi 1m ~i"'/,ty
oflU5ht'l'", t1l hal'II' W!I~o. riryo's rit um IMgtI ri, ...
nmc ",I," QS "Ja(~ cnhr d&:cmsm.¢o t JII~ti~Q. a
t'XII",ilUlf dt OIItru ungulo ~ Into ,,, 1Wn}Q""'" pol'/l
11I'k' "'},'liIY, J""'11,,"11>', r aI)f! a nln'OT pnld.'noa poiiISk>rt
uma trn)fllinu d..".""mTalllf' f.sirl ~ ~11OI't-<t1CQ, ma.o pm-
dIU lambl'lII aconl~illl~llas tslmnhas~" $1111 }'rt1lfirl
aporia, como UIOIo1 ~pklr M ~14JOOl'Srrul'ao. sc luJtI rir
~ulrldm dfllC):trJ, /flU' 56 dl'ixa apnretW ('limo hrmn,u it
vW/t'nl'iu rif!iUil il«maluta. As IlltuIW pa/amu. a 14th -
ma ~ tb;t !Q:Io cmsagrndo a ItO("no difiri!mn" .. Im-
dudr.>rl do' Q-v,.-alt (",v,o.!hJr:ta", n/QS ,ambbn ~forrG Itgi-
hlllll-, Melinda 1114lorimdll. podtr ~'(II. (VI!W qll4nJo '<
fola d..' St.Yt~tt'W;l11, II pndo' do urndo). T1:SISIOUm romo
o rilofor' po t'1Irurtitar 01/ na l>i'!ipml dt IImIl orneJo
qllt' "",,, y 0W'f' ,""is au Qinda lIDo. [~~II!mo (fItIt·
rr('I1""",ru ",)0 ol'mos aso:i'lO. 0Cm I"'rlO do pmrntlll' tit
Hrnlllmrrt, 1'o'll1rrr; III/IS 110 fim cit 11m tcxto /flit Sf nnpt·
nha rm dtsron,lrlllf t dtSquallfil'llr /.odO$ a$ OF'7SI('Iits
qlll!(r>/«Du de 1/1000 cnnm (pmlripnJ",~rll' a do dtodi-
IIt'J t d" Ind'Y"illiuri. do julgaml'1l10 rcrlnm ~ rill r:i¢o rt:
ooiucionarill. tin mo/bleia ftmdadfJfll t rill Vlo.'(>!<lU COII-
5trUlim no llltrnor do "m' .... o dUl'JIo mJm/6g!f1' opos·
10 II JUSIa VieiblOil divmil ttd. '11) fir11 dr um lat!! do
quol ""'-, rr<1U IItImlUfl oubn tm~ (1Irlnro. ftlosllfo-n
·l",..... ... do .... ~~....-_ ..... _.~_N ...
WoLiN"" "
..
(>u sttndntiroJ, I1.JWn _ mI'SII1O II/gilm rorIfnMc ~tm
du::tm'" jurrI au mrgu/a~ tit 5eU prtIpnn m'1l1o. fvm
tk _ prtSprul rvina. IOIIiI lilnrm frnSf', Ultl/l for« ncv-
'''''>gol'll nflmna 11I$l""/I.,rn t 0 lido. IIOffIW (I _ t
lIIluJlo q~ !/It dill/na M d.wo ... ·altende· . £sst "jogo" t"l/trr
wallen t Wallt'l Mt! pt>oU OCIIS'lI'IOt _hullla rkmotrs-
Inl¢ot nm/!unln rrrle:a.l:5rtf. a/rds,o pmulowdtJIUQ
jtm;o "~mDrn:!Tam:w·: I'S$O ft>rffJ dmJTTC do dhll!looQrlD
dn rognihOO do prrfomUJlmo. ,\.1a5 es!/It "jOgO"'I<ld<l /em
de IUdiro_ f'bt~ .;abc",,,,,, ptJT outruladc. qUi' Brnjrlmin!/lt
IMt~ nJll/ft>. pnlleipa/:rntll1i IW f'llsaio 1\5 afinida-
des ('!cnva5 de Go;!tht'. pdllS roi"cid;;ncia5 fJltI]lOnas
"iii! s.gnijiollllN qllt fJ('lInlO'{"ffl! nO!!' II(11Ht."I' pn'IJ'nos
Jl.1tu sah It'>io>s, II/gum di;l, quf'nl rlSSPlII a 11IC1JinIjQ1
.\-00 ~ Drvs." Tadooutrn 1 CI\IfIO 5It"'prt, nao ~ (I outro
'I .... _11111' t'iiv ~ II "I'Itl1b1ciQ dit-i1la" qllt I..,i scmprt:
pm:Nldo. mil' tamb!'rrl dJuIo rodos os prmooU5. dando
!IOmmll" 110 JNIfIIl'm II putkr d .. """ltdr? ['5 as lilhrnll~
pa/ot'lilS df!5K talD Ntmnlw_ ~Ir. t>ioirncia dit'illll (dlc
got!hchc Gl· ... dlt), qUi' f 1'15('<'l1il ( $fW (ll\Slgnium uod
Siegel). Jarnlll~ ",,.io dt !'Xrcu,tlo sagmda, podt set ,ha-
mmf" de sobNullR (mas die ... allcndc h~n).·
Como 1erfS5t' ItxlO ~>tdD urn go'S/a "dtVOlI5lru
tor" qllt n,),,:Jeja. II~ O')rIIO II1UICQ ,,/(11. tlt'llJ hrukggI'-
riano.1I(1II mllllm/maJID, m t\'!'I ~nra (I pe7g!mt<l difo."
t ,oknlro oj14,. I'S/a /tItum ~rw arrismr./
5<" 030 <"SRO\t'i a pacicncia dos ouvinles, abo!"
dem<Jo!l agora, em ootroestilo. em outm rilmo, alt":i-
10
Iur.l prometida de urn \0%0 b~ e desconcen.Jnte de
Benjamm Trata-sc de Zur Knlil: d" ~It' (1921)
N.lo OUSIiremos dizer que e95I:' t~1o e aI'11IplAr Es.
tamos aqui num dominio em que 90 h;i.linalmmte.
ex('mplo!; ~in~'Ul .. res.l\,)da
f! absoiulamente b:ern.
plar. Nio lE'ntarei justrficar, dO;' modo absoolula, oil ('8.
rollUi d",,,'Ie IClClO Mas oem pur ina ell' ~ 0 pio.
Cl«'mplo, nurn contexte rdalivamente dl'termlnodo,
C()mo 0 'IOSSO.
1 A an.illSe de &njamin refle!1' a m'iC' do mo-
delo curopt'lJ dil dclT"IOcr"acw burgueSol,liber.:d I' par-
lamcnta •. e portanm do COIlO'ito de dlrellO dde In-
scpilf~v .. I.A A1cmanha d .. derrota e ent.'io urn lugar
de cooc .. nt~.)o <'lI1rema para essa rn.o;e cUla origi-
nalldadE' reside l.unb&n em cert05 tr.I~ rnodc.nos,
como 0 dimto:' grt'W. 0 C(lIl('\'jto de gre\'e gt'1i1I (com
ou km rderenaa a Sort'I). E tambem 0 momento
scgumlt' de uma suer, .. e de uma anlegul'fTB que
viu 0 dt'SCnvoh,mcnto mas tambem 0 m~logro. na
Europa. dodiscul';() padfistl. do anhmtlilarbm(,), dJ
critica d,'l Vlolentia. ale mesmo da violi\ncla juridioo
policillJ., 0 que n.lo tardar.i a repeti . sc nos aliOS !Ie-
n
guint~. ~ tambim 0 momento em que as questOes
da pen<! de mOOe e do dtrello de purur em 8=11 !Ie
aPJ't'Sentam com do\orosa atualidade. Em razio do
apareamento de nQYQ$ ~ midi~tJC~ como 0
r3dio. a mutar,'"60 das eBtrutums da opmoo pUbI= 00-
rne<;a ii questkJr"ir ~Ie modele bberal da ~
o u da dehbcr~io p.ulamentar na produ(io da~ lei~
etc.. Sao e$$3$ oondi(,jes que motivarn os penM
mentos de juristas IIIC'ffiAes como Carl Schmlll, p.1ra
citar apenas I'$IC c porquC' Benjamin rinha por ~I ...
grande respei to, c nlo ~5Wndia llma diYida qUI." ti -
nha par.! rom ell'. dhida que 0 pr6prio Schmitt 1'150
hesilava ocasiooalmC'flle (Om lembfar Fa! bu Kntil:
dtr Geu.1Q11, ali,ls, q1.K' \·aleu a 8C'njanun.. logo apUs a
pubhGl ... .io. llma CMtli de feIiot~ do grande juris-
I..l roru;ervadl,)l" GltUliro, Mda constitudorWlsta na
rpoca,. mas do qual se ronhecem ~ estrmha ron\'C'r
san ao hlt\C'rismo. em 1933, C' a rorrespondcncia q~
mantecl com BenjOlmin. com LeoStrau5S e rom HeI-
dC'gger. entre OUlrus I\lrtanto, e5SeS mdin'S hlst6
ricos t4m~m me interl"S5arnm. PoT exemplo, esse
lexto ~ ao mcsmo tC'mpo °misbco·, no sentido!l()-
bredeterrnlnado que :.qUI nos mter=;a. e hipercriti-
co. a que elIta lange de 5I:!r ~implesmente rontradi
IOrio. fur cert()$ tra~, ele pode set" lido ('Omo urn
enxerto de mishclI neome<;.SlolnJu JUda.tu sobre urn
neomanosmo p6s IiQrclJano (01.1 a iO\'enO). Quanta
lis analoglas entre ZlIr Krihk dtr Geu.'lfll e certos as-
pectos do pen5olmento h6deggmaoo, elao nJo ~ -
72 10II,A1lf W
palio I nlnguem, $Obretudo no que ronceme aOll
(OfIttitos de \\blfm e de G,1I11111 ZlIr Krihk /i(r Gtuoall
condul CO(I\ 0 tmla dill vioIenc:ia divina /gtII,"""r Qo.
!Lull) e Walterdi~ para tenninar, que ('S5.1 \'KIlentia
w-ma pode §('r chamada,. ~ dl( _Jttndt (eN
gQlI/ICN Q·wa/I/ .. ,J mag dit lI.'lZI/.eI.,u. he/ssm) Ai> iii
tlmas palavras do texto sAo "dll' u'Q/tmdt /tmsrn",
como o!lrllJ discl'\'to e (I prenomt' de sua usmilt\Jra.
£ t'5S8 rcdl' hist6riro de rontratos cquivoc:os que
me intc~ em sua nt'Cel6idade e em seus pr6prios
pcrigos. Nas d~mocradas oadentllis de 191:19. (1'>11'1
tr.Ibillho t' ct'flo m.imcro de precau«io-~ algum.ls h
¢Ics ainda podem deb ser nradall
2. Esse tcxW mt' para'\'l.l ormpbr. ato? cer10 pon
to. n.:I medida em que.IC"o"alldo-se em ronta <1 u .. m.i
hn de nosso ColOqUIO, ell' se presta II urn t'1IO(!fCioo
tk k~tura ~onstrub~'" 0 '1m' ~'QU tent.1r l't\OI$tnu
3. Mas ~ dc9conSlTU\ao n.io !Sf' /lph«l 8 tal teM
to. E1a nunca se aplK'iI, alias. II nada de {,,,tenor. 801
C. de cella form.l, 11 ~ao, ou n1 ... I~or, a propria e,,-
pI.'filooc:\a que ts5C tcxto, ao qut' IT\(' pilreo!. fu primt"
riU1'1('nll! ek! mesmo. de si mcsmo, 5Ob~ ~i mc-;n'\O.
Oque qut'r di2cr ISSO? Sera possiwl? 0 quI' ~
la, cnlao. de tal ('Vento? De sua lIutO helcro de~
ron.stru~.io' Dc seu justo e inJu~o lfl.1Cabamel1t('·
o quo: t II ruiN de lall'>-'ffito, ou II fcrid.l abt-flil do
till a<6ln.atura' Ei~ uma de nunhotS PClb'UlltilS ~ u"'"
"
~nta 50bre • pr6pri.1 po5Sibi1i~ dol de5rons-
1ru!;3o. Sobn- SWI Imp05Sfvel possibilidatk'
A demonstrao;.io de llen)oilmin concerne, pomn
to, il quc5tio do dln::l10 (Ri'drl). I:1a quer ate ml'SmO
inaugur.1 r. podert'1TI(K di~·lo daqui a pouro com
Iodo rigor, um.1 -n\MoRa do direIlO-_ E e!>ta par~
cxganiT..M-~ em tomrJ de uma ~n.. de disti~ to-
das inll'R'SSantC5, prallo('adoras. necessari.as <lIe ,,,,r-
to POlito mas,.1 meu VeT, rJdlC<llm",ntl' prOOlcrn.itkas.
I II:). pnmciramcnle, a distin~oentred~ viu-
Ifncias do direito, dua:s \'iolCm·l.1~ n::iativilS ao din.'ito'
• viol~nda fundador.l. aquda que institui e inSIIU-
,. 0 direitu (die rrchtSt'tundc C.tWI:I/I) e a ~iolenril
aqucla que (OfIfirma. as.ll'-
(d.
mas ja dissc que
~~:":';:"'~~'~'O:~'"~·'~':"':l'C,:au¢es. GmIalI pode SlgrufI-o dominio:J OIl a soberal\l.3 do podcr lcp1. OIl autorizadac a fQl"(.1 de k>I
,
2_ Hi. em 5Cg1.lida. a dlshn{ao cnt«: a Vlok'!nCI.1
Ii.,mdadcn docl..rerto. que e dila -mi5bca- (!iUbomlen-
dldo, gr~ pare«>-me) e a vdel\da destruidora do
direilo (krht$t-'tTlIIch/nIdJ. que ~ dill divina (subel\-
It'rl(bdo, judi.1. pare<:e-me)_
3_ Hoi, fin.1]m~nlc. a dishn,.lo entre.1 jush~a (et
rrchrjg':f1t), como principio de 100a coloca<;ilo diVlna
dl' finnlidadc (lias PrillIip allerg5ttIKkn lw«~IIg),
.. 0 pQd .. r (Ma,hl), como prindpio delOOa in!itaurn-
~.1o mr5tla d~ du"Crlo (Rill"/" "ry,lIjsd!n1 &chrsnvmg).
No titulo ZlIr Kntit duGnmlt. -critica· ruo Mg-
mAca sirnrl('Sfficnte avaliavlo neg.ativa. rt')e1o;;Jo ou
oon~io k-gitilNS dol 'ioICncia. mas juizo. avaIia-
,Jo, eJo:aJn(, que !K' doi os mCI06 de julgar .1 Viol&lrr.l
o cooccilO de crillc", implicando a dKisio!lOb fo'
I1\i de julgarl'\('f1 lo (' a queslao relall,-a ao dlreilo d('
julgar, lem as5UTl uma rela{.lo e55encial,. 1~1r me·
mo. com a ~f('r.r do dlf('ito. Urn poueo, no rondo,
mmo na tTJdi{ao kanlian3 do mnceilo d .. cr[tit'l!. 0
('On((,IO Je viol~nda (Ge-0.iJ(2It) sf:, penrule uma r:rfti
ca avaJiadora no csfcra do dir .. ito t.' da jUMi~ (/Wht,
G.-.,rr/tlrgint) ou das !'('1a~Oes mor~is '~lftlldli' \frrlru/t
rri-SSC"). Nao hi violencia narura] ou fisica f\xIc-!>t'.
.. m Jjn~uagt.'m figurad.J. falar dt- Violen(ia ('(1m l<'!i·
pelto a. um tCTT"Cmolo. ou mesmo a uma dor fisi("
Mas sabe-se que nao 50!' ITdla af de uma Vu.'UII qu.
pos~ dM lugar.1 urn julgamenlo. di.1nle de algull\.i1
insl.incia judicial 0 ~IO de vi~cia pc.I\"rm.'
"
.Ii ordem sirnb6liGi do direilO, da politica e cia mOl'aI
- de iOOas as formas de Qllmndak ou de 1I1I/VruIJ(li':I,
OIl pe:1o rl'\('f108 dt' pt'etensao.1 autoridade. E ~ so.
mente ness;. mcdida que IiII ~to pode dar Jugar
• UIT\d critiao. Ate aqUI, ~ crflica 50!' insInYeu sem
pre no ~ da di:;tmr;.io entre meio I' fun. ~ ob-
;eta Benjamin. persulltar-!Ie se a ~,olencia rode 6("
um meio rom viSlll5 II fins Oust08 OU injuslos) e prol
bir-§{' de julgal a ~iolCnO.1 rillmesma A criteriologia
concerniria cnt~o IKImt,'ll le.l aplicao;.'io d~ viok"'cta.
nio II violeno.1 cia mtSlIIQ Niio !laberiamos duer §{'
esta. enquanto meio, I! rill ~ma justa ou niio. moral
OIl n.io. A que&t.io aitiar PCITTlilne('C aberta,. a de wna
walJa(;ao e de' uma jUSlifka~ao da \'iolencw em si
mesma. como SImples metO, (' qualquer que se}a Sf!U
lim_ Essa dimensiQ critic.a tCn.1 sido exduida pela
trildi(.io lusnalunili..la.i'Wa os defensore<; do direito
natural, 0 recurso iI mei08 vioienlos n.10 apl'l!S('nlii
nenhum problema,. ja que os fins n.1lorais s.io ius
los. 0 r«urso I meiO!; vioIenlos e t;'io jusliflcado, l.io
normal quanto 0 "din·r!o· do homem a m(l\'('r:'leU
r;urpo em dlre~lo ao oll,o:otivo visado. A V1olend~
(G.-wa/t)~, detrse ponto de vista, um "prodUIO natu·
w" {l\'al'''1n-odIlH}' Benjamin d.i alguns exemplos
dessa natur.tl~MJda Vio~ncia pelo jusnaruralismo,
.110 £Stado fundado sobre 0 direilo natural de
que faIa Espmosa no Thlmdo ~polifjro. cuJO d
I
7.
dadJo. antes do CQIlmto ronn.1do pcI.l rat3n, e>:cr-
C(' dt Jl'rr uma \Ilolcncia de que ilisp6e Ik /nero;
bJ 0 fundamento ideol6gioo do'terror ns ReVQ -
J~.o ff'iln<:es..;
CJ II'i ~r;Ue!I de certo dilrwimsmo etc.
t-ias. se COJ'IlT:Il'I.lmente ao lu~tumlismo,a tra-
dil;1o do din'110 po;:itlYO e m.Jis alenta ill) deo.~r tusto
1\('0 do duclto, cia lam!x'rn fica aquem do questiona
menlo (ntim proposto poT Bcnjilmll'l Scm duvida,
t'la nio po<.k> COMiderar que 1od08 os meios sao boos
quando sc coNormam II urn lim natural e 01-histimro.
0, presclh'e quI' SC lu1guem os mei08, isto e, ~a
confut:mid<tdc com urn drrellO que ,lInda !'SId em
CUM de ronstiluil;;\o, com urn nO'o'U dire'lIO {pol: con-
scgumte niio natur,,]} que l"la aw.lia em fum,.io d05
meius. EIa n.io eJICIul,. portln1o. UIT\o1 tTflK\iI drl!! mcios
M<lS as duas u.iies compartilham 0 mCQllO p~
supostodognU.tico. 0 de qUi,' ~ po!km atingir fins
justus per mei05 1nfUSlMo- ~O dil\.'110 natural SO? l'Sror·
~a pol 'ju!>tifiCM' ('rcdltft'Ttw!n1 05 1nCI05 pela jlbtlo;:a
ck>s objetiVO!i (drmh dif Gn«hrigUlt dn' Zu.«<h); 0
ehretto po5Itlvo Ii(' e40l'l;,1 poT 'garantil' ('gnmllflem'l1
II ju§~ (&r«hflguug) dos fins pela lcgllImidade
(Ct-rrchtlgkeit) ~ meios.·' A5 duas trild~Ocs giro
nam no me«mo ct~ulo de pll"S~POSI05 dogrmih
cos. ~30 hoi n('nhum1l 1I0h.11;;lo ~ra II antmOlllU
77
quando uma contr.ldi~.io surge entn.' fins JU5l0$ I'
meiQ£l ju~tifJcados. 0 ditelto pos,livo pt'"rm.rnecrria
CE'gO it Incondjctonalidalk dl,)!l fins, 0 rurcilo IUtural
.. condlciOOlltid.ld<: dos meIOS
Entn:tanto, embor.i pllrC'(iI n.io dar ratio nem 11
um nem • outru. BenJilmin con.<;er."iI, da tntdi(;,io do
din. ... \O pos,t tVO, 0 !iI'fludo da hi!Otonaciade do run:;-
10. £ vcrdade que, lnvcrsamente,O que ell' dlra rna,s
adi;lnte sobrc a justi~a drvlnn nila e ~mprc meom
P'ltivel (om 0 fundo tt'OJ6gico de 10008 os iuw,atu·
ralklas. Em tOOo caso. a crilica bellJammlana oa V\O-
Imcia pretende cxcOO!-r a~ dllas ~ (' j.i nIo
prrtcilCcr.i esfura do d,n'l\o I' da IIl1e"rplcti)\iO In
mna da ir"l!lutw..ao juridica. E1a pmen(t' aquilo que
de chama, nurn sentido balIlantc SlIlgular, dE- "file-
.0011 da h,~t6ria·, c sc ilrnlta e.tqllessamcnt(', como
IImlpl"l: 0 f,u Schmitt, .:J05 d1l00s do direito europeu.
