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Geometria Analítica e Álgebra Linear
Prof. Msc. Arivaldo Carvalho. Página 1
DISCIPLINA: GEOMETRIA ANALÍTICA E ÁLGEBRA LINEAR
CARGA HORÁRIA: 60H/A
EMENTA:
1. Vetores no Plano e no Espaço
2. Produto Escalar
3. Produto Vetorial
4. Norma; Vetor Unitário; Versor
5. Equações de Retas
6. Equações de planos
7. Matrizes e Sistemas.
VETORES NO PLANO E NO ESPAÇO
1. Espaço Afim
Seja R o corpo dos números reais e consideremos os termos ordenados (x, y, z)
desse corpo. O conjunto de todos esses termos ordenados é o produto cartesiano:
R X R X R = R3
O conjunto R3 é chamado espaço afim. Os números reais x, y, z são as
coordenadas cartesianas ou canônicas de um ponto P do espaço afim e denominam-se
respectivamente abscissa, ordenada e cota.
As coordenadas canônicas do ponto P denominarão simplesmente coordenadas
do ponto P.
Para indicar que as coordenadas do ponto P são x, y, z, usaremos a notação
P=(x,y,z) e leremos: “O ponto P de coordenadas x, y, z”.
2. Vetor Ligado
Chama-se vetor ligado de origem A (ou ligado ao ponto A) e extremidade B, ao par
ordenado (A, B) de pontos do espaço afim R3. Na figura abaixo está representado o vetor
ligado (A, B) pelos pontos A e B (do espaço físico), que são unidos mediante uma flecha que
liga a origem A à extremidade B.
Ao invés de indicarmos por (A, B) o vetor
ligado de origem A e extremidade B pode-se também
usar a notação
𝐴𝐵
.
Se 𝐴 = (𝑥𝑎 ,𝑦𝑎 ,𝑧𝑎 ) e 𝐵 = (𝑥𝑏,𝑦𝑏 , 𝑧𝑏), os números reais: 𝑥 = 𝑥𝑏 − 𝑥𝑎 , 𝑦 = 𝑦𝑏 −
𝑦𝑎 , 𝑧 = 𝑧𝑏 − 𝑧𝑎 , são as coordenadas canônicas do vetor ligado (A,B), que chamaremos
simplesmente coordenadas do vetor ligado (A, B).
Para indicarmos que as coordenadas canônicas do vetor ligado (A, B) são x, y, z,
usaremos a notação:
(A, B)=(x, y, z)
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Exemplo: Dados em R3 dois pontos A=(-1, 2, -1) e B=(3, -2, 5) as coordenadas do
vetor ligado (A, B) são:
x=3-(-1)=4
y=-2-2=-4
z=5-(-1)=6
Ou seja, (A, B)= (4, -4,6)
3. Eqüipolência entre vetores ligados
Dois vetores ligados (A, B) e (C,D) são eqüipolentes se têm as mesmas
coordenadas canônicas.
Denotaremos a relação de eqüipolência por 𝐴,𝐵 ~(𝐶, 𝐷) e leremos: “O vetor
ligado (A, B) é eqüipolente ao vetor ligado (C, D)”.
Quando 𝐴, 𝐵 ~(𝐶, 𝐷), a figura formada pelos pontos ABCD no espaço afim é um
paralelogramo.
Supondo 𝐴, 𝐵 ~(𝐶, 𝐷) e introduzindo as coordenadas dos pontos: 𝐴 =
(𝑥𝑎 ,𝑦𝑎 ,𝑧𝑎 ), 𝐵 = (𝑥𝑏,𝑦𝑏 , 𝑧𝑏), C= (𝑥𝑐,𝑦𝑐 , 𝑧𝑐 ), D= (𝑥𝑑,𝑦𝑑 , 𝑧𝑑), a condição de eqüipolência entre
os vetores ligados (A, B) e (C, D) é expressa igualando-se as coordenadas, ou seja:
( , ) ( , )
b a d c
b a d c
b a d c
x x x x
A B C D y y y y
z z z z
Exemplo: Dados em R3 os pontos A=(2, -1, 0), B=(-2, 3, 2), C=(4, 1, 1) e D=(0, 5, 3),
os vetores ligados (A, B) e (C, D) são eqüipolentes. De fato:
(A, B) = (-4, 4, 2)
(C, D) = (-4, 4, 2)
Logo, 𝐴, 𝐵 ~(𝐶, 𝐷)
Propriedade 1: 𝑆𝑒 𝐴, 𝐵 ~ 𝐶, 𝐷 ⇒ 𝐴, 𝐶 ~ 𝐵, 𝐷
( , ) ( , ) ( , ) ( , )
b a d c c a d b
b a d c c a d b
b a d c c a d b
x x x x x x x x
A B C D y y y y y y y y A C B D
z z z z z z z z
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Propriedade 2: Pela definição dos vetores ligados equivalentes, facilmente
verificamos as relações reflexiva, simétrica e transitiva, a saber:
a) Reflexiva: 𝐴,𝐵 ~(𝐴,𝐵)
b) Simétrica: 𝐴,𝐵 ~ 𝐶, 𝐷 ⇒ 𝐶, 𝐷 ~(𝐴,𝐵)
c) Transitiva: 𝐴, 𝐵 ~ 𝐶, 𝐷 𝑒 𝐶, 𝐷 ~ 𝐸, 𝐹 ⇒ 𝐴,𝐵 ~(𝐸, 𝐹)
4. Vetor Livre
Chama-se vetor livre, ou simplesmente vetor, uma classe de equivalência de
vetores ligados. Em outras palavras, o vetor livre é o conjunto de todos os vetores ligados que
têm as mesmas coordenadas. O vetor livre é perfeitamente determinado por qualquer um dos
representantes da classe.
Assim, um vetor livre pode ser denotado por 𝐶𝑙 (𝐴,𝐵)ou simplesmente por 𝑣 , e
lê-se: “vetor v”.
Exemplo: Sejam os pares de pontos do espaço afim R3:
𝐴1 = −1,2,0 𝑒 𝐵1 = (2,3,2)
𝐴2 = −3,4, −1 𝑒 𝐵2 = (0,5,1)
𝐴3 = 2, −1,4 𝑒 𝐵3 = 5,0,6
...
𝐴𝑛 = 0,0,0 𝑒 𝐵𝑛 = (3,1,2)
A cada um desses pares associamos os vetores ligados
𝐴1, 𝐵1 , 𝐴2, 𝐵2 , 𝐴3, 𝐵3 , … , 𝐴𝑛 , 𝐵𝑛 , cujas coordenadas são: 1 1
2 2
3 3
( , ) (3,1,2)
( , ) (3,1,2)
( , ) (3,1,2) ( , ) (3,1,2)
...
( , ) (3,1,2)n n
A B
A B
A B Cl A B v
A B
O conjunto de todos os vetores livres do espaço afim R3 é denotado por V3. É
conveniente observar a distinção entre o conjunto R3 (espaço afim), que é o conjunto de todos
os termos ordenados de números reais, e o conjunto V3, que é o conjunto de todos os vetores
livres do espaço afim R3.
Observações:
Daqui em diante, quando nos referirmos a vetores sem outra
precisão, estaremos falando de vetores livres.
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Existe uma correspondência biunívoca entre o espaço afim R3 e o
conjunto V3 de vetores livres, que associa a cada ponto
𝑃 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) de R3 um vetor livre de coordenadas canônicas x, y,
z.
Existe um e somente um representante de um vetor livre dado,
ligado a um ponto dado.
5. Igualdade
Dois vetores livres são iguais se suas coordenadas canônicas são iguais ou, em
outras palavras, se seus representantes são eqüipolentes. Em símbolos:
Se 𝑣1 = 𝑥1, 𝑦1, 𝑧1 e 𝑣2 = 𝑥2, 𝑦2, 𝑧2 , então 𝑣1 = 𝑣2 , se e somente se:
𝑥1 = 𝑥2, 𝑦1 = 𝑦2 𝑒 𝑧1 = 𝑧2.
6. Adição e Subtração de vetores
Chama-se soma de dois vetores 𝑢 = (𝑥1, 𝑦1 , 𝑧1) e 𝑣 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2), que se denota
por 𝑢 + 𝑣 , o vetor:
𝑢 + 𝑣 = (𝑥1 + 𝑥2,𝑦1 + 𝑦2 , 𝑧1 + 𝑧2)
Observação: A adição de vetores é uma lei de composição interna, pois, a cada
par de vetores 𝑢 , 𝑣 ∈ 𝑉3𝑋 𝑉3, corresponde um único vetor 𝑢 + 𝑣 ∈ 𝑉3 .
Exemplo: O vetor soma dos vetores 𝑢 = (−1, 2, 1) e 𝑣 = (−2, −5, 3) é o vetor
𝑢 + 𝑣 = (−3, −3, 4)
Chama-se subtração de vetores 𝑢 = (𝑥1,𝑦1 , 𝑧1) e 𝑣 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2), que se denota
por 𝑢 − 𝑣 , o vetor:
𝑢 − 𝑣 = (𝑥1 − 𝑥2,𝑦1 − 𝑦2 , 𝑧1 − 𝑧2)
Exemplo: O vetor diferença dos vetores 𝑢 = (−1, 2, 1) e 𝑣 = (−2, −5, 3) é o
vetor
𝑢 − 𝑣 = (1, 7, −2)
PROPRIEDADES:
A adição de vetores verifica as propriedades seguintes, que resultam da definição
dada e das regras de cálculo dos números reais:
1º) Comutativa: 𝑢 + 𝑣 = 𝑣 + 𝑢
2º) Associativa: 𝑢 + 𝑣 + 𝑤 = 𝑢 + 𝑣 + 𝑤
3º) Existe um único vetor de V3 , denominado vetor nulo, denotado por 0 , tal que
para todo 𝑣 ∈ 𝑉3 se tem:
𝑣 + 0 = 0 + 𝑣 = 𝑣
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Esse vetor 0 = (0, 0, 0) é representado por um vetor ligado em que a origem e a
extremidade são coincidentes.
4º) Qualquer que seja o vetor 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧), existe um único vetor 𝑣 , denotado por
−𝑣 , tal que: 𝑣 + −𝑣 = 0
O vetor −𝑣 é o termo (−𝑥, −𝑦, −𝑧).
Conseqüências:
A associativa permite definir por recorrência a soma de n vetores livres:
2 1 2 11 ... ( ... )n n nv v v v v v v
Dados dois vetores 𝑢 e 𝑣 , existe um único vetor 𝑤
, denominado diferença
de 𝑢 e 𝑣 , denotado por 𝑤 = 𝑢 − 𝑣 tal que: 𝑤 + 𝑣 = 𝑢
O vetor diferença 𝑤 = 𝑢 − 𝑣 é a soma de 𝑢 com o oposto de 𝑣 . Ou seja:
𝑤 = 𝑢 + (−𝑣 ).
Representação Geométrica
O vetor soma de 𝑢 com 𝑣 é representado pela diagonal 𝐴𝐷 do paralelogramo
ABCD, sendo as “flechas” 𝐴𝐵 e 𝐴𝐶 os representantes geométricos dos vetores 𝑢 e 𝑣 ,
respectivamente:
Exemplo: determinar as coordenadas do vetor 𝑣 se: 𝑣 = 4, 1,0 − 2, −1, 3 +
(−1, −1,1)
Solução: 𝑣 = 1, 1, −2
7. Multiplicação por um escalar
Definição: Dado um vetor 𝑣 ∈ 𝑉3 e um número real 𝜆 (ou escalar), chama-se
produto escalar do vetor 𝒗 = (𝒙, 𝒚,𝒛) pelo escalar 𝜆, que denotamos por 𝜆𝑣 , o vetor:
𝜆𝑣 = (𝜆𝑥, 𝜆𝑦, 𝜆𝑧)
Exemplo: Se 𝑢 = (1, −1, −2) e 𝑣 = (2, −1, 3) com 𝜆 = 3, calcular 𝜆(𝑢 + 𝑣 ).
