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Introdução e Histórico da Medicina Legal

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Introdução e Histórico da Medicina Legal
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O que é Medicina Legal??
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“Como ciência auxiliar do Direito, merece atenção dos profissionais deste campo.
 Peritos dominar o assunto, apresentando suas conclusões nos laudos, todavia as noções básicas, não podem ser desconhecidas pelos operadores jurídicos, sendo estes, os que fiscalizam, utilizam e precisam compreender as perícias” 
Autópsia (1890)
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“Como em todos os ramos, quando muitos são os conceitos que se possuem em torno de um mesmo aspecto, nenhum deles consegue trazer satisfação para aqueles que necessitam utilizar-se deste mesmo conceito” 
“A medicina legal se constitui em um ramo da medicina a serviço do Direito, que surgiu da necessidade deste de elucidar fatos que tinham conteúdo biológico e mais propriamente médico” 
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“Para Flamínio Fávero, “ Medicina Legal é a aplicação de conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis que dele carecem” 
	
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“Para Hélio Gomes, “ Medicina Legal é o conjunto de conhecimentos médico e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na elaboração, auxiliando a interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais pertinentes ao seu campo de ação de medicina aplicada”
	“Medicina Legal é a aplicação de conhecimentos médicos e científicos aos problemas judiciais que podem ser por eles esclarecidos” segundo Marc, Vilbert e N. Rojas.
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Basicamente ao se formular um conceito de Medicina Legal, deve-se que utilizar as expressões: 
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Para Genival V. de França, a Medicina Legal, “ é uma disciplina de amplas possibilidades e grande dimensão pelo fato de não se ater somente ao estudo da ciência hipocrática, mas de se constituir na soma de todas as especialidades médicas acrescidas de fragmentos de outras ciências acessórias, sobrelevando-se entre elas a ciência do Direito” 
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Para Delton Croce, a Medicina Legal, “sendo um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos objetivando servir às ciências jurídicas e sociais, não é especialidade, mas sim, disciplina aplicada que admite especialismos, sendo que o perito médico legal há de possuir amplos conhecimentos de medicina, dos diversos ramos do Direito e das ciências em geral”
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Antropologia Forense:
é ramo da medicina legal que tem como principal objetivo a identidade e identificação do ser humano. Utiliza conhecimentos da antropologia geral, com clara importância na jurisdição penal 
(datiloscopia, papiloscopia, iridologia, exame de DNA, entre outros)
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Traumatologia 
Forense:
estuda as lesões corporais e suas consequencias legais.
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Tanatologia:
estuda a morte e suas consequencias legais.
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Asfixiologia 
Forense:
estuda os diversos tipos de asfixia
(esganadura, estrangulamento, afogamento, soterramento, entre outros). 
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Toxicologia 
Forense:
estuda substâncias prejudiciais 
(venenos, drogas, álcool) à saúde física, mental e suas consequencias jurídicas.
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Psicopatologia 
Forense:
estuda a imputabilidade e inimputabilidade dos indivíduos e suas consequencias
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Infortunística:
estuda os acidentes de trabalho.
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“O primeiro marco da relação entre a Medicina e o Direito encontra-se no Código de Hamurábi, que se constitui no mais antigo código conhecido ( século XVIII a.C. ), quando o mesmo se refere à anulação dos contratos de compra e venda de escravos por estes se encontrarem doentes, assim como aqui também são encontrados os primeiros dispositivos que cuidam da relação jurídica médico-paciente”
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Historicamente há 5 períodos: 
Antigo
Romano
Médio
Canônico
Moderno ou Científico.
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Antigo
	
São referências esparsas e rudimentares na qual a lei era a própria religião aplicada aos homens pelos sacerdotes, que faziam o papel de religiosos, médicos e juizes ao mesmo tempo. 
No Egito antigo, no tempo do Faraó Menés também encontra-se uma relação da medicina com o Direito quando eram exigidos exames das mulheres condenadas, que se grávidas não eram supliciadas. 
	
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Na China já em 1240 a.C., se faziam exames pós-mortem e listavam-se antídotos para venenos ( Hsi Yuan Lu );
No Iraque antigo as leis já preconizavam uma classificação das lesões corporais por ordem de gravidade. 
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Romano
	
	Em Roma por ocasião do assassinato do imperador Julio César, ve-se a primeira referência a um exame médico realizado em uma vítima de homicídio, quando o médico Antistius, em 44 a. C. constata que dos 23 golpes recebidos pelo imperador, apenas um era mortal. 
	Com os códigos de Justiniano 500 d. C., temos o médico não como testemunha em juízo mas como “auxiliar” dos magistrados os quais todavia não eram obrigados a ouvi-los, obrigatoriedade esta que somente encontraremos nos códigos dos povos bárbaros germânicos. 
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Médio
	
	Na Idade Média, tem-se em Carlos Magno, por meio de suas Capitulares, o estabelecimento de que os pareceres médicos deveriam se constituir em pontos de apoio para os julgamentos quando isto fosse julgado necessário .
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Canônico
	
	Com o Papa Inocêncio III, tem-se a perícia médico legal como parte habitual nos julgamentos. 
	Na Alemanha com o Código Criminal Carolino de Carlos V é que se inicia o exercício prático da medicina legal, quando se torna obrigatório o parecer de médicos e parteiras no esclarecimento de casos de homicídios, lesões corporais, abortamentos e infanticídio dentre outros. Se constituindo a Alemanha de acordo com Souza Lima, no berço da Medicina Legal.
	Neste período surge também o primeiro livro de Medicina Legal, escrito por Ambroise Paré, em 1575.
 
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Código Criminal Carolino (de Carlos V):
Impõe obrigatoriedade à perícia médica ante da
decisão dos juízes nos casos de ferimentos, 
assassinatos, prenhez, aborto e parto clandestino.
É o primeiro documento organizado de Medicina 
Judiciária, imputando-lhe indispensabilidade 
à Justiça e determinando o pronunciamento dos
médicos antes das decisões dos juízes .
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Moderno ou Científico
	
	Também chamado de Científico, se estende de 1602 com o livro de Fortunato Fidelis na Itália até nossos dias, sendo que somente no século XIX é que tivemos um alicerçamento da Medicina Legal.
	Pouca influência exerceu a medicina legal portuguesa na escola brasileira, tendo esta sido influenciada pelas escolas Francesa, Italiana e Alemã. 
	
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No Brasil, temos seu início em 1818 com Souza Lima no ensino prático da Medicina Legal, atingindo seu ápice em 1985 com a perícia de determinação da identidade do Joseph Mengele o “anjo da morte” de Auschwitz.
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Medicina Legal no Brasil
	
	Basicamente, tem-se três fases.
Fase estrangeira: vai do final do período colonial até 1877, quando Souza Lima, assume a cadeira de Medicina Legal na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Fase de transição: vai de 1877 até 1895, esta é marcada pelo seu caráter prático, a Medicina Legal e Higiene, passa a ser obrigatória nas faculdade de Direito.
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Fase de nacionalização: com a posse de Nina Rodrigues na cadeira de Medicina Legal da faculdade de medicina da Bahia, até nossos dias, temos aqui grandes nomes como Afrânio Peixoto, Oscar Freire, dentre outros. 
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Chega de coisas macabras, 
Vamos para casa dormir!!
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