No que tern de IIWS fundamental 0 dlrc1to
rlIlllpt"U tende iI proibit II vioiencia IIld,~-Idual e a
oondeN-~ 1111 medidol em que ela am('ol~~ nIo
dctcrmi!l.1dol le~ mas a propria ordem jun'dica (dU"
R,rhrwrrlnung). Dar 0 int~'reSse do din:-ilo - poi~ 0 dl
rei") tern Interesse em :I(' ill5t;!urolr e a cooservilJ II
Ii m~o. ou em repr('<;('ntilJ 0 interesse que, jlbtol-
1fI('flk'. elc rcprcscllla. Foliar de urn interesse do dtrci-
10 pode p.1Cl.'CC1 ·surpn.=ltknte", e a pabvra usada
pol Benj4Illin; mas e..o mcsmo tempo nouna!. e da
nalWl'UI de !/eO propriO interesse pr{'\('nder e)((luir
.. ~ violcncias mdiYidlWS que ame~m sua onk-m; e
com VIStas a seu interesse que ele mlJnopoliza, as-
silT\, a ~iolenda no senlidode &wall, a Yiolo~ncia en·
quanto au toridadc. H~ urn "interesse do dirt'ito lIa
mOllopoliz~ao da Yiolenoa ~ (fnleresst des Rochrs~"
drr Munapoii!'iernng der Ge:oolf)'. E.~ monop611o n~o
tend~ a proteger determinados fins lustos e legals
<Red!~kf), mas 0 proprio dJreilo.
Isso parece uma trivialidade tauto16gica. Mas a
tautologia nao {o a estrutura fenomellal de rerta vio -
lenaa do dlre,to, que ele mesmo!ll." instaura deere-
lando que e ~10Iento, agora no scnHdo de fora da
leL ludo 0 que ele n.io reconhece? Tautologia per
formatha au sinte50e a priori que estrutura tada fun
damenta~ito da lei., a partir da qual se produzem
pcrfonnatl\'amente a~COI\Yf;'Il<;Qes (ou 0 ~credito· de
que falamos anles) que garantem a validade do per-
formahvo gra~as ao qual, desde elltoo, obtem-se 06
meios de decidir entre a viol&.cia Icgal e a violencia
i1egal. A5 expressOes "taulologia~ O\J ~sinlese a prill-
,r, t' sobretudo ~ performarivo·, NO silo benfamiTU.l
nas, mas ouso aef que elas rW tnu~m seu prop6sito.
A fascmal":.lo admirativa e.>:eTClda sobre 0 PQVO
pela ~figura do 'grande' criminOfoO" (dlf Geslah dfS
"grosserl" \ImIm:.Iw's)' assim se explica' nito o'! alguem
que cometeu determmado crtmc, pclo qual E?Cpo..>ri -
melltariamoo uma secreta adlTUJ";]~J.a; I! alguem que,
6.. a, d/v p. '113; itO<!.. ft. P 28. 7._.
"
desafiando a lei., pOe a nu a violcncia d.a pr6pna or
dem lurkilca. Poderfamoo explicar da mesma manei ·
Ta 0 fasdnio que e"cree, na Fran\a. urn advogado
como Jacques Ifcr#s, que defende as causas mais
insustenta"",is, praticando 0 que ele chamol de ~es
tral~gia de nlpluri!~: C1)I\tesla~.io radical dol ordem
dada pela Ict, da aUloridade judicial e, finaJmente, da
!egitimidade da autoridade do Estado que faz seus
cHentes comparererem diante dol lei. Autoridade ju-
dIcial dian!,," d.a qual.. em suma. 0 reu oomparece en·
loW scm comparoccr, sO oomparece para testemunhar
(sem teslemunhar) sua opas~ao ~ ki que 0 faz rom-
patea'r. Pela \'(/z de 5C\l advogado, 0 reu pret('flde
ter 0 dlreito de conles/ar a onlem do direJto _ par
vezes, a idennfica~jo das vi'tima.;; Mas que onIem
do direilo? A ordem do d,relio ('m genII ou aquela
ordt'"m do direilo in~1ituido I.' pasto cm a~1I0 (~fflfor
ad") pcla fao;a claquele &tildo' Ou a ordcm na me
dida em que cia se confunde oom 0 Estado em scra!?
o excmplo discnmmanle s.nia, aqui, 0 do direi-
10 de ~ve, Na luta de classes. nota Jl.cn}amin, 0 di-
reltode greve ~ garantido aos lr.lbalhadarcs, que sao
ent.1o, an lado do Estoldo, 0 Unioo sujeilo de dircito
(Rn-ktssubjekt) ao qual se garame urn direito.1 vio-
!officii! (&chtaufGcroa1I) c, portanto, a romparlilhar 0
monop6llo do Estado a esse respetto. Alguns pude-
ram (onsiderar que oao s.e deveria falar aqui devio-
leoCla, i~ que 0 e~erddo da grt'Ve, essa cesSol0;3.o de
atiYidade, esse ~nao (azer ll<lda~ (!\'ichl-Hllrnkln), roo
'"
COJlslitui Ulnll 8/;iio_ JuStifiea -s.t!, aS5I.m, 3 OOnCL'SS.lU
des!i(' direito pelo podef do Estado (SIaal$gt'IIwll)
quando est\' nAo pode .. gir de ootra fQrma. A Yiolcn-
cia \~I'UI do ('mpr~or, e a gr('W OOlbJ5tiria 8poc't1oaS
nllll'lil amtel\{Jo. lIurn ai.Nanl('flto nJ(HioIento peK'
qual 0 tr.Ibalhador, suspendendo SUM rl'la<;Ot'S com
o patmnato fI was IT\.lquma~ so:' tomar;a simple<;
mente estr.mho 3 ambos.Aqucl.::- que$(' lomaria urn
amigo de Brecht define esse Maslaml':nlo (Abkrhr)
como um.a -r.ntfrmulullg". Elf! ~ a pala~Ta en
1ft' aspu>.
Mas e vis;vel que &mjamin nao acr~ita ncssc
argummlo da oAo-.. ;o~'1lcia dOl grevt'. Os grevi!>tas
pOem condio;(iM par.) a I'l'lomilda do lrabalho. 0;6 ('11-
tTmtm sua ~'l' 5e Ulna 0 .. :1", II de roi~s mud ... r H<i
portanlo, violencia contra "'oli:ncia. Le-.OIruio a seu
houte 0 dire'to de gR'Vt', 0 OOrl(eito ou a pilla\'fa de
ordem de grevc 8""'/ manifesta, tiSim, sua ~.ncia
o EsI.Jdo suporta mal ('SS;l pn<:.<;agcm do limite. Ell'
II /u1ga abusiv.!! II' prelmde M'er ali urn mal ('nten
dido, um;t m.i inlnpre1~o dOl Intl'1l~.30 origm~ria,.
(' que I) dm::i l(l de grl'\l(' nao fol iSl!im entendido (<ius
~t "so' ",rirl ~nl8"'~ ~)' 10k podt-.
('nlao, f,ll':er que !Ie ronckne a !V('\'(' 8C1'a1 como ill.'-
gal e. se dOl persiste, temos ai uma S!'I1.l~.lo r('mlu
cionam Tal ~jtua~io~. de tato, a IilliCll que nos per
.. 0, «1_ po 1M. __ Ir, .. Z9
~ 0, <It P. 1M. '-I.., .. JU.
"
mile pen5.lr a homogen('idade do direJlo e d. \~O
I.nda, ill vioteno. WIllO exercicio do din-itQ ... 0 dJ
fPlto como oercido da \'IO\entia. A VlOI~t'I(l.1 nito ~
exterior ~ ordem do dlreito. Eta amea~a u dlll~ito no
Intnior do dll,(~lto. Eta nlo coosis«'. ~ntt',
em exerCl:'r SILl poti'mcill ou lima fon;a brutal para
obtt'r tal ou tal ftSultado. mas em amea~ar 011 des-
burr dett'lllllnada ordem de dirt'ito, e ~men
W, n~~ ('a90, a tmiem de direito
('Statal que t~e de
cun~r t">5e dln~ilo .i vioJenna. por exemplo. ° di-
Il"ilo de greve
Como mterpr{'far essa. contradi~Jo' Ela t! ape-
nas d~ fncto I.' 1")lenor,l() direito7 Ou t! Imanente ao
direttu do dirl'lto?
a que 0 Esudo telTll',o dlreitu l'lllMloil maior for
~a, olio e t.3nto 0 crime ou 0 banditismo, mt'!dlloem
grande ~a. ('(Imo II mafia ou 0 grandl' trifico dol
droga. d!'sde que e5t1'S lransgridam a lei para atil1git
oc'nefk105 panit'\ilares. por m.m importantl'S que
fll'jam. (i! verdadt> que, hoje em ilia. e~ Inslllui~6!'s
qu35l'-estatais I" intcmaciooais tem um (!Statuto mais
radical do que 0 do banditi~mo I.' representam um&
ilm('a~o1 rom que tantos ~~~tados sO cOIW'gut'm!idar
ali.moose a ... ~ - subm!'tcndo-!I(' a ela. por ewm-
rio, buscando Sua parte na ~Javagem de dinhf.'iru~-,
au m('l;mo tl'mpo que rlllgt'Dl comoot,H .. poor 10000
t)'; fl\('t()5.) 0 Eslaoo terne a \'~1Cncia jwmfaaonl. !Sto
~,capaz de jushficar, d(' legitim;u (~Irkn) ou de
transformar as rel~ de dueito (Rrchts«rlWlrnis-
"
5t'). o! portolntode se aprcsentar como tendo urn cli-
I'CIto iIO direito_ Essa VIOli:ncia pmcrore assim. de an
lemiio, 1I ardem de urn dlrcllo de tnmsformar au de
fundar, mesmo que ela possa krir nossa 1iO:'ntimen
to de justl(il (GnrchrigitdSgI'jilh()". Somente essa
~iol~nda suscita e tom~ possi .... el uma "critica da vio-
1enClil~, que ooemulIlI a _;,olcncill como lICndo um.l
coisiI dJfcnonte do exeldcio natural da flll'\<l. P.ua que
urna critica. Isla~. uma avalia~lIo Intcrprelau_-a c SIS
nificante d.l vwl';nda scja possiw1,. d('vcm0'5 pd-
melr;tmente «.'COflh1'«'f 5I!'nlido numa ~ que
naQ e urn aooente sobrNlndo do exteriOr do dim-
to. Aquila que amea~a 0 direito pcrtencc ja ao d!
feliO. ao dil'Clto ao dimlO, ~ ori~ do ilireilo. A grt'
'If: gcral fom~. as5im, urn Iio rondutOT procioso, '"
que cia e~erc(' 0 d!reito cOn<:'edldo para oontcst.1T a
o rJem do du'cito existt'nte e ,riar uma sltw.l;3o re-
\'Oluoon.iria n.a qual st' tr.Itara de fundar urn novn
din:ito. se n.io sempre. vcrem05 nurn inst']n!e, urn
1\(1\'(1 Estldo. Todas as situil~Ues f('VOlucionanas., to
do! 05 discuro;os revoIutioniriO<\ de esqum:\.l au de
direitil (I.' a p.;u1u de 1921. rut Alemnnha, houve mu;
tOlil que se a_<;('melhovam d~ modo pelturoodor
8enjaffiin arl'l.l'"3-se freqikntemente enlTt' 05 doi~l.
justlficam 0 rtruN)'; vioIcncia. a1cgando a Ul'3tliur;l
~.1o. em rorso ou pol vir, de urn no\'o &tilda". Cornu
III 0, <t, P. 111& Ind. h." 11
U Eroctwr_ g 1"'''''p><>.100 "'" 0fJI\'I"'.-~ OBI t.~
So;I. ..... l:J. -...- .... r_"II. G..UIN. r~ 1'1' 1.-1 •
"
CSSC' direilo vindouro legJttll'lani por sua \'('1, relros
pectJV3menle. a vloIilncia que pode ferir 0 sentunen
10 ~ just«;a.. 8e\J futuro anterior ji a justrfin. A fun-
~o de lados 05 Estados adv~m numa 5itua~Ao
que podemos. assim, chamar de Il"VOIucionaria. Ela
InllUgur.l urn rwvodirello, e 0 fllz sempre na \'ioll'n
cU. Xmpn', islo e, ml":Smo que entao n;\o OCOrtllm
aqudes geoocid,os, e>tpulsOes au deport~ espt'-
taculares quI" 1Icompanham freqilentemcnte a fun-
dal;lio dos Estados, glandes 0\1 pequen~, antigos
ou modemQll, muilo IX'no au mwlo k,.,~ de ~
Nessas 51hW:6es dJlas fundadoJa5 dl' direito ou
dE' £Stado. 11 categ<llia gramallcal do futuro antelior
It§<;('mclha se airoda ocmasiad.lmente a uma modJ
fic~.io do presente, p.1.r.I descrevcr a ''iOji:ncia em
cur;o. ELa oonsisle justamentc em simuJal a pfl'SO'n
~ au a SImples modaliz.a<ii6 d.1 prese~. Aqueles
que dlZaTl"1'105IKI tcmpo~, pens:lndo enlia ~I\QS§()
p .... nte· .l luz de uma presen~a futura anll'rior, lIlo
llbern mUlto licIT\. par defini(;\o, 0 que dixem. ~ jus
lamente nesse nao saber que conSlSle. t'\'\'iltuali-
dick> do cilento, aquilo que se chllll'la inb'\'nuamente
..
E8s .. :s momentos. supondo-S<! que possam seT
isoi.:ldoo;, !Iio moml'ntos at{'f~es. ftx- colow dos
5OITimC'lltos, dos crim~ das tortur.r.; qUI,' raromen-
tcdeLXam de QI; KQrnpanhar, scm dUvida, mas t')rn-
bern porqul' tit'S sJo nel~s mcsmoo, (' em sua pro-
pria violo'lncia. inintcrprel~veis OIl inJeofr.i..,.i~ ~ 0
que chama 0 ·m'stiro~ _ Tal wmo 3 apn'SE'nta Benja-
min,. ('!"6;) .. ,oJenc:'la e t\'ftmlente Jegi~~L au mtebgf
wI. j<i que." cia No t, estr<ll'lha 010 dm;!ilo, assim como
o pOrmu)iJ 01,1 Ins !lao Soia ~tranhos a loda5 as for
rrw; (' !IIgnificiI¢es de diu ,.,\&1 elil e 1"10 dll'l'ito, aqui-
Jo que susp<'nde 0 direilo. EJ.a mlcrrompt' u direJlo
estabo:>\('(ioo para fundar OUlfO. fu;$e momcnlo de
suspense, essa tpOl.hl, esse momento fumtador ou
=~Iuciomuio do ducilo~, no dilata, UITIOI m~tJnda
~ No d!re1to. t..tas i! tambem loll') a hist6ria do di
rello. £~~ "Iommro srmprr 00Jrrl' t IIUnca omrrp "u,,",
p~r;fl, £ 0 momcllIo em que a funda~ao dodiret-
10 fica ~u~pen~ nov;!.tloou em 6ma doabtsmo,slIs-
pens.l it urn aID po:'rfoon81l~"O puro qu{' n.ao Ieria de
preslar contas a runguim e diIInle de ningullm_ 0
5UjE1tO lIUpostO dC'i8e' pt'fformativo ruro nao estaria
ma.JS dianle da lei,. ou melhor, ell' t'lOlaria dlMltc de>
uma lei ainda indctcrminada, wanle d.llei COm() uma
lei ainda Ine~tente, um.a lei ain.Ja poc ~ir, alnda :t
frenle e devendn \'11 F 0 ('Star ~dlante> da lei- dt-que
fala K.:!fb" i5SefJ1ell\a se aquela lioll~do, ao mes
110- ~lok>o ~-, • en ...... 4. 10 , ....... __ .
/04", .. ~ 1_
"
mo !em!XI (Omum e terrivd do nomem que n~o
(on~ Vt'I', ou ~bretudo tocar a lei. eocontr.rrse
com cia: porque elil C t~dente NI I"lG'Ita ~
da em que c ele que a dew fundal', COInQ 1l0Ml, na
\'iol~n('Hl. ·TocatnOll" aqu., scm 0 tOC3l, ~te eldraor-
dimino paradoxo a tr.msccndenda in~fvel da ftoi,
diante dill qual e antcsda qual o~homem" ~ eoron
tra. ~ p:lI't'Ce mfiniwnenlC tr.ln!iCeIldente e portan-
to tcol6gtca na nW(bda ('mque, mwtopr6>.tma dele.
da dcpende apenas dele, do ~to performatlV{t pdo
qu.al cle a inslitui- a lei c transcl.'ndenle, ~lo1en!a e
No violent .. porque m liO dC'pende daq~1e qlK'
l'l>tj dianle dela - e portanto antes dela -, daquele
que a produz., a lunda, a autoriza num perfmmab~'Q
absoluto cuja pre'len(t3 Ih .. ~'1iCapa S<'mpre A Lei C
uarurcendente e teol6gj.c~ ptI11anlo so.ompn' futura,
'iCmpre pt'omelida, ponjUC eta e imaflenle, flnda ..
porI3nto ia paSliolda.Todo H~jcLIO' S<' ~ncontra pn'-
~ de antem50 nt'S!;a estrutUI1l aporetlca
Sammie ° futuro prodtwni a inleligibilidade ou
a LO!<'1'pretabiWade ~~ lei. Para aMm da ~ do
1('010 de Benjamin. que n,lo acompanho I' ha urn
ifLstanle no l'~lo do coment.irio, mas que in!erpre-
10 a partir de $E'U futuro, d,rcmos que a 1"II"li~ da
inleh",.bilidadf- depende, per Wool vel, da ~ I~-
taul1lda que ela :;C~ pan \nterprt"lill W.3 _legi~
bdade sera. poi!;, 100 pouco neutra quanto nao Vl~
k-nla. Uma f<:'\Iolu~:.o Mbcm-sucedida". a funda~ao
de um Estado "bem-socedida" (wn poum nosenll-
.. _~W
do em que (alamos de urn ~frlicitrJU5~ ~p'-'jv""atrvr
sp«ch al1") prl'Xluzira a postenor1 aquila que ('ta esta-
ViI destmada Ik /lllftmQo a produlir, ism i. model08
mterpretativvs pr6prios pano screm lidos retroobva
mente, pill'll dar sent/do, necnsidade I" sobretudo
legitinudade II vkIIi>ooa que produziu, ent~ QuIros,
o modelo mt('~lati\'o em qucstao. isto e, 0 discur-
so de sua lIutoJe8Itl~io, Os excmplos deS5e dr-
ruJo, OUlro cin:ulo henneniubco. OUiro du,,,do da
viotenCl<l, n30 fallam,. perto ou Junge de n6<, aqw
mesmo 011 alhuTe!5. quer 5t' Irate daquila que Kon-
I<'CC de urn Nirrn a OUlro, de urna rua a oulra, de
uma grande mrlT6pole, de urn pals ou de urn cam-
po a DUtro,em tOmode uma guerra mundi.11 duran-
te a qual Esbdos .. ~Oe!; sJo fundados, desrruldos
OIl re~qad05.£ pred!>O levar L<;S() em WI11<1 para
dl'S-hmJlar urn dtreito intl.'mPtlonal oonstrurdo 50-
bre 0 conreilo oxidental de soberama cstillal e de
nlio:i~gere"o.a. mas t.lmhem para penSOlr sua per_
fu.:~tbd~e mfini!a.
Ha casos em q~, durunle ge_
~Q($, n"O!le salle se 0 perfOl'm3hVO dOl fuod~.io
viol':"J de u~ Ebtado fOl bl.-m-~ido (~frf'rito~,"'}
~ oao.lbd~namos atar m.1IS ck> urn exemplo di960.
Essalleglblhdadc da violi-nci.:J de!X"llde cia pr6pna
k-glbili4vle de 11m;! vioI~ncia pertcn('{'flle iqUilo iJU"
OOIm5 <'h.amanam de ordem ~hca do din'ltv e
nio it ffSl(;! pulll. f'oderi.lmos ~r tenlados a .evi;ar
romo lUTl~ IU~d a "16gic:a" ("I6gica" entre ~spas, pois
('SSo! ·ilegfYeI" e 19ualmente · ,I6gioo" na ordem do
81
16guI:, e Ii tamberll poT Isso que he5lto em chamli·1o
de "SimbOlioo" e a pr«ipltii-lo, assim .. n8 ordem do
dJscurso lacamano) dessa legi"el Ilegib,hdade. ELa
slgnifka. em suma. uma'~ juridico-5imb6lia.
uma violencia pt'rformatr.'a no prOprio ir.tetior doiI
lettUl1!l int('rprl'lalr." E uma metvnimia pOO.('rla de-
vulv'-'1'oe>X'lTlplo ou 0 [ndice a gcncralldad~ concei-
rual da ~cia.