Solução: 𝜆 𝑢 + 𝑣 = 3 3, −2, 1 = (9, −6, 3)
PROPRIEDADES:
Pela definição dada e pelas regras de cálculo dos números reais, verificam-se para
a multiplicação de um vetor por um escalar as seguintes propriedades:
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Se 𝑢 e 𝑣 pertencem a V3 e 𝜆, 𝜇 são números reais, temos:
1º) 𝜆 𝜇𝑣 = (𝜆𝜇)𝑣 (Associativa)
2º) 𝜆 + 𝜇 𝑣 = 𝜆𝑣 + 𝜇𝑣 (Distributiva em relação à adição de escalares)
3º) 𝜆 𝑢 + 𝑣 = 𝜆𝑢 + 𝜆𝑣 (Distributiva em relação à adição de vetores)
4º) 1𝑣 = 𝑣
Conseqüência:
𝜆𝑣 = 0 ⟺ 𝜆 = 0 𝑜𝑢 𝑣 = 0
Prova: É evidente que se 𝜆 = 0 ou 𝑣 = 0 implica 𝜆𝑣 = 0
Exemplo: Determinar as coordenadas do vetor: 𝑣 = 3 1, 0, 1 − 4 0, 1, 1 −
3(1, −1, 0)
Solução: 𝑣 = 3, 0,3 + 0, − 4, −4 + −3, 3, 0 = (0, −1, −1)
Exemplo: Dados os vetores 𝑢 = (−1, 4, −15) e 𝑣 = −3, 2, 5 , pede-se
determinar um vetor 𝑥 ∈ 𝑉3, tal que 𝑢 = 2𝑣 + 5𝑥
Solução:
−1, 4, −15 = 2 −3, 2, 5 + 5(𝑥, 𝑦, 𝑧)
5 6 1 1
5 4 4 0
5 10 15 5
x x
y y
z z
8. Módulo
Denomina-se magnitude ou módulo do vetor v, denotado 𝑣 , é o comprimento
do segmento orientado. Logo:
𝑣 = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
Em particular, dado o vetor 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧), se 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 = 1, então v é
unitário.
Exemplo: o vetor 𝑣 =
1
3
,
1
6
,
1
2
é unitário, pois
𝑣 =
1
3
2
+
1
6
2
+
1
2
2
=
1
3
+
1
6
+
1
2
=
2+1+3
6
= 1
9. Versor de um vetor
O versor de um vetor 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, denotado 𝑉𝑢 , é dado por:
𝑉𝑢 =
1
𝑣
. 𝑣 =
1
𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
. 𝑣 =
𝑥
𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
,
𝑦
𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
,
𝑧
𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
Exemplo: Dado o vetor 𝑣 = (1,2,2), seu módulo vale 𝑣 = 1 + 4 + 4 = 3. Seu
versor é o vetor
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𝑉𝑢 =
1
3
. 1,2,2 =
1
3
,
2
3
,
2
3
10. Combinação linear de vetores
Uma combinação linear dos vetores 𝑣1, 𝑣2,… , 𝑣𝑛 ∈ 𝑅
3 é um vetor do 𝑅3 da
forma:
𝑣 = 𝑎1. 𝑣1 + 𝑎2. 𝑣2 + ⋯ + 𝑎𝑛 . 𝑣𝑛 em que 𝑎1, 𝑎2, … , 𝑎𝑛 são escalares (constantes)
reais.
Exemplo: Dados 𝑣1 = 1,2,3 , 𝑣2 = −1,0,4 𝑒 𝑣3 = (0,2,3) determine
2. 𝑣1 + 3. 𝑣2 + 4. 𝑣3.
2. 1,2,3 + 3. −1,0,4 + 4. 0,2,3 = 2,4,6 + −3,0,12 + 0,8,12 = (−1,12,30)
ATIVIDADE 1
1) Em R3 são dados os pontos 𝐴 = (3, −1,2) e 𝐵 = (2,3,1). Determinar as coordenadas
dos vetores ligados (A,B) e (B,A) e fazer a representação geométrica desses vetores.
Quais as coordenadas do vetor livre 𝑣 definido pela classe 𝐶𝑙 (𝐴,𝐵)?
2) Em R3 são dados os pontos: 𝐴 = 1,2,3 , 𝐵 = 4, −2,4 , 𝐶 = −5,1,2 𝑒 𝐷 =
−2, −3, 3 .
Pede-se:
a) Verificar se os vetores ligados (A,B) e (C,D) são equivalentes.
b) Que se pode concluir dos vetores ligados (D,B) e (C,A)?
c) Fazer a representação geométrica dos vetores livres 𝐴𝐵 𝑒 𝐶𝐷 .
d) Que representa a figura formada pelos quatro pontos A, B, C, D?
3) Se 𝐴 = (1, 2, 3) e 𝐵 = (−1, 2, 0) quais as coordenadas do ponto 𝑃 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) tal
que𝐴𝑃 = 𝐴𝐵 ?
4) Se 𝐴 = (1, 2, 3) e 𝐵 = (4, −2, 4) são dois pontos quaisquer de R3 e supondo-se
𝐴𝐵 = 𝐶𝐷 quando 𝐶 = (4, 5, 0), determinar as coordenadas do ponto D.
5) Dados o vetor livre 𝑣 = (3, 4, 5) e o ponto 𝐴 = (1, 7, 4) determinar as coordenadas do
ponto B tal que: 𝐴𝐵 = 𝑣
6) Se 𝐴 = (2, −3, 8) e 𝐵 = (4, 7, 10), quais as coordenadas do ponto 𝑃 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) tal
que 𝐴𝑃 = 𝑃𝐵 ? Interpretar geometricamente o resultado.
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7) Calcular as coordenadas dos vetores:
a) 𝑢 = 1, 2, 1 +
1
2
(0, 1, 1)
b) 𝑣 =
3
2
5, 0, 1 − 6(0,
4
5
, −1)
c) 𝑤 = 5, 0, −4 −
1
2
1, 2, 1 +
3
5
(1, −1, 1)
8) Se 𝑢 + 𝑣 = 𝑢 + 𝑤 ⇒ 𝑣 = 𝑤 . Por quê?
9) Calcular as coordenadas do vetor 𝑥 ∈ 𝑉3, tal que: 2𝑥 + 3 2, 1, 0 = 0
10) Achar as coordenadas do vetor 𝑥 , sabendo-se que:
1
2
+
2
3
𝑥 + 5
1
6
(3, 4, 0) =
1
5
(2, 1,0)
11) Determinar os vetores 𝑥 e 𝑦 pertencentes a V3 que verificam o sistema:
2 (0,2,1)
2 (1,2, 1)
x y
y x
12) Dados os vetores 𝑢 = 3, 2, 1 , 𝑣 = −4, −3, 1 𝑒 𝑤 = (2, 1, 1), pede-se determinar os
escalares 𝜆, 𝜇, 𝜐 tais que: 𝜆𝑢 + 𝜇𝑣 + 𝜐𝑤 = (0, 0, 0).
13) Sejam A, B, C, D quatro pontos de R3 e M, N os pontos médios dos segmentos AC e BD.
Pede-se determinar a soma: 𝑆 = 𝐴𝐵 + 𝐴𝐷 + 𝐶𝐵 + 𝐶𝐷
14) Dados dois pontos de R3, 𝐴 = 𝑥1, 𝑦1, 𝑧1 , 𝐵 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2), mostrar que existe um
único ponto M(denominado ponto médio do segmento 𝐴𝐵 ) tal que: 𝑀𝐴 + 𝑀𝐵 = 0
sendo 0 = (0, 0, 0). Calcular as coordenadas de M em função das coordenadas de A e
de B.
15) Determine o módulo (magnitude) do vetor dado.
a) 𝑣 = 𝑖 + 2𝑗 + 3𝑘
b) 𝑣 = (2,3,1)
c) Vetor v com origem no ponto (2,1,1) e extremidade (0,0,3)
d) 𝑣 = −𝑖 + 𝑘
16) Determine o versor do vetor dado.
a) 𝑎 = (−2,1,2)
b) 𝑏 = 6𝑗 − 8𝑘
c) 𝑏 = 2𝑖 − 𝑗 + 2𝑘
d) 𝑎 = (0, −3, −4)
17) Sejam 𝑢 = 1,3, −2,1 𝑒 𝑢 = (2,0, −1,4) vetores do 𝑅4. Determine os escalares
𝑐1 𝑒 𝑐2 tais que:
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a) 𝑐1𝑢 + 𝑐2𝑣 = (8,6, −7,14)
b) 𝑐1𝑢 + 𝑐2𝑣 = (−3,3,4, −7)
PRODUTO ESCALAR
Neste capítulo que agora será desenvolvido, todos os pontos e vetores serão
tomados em relação ao referencial canônico de origem 0.
1. Definição
Chama-se produto escalar (ou produto interno) do vetor 𝑢 = (𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) pelo
vetor 𝑣 = (𝑥2,𝑦2 , 𝑧2), e se denota 𝑢 .𝑣 , o número real:
Observação: Denota-se também o produto escalar de 𝑢 por 𝑣 das seguintes
maneiras: < 𝑢 , 𝑣 > e se lê “u escalar v”. Portanto:
𝑢 .𝑣 =< 𝑢 ,𝑣 >= 𝑥1𝑥2 + 𝑦1𝑦2 + 𝑧1𝑧2
Exemplo: Se 𝑢 = (−1, 2, 3) e 𝑣 = (−1, −1, 2) calcular o produto escalar de 𝑢 por
𝑣 .
Solução: 𝑢 . 𝑣 = −1 −1 + 2 −1 + 3.2 = 1 − 2 + 6 = 5
Observações:
1º) O produto escalar 𝑣 . 𝑣 é chamado quadrado escalar do vetor 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) e se
denota 𝑣 2:
Da definição de produto escalar resulta que:
1) 𝑒 1
2 = 𝑒 2
2 = 𝑒 3
2 = 1
2) 𝑒 1 . 𝑒 2 = 𝑒 2. 𝑒 3 = 𝑒 3. 𝑒 1 = 0
2º) O produto escalar é uma aplicação f de V3 X V3 em R. Associamos assim a cada
par ordenado de vetores (𝑢 , 𝑣 ) do produto cartesiano V3 X V3 um número real α. E por um
abuso de linguagem, a imagem α da aplicação é o produto escalar do vetor 𝑢 e 𝑣 .
Por conseguinte, o produto escalar de dois vetores é um número real.
3º) É importante observar que o produto escalar não é uma lei de composição
interna.
𝑣 . 𝑣 = 𝑣 2 = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 ≥ 0
𝑥1𝑥2 + 𝑦1𝑦2 + 𝑧1𝑧2
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PROPRIEDADES: O produto escalar possui as seguintes propriedades, que
resultam da definição anterior e das propriedades operacionais dos números reais:
1º) Comutativa.
De fato: Se 𝑢 = (𝑥1,𝑦1 , 𝑧1) e 𝑣 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2) temos:
𝑢 .𝑣 = 𝑥1.𝑥2 + 𝑦1. 𝑦2 + 𝑧1. 𝑧2 = 𝑣 . 𝑢
2º) Associativa para multiplicação por um Escalar.
De fato: Se 𝑢 = (𝑥1,𝑦1 , 𝑧1) e 𝑣 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2) e 𝜆 ∈ 𝑅, temos:
𝜆𝑢 .𝑣 = 𝜆𝑥1 . 𝑥2 + 𝜆𝑦1 . 𝑦2 + 𝜆𝑧1 . 𝑧2
𝑢 (𝜆𝑣 ) = 𝑥1 𝜆𝑥2 + 𝑦1 𝜆𝑦2 + 𝑧1 𝜆𝑧2
𝜆 𝑢 .𝑣 = 𝜆(𝑥1. 𝑥2 + 𝑦1 . 𝑦2 + 𝑧1. 𝑧2)
3º) Distributiva em relação à Adição de Vetores.
De fato: Se 𝑢 = (𝑥, 𝑦, 𝑧), 𝑣1 = (𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) e 𝑣2 = (𝑥2,𝑦2 , 𝑧2) temos:
𝑢 . 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑥 𝑥1 + 𝑥2 + 𝑦 𝑦1 + 𝑦2 + 𝑧 𝑧1 + 𝑧2 =
= 𝑥. 𝑥1 + 𝑦. 𝑦1 + 𝑧. 𝑧1 + 𝑥. 𝑥2 + 𝑦. 𝑦2 + 𝑧. 𝑧2 =
= 𝑢 . 𝑣1 + 𝑢 . 𝑣2
Exemplo: Provar que: (𝑢 + 𝑣 )2 = 𝑢 2 + 2. 𝑢 . 𝑣 + 𝑣2
(𝑢 + 𝑣 )2 = 𝑢 + 𝑣 . 𝑢 + 𝑣 = 𝑢 . 𝑢 + 𝑢 . 𝑣 + 𝑢 . 𝑣 + 𝑣 .𝑣 = 𝑢 2 + 2. 𝑢 . 𝑣 + 𝑣2
Exemplo: Provar que: 𝑢 + 𝑣 . 𝑢 − 𝑣 = 𝑢2 − 𝑣2
Observações: As propriedades que foram deduzidas no exemplo 1 e 2 nos
mostram que para o produto escalar valem fórmulas análogas aos quadrados da soma e
diferença de números reais.
2. Vetores Ortogonais
Dados dois vetores 𝑢 e 𝑣 , se um dos vetores é nulo, então o produto 𝑢 . 𝑣 é nulo.
Todavia, a recíproca não é verdadeira, pois podemos ter, por exemplo, dois vetores
𝑢 = (−1, 1, 3) e 𝑣 = (−1, 5, −2) e então:
𝑢 . 𝑣 = 1 + 5 − 6 = 0
𝑢 . 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑢 . 𝑣1 + 𝑢 . 𝑣2
𝜆𝑢 .𝑣 = 𝑢 . 𝜆𝑣 = 𝜆. 𝑢 .𝑣
𝑢 . 𝑣 = 𝑣 . 𝑢
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Definição:
Dois vetores 𝑢 e 𝑣 são ditos ortogonais se o seu produto escalar é nulo.
