Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 1 ESTUDO CINE TICO DA REAÇA O DA ACETONA COM IODO Ex p er im en to 1 0 Carlos Frederico Santos Martins Departamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil Professor: Roberto Lins Data da prática: Dia/Mês/Ano; Data de entrega do relatório: Dia/Mês/Ano Resumo Estudo da velocidade da reação entre Acetona com iodo, em diferentes proporções e temperatura. Palavras chaves: velocidade da reação; Cinética Química; energia de ativação; catalizadores; catálise; Sumá rio Resumo ....................................................... 1 Introdução ................................................... 1 Metodologia ................................................ 2 Resultados e Discussão ............................... 3 Conclusão .................................................... 4 Referências .................................................. 5 Questões ..................................................... 6 Introdução A cinética química ou cinética da reação é o estudo da velocidade das reações químicas de processos e fatores influenciáveis a velocidade. Pode-se definir a velocidade da reação com a variação da concentração, mudança de cor ou qualquer outro estado físico ou químico relacionada a reação. Os fatores que influenciam a cinética incluem concentração dos reagentes, estado físico dos reagentes, temperatura ou até a adição de algum catalizador no sistema. Para que ocorra a reação é preciso um consumo de uma energia chamada energia de ativação. Catalizadores Substância que aumenta a velocidade da reação sem ser consumida, podendo ser homogêneo ou heterogêneo se respectivamente estiver ou não na mesma faze dos reagentes, esse processo chamamos de catálise, que é a mudança de velocidade de uma reação com a adição de algum catalizador, o contrário também ocorre, chamamos estes aditivos de inibidores que também não se transformam praticamente no fim da reação. Energia de Ativação É a energia mínima para iniciar a reação, para ocorrer a reação entre substancias químicas em mesma solução é preciso fornecer uma certa quantidade de energia para favorecer colisões entre moléculas também energia necessária para romper ligações e criar novas ligações entre os reagentes. Ela é fundamentada matematicamente da seguinte forma. 𝐸𝑎 = −𝑅𝑇𝑙𝑛 ( 𝑘 𝐴 ) Onde A coeficiente da proporcionalidade, R a constante universal dos gases, T temperatura em Kelvin e k a constante de velocidade. Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 2 Imagem 1: Demonstração da relação entre 𝐸𝑎 e ∆𝐻 , com e sem catalizador e nos dois sentidos da reação. A reação a ser feita é a seguinte 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝐶𝐻3(𝑎𝑞) + 𝐼2(𝑎𝑞) → 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝐶𝐻2𝐼(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞) + + 𝐼(𝑎𝑞) − O cálculo da velocidade da reação é obtida na seguinte expressão 𝑉 = 