DlriarnQ5, ent30, que hi uma po5sibilidade de
"greve geral", urn d,ll'lto aniiklgo ao da grt"'C gt'flIL
('mtooa k'lura inlcrpretativa. 0 dileito de oontestar
a ordem esla~lecida em sua m.illS forte auloridad(',
a do Cstado. Temos 0 dlll'llo de suspender a Bulon
dade legitimadoro c todas as suali normas de le'lU
ra, e k<;(l nas lelluras mais finas, mllis ~ maJ$
I""rtmcnles, que l"'o'idl'nterflt'11tc 5(' exphcam por \'C'
res COI1I 0 ilegfv('l, para fundar uma. 1\\1'0"/1 ordcm de
leitura, um outro Estado, por veZt'$ ~m 0 f~U'r ou
pariiJI 0300 fazef"_1bIs \'t'remos que BcnJOUlUn distin ·
gue dUOl5 ('Species de grt"lo"" g('fa~ UIt'W destin.ada~
• subslilUir a onkm ck> urn Estado por outra (grt"lo'C
geral poillim), outr') a suprimir 0 Cstado (grt>ve gera1
prolndno).
10m suma. as dllOlS tenta~ da desconstru.;ikl.
1'\::115 hoi algo oomo uma gJC'\'e gera~ I,' portanlo
algo de ft"o-olucion.lrio I'm loeb k-itur~ inslaur,wor.'l.
que permanere ,Iegivel com re\a(;ik1 aos c.inOCl('!l Cl!
t.Jbde.::ldos I,' as Ilormas de leiluf,}, isle> e, ao estado
~tl' da Il'ilUra ou iiquilo que ~Ilta 0 ~a·
..
do. com man:iscuJa.. 00 estado dOl I('illlni POS5lvel
OwIle de t~ gre"\~ gtr.Il pOOem05 ('nlao. ~ ... do
o caso, (/11M de anarqwsmo, de cEiici!;mo. de niilis
m<.\ de despoUll.t.Jo;io, ou. peJo mntr.mo. de super
puhti~ o;ubver.t!\';). ~ em dw, a gre-.e gefli!"30
preOSiI deunobILar au mobtiJzar, espct-.:ularmente,
mUll'} genie basta COOliT a I'lctricidade em algun~
lugares pn\1legiados, poT I'xcmpJo 05 S('rvi~ ptibh
CQ5 C prI\I;ldOll, dO!' oorreios e das Icleromunita~Oes.
u ddio, a rcievisao. as redes de infomlatb:a.;1io cen
ualUadJ. ou introdu:dr alguns virus e(kill~ num.:l
n"dt de compuladores ~m esroIhJdos. ou ainda,. ana
logic.lmente, introouzir 0 equJva1cnle da Aids 1\05
6rgiios de trnns~. noGtosprudr herme~hm".
o que ~ f.uendo aqui pode asscmcll\ar.
5e ol uma gJe"\~ gen.1 Otl a uma rI."'oulur;;io, com rd.l -
0;30 ol I1'K'IdeJol;, estruturas, mas tamWm modos dI'
It.1tibilidade d ... a~ao politie3? E 15SCl a ~~IU
<;.101 ~ uma gn."'o"e gemL uma e5lrulcgi.l ck n.Jplura?
Sim e Mo. Sim. nil medida em que ela assurnl''' di
rt"iIOdc contestar, I' de modo nolo arena.:; te6riro, O'l
protOC(;Jlos t'OT15titudonais, a pr6pn.1 carla 'lUI' I~g~
a Icitura em nossa cultura l', sobretudo, I'm nO'lSil
acaderT1la. NAo, ~lo men!)!; na m<'dida em quto tol .. Sf.'
d~t'nvolve amda na ac:ademia (e ~o esqu~ZllO$,
:Ie nJo qui~rmOll calr no ridiculoou na indedncia.
14 n ~"'''drnpo''.''''''.''.''''' .Gam .... 1_",lM ..
que cslam!)!; aqul coofort3velmenle inslai3dos na
Quinta Avenida - a alguns bWtb ~ui, iii I 0 in-
ferno d.:! mJUsrita). E depor;, assim como um3 t"Str.iI
t~gia de ruptura nuncOi ~ pura, n advogadoou n n;u
deo,.-endo wnegocia.Ia", de certa manein. wanle ~
urn tribunal ou dur~nle uma gn"\'C de fome n.:I pri
s;io, da me~nta mant"lra nunca e pura a oposi~~O
enlre OJ gre ... e geral po/IlICIl, \;!>arnio are-fundal' ou-
tro E:;lado, e /I gn.w geml prol<',Jria, vlsando a de<;
truir 0 EI!\ado.
E~sali opool~ bf'njamlnlana .. pareC('m, P0l5,
mais do que nunGl. dl.'SCOnstruj,'e"is; elas !Ie desron~·
troc:m elas mesmas. inclU$l\'e romopar.!mgmas p"nl
a de~~io. 0 que l'SIOO dizendo e Mda D"lI'nos
do quecon5Cl"\-ador e anh rewluc:ionario_l"bi:;. par.!
aU'm do prop6<ilo (,lIpU~to de BenJamlll. pmpord
a intc~u !>e~;undo OJ qllala propria \'i~. dil
furldat.30 ou da Inslal<rupio dii din/fa (RmI~
Gnwlt) dl"\'<:' ~nvol~~r 1I viol~cia da ron~ do
dlrnlo (Rmll:strilldl~d .. Gewalt) e nao pode romper
com E'la 11 proprio da C'Strutura da violenda funda -
dora soliotar sua propria rcpeti,ao e fundar 0 que
dew So.'r conser\'aJo, ron!i('rv&vc!. destllladn l ne
r.:m,a c l tradl,,30, 11 partilha t.:ma funda~ao ~ urna
prom~ ToOO (";lalX'lecimentn (Sdnmg) permit!! c
pro-mcte, il'\Stala~ pondo ~ prome~ndo E. mesmo
que, de fatn, UrN proll\eSsa nio St']3 m.:rntlda." Ite
lllbilidade inscre"o~ I promes:sa de salvaguarda no
inslante rNl5lnUphVO dol funcb;ao. Eb imaevc. as
IIim. a posSibilidad£.> da repeti~ no cor~io do on-
'"
SJMno. Me\hoc, ou P;O!", ela esti inscrita nes5<l lei de
ilerabilidade. manrem-se sob !lila lei 00 <!W1te de sua
lei Con'i('()iientementt', t\Ioo hoi funda~.kI pur,) au
Ins';'lurJ~Jo pura do dlll.'I!/), portant/) pura vioh:incia
hmdadora, assim como nil) ItA violCncia puramen-
Ie C'OIl!iO!rvadora A ins'~u~'" ~ tt~Jb!.hdack.. ap<'
10 ~ R'pcb;30 auto-COMl'lvador.l.A ronse~, pot
sua \'eZ. r: ainda re-furldadora para poder CQfI§efVM
I) que pn.'lcn.x. fund.lr. t\.Io ht port",nto, opos~30
ngon>sa entre a mstolura¢o Ii:' a ~iio, solTll'n
Ie aquilc que dOlmarei (e que Benjamin nao nomeia)
de- mnlamiM{Jc dlfrn:JlClQl ('ntl\' a~ duas, rom todos
os paradolCOS que isso podc mduzir Nao hoi di~t'"
~.lo rigor~ entre urna gre>.'l! geral t' urna gr('Vl.' par-
cial (urna wz mal ... nurna 5OCK'd~de ",duslrial. fal
lan."lm tambem critenos ICcIU<OS pilla tal distirn;aol.
nclT1. no sentido de Sult'1. t'fIlIe urna gre-1:' gt.'flll po.
U/I('Q t.' uma greve ~ra1 proIcItinn. A dl'SOOl'lSl~.kl t'o
lambkn I) pensamcnto dmo ronbmi~ direren·
cia! - I." I) ~nsamt'ntQ h.nnaJo na lle0!'S6idade d<>s"a
con'amin .. ~iio.
~ pcn5ando n{'$~a rontarnina~Jo difc-rcnnal,
como contamina~:.o no pr6pno amaga do dlrelto,
quI.' 10;010 !'Sia frase de £l<>ntamin, a qual prdendo
ytl1ta. IlliUS adian!e. hoi, dlZ de, · algo de padre no
;Imago do dircilo· (dtL'Ils M~h~ zm Rrozl)". II'
,1'10 de c-aroomido au de podre no dlre,lo, oligo que
o condeM au 0 anuma de anlemio. 0 direilo eta
condel"lltdo. anuinado, em 11,l1n.a, 1\l(00§(J, lilt' puder-
moll anbau wna senten<;a de morleC(lm r5pt'ito aQ
dlll~zlo, 5Clb.eludo quando Sl' trilla, nell', dol pen.1 de
morle. E ~ num t(('cho soble' pena de morte que
BenJilfnin fal~ daquilo que eslot "padre· no direil!).
Se hi ~ e direilo de grew' em tada mterpre-
tao;:30, hoi tambnn ali guerra e p6lrmoJ. A guerra ~
outro I'lIcmplo dessa contradi~ interna do dirello.
lY urn dill'llo de guerra (S..:hmilt se queiJwi de que
cil';a niiu!leja reronheodo ooma a pr6pria p09sibili-
dade dol poIitica). ElIse dirello comporta as mesm3S
oonlr"dll;~ qu(' 0 din'ito de grew Aparentcmcnte,
5Ujcltos de d,re.lo d('Ciatam a gu~'!T8 para sancionar
violo?ncia~ tutos objebvos parecem nalul"iIl~ (0 autro
quer apoderar-se de urn lemt6no, de bens. de mu·
I~ ("\11' quer minha murte, t'\.I 0 malo). Mas essa
violel'lcia guetIl'iTil. que se aSllt'lTlriha ao "'bandibs
moO fo.n cia k" (rrzubmdt: Gnwlt)~, m.ini~~ sem-
pn' no IIIttrim" dol esfur.! do dimtll. E uma anomalia
110 rnltnorda )uridicidade com que parec:e romper. A
I1,lptu ra d.l reln,Jo (0, aqui, a rela~iio. A trl1nsgress.io
eslii di~nte dJ Ie!. Nas soclroad('~ ditas primitivas,
que d~udaril1m melhor eso;;r.s sigru!kao;Oes, segun-
do Bffijamin. 0 triltado de paz mOSlra bern que a
(tlJ!'"rr.I n.io era urn feoOmeno TljuuraJ. Nenhuma paz
!Ie
condul ~ 0 I(ooomeno simbOlico de um cerimo-
"
nial Est" lembra que ra h;Ma Oligo de cnimonial oa
guerra. Elol nolo se red\Jzia, porlanlu, 30 choquc de
dais mtl'resst.'S 011 d~ duas forc;as puramen' ... tlslcas
Aqui urn parint~ important" 'jI.Jblintw que, ttrt:l
men! ... 00 par b'lM"rT&lpaz, 0 cenmomal da paz !em
bra que a ~ul'rra {'fa tambl'm urn fenomeno nao-
nOiturilL mas fXonjamm p.1rea' qucrer exlrair, tkssa
rom"l.l{.lo, <:erta senhdo dOl p31'lYra 'pill!", E'I1l par-
hcular no conCClto hntiarlo d~ .pa.:. ~lua~ Tm-
b llf.';Ii de wna ~io hem dif(fl>nt ... "!\lo-rt\I!
tafOric'a l' politi(,' (unmrlaphoriMlU' WId pclmsduo)",
ruja imJXlrtinda il\'iIl.Jdrcmos la~z daqUi a pouro.
1<;00 COfKl'rI1(' 00 dUl'lto intcrnJaonaJ, cujos riscO$
(\(0 dewJo;; (' de perV{'f-s;)o em pn;r.1:'ito de int"'It'SS<.><,
particulaTeS, estal.1is au n.io, exigl'rn UffiCI vigil.inoa
mfimla. principalmcnle porque e~ ,;scos eslJo
inscnt05 em sua prOpria 0005tltUj(;ao.
~poi~ dOl ('(>ri.mon~ da gucrra. a cerimonia dOl
pu sib'llifica (Iu(' a vilOria instaurn urn novo direilo.
E .. gut'rTd. que p.tS&1 rela no1b1aa origin6.ri.J e ar·
qut'lir"G (""'f'Il'nglicht 14M urbildlrrhe)" \'i~odo •
fiM n<1turalS, e de fata uma viol"r\Cia fundadora de
drtelto (m:h~), A partir do momento em que
se reconhcao (') (Matt'! positi-"O. l~abcll~ ('Id
U'flIk) ~ Fundadol Oc outrodrreito, 0 rurelto mrxlemo
reuJ!>a,. ao ~ujeito indMJl.l.1L todo dm:'lto.1 ~;oJmci..:J.
17 IIIW
I.~M P 1116;1t.I.:I./f,p.U
o fn.'miio de itdmira~30 popular diante do "gloUlUe
mmlnosQ· se dirige.ao indivfduo que porta ('m ~i.
tomo no5 tt."I11POS pnmitivm,. os l ... tigma~ do \eglsla-
dor ou do profeta.
\{as a dlsh~ entre all duas viol':ooas (f'unda·
dora e conset\'adora) !lera muito difici! de tra~ar, ,j(o
fundar ou de Conserval Vam()$ ;.u,si<;'/ir, da parte d€'
BI!1ljamin, a urn mo~im('nto ambiguo (' laboriuso
pilla salvar a qualqucr p~1J urn ... di5tlll~.io au uma
corr('~.'io :Will it qUol! tudo 0 seu projeta poderla
dcsrnoWrul fbis, se • violcncia est.i n.J origem do
direito. Q cnlendimento c:rcige qUE' se le-.'I' a It'lmo ol
crillea d(";o;;l dupla ~iolendo\. a fund~dor~ (' ... rOll-
~. nu.. ralar dol vio:.!l"noa con5('l'\'adora do di-
mia, ~njilmln dcbru~iI-5e sobn> problemas relan
VIImente mOOelTl<l5, liio model nos quanta era t'ntJo
o d ... grevc geral Trala -sc eotio do ~~a rnilitaf
~t6no, dOl poIkl" moo:krn.J QU dol itbol~.io da
pena de morte. 5<', durante (' u~ a Pnml'iril Cuer
hi Mundia!, d('5envuhw.l se uma (nnea .lpaixon~a
dol vioIffioil,est;) \i:>a\'a..lgunl.. II forma oonS('n~
ra d.:r violencia 0 mlhlal15mo, ronO!.'lto mudemo que
.. pac uma c'J'lora~Jo do <;I!rvi~ millt"'l obrigat6
rio. '" IJ uso for ..... do da for~ ... , 0 ·roroslr1lngimt.'nto·
(Z1I""Ig)' a<l usa da rOr~J au da Vlolenclo' (Gn!'U!tJ
it 1It"IVl{O do 8.tadot' de ~U!i tim; legai;., A viol~n{ia
m,l,l,n e ... qui k-gill {' CUll!'ot'I'\'a a dil('lto Eb i: pnis
r~ Or 01, "" 1St.1,lIoJ 11, rP y,
..
mais difidl de critical do que tcrt'dilarn. em suas ~de·
c1am~6es·, os paaflsliI, I' os ativislas, poel08 quais
Benjamm n.10 esconde sun potKa ('Stirn .. . A lneon
seqUencia dus pacifi~1a~ anhmilitanstas reside no
fata de eles nao reronhecelem 0 carater Jegal e ina
tx.n'C1 des&.l Violilnd.a oonscrva<iora do direito.
Enoontr.:unos aquJ urn d""bk mod au lima COIl-
~o. que podcmos assim esquematiz.'lr.1br urn
tado, ~ mills ftJe'i1 cribcal • violentia fund.ilia,..,
'" que ('101 nOO pode!ll.'!' jushftcada po!" n.enhuma Ie·
~ti&de pre!'Xistenl~ I' p;11l'C1' portaOlO selvagl'm
Mas pol outro lado, (' nes5il virolda consiste tode a
interesse d~1a reflwo, e rna!$ dljidt m~is ilegitimo
critlcar II ffit.'!>ma violi!ncia fundadora. j.i que nio
podemos fm-Ia compal'Kl:'T diant!' da in~titWc;lio
de ncnhum dm-ita preeostente: dOl n.'io ~nhCtt'
a direito existent!' no momenta em que funcla urn
OI.Itrn Entw ()!; dOlS tE'ffil08 ~ oontradir,io, h;i a
qlK'Slao daqucle ,nsiantr m:olllOOndno inaprct'nsl.
veL daqucla d«tsao aupaltllill que nolo pertence 8
rumhum ClJOlrinlium hisl6riro (' temporal. m~ no qual.
8JX-sar dbisQ. a funda!;-iio de wn 1\0'.'0 direito jog.t, por
asslm diU'r, com algo df." urn dircito anterior que ellll
eslende, r.xlicah7.a.. deforma, m<'tilforizil ou meloni-
mua, e ess.:J figura tern aqUl os nomes de guerra ()U
dl' grf'\'\' geral. Mas ~ figura C bmbem UJruI. ron
tamiM~Io. Eia "'paga au l'mba.laiha a ~.io pum
"Simples ('fl Irt' funda~Ao e roll~. E1a irulcre·
\ .... ~ lter.lhlhdade na Originancdade, e e 0 que ella -
II'IrolIrri de desrof1lJt~.io em obn, em pleno! negoaa
~; nns pr6prias ~c0iSa5· t no texto de Benjamin.
Enquanto n..10 nos damos os rneios tOl'Oricos OIl
IiIo66ficos pala pen!i3r essa co Il11p1ica!i30 d<! v\oI~n
cia edodi!l'i!o, a, criticas habiluais pemun= in
puas e IfK'Onseqlientes Ik>njamin n30 elConde seu
desdem pelu dedama~OeS do ativismo pacifista e
pelas prod.a~ de • anarqwsmo puenl", que de-
~nam poopar ao indhiduo qualquer OOI1strangt
menta A referroc.a ao imperativo cat~o (-Age
de tal modo que, em tua ~ «>rno na de qual-
qul'r 0011"0. uses ,..mpre d<! humanKiade como fill\.
jamalS como rneio-), IX" mais incunte!>1avd que seja.
nio permlte nenhum.) crftica da violiincia. 0 direito,
em sua prOpria ~lolenri1. pretend<- reconheo::er e de-
ffllder II dita humanidade como fim. na peSSOil de
ada ,ndlvKIuo. Uma critka punllnente ITIOr.>l da via-
~ sena, pas. 1.10 mjustificad.J quanto impQtente
"'Ao 50' pode-, pew 1IK'Sm.l raxSo, mtic.JI a \'lOlhlcia
em nome da Iilierd.ade, daquilo que Bcnlamm chama
aqLll de ·informe 'hbcrdade'· ~'f.'SIIIJI~ "frrihcit')",
i5to e, em surn.l, urna h~rd.xle puramt.'l1te formal.
uma forma vazia. segundo urn \'('10 hep;diano-mar-
ICISIa que ("<ita lonb~ de eslar ausente ao Iongo des -
Sol mcdlt.l!iio. Faltam perlilliincia e dic.icia a esscs
Maque5 conlTll a \Ilolffina, porquoe ~ pc'ITTlant'Ct'lll
"tranh~" essencia turidJca cia \10Jenci.\.:\ °ooJem
..
do dlm!o·_ UlT\il m'tica eficu deve Illoclir ~ <)
pc6p, 10 corpo do ilireito, sua cabe\<lc 5CU5 mcmbros.
5Obn.' as Iris e 1.1_ particulaRS que 0 dilt'lto lunv
!O)b a ptOl<'(30 de sua potencia (,Mafhf). tssa ordem
~ tal que! aisle urn urUro de5llIlo. urn de'<hno ou
uma h,;.tVria unictls (llurtln 1'I=gt5 SchKk5nI)". ~e
~ urn doe con('("itos ma!Ol\"S, mas tambim dOli INlUi
obscuros do texto, quer SO? trait' do pr6priO destmo
ou de SUD absuluta uni(idadc. 0 que existc, 0 que
tern roruoi!iti!n<:ia (Ilm; Ikstehl'ndl') C 0 qUt" ilmea~.
ao ffii?SffiO trmpo, 0 que exr;;te (da$ Oro~i'PIdd peT
tl"nren\ - in\'lQl':l"t'imente- (untltl"ilndllrrll) It mtSmii
rmkm, t' tssa onIem {o II'IVIOlavel porquc t Ul\I(a, 56
podol ser \,oIada"'l.1~. A noo;ao de arne3\<' pot
Il'Q" 3CjUI md~pens.i'~l Mit5 dOl oonhn~ senda
tambem difKil de dclimitar, polS a amc.,~ fl<'iu vern
de fun Q dill!'I!O~,.o mcsmo tempo, atl\ut;:a:dof c
am ... a~'l\io ~ ele m~o. Essa all'lf,"~a nio e nl!m
a mlimid .... 50 nem a di>sua-..lO, como creem os pa-
cifistas. OS anarquislas ou os ab\'15las. A lei mU!iua-
st' am ... a~adQra;\ maneir.l do destin",. l'afil act'4.'f 110
• <;('ntldo ma~~ profunda" da indet('rmina~.1o (U"IIt!l -
timmlhrit) dOl. lIffiea~a do direito (dI!r RechtsdroIIlHlg).
serti lI~riO medltar. m..aJS t.Jrde. sobre a ~ncia
do destino que l'SIa na or1gt!m d~ am ... a~a
No deoorrer de uma medita,.~ sobll! 0 destmo.
que passa tambt!m por Utn.l analise da polkia. dOl
" ...