Denotaremos vetores ortogonais com a notação 𝑢 ⊥ 𝑣 ⇒ 𝑢 . 𝑣 = 0.
Observação: Em particular o vetor nulo 0 é ortogonal a qualquer vetor.
Exemplo: Verificar se os vetores: 𝑣1 = 1, 1, 1 , 𝑣2 = 1, 2, −3 ,𝑣3 = (5, −4, −1),
são ortogonais dois a dois.
Solução: 𝑣1 . 𝑣2 = 1 + 2 − 3 = 0
𝑣1 . 𝑣3 = 5 − 4 − 1 = 0
𝑣2 . 𝑣3 = 5 − 8 + 3 = 0
Exemplo: Determinar um vetor 𝑢 ortogonal aos vetores 𝑣1 = 1, 1, 0 𝑒 𝑣2 =
(0, 1, 1).
Solução: Se 𝑢 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) tal que seja ortogonal a 𝑣1 𝑒 𝑣2 , temos:
𝑣1 ⊥ 𝑢 ⇒ 𝑥 + 𝑦 = 0
𝑣2 ⊥ 𝑢 ⇒ 𝑦 + 𝑧 = 0
O sistema
0
0
x y
y z
possui uma indeterminação. Logo para 𝑧 = 1, temos:
𝑦 = −1 𝑒 𝑥 = 1. Então um dos vetores ortogonais a 𝑢 e 𝑣 é o vetor 𝑢 = 1, −1, 1 .
3. Módulo de um vetor.
Definição: chama-se módulo (ou comprimento) do vetor 𝑣 , que denotamos por
𝑣 , o escalar:
O módulo de um vetor é uma aplicação de V3 em R+ (conjunto dos números reais
não negativos). Associamos assim cada 𝑣 ∈ 𝑉3 um número real 𝛼 ∈ 𝑅+.
𝑣 ∈ 𝑉3 → 𝛼 = 𝑣 = 𝑣 2 ∈ 𝑅+
Por conseguinte: 𝑣 2 = 𝑣 2
Exemplo: Calcular o módulo do vetor 𝑣 = (−1, 2, −2).
Solução: 𝑣 = (−1)2 + 22 + (−2)2 = 1 + 4 + 4 = 3
PROPRIEDADES:
A aplicação 𝑉3 em 𝑅+ verifica as seguintes propriedades:
𝑣 = 𝑣 .𝑣 = 𝑣 2
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1)
De fato: Se 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧)
𝑣 = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 ≥ 0
𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 = 0 ⇔ 𝑥 = 𝑦 = 𝑧 = 0
2)
De fato: 𝜆𝑣 = 𝜆𝑣 . 𝜆𝑣 = 𝜆2𝑣 2 = 𝜆 𝑣 2 = 𝜆 𝑣
3)
De fato: 𝑢 + 𝑣 2 = 𝑢 + 𝑣 . 𝑢 + 𝑣 = 𝑢 2 + 2. 𝑢 .𝑣 + 𝑣 2
Mas, se 𝑢 ⊥ 𝑣 ⇒ 𝑢 . 𝑣 = 0
Portanto: 𝑢 + 𝑣 2 = 𝑢 2 + 𝑣 2
4) Desigualdade de Schwarz
De fato: Tomemos dois vetores quaisquer 𝑢 ≠ 0 𝑒 𝑣 ≠ 0 de V3 e um escalar
qualquer 𝜆. Então:
(𝑢 + 𝜆𝑣 )2 ≥ 0
𝑢 + 𝑣 . (𝑢 + 𝑣 ) ≥ 0
𝑢 2 + 2𝜆 𝑢 .𝑣 + 𝜆2𝑣 2 ≥ 0
O discriminante deste trinômio do 2º grau um 𝜆 é negativo ou nulo:
∆= 4(𝑢 .𝑣 )2 − 4𝑢 2𝑣 2 ≤ 0
(𝑢 . 𝑣 )2 − 𝑢 2𝑣 2 ≤ 0
Portanto: 𝑢 .𝑣 ≤ 𝑢 𝑣
Esta propriedade indica que o valor absoluto do número real que define produto
escalar de 𝑢 por 𝑣 é menor ou igual ao produto dos módulos dos vetores 𝑢 e 𝑣 .
5) Desigualdade de Minkowski
De fato, para quaisquer 𝑢 e 𝑣 pertencentes a V3 , temos:
(𝑢 + 𝑣 )2 = 𝑢 + 𝑣 . 𝑢 + 𝑣 = 𝑢 2 + 2. (𝑢 . 𝑣 ) + 𝑣 2
Ou também:
𝑢 + 𝑣 2 = 𝑢 2 + 2. 𝑢 .𝑣 + 𝑣 2 ≤ 𝑢 2 + 2 𝑢 . 𝑣 + 𝑣 2
Utilizando a desigualdade Schwarz temos:
𝑢 + 𝑣 2 ≤ 𝑢 2 + 2 𝑢 𝑣 + 𝑣 2
Finalmente: 𝑢 + 𝑣 ≤ 𝑢 + 𝑣
𝑣 ≥ 0; 𝑣 = 0 ⇔ 𝑣 = 0
𝜆𝑣 = 𝜆 𝑣
𝑢 + 𝑣 2 = 𝑢 2 + 𝑣 2 ⇔ 𝑢 ⊥ 𝑣
𝑢 . 𝑣 ≤ 𝑢 𝑣
𝑢 + 𝑣 ≤ 𝑢 + 𝑣
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CONSEQUÊNCIAS: Das propriedades demonstradas, tiramos as seguintes
conseqüências:
1º) −𝑣 = 𝑣
De fato: −𝑣 = −1𝑣 = −1 𝑣 = 𝑣
2º) 𝑢 − 𝑣 ≥ 𝑢 − 𝑣
De fato: Supondo 𝑢 ≥ 𝑣 , podemos escrever:
𝑢 = 𝑢 − 𝑣 + 𝑣 ≤ 𝑢 − 𝑣 + 𝑣
Finalmente: 𝑢 − 𝑣 ≥ 𝑢 − 𝑣
OBS: O módulo 𝑣 do vetor 𝑣 é também denominado norma euclidiana de 𝑣 . O
espaço vetorial V3 munido da norma euclidiana é dito espaço vetorial normado.
4. Distância Euclidiana
Chama-se distância euclidiana entre dois pontos P1 e P2, pertencentes ao espaço
afim R3, o módulo do vetor 𝑃1𝑃2 . A distância euclidiana entre os pontos P1 e P2
denominaremos simplesmente por 𝑑(𝑃1,𝑃2). Portanto:
𝑑 𝑃1,𝑃2 = 𝑃1𝑃2 = 𝑃2 − 𝑃1
Obs: A distância entre P1 e P2 corresponde ao comprimento do segmento 𝑃1𝑃2 .
Sejam os pontos 𝑃1 = 𝑥1, 𝑦1, 𝑧1 𝑒 𝑃2 = (𝑥2, 𝑦2, 𝑧2), então:
Propriedades:
Como conseqüências imediatas das propriedades do módulo de um vetor,
resultam para a distância euclidiana as seguintes propriedades:
Se A, B, C são três pontos quaisquer de R3, temos:
1) 𝑑 𝐴, 𝐵 ≥ 0; 𝑑 𝐴, 𝐵 = 0 ⇔ 𝐴 = 𝐵
2) 𝑑 𝐴, 𝐵 = 𝑑(𝐵, 𝐴) (Simétrico)
3) 𝑑 𝐴, 𝐶 ≤ 𝑑 𝐴,𝐵 + 𝑑(𝐵, 𝐶) (Desigualdade triangular)
5. Espaço Euclidiano
O espaço afim munido da distância euclidiana é denominado espaço euclidiano.
Como conceito de distância euclidiana decorre da definição de produto escalar, podemos dizer
que o espaço euclidiano é o espaço afim munido da operação de produto escalar.
O espaço euclidiano é também denominado espaço métrico euclidiano ou
simplesmente espaço métrico.
𝑑 𝑃1,𝑃2 = (𝑥2 − 𝑥1)2 + (𝑦2 − 𝑦1)2 + (𝑧2 − 𝑧1)2
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6. Base Ortonormal
Chama-se base ortonormal do espaço V3 a toda base formada de vetores unitários
e ortogonais dois a dois.
Sejam os vetores 𝑒 1 = 1, 0,0 , 𝑒 2 = 0, 1, 0 , 𝑒 3 = (0, 0, 1) que formam uma base
canônica de V3. Pela definição de produto escalar
sabemos que:
𝑒 1 . 𝑒 1 = 𝑒 2. 𝑒 2 = 𝑒 3. 𝑒 3 = 1
𝑒 1 . 𝑒 2 = 𝑒 2 . 𝑒 3 = 𝑒 1 . 𝑒 3 = 0
Portanto:
𝑒 1 = 𝑒 2 = 𝑒 3 = 1
𝑒 1 ⊥ 𝑒 2, 𝑒 2 ⊥ 𝑒 3 , 𝑒 3 ⊥ 𝑒 1
Verificamos assim que os vetores da base canônica têm todos comprimento igual
a 1 e são ortogonais dois a dois.
O conjunto formado pelo ponto O e uma base ℬ = {𝑖 , 𝑗 , 𝑘 } é chamado referencial
ortonormal de origem O ou ainda um sistema cartesiano ortonormal Oxyz.
7. Expressão Analítica do Produto Escalar em relação a uma Base Ortonormal.
Já definimos que as coordenadas dos vetores 𝑢 e 𝑣 podem ser expressas em
relação à base canônica {𝑒 1, 𝑒 2, 𝑒 3}. Entretanto, podemos considerar um referencial
ortonormal, em que a base não seja necessariamente a canônica, mas uma base ortonormal
qualquer {𝑖 , 𝑗 , 𝑘 }; e consideremos em relação a essa base os vetores: 𝑢 = (𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) e
𝑣 = (𝑥2,𝑦2 , 𝑧2), isto é:
𝑢 = 𝑥1𝑖 + 𝑦1𝑗 + 𝑧1𝑘
𝑣 = 𝑥2𝑖 + 𝑦2𝑗 + 𝑧2𝑘
Calculando o produto escalar entre os vetores 𝑢 e 𝑣 teremos:
𝑢 . 𝑣 = 𝑥1𝑖 + 𝑦1𝑗 + 𝑧1𝑘 . (𝑥2𝑖 + 𝑦2𝑗 + 𝑧2𝑘 )
𝑢 . 𝑣 = 𝑥1𝑥2𝑖
2 + 𝑦1𝑦2𝑗
2 + 𝑧1𝑧2𝑘
2 + 𝑥1𝑦2 + 𝑥2𝑦1 𝑖 . 𝑗 + 𝑦1𝑧2 + 𝑦2𝑧1 𝑗 . 𝑘 + 𝑥1𝑧2 + 𝑥2𝑧1 𝑘 . 𝑖
Mas como a base é ortonormal, resulta:
𝑢 . 𝑣 = 𝑥1𝑥2 + 𝑦1𝑦2 + 𝑧1𝑧2
Chegamos assim à mesma expressão do produto escalar, quando as coordenadas
do vetor eram expressas em relação à base canônica.
Observação:
Verificamos que a expressão analítica do produto escalar de dois vetores, em
função das coordenadas desses vetores tomadas em relação a uma base ortonormal não
depende mais da base escolhida.
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Em particular, se os dois vetores são ortogonais (em relação a base canônica), eles
são também ortogonais em relação a qualquer outra base ortonormal.
Daqui para frente quando não especificamos a base, estaremos sempre nos
referindo a uma base ortonormal {𝑖 , 𝑗 , 𝑘 } .
8. Definição Geométrica de Produto Escalar.
Se 𝑢 e 𝑣 são vetores não-nulos e Ѳ ângulo entre eles, então:
𝑢 . 𝑣 = 𝑢 . 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃
Aplicando a Lei dos Cossenos no triângulo ABC, temos:
𝑢 − 𝑣 2 = 𝑢 2 + 𝑣 2 − 2. 𝑢 . 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃
Por outro lado temos também:
𝑢 − 𝑣 2 = 𝑢 2 + 𝑣 2 − 2. 𝑢 .𝑣
Comparando as duas expressões, mostramos que:
𝑢 . 𝑣 = 𝑢 . 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃, 00 ≤ 𝜃 ≤ 1800
Logo, o produto escalar de dois vetores não-nulos é igual ao produto de seus
módulos pelo cosseno do ângulo por eles formado.
Através da definição podemos concluir que:
𝑢 . 𝑣 > 0 ⇔ 𝑐𝑜𝑠𝜃 > 0 ⇔ 00 ≤ 𝜃 < 900
𝑢 . 𝑣 < 0 ⇔ 𝑐𝑜𝑠𝜃 < 0 ⇔ 900 < 𝜃 ≤ 1800
𝑢 . 𝑣 = 0 ⇔ 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0 ⇔ 𝜃 = 900
Esta última afirmação estabelece a condição de ortogonalidade de dois vetores.
