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DDC 01 - A Tutela dos Interesses Difusos e Coletivos

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DDIIRREEIITTOOSS DDIIFFUUSSOOSS EE CCOOLLEETTIIVVOOSS 
 
0011 
 
AA TTuutteellaa ddooss DDiirreeiittooss 
DDiiffuussooss ee CCoolleettiivvooss 
 
 
 
 
 
 
 
 0011..11 –– IInnttrroodduuççããoo 
 
 
 NNooççõõeess GGeerraaiiss 
 
Noções Iniciais: 
Existem certos direitos que não pertencem a um indivíduo especificamente considerado, mas sim à 
um grupo de indivíduos. São interesses que ultrapassam a individualidade do ser humano, 
constituindo-se em verdadeiros interesses de grupos ou de uma coletividade, isto é, sem um titular 
individualizado. Esses interesses, chamados difusos, coletivos, supra ou metaindividuais, dizem 
respeito a anseios ou mesmo necessidades da coletividade ou grupo de pessoas, relativamente à 
qualidade de vida, como, por exemplo, o direito à saúde, à qualidade dos alimentos, à informação 
correta e atual, à preservação do meio ambiente, etc. Desta forma, quando uma fábrica polui um rio, 
não se pode identificar isoladamente quem foi prejudicado pelo fato, mas zela-se pelo interesse geral 
da preservação do ambiente para que todos possam dele usufruir. 
 
Interesses: 
O interesse corresponde à uma relação estabelecida entre um indivíduo para um bem, coisa ou algo 
que atende à sua necessidade. Esse interesse passa a ser jurídico quando esta relação está protegida 
pelo direito. 
 
Interesse Primário e Secundário: 
Arruda Alvim especifica os interesses jurídicos em primários e secundários, nos seguintes 
termos: “O interesse primário é aquele diretamente incidente sobre a pretensão do direito 
material, ou seja, o que liga o indivíduo a determinado bem da vida. Já o secundário decorre 
da impossibilidade de utilização normal pelo indivíduo daquele determinado bem da vida”. O 
interesse secundário nada mais seria do que a utilidade propiciada pela via jurisdicional como 
meio assecuratório do direito primário, ou seja, da própria pretensão do direito material. 
 
 
 
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Interesses Individuais, Difusos e Coletivos: 
São os interesses afetos a vários sujeitos não considerados individualmente, mas sim por sua 
qualidade de membro de comunidades ou grupos. Além destes há também os interesses individuais 
homogêneos. O Código de Defesa do Consumidor trata claramente sobre o assunto, definindo o que 
se deva entender por interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (art. 81, I, II e 
III). 
 
CÓDIGO DE 
DEFESA DO 
CONSUMIDOR 
 
Art. 81 - A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em 
juízo individualmente, ou a título coletivo. 
 
Parágrafo único - A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, 
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias 
de fato; 
 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais 
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou 
com a parte contrária por uma relação jurídica base; 
 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem 
comum. 
 
0011 Interesses individuais homogêneos: 
Os interesses individuais referem-se às pretensões pertencentes a cada ser humano 
singularmente considerado. Os interesses individuais homogêneos são aqueles que dizem 
respeito a um número determinável de pessoas, titulares de objetivos divisíveis e que estão 
ligadas entre si por um vínculo fático, decorrente da origem comum das lesões. Apresentam 
as seguintes características: 
o ligados por um fato comum (os sujeitos são ligados por uma situação fática); 
o os sujeitos são determinados; 
o o objeto é de natureza divisível. 
 
Interesses 
Individuais 
Coletivos 
Metaindividuais 
Difusos 
 
0022 Interesses coletivos: 
Os interesses coletivos dizem respeito aos interesses pertencentes a uma pluralidade de 
sujeitos, os quais são passíveis de serem identificados a partir de um vínculo jurídico que os 
une ou de cada um destes com a parte contrária. Apresentam então as seguintes 
características: 
o ligados por uma relação jurídica, podendo ou não ser contratual (ex.: relações de 
consumo); 
o os sujeitos são determinados; 
o objeto de natureza indivisível. 
 
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0033 Interesses difusos: 
Os interesses difusos tratam de pretensões pertencentes a uma série indeterminada de sujeitos, 
agrupados em decorrência de situações fáticas. Apresentam as seguintes características: 
o ligados por um fato comum, o que equivale a dizer que não existe um vínculo jurídico 
(ex.: dano ao meio ambiente); 
o os sujeitos são indeterminados; 
o objeto de natureza indivisível. 
 
A indeterminabilidade dos sujeitos, ou dos titulares do interesse, consiste justamente na 
impossibilidade da delimitação do número exato de pessoas afetadas, potencial ou 
concretamente, por certo fato. 
 