"
pel'oil de mone. da imbluio;io par\amenlar. Benj.lmln
(hega poi5 a d lstmguir ('{I tre jus~ dinna e Just~a
human.:a. entn' a vioIenda divma que dlSJr6i 0 dln'I'
10 e a violmciil mIlia que Jumla 0 dir~lo.
A violol1lCl.ill ronscrvadora. aqueJa ame.:;a que
nio e lnhrni~30.'; uma aml'aVl do dileito Duplo
g.:orutlvo: e\.a ~c do dlr~to e ameal,;a 0 dlTCltO.
Urn precioso (ndlcl'
vern, aqui.. do Ambito do dne!-
10 de punlr l' d.l pena de mortf'. Benjamin p31l'C<'
~nsar quI' os dl5ClJI!iOS con tra 0 dm!ilO de punlr,
e prlnclp.1\lt\('ntl' ~ontra a pena de morll', s.10 su
perficiai!l. e Mo per addente l\lis eles n30 adllUtern
urn WOI'lWl !'S<;(:nClolI para a ddlm~ao do dlll'Ilo.
Qual' Fbi:5 bern. quando 5C ataca a pella de mortl',
Il.lose contesla UI'lWl pcna entre oull~. mas 0 pr6·
pno dircito em Wi origem. em SUiI pr6p1ia onIem
51! a origem do d iTelIo ii uma inslaura.;ao "Wll'nta.
eta lit' mamfr.sta do modo rnai5 rum quando a VIO
1&to.1 e absoluta. blo 1". quando toea no dirctlo l..,da
I' 1 mOrle B.!!lJilmm nao precisa inVOC.1T aqUl ~
grandI'S discul'S(l!: filOll6ficos que justdkar.lll\, anl0?8
dele, e d~ mesrna mallein. II pena de morte (Kant.
Hegel. par exemplo contra os primei~ aboliCloms
WI como B«caria)
A ordem cIodin'lto maniksta-se plenammte na
po56ibilir»dc da pcna de mOOe. AboIindo-!>O! estol.
Me> 5C tC)CJIria nurn disposttr.'O entn' ou~ deSiKTt'
ditanam05 0 prUpr"io ptiMpm do diretto. A~5UJI se
ronftnna que h3 a1go dC' '"pOOre" no imago do di-
..
Telto. Aqul\o de que .:Ievt- dar t~crm,mho 11 per.il de
morte ~ qU(' 0 milo t: UTru) vioIi!ncia mnlr'3.na.1 n.a
turexa. r.tas aquilo de que hoje dJ Ir.>Iemunho d~
modo ainda mailJ ·\:'Spectral" (gi~/SlIcht', especlrnl
(' nllo lIpt'nas aludn.anle como d17. i tradu<;ao fran
(es<I,,), mrstur.mdo as duas vwli!noas, a violencia
ronse''''aoora e a ~'iolenc:ia fundadorn. e il insbtuil;io
mode", .. da pollci.l ~tu.a de duas ~iolencias ~
tcrogilne.lS. mlStura de certa ITlOInt'ira espectr.l.1 (m
nntr g/eichsam sespmsnsdll'1! \'mnrsrhung). como se
urna vioWnCJ.il alISOlTlbn5liol' a DUTra (I'mOOra SeIlP.-
min 1\110 0 diga assim. aD oomcnt~r 0 dupJo uso da
palnvr.l grsprnstich). A espectrahdade derorre do faro
de que urn rorpo nunc(ll~IJ presente para I'll' mes-
mo, para aquilo que I'll' e Ele ilpI'Ifl're desaparecen-
do, (HJ f,neMo desapar('oCcr ;:aquilo quI' representa.
urn ~Io DUtro. Nunca se s.abe l"OITI quem eslamos
trolando. e est .. e a definil;i.o da policia. singular-
menlo.' da policw do Eslado. cups limitt'S~, no fun-
del, rnOCtermin.h-els. Essi aus('llClil de frontClI'Ol en
tre lIS duas "olc!\das, e5S3 contaminalO30 entre fun
da~ii(,l c conserva~ao e ign6biJ, Ii 11 ib'nOminill (d~s
SdutlO(.kmiu .. ) da poIfda Antes de 9CI' ign6bil em sw~
pnxedlmentos, na inquiSI(30 inomm~vo:l i'a qual sc
enlTega, sem nenhum respellO,.II \101erma p<XKial,
a polio.. modema e e§trutur.liru",nte repugnant ....
imunda poT fIS~ocia. em IlIzio de sua hipocri5i41
"
constitutiva. Sua ausencia de limite n.io !he ~ ape-
nil'S de uma Iccnokogia de vi8llan~ e dOC' reprf/SSJo,
que J.i 51! desenVQh~a em 1921 de modo inquietan
te, a ponlo d", duplicar e assombrar \<;Ida Yida pUbiJ
ca ou privada (que dlllam05 n6li, hoje, do desenvol-
vimento c\essa tccnologia!). EIa proy~m iguaImenlt'
do fato de que a policia e 0 Estado, e 0 espectro do
Estado, e que nao 5e pode. rignrosaTnCnI"', atad-Y
scm dedarnr gu",rra a ouiem da rt!I pu!lll", furs a
poIkia f& nio 5(' contenta, IIo,e. em aplir:ar a IeJ ~\a
fOl"(a (1'7I.fOm') e, portanto, em const'r ... .i- \a; eLl am·
venIa, ",La publica decretos, eta i!lt('r':~m cada vn
que a situa~o luridic ... nao e :ituficlent('mmte Clard
para garanlir a 5Cgurnn<;a.lsto e, ho)(', quase 0 tem-
po lodo Ela e a fon;a d", lei. ela tern fOr(a d", lei A
poIkU e t8n6bil porque, ern sua autoridade."a S('-
pala.;lo da violCncia fundadOfa e da vioiellcia con
SCl"\ladora e 5USpetlsa (au relevada. IlIlkt"f!olItn) .....
Nessa AI.Jhttllmg que ela mI.'STI\a )isni1lc.l. a policia
Inventa 0 dinoi to, ela sc faz ·rmtrsttttnde",Icgislativa.
ela 5e atnb~1 0 dl l1'lto cada vez que este e suficit'n-
tem\'T1l(' ;lIdetcmunado para the dar e:o;SOI pos-sibili-
dade Mesmo que ela n.io ptomul~le a lei,. a policia
sc comport ... romo urn legi51ador nos tempo!! moder-
00", para olo diz"'l como 0 lcgisloldor d05 tcmpos
rnodcmos. Ali onde hli polK:u, ,sto t, OC'm toda parte
U , . .l.iN dotT_",,,,,,, x"M t, j r~"''''''_~
_LotwoM niploob<1o ... • qo. "'.po 1","'" It p-:Jjo.
""
~ aqui me:smo, ja naoS(! pode di5remir entre a5 duas
YioJem:ia5, a wnserv.1dorn (! a fundadora. e est", e 0
equlVOCQ igoQbiJ" ignominioso, remltante. A po:.sibi-
hdadc. Isto .1, tambCm a neoces::;idadc meluI.lvd dol
po!icia modcrruJ arruina, em suma. poderiamos dt-
zerdt'SClJnstroi a dlSbn{.io cnln' as dUi\li VKJJ~ncia5,
qu(' t'1ltl\.>\anlo estrutura I) dlSCUr<;O chamado por
Ben}.lmln de uma no\'a critica da violemia.
Ell' gostaria ou de fum:!aT au de oollSCr.'ar esse
discun;o, mas nao pode nem funda-lo nem con-
:>erv.l.-Io de modo puro. No m.oomo, pode a'sma-!o W
como urn aoontedmenlo e~P'f'Ctr.l1. Texto c assina
tUl'1I sao espectfOS. E Benjamin ~be di~, tanto que .....
I) acontromento do 1000 Z~r K"II~ df'r Cieu'<lit con- ('"
sis! .. nC'9>ll Cl:Itrirnhll ex-posi(ao: uma demonstra.,.ao
arrufna, sob nos./;()S oIhos, as di5hni;Oes que propOe_
EIa cxibe c arquiva 0 pr6prio movirrwnto de SLla 1m
pIo6iio, dcixando no Jugaro qlJi>:.c dcnomina urn re:.,-
\0,0 fanla5Ol8 de urn rexto que.. 3rrumado ell' Illl,"S-
mo, ao ml"'mo tempu fWllLa~.io e OOnsclVll~,iO, nao
chcga nem a urna nelll 8 outra. e fica ali, ate a'rto
ponto, fXlr ccrto tempo.lcgiw] e ilegiveL como a rui -
1\8 exemplar quc nos adllcrte singularJll('nte ace-~a
do d~",tjno de todu le>do c dc toda 3!;slnaturil em SIlO
rela<;.locom odircito, ISto e. m.'Ccssoiria e mfdll,men·
tc rom a'I1a fXllrcia. Tal st'rB poi::!, ~ja dito de pas
sagt'ffi, 0 estatuto S('tTI estatuto de urn texto dito dc
des<:onstru<;,.lo c daquilo que dele festa. 0 (exto rUo
escapa. a lei que t'rluncia. EJc se anuina e se contami-
'" "
'"
'"
na.. toma-sc 0 espectm dele mesmo. Hillier.) porern
mais a dUer ~cerca desSi! ruina d.1 assinarura.
o que ame<l(,;a 0 rigorda distin~.io entre as dUal!
\101encias, e que Benjamin nao du, exduindo-<.> llU
ignor.mdo-o, e no fundo 0 paradoxo da !Icr~bilidade
Esta fat com que a origem dCVil origmanarnente re-
petir-se e alterar-se, para valer como Origl'lfl, isto e,
para se coIISC!Var. A fXllkia apafl'U> ime,Jiatamente
e legifera; cia n.io sc contenlil com aphcar Ufl"U) lei
que, antes dt.'1<I. sem de5provida de ~ Essa ltera
bilidade in~ ...... a COll~rv~.i<.> na estrutura essen-
cial da fun~50. Essa lei ou cssa fl('Ce<;sjdade gera!
nolo sc redUl, rert:arnente, a urn fcnomcno moderno;
cia vale II priori, rnesrno que rorrtpreendamos que
Benjamin de exemplos mod~rn<'>5 t'tn ~ua espedfi-
ddadc e Vls.:' e~pliCltamente " polkia do "Estado
rnodcrno~. A iterabilidade impede, rigorosarnl"nte,
que haja fundadores grandt'S e puros. lmciadores, Jc-
8JSl~dor,.'s ("grar.des" poeta5, pensadores ou estadis-
las, no !ienlido em que Heideggcr 0 dira. em 1935,
seguindo um esquema an1~logo aCl.'n:a do sacrificio
fatal desses fundadores).
A ruina n(i.o i! uma ooisa negabva. Prirncirarnen-
Ie, C daro que fliio e uma coisa-. Rxleriamos ecrever;
talvez com ou !"oI:gundo Ik-njamin. talv ... ..: oontra ele,
urn curto lratado do amor pela~ ruinas. Ali6s, qu('
outra ooisa poderiarnos am3r' 56 se pode amar urn
mOOUll1ento, Ulna arquitetura. urna Ul5titui4;ao como
\,11 na exp<'rWflcia, eLa me;ma predria. de sua fragi-
'"
lidade' ela nAo I.'$teve sempre ali. n.io estara sempre
ali. estJ 8C.lbada.. E par ISS!) mesmo a amartlOll, como
mortalS, atra\'Cs dr ~ n.asdllll'flto e sua rnorte. ~tra
\'03 do fanta$m8 (lU da silhueta de sua Nina,. dOl. mi·
nh.a _ que cla~. ou j.i prcligura. Como amar 9CIl1lo
nt'SSa flntlude? 51: n.la, de ond ... viTia 0 direHo de
~mar. ou 0 amOl" pelo dirt'lto?
Voltefllos a propria coisa. Isla ~, ao fanl8!m18
fuill e:Ii:K' texto "orr.} umll Iust6ria de rnnta:>m18 N~o
podcmos cvit.lr 0 fantasma e II ruina. asslm como
nAo podcmos eludir
II questio do estalulo 1l"16rico
desse e\'enlo te~tua.I. A que figuT.l5 rerorTcU eLe pala
sua t:tpRSi(iJo, Slia expIos.io mterna au SWI irnploslo7
Todes u figurns exempl;aTcs da vi~ do dlrelto
sao rnclonirruas singuJ.ares, isla e, figuras 5('1T\ btl'll
Ie, possibtlidades: de transposi~.1o dt'sencadeadas o!
figuras!!em figura. Tomcmos 0 eJ(emplo da poIida.
~ fndia> de uma vioLencia fantasmagOrica porque
mistu ra a funda~.!io e a conscrva<;iio, tamando se,
ponsso, Binda maisviolenla. Ftlis bern, a policia que
aSSlrn capilali:ta a violi-ncia nlio e apcnas a pohcia
Ela nao consist!! somente em 8go;.-ntn; polk'iais far -
dOO08, h V('zcs com caparetes, armadas (' orwam7.o1
dos num;! estrutUr.l civil de modelo mllitar, a qual Ii
n:'CU5.l00 0 dire ito de greve etc, FQr ddini~30, a po'
Ifoa est;! presente Oll represen tada em wda path.'
onde hi for~ de Ie!. E1a est;! presente. II, Y('Zt'S In
visi'1'\ mas scmp"' eficaz.. em loda paI1e ondl' h;i
ro~.lo da ordem !iOciaI.A poIkia n30 f! apenol~
a polida (hoie l1\iIiS au mcr'l()S do que nunCol). cia
('lila .u. figura 5eTIl rosto de urn llzseIn COCl¢Cnlil\V
ao Dastr .. da p6i1S.
Benjamm 0 rcconhece a sua malWira,. mas !W"
gondo urn geslO duplo e. acredlto, tWo deJibcrado.
cm lodo C.l:IO nio tematizado Ell' nunca rcnunCla a
conter num par de ronC("ltOll. l' a l'IXondUZIr a d .. -
tlIl<;Oes aquilo mesmo que os exre:Ie e trare;borda in-
cersant .... ment ... AdmitI'. asslm. que 0 mal da policia
~ 0 de §('r urn" figur.l 5('m roslo. lUna violi"ncia scm
forma (gc<mlrlos). Ela niio e apr~nsjvri, como taL em
nenhurn lugilt ( .. irsmdsfo~ll') I"os F.stoldos dllos
civili~OI:I. Q o:speo:tro de sua apari~Jo limta§ffi~haI
se C5tende pot" lada parte". E 1'10 en tolnto, enquantu
e.la se ~onill'\U<l. enquanto essa figur.I lJ1aprec-n·
~iY('1 e S("fI\ forma st espectrollZll, enquolnto a polidol
se lomol em too .. parte. na !lOCiedade, o pr6poo eli:>·
mento d.1 3soombrao;;ito. 0 meio da espectrahdade.
Bcn}iltnin p tllJia ainda que l'l.! pefm,lnecl5Se cornu
uma figula d .. termin~~1 l' pr6pna dos Estados civi
lizold08. Ell' pret('ndc saber do que rolla quanoo fala
d.i polkia oo'!Cntido proprio, I' desejaria dctcnninar
seu fenfuncr'IO. E dlfkil saber sc ell' fala da polida do
Estoldo modemo 01,1 do Estadoem gt'faJ quando no-
mei .. 0 Est .. do civillL.ldo. Eu me iOOinaria pE'la prt
meir.l nlp6tese, par d_ mWes'
1< ·~ ..... ,... ...... _"'l_.",,"IAIno,,"lri_
-.'0,.",., l!tlo",od h . p})'
, ..
1. Ele seleriona fI'lCcrnplos motk-mos de violen-
da., como 0 da I;I\'\'(' geral OIl 0 prob/f71UI da pcna de
mortt'o Mais aeima. nao faL:! apcnas dos Esrados d-
vili~dos, mas de um~ outTa Kinslltui~ao do Estado
moderno", a policia. ~ a polfo.a rrwdtma, em situa-
~iies politico t&mcilS modmuls que ~ levada a pro-
duzu a lei que cl.l deveriil somente apli<'ar
2. Mesmo rffOllh{"(cndo que 0 corpo fantasmal
dol polfria, po! mais inva~r que seja, permanere
sempre igual a ele m~o. Benjamin admrle quescu
espirito (Gei5I), 0 e5pirito dOl policia, faz menOli es-
trag05 na monarquia absoluta do que nas dcmocra-
cias moo:iemas, n.as quais sua viol;\ncia c\(>g<.'ner3 5e-
ria apenas, como I'Stnriamos hOic indmados a pt'n-
saT, porqul' a~ terno\ogias modffr1aS da romllniGl,iio.
da vigHiinCi.1 e da intcrcepta~ikI garantI'm .1 policia
uma ubiquidade ab.:.oluta,. sah.u-,mdooe5p.11ff<1 pUbh-
co e privado, Jt'\'ando a ~ limite a CQeXlcnslVldadc
do poiitioo c do pohcia1? Seria porquc as dcmocra-
Gas n50 podem proteger 1\ odadao contra a viol,:n-
cia policial a n50 S('r entrando r.essa l6gica da coex-
tenslvidadc polftico-policiaJ? Isto e, oonfinnando a
emMa policial da ooisa publica (policia d.a5 polidas,
instit~ do tipo "informatica e h1>crdade", mono
poliza~~o peJo ~tado das tecnicas de prote~.io do
segredo da vida pri~"3da, comoe atualOlcnte propos_
to 30S cid3daos amcncanos pt"lo govcnlO federal e
""
por suas polkias, que, em !roC .... produziri;un os TnCIOS
h~cmcos ne«>ssariOS e dccidiriam 0 momento em
que a seguran~a do Estado exige a interceptal,".1o d3
conversa privada. por cxcOlploa instalil\.lo de micro-
fones invisivcis, a utlliza~.io de ml(Tofor.es direcio-
nad09, a intrusiio na5 redes informahzadas ou, siol-
plesmente, a pnhica 1.10 romum entre noo da ~"('Iha
I' boo ~escu ta telef6ni<:a")? $eria ne'SSa oontradi~5.o
que pcriSilva JknjamlO? Numa degeneres&na.a in-
tema do princfplO democratioo, inevitav('lmente cor-
n:xnpido pelo principio do podcr policial, d0;tinado.
em prindpio, a protege-Io, mas por essencin IOmn-
trolawl no procesl'O de sua autonomiza!;iio teem.::a?
Dctcnhamo- nos urn il15tanle neste ponto. Niio
e S<:'!."Uro que ~nJamin tenha dclibcradoa aproxima-
~Ao que tento fa<:er entre as p.1la..,.as gcspenstlSChr,
espectral au fantasma/, ea pala~Ta G6st, espirito tam
bern no senhdo de dupln fantasmag6riro. Mas ~\.ba
analogi<!. pa.rere pouoo oontestavel, mesmo que Ben-
jamin nao a recoilhect'llSe. A policia torna-5(' aluci
n.:mte c e:spettral porquc ela iISIIOmbra tudo. Ela est;]
em t<Xl.a parte, mesmo ah nnde naoesla, em SC\.l fori-
lJa·,;em 8 que 5emrre podcmos apelar. Sua presen
Vl n.ln est.i present(', a55im como nenhwn,1 p~
cstoi presente, segundo Heid('ggcr, e II pre-sen~a d~
s.eu doplo espectral nao oonhere frontclras, E con·
forme" l6gica o;i(' Z"r Kritik der Germ/I marrar que
todo 0 que IOC~ na vlolcncia do direilo - ,1qui, da
propria poliaa niioe natural, mas espiritual. Ha urn
106
I:'5pinto, ao ml'Smo tempo no senlido do IIljpectro e
no 9o:'ntido dll vida quI: se eleva. ju~lanwnle atravk
w mort!', pdo possiblHdade do! pena de morte, ad
rna da vida natuml 0\1 "bioiOgica~. A polida d;i teste-
munho russo_ Invocolrei, aqu~ urna ''If'So!" do.>finida
pela U,..;p .... ng tkr QnllSChc! TnlIII'1"SfMI" a respeslo
diI llW\if~iIo do C5pinIO: este 90:' mOllua t'):.terior-
menle sob a fmma do poikr; e a faC\JIJadc dcssc po'
der (VermD8""I) dctcrmina-* em ato oomo jllCUldIuk
de e.>.ercer a dUlldurTI 0 tspirito f Q,taduf/l Rcoproca-
Il1('nte, a dnadura, que ii a ~nci.l do poder como
vio!encia (Gtwalt), e de ~a e<iplfltual. 0 espiri-
tuah5ffiO fundamental d .. 5Sil afl~1o est.i emeon
~n.'inaa com aquila que ooncedc a ,lUtondade 01'
g.hmada ou h.' !,-itimadora), ou a ..,ol~nda do poder
(Gewalt), a uma dtds<io inslilulnlc qu(', nao tendo,
por dcfini~.io. de /u:;tificar sua sobc>r.Inia dian!e de
ncnhuma lei pr~stent .. , apela somcntc para uma
-mistica· e sO pede enundar-'iC sob a forma de or-
dens, de ditos, tle ditados prec;cntrvos au de perfor-
mativos ditawri8is
Oespirito (Grij!) - ,.J ii B le<;e dol jIpoca - milnl
f.sta-!o(" nO podl'f (wISt Sld!.noS III Jdu",); 0 espiri
10 e a faculdlldto (\(0 e~o:m"" d'l.ad"r~ (GmlI5/ d.o.