Observação:
O vetor 0 é ortogonal a todo vetor, isto é, 0 . 𝑣 = 0 para todo 𝑣 .
Exemplo: Provar que o triângulo de vértices 𝐴 = 2, 3, 1 , 𝐵 = 2, 1, −1 𝑒 𝐶 =
(2, 2, −2) é um triângulo retângulo.
Solução: Para provar que os pontos são de um triângulo retângulo, temos que
provar que há um ângulo reto entre os vetores. Vamos encontrar os vetores ligados e depois
fazer o produto escalar entre os mesmos.
𝐴𝐵 = 0, −2, −2
𝐴𝐶 = 0, −1, −3
𝐵𝐶 = (0, 1, −1)
𝐴𝐵 .𝐴𝐶 = 0 + 2 + 6 = 8 ≠ 0
𝐴𝐵 .𝐵𝐶 = 0 − 2 + 2 = 0
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Logo, o triângulo é retângulo em B.
9. Cálculo do Ângulo de dois Vetores.
A partir da definição de produto escalar 𝑢 . 𝑣 = 𝑢 . 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃, podemos encontrar o
ângulo existente entre os vetores não-nulos através da expressão:
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
𝑢 .𝑣
𝑢 . 𝑣
Definimos esse ângulo como sendo o ângulo entres os vetores 𝑢 e 𝑣 .
Exemplo: Calcular o ângulo entre os vetores 𝑢 = 1, 1, 4 𝑒 𝑣 = (−1, 2, 2).
Solução: 𝑐𝑜𝑠𝜃 =
𝑢 .𝑣
𝑢 . 𝑣
=
1,1,4 .(−1,2,2)
1+1+16. 1+4+4
=
−1+2+8
18. 9
=
1
2
=
2
2
Logo, 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐. 𝑐𝑜𝑠
2
2
= 450
Exemplo: Sabendo que o vetor 𝑣 = (2, 1, −1) forma ângulo de 600 com o vetor
𝐴𝐵 determinado pelos pontos A (3, 1, -2) e B(4, 0, m). Determine o valor de m.
Solução: 𝑐𝑜𝑠𝜃 =
𝑢 .𝑣
𝑢 . 𝑣
𝑐𝑜𝑠600 =
1,−1,𝑚+2 .(2,1,−1)
1+1+𝑚2 +4𝑚+4. 4+1+1
⇒
1
2
=
−1−𝑚
𝑚2+4𝑚+6. 6
⇒
1
2
2
=
−1 − 𝑚
𝑚2 + 4𝑚 + 6. 6
2
⇒
1
4
=
1 + 2𝑚 + 𝑚2
6𝑚2 + 24𝑚 + 36
=⇒ 𝑚2 + 8𝑚 + 16 = 0
Logo, o valor de m=-4 (raiz dupla)
10. Ângulos Diretores e Cossenos Diretores de um Vetor.
Seja um vetor não-nulo, 𝑣 = 𝑥𝑖 + 𝑦𝑗 + 𝑧𝑘 . Os ângulos diretores de 𝑣 são os
ângulos 𝛼, 𝛽 𝑒 𝛾 que 𝑣 forma com os vetores 𝑖 , 𝑗 𝑒 𝑘 , respectivamente:
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Os cossenos diretores de 𝑣 são os cossenos de seus ângulos diretores, isto é,
cos 𝛼 , 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑒 𝑐𝑜𝑠𝛾.
Para determinação dos cossenos diretores, utilizamos as expressões:
Como o versor é um vetor unitário, logo:
Exemplo: Calcular os ângulos diretores de 𝑣 = 1, −1, 0 .
𝑣 = 1 + 1 + 0 = 2
cos 𝛼 =
1
2
=
2
2
∴ 𝛼 = 450
cos 𝛽 =
−1
2
=
− 2
2
∴ 𝛽 = 1350
cos 𝛾 =
0
2
= 0 ∴ 𝛾 = 900
Exemplo: Os ângulos diretores de um vetor são α, 450 e 600. Determine α.
𝑐𝑜𝑠2𝛼 + 𝑐𝑜𝑠2𝛽 + 𝑐𝑜𝑠2𝛾 = 1
𝑐𝑜𝑠2𝛼 +
2
2
2
+
1
2
2
= 1
𝑐𝑜𝑠2𝛼 =
1
4
⇒ 𝑐𝑜𝑠𝛼 = ±
1
4
⇒ 𝛼 = ±
1
2
Logo, α=600 ou α=1200
11. Interpretação Geométrica do Produto Escalar.
Sejam dois vetores 𝑢 e 𝑣 com 𝑢 ≠ 0. Vamos determinar um escalar 𝜆 tal que
𝑣 − 𝜆𝑢 seja ortogonal a 𝑢 .
Se: 𝑣 − 𝜆𝑢 ⊥ 𝑢 ⇒ 𝑣 − 𝜆𝑢 . 𝑢 = 0 ⇒ 𝑢 . 𝑣 − 𝜆 𝑢 2 = 0 ⇒ 𝜆 =
𝑢 .𝑣
𝑢 2
𝑐𝑜𝑠𝛼 =
𝑣 . 𝑖
𝑣 𝑖
=
𝑥, 𝑦, 𝑧 . 1, 0, 0
𝑣 1
=
𝑥
𝑣
𝑐𝑜𝑠𝛽 =
𝑣 . 𝑗
𝑣 𝑗
=
𝑥, 𝑦, 𝑧 . 0, 1, 0
𝑣 1
=
𝑦
𝑣
𝑐𝑜𝑠𝛾 =
𝑣 . 𝑘
𝑣 𝑘
=
𝑥, 𝑦, 𝑧 . 0, 0, 1
𝑣 1
=
𝑧
𝑣
𝑐𝑜𝑠2𝛼 + 𝑐𝑜𝑠2𝛽 + 𝑐𝑜𝑠2𝛾 = 1
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𝜆 =
𝑢 . 𝑣
𝑢 2
O valor de 𝜆 é determinado pela condição de ortogonalidade do problema.
O vetor 𝜆𝑢 é denominado projeção ortogonal do vetor 𝒗 sobre o vetor 𝑢 .
𝜆 > 0 𝜃 <
𝜋
2
ATIVIDADE 2
1) Dados os vetores 𝑢 = (2, −3, −1) e 𝑣 = (1, −1, 4). Calcular:
a) 3𝑢 . −𝑣
b) 𝑢 + 2𝑣 . 𝑣 − 𝑢
c) 𝑢 + 𝑣 . 𝑣
d) 𝑢 − 𝑣 . 𝑢
2) Sejam os vetores 𝑢 = 2, 𝑎, −1 , 𝑣 = 3, 1, −2 𝑒 𝑤 = (2𝑎 − 1, −2, 4). Determinar 𝑎
de modo que 𝑢 . 𝑣 = 𝑢 + 𝑣 . (𝑣 + 𝑤 ).
3) Determinar o vetor 𝑣 , sabendo que 𝑣 = 5, 𝑣 é ortogonal a eixo Ox, 𝑣 . 𝑤 = 6 e
𝑤 = 𝑖 + 2𝑗 .
4) Dados os vetores 𝑢 = 1, 2, −3 , 𝑣 = 2, 0, −1 𝑒 𝑤 = (3, 1, 0), determinar o vetor 𝑥
tal que 𝑥 . 𝑢 = −16, 𝑥 .𝑣 = 0 𝑒 𝑥 .𝑤 = 3.
5) Dados os vetores 𝑢 = 1,𝑎, −2𝑎 − 1 ,𝑣 = 𝑎, 𝑎 − 1, 1 , 𝑤 = (𝑎, −1,1), pede-se
determinar 𝑎(𝑎 ∈ 𝑅), sabendo-se que 𝑢 .𝑣 = 𝑢 + 𝑣 .𝑤 .
6) Determinar as distâncias entre os pontos:
a) 𝑃1 −2, 0, 1 𝑒 𝑃2(1, −3, 2)
b) 𝑃1 1, 0, 1 𝑒 𝑃2(2,
−1, 0)
7) Dados os pontos A(-1, 0, 5), B(2, -1, 4) e C(1, 1, 1), determinar x tal que 𝐴𝐶 e 𝐵𝑃 sejam
ortogonais, sendo P(x, 0, x-3).
8) Determinar o vetor 𝑢 tal que 𝑢 = 2, o ângulo entre 𝑢 e 𝑣 = (1, −1, 0) é 450 e 𝑢 é
ortogonal a 𝑤 = (1, 1, 0).
9) Determinar o ângulo entre os vetores:
a) 𝑢 = 2, −1, −1 𝑒 𝑣 = (−1, −1, 2).
b) 𝑢 = 1, −2, 1 𝑒 𝑣 = (−1, 1, 0).
10) Seja o triângulo de vértices A(3, 4, 4), B(2, -3, 4) e C(6, 0, 4). Determinar o ângulo
interno ao vértice B. Qual o ângulo externo ao vértice B?
11) Calcular o valor de m de modo que seja 1200 o ângulo entre os vetores 𝑢 =
1, −2, 1 𝑒 𝑣 = (−2, 1, 𝑚 + 1).
𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢 𝑣 = 𝜆𝑢 =
𝑢 . 𝑣
𝑢 2
. 𝑢
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12) Calcular os ângulos diretores do vetor 𝑣 = (6, −2, 3).
13) Os ângulos diretores de um vetor 𝑎 são 450, 600 e 1200 e 𝑎 = 2. Determinar 𝑎 .
14) Determinar o comprimento da projeção do vetor 𝑣 = (2, −5, 5) sobre um eixo cuja
direção é dada pelo vetor 𝑤 = (1, −1, −1).
15) Dados os vetores 𝑣 1 = 3, −6, −1 , 𝑣 2 = 1, 4, −5 𝑒 𝑣 3 = (3, −4, 12), pede-se
calcular o comprimento da projeção do vetor 𝑣 1 + 2𝑣 2 sobre o eixo cuja direção é
dada pelo vetor 𝑣 3.
16) Dados os vetores 𝑢 = 3, 0, 1 𝑒 𝑣 = (−2, 1, 2), determinar 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑣𝑢 e 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢𝑣 .
PRODUTO VETORIAL
1. Observações:
Antes de iniciarmos com a definição do produto vetorial, precisamos fazer uma
breve revisão sobre determinantes de ordem 2 e ordem3. Na resolução do determinante de
ordem 3 utilizaremos o Teorema de Laplace:
Determinante de Ordem 2:
𝑥1 𝑦1
𝑥2 𝑦2
= 𝑥1. 𝑦2 − 𝑥2. 𝑦1
Exemplo:
2 −1
−3 2
= 2.2 − −3 . −1 = 4 − 3 = 1
Determinante de Ordem 3:
𝑎 𝑏 𝑐
𝑥1 𝑦1 𝑧1
𝑥2 𝑦2 𝑧2
=
𝑦1 𝑧1
𝑦2 𝑧2
𝑎 −
𝑥1 𝑧1
𝑥2 𝑧2
𝑏 +
𝑥1 𝑦1
𝑥2 𝑦2
𝑐
Exemplo:
3 1 −2
1 −3 2
2 −1 1
=
−3 2
−1 1
3 −
1 2
2 1
1 +
1 −3
2 −1
(−2)
= −3 + 2 . 3 − 1 − 4 . 1 + −1 + 6 . −2 = −3 + 3 − 10 = −10
As propriedades acima citadas fizeram referência às linhas da matriz pelo fato de,
no estudo do produto vetorial, haver menção somente a linhas. No entanto, estas
propriedades valem também para as colunas.
2. Definição.
Dados os vetores 𝑢 = 𝑥1𝑖 + 𝑦1𝑗 + 𝑧1𝑘 e 𝑣 = 𝑥2𝑖 + 𝑦2𝑗 + 𝑧2𝑘 , tomados em
relação à base canônica, e se representa o produto vetorial do vetor 𝑢 pelo vetor 𝑣 por 𝑢 𝑥𝑣 o
vetor:
𝑢 𝑥𝑣 =
𝑦1 𝑧1
𝑦2 𝑧2
𝑖 −
𝑥1 𝑧1
𝑥2 𝑧2
𝑗 +
𝑥1 𝑦1
𝑥2 𝑦2
𝑘
O produto vetorial de 𝑢 por 𝑣 também é indicado por 𝑢 ∧ 𝑣 e lê-se “𝑢 vetorial 𝑣 ”.
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Utilizamos na resolução do produto vetorial o desenvolvimento do Teorema de
Laplace, de forma que substituímos os valores de a, b e c pelos vetores unitários 𝑖 , 𝑗 , 𝑘 .
No cálculo do produto vetorial não temos determinante, pois, a primeira linha
contém vetores. Utilizamos esta notação pela facilidade de memorização que ela propicia para
o cálculo, pois, só é determinante quando temos escalares.