𝑘[𝑎𝑐𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎]𝑎[𝐻 +]𝑏[𝐼2] 𝑐 Tendo a reação três etapas I) 𝐻3𝐶 − 𝐶𝑂 − 𝐶𝐻3(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞) + ↔ 𝐻3𝐶 − 𝐶(𝑂𝐻) = 𝐶𝐻2(𝑎𝑞) II) 𝐻3𝐶 − 𝐶(𝑂𝐻) = 𝐶𝐻2(𝑎𝑞) + 𝐼2(𝑎𝑞) → 𝐻3𝐶 − 𝐶 +(𝑂𝐻) − 𝐶𝐻2𝐼(𝑎𝑞) + + 𝐼(𝑎𝑞) − III) 𝐻3𝐶 − 𝐶 +(𝑂𝐻) − 𝐶𝐻2𝐼(𝑎𝑞) + 𝐼(𝑎𝑞) − → 𝐻3𝐶 − 𝐶𝑂𝐶𝐻2𝐼(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞) + + 𝐼(𝑎𝑞) − A primeira etapa é a lenta e como ela não depende de 𝐼2 (𝑐 = 𝑜) colocamos como reagente limitante, ela estando em menor proporção na reação podemos ignorar a mudança de concentração de 𝐻+ e 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝐶𝐻3 e reescrever a expressão do cálculo da velocidade acima da seguinte forma 𝑉 = − 𝐷[𝐼2] 𝐷𝑡 = [𝐼2]𝑜 𝑡 Como vários testes vão ser feitos em proporções e temperaturas diferentes, dividimos as velocidades das reações com atributos distintos, tirando o Ln dos dois lados e obtemos 𝑙𝑛 ( 𝑉2 𝑉1 ) = 𝑎. 𝑙𝑛2 e reescrevemos 𝑎 = 𝑙𝑛 ( 𝑉2 𝑉1 ) 𝑙𝑛2 Metodologia Fez-se vários ensaios, em diferentes concentrações de acetona ions hidrogênio e iodo como também em temperaturas diferentes. Separou-se dois tubos e colocou- se as concentrações indicadas a cada ensaio, um o tubo “A” com uma solução de acetona (4,0M), HCL (1,0M) e agua destilada, sendo que o HCL colocou-se por último por segurança, e em outro , tubo “B” colocou-se uma solução de iodo (0,005). Em um terceiro colocou-se agua destilada para ficar como padrão de cor para comparar no momento que o amarelado do iodo for desaparecendo. Deixou-se os tubos em um béquer com agua em temperatura ambiente para garantir que não haverá variação de temperatura. Colocou-se o conteúdo do tubo B no Tubo A ao mesmo tempo que acionou o cronometro, agitou-se a solução até a solução ficar diáfano. O procedimento começou-se quando ocorreu a estabilidade térmica, os acima da temperatura ambiente colocou-se em banho Maria os abaixo colocou-se em banho de gelo em um béquer de 600mL. Tabela 1: Proporções dos ensaios em mL e variação de temperatura variando acima e abaixo da temperatura ambiente. “A” “B” Temp. Ens. Acet. HCL 𝐻2𝑂 Iodo 1º 2,00 2,00 4,00 2,00 amb 2º 4,00 2,00 2,00 2,00 Amb Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 3 3º 6,00 2,00 -x- 2,00 Amb 4º 2,00 4,00 2,00 2,00 Amb 5º 2,00 6,00 -x- 2,00 Amb 6º 2,00 2,00 2,00 4,00 Amb 7º 2,00 2,00 -x- 6,00 Amb 8º 2,00 2,00 4,00 2,00 10°C < 9º 2,00 2,00 4,00 2,00 10°C > 10º 2,00 2,00 4,00 2,00 20°C > Resultados e Discussão Com as concentrações (Tabela 2), tempo e temperatura (Tabela 3) pode-se calcular a velocidade da reação colocando o I2 como reagente limitante usando a equação Tabela 2: Dados das concentrações das soluções. CH3(CO)CH3 4M HCl 1M I2 0,005 M Em todas as reações elas seguiram a equação global abaixo, de acordo com as medidas e a equação podemos determinar mols. − + + 𝐼(𝑎𝑞) 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝐶𝐻3(𝑎𝑞) + 𝐼2(𝑎𝑞) → 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝐶𝐻2𝐼(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞) Tabela 