Direitos Titularidade Objeto Origem 
Individuais homogêneos determinável divisível fato comum 
Coletivos determinável indivisível relação jurídica 
Difusos indeterminável indivisível fato comum 
 
 
 Histórico 
 
Direito Romano: 
A defesa de direitos coletivos e a tutela coletiva de direitos não é recente no mundo jurídico. No 
Direito Romano encontramos a origem das denominadas ações coletivas no populos, conhecido 
como um conjunto de indivíduos para a consecução de um fim coletivo. Também em Roma, a defesa 
dos interesses coletivos da sociedade existiam com as denominadas actiones populares, que tinham 
por finalidade a defesa do direito do próprio povo. Todavia, essas ações eram de natureza privada, na 
qual o cidadão romano defendia seu próprio interesse e, extraordinariamente, o interesse público. 
 
Ombudsman: 
A legitimação de pessoas ou entes próprios para a defesa dos direitos da sociedade civil surgiu no 
Direito Escandinavo, que criou a figura do Ombudsman. O ombudsman nasceu com a finalidade de 
exercer o controle da Administração Pública e com o passar do tempo, coube à ele também o 
atendimento dos mais variados interesses coletivos. 
 
No Brasil: 
No Direito Brasileiro, a Ação Popular, instituída pela nossa ordem jurídica constitucional pela Carta 
de 1934, foi o primeiro instrumento processual para a tutela jurisdicional de direitos difusos em nosso 
país. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), também proporcionou a defesa coletiva nos 
conflitos coletivos trabalhistas, mas de forma incipiente e sem a visão de transindividualidade de 
direitos. Em 1985, fruto de trabalho de juristas de vanguarda e do Ministério Público de São Paulo, 
foi sancionada a Lei n.º 7.347, denominada Lei da Ação Civil Pública, que, de forma sistematizada, 
deu origem à defesa em juízo dos direitos difusos e coletivos relativos ao meio ambiente e ao 
consumidor. Finalmente, em 1988 foi promulgada nossa atual Constituição, a qual positivou os 
denominados direitos
fundamentais de terceira geração: os direitos difusos e coletivos. 
 
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 0011..22 –– AA AAççããoo CCiivviill PPúúbblliiccaa 
 
 
 NNooççõõeess GGeerraaiiss 
 
Noções Iniciais: 
A ação civil pública é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico, protegendo assim os interesses difusos da sociedade. 
 
Legislação: 
São leis que tratam da ação civil pública: 
? Lei 7.347/85: caráter geral; 
? Lei 7.853/89: defesa das pessoas portadoras de deficiência; 
? Lei 7.913/89: danos causados aos investidores no mercado de valores mobiliários; 
? Lei 8.069/90: criança e adolescente; 
? Lei 8.078/90: consumidor (no CDC, a ação civil pública recebeu o nome de ação coletiva); 
? Lei 8.884/94: infrações contra a ordem econômica; 
? art. 129, III da Constituição Federal: previsão da defesa do patrimônio. 
 
Ação Civil Pública e Ação Popular: 
A ação popular também se presta para a defesa do patrimônio público, da moralidade administrativa, 
do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural. Mas, proposta a ação popular, não fica 
afastada a via de ação civil pública. Evidentemente, no caso de proposta das duas ações, pode ocorrer 
conexão, continência, litispendência e, naturalmente, a coisa julgada. 
 
LEI Nº 7.347, 
DE 24.07.1985 
 
Art. 1º - Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
 
I - ao meio ambiente; 
 
II - ao consumidor; 
 
III – à ordem urbanística; 
 
IV – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
V - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
 
VI - por infração da ordem econômica. 
 
Responsabilidade do Réu: 
O réu, na ação civil pública, têm responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, 
por isso mesmo o autor não precisa demonstrar culpa ou dolo na sua conduta. Basta evidenciar o 
nexo de causalidade entre a ação ou omissão lesiva ao bem protegido no processo. 
 
 
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Competência: 
É competente o foro do local do dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a 
causa (LACP, art. 2º). Trata-se de competência de caráter absoluto (não pode ser pactuada entre as 
partes). Caso o dano ocorra em duas ou mais comarcas, a ação poderá ser proposta em qualquer uma 
delas, resolvendo-se a questão pela prevenção. 
 
 
Sendo a Ação Civil Pública baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente a 
competência será do local do dano, ou da ação ou omissão que violou direito 
fundamental da criança ou do adolescente. 
 
Sendo a ação civil pública fundada no Código de Defesa do Consumidor, a 
competência será do local do domicílio do autor (consumidor). 
 
Sendo a Ação Civil Pública fundada em improbidade administrativa, a competência 
será firmada no local do dano, ou seja, onde o Estado sofreu o prejuízo material, 
embora a ação possa ter sido verificada em outras regiões. 
 