𝑢 𝑥𝑣 =
𝑖 𝑗 𝑘
𝑥1 𝑦1 𝑧1
𝑥2 𝑦2 𝑧2
=
𝑦1 𝑧1
𝑦2 𝑧2
𝑖 −
𝑥1 𝑧1
𝑥2 𝑧2
𝑗 +
𝑥1 𝑦1
𝑥2 𝑦2
𝑘
𝑢 𝑥𝑣 =
𝑦1 𝑧1
𝑦2 𝑧2
𝑖 −
𝑥1 𝑧1
𝑥2 𝑧2
𝑗 +
𝑥1 𝑦1
𝑥2 𝑦2
𝑘
𝑢 𝑥𝑣 = 𝑦1𝑧2 − 𝑦2𝑧1 𝑖 − 𝑥1𝑧2 − 𝑥2𝑧1 𝑗 + (𝑥1𝑦2 − 𝑥2𝑦1)𝑘
O produto vetorial também é denominado por produto externo ou produto
cruzado.
O produto vetorial é uma aplicação de V3 X V3 em V3. Associamos assim a cada par
ordenado de vetores 𝑢 ,𝑣 do produto cartesiano V3 X V3 um vetor 𝑤 = 𝑢 𝑥𝑣 , de composição
interna.
Exemplo: Dados 𝑢 = 𝑖 − 𝑗 + 2𝑘 e 𝑣 = 3𝑖 − 𝑗 − 𝑘 . Calcular 𝑢 𝑥𝑣 .
𝑢 𝑥𝑣 =
𝑖 𝑗 𝑘
1 −1 2
3 −1 −1
=
−1 2
−1 −1
𝑖 −
1 2
3 −1
𝑗 +
1 −1
3 −1
𝑘
𝑢 𝑥𝑣 = 1 + 2 𝑖 − −1 − 6 𝑗 + −1 + 3 𝑘 = 3𝑖 + 7𝑗 + 2𝑘
Propriedades:
O produto vetorial é uma lei de composição interna, logo possui algumas
propriedades:
1º) Associativa para a Multiplicação por um Escalar.
Para quaisquer que sejam 𝑢 𝑒 𝑣 ∈ 𝑉3 𝑒 𝜆 ∈ 𝑉3, temos:
𝜆𝑢 𝑥𝑣 = 𝑢 𝑥 𝜆𝑣 = 𝜆(𝑢 𝑥𝑣 )
2º) Distributiva à esquerda e à direita em relação à adição.
Para quaisquer que sejam 𝑢 𝑒 𝑣 ∈ 𝑉3 𝑒 𝑤 ∈ 𝑉3, temos:
𝑢 𝑥 𝑣 + 𝑤 = 𝑢 𝑥𝑣 + 𝑢 𝑥𝑤
𝑢 + 𝑣 𝑥𝑤 = 𝑢 𝑥𝑤 + 𝑣 𝑥𝑤
3º) Anticomutativa
Para quaisquer que sejam 𝑢 ∈ 𝑉3 𝑒 𝑣 ∈ 𝑉3, temos:
𝑢 𝑥𝑣 = −𝑣 𝑥𝑢
4º) A condição anterior implica em particular:
𝑣 𝑥𝑣 = −𝑣 𝑥𝑣
2 𝑣 𝑥𝑣 = 0 ⇒ 𝑣 𝑥𝑣 = 0
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3. Condição Geral de Nulidade.
Diante da 4º propriedade, para qualquer que seja 𝑣 , temos: 𝑣 𝑥𝑣 = 0 . A condição
geral de nulidade do produto vetorial é expressa mediante o teorema.
Teorema: Para que o produto vetorial de dois vetores seja nulo, é necessário e
suficiente que os dois vetores sejam paralelos.
Com efeito, se os dois vetores 𝑢 e 𝑣 são paralelos e não simultaneamente nulos,
existem um escalar 𝜆 tal que:
Equações da Reta
1. Equação Vetorial da Reta
Considere um ponto 𝐴(𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) e um vetor não-nulo 𝑣 = (𝑎, 𝑏, 𝑐). Só existe
uma reta r que passa por A e tem a direção de 𝑣 . Um ponto 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) pertence a r se, e
somente se, o vetor 𝐴𝑃 é paralelo a 𝑣 .
𝐴𝑃 = 𝑡𝑣 ⇒ 𝑃 − 𝐴 = 𝑡𝑣 ⇒ 𝑃 = 𝐴 + 𝑡𝑣
Expresso através de coordenadas:
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥1, 𝑦1 , 𝑧1 + 𝑡(𝑎, 𝑏, 𝑐) Equação Vetorial de r.
Onde: 𝑣 é chamado vetor diretor e t é denominado de parâmetro.
Exemplo: A reta r que passa por 𝐴(1, −1,4) e tem a direção de 𝑣 = (2,3,2), tem a
equação vetorial.
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥1,𝑦1 , 𝑧1 + 𝑡 𝑎, 𝑏, 𝑐 ⇒ 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 1, −1,4 + 𝑡(2,3,2)
2. Equações Paramétricas da Reta
A equação paramétrica da reta gera a partir da equação vetorial de r.
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥1, 𝑦1 , 𝑧1 + 𝑡 𝑎, 𝑏, 𝑐
𝑥, 𝑦, 𝑧 = (𝑥1 + 𝑎𝑡, 𝑦1 + 𝑏𝑡, 𝑧1 + 𝑐𝑡)
𝑟:
𝑥1 + 𝑎𝑡
𝑦1 + 𝑏𝑡
𝑧1 + 𝑐𝑡
(Equações paramétricas da reta)
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Exemplos: A reta r que passa pelo ponto 𝐴(3, −4,2) e é paralela ao vetor
𝑣 = (2,1, −3). Determine a equação paramétrica da reta.
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥1,𝑦1 , 𝑧1 + 𝑡 𝑎, 𝑏, 𝑐 ⇒ 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 3, −4,2 + 𝑡 2,1, −3
𝑟:
𝑥 = 3 + 2𝑡
𝑦 = −4 + 𝑡
𝑧 = 2 − 3𝑡
3. Reta definida por Dois Pontos.
A reta definida pelos pontos A e B é a reta que passa por A (ou B) e tem direção
do vetor 𝑣 = 𝐴𝐵 .
Exemplo: Escrever equações paramétricas da reta r que passa por 𝐴(3,−1, −2) e
𝐵(1,2,4).
𝑣 = 𝐴𝐵 = 𝐵 − 𝐴 = (−2,3,6)
𝑟:
𝑥 = 3 − 2𝑡
𝑦 = −1 + 3𝑡
𝑧 = −2 + 6𝑡
4. Equações Paramétricas de um Segmento de Reta.
Consideremos a reta r do exemplo anterior e nela o segmento 𝐴𝐵 (origem A e
extremidade B). Em que o ponto 𝐴(3, −1, −2) e 𝐵(1,2,4).
As equações paramétricas do segmento AB são as mesmas da reta r.
𝐴𝐵:
𝑥 = 3 − 2𝑡
𝑦 = −1 + 3𝑡
𝑧 = −2 + 6𝑡
As equações paramétricas do segmento BA:
𝐵𝐴:
𝑥 = 1 + 2𝑡
𝑦 = 2 − 3𝑡
𝑧 = 4 − 6𝑡
As equações do segmento AB e BA com 0 ≤ 𝑡 ≤ 1, são:
𝑃 = 𝐴 + 𝑡 𝐵 − 𝐴
𝑃 = 𝐵 + 𝑡(𝐴 − 𝐵)
Onde 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) representa um
ponto qualquer do segmento.
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5. Equações Simétricas da Reta
A partir das equações paramétricas da reta 𝑟:
𝑥1 + 𝑎𝑡
𝑦1 + 𝑏𝑡
𝑧1 + 𝑐𝑡
, isolando os parâmetros e
igualando-as temos:
𝑡 =
𝑥−𝑥1
𝑎
; 𝑡 =
𝑦−𝑦1
𝑏
; 𝑡 =
𝑧−𝑧1
𝑐
𝑥−𝑥1
𝑎
=
𝑦−𝑦1
𝑏
=
𝑧−𝑧1
𝑐
(Equações Simétricas da Reta)
Exemplo: a reta que passa pelo ponto 𝐴(3,0, −5) e tem a direção do vetor
𝑣 = (2,2, −1), tem equações simétricas:
𝑥 − 3
2
=
𝑦
2
=
𝑧 + 5
−1
Se desejarmos obter outros pontos da reta, basta atribuir um valor qualquer a
uma das variáveis. Tipo x=5.
5 − 3
2
=
𝑦
2
=
𝑧 + 5
−1
Logo: 𝑦 = 2 𝑒 𝑧 = −6. Portanto, o ponto (5,2,-6) pertence à reta.
6. Equações Reduzidas da Reta.
As equações reduzidas da reta na variável x são definidas pelas formas:
𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑛
𝑧 = 𝑝𝑥 + 𝑞
Exemplo: Seja a reta r definida pelo ponto 𝐴(2, −4, −3) e pelo vetor diretor
𝑣 = (1,2, −3) e expressa pelas equações simétricas
𝑥−2
1
=
𝑦+4
2
=
𝑧+3
−3
A partir das equações simétricas vamos isolar y e z em função de x.
𝑥 − 2
1
=
𝑦 + 4
2
⇒ 𝑦 = 2𝑥 − 8
𝑥 − 2
1
=
𝑧 + 3
−3
⇒ 𝑧 = −3𝑥 + 3
Estas são as equações reduzidas da reta r, na variável x.
7. Retas Paralelas aos Planos Coordenados
Uma reta é paralela a um dos planos 𝑥𝑂𝑦, 𝑥𝑂𝑧 𝑜𝑢 𝑦𝑂𝑧 se seus vetores diretores
forem paralelos ao correspondente plano. Neste caso, uma das componentes do vetor é nula.
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A figura mostra a reta r (𝑟/ 𝑥 𝑂𝑦) que passa pelo ponto 𝐴(−1,2,4) e tem vetor
diretor 𝑣 = (2,3,0) (a 3º componente é nula porque (𝑣 / 𝑥 𝑂𝑦).
Um sistema de equações paramétricas de r é
𝑥 = −1 + 2𝑡
𝑦 = 2 + 3𝑡
𝑧 = 4 + 0𝑡
Observação:
Como todos os pontos de r são do tipo (𝑥, 𝑦, 4), isto é, são pontos de cota 4,
todos eles distam 4 unidades do plano 𝒙𝑶𝒚 e por isso (𝑟/ 𝑥 𝑂𝑦).
8. Retas Paralelas aos Eixos Coordenados
Uma reta é paralela a um dos eixos 𝑂𝑥, 𝑂𝑦 𝑜𝑢 𝑂𝑧 se seus vetores diretores forem
paralelos a 𝑖 = (1,0,0) ou a 𝑗 = (0,1,0) ou a 𝑘 = (0,0,1). Neste caso, duas das componentes
do vetor são nulas.
Exemplo: Seja a reta r que passa por 𝐴(2,3,4) e tem a direção do vetor (0,0,3).
Como a direção de 𝑣 é a mesma de 𝑘 , pois 𝑣 = 3𝑘 , a reta r é paralela ao eixo Oz.
𝑥 = 2
𝑦 = 3
𝑧 = 4 + 3𝑡
Observação: As retas que passam por 𝐴(𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) e são paralelas aos eixos Oy e
Ox, respectivamente. Logo, suas equações são:
𝑥 = 𝑥1
𝑧 = 𝑧1
𝑒
𝑦 = 𝑦1
𝑧 = 𝑧1
, respectivamente.
Observação: Os eixos Ox, Oy e Oz são retas particulares. Todas passam pela
origem O(0,0,0) e têm a direção de 𝑖 , 𝑗 𝑜𝑢 𝑘 , respectivamente. Logo suas equações são:
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𝑦 = 0
𝑧 = 0
,
𝑥 = 0
𝑧 = 0
𝑒
𝑥 = 0
𝑦 = 0
, nesta ordem.
9. Ângulo de Duas Retas.
Sejam as retas 𝑟1 e 𝑟2 com direções de 𝑣 1 e 𝑣 2, respectivamente. O ângulo
formado entre duas retas 𝑟1 e 𝑟2 o menor ângulo de um vetor diretor de 𝑟1e de um vetor
diretor de 𝑟2. Sendo Ѳ o ângulo formado entre eles, têm-se:
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
𝑣 1 .𝑣 2
𝑣 1 𝑣 2
, com 0 ≤ 𝜃 ≤
𝜋
2
.
Exemplo: Determinar o ângulo entre as retas:
𝑟1:
𝑥 = 3 + 𝑡
𝑦 = 𝑡
𝑧 = −1 − 2𝑡
𝑒 𝑟2:
𝑥+2
−2
=
𝑦−3
1
=
𝑧
1
Determinando os vetores diretores: 𝑣 1 = 1,1, −2 𝑒 𝑣 2 = (−2,1,1).