3: Variação de tempo e temperatura entre os ensaios Ensaio Temperatura Tempo (h:m:s) 1º Ambiente 00:02:01 2º Ambiente 00:01:11 3º Ambiente 00:00:36 4º Ambiente 00:01:02 5º Ambiente 00:00:36 6º Ambiente 00:04:27 7º Ambiente 00:06:26 8º 10°C < Ambiente 00:27:17 9º 10°C > Ambiente 00:00:10 10º 20°C > Ambiente 00:00:28 Como a reação segue três etapas sendo a primeira lenta de acordo com a equação (xx), observou-se que o iodo seria o responsável pela velocidade da reação e também o agente limitante, com a adição do iodo formou-se uma coloração amarela e no fim da reação diáfano (foto 1; foto2). Calculou-se então concentração e a velocidade em cada ensaio e comparou-se com as reações que possuíam proporções iguais em dois reagentes e um reagente de proporção variável, isto para cada reagente. Todos os volumes finais dos ensaios são de 10 mL. A concentração foi calculada da seguinte forma: 𝑀0 = 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑜𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 1000mL ⋅ 𝑉0 𝑀𝑓 = 𝑀0 𝑉𝑓 Tabela 4: Variação da concentração da Acetona (M = mol, V = mL) 𝑉0 𝑀0 𝑉𝑓 𝑀𝑓 2 8x10⁻³ 10 8x10⁻⁴ 4 16x10⁻³ 10 16x10⁻⁴ 6 24x10⁻³ 10 24x10⁻⁴ Tabela 5: Variação da concentração do HCl (M = mol, V = mL) 𝑉0 𝑀0 𝑉𝑓 𝑀𝑓 2 2x10⁻³ 10 2x10⁻⁴ 4 4x10⁻³ 10 4x10⁻⁴ Foto 2: 𝑇𝑓𝑉𝑓 Foto 1: 𝑇0𝑉0 Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 4 6 6x10⁻³ 10 6x10⁻⁴ Tabela 6: Variação da concentração do Iodo (M = mol, V = mL) 𝑉0 𝑀0 𝑉𝑓 𝑀𝑓 2 10⁻⁵ 10 10⁻⁶ 4 2x10⁻⁵ 10 2x10⁻⁶ 6 3x10⁻⁵ 10 3x10⁻⁶ Tabela 7: Velocidades de reação nos 10 ensaios. Em |mol.L⁻¹.s⁻¹| 1º 7,44x10⁻⁸ 6º 6,74x10⁻⁸ 2º 1,27x10⁻⁷ 7º 6,99x10⁻⁸ 3º 2,5x10⁻⁷ 8º 5,5x10⁻⁸ 4º 1,45x10⁻⁷ 9º 9x10⁻⁹ 5º 2,5x10⁻⁷ 10º 3,21x10⁻⁸ Esta velocidade média foi calculada pela seguinte equação. 𝑉𝑚 = 𝑀𝑓 − 𝑀0 𝛥𝑡 Esta velocidade sempre terá o resultado negativo pois o reagente foi consumido, a apresentação dos valores na tabela 7 estão representadas em módulo. A velocidade pode também ser calculada pela equação: 𝑉 = 𝐾 ⋅ [𝐶𝐻3(𝐶𝑂)𝐶𝐻3] 𝑎 ⋅ [𝐻𝐶𝑙]𝑏 ⋅ [𝐼2] 𝑐 Onde K é uma constante que depende da temperatura e as ordens a,b e c retirou-se com um comparativo entre as concertações e a velocidade, como a primeira etapa é a etapa lenta e não depende do Iodo colocou-se c=o , calculou-se então a e b da seguinte forma: Usou-se os ensaios 1 e 2 para determinar a ( 4 2 )𝑎 = 1,27 ⋅ 10⁻⁷ 7,44 ⋅ 10⁻⁸ Multiplicou-se por Log em ambos os lados 𝑎 ⋅ log[2] = log[0,585827] 𝑎 = log[0,585827] log[2] = 0,77 Usou-se os ensaios 1 e 4 para determinar b ( 4 2 )𝑏 = 1,45 ⋅ 10⁻⁷ 7,44 ⋅ 10⁻⁸ Multiplicou-se por log em ambos os lados 𝑏 ⋅ log[2] = log[1,9489247311827955] 𝑏 = log[1,9489247311827955] log[2] = 0,96 Com isso obteve-se os valores de a = 0,77, b=0,96 e c=0. Obtidos os valores podemos definir o valor para K na equação da velocidade. 