~DlkmhlT_~bm) EM.afiKUkI~exI~
, w.l ... lion,.""" ~ "' ....... ""'" --. ,,.,j. b.. Sttso'
P....Jo., iWo.w ..... ~ r.Wo, 1Ir .... -. ,lIN. IN '*" 11
107
lIma di";plina ;n tenor ngorosa. as&in rom<> uma
~ exlertor despfOYld.J. de escn1puiOi (wupdlosls
rr- Aktumj.D
Em veule !ie' de n .... 'SIl1O e de SCI" rontido fill de-
mOS"riIC~ ~ espirito dol policia. essa vioJeoa.a po-
liciaI romp npj"1rJ nela de8'-'nera. Be d.i t..'Stemunho,
na democracia ocidenlal. da maior degcnerescen=
pen5iiveJ da vioJcncia au do pnnripio de autondade,
do poder (dl~ dmkbar grilssk E!1tarl.mK drr Qw.:Ilt
btuugl)". A d"8enell!sc~nda do p<IIko dt'mQ(r~11OO
(e a pal;ivra podtTsm.a freqlimlenwnte i mai, apm-
pnac» pMIIlraduzir GrwaJI, ... ~ ou a viol':-nda in-
terna de sua auloridalk) n.io leriaoutro nQlne 5t'fl.lO
policia I\)r quP Na m()narquia 3~luta. os pode-
res legbJulJ\fQ!i e elIt.OCUtiVOli cst.1o unidos. furtanto,
a \iolCnci.1 da autondadc ou do podcr f al normal
ronfOfm!' la sua ~ru, ~ ~ua ideJa. ao seu I'Spfri-
10. ~a dl'fnO(J"aoa., pclo COIltr.irio, a vioIo"!nc:ia iii nao
f COl"lct'(hda au espirito
da pulina Em lUlo da se-
P<lra~iio prt'Swnida dos poderes, ela se exerte de
mod<.lllcgi"timo, sobretudu quando, em \~ de apli-
l5. Clo-'f' .... ~_ ................ 01. "od. ,. S "' ...... " Hi"
__ I~pp 1(0.1 ~"Iloro_por ... <hoo "' __
.............. ,..,.. __ O ............ "'pIhoIo ........... _ .......
__ • P " ... 1( .... " I •• .,....p 2711 r._~f.Lo-oodo
...... _1Ip;nc> w.. G .. ,,) dobi d/Iopow. _~ ___ ""'-'" do
_1'IIIllwompod,d W>ONeoIr.d I<,p.2S
"If,. c:,.. <it _ p. I \lII; n.i. It,. P. 31
".
car a lei. ela a faz. Benlamln Indi(,1, aqu~ ~Io me-
nos 0 princlpio de uma analise da realid.1dC' polidal
nilS dcll'lClCTaC:l.JS mdustriai~. e st'US (onlplCXO!i mih
tares-indu~~ prn\'idoo; dl' alta tecnologY. infO!-
rTIOIt~, Na monarqur.1 :.bsoluta. por IT\II.I>I tenfvel
quo' S<'~ a ~'lOk'ncia politi ... ! mostr.I Sol' tal qual ~ ... tal
qual d~", ~r em sell espiritu, (,!lquanto a Vlolcncl il
polKi3J das dcmocr<Kla~ nt'Sol .... 'U pr6prio prindpio,
J...'gISlmdo !ok modo sub reptian. na dando.."iIirlidtde
Dupl.1 oon;eq~cia au dupla impoc.l{Jo.
t. A democracia (leria urna degenerescencia
do din-ito, da vioicncm, dol ,1u!oridade ou do po-
der do dirdlo;
2 Aind.l noW exi~t~ dcmocraClol drgna d('SSE'
nome. A d('fT1OC'r.lcia ainU. C!ot4 po!" vir: por cngen
drar au por tcgenel'3r.
o dbcurw de Benjamin, que So' d~nvol\'e en-
tlo numa Clitica do p<tnamcnlarismo da dcmocra-
= liberal, t, pots fl'!!o/ucK)Wm(), au marxiunle, mas
nos dOl5 5entidoo; dOl pala\'T.1 ~ A."VOIuaun..irio·. que
compn?'l'ndc tambem osrnMo fl'adoo.lrio, islo e, I)
de uma ~oIta au passado de uma origem malS puca
E'ISe equfvoro ~ wficientemenre tipico par haver
aliment.1do mUltos di,;rur'108 revoIucioa:i.rios. de di
reila e de csquerda. em p¥tK'Ular I'Iltre ~ dua; guer-
ras Uma critica da ~degene~enc;a~ (f"lIm~ng)
como critKiI de urn parlarnentarismo rrnpotente no
comb.:r te ~ viol~neia polidaJ. que a elt'!K! sul::.st!ru~ ~
uma crihca d.:! vioMoo~ funJada muna ~filo5ofia da
,,.
hrst6ria-: coloc.1~Ao C'm perspeocti\'a arqueo-tt'!.:o-
1619ca. ou ilrquco-t'St'll tol6g:ica que dedfra II hbt6ria
do dU'r:jto como uma de<:adenda (Vrrf<lll) dnde a
ongem. A analog1a rom 05 esquemas de S<:hnutt
ou de Heodcgger nIo pr..rn. k'r sublinhada E!i~
tn5ngulo dell('fia &l.'r ilustrado por uma curr~pon
dilnel.1, quero dl:ter I'eia colll"'lpol!loJ\incia t'pistul3r
que bgou ($S('!; tT~ pensadOfl'S (s<:hmiUI1I,mjamin.
IlerdeggerfSdrmlU) Trata-!W sempn' de ~pirita e
de l\''IoIu(.30,
A quc~t.io !;(.'na. no fundo, {"';td_ ° que arontt'Ce
hUje com a democracia liberal e parlamentar' F.n
quanto meio, tOOa \wlfinci.a fund" (,)I.l consel\OI a dl
rello. Ela renuociaria, de ouIJa f<.ITma. II tado valoc.
N.io h;i probIem;ioca do dlrertn ~ l'SS.a vi<llcncla
dV!I meios. Sem ... "SSt' principia de pOOer. Conseqilen
cia tOOo oontrato julidicu (RedI1svfrlmg)!II.' funda na
w)l~n('1.il Nao M rontralo que ";io tl'nha a \wlcn-
cia !KJII\CYTKI tempo como ortgrnl (U~tgl e como
~tado (Ausswrg). Uma aNsaa furtrva e cliptl(Ol de
f\'."I1jamin ~ aqui decisiva., como fn.oquentemC'"
Ie acont<:<:e. [nqumrto funda~;io uu Jl'llstlUll du direi·
to. a violencia rnstltuh\" (m-:hls4't:tndr) nao prt.'Ci!ia
~ ... )\ar iml'diatamc-nte presente no ro"trato·· Mas.
!i.'1n ~ Ii imediat;unerne preseflte, ela ai estS 5Ubs-
hturda (tJrrfrrtt'-II), rc~ntada pelo suplemcnto de
Z1 "NO-lot ...... .- ;. """ " •• 4.,'1 u ...... 0, nI , P. 110;
rroJ. Ir, p lit
•
'"
um substttuto. O~f.'Cimeflto da YIOJeroda originti
n.l se produz. se abri8~ e sc esrendo! r.essa dJ.jpmna,
no movimenlo que subsbtui a pr~n~.l (a pre5en~
ImroJata dol violfficia K:lcllufici~l como tal, em f;CU$
tr~ e em 9I'\J I"I<pfrito), ness. repn-senl.ltividade
difF'runlrd~_ A ~ de C'OnsoCnCiJI ,,30 act.im por
.lCidcnle,. nem , amnesia ronsccutNa. ~ e a pnSpna
~gl!ll\ da prest~a a representil\3a.ThI pib5agem
Forma 0 tr.Ijcto do dl"Clfnio, dOl dcgenl'rt'!!Ccncia inS
btucional. ~ tbjaJI Benjamin falava.. anlenoltnen-
Ie, de uma degener~nda (£Uhtl"fWtg) da viok'nda
origirWia.. {'Of" eu'11lpJo. a da ~iol(!~ polJciaJ n.1
monarqula absolutil que l'II' rorrompe n.lS democra-
cias modcrru5. E de ck-plOr.l a Vnfoll diI revolu~.1o
no ~po.'taculo p.1rlarncntar -Que ~pa~ a rons-
cl~nda des5.l pr~l1~a lat"'''! ... d~ vi("ll~l\(:io numa
institui~, elI!a ('ntOO peridita .. " 0 primclro excm·
pkl esrolludo ~ 0 dO!> parlamentos de entao. Se ('S-
1('5 dao urn espel.kuJo deplor.iveL e porquc es5aS
insbt~ Ic-p,esellbb\"i\5 ~cm a vioIiincia re-
~o/uaon.iria da qual nasreram. Na A1emanha, em
particula~ ela~ csqu~r.lm II. revolU(Ao abartada de
1919 EIa.~ percle/am I) 5enlido dOl violcncia funda
dor.! do direito, qUl' cst.i new replhelltada ('7h1ll!1l
frirlJ dtr Smn fur die rttfItseln'Tldf Gn.!ltlt. d~ m ihnfrl
~Im ist">') 0< parLunenlO$ \iVl:rn no t>SqU('
._"'S' .... , ........ ___ ......... .-..wtIoiuGt.
_ /K ....... _"',"-fI!I'" -Iht/,
"~.
C1m~to da VlOlenrn da qual na=m. Essa dene-
ga~lo amnesla n~o fl. ... eJa urna fraqueza f"'\iroI6gi-
ca,; ("iol sc inscre\'e no t.'St.:ltuto e na propria e!Ptruru-
na d{'SSCS parJamentos. ~ entao, em ~l. de chl."-
gar a dl'C15Oes romt'nsu'a\'t'is 0lI pfOpoRionliis a
t'S5;1 \'IO~ncia d o podCt', e dlgnas deLa, I."les pr.:rocam
a politica hip6crita do «mrpromis6c 0 OOIlCt'lto de
COfl'll'rorrusso, ol detu-JIl¢o dOl mh:inda aberta, 0 re-
curso II ""olenda dlssimulndil, pocrtell('rm IK'J cspfnro
dol vlolimcia,; a ~mcntahd3de da vlolo?ncia" (NImta-
""'" drr ~ff) qlK' Irnpocle a OC('ltar 0 conslr.:mgl-
mt'Ilto do act..oeOOrio, ao mesmo It'mpo pcUlI imjX'dir
o PlOT e dll.endo, com 0 SUSplJ"O do parlalTlnlb.J, que
nlo ~ t't'ltament(," 0 ideal e qut'. sem du\"!da. lena
sioo melhor de outra maneira,; mas que n5u Sl' po-
dia. jUlltamente, (<11.l'-'r de outra maneira.
o parlamentarismo ~Ii porlanlo. na vlolcnda
da aUlor!dade e na rmull('Ia ao ide;al. Ell." malogra n3
resolu~io dos oonllitos politiros pela pala".~ pel.!
dlSCUssJo, pela deliberao;:io nao violent3,- em swna.
pela 1.'>;('CU~ao da OCI1'lOC1'llCl.1 liberal. Dlan t(' do • de·
dillio dos p.ulamentos- (tkr~'erfall rff'T Parlan/mle).
l~jpmiJl consider .... erftleJ dos bolchevistolS I." dos
sindlcalisti15 30 mfSmo tempo pertinente (/1'rffi'ndt)
no ronjunloe ooicalmente destrutrm (~ich~).
Precisamos a~"0r3 inuoduzif UlTIII di>-ti ..... OOque,
um.a vez malS, aproXlma BentaJll-ln de certo Carl
Schmitt e da pelo rneoos urn sentido malll predso
.10 quI' rl()cila ser a ool'lfigul'3r;.1o hislool;a na qual5e
inscreviam todos e5!ol"!> JX"n<.amentos (rrl"~ Cl«CS
III H.-.;"A rv w
SI\U pago pcla AJemanha,. RepUblic. de Weimar. ai-
~ c impot~nda do "010"0 parWnt.-nlarismo, rnalogro
do panMmo, dlOI segUlnle da RcYoIl.I{io de Qulubro,
concorrmcia ('ntre as midias e 0 parlaml'Jltarismo,
l"IOYO'o dados do di,eito intemacional ek.). Entrrtal1-
to. par mals eslll'ito que sej<I 0 lidme inCOflt~"!>ltI"'"
com tal conluntIJra,. 0 akatl{'(' ~ dl!I('Ul"I05 C dos
sintoma:l quI' des apontam (e que t01mbi'm 530) nlo
II(' t'ltgOIlI ni5!lO, de m"neira nenllluna.lian~posj~i)e,
prudl"ntes pod<'m lomar 5u.a leiluril ainda mats 110,'·
c~~wna t' fL'CUnda em n~!iOS dt.ls. Sc- (I cnnlcudo
de S!.'U5 ('Xt'mplo5 privilegiados envelheceu urn peru
00, ~ ESque!'llas argultll'ntativus parerem m<;'feeer
hoje. ma.is do quE' nullCiI, interl"!lSC l' ~oJo
ACJbamos de vcr que, afina1, em sua nnSl'm
COII'ID ~ seu fim. I.'fTl sua fundayio e em sua conser
\a"lo, 0 dirl;'itQ i insepanh"el cia violencia, iml'<4.lIJ
ou rnC'diatA. J'f~nle ou repre,<,nlada. r,'i(l .. xclui
tocb n.io- "oli'ncia na climil1.'llO.30 d<:K ronRltos, como
~am05 5CT facilmentc !cntados a conchllr' ,'b
solutlllll(nie n50, Maso pcllSlmcnloda nJo \'ialcn
d" d.·,-,> 0''''0'<11.'1 II Old..,m do din~ihJ public.." Ben
I~mll"\ IK':roort.J na~ f('1~~0t>s nilo
viol('nlil~ l'ntw iI~
~ pn\Old.as. Um.a uruao scm violi'1"K1a (J:I"waltl,)
5t' t:miguug) ~ passivel em IOda parle onde a rulturil
do COflI~lo (drr "ultur dts 1117U11$) d.i aus homens
rneios puros ~il;,tndo a um acordo (Ubtrtmlulljl)-
"0) ~ ••• p 1""' ...... ".p"
III
lsso Slgmfica. q...e e preoso ficar nessa opo6i~:i1,) du
privado ao publico, pala proleger urn dominlo d('
ni(H"IO~nda? As ("I)!SaS csLlo Iongt' de ser SImples.
Oulr.lS partilhi1ll CUI1ttltuais ,oio delimitar. na pr6-
p. ia estera do politico,. reLil~30 da VIOIi'n<1. com a
nolO violi'ncra. Sena, por exemplo. na tr.1dl~;;:O de
Sorel au d~ MIlIl(. a distiru;io entre a greve ~I po-
lillca - violents, I' que cia quer f;Ubshtuir 0 F.sMdo
par urn oulTO r.slaoo (par I!XCmplo. aquela que (Ka"
bara de se anumial. como urn rdarnpago. 118 AIClIla·
nha) " a gl\"Ve gt'r.l1 proll'taflll, aqlX'La re\lohl~.1o que,
em ~zde fonal«\'l 0 btado, vi!.a a supruni-Io- as-
~im como ~ elimil\il<;~o dos ~soci6Iog()!;, dlZ &Ire!,
dos mund:anos amlgos das refol'mas soc:iars, dos 1.0
lelectuai5 qlK' abfll~aram a pmfissiio de pcn.'III' relo
prok'Ia~o".
UIT\i'I outra distin~.io pare«'" al.llda mars radK:ai
C IT\i'1I5 prOxima de uma CI1IIc.:1 da \"lOlena.a. eomo
meio. O:a opOe :a ordem d05 mei05, justa mente . .1
ordem d:a n/iJlIIjtsta¢o. Uma vez maJ5, t rala·~ exa-
lamente dOl violcna.a. dOl linguagem. mas tambem
do IIdvcnlo dOl n;io-violimcia atr.1ves de ceria lin-
guagem. A e~ncia d~ linguagem consiste em 8iS-
n~ cun!>Wrrao.ios como mncs de coml.lnicll~~O, 00
numa manifes-ta~iio quI.'" nio depende, au nao de·
Pl"" de ainda, d. comunk8{iio po!'5!gnos.lsto t" da
~I"\ltu,-a mciolfim'
Elenlamin pre'end .. plU\<lr que uma ehmrna~;l()
nao ~i(l!enlil ~ rooflilos e possh"Cl no mundo rn
\'3.do, quando nele rl'inam a cu!tura do cora~ao, a
cortesia cordial, a crnpatia. 0 amm pt'la paz., a con-
fian~ a ami2.ade. Entramos aqu l nurn dominio em
que, estamk> suspeJl5ll a rela~.io mel.Offim,. !.'Stamos
hdando com meios puros, de certa maneira.. meios
que exclucm a "olcnda. Os ronflilos entre os ho-
mens passam enlao pclas coisas (Sool('n), I' e unkft-
mente nessa rl'J~dO, ft mais ~realista~ ou mOIls ·col-
SlSta~, que So? abre 0 do,runio dos meiDS pums, isto
c, por exceienda, 0 da tknka A toknica e "5eU do-
minio mais proprio". Enquanto tknica. h~'cnica de
acordo cj"it 0 dialogo, a con'X.'TSol (UII/<!TIl!duugl sc-
ria 0 "=plo m~iS profundo" d~ "dominio mOIlS
proprio·".
en... como se reoonhere que a Yiolcnda elt.i eK-
duida da esfera pr ivada ou propria (rigl'lIllu:h~ Splra-
re)? A resposta de Benjamin pode ~urp!ffnder. A.
~sibilidade dessa nao·\1olencia ~ otC5tada p;!lo
(aro de que a mentira nao e ai punida, lampouco 0
logro (Brtmg). 0 direito romano e 0 antigo direito
germ.inico nao 05 sanclOoam (S50 confima, relo
mellOS. que alb'Uffia coi5.1 dOl vida pm'ada ou da iJl-
len~ao pcssoal esropa ~o espa(,'O do poder, do dll"Ci
to, dol violenCLl autoritaria. A mentira ~, aqui, 0
(>X(>mplo daquilo que escapa ~ vigrlanClol polfb<:o-ju-
rfdrco-polidal. Dt-sd", entao, considerar uma ment;
ra como um delito e sinal d(' dl'Cadencia: uma de-
lLo,._dt.p r'-1;~ h.r~
'"
cadencla e:ml em curro (14-TfoII;;pro.<lI'5S) quando 0 ro-
der do Estado pretende controlar a verdcidode des
discursos. chegando a 19norar os limitel entre a ('5-
fera propria do prtvado e 0 campo da COISa publica.
o direito modcmo perde confian~a em si pr6prio,
candena 0 logro nao por razOcs morais, mas por-
que Ierne as ~iolencias que ele poderia acarretar por
parte das vi'limas. Estas poderiam.. como desfona,
amea~ar a ordcm do direito_ ~ 0 mesmo mecanismo
que na conces~o do dire!lo de grew Trat.a:sc _5C~
pre de limitol a plor violcncia por outrn "olencta
Aquilo com que BenjamiII paft"«' sonhar e tuna a.,-
dem dOl niio-violenda que sublrai a ordcm do dl-
rello - portanto, 010 drreito de punir a mcntlra - nan
apenas as re1a~iics priva.das. mas ate mcsmo certas
rela~ publicas, como na grClo'C geral de que fOlia
Sorel. aquela que nao buscaria rl'fundar urn Estado
e urn novo dire!to; ou ainda. ~rtas rcla~Oes diplo-
malicas nas quais, de modo an.ll.ogo 010 das rela~Ocs
privadas, a.lguru> emoo,xadores resolvt'm os ronflitos
paaficamente I' scm tratad06. A arbitragem e, nesse
(iISO, nao violcnta, porque cia se s,1\la ~parn alem de
toda ordcm do direito e. portanto, da vioJilncia"".Ve-
rcmos, daqui a pooco. em que essa naa-\llOlcnoa n.1o
deixa de ter ceria afinidade com a p1lr.l viol~ncia.
Bcnjomm prop5e aqui uma analogia sobll'a qual
con vern dcrer-se um iru;lanlc, em particular perrque
32 0, <II. p. 1'15: I ..... f,. I'P 014-5.