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
𝑣 1.𝑣 2
𝑣 1 𝑣 2
=
1,1,−2 .(−2,1,1)
12+12+(−2)2. (−2)2+12+12
=
−2+1−2
6. 6
=
3
6
=
1
2
Logo; 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠
1
2
→ 𝜃 = 600
10. Retas Ortogonais
Sejam as retas 𝑟1 e 𝑟2 com as direções de 𝑣 1 e 𝑣 2, respectivamente:
Então: 𝑟1 ⊥ 𝑟2 ⇔ 𝑣 1. 𝑣 2 = 0
Obs: Duas retas ortogonais podem ser concorrentes ou não. As retas 𝑟1 e 𝑟2 são
ortogonais a r, sendo 𝑟2 concorrente a r. Neste caso,diz que são perpendiculares.
Exemplo: Sejam as retas 𝑟1 :
𝑦 = −2𝑥 + 1
𝑧 = 4𝑥
e 𝑟2 :
𝑥 = 3 − 2𝑡
𝑦 = 4 + 𝑡
𝑧 = 𝑡
são ortogonais.
𝑣 1 = 1, −2,4 𝑒 𝑣 2 = (−2,1,1) os vetores diretores de 𝑟1 e 𝑟2, logo:
𝑣 1. 𝑣 2 = 1. −2 + −2 . 1 + 4.1 = 0
Logo, as retas são ortogonais.
11. Reta Ortogonal a Duas Retas
Sejam as retas 𝑟 1 𝑒 𝑟 2 não-paralelas, com as direções de 𝑣 1 𝑒 𝑣 2, respectivamente.
Toda reta ao mesmo tem ortogonal a 𝑟 1 𝑒 𝑟 2 terá a direção de um vetor 𝑣 tal que:
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𝑣 . 𝑣 1 = 0
𝑣 . 𝑣 2 = 0
Em vez de tomarmos um vetor 𝑣 ≠ 0 como solução particular do sistema,
poderíamos utilizar o produto vetorial, isto é: 𝑣 = 𝑣 1𝑥𝑣 2.
Definido um vetor diretor, a reta r estará determinada quando for conhecido um
de seus pontos.
Exemplos: determinar equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto
𝐴(3,4, −1) e é ortogonal às retas 𝑟1: 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 0,0,1 + 𝑡(2,3, −4) e 𝑟2 :
𝑥 = 5
𝑦 = 𝑡
𝑧 = 1 − 𝑡
As direções de 𝑟 1 𝑒 𝑟 2 são definidas pelos vetores 𝑣 1 = (2,3, −4) e 𝑣 2 =
(0,1, −1). Então a reta r tem a direção do vetor
𝑣 1𝑥𝑣 2 =
𝑖 𝑗 𝑘
2 3 −4
0 1 −1
= (1,2,2)
Logo, tem-se 𝑟:
𝑥 = 3 + 𝑡
𝑦 = 4 + 2𝑡
𝑧 = −1 + 2𝑡
12. Interseção de Duas Retas
Se duas ou mais retas são concorrentes, isto implica, que existe um ponto de
interseção entre as mesmas.
Sejam as retas 𝑟1 :
𝑥 = 3 + ℎ
𝑦 = 1 + 2ℎ
𝑧 = 2 − ℎ
𝑒 𝑟2 :
𝑥 = 5 + 3𝑡
𝑦 = −3 − 2𝑡
𝑧 = 4 + 𝑡
Se existe um ponto 𝐼(𝑥, 𝑦, 𝑧) comum às duas retas, suas coordenadas verificam
todas as equações de 𝑟 1 𝑒 𝑟 2, isto é, o ponto 𝐼 é solução única do sistema formado pelas
equações das duas retas.
Igualando as expressões em x, y e z nas equações de 𝑟 1 𝑒 𝑟 2, tem-se
3 + ℎ = 5 + 3𝑡
1 + 2ℎ = −3 − 2𝑡
2 − ℎ = 4 + 𝑡
𝑜𝑢
ℎ − 3𝑡 = 2
2ℎ + 2𝑡 = −4
−ℎ − 𝑡 = 2
Sistema cuja solução é ℎ = 𝑡 = −1. Substituindo ℎ = −1 nas equações de r,
obtém-se 𝑥 = 3 + −1 = 2 ; 𝑦 = 1 + 2 −1 = −1 ; 𝑧 = 2 − −1 = 3
Portanto, o ponto de interseção é 𝐼 2, −1,3 .
Observações:
Se duas retas se interceptam, elas são coplanares, isto é, estão situadas no mesmo
plano. Também são coplanares as retas paralelas.
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Se duas retas ao são coplanares, elas são ditas reversas. As retas além de não
concorrentes são não-paralelas e, portanto, não-coplanares.
Atividade - 4
1) Determinar a equação vetorial da reta r definida pelos pontos A(2, -5, 3) e B(3, -2, 1) e
verificar se os pontos C(-2, -3, 1) e D(1, -3, 6) pertencem a reta r.
2) Dada a reta r: 𝑥, 𝑦, 𝑧 = −3,4,2 + 𝑡(2,1,8), escrever as equações paramétricas de r.
3) Determinar as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos A e B nos
seguintes casos:
a) A(1, 3, -5) e B(2, 4, -1)
b) A(5, 9, -2) e B(1, 3, -2)
c) A(10, 4, -1) e B(3, -10, 5)
4) Determinar o ponto da reta r:
𝑥−1
2
=
𝑦+6
−1
=
𝑧−2
5
que possui:
a) Abscissa 4;
b) Ordenada 3.
5) Determinar as equações reduzidas na variável x, da reta:
a) Que passa por A(2, 5, -2) e tem a direção de 𝑣 = (2, 4, 5);
b) Pelos pontos A(1, -2, 3) e B(3, -1, -2).
a) Sabendo que as retas 𝑟1 e 𝑟2 são ortogonais, determinar
valor de m para
𝑟1:
𝑥 = 2𝑚𝑡 − 3
𝑦 = 1 + 3𝑡
𝑧 = −4𝑡
𝑒 𝑟2:
𝑥 = 2𝑦 − 1
𝑧 = −𝑦 + 4
.
6) Determinar os pontos da reta 𝑟: 𝑥 = 2 + 𝑡, 𝑦 = 1 + 2𝑡, 𝑧 = 3 + 2𝑡 que
a) Distam 6 unidades do ponto A(2, 1, 3);
b) Distam 2 unidades do ponto B(1, -1, 3).
7) Determinar o valor de n para que seja 300 o ângulo entre as retas 𝑟1:
𝑥−2
4
=
𝑦
5
=
𝑧
3
e
𝑟2:
𝑛𝑥 + 5
𝑧 = 2𝑥 − 2
.
8) Dadas as retas 𝑟1:
𝑥−1
2
= −𝑦; 𝑧 = 3 e 𝑟2:
𝑥 = 𝑡
𝑦 = −1 + 𝑡
𝑧 = 2 + 𝑡
, encontrar equações reduzidas
na variável x da reta que passa por A(0, 1, 0) e pelo ponto de interseção de 𝑟1 e 𝑟2.
9) Representar graficamente as retas de equações:
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a)
𝑥 = 1 − 𝑡
𝑦 = −1 + 2𝑡
𝑧 = 2 + 𝑡
b)
𝑦 = −𝑥
𝑧 = 3 + 𝑥
Equações do Plano
1. Equação Geral do Plano
Seja 𝐴(𝑥1, 𝑦1, 𝑧1) um ponto pertencente a um plano π e 𝑛 = 𝑎, 𝑏, 𝑐 , 𝑛 ≠ 0 , um
vetor normal (ortogonal) ao plano. O vetor normal 𝑛 é ortogonal a todo vetor representado
em π.
𝑛 . 𝑃 − 𝐴 = 0
𝑎, 𝑏, 𝑐 . 𝑥 − 𝑥1,𝑦 − 𝑦1 , 𝑧 − 𝑧1 = 0
𝑎 𝑥 − 𝑥1 + 𝑏 𝑦 − 𝑦1 + 𝑐 𝑧 − 𝑧1 = 0
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐𝑧 − 𝑎𝑥1 − 𝑏𝑦1 − 𝑐𝑧1 = 0
Fazendo: −𝑎𝑥1 − 𝑏𝑦1 − 𝑐𝑧1 = 𝑑, temos:
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐𝑧 + 𝑑 = 0 (Equação geral do plano π)
Observações:
Assim como 𝑛 = (𝑎, 𝑏, 𝑐) é um vetor normal a π, qualquer vetor 𝑘𝑛 ,𝑘 ≠ 0, é também
vetor normal ao plano.
Os coeficientes a, b e c da equação vetorial do plano π representam as componentes
de um vetor normal ao plano. Ex: 𝜋: 3𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 + 1 = 0, um de seus vetores
normais é 𝑛 = (3,2, −1).
Exemplos:
1º)Obter uma equação geral do plano π que passa pelo ponto A(2, -1, 3) e tem
𝑛 = (3, 2, −4) como um vetor normal.
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐𝑧 + 𝑑 = 0 → 3𝑥 + 2𝑦 − 4𝑧 + 𝑑 = 0
Sendo A(2, -1, 3) um ponto do plano, temos: 3. 2 + 2. −1 − 4 3 + 𝑑 = 0 ∴
𝑑 = 8
3𝑥 + 2𝑦 − 4𝑧 + 8 = 0 (Equação Geral do Plano)
2º) Escrever uma equação geral do plano π que passa pelo ponto A(2, 1, 3) e é
paralelo ao plano 𝜋1: 3𝑥 − 4𝑦 − 2𝑧 + 5 = 0
Como 𝜋 ∕∕ 𝜋1, o vetor 𝑛 1 = (3, −4, −2) é normal a 𝜋1 é também normal a 𝜋.
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𝜋: 3𝑥 − 4𝑦 − 2𝑧 + 𝑑 = 0 → 3 2 − 4 1 − 2 3 + 𝑑 = 0 → 𝑑 = 4
Logo a equação de π é: 3𝑥 − 4𝑦 − 2𝑧 + 4 = 0
2. Equação Segmentária do Plano
Se um plano π intercepta os eixos coordenados nos pontos (p, 0, 0), (0, q, 0) e (0,
0, r) com 𝑝. 𝑞. 𝑟 ≠ 0, então π admite a equação.
𝑥
𝑝
+
𝑦
𝑞
+
𝑧
𝑟
= 1 (Equação Segmentária do plano π)
Exemplo: Sejam os pontos 𝐴1 2, 0, 0 , 𝐴2 0, 3, 0 𝑒 𝐴3(0, 0, 6), a equação
segmentária do plano é:
𝑥
2
+
𝑦
3
+
𝑧
6
= 1 ∴ 3𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 − 6 = 0
3. Equação Vetorial e Equações paramétricas do Plano
Seja 𝐴(𝑥0,𝑦0 , 𝑧0) um ponto pertencente a um plano π e 𝑢 = (𝑎1, 𝑏1, 𝑐1) e
𝑣 = (𝑎2, 𝑏2,𝑐2) dois vetores paralelos a π, porém, 𝑢 𝑒 𝑣 não-paralelos. Para todo ponto P do
plano, os vetores 𝐴𝑃 , 𝑢 𝑒 𝑣 são coplanares. Um ponto P(x, y, z) pertence a π se, e somente se,
existem números reais h e t tais que:
𝑃 − 𝐴 = ℎ𝑢 + 𝑡𝑣 ⇒ 𝑃 = 𝐴 + ℎ𝑢 + 𝑡𝑣
Em coordenadas, temos:
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥0, 𝑦0, 𝑧0 + ℎ 𝑎1, 𝑏1, 𝑐1 + 𝑡 𝑎2, 𝑏2, 𝑐2 , ℎ, 𝑡 ∈ 𝑅 (Equação
Vetorial do plano π)
Os vetores 𝑢 𝑒 𝑣 são vetores diretores de π.
A partir da equação vetorial determinamos as equações paramétricas.
𝑥, 𝑦, 𝑧 = (𝑥0 + 𝑎1ℎ + 𝑎2𝑡, 𝑦0 + 𝑏1ℎ + 𝑏2𝑡, 𝑧0 + 𝑐1ℎ + 𝑐2𝑡)
𝑥 = 𝑥0 + 𝑎1ℎ + 𝑎2𝑡
𝑦 = 𝑦0 + 𝑏1ℎ + 𝑏2𝑡
𝑧 = 𝑧0 + 𝑐1ℎ + 𝑐2𝑡
(Equações paramétricas)
Exemplo: Seja o plano π que passa pelo ponto A(2, 2, -1) e é paralelo aos vetores
𝑢 = (2, −3, 1) e 𝑣 = (−1, 5, −3). Obtenha a equação vetorial, um sistema de equações
paramétricas e uma equação geral de π.
