Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 1 Considerações Gerais As celas unitárias dos sete sistemas cristalinos são descritas na Tabela 1 deste LQES Index. São empregadas as notações habituais (e recomendadas), ou seja: a, b e c para designar os parâmetros da cela unitária; a, b e g para designar os ângulos, respectivamente, entre os eixos b e c, c e a e a e b. Quando a cela unitária possui unicamente nós nos vértices, é chamada primitiva, sendo denotada pela letra P (exceção feita ao sistema romboédrico, em que é empregada a letra R). Aos retículos P, juntam-se os sete sistemas não-primitivos, que possuem a mesma simetria, mas que comportam diversos nós na cela unitária: são os retículos de corpo centrado, denominados I, os retículos de faces centradas, F, e os retículos de bases centradas A, B ou C, estes últimos, segundo a natureza das faces que têm um nó em seu centro. Todo este conjunto constitui o que é conhecido como “14 Retículos de Bravais”, apresentados na Figura 1 (página 4). Os cristais podem ser classificados segundo os grupos pontuais de operações de simetria que une suas faces. Estes grupos são em número de 32, e estão reunidos nas colunas 2 e 3, da Tabela 2 (página 3 em diante). Dois tipos de símbolos são utilizados para designar tais grupos: os símbolos internacionais (chamados também de notação de Hermann-Mauguin), em notação reduzida, e os símbolos de Schoenflies (notação de Schoenflies). Observe-se que não apenas os símbolos utilizados em cristalografia são diferentes daqueles da teoria de grupos. Também para o caso do eixo de rotação impróprio, a operação não é a mesma. Para a cristalografia, esta operação é definida como um eixo impróprio, de ordem n (n, diz-se n barra), ou seja: uma rotação ao redor deste eixo, seguida de uma inversão em relação a um centro situado sobre o mesmo. No caso da espectroscopia, esta operação é definida como sendo um eixo de ordem n (Sn, diz-se S índice n), no qual a rotação é seguida de uma reflexão através de um plano perpendicular a este eixo. Uma vez que as operações de simetria de cada um dos 32 grupos pontuais cristalográficos são aplicadas aos 14 Retículos de Bravais, resultam em 230 grupos espaciais que descrevem, de maneira unívoca, todo arranjo de objetos idênticos, dispostos num retículo periódico infinito. LQES LQES INDEX RREETTÍÍCCUULLOOSS CCRRIISSTTAALLIINNOOSS EE GGRRUUPPOOSS EESSPPAACCIIAAIISS CCRRIISSTTAALLOOGGRRÁÁFFIICCOOSS EEddiittoorriiaa ddoo LLQQEESS WWeebbssiittee LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 2 Pode-se considerar que os 230 grupos espaciais são gerados pela adição de dois novos tipos de operações de simetria, àquelas encontradas nos grupos pontuais. Os elementos de simetria complementares são os eixos helicoidais (“eixos parafuso”) e os planos de deslizamento. A operação de simetria correspondente a um eixo helicoidal de ordem n, consiste numa rotação de 2p/n, ao redor de um eixo de ordem n, seguida de uma translação de 1/n vezes a cela unitária, paralelamente a este eixo. A notação desta operação é n1/n. A operação correspondente a um plano de deslizamento consiste numa reflexão neste plano, seguida de translação executada paralelamente ao plano. Tal translação pode ser feita somente ao longo dos eixos (plano de deslizamento a, b ou c; valor da translação a/2, b/2 ou c/2). Caso seja ao longo das diagonais das faces (plano de deslizamento n), o valor da translação será de (a+b)/2, (b+a)/2 ou (c+a)/2. Os 230 grupos espaciais são apresentados na última coluna da Tabela 2 (página 3 em diante). Uma descrição completa dos grupos espaciais cristalográficos é feita na International Tables for X-Ray Cristallography [1]. Para cada um dos 32 grupos pontuais, o difratograma de raios X é característico de um grupo de simetria denominado Grupo de Laue, obtido ao se adicionar a este grupo pontual (mesmo que ele não seja centrosimétrico) um centro de simetria. Os 11 grupos de Laue assim definidos estão separados, por uma linha horizontal, na Tabela 2 (página 4 em diante). LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 3 Tabela 1. Celas unitárias dos sete sistemas cristalinos. Sistema Cristalino Características das Celas Unitárias Número de Retículos Celas de Bravais Tipos de Retículos Celas de Bravais Triclínico a ¹ b ¹ c a ¹ b ¹ g 1 P Monoclínico a ¹ b ¹ c a =g = 90o; b ¹ 90o 2 P C Ortorrômbico a ¹ b ¹ c a = b = g = 90o 4 P C I F Tetragonal a = b ¹ c a = b = g = 90o 2 P I Romboédrico a = b = c a = b = g < 120o e ¹ 90o 1 R Hexagonal a = b ¹ c a = b = 90o e g = 120o 1 P Cúbico a = b = c a = b = g = 90o 3 P I F LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 4 Figura 2. Retículos de Bravais. Tabelas 2. Sistema cristalino, grupos pontuais, grupos espaciais e Grupos de Laue. Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Cúbica (P,F,I) Tetragonal (P,I) Ortorrômbico (P,F,I,C) Hexagonal (P) Monoclínico (P,C) Triclínico (P) Romboédrico (R) Hexagonal LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 5 Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Tetragonal Trigonal Triclínico Cúbico LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido – Instituto de Química – UNICAMP http://lqes.iqm.unicamp.br 6 Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais Grupos Pontuais Sistema Símbolo Internacional Símbolo de Schoenflies Grupos Espaciais [1] International Tables for X-Ray Cristallography: The Kynoch Press (1969) e edições mais recentes. Mono- clínico Orto- rômbico BIBLIOGRAFIA