'"
eJa £a:;e inter..,r (J CQO(:l'iIO ... ni~tko de dc:-;11Il() 0
que aconle«>riI So! UffiiI violenc1a hfPda ao destlno
(so:h,r/u.lllma'''S'' Gtwolll) I' utilizando meQ justos
(btrrchhxtr) se achassc num wnflito insoIu-. ... 1 com 05
6nsJust05 ~)? E is!.odl- tal wrte qot" f08ge nI.'"
reWriu encarm uma Ollila espOOt- do.> vIoImn" que,
rom rcla~lo ;\,quetes fins, n.lo fosse nem urn meio
jUShoc;lI.io, ncm urn mcio irlJustificado? Nem lneK) ju~+
hfkado, nem meto inju~tificado, de modo IndCCldf
vel, i5W ja nao 5('ria nem mesmG urn mcio, m;1.S tn
t'<lria nu ITIiII rcla~30 mUlTO d!\'ersa com <) par llU!'i<.>1
firn Tmarn05 de (rataI', ('nlao, com wna ~ioJilncia
mUlto dlferl'nt!'. Esla ja n.iu So! dtlUaria de1ernunar
no eipa~ aberto pela oposX;ao meiodim. ()ulosl.lo
ainda mais grave; dol excede ou desJoc;a a proble-
mtih~a InK'l.11 que Benjamin tinha cunstruido at ..
aqu~ rom respclto;j \'lolimoa do dueilo Essa prrole-
m.itx:a era intei'amenle romandada pelo ronct'uo d('
melo itn:cbemos, aqtJl, que h.:i CasQ5 em que, colo·
(ado em t('rmos Ii<' meioJlim, 0 problema de wmlO
fie,] lndecidivcl. Es5.l ultima indmdibiIUJa,w, que f! a
de lodOl:l ()'> problemas de di,e:iIO (Ullmts..·J1ndbarl.rn
aIItT' Rech/'I'robielllt), ~ alw: de uma expef\CnClJ sin
guidre de<;o.'ncoraiadora_ Parol onde 1r, quando se re-
ron~('u CS5.1 Indecidibibdade ineiut.iveP
Essa pergunta SI.' able, primcinllnente, pal. no
Ir.I ~o da lin~ p.arn um am dil m<'dJ.l
-;-40 e, poc-t.mto, dol linguagcm como SlgoD. 0 Signa e
aqUl ('fltendido, como §cmpR' em Bcn).1lTlil\. no sen-
lido ~ mN.i.a~.lo, como meio \'i$ilndo a urn fim_ A
questilo pare«', lfU('ialmenle, sem saida e. porl.lnlu.
sem eg.per.n~.1. Mas, no fundo do impasse, ~ de·
scspa an~ V\"S6Idr~JgUJt) pede declSOes de pen.
samento que OOIlCftT1("m n.lda menos do que.i ori·
gem da lingua&"m em sua R'~.io com a \~ . .!o
'IioI~nda do desllno (srlIic4slllhuftl' C.noal/) que <;('
ooloca acima da r.lzoo. e depois. ocima dess.J mesma
viollinda. 8 Deus urn outm, urn romplelJmente ou-
tro "funddrnento mfsllco dJ autoridade'
f\'ju e, certaJllente, aqude de Mo:>nta lgne ou de
Pascal. mas niiotJe.rcriolmos (onfiar mUlto!leS$Ol di!;-
landa. Eb l>;Ira que se abre, de certa manetr.l. aAus·
~tsJ/lSIUII do dnClto, tIS itUIlde leva 0 impasse do
direito.
Ha-.~ia uma analogla cnlre"a Indeadibilidado-
(UllmKrirndbllMI) de todos os problemall de direi-
IO~ e 0 que oltonhXc, pot outro lado. nas lingu.l8 nil!!
centes (m ">mkndrn Spruchcn), nas qUillS i Imp056i
vel uma dtXit;Ao (Erll$£hridung) dar.!, convincen!e,
determin.1nte, enlre 0 Justo e 0 f.\lso, 0 rom·to e 0
incorreto (rkhriw'fo{M'h)". E'llll C HpenilS uma ilnalo
gia proposta t7l passallt Mas poderiamos descnvol
vi·1a a p.1rhr d(' nut~ texlos de Benjamin sobre a
hnguag('m. ('!;pl'Cl.:Iimcnte ~A taler.. do lradutor"
(192)), e sobretudu !leU famoooo (,llSiUO d(' 1 'Jl b (rln-
co a~ lInte!>. iX'i'), ·Sobre a hnguagem em ger.JI e
n.
sobre alingu.agem humana- .Ambos quesbonam a
~ci;l originariamente comurucatw;l,. iSiO r, !Ie-
nuol6gkOl,lnrormatr.1I, .tptescntlm.-a, conllCOCional,
portanto '-" lIdol'Q da linguagem. Esta nio e urn
meio \'banda iI urn fun (uma
ooisa ou urn oonlC'Udo
signlfi~, ou urn dcstlnalario), au qual cia cleven ..
adequar'k CQrrct~mente. F3sa critica do ~igno era.
enl.lo, lambem politic,]; 01 conccp<Jo da li ngllab'em
como melo c como signa sen .. #burgucSil~ 0 h.'xto
de 111lt; define 0 pecado original como cssa queda
numa lingwgem de oomunica,:io ff\e\.b.:lla, na qual as
paJa~'['iI1>, lomadols rntlos. ind tam iI tagarebce (GI"-
schuoulz).A questiodo hem tdo rrW. dt-pois da ena
tlo, dePffi~ dess.. t.lgarehce. A moore do conheci
II'l('fIlo n.1o t'Sto\'a Ia par.! romCIX'1' ronhecimenlO$
!IObrt 0 /km e 0 Mal. mas como Signo sintomAitioo
(WOlhntidrm) do jull.Q (Gtrichl) la~.xIo sobA' aquo.>-
~ que pcrgunt.J. MEssa e.>:traordiruiri.:! ironia. condu!
Benjamin.. Ii 0 smal pt:'loqua[!"O:' reronhl!Ce a ongt"m
mflica do din:ito.· ..
P.ml a1em deSl!<l5implesanalogia.llmjamin qut-t,
porlanlo, pen~a£ IIqui uma finalld.lde. \lma justi,a
dOll fin~ que Iii nao ~tja ligada a possibilidilde do
direito, ~m todo ca!lO aquilo que se COt\('('be iiCmpn>
como unlvt'l'1I.tl17,,h'el A universal iza¢o do dll"('lto
e sua pfopna possibl1idadt>. ela esta analitic"m~ntr
inscrita no oonrelto de JU5b~a (GmrlrhgUit) M.u <)
que entia n.io se compreende e que e5§a univt'f
salid<lde esteja I'm contraw..;ao rom 0 prOprio Deu!\.
isto~, com aqucko que dead!> aoc:eml da leSJhmida-
de dos IDeIOS ~ d.J ;ustl~a dos fins 4ama d4 nuiliJ f'
~ <lrinl4 d4 IJIO/lnCl<l do distmil. ~ rder~oa
subita a Deus aClma da r..zao e da univcTS.lhdao;k,
para alem de uma npokie de AujkJiinmg do direito,
n30 e outra coiS<\, parl'Ce'me, ~nao uma refer~nda
iii ~Ingil landild~ \frcdutl",! de Cdda situa<,iio I:: 0 pen·
Solmento aud.xloso, t.io nl're!lSiino quanto ~nRoso,
daquilo que chamariam05 aqui de IlITUI justi~ sem
direito, um.a jU)~ para alem do direito (estill n;lo e
IIn1.1 exprt.'~."jo de Benjamin), ,"<lie tanto para a uni·
odadc do Ind ... idlJ() quanto para 0 JlO''O e a lingua,;
em uma sO p.:11Jvn. para a lust6na.
nua f;mor OV\'U' (.'SA ·run'i.lO n.io mediatl da W)·
h?ncia'" I.' da autoridade em gt.'raJ. Blmjamin lofT\,'l
ainda 0 c"emplo da linb'Uilgem cotidiana,. como !Ie
o;e trntd9S(' apenas dc uma analopa De fato, pill'cee·
me quI' t~m('>ll aI a vcrdadctrn moLa, e 0 proprio 111
gar da dCClSiio. Ser,s por acaso, e S('m reLa~jo com
~ figura de DeUll. que Benjamin fata enlJo da el<
perio?nci3 da co/ml, l':;:;e elremplo de uma manif ... '!;·
ta.;ao co,,,,jlh:orada imediala, t'Slranha II toda cone·
la(at) ... nll\" 01('10 I.' hm 7 S<>r.i por acaso que ell.' 1011\11
n. . r;- ..... __ r ..... .,.. ...,G«ooIt",. '" P 11I'I ... .o.l
lr , p46.
""
iUIO' ()f lfl
o tM!rnplo da cOlt-r'!' par') moMrM que, antes de!iel
mediao;io, II hnguagem e n-.anil'<'Sta.;30. epifania. pura
apn:tK'ntil~.i:o? A explosJo da v101cncia, oa (611.'1.1,
nio 5('na urn mao vis.lndo a um Hm; \'Ia nlo tCnb
QUiTO obJCIivQ somao mustra! e mostrnr 11 51 mesma.
Dro:crnos a Benjamm a respvruJabilidade desse 001\-
~ito: , manifl'Sla¢o de 8" a m~nifesta,;io de certa
fOlm'!' destntcressada. im('dl.ltae Soem cilrulo da cO-
11'1'i'1.0 que lhe Importa e"rna manift'Stao;ao vi~n·
la da "iol~ncia, que se mQIIlnl a~~lm cia me5ffia, e
que !YO 5('Jil meM) com VI'IliI' II urn fim. Tal SC'ria II
vlolilnda mitica como mamfesta~ao do!; deuses.
Aqui come.;;a 0 ultima scqilencia. II mOllS enig'
ma.lica, II mais fascmanle e II lnais profunda des1M.'
texto ~: prniso Ikostacal,. o<"ic, pdo men05 dois Ira
~os pol urn lado, uma tNrw!.'! ambigiiidadl> C11CO
p<'IIftk;l. a que n'fiete, roo fundo. Q terror que fonna
t'fumwnente 0 tE1l\a do ~ por outro bdo, II ins-
tabiWade ~p\ar de W\1 ~"Statulo e de sua ilS"ina
lura. i.>Tlfim daquilo que v.xk IT\(' pcnnitiriochamar
~ ('Or.l~o 01,1 roragern de urn peru;amento qll<! saoo
niio havl'1 Juste:za e Ju~h,a e responsabilldadc scnJ,\,J
cxpondo.sc a todos 05 rilICO!i, par.a a~ da cert('la e
da boa (l)Ilsaencia.
:-.10 MUndO grego. a mamfest.,~io dOl vialrneJa
dl~1niI, 50Jb ,ua fo,"", mftica. funda urn dlll'l.\O mai~
doque 0 .plica. a ~ de f<J~. tn.1;S do que ~mfo~
rr" um dire,ta exJ5tffile, Wst.ibwodo as rerompen!>as
e ~ ca'ltlgos. Nao e UIN juSt~a distributiva ou re-
"""'" oc_ m
tributiva. BmjalTUJ'l ~ a \end..1 de Niob.', de Apo
10 e de ArlernfsJiI.,. de Plornetcu. Como lie trata de
fundal urn dll'elto novo. a viol~no.l que w:ai sabre
Niobe vern. ponant.." do deshno. e- dcstino 56
pode J;er inceno e ambfguo (zwtid~IIS>, J' que ele
nio I: pn"C'l'dido nem rq;uJado par IIl;'llhum d,reito
anterior. superior ou ~ente. Fundadora.. essa
viol~ncia l'IaO i ·propriameTlte deslJUtiva~ (nptbdr
WSlOrtlld), ;a q~ ela Tl'Spe!ta. por eJ<empio. a vida
da m.le. no momenta em que provoat a mortesan-
grenta dos filh06 de t-:iobe-". Ma~ o'SSil alusao BO
sangue dl;'namado c, aqui. discriminal6na.. Somente
ela pan.'<:1;' V"lnlitir, aos oIhos de Bcnjamlll, identifi-
car a funda~ mitiCl e \'iolerota do dlrello no mundo
grego. para diStlllgUl-la w vioI~rda dl\ina no judais·
rna. Qs exemplos deza ambigiiicbdc (ZRri'h1lgit1t)
mulbplicam·se, a palavra yoll' ao rn<'OOS quatrO Y('.
ZIE'!i; hj, assim. UIN ambigi.;cWie "dcmorUioca" ne56iI
instaura~;W mltx:iI do diMto que ~. ('ffi seu principiO
fundamenlal urna potincia (Madrl). urna fur~ Umil
~.io de .utoridade e porlanlo, como s~re 0
prOprio Sore l. que ~njamin p~re<:e aqui apro ... ar.
urn privilcglo dos rci5, dos gr.andese dos poderosos:
na origt'01. tode direito e urn pnvi/.'glo, urna prerl'O
ptiya' NCS$C mornento origiflilno e mitico. aind"
lIo. 0, , •. p 197; ...... fro "" ..,.,
37 .......... ~ .... II«Iroo ".,.. _ ... u.., .....
~. K-o .. MILIIrt""..-... · 0, <11_" 1 .... ""'" .... pp ...
nlo hil jusli<a dis tribuliva, n30 M castigo au pcna
massomenlc ~expia<30- (S~htle), mais do que "re-
trlbui,aow
A ~ vi<llencia do mythos grego, Benjamin opI'Ie,
~ pee tra<;o, a violmcia de Deus. De todos os pon-
tos de vista.. !liz ele, cia e 0 rontnirio daquela. Em vel
de fundar 0 direlto, cia 0 destrOi. Em vez de coJocar
limitcs e fronteiras, ela os aniquila_ Em vel de indu-
zir, ao me;mo tempo, 0 eITO e a cxpia~.1o, cia faz ex-
piar. Em vel de amea,ar, ela fulmil\ol. Sobrctudo, e
isso seria 0 essenciaL em vel de fazer morrer pelo
sangue, mala canula SI'm ifu5Ao til songue 0 sangue
£aria tOlla a direren~a. A interprela~ao desse pensa-
mento do sangue e tao perturbadora. apesar de eer-
t.l5 dissonoincia5, em Benjamin como em ~~
o sangue e 0 sfmbo!o dol 'ida, diz ele, da vida pura
e slmplC!l, da Vida como tal (das SymboJ d~ blossrn
ubclls)"". Ora. farendo escorrcr 0 sangue, a ~iolen
cia mitol6gica do direilo se e~erce cm S('ll proprio
favor (urn ihffr 5(/b!;twilJen) oontTa a vida pum e sim-
ples (dIU biOS$(' L.tben), que ela fa~ sangrar, permane-
cendo predsamente na ordem da vida do vivo como
tal. n-Io mnmrio, a violimti.1 pUr.!mente divina (iu-
dalca) se Cliffi:(' sabre tada uda, mas em pTO\~to ou
em (aVO( do vivo (ilber alles L'bm WII dl'S lLbmdzgen
Wlllrn) Fbr outras palavrilS, a violCncta mitol6gica do
ill 0,. '"". p. 10>;1. tr""- fro P 'n
dircilo satisfaz-se nela mesma,. an sacrificar 0 \'\vo,
enquilllto a \wJencia divina sacrifica a \/Ida para sal-
vat" (I vivo, em favor do vivo. Nos dois casos. M sa-
crifido, mas no caso em que 0 sangue ~ exlgido 0
vi\"O nao e rcspellado. Oaf a singular conclusiio de
Benjamin, a quem deixo, uma ve~ mais, a responsa-
bilidade dest.l inte!prct~iio, ern particular desta m-
le!preta~.io do Judaismo: "A primm (a violCnti.1
mitol6gica do dircito) eicio"" /.fordm) 0 saaifioo, 3 sc-
gunda (3 violencia divina) oaceila, oassume (mmmt
SIC ~,,).~ Em 1000 caso, essa violencla d,vina, que n1l0
!leria somente aleslada pcla religilo mas taml:lem na
vida prescnte ou nas IT1l1nifcsta<6es do sagrado, ani-
quila talve~ os bens., a vida, 0 din'ito, 0 fundamento
do direito etc.,
111.,)S cia nao alsea jamais, para des-
trui-Ia, a alma do vivo (dk Sffie dd I...ebendigm). Ibr
consegulnte, nao temos 0 direito de conduir que a
viol~nda divina. deixa 0 campo livre par.! lodos os
mJTlC"!l humanos. 0 "n.in IT1l1taris· permanece COIllQ
um imperativo absoluto, dcsde que 0 principio da
mais de~tT\Jidora violcncia divina ordt>na 0 respeito
ao vivo, para alcm do direilo. para alem do julga-
mento. Fbts esse imperatil'O nao e seguido de ne-
nhum jufzo. Ell' niio fornere nenhum crih~no para
lu!gar. Noo poderiamos vaJer-nos dele para conde-
nar automabcamente loda rondena{.io ~ morte 0
indivfduo au a comunidadc dcvem guardar a -res-
ponsabilidade w (cuja. condi~ao e s au~ncia de aite·
0115 gerais e de regrilll lIulomaticas) de ~nur Stu
decis.io I'm Sltua¢es ~ em casos exlI1\O{'
dinarios au io&III05 (m Il1IgrMuFm filkJI). Ai reside,
pilr.I 6eojaQlII\, ;a~1\Cla do judaismo. que ~ rt'Qi-
saria t'l<1'rt'8:S;lmente.l condcnar 0 ,155a5!-1I1alO em
ellso d~ l~wtUl\il dt'fe-<.a. I' que, segundo cle. s;)crab
Zil4 vida • tal ponto <JI.K' ccrtO!i pen:'IJdore<; I!SIC'ndem
essa !lil(l"ali;ea~;io para alem do homl'm. at~ 1"13ntmal
ou 0 vegetal.
MilS 5<'oa occCS5.irio ilgw;M ate 0 e~lremo 0 que
fl.Mljamm cntende. aqui,. par saaalidade do 00mem.
da vida. ou fTl('lhor, do iJIrseln humano. E1~ ~ mao
nifesta \'Igorosamentc contra toda sacral i:til~u da
vida poi" ria morna, da vid.! natural. do simples fato
~ ~iv .. r Comcnlando Iong;uncntc a frase de Kurt
tiiller. segundo. qual ~ainda mais allo do que 3 fe
bodildc e a JU5I~ de uma exi5l~ (Lbst-/II), Sltua
5e a propria exislmaa·, Benjamm julga fa\s.a c ig
n-6b113 proposta de que 0 sUnples Dosi'", §'crill !lU.1S
elcvado do qlK' a iJascUllusto (Gis gemh~ Dustlll),
w entendl'rl'llQ<; por ~n a simples fato de viV('f.
E. anotanda ao me~mo tempo que 05 tcrmos Oascm
e VIda penllBne«m muito ambfguos. I'le lulga 30
rontrario a mesilla plOposil:iio. por mals ambl"/liui!
que se;a. plellil de uma poderosa verdadc (Rtwu111l1"
Io\'IIhrlltlf). 5e cola quL'I dizet" que 0 niio-ser do nonwm
S('fia illnf:U mais tcrm"t'l quco a n.io-5ef ainda do ho--
ffi('m ju>IO. pura e simpk!smcnte, dco modo ItlCQndi·
DOI'lal. fur oulras pa!3\'r.ls, 0) que constitui 0 valor do
oonwm. de teU Das.nn c de sua..-ida. e contoY a po
lenc,ahd.1dc, a poesibilidade da ju~. a futuro d3
ju~. a futuro de !leU tcr-~r-jU5lu_ 0 quell ~
grade I'm ~UiI \"lda nio I sua vida.. mas II justi", de
sua vida.. Mcsmo que os ftnima.is E" as planta!l los
scm ~grados. n30 0 5CIlam par sua simple!! vida, di;(
Benjamin. E.ssa critlca do \,taJlSmo ou do biologis·
mo, Sf.' ela S(' assemclh~ tambCm ~ de ccrto H~ideg.
gcr, e Sf.' lembra propastas hegclianas, apa,.!C~ aqui
como 0 d~tt,l.f de um~ tradi~ao )udaJ('a. E cIa 0
Lu em nome dol vida, do m.n5 vivo d.J \-ida.. do ~
dOl VIda quI.' valt: nuusdo que 01. VIda (pura c sunpl..'II,
9i' tal ooisa t'Xi5k e 51' podemos cham.i Iii dE" natural
e biol6gica), mas que \.uc maJ5 do que 01. "id.l por_
que I'U ~ a prOpria vida enquanlo preferivel. ,\ ~ida
para al~m dOl vida... vida contra a \"lda, rna, ~mpl1.'
na vid3 co pela Vida". Em raUu desa amblguldiltK-
dos ooncCitOS de VI<1a I' do.> Vilsnn. Benjamin i: 0:10
mesmo t('mpo alralda c relicente diante do dognl.l
:w. r ............ I", ... k ••• 01 qt>t d.o ... .,. ................ P"'"""" ........
.. a ~ ........ ..,...,_ .... I(Ip:.t IlpoaI c '''00'' 'Ik Eo ...... 100
.. a .......... lo<oop •• , .... I<o .... _~ ... poolo_._
-~ .... -"- ........................ -. ............
_poodo .... ~ __ ...... __ ; ".so,..-._
,...... .. ~~~ ...... ,..·· ....... F='......... . .....
=. ,... .. 10 ............... ~11. __ ~ ............
_o»".. ...... .,~.so.o.t. ........ ..,_a __ r..-
" ... ;.1" _ ........ ~_; , .. "' __ .... ' __
... -.t.>.a. .. """""' .... O'I'oI_.r_."""'.,.. ,.\ ••
I ..
que afirma 0 catiter sagr.ldo da vida,. romo ,ida na-
turaL pura e Simples. A origem desse dogrN mera:e
uma pcsquisa. .anota Bcn}affiln, que est~ ~to a
~ ne\e a resp<l$I:3. relab, .. menle modem.t c nostil-
giC'3 do Qcide!lle iro perda do 5agrado.
Qual f 0 ultimo e mals provocador paradoxo
dessa critica da VIOJencia? Aqucle qued' mals II pen-
SOlI? r ~ essa mtKa se apresent.l romoa ul'Iica '"fi-
1osofia· da histOria (a pala~ "filosoIia· permane-
rendo enln upas inesquedveis) ~ lome poesivel
lima ailiude olio arenas '"mlica· mas, no fioCntido
l'I'Uis crftioo e dt.l<:rftico d~ palavra .. cribca·, do kri -
Mil, lima alitude que pemuta escolher (kriMlII),
ptttartto <ktidir e resoh'\'f na hist6ria e a lo!Speito
da hist6ria. £ a Unica que penni'" uma relac;lio rom
o tempo presentt', anoia Benl,lmi", uma lomada de
decis30 discriminantC'. detlll6N e decisiva (sd1~dm
Ik lind rnr.;clmtknrlt f.i1l5ttllllng). Toda a indecidibili-
dade (UIlt'J!lrlridba,,b'II) eslJ. Situada. bloqlH'ada,
Kumulada no Jadodo dirl"llO, da Vlolenda mrlol6-
gica. isla e, fundadora e conservadorol do direilo.