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥0, 𝑦0, 𝑧0 + ℎ 𝑎1, 𝑏1, 𝑐1 + 𝑡(𝑎2, 𝑏2, 𝑐2)
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 2, 2, −1 + ℎ 2, −3, 1 + 𝑡(−1, 5, −3) Equação Vetorial
𝜋:
𝑥 = 2 + 2ℎ − 𝑡
𝑦 = 2 − 3ℎ + 5𝑡
𝑧 = −1 + ℎ − 3𝑡
Equações paramétricas
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𝑢 𝑥𝑣 =
𝑖 𝑗 𝑘
2 −3 1
−1 5 −3
= 4, 5, 7
4𝑥 + 5𝑦 + 7𝑧 + 𝑑 = 0 ⇒ 4 2 + 5 2 + 7 −1 + 𝑑 = 0 ⇒ 𝑑 = −11
4𝑥 + 5𝑦 + 7𝑧 − 11 = 0
Observação: Existe outra maneira de se obter uma equação geral de π; como P(x,
y, z) representa um ponto qualquer do plano, os vetores 𝐴𝑃 , 𝑢 𝑒 𝑣 são coplanares, logo,
produto misto deles é nulo.
𝐴𝑃 , 𝑢 ,𝑣 = 0
𝑥 − 2 𝑦 − 2 𝑧 + 1
2 −3 1
−1 5 −3
= 0 ⇒ 4𝑥 + 5𝑦 + 7𝑧 − 11 = 0
Exemplo: Dado o plano π determinado pelos pontos A(1, -1, 2), B(2, 1, -3) e
C(-1, -2, 6), obter um sistema de equações paramétricas e uma equação geral de π.
Os vetores diretores: 𝑢 = 𝐴𝐵 = 1, 2, −5 𝑒 𝑣 = 𝐴𝐶 = (−2, −1, 4)
Utilizando o ponto A no plano, as equações paramétricas:
𝑥 = 1 + ℎ − 2𝑡
𝑦 = −1 + 2ℎ − 𝑡
𝑧 = 2 − 5ℎ + 4𝑡
O vetor normal 𝑛 : 𝑛 = 𝑢 𝑥𝑣 =
𝑖 𝑗 𝑘
1 2 −5
−2 −1 4
= (3, 6, 3)
Logo, 3𝑥 + 6𝑦 + 3𝑧 + 𝑑 = 0 ⇒ 3 1 + 6 −1 + 3 2 + 𝑑 = 0 ⇒ 𝑑 = −3
3𝑥 + 6𝑦 + 3𝑧 − 3 = 0 ⇒ 𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 − 1 = 0
Observações:
Como é possível encontrar infinitos termos A, B e C de pontos não
alinhados em π, existem infinitos sistemas de equações paramétricas que
representam o mesmo plano;
É importante observar que os vetores diretores sejam não-paralelos.
4. Equação Vetorial de um Paralelogramo
Dados os pontos A, B e C não em linha reta, os vetores 𝐴𝐵 𝑒 𝐴𝐶 determinam o
paralelogramo cuja equação vetorial é dada por:
𝑃 = 𝐴 + ℎ 𝐴𝐵 + 𝑡 𝐴𝐶
𝑃 = 𝐴 + ℎ 𝐵 − 𝐴 + 𝑡 𝐶 − 𝐴 𝑐𝑜𝑚 ℎ, 𝑡 ∈ 0,1
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Sendo P um ponto qualquer do paralelogramo.
Observe que:
Para: ℎ = 𝑡 = 0, obtém-se o ponto A(P=A);
Para ℎ = 1 𝑒 𝑡 = 0, obtém-se o ponto B(P=B);
Para ℎ = 0 𝑒 𝑡 = 1, obtém-se o ponto C(P=C);
Para ℎ = 𝑡 = 1, obtém-se o ponto D(P=D);
Para 𝑡 =
1
2
𝑒 ℎ ∈ [0,1], obtém-se o segmento MN onde M e N são pontos médios.
5. Casos Particulares da Equação Geral do Plano
Caso de um ou mais coeficientes da equação geral do plano serem nulos, o plano
ocupará uma posição particular em relação aos eixos ou planos coordenados.
Faremos uma análise dos diversos casos a partir de uma equação geral completa.
Exemplo: 3𝑥 + 4𝑦 + 2𝑧 − 12 = 0 seus coeficientes são: 𝑎 = 3; 𝑏 = 4; 𝑐 = 2;𝑑 = −12
O plano que esta equação representa intercepta os três eixos coordenados em
(4,0, 0), (0, 3, 0) e (0, 0, 6).
1º) Se tivéssemos 𝑑 = 0 a
equação geral seria seria 3𝑥 + 4𝑦 + 2𝑧 =
0 e representa um plano paralelo, porém
passando pela origem O(0, 0, 0), pois as
coordenadas deste ponto verificam a
equação: 3 0 + 4 0 + 2 0 = 0
2º) Se tivéssemos 𝑎 = 0, a
equação seria 4𝑦 + 2𝑧 − 12 = 0,
representa um plano paralelo ao eixo dos
x, interceptando os outros dois eixos em
(0, 3, 0) e (0, 0, 6). Podemos deduzir que
aconteceria casos parecidos para
𝑏 = 0 𝑒 𝑐 = 0, ou seja o plano seria
paralelo ao eixos y e z respectivamente:
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3º) Se tivéssemos 𝑎 = 𝑏 = 0, a equação seria 2𝑧 − 12 = 0, ou simplesmente
𝑧 = 6. Observe que todos os pontos do tipo (x, y, 6)
verificam a equação, logo, se todos os
pontos têm cota 6, significa que todos estão 6 unidades afastadas do plano 𝑥𝑂𝑦. Portanto,
trata-se de um plano paralelo e que intercepta ao eixo Oz perpendicularmente em (0, 0, 6).
Raciocínio análogo leva-nos a concluir que:
𝑦 = 𝑘 representa um plano paralelo a 𝑥𝑂𝑧;
𝑥 = 𝑘 representa um plano paralelo a 𝑦𝑂𝑧.
6. Ângulo de Dois Planos
Sejam os planos 𝜋1 𝑒 𝜋2 com vetores normais 𝑛 1 𝑒 𝑛 2, respectivamente. Chama-
se ângulo de dois planos 𝜋1 𝑒 𝜋2 o menor ângulo que um vetor normal a 𝜋1 forma com um
vetor normal a 𝜋2. Sendo Ѳ este ângulo, tem-se:
cos 𝜃 =
𝑛 1. 𝑛 2
𝑛 1 𝑛 2
, 𝑐𝑜𝑚 0 ≤ 𝜃 ≤
𝜋
2
Exemplo: Determinar o ângulo entre os planos 𝜋1 : 2𝑥 + 𝑦 − 𝑧 + 3 = 0 𝑒 𝜋2: 𝑥 +
𝑦 − 4 = 0.
𝑛 1 = 2, 1, −1 𝑒 𝑛 2 = (1, 1, 0)
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
2,1, −1 (1,1,0)
22 + 12 + −1 2 12 + 12
=
2 + 1 + 0
12
=
3
2
Logo, 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠
3
2
=
𝜋
6
7. Planos Perpendiculares
Sejam dois planos 𝜋1 𝑒 𝜋2, e sejam os seus respectivos vetores normais 𝑛 1 𝑒 𝑛 2.
Pela figura podemos concluir que:
𝜋1 ⊥ 𝜋2 ⇔ 𝑛 1 ⊥ 𝑛 2 ⇔ 𝑛 1. 𝑛 2 = 0
Exemplo: verificar se 𝜋1: 3𝑥 + 𝑦 − 4𝑧 + 2 = 0 𝑒 𝜋2: 2𝑥 + 6𝑦 + 3𝑧 = 0 são planos
perpendiculares.
𝑛 1 = 3, 1, −4 𝑒 𝑛 2 = 2 6, 3
𝑛 1. 𝑛 2 = 3. 2 + 1. 6 − 4. 3 = 0 logo, os planos são perpendiculares.
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8. Paralelismo e Perpendicularismo entre Reta e Plano
Sejam uma reta r com a direção do vetor 𝑣 e um plano π, sendo 𝑛 um vetor
normal a π. Pelas figuras abaixo conclui-se imediatamente:
𝑟 /𝜋 ⇔ 𝑣 ⊥ 𝑛 ⇔ 𝑣 . 𝑛 = 0
𝑟 ⊥ 𝜋 ⇔ 𝑣 /𝑛 ⇔ 𝑣 = 𝛼𝑛
Exemplo: A reta 𝑟:
𝑥 = 1 + 2𝑡
𝑦 = −3𝑡
𝑧 = 𝑡
é paralela ao plano 𝜋: 5𝑥 + 2𝑦 − 4𝑧 − 1 = 0?
𝑣 = 2, −3, 1 𝑒 𝑛 = (5, 2, −4)
𝑣 .𝑛 = 2, −3, 1 5, 2, −4 = 2. 5 − 3. 2 + 1. −4 = 0
9. Reta Contida em Plano
Uma reta r está contida em um plano π se:
i. Dois pontos A e B de r forem também de π;
ii. 𝑣 . 𝑛 = 0, onde 𝑣 é um vetor diretor de r e 𝑛 um vetor normal a π.
Exemplo: Determinar os valores de m e n para que a reta 𝑟:
𝑥 = 3 + 𝑡
𝑦 = −1 − 𝑡
𝑧 = −2 − 𝑡
esteja
contida no plano 𝜋: 2𝑥 + 𝑚𝑦 + 𝑛𝑧 − 5 = 0
2 3 + 𝑚 −1 + 𝑛 −2 − 5 = 0
2 4 + 𝑚 −2 + 𝑛 −3 − 5 = 0
ou – 𝑚 − 2𝑛 + 1 = 0
−2𝑚 − 3𝑛 + 3 = 0
onde m=3 e n=-1.
Atividade - 5
1) Obter uma equação geral do plano π que passa pelo ponto A(3, -4, 1) e tem
𝑛 = (5, 3, −2) como um vetor normal.
2) Seja o plano π que passa pelo ponto A(3, 2, -3) e é paralelo aos vetores 𝑢 = (3, −3, 2)
e 𝑣 = (−2, −3, 3). Obtenha a equação vetorial, um sistema de equações paramétricas
e uma equação geral de π.
3) Dado o plano π determinado pelos pontos A(2, -1, 3), B(1, 1, 3) e C(-2, -1, 4), obter
um sistema de equações paramétricas e uma equação geral de π.
4) Determinar o ângulo entre os seguintes planos:
a) 𝜋1 : 𝑥 − 2𝑦 + 𝑧 − 6 = 0 𝑒 𝜋2: 2𝑥 − 𝑦 − 𝑧 + 3 = 0
b) 𝜋1: 𝑥 − 𝑦 + 4 = 0 𝑒 𝜋2: 2𝑥 − 𝑦 − 𝑧 = 0
c) 𝜋1 : 𝑥 + 2𝑦 − 6 = 0 𝑒 𝜋2: 𝑦 = 0
5) Determinar m de modo que os planos 𝜋1: 𝑚𝑥 + 𝑦 − 3𝑧 − 1 = 0 𝑒 𝜋2: 2𝑥 − 3𝑚𝑦 +
4𝑧 + 1 = 0 sejam perpendiculares.
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6) Dados a reta 𝑟:
𝑥 = −3 + 𝑡
𝑦 = −1 + 2𝑡
𝑧 = 4𝑡
e o plano 𝜋: 𝑚𝑥 − 𝑦 − 2𝑧 − 3 = 0, determinar o valor
de m para que se tenha:
a) Reta paralela ao plano;
b) Reta perpendicular ao plano.
7) Determine a equação geral do plano que passa por A(2, 0, -2) e é paralelo aos vetores
𝑢 = 𝑖 − 𝑗 + 𝑘 e 𝑣 = 2𝑖 + 3𝑗 .
Matrizes e Sistemas
1. Introdução
Historicamente, a representação de números em forma de tabelas,
posteriormente chamadas de matriz, consolidou-se no século XIX. No entanto, um dos nove
capítulos do livro chinês sobre arte matemática Chiu-Chang Suan-Shu, escrito em 250 a.C., já
trazia alguns tipos de problema que utilizavam tabelas retangulares cujas resoluções eram
feitas na forma de matriz.
O monitor de computador funciona como uma matriz, com informações (pontos
coloridos mostrados na tela, os pixels) armazenadas em linha e colunas. A definição da
imagem apresentada na tela está relacionada com a quantidade de linhas e colunas que a
formam. Ela pode ser bem definida (alta resolução) ou distorcida (baixa resolução).
É comum que o monitor de 15 polegadas tenha resolução 600X800 (600 linhas,
800 colunas), e o de 21 polegadas tenha resolução 1200x1600 (1200 linhas, 1600 colunas).
2. Definição
Sejam m e n dois números inteiros maiores ou iguais a 1.
Denomina-se matriz m x n (lê-se m por n) uma tabela retangular formada por 𝑚. 𝑛
números reais, dispostos em m linhas e n colunas.
Dizemos que a matriz é do tipo m x n ou de ordem m x n.
Exemplos:
2 3
−1 0
é uma matriz do tipo 2 x 3 (dois por três).
5
3
−6
é uma matriz do tipo 3 x 1 (três por um).