𝑉 = 𝐾 ⋅ [𝐶𝐻3(𝐶𝑂)𝐶𝐻3] 𝑎 ⋅ [𝐻𝐶𝑙]𝑏 ⋅ [𝐼2] 𝑐 𝐾 = 𝑉 [𝐶𝐻3(𝐶𝑂)𝐶𝐻3]𝑎 ⋅ [𝐻𝐶𝑙]𝑏 ⋅ [𝐼2]𝑐 Tabela 8: Valores obtidos de K em relação a temperatura. Temp (°C) K Temp (°C) K Ambiente 6,42x10⁻² 35 7,76x10⁻³ 11,5 4,74x10⁻² 45 2,77x10⁻² Usou-se os valores do primeiro ensaio para calcular K em temperatura ambiente, no primeiro ensaio usou-se a mesma proporção dos reagentes que os ensaios com a variação de temperatura. Com os valores de K calculou-se a energia de ativação com a seguinte equação ln( 𝐾2 𝐾1 ) = −( 𝐸𝑎 𝑅 ) ⋅ ( 1 𝑇2 – 1 𝑇1 ) 𝐸𝑎 = − 𝛥𝑇 𝑅 ⋅ ln( 𝐾2 𝐾1 ) = 0,9422406374 𝐸𝑎 ≃ 0,94𝐾𝐽 ⋅ 𝑚𝑜𝑙−1 Conclusão A velocidade da reação foi determinada a partir da concentração do iodo em relação ao tempo porque a quantidade do mesmo é menor, ou seja, é um reagente limitante. A concentração do iodo não influencia na velocidade, pois este não participa da etapa lenta. Agitou-se os reagentes manualmente no qual não pode-se ter este Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 5 resultados como precisos, houve uma variação de temperatura no banho de gelo, porém manteve-se a temperatura ambiente em 25°C e nos ensaios com temperaturas acima da ambiente conseguiu- se manter estável. O resultado do tempo do ensaio em banho de gelo foi obtido em outro grupo por ter tido um acidente com o tubo de ensaio. A reação se mostrou mais rápida quando fornecemos calor ao sistema caracterizando ele endotérmico, necessitando a absorção de calor. A adição de Hcl reduziu-se para a metade do tempo a medida que duplicava sua concentração. Referências Atkins, Peter – Quanta, Matéria e Mudança, “Uma Abordagem Molecular para Fisico-Química” - Vol 2. Ed. Gen|LTC – Pág. 209 – 217. Atkins, Peter – Principios de Química – 3ª ed., Ed. Bookman – Capítulo 13. Sigman Aldrich – MSDS IODO - Disponivel em <http://www.sigma-aldrich.com>. Sigman Aldrich – MSDS Acetona - Disponivel em <http://www.sigma-aldrich.com>. Sigman Aldrich – MSDS Acido Clóridrico - Disponivel em <http://www.sigma-aldrich.com>. Química Experimental Geral 1A, Carlos Frederico Santos Martins, Experimento 10 6 Questões 1) O que é velocidade de reação? É a relação entre a diminuição de um reagente com o tempo dividido pelo coeficiente estequiométrico 2) O que é ordem de reação? A ordem de uma reação é definida como a soma dos expoentes de concentração, que se apresentam na Lei Experimental da Velocidade. 3) O que é constante de reação? Relação de velocidade e concentração proporcional, tem valor constante, mas varia com a temperatura. 4) Considere a seguinte reação: 2A + B 2C. Sabe-se que quando dobra a concentração dos reagentes a velocidade aumenta oito vezes e quando dobra a concentração apenas de B a velocidade duplica. Qual é a ordem com relação a cada reagente e total? Reescrevendo a equação V=K[A]a[B]b obtemos as seguintes relações 8𝑉 = 𝐾[2𝐴]𝑎[𝐵]𝑏 𝑒 2𝑉 = 𝐾[𝐴]𝑎[2𝐵]𝑏 Dividi-se uma equação pela outra em relação a A 8𝑉 2𝑉 = [2𝐴]𝑎 [𝐴]𝑎 → 4 = 2𝑎 → 𝑙𝑛4 = 𝑙𝑛2𝑎 𝑎 = 2 Dividiu-se em relação a B 2V V = [2𝐵]𝑏 [𝐵]𝑏 → 2 = 2𝑏 → 𝑙𝑛2 = 𝑙𝑛2𝑏 𝑏 = 1 Logo a e b tem as respectivas ordens 2 e 1 logo a ordem total é 3