TOOa II deddibilidalk, aD CI)t1trmo, se situa no !ado
da violenc:ia divina. que dt'Str6i 0 diu·ito. poderia-
mos mesmo arriscarditc1' qut dcs<'onstrOl 0 direlto.
Di1.tr que looa dtClchbl1id.ule se acha no lado dOl
\'lOlenaa di\ma. que destr6i ou dnconstrOi Il direi-
10, e dizer pelo menus duas OOUIM;
1 Que a ttist6ria esl..i do lado dessa violCnaa di-
\ma,. e a hist6N precisarrK-ntt por opostoI;.io MI mlto;
'"
~ por isllO que ~ tr.llil de uma -mosofia- da hlll16
ria e que BenjallUn faJ; ilpelo a uma -nO'o'3 era his
16r1ca-" que de\.~ seguir ao tim do rejoo mitko, a
inte~ do cin:ulo !Mgiro das furma:s miheu do
direlto, a aboll~lio da Sllllltsgnvall, dOl \'1ol@ncia, do
poder ou da aUlotidlide do Estado. Essa nova era hIS
l6rica !iena um.1 nova era polibCII.. rom a comli<;io de
n30 se Iigar a poIirica oliO est.ltal, como 0 fad. pelo
conlnirio. lelro!opcamenle, urn Schmitt piX ~
plo, mesmo que ele se exima de c()I'\fundir os dais
2. ~ tocla a dcddibUidade se encontr.l coneen-
trada do lado cia Vlolmcia divinl., na lradir;.io jud.:llc ....
i!I8O viriII. ronfirm.lndo- 0. dar lIffilido au eopet.iculo
ofereddo pela histona do direilo. Esta ~ desco",
tr6i por eta meslNl e 5e paralisa na Indecidibilidade
Com cietto, 0 que Benjamin chama de ·dialbka c\os
altos c baIXos"", Oil Vioh~ncia hmdadoril ou conser-
vador.!. dodlI'eltO, oon5litui uma ~io n.J. qual a
vIoli:'OCia oonsenOldora ~ eM"lcer constantemente
iii -repressiio d.lS coo.lr.I vioI&-.das hoslis- Ora. essa
repr<"5sdO - c 0 dir'eito, iI inShtUI~30 juridica e ~
scnclolmente rl:'pressiva. desse ponlo de Vista - nAo
cessa. de enfraqucccr a violendo fundador.l que cia
repre!i('Tlta. Eb 5C dCSlr6i, portanto, par ela 1Tl('S"",-
no CUBO dessc cido. R:lis aqui Benjamin reconhl"C(',
de rerto modo e imphCltamente, .quela lei dc ilero
-to. .r....--~ ldoIItt - 0,. <II • p.1II2, trod. 11.. P '14
,,-(,~_,,! "", . ..IN-. o,,.. P 102;-'''. , :n
'"
bilidade que faz rom que a violenaa fundaOOr'] cos-
tqil !l('ffipre representadio numlt vioIfficia COruJel'Vll-
doroa, que n:'JlI!le ~mpre iI tradj~io de sua origt"m e
que sO conserva. enfim, uma funda<;;30 desbnada pri
meirament .. II 5er repelida. OOn:lervada. rernstituida
Benjamin dU. que II violl1ncia fundadora e ~repr .. •
senlJda· (~bcrt) na VJOI~ncia COnservadOl1l.
Se pensissemos agora tel esdarecido .. inter
prt'tado t'Orret.ama1te 0 lexlO <k Berqamin. !ie\J que·
Il'f d!~(>f. opoodo de modo donlivcL de um ~ •
dcadlbrlidade da \'IOI~ncia dlvina,. revolucloNiru.
hi~16ri<a. antiestalaJ, antiluridreil c do Dutro lado a
Indecidibilidade da vioJencia milica do diretto, Nla-
rfamos dcddlndodt>prl'S6a ck-mais e nOO compreen-
deri.lmoo a f~ dessoe texto. rbiS, em SIlas u]ttmas
linhas. urn novoato do dr,una lie de5enrola,. ou urn
C'O"P tk IMfIt'l' aeem do qual eu nio juraria que nio
I'StIVCSoS(' premedit.wo ckosde
a abertur. das COI1I-
NS. 0 que diz,. de fatD, Benpmm? Be fa.la pnntffliI
IJlI;'nt .. rro COfIdicionlll da ~vioIencia revoIlXion:iria"
(rroo/II/Wllarr Gtu.'<III): ~Sl'., pant alem do direilO, a
viol1"ncia vi! seu estatuto garanUdo como violo1ncia
purn e imedlata. ISSO pfOl.Olr.i enLio que a YioIenCLl I'('
vullIC'iooaria e possiveL Saberi(llT'105 entao, mas e: urn
condicional 0 que e essa violenda revolucion4ria,
CUjO nome e 0 cia mais pur~ mallifesta{~ da \'10.
leno.a entre IllS homcl\!I".
'"
Mas por que esse enunciado est' no romhcio-
naP Seria e\c somente plO'o'l!lOr'IO e rontmgente? Ab-
soruMmente Mo.1\lis II dectS30 (&!I:It:htUhmg) a esse
reo>peito, 8 decisiio detcnninanh.', a que penrute co-
nhect'r OU ll'Conhecer tal vlolblcta p1Jra e ft'VIJlucio-
nAria ccmo 1(.1/, e urna d.easao 'MCf"S6h:f'1 (.10 IIOm~m
Enfrentam08 aqui umaoutr.l indecidibillclade. E me-
Ihor diM m atmso esta ltitSC eM! Benpmin:
Mu nio ~. para OJ honv:'N. nem igW.lment ..
~,,",,~Ie"rp~~quando" ......
v\oIil\(\a pur. foi efeti~~ num (a$(> d",O'I11tinoI<Io."
1$0 SC' dcve 3 e5seru:ia da violemia divina, 80
SC'u poder e i rrua juSlIVl. A violencia divil1a f.: a mOilS
justa •• mais ('funva,. a mllis hist6rk .. , a mai5 revolu-
ciOnoina. a m.lllIi deddivel e • mllis decis6ria Ma<".
("OfTII) tiL eta nio foe prest,] 3 neMuma detemun3t;30
humaNl,. a f"K'nhum ronlwcimento au ·cme-a · de-
cidivd de rKIS5a parte Nunca 3 conh«emos nela
mesma. ·como la'·, mas somentt em Sl'tMI·ere,t05·.
Seu, efeitos sao ·rncomparriw1li· Elcs n50 se pre5-
tam 0 nenhuma gt.'lIeralidade cnnre,tuaL a nenhum
jufrodeterminanle. 56 h.i .:ertexa (Grwissltril) ou ro
n~nlo detemunante no dominic da \lolenaa
mitlc ... iSlo e, do din'ito, ;5tO E. dOl mdecidibilidade
u -".,.. ,_ ...pod!..do""'*"... .... ~ .. .,.,. ........
~""hr , .• , ~_..-~ ... _lat_ .... , ...... _
__ - Oto· ttl.. "" lOll.lnol If. P. l&.
'"
hist6riat. ·50 a viol&lcia milka. e nio a violenda di-
vina - diz Benjamin -, se deixa oollhccer como lal,
oom rerteza. a menos que nao ~ja em $ellS efeitos
inrompar~Vl'ls.·
f'ara e;quemataar: havcrla duas violincias, duas
Gnmltnr CDIl('()TT('nles- de urn lado, a deds.lo Ousta.
htstOO~ politJo;a ~c.), a juSb\a para IIIfflt do dire!to
e do Estado, "1M scm rotlhiomfTIlO d«ldfrJd; dOl ou-
tro, h<ll.'Cria conhl'<:imenlo deddlvl'l c ('I,'lleza" nurn
dominio qu~ pcrmanece ts'r'ljlum}mnlf~ II do inded-
dit.~I, do dlrel lo mltico e do Estado. DI! urn lado, a
0005;\0 sem (.'l'rtl:'1:a deadivel. do outro, a Cftteza do
Indeocidi\'el, mas SoI'm dl,>cisio_ De qualquer mooo,
sob uma ou OUlnll funna.. 0 indeodi~l eslll nos dais
lados. e e a oondl(30 violenta do conhecimento ou
da a~.io. Mas (ooheeimento e ;)~30 ('Sllio sempre
dlsooctados
IWguntas: aquilo que !Ie cham.a no smgulaJ; se i
que M urna e afX'1\3S UI'lIi1, de dcsronstru~io, e isla
au aquilo? Ou Olinda outra ooisa. ou oulr.!. COIS.l en-
(im' Se oontlannO!l no esquema bcnjilminiano, 0
discurso desconMrutwo 9Obn> 0 indeddi\'cl ~ mais
judairo (au juda}ro-clisLio-iswmiro) ou rnais grego?
Mais rcligiO!lO, rnais mitko ou mais liI~fico? Se n50
respondoa pcrguolasdessa forma, n.loi! apmas poI-
que nao t'5tou seguro de que a1gocomoa desrons
t~ no SII18ULu, exislll 00 ~a possivcl. £ tambbn
porque acredito que os d lscursos cIe9construtivos,
lais como sc aprcsenlam em sua irredllrivel plura-
hdadc, participam de modo IIl1puro, conlaminantc,.
'"
oegooado, baslardo e ~iolcnto a looas e35aS filia~
_ digamos judcu-gregas, para ganhar tempo da
deCldo I' do indeddivel. E dcpoi!l, que 0 Judeu I' °
He~ Ialvez niio Soejam exatarnenle aquilo de que
Benjilmln quer nos con\~nct'l'. E enfun. para aquila
que resta poor vii <b desconstru~o, aO't'dito que em
SIlas \'CI3S oorre lamb&n. lalvel scm filiao;lo, urn san-
gue bern diFel\'nle ou melhor, \lmll ooisa bern dife-
rente do sanguc,. mesmo do 5.lngue mais fr.I tcmal".
[).zendo poUi adeus OIl ate logo a I!t>njamln, dci-
lW Ihe enlretanlO a ,jlbm.a paliIVTa Debo que I'll'
;as;sinc, sc olIO mcnos pudcr fm-Jo. £ prea$Oscmpre
que ° outro a!>SlOe, e r !It'mpre 0 outro que as!iUla
poc ull1mo_ Em oulr,U palavras, antes.
Em suas ultimu hnhM, logu anl~s de a~inlll;
Benjamin usa, alias, a pala\ora ~baslardo·. e.. em
suma, ill defini~o do milO, pollan to, da violeneia
fundadora do direilO. 0 dlTelto milico. poderiamos
dl?er, a fie<.:Io JuridicI. f urna vio"'ndll qlle teria
·abaslardado· (!la5l11mlnk) as ~fonn.as elemas dOl
\ftOiencia dlvioa pura~. 0 milo abastardOU;l VIOlen-
cia divil1.3 com 0 direitu (mit d= R«ht). Mau casa-
mento, gcnealDgla lmpura: nao a rnist\lra dos san-
gues. mas a baslardJa, que aHnal ted cri.ldo urn di-
rellO que f.u COm'r 5.lngue e pOlgar rom 05.lngue
M c+ • ___ -.... .......... ".....dc
""""_ !~I<' ." .. _~ __ toI __ ..........
.. "'l"l~ ..... '"" ~ "'" ~"'"","'rIo ~
....... .-... ... _ .. ~ ___ "' ... ,......"oq"llo;o ..... ""'·
)on'IIn_dc OJ Or 1,1 .~"'~ .. 1:I00I> ..... !." 88 .......
F..m seguida, logo depois de let assumkJo iI rn;-
ponsabWdade desa in~I"eta\.10 do 8JCSO ~ do ju
dell, Benjamin _ina Be rala de modo av.iliiidor,
precrtl:JvQ t' nilo collSlatNo, como se faz cadi! vel
que se ilS6iNl. Duas fr~ t'~ iIIlunc\ilm qu.t1S
Ikvcm seT as pabllr.lS de ordcm, 0 que dtvt ~ frilo,
o que Iltt¥' $('r l?}t1t.ldo, 0 mal OIl a perverSld;)lje da
qUllo que dcvc 5('r re)t'ltado (Wru.'lTJ!idt):
Mulil"Vese rejeuar (\Itrw<'rfI1dt ~/:w'T) IOda ,i0
t~ncia mitK:-,. ",oIenaa fund.ldora do dlrel!!)' que
podt'mo;, mamu- d,. V10lenQil ~nk (JcfI1I11tn
drl_ Dew-.... ~t~J tambo;m (Vmm1Id AIIdt)a VIO
li'flCiil ro~ du du-mo. a >io\maa goo.'t'INda
IjJIt lIaR"j_ C-zt) 'I ..... ~t.i • ,"",u Hr\~_
Depois, s.io as ulhmas palil"r~, iI ultima frasf
Como 0 chota.. dol tarde, mas na \'!$pct'iI de uma
ora~Ao que niio §(> OlIve mais. Que n.io 0 ouo;-amos
mais ou que nao 0 ou~amos :linda. que dtfere~iI
i9S0 faz'
CS5.1 ultima mcnsagcm assina, (' ocm pertQ do
prennme d\' }l.enlamin. VI.'altcr MilS ela nomda ldm
~m a as51n.1tura.a Ulsignia e 0<;('10, JlOffi('Ja 0 nome,
\' aquill,l que 5(' chama -di .. WIlftmdt-' .
U. 0.."."" ........ ~ ........... ~_ ""..,,- 1O, .. do
_~ .... _ II·-I<>do-.... ...... ,...-_
_ ._._ ................. __ w.o"" ............ .
~.,_ ....... _ ... _d.i'- ............ _._ .. _
do _ ...... _
Mas quem ilS51N? I: Deus. 0 AbsoIur.llnente
OutlO, como sempr\'.A \ioIencia dhirnt le1"a 1'1\"<."-
dido mas. IMnbefl\, dDdo todos os prmomes, Dcu. ~
o no~ d~ ,'K)]cnoa pura - e JUSta por ~l\Cla.
nito h.i out~ nao hi nenhwna iIIlt~ dela e diantt
da qual ela tenha de So! justitkar_ Autondilde. iUllh
~a, podcr e vlOlilno~ ~Je 5C unem.
o outru kmpre assina, eis 0 que assina, lal-
vel.. l"!!Se ('n~alo ~ns.ljo de .1Ssinatura que!K' arre-
bal~ em sua ~~rdade. ~ saber. que 0 outro !K'mpre
assinll. 0 a~lut~menle outro, e tado OU!ro e ab
901uta,n\,nte outro_ £ 0 que chamamos de Deus.
nao, 0 que Sl" cham~ Dew; qu~ndo. n{'("l"Ssana-
meTlte, ell' IlSSI1\.;1 em meu lugar. mesmo quando
acredi lO nomd-Io INus ~ 0 oomt dessa m~toni·
mI. ab<;olula, 0 que eb nomeia de!;locando os no·
me5, a subslllUl~jo e 0 que Ii subslllUido nesS;)
subslitui("ao MI~ m~mo do nomt', desde 0 pre-
"ome:
EtI. 4 .. "",..to.o 6f .... ~ --...-..,.'.'1 •• • r_ ~ .w-
~ d, dl_1o,I lin '""Ift~I.". "" p.-.torm.o'i'l> ~'I"" "'I .... .
........ ).A p<>WI> t • .... 1>1'" ........ '1'<10 """,... p....:io<o .................. '0
d. _ .... ut.1 "'-........... r "'" ""II_.IoooiuIO ..... ',>go" Mo ~
....s.. ... ,""O C"""'~ _, ........... iaI...-:ou ......... "" I""ft
apoI_ .......... ~._ .... , ... ~ G«<1ot. pd..~ .....
.. "'""< ... Nf .. ·-.""_ ... __ ~ __ '-rn
.lIo-pa<Io IE. 00. ... ""' ................. ~ ...... ~ ......
__ ................. '..-11019911<10 __ ... ,.
eM. KIInodL '\.'''''11''' .... .--.. Ie _ La _do _
..........
II> _. U ,.. ...... rn' ............... patG.llo .....
~.ru, ItI&.)
'"
w Vir giittlj~ Gmoalt, ~ 111518'111"" und S~
grI. nkmals """ttl llei1i!w \.tJllsrnrbmg 1st. rrutg d~
1nI111'ndl htlWII~: -A \1Olencia divina. qlR' e in5ignia
e sclo, nunCi mew de ~.io sagr.ld.1. pode ser
ctwnad.:! de soberana (dw waltmdr htls.sm):
EIa pode 51e1"chamad.:! de - a soberana. Em segre-
do. Soberana ~Io fato de !Ie (hamar e de S!'I" chama
d3.l1i ande sobt'rrm.m1ente cia se chama. ELl !Ill" no-
m~ia, Soberana e a potencia violcnta dcsS<l 9pela~io
Oflginil.ria. I'rivilegio absoluto, prcrrogallVil mfinlla
A pn:'!rrogativo f()lll('C{! a condi~io d~ toda apela~io_
Ela niio d~ mai5 IIlIda, cia se chama portanlo em si·
Jllncio. Somente rrssoa, ent.io, 0 nome, a pura noml
~30 do nome antell do nome. A prenomin~iio
do nome, eis II rustl~ em set.! podcr irlfinito. EIa co·
~ e lermina na assinatur.l.
Na mats singular. na mlri5 impr01:.h'rl d3S ass;
natur.'l\, na soberana. Na mais S<"CI\'ta. tambim:,.;I-
bl!tatUI qlW dl.."'IT, par.! quem Solbc ler, 5!"crCta. QuIT
dlltf'. iSlO e (hm5I) chama, conVlda. nomei.:l, ('ode
~a. ('Tldcrt\<l-sc
P:l.ra quem pOOl' ler, cruundo logo 0 nome do
oulro
.... ra quem recebe a for~a de d~br, mas como
lOll, man t ... ndo aS5im intacta II indeo1rabilidade de
\1m sclo, a sober-ma e ok! outr.!.
Es6t tsl17mho law I darudo. rOOD 1lSIl111D1II1lI Ida-
tad(l, mt5mQ t I.P/w: (linda mais ~ riA ~ II'ISI'TI' tnl"
tIIIrios /IIO!!Irs tJt Dftis, t 56 tlSI1ina prmndrnd(l dtixa:! qUt
(I pr6pno Dn.Is /WI,.... ~ ~ taJn I daliJdo tl2S5lnado
(WoII", 192JJ. I!'?!IOS tlpt1UlS ImI dimw /,mitmia a 00I'I-
DOOf-/(I ""'"' Il:sltmlulha do II/JlISItIO tm 8"'01 (quI' um-
da "Q(I" h"ha d,sotlltvltndo roroo tal), I'I'nn das I'I'OMS
fomlllS Me l155wmldQ! ptfo IIIo:'ISmo t (I OI'l'II-$I',,"I1$mo.
artt insq:u~$, e aifuUJ mmos do -so1w¢a finnl"' n40
OpCtUU porqllf' 0 pw)tlo t II ex"tc"II(li(l da "wlu¢o fitlur
$Ib ainda ma" tamiOll, t IfIt§mo po5/t'no~ a 1/IOTh' M
fit'nj2m/fI, mas pot'Ijwr II "KIlU(40 fillllr (tnh.'tl. fin pro-
pr1D histena dn "",t/SII/O, algo quI' algl'lI$ podtm ronSI'
dtror romo (I rrsuluu/a imluttir1tl I' msmlo 11115 prOpnll5
premts5A5 da mlnS/llO, <lI' 141 rmsa ~ Umll ,dmtrdaQc
propna p!l1lI ~tur e!SI! hpo de mJl1ICIIIIios, mljUIIII/l)
OII~ 1\Ql1"/lS 01< IIJO. altmiits 01/ IIQO.~"" p.-tUDr
'{lit II proJdO at "5tl/1IfIlto fillar l WIII'WIIIIl. 011 1/"'" 110"'"
'"
mulllcW 1\0 irrlnior da IrisIOrw da na:i!:mQ, ~ qur 1rrTm'.
assim, wmn Ilnd{ig (;Ibroilll"ftlmt~ rsp«ijica. Jbr todns
~SQS rrtWcs. "do ttriamO!l odimlo, 011 ttriamos IlprnllJ
11111 difl'llo Imumrfo, Ik lIDS ~rmrllr" qw "Illter &rI.
)<Imlll tmll pensado, na 1000Ctl ~ terM, 51! f'k 1rvt$Sl'
111M t sd !lIllO, 1/111/0 do 1114-ismo CDf1IO da Msolw¢o final".