3. Representação genérica de uma matriz
Os números que aparecem na matriz são chamados de elementos ou termos da
matriz. Assim:
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Para representar o elemento de uma matriz, usamos uma letra com dois
índices: o primeiro indica a linha que o elemento se encontra, e o segundo
indica em que coluna;
O elemento genérico de uma matriz A será indica por 𝑎𝑖𝑗 , em que i
representa a linha e j representa a coluna na qual o elemento o elemento
se encontra; ele é chamado de ij-ésimo elemento da matriz;
𝐴 =
𝑎11 ⋯ 𝑎1𝑛
⋮ ⋱ ⋮
𝑎𝑚1 ⋯ 𝑎𝑚𝑛
Podemos escrever a matriz A na forma:
𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 𝑚𝑥𝑛 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚, 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛 𝑒 𝑖, 𝑗 ∈ 𝑁
4. Matriz quadrada
Consideremos uma matriz m x n. Quando m=n (o número de linhas é igual ao
número de colunas), diz-se que a matriz é quadrada do tipo n x n ou simplesmente de ordem
n.
Exemplo:
3 5
1 12
é uma matriz quadrada de ordem 2.
5. Matriz diagonal
A matriz quadrada de ordem n em que todos os elementos acima e abaixo da
diagonal principal são nulos é chamada de matriz diagonal. Os elementos da diagonal principal
também podem ser nulos.
Exemplo:
1 0 0
0 3 0
0 0 −4
6. Matriz identidade 𝑰𝒏
A matriz quadrada de ordem n em que todos os elementos da diagonal principal
são iguais a 1 e os outros elementos são iguais a zero é chamada de matriz identidade.
Exemplo: 𝐼2 =
1 0
0 1
7. Matriz nula
No conjunto das matrizes, a matriz que tem todos os elementos iguais a zero
denomina-se matriz nula.
Exemplo: 03𝑥2 =
0 0
0 0
0 0
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8. Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais se, e somente se:
Elas têm o mesmo tipo;
Seus elementos correspondentes são iguais.
Dadas as matrizes 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 𝑚𝑥𝑛 𝑒 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 𝑚𝑥𝑛 , temos, simbolicamente:
𝐴 = 𝐵 ⇔ 𝑎𝑖𝑗 = 𝑏𝑖𝑗 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 𝑒 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛
Exemplo:
3.4 8: 4
1 − 1 3 + 1
5 + 2 2 − 3
=
12 2
0 4
7 −1
as matrizes são do mesmo tipo 2x3.
9. Adição e subtração de matrizes
Dadas duas matrizes A e B do mesmo tipo mxn, denomina-se soma ou subtração
da matriz A com B, a matriz C do tipo mxn na qual cada elemento é obtido adicionando ou
subtraindo-se os elementos correspondentes de A e B.
Se 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 𝑒 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 são matrizes do tipo mxn, a soma A+B é a matriz
𝐶 = 𝑐𝑖𝑗 do tipo mxn tal que: 𝑐𝑖𝑗 = 𝑎𝑖𝑗 + 𝑏𝑖𝑗 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 𝑒 1 ≤ 𝑗 ≤
𝑛
Se 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 𝑒 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 são matrizes do tipo mxn, a subtração A-B é a matriz
𝐶 = 𝑐𝑖𝑗 do tipo mxn, tal que: 𝑐𝑖𝑗 = 𝑎𝑖𝑗 − 𝑏𝑖𝑗 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 𝑒 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛
Exemplo: dadas as matrizes 𝐴 =
1
4
𝑒 𝐵 =
−3
2
. Calcule:
𝐴 + 𝐵 =
1
4
+
−3
2
=
−2
6
𝐴 − 𝐵 =
1
4
−
−3
2
=
4
2
10. Multiplicação de um número real por uma matriz
Se A é uma matriz mxn, de elementos 𝑎𝑖𝑗 , e 𝛼 é um número real, então 𝛼𝐴 é uma
matriz mxn cujos elementos são 𝛼𝑎𝑖𝑗 .
Exemplo: Se 𝐴 =
2 −3
1 4
, então 2. 𝐴 = 2.
2 −3
1 4
=
4 −6
2 8
11. Matriz Transposta 𝑨𝒕
Seja a matriz A de ordem mxn, denomina-se matriz transposta de A, a matriz nxm
cujas linhas são, ordenadamente, as colunas de A.
Exemplo: 𝐴 =
−1 2 5
6 3 0
, 𝐴𝑡 =
−1 6
2 3
5 0
Adeilson
Nota
3x2
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12. Multiplicação de matrizes
A multiplicação de matrizes não é uma operação tão simples como as outras já
estudadas até aqui; não basta multiplicar os elementos correspondentes.
Dada uma matriz 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 do tipo mxn e uma matriz 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 do tipo nxp, o
produto da matriz A pela matriz B é a matriz 𝐶 = 𝑐𝑖𝑗 do tipo mxp tal que o elemento 𝑐𝑖𝑗 é
calculado multiplicando-se ordenadamente os elementos da linha i, da matriz A, pelos
elementos da coluna j, da matriz B, e somando-se os produtos obtidos.
Para dizer que a matriz C é o produto de A por B, vamos indicá-la por AB.
Exemplo: dados 𝐴 =
3 2
5 0
1 4
e 𝐵 =
3 1
6 2
. Calcule AB
𝐴𝐵 =
3 2
5 0
1 4
.
3 1
6 2
=
3.3 + 2.6 3.1 + 2.2
5.3 + 0.6 5.1 + 0.2
1.3 + 4.6 1.1 + 4.2
=
21 7
15 5
27 9
13. Matriz inversa 𝑨−𝟏
Dada uma matriz quadrada A, de ordem n, se X é uma matriz tal que 𝐴. 𝑋 = 𝐼𝑛 ,
então X é denominada matriz inversa de A indicada por 𝐴−1.
Exemplo: A matriz 𝐴 =
1 −1
2 0
é invertível e sua matriz inversa é 𝐴−1 =
0 1/2
−1 1/2
14. Equações matriciais
Definidas as operações de adição, subtração e multiplicação de matrizes e
multiplicação de um número real por uma matriz, já é possível resolver equações cujas
incógnitas são matrizes. Essas equações são chamadas de equações matriciais.
Exemplo: Sendo 𝐴 =
1 −3
0 2
𝑒 𝐵 =
5 2
1 3
, obtenha a matriz X tal que
𝑋 + 𝐴 = 𝐵.
𝑋 = 𝐵 − 𝐴 =
5 2
1 3
−
1 −3
0 2
=
4 5
1 1
15. Introdução de Sistema Linear
A aplicação de sistemas lineares é fundamental na resolução de problemas que
envolvem equações com muitas incógnitas. Problemas desse tipo se apresentam, por exemplo,
na distribuição de energia elétrica, no gerenciamento das linhas de telecomunicações e na
logística para transporte de mercadorias em uma região. De fato, seria indispensável citar as
áreas em que a resolução de sistema linear se aplica, pois ela permeia todo campo do
conhecimento que envolve o raciocínio matemático.
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16. Equações lineares
Denomina-se equação linear toda equação que pode ser escrita na forma:
𝑎1𝑥1 + 𝑎2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑥𝑛 = 𝑏 na qual:
𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 são as incógnitas;
𝑎1 , 𝑎2, … , 𝑎𝑛 são números reais denominados de coeficientes e b é denominado
de termo independente.
17. Sistema de equações lineares
Denomina-se sistema linear mxn o conjunto S de m equações lineares em n
incógnitas, que pode ser representado assim:
𝑆 =
𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1
𝑎21𝑥1 + 𝑎22𝑥2 + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 = 𝑏2
……………………………… ………
𝑎𝑚1𝑥1 + 𝑎𝑚2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑚
Observação: dizemos que 𝛼1, 𝛼2,… , 𝛼𝑛 é solução de um sistema linear
quando 𝛼1, 𝛼2, … , 𝛼𝑛 é solução de cada uma das equações do sistema, ou seja, satisfaz
simultaneamente todas as equações do sistema.
18. Classificação de sistema linear
Os sistemas lineares podem ser classificados de acordo com suas soluções,
conforme mostra o diagrama:
𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝑃𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙(𝑡𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜)
𝐷𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑆𝑃𝐷 𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 ú𝑛𝑖𝑐𝑎
𝐼𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑆𝑃𝐼 𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑆𝐼 𝑛ã𝑜 𝑡𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
A interpretação geométrica do sistema linear 2x2, retas dispostas:
Sistema Possível e Determinado – as retas concorrentes indicam que
existem um único par ordenado que é solução do sistema;
Sistema Impossível – as retas paralelas e distintas indicam que não existe
par ordenado que seja solução do sistema.
Sistema Possível e Indeterminado – as retas coincidentes indicam que
existem infinitos pares ordenados que são soluções do sistema.
19. Regra de Cramer
A regra de Cramer é empregada para resolver um sistema linear em que o
número de equações é igual ao número de incógnitas. Seja o sistema de 3 equações e 3
incógnitas:
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𝑎11𝑥 + 𝑎12𝑦 + 𝑎13𝑧 = 𝑏1
𝑎21𝑥 + 𝑎22𝑦 + 𝑎23𝑧 = 𝑏2
𝑎31𝑥 + 𝑎32𝑦 + 𝑎33𝑧 = 𝑏3
O determinante da matriz incompleta.
𝐷𝐴 =
𝑎11 𝑎12 𝑎13
𝑎21 𝑎22 𝑎23
𝑎31 𝑎32 𝑎33
Os determinantes 𝐷𝑥 , 𝐷𝑦 𝑒 𝐷𝑧 que se obtêm de 𝐷𝐴 substituindo, respectivamente,
a 1º coluna (dos coeficientes de x), a 2º coluna (dos coeficientes de y) e a 3º coluna (dos
coeficientes de z) pela coluna dos termos independentes.
𝐷𝑥 =
𝑏1 𝑎12 𝑎13
𝑏2 𝑎22 𝑎23
𝑏3 𝑎32 𝑎33
; 𝐷𝑦 =
𝑎11 𝑏1 𝑎13
𝑎21 𝑏2 𝑎23
𝑎31 𝑏3 𝑎33
; 𝐷𝑧 =
𝑎11 𝑎12 𝑏1
𝑎21 𝑎22 𝑏2
𝑎31 𝑎32 𝑏3
Se 𝐷𝐴 ≠ 0, então o sistema é possível e determinado. Os valores das incógnitas
são dados por:
𝑥 =
𝐷𝑥
𝐷𝐴
; 𝑦 =
𝐷𝑦
𝐷𝐴
; 𝑧 =
𝐷𝑧
𝐷𝐴
Portanto, 𝑆 =
𝐷𝑥
𝐷𝐴
;
𝐷𝑦
𝐷𝐴
;
𝐷𝑧
𝐷𝐴
Atividade
1) Construa as matrizes:
a) 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 1𝑥3 , 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑖𝑗 = 2𝑖 − 𝑗
b) 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 4𝑥2, 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑏𝑖𝑗 =
𝑖 + 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 ≤ 𝑗
𝑖 − 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 > 𝑗
2) Determine o valor de cada incógnita para que as matrizes sejam iguais:
3 𝑎 𝑏
𝑐 − 1 4 0
=
𝑥 − 2 −5 1
4 𝑦 𝑧 + 3
3) Dada a matriz 𝐴 =
1 −1 0
2 3 4
0 1 −2
, obtenha a matriz X tal que 𝑋 = 𝐴 + 𝐴𝑡 .
4) Dadas as matrizes 𝐴 =
1 −2 0
5 −4 3
𝑒 𝐵 =
−3 6 12
9 −6 15
, determine:
a) −2𝐴
b)
1
3
𝐵
c)
1
2
. (𝐴 + 𝐵)
d) −4𝐴 −
2
3
𝐵𝑡
5) Considere a matriz 𝐴 =
𝑎 1
0 𝑏
. Determine a e b reais, tais que: 𝐴2 + 2𝐴 =
3 2
0 −1
6) Sendo 𝐴 =
4 1
2 −1
𝑒 𝐵 =
24
6
, calcule a matriz X, tal que 𝐴. 𝑋 = 𝐵.
7) Classifique os sistemas em possíveis, impossíveis, determinados ou indeterminados:
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a)
𝑥 − 5𝑦 = −4
3𝑥 + 2𝑦 = 5
b)
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 6
2𝑥 − 𝑦 − 𝑧 = 0
3𝑥 + 3𝑦 + 3𝑧 = 9
c)
2𝑎 + 4𝑏 = 2
4𝑎 + 8𝑏 = 4
8) Resolva os sistemas a seguir, utilizando a regra de Cramer.
a)
𝑥 + 2𝑦 = 5
2𝑥 − 3𝑦 = −4
b)
𝑥 + 2𝑦 = 5
2𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 9
3𝑥 + 3𝑦 − 2𝑧 = 3
9) Resolva as equações matriciais:
a)
2 1
1 −3
𝑥
𝑦 =
9
−13
b)
1 4 7
2 3 6
5 1 −1
𝑥
𝑦
𝑧
=
2
2
8