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5 Posturas do Juiz em face do Ajuizamento da Ação Sostenes Henrique Olá, tudo bem?! Hoje vou mostrar aqui os diversos caminhos que o Juiz pode tomar em razão do ajuizamento da ação cível. POSTURAS DO JUIZ EM FACE DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO: Postura #1 Declaração de Impedimento ou Suspeição (arts. 134 e 135 do CPC) – em respeito ao princípio da imparcialidade que constitui subprincipío do “juízo natural”, que por sua vez constitui pressuposto processual de existência e validade do processo, o Juiz ao receber a petição inicial deve declarar seu próprio impedimento ou suspeição no caso de ocorrência de algumas das hipóteses previstas nos artigos 134 e 135 do CPC e, por consequência, ordenar a redistribuição da ação para o Juiz substituto. Postura #2 Declinação da Competência (art. 113 do CPC) – tendo em vista que a competência do juízo também constitui pressuposto processual de validade do processo, no caso de incompetência absoluta, o Juiz deve declinar de ofício da competência para o juízo competente. Postura #3 Determinação de Emenda à Petição Inicial (art. 284 do CPC) - se a petição inicial não estiver em conformidade com os arts. 282 e 283 do CPC, ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar a resolução do mérito, o Juiz poderá determinar que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento da exordial e consequente extinção do processo sem resolução do mérito. Postura #4 Indeferimento da Petição Inicial (art. 295 do CPC) – com a possibilidade de determinação da emenda à petição inicial não se indefere a mesma de plano, salvo em algumas hipóteses do art. 295 do CPC, como na ausência de uma das condições da ação. Mas no caso de ocorrer o indeferimento, ele poderá ser total, o que acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito nos termos do art. 267, I do CPC (sentença terminativa – recurso: apelação – arts. 296 e 513 do CPC), ou parcial, quando por exemplo um dos pedidos formulados pelo autor é juridicamente impossível (decisão interlocutória – recurso: agravo – art. 522, CPC). A apelação interposta contra a sentença que indefere a petição inicial, tem uma particularidade: permite ao juiz exercer o juízo de retratação no prazo de 48 horas (art. 296 do CPC). Postura #5 Julgar improcedente, liminarmente, o pedido do autor nas ações repetitivas (art. 285-A do CPC) – a Lei n. 11.277/2006, ao introduzir o referido dispositivo no CPC, visando dar efetividade à garantia fundamental relativa à “razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (art. 5º, inc. LXXVIII, CF), criou a hipótese de resolução do mérito antes mesmo da citação do réu. Nessa hipótese o Juiz julgará improcedente o pedido do autor quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos. Assim, será dispensada a citação e proferida sentença definitiva reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação, caso contrário será ordenada a citação do réu para responder ao recurso. Vale salientar que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ajuizou a ADIN 3.695 no STF contra essa modificação introduzida pelo art. 285-A no CPC. Para a Ordem, esse dispositivo legal cria uma espécie de “súmula vinculante” impeditiva do curso do processo no primeiro grau de jurisdição. A instituição reforça que o artigo viola os princípios constitucionais da isonomia, da segurança jurídica, do acesso à Justiça, do contraditório e do devido processo legal. A ADIN foi distribuída em 29 de março de 2006 para o ministro Cezar Peluso, que não apreciou o pedido de liminar feito pela OAB, que pretendia que a alteração legal não entrasse em vigor. Cezar Peluso, em seu despacho inicial determinou que o presidente da República e o Congresso Nacional prestassem informações, e abriu vista por cinco dias, sucessivamente, ao advogado-geral da União e ao procurador-geral da República. O IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Processual) ingressou como amicus curiae, (amigo da corte) no feito e manifestou seu apoio integral ao novo artigo, atestando a constitucionalidade da regra.