E 1\0 t'lltan/o. No fIIllllI/(I, at-«rra manni'll. t'II (> fil-
m, t 0 Jam indo 4llm ik mew mf~ por-CiM tato tit
IIIl:SIIID, porSI'U n:m/o t par _ t5mmUD, par aqw/o /jill'
~ "as dd Il ~ rtf IImll ronjiguTfl¢O dos pmsumcnt05
JUdo"'" a1mr4o logo '111~ d<I ~ do ~ (DPI(I
~ di:. dr lodas <15 parlzlha$ t partrlwrQS qWOIRI'!1Izam
/a/ t;tJlljigum,QjJ, das proxmruflldts vtI1igJnD:Sl2S, diu rr
Vlnll'oJI1l5 md,C!lIS d~ pro 110 Wfltra II part;r de prl!mis-
.sus por UI'-ltS ComulIS rIc Supcmd~ /jut' todos tSSr$
probkU145 sqllm vnrlDik,ramtnU Sf'pIJrlftlt'ls. do qllf
dw:Ulc. Nil Dmlluk, nliD IIr p""pnw1l'i 0 qut' (> propnn
&n,,-tmm pmsou amw do 1114"1,5100 t do /lnh~hSmO.
pn"~/mm~ porqw ft'rrd f'IlTfl WOOllITP:S mtt(IS,()«.
fmI; taWs ddt. Tambfm II/Jo me pngutlll1tri 0 qut (> pro.
prlu Bm)Qllwr ItTlII pt:/rsado sob" II ~SIlI .. {>lo final' r
qllalS )lIi:ros, qURis interprrtllc*s tie Imll drill proposllt
BlIKllm Olltm W15II. Ilt mllllnm modt!Sla, prrhm"lllr
Alr 111>11$ rmgm411Cl1 t 5CbrTdrtmml\Odu 'lilt ~ II mil-
tri.:: /6gIro dtsse It;rto. pur /lUllS m60rl f ~, por
mIll5 dnn.~11f1« MJil. rill trm SUD rorrhlcl/l pnipn.l
W rotrinrill ~ na lnesnJll rormIlt rom ~/Q '1uc w-
",alldli vdnos 0II1!'\lS fOll.l$ rk Bmjamm, tatos I/lIlmo-
~ f pnslmorrs. f. Itw..oomr ronla cmos rlemt'IIlL~ 111-
'"
SlSmnn: III$'iQ mrrlmll!dadt rormIll' /jut' aptrimrnttrm
IIlgtlmtIS Irl~ f1Ilrtl IlXOii$llrun: rW mll~ pes-
SfDtli de BmJllmin. mas osgralldts Im(ns dotsJ»;ll pro-
bJrnl4t1ro ~ mlN"pn1ahoo no qUill I'll' /t'ria talva insrn-
/0 SfU discu~ <:orII rr/lI(iiu" ~soJu¢tl jinD/"
lbr urn iIIdo. ~It Ima prtl(/IIVr/I1I(rIt.- ccrrsidr'mlw II
"SlIlIIo{lJo finDl~ rorno a utmrJa ~ilbrcill tk II...., ki-
grro do II/Immo /j1W. pcmI rrIl'lIrIIIr O!i roncri/as dt IIOlSSO
/ofIl, ImIr ctlf'Tt<;pondi40 1/ Unul rtldl(ll/I.lQ(QO lilli/tip&;
T It rJid,OIllZlIpJo dll rmliliguda il qwtltl 1111 lingua-
grm dll rorrrUllirnrOO, dll "'P'l"'t"I/a(l)O, dn illfimora¢o ft,
~ pOllIO de vis/a.. ° I1l1zismt/ jOlIk foro IlfigurtlltlQrJ
I/mmmtt dn 1lI0/t'ncill mrd;ri/lrQ ~ dll rxpJom¢a poW,-
(II dIJJ /IoIJaJS modmuIs da /i~ romllIlIOU!W. da
Imgwgrrn dll indlistrJQ, d4 of?triVQ(lio dclrffinl Q qutli
tstd bglldil If .l6gm:r do $igno (OOIVtlldorrlll t do mtltrin;-
III('M fomrilliUlnlti.
2 i\ rndlnlllZllf'lo tofIllit4rut dI' 1Imt1 /QgiCIl do £s-
woo (t IILI$5O Ic:to ~ dt fll/() 111IIa rolldtrrfl¢o do Btado,
all dn rrl.lo/I«;iio qll~ SIIII:sIrIIlI 11m l:$Iudo POI' (lulra £$_
tn,*" 0 que val' /nmbilll f1Ilrtl OU/r'IllI tatn/illln5t1U1S _ t
iii t'tmI.lS dl'<pOlllur II I(IIf'!tdo do H klIlurikcnm-lt)'
" __ poWn\icat ! ..... '."""1 ....... 110-
__ ......... ~ ____ "t _5bl __
~.-.""" -..... f'"M'd ..... __ 'j >L'"''
_proIp<\>. -..........--- op ............. ......Jo. _....s..
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J. A ClImIp('do I'Qdkal. mas tAm,,"" F"ll dII dtmo-
mro/I p.lIwmtnlAr t npn:stnIaIWll, pM _ poIkul mo-
donn drla II!StpIl,*""t q~ ~ lorna" ~delm podcr
/tglsIohvo t OIJO {anrrUlflll Ll11mmdil a totllluJtuk do tl/-
pit"" puliriro. ~ ponto dt 1.'is1lJ, II "scll/(lJo final~~,
ac mtf;lltO IrmpIl. Milia dmsilo 1t1llt6nw-poIflICQ de B-
IDdo r uma oUcrsdo dl PJllt:i.a, d( po/{cia riui/ t de "'"
liria mill/liT, :;('m qll~ K possa jamais d,s(Yrrur rntrr IU
dUll' t Illribuir t'ffl1adeirils rl'Spt:m5ll1JilidadNl II quo/-
que' dmsdo
4 UIIIIl mdradtm¢.:/ t uma attmiio ICtal do m,l,-
00, till vwIbInll mrlica. 1111110"" 5tW I'I'I(Im(1IIO §;jmjioo/
p.mladcw. qualllO till sru lfKlmf:'rIio ""liS OOII~ Ii
lS5A' dmlCnsao nUlo/DgIm, DO 1lI<5I'IO tmIpo grqa t t$-
rrtwmlt ((I I'IOlZlsmo, como 0 foKi5mc, t mllol6giro. grr-
c6iik, t $It tit (l)n'rSpondt II lima f'SIrlizII{iJo do politico
I "limo tsJitl(D da rt'pI'1St'1IllI\llO), tsSQ dUMrrrsdo mIlO-
/6glCll ~ndt IImr/rm /I. arID vra1bJaa do dirtito t$-
IIlIIlI, dt SU4 poliClIl t dt slUllmriro, Ik 11m d"'MIO tvlO!'
mffl/r di5.SC(illdo dt! jushra. romo II gtTIfflllidadt am·
c£iluul f prol'fcju ,)..,;/".llIra de ma,:;sa, por oposi(lJo ~
CfIIlSldrmrdo dD singularidadr r da unicidatk. Cwro
api/car. lit outro mooo, a forma instIrncicmaJ (IU bllrocnf·
h'm, os simulamJ$ de ~(t, (I ]ll7'idrcismo." rrspt'i1O
prius romprthlcins t hrtml'l/~iflS,""'!l/WI4, par /odII II or-
8'<III/lIIfQo jIlrldrm-nlllilil que c.1/llc/curJY II rmltz#fM
IInIn-mdl/Jlr'llJl t dmtiJial dtl -5OI11{lfo jimln Aq~i, err·
/11 mitologiD dll dlmla!it dl"StflCtUkou aml'rll YlllO JIl$!.
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(D, Q«ml do 'I~III Btalpmm f!t'1'i5=IJ qUI'" /10 p.n.kl. till
dtvi4 ptrIIIOIIt«T t .. /(.~ QfJ dimro. <10 d"rlm M/Y·
rol ClIfOO tIO dlmtc '''slOnro, ,t violmoll dt $J,IQ ~o
alma a de SUI! tIlnstrt'<l('llrl. Eo IUlrumo /of IUnII mIOIli'
(do ~ deJ.st dimlO.
I\w o~tro /ado, t pM ~s meimliS Tnzm, potijlU'
a mUISIllO CQlldut logicam~lt ,t ~wlu{'lill fillllr romp
1I!it1i proprio linlil/!, c pnrq~1' II olo/blelll mi/OMgl1\! do
uimlO I 5/'11 vtnkldflrD mln.lO, sO poo:i£lnos III'IIS1lr, islO
~. '~mMn Itm/ml~a IIniddmk da ~so1u¢o ft"~I', II par-
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h/gIal do dfl'rllO. Am: fcmllr 0 mtdwo
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o (1Ii/...., "" dirrfflJ, do milO, .Ill rrprrstn/opJo(dtl ~p~
Si'll1O{lb Jurldlro-pi1IfllrA, rom 5("IIS friWtIDlj at J~/u$
histonArJmos. mas 101'Ibtm da 'lpitStlll4plots/hrrAl. I_
II 'lilt II III1..'ISnlo, """10 IJl'IIbaiJlBlW dIJ Mgic.Il d.l VWJIhI-
rUl mlloh\~(Q. It'Tid Inlludo ft=r, foi adlll~ II OII/m tl'$-
1rn1W1/uz, des/nllr ~ lestnn~nhll da owtro crd....,. rk II/'I'IQ
oiolincill d,vIMIi cuJl" }I/stila f Irrnl~liWllIO dlmlD, .It:
um~ jumra Jad~t:II lanto a ordcm do dm'llo (mrs.
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le5f(/1lullko r tllI$ re5pctrsa/!ili~_ <I m'urmlli;a(lia tin
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Irl'1Sla, romplnlfl51a /)u rl'laliviMIl (como 0 qlU' M' I1ga
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uutcriorrs rol Gulag) rxpbcQ Il ~.sol1l(l1o jiM}". 011 Q "nor-.
1ftQ11ZIJ~ COinO 1110 de gut'ITU. IImQ respllSln rstl1/011 c/as.
51C<l em trmpa dr 8"1'11ll contra os J~ dol InlinM
que Imam, mr SWIW. am/O 11m QI4lM' Estmlc, doclll11/tio
gIIrrm ao Tm'riro Rnch prill bot;rr de Weunurn. tin M'-
Irmbm df 1939
~ pvn/ol df aism. Iknjflmm /l'J'I1l laM Julgatlo
000 f 5mI pl'1'fmlllcill. rnt /()(jp caS() 5ml Umll pmmin.
C'UI It llU'dida do /ICCJII1.'ri"~lIo_ todo 1"""_ Jllrld .. D do
m1Z15111(J f de $/UIS 11'SpOn$Ubllidlllks. 100(/ lIPl'rrlho do'
p.lgwnmw. /tIdQ IIISfOnogrojill qllt It- /linda homogr-
Ill'd ao I:Sp;I{V 110 qU41 0 1IIIllsmo Y: dt$l'1lVOl~ att II $(I.
1w¢i1 fowl toJll mrn-prc1aplo rusmda 1105 ronmtos ft.
lo56firos, morol$, scdoMgitm, pslw/6gIlD5 (/U psiOIIIJJ/(.
hens~, ~ IICJ5 ronmlo5 JUridiCOS It'lli parllCUID,
Il!i dn jiIlJS()fta do dm;/o, qWT ~ID SfJII jUS1llllllroJl5ll1, /10
I'lihlo IIfbflJttliaJ O\j no tsh/o da AulkUrung! 8cmJIIInIll
!mil /alton julgudo till' f' !WIn pmrnrnda. t7I'I rodu QISCJ
stm lIP"" ptmlihlna of ltIfdirfll do aronlmllU'tlto. toda
obyfh.'Il(Qo hisl6rlca OIl esJttia; dII "$XUfaO Jwr IJW
pmt'nm1a IlmJiJl, minI) toda .00,*, of onlmz rkJ ft.
pmml4vd ~ mt:SmO diJ dttmmntfvd, do ju£rio drtm'l/.
nan~ f dfridfl.'f'l Di:falllO$ hlf pouro' ml ordflfl ria mJ
IIIt>1bJcjll do dirrll4 II ml~ 0 mal dq.mdw dt' ,""_
III IIIdmtlih!Julmk do fair! dt nail podmtJOS dlstmgr"r
tntrt II violhInll fitmJadorp I' II vwI1.nna aJil"-'>'t'lldi1ta,
porqu." Il IDI"TlIJI(lW mI dilllltlCQ I dill/mrnm.-·nlr I'I1'I-'I.
btvtrl. tnqU41ftv /) 1"f:D !I'I:lnftl t' a i'"tJ"l"I'"'I/,/\./ll "'<lm IIf
r-
."
detennmd~s ~ detomilllVlres. Pdo rnnl71in"o, logu qll~
AMndQMmOStsSiI D1'Ikm, a '1I.5t6ria ~ -t(l Vlo/m-
ria do justi(o divinll -, mas nOs, os homrns, MOO ?XimlO:§
0/ mRdlT JUlwf.. ISM i. lambbn Inll!r'pf'f!W¢cs drcidf!Jf15.
Oqllt! mil/bOn qlJi!T'dizerqlM' a "1~ll1¢ada ~so1W;ao
fino.l u, como mdo (/ qu .. colIstltui (1 amjuntD f a de/iml-
/m;iio das dllas oml'Tls (mllol681rn I'divinR). "aD tsta d
allul/:l do lromem. Nl'Mlruma anlropJitJgI(l. nrnilum h,,-
maillS"", lIt!!/ru," dISCUTSO do homem sobrt: (1 hnnll!m all
mr os dircitos do IImnmz pede medir-2 nem Ii roptum
min- (1 mitiro t (/ dit~lIo. lIem pwtunlo R ~~ rrptmm-
do IImile qu/;' t urn proJtto romo a ~,""u,ilo final' £Sic
~Ia. smtpltsmenu, am'll/ilar" Dulro da violenoa 111[-
tJ(Jl," DUtro do. ~Ilafilo, Q S<lber, (1 d~mo, tI)/lsri-
fa diuina e" que pede dar leslemunho de/a. J5rO I,,, tw-
man na mtdjda mI quI' tit t" .iniro ser /ll/r.MP /melD
m:ebido St'I< ,wme de Dt-w,;, I'Ul'bI'u de Deus" podat a
miss.'Io de II()mCllr. de dM tic mesm" WIIIIOtIre a scu 5e-
meJJumre f de dar urn nome os coisas. Namear "aot rr-
pre5flrlar, mio r romunirnrporsig1WS, pur ~o de mei(/!;
!1iS<lndQa umfim. A li'lha des5a interprl'ta(do pmena-
ria aquela terrlvd t aLlll7nmlumlr cond.crta¢a da Auf-
kLlnmg que &tljamin jd rillha jamUl/ado naque~ ta-
to dJ" 1918, publicada por SduJil'flr em comemul'll"\'li" I1QS
6() anos de AdQf?lO.
155(1 nJo quer rfiur que sr rfroa ~impieSI/fCll/i. re-
Ilunnar ds Luzes ~ II Irnguagrnr du c:omumca¢", IlU da
rcpTCSe7ltll¢o, mr prove.to da /mgwzgem de ~",
Em so!u Di.irio de Moscou, I'm 1926-1927, Bmpmm
'"
pndsa que a polaridade t'Iltrc as duas tingr<agelf$ t lude
" que eUts rommTd~m niio podl' ser mallhdA e upcrada
em f"Slatro puro; 0 ~ro:mpromiSSl.l~ n.tre elas ~ IleCNSIfrio
ou mroilifvel. Mas crmllnlUl smdo 11m cumpro.msso 1'11-
tr/' duos dimmsiies mroffltl15urWrls t rndicnl!JJnrle helt-
~eas, t r!SO em n~ da justi(# que oml'l1l1nll obede_
err,/IO nll'!5n1o Il.'m~. d lri do nJ'n'sel1ta¢o (AufkJarung,
nI1iio. objrlnoa(l1o, cumpiU"II(do, nplirn¢o, amsidrrll¢O
ria mllfliplicidAde e, ponlll1to, da seriR¢O rlos Ulllros) e
it lei que lran$(t'rldr a ~llllll'ilO e sul7tmr 1/ ulllea,
loriA ulliddadc, d sua Tf'-imcri¢o uuma on:lem de gmr-
r'Qlrdade ou de amrJIQra¢o
OqUl', pam tmnrllllr, aclw mals ler7fue1 011 l/lSupor-
fIfue{ ness./' Ihto, para altm rlQS Qfinidadrs que e~ I.e'H
rom 0 piM (crftl(.Q do AufkJarung..ICOfIQ da qwffio e da
all/l'Tlhodrule ongurAna, polandade rum lingull!,'!!m
ongmo:irill e lingutzgl'lll rier.Qfd{(, m"riea ria n!prtSenta(4o
c rill demcmzdJl JItlrlamrulilr etc.), e,{inilimerrte /lfI/(/ Im-
lar;iillquetkdeuarill em noom, pnnCTflQlmrnle pam os
sobrroillt'lrlts 011 QS Vlli11UlS rill ~so/Ufiio fino!", a SUfiS uf-
timas ptl$(ldm, pn!Sttlles t)U ptJtetrriAis. Que 11':II1a.:;iio? A
rfI" pensur 0 holocausto como urna rnamfrila(ifll mi11lt'l'_
pre/rivel da 1lIoli'rrria divina: tSSIl vroJrnda d,VIIIIl sma,
aD mrsl1!O II'IIIPO, aHiqlllladaro, el"platdrra e "ao-sall-
gtt'7lm. riiz BtnjIlmin, de 11m "prores5lIIl400.>aIlgm"lto qut'
{ulmlna e firz f':tP'Ilr" (OA lenda de Niobe pctkJ1WS opor.
romo emnpfo dI'SSIl vioienou, 0 )ulgflmetlto dt Drus rotl-
1m II moo de em (Numcros XVI. 1,35). E.Jejulnmra
pr1vrltgllldos, os Levi/as. {ulmina·os !!l'm prn;mir..5elfr
amea~, tni/o he>lln l'tI1alllqulld./os. Mas ~ aniqUl-
la>nt'11to rk I, QO I!It':Smo ti''IIpt!, apiat6rio, t !1QO pvde-
IIIOS descmhtaT IImli proftmda C1Jnrla{lio m~" canflff'
,.oo.S4IlIgmtlO r (J llmiffT apIIllOno <k!;.on vJOlbna").
Quando ~ nas nlonalt2S dtp r nasfcmm
C'fTItIlf16rios, COPtW (Juvir f;<"IlI r!<mmtcl'r tsS41 IdWsRO If
11m e.rtl'n'll(n.in qUI' sma apiMmo porrfW mw-snngrtn-
to' FiclmlOJ tC'njicadM rom a idlUl ok lima in'crprtI<J_
j'iio /fUr ~ do holocllll$kl,lo'nuI ~, r IIm1l INk-
dJnlvrI IW.nalul'II da j uslA t DlOimlA roz..ra b lXus.
t /ltSlt pontD qlU' ~ lato. llpt5Ur lit /0.111 II ~IUI
mobilidadr po/issfmit'a r dt '00011 (15 titUS rf(W'S(J:; dr
IIftIr7SIio, 1M pmtct ~1M/ho,·tit drmaslllJllmrlllL', all
II fa'iciMciJ(I t a lltI1ip. toIII 1Iqlll/o JrIfSmO IXII'ItrII (/
q~ I prr:mc "E'r t penstlr. ~ e foku !sst talt>. mno
m~./os OIItms dt Bmjamin, r ainda excnslllQmt>l1L' 00-
Ikggniano, n/f56inmro-mar.:mla {IU arqul-l$aloMgiro
pam mim NQiI YI- 'I. ~ COIS4I f.t1II -.. qut' Olll -
"""" dr -~ jin.ll- ~05 timr algo 'lilt mt'7'f\"II
alllda (I _ dtmssnDmrn/l) ,\11m!, 'I hOlltl!'SM' ~m tn-
smammtD /I 'I"f ,,,udo. um tIIsmamC!lO Ullia/ ttltT/' os
fflNnlfmrnlO! Ml7lpre unltl.l$ do as<;Q:<5I1U1UJ, mesilla sin-
gular, dr,,, 05 a.ltntt(nios rokmus da h,!>t6ri/l Ij:rois
OIdo I15S41$SlIIlIm indmullllli t aula 'ZSSI '1iI:lIv m'tIlOO
"smgular, ptlrtilnto Infim to t In('t01'Jl'rlSllnflltl}, (I rnsl-
nllmt'l'llll 'lilt' pvdtriarnu;; """ Iw}t. r Sf podrmos ~
mos, f qwr prtfISilI'I'IOI'; pmsar. ronhoxtr, Ir.pt.s,'1Itar pal'll
nd!; "U'SIM<i, {omraliZar. Il)Ul!Qr a CllMplu:idadl' po56it'tl
mIT/' tOOos t"i5I5 QISCUI'5M t Il plOr (alflli_ II "soIut;iio ft-
'"
na!-). /5S0 drfi"r, II mt'IllltT. 111M /arrfo C U"UI rr;pcon
SIIbiildadl' cuJO ItmQ n.lo pudi' In"em nil -dt"ilT/o'lpi"-
brn)llmllllllna IItm na -destruktioro- heidrggma'lll flu
o pc'1I5Ilmmt(l da difrrtn(ll tnin' t5StJS 1kstn.J¢r'$. "... ..
um lado. t llmu IlfiJ7N1fiJo tksmrrs'nl.hlXl, til' outro; 'll«
lilt guioll CSI~ lamt', ffl!StIf I.-iNiT/f. t = ptn~m('/lto
qlle 1m! P'lrta' dUll, a mrm6ria Iia ·solw¢o fi"QI~
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