Se a União, suas autarquias e empresas públicas forem interessadas na condição de autoras, 
rés, assistentes ou opoentes, a causa correrá perante os Juízes Federais e o foro será o do 
Distrito Federal ou o da Capital do Estado, como determina a Constituição da República (art. 
109, I). Sendo o Estado, suas autarquias ou entidades paraestatais interessadas na causa, 
mesmo que a lei estadual lhes dê vara ou juízo privativo na Capital, ainda assim prevalece o 
foro do local do dano, pois a legislação estadual de organização judiciária não se sobrepõe à 
norma processual federal que indicou o foro para a ação civil pública. 
 
 
Compete ao STF julgar conflito de competência, em segundo grau, envolvendo 
Tribunal Regional Federal e Tribunal de Justiça Estadual. 
 
Objeto: 
A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer 
ou não fazer (LACP, art. 3º). 
 
Ação Cautelar: 
Poderá ser ajuizada ação cautelar, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico 
e paisagístico. A ação cautelar será proposta onde há a possibilidade de acontecer o dano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AA LLeeggiittiimmiiddaaddee ee oo MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo 
 
Noções Iniciais: 
O particular dificilmente terá força ou disposição para enfrentar os poderosos, ou, às vezes, até o 
poder público, para fazer valer esses interesses coletivos. Daí a conveniência de se atribuir ao 
Ministério Público a guarda jurisdicional dos interesses coletivos ou difusos, sem a exclusão, porém, 
da legitimidade de outros órgãos públicos, bem como de particulares e de associações civis, 
preocupadas com a matéria. O art. 5º da Lei 7.347/85 relaciona os legitimados ativos à propositura 
da ação civil pública. 
 
LEI Nº 7.347, 
DE 24.07.1985 
 
Art. 5º - Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
 
I - o Ministério Público; 
 
II - a Defensoria Pública; 
 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à 
ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico. 
 
Dispensa da Pré-Consituição da Associação: 
O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz em virtude do interesse social 
nas seguintes hipóteses: 
o se a associação foi constituída a partir do fato; 
o se a associação foi constituída em razão da dimensão da lesão; 
o se a associação sempre atuou de fato na defesa daquele interesse. 
 
Atuação do Ministério Público na Ação Civil Pública: 
Na ação civil pública, o Ministério Público tem legitimidade presumida, sendo sua presença 
obrigatória seja como autor ou como fiscal da lei. 
 
Princípio da Obrigatoriedade: 
Consiste no dever do Ministério Público de adotar as providências necessárias à prevenção ou 
reparação de um dano sempre que o identificar. 
 
Provocação do Ministério Público: 
Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá representar ao Ministério Público, provocando 
sua iniciativa. Já, os juízes e tribunais deverão enviar-lhe peças sempre que, no exercício de suas 
funções tomarem conhecimento de fato ensejador da ação civil pública. 
 
 
 
 
 
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Desistência: 
Em caso de desistência da Ação Civil Pública por qualquer co-legitimado, o Ministério Público 
assumirá a titularidade ativa. Já o Ministério Público não pode desistir da ação civil pública de forma 
infundada, devendo sempre fundamentar o pedido de desistência. 
 
Discordância da Desistência: 
Sobre a discordância pelo juiz da desistência do Ministério Público a doutrina não é pacífica: 
A primeira posição entende que o juiz deverá remeter os autos ao Conselho Superior do 
Ministério Público (Hugo Mazzilli); outra corrente adota o entendimento de que o juiz deverá 
remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça, conforme aplicação analógica do art. 28 do 
Código de Processo Penal (Nelson Hungria). 
 
Litisconsórcio: 
Na ação civil pública pode haver litisconsórcio tanto entre os legitimados ativos quanto entre os 
órgãos do Ministério Público (Ministério Público Federal e ministérios públicos estaduais). O 
litisconsórcio pode ser ulterior ou possuir natureza de assistente litisconsorcial. 
 
Litisconsórcio ulterior ? Quando o co-legitimado ao ingressar na ação, alterar o pedido 
inicial. 
 
Assistência litisconsorcial ? Quando o ingresso do co-legitimado não alterar o pedido inicial. 
 
Para Vicente Greco Filho não é possível haver o litisconsórcio entre o Ministério Público 
Federal e o Ministério Público Estadual sem ferir o sistema federativo. 
 
Compromisso de Ajustamento: 
No curso do inquérito civil pode ser formalizado o Compromisso de Ajustamento e Conduta entre o 
Ministério Público e o investigado com escopo de adequar a conduta lesiva às normas pertinentes, 
uma vez que o agente a reconhece e compromete-se a adaptá-la à lei. O compromisso de ajustamento 
é um acordo (transação) realizado entre as partes e terá natureza jurídica de título executivo 
extrajudicial. O compromisso de ajustamento dispensa a participação de advogado e de testemunhas 
instrumentárias. 
 
 
O compromisso de ajustamento depende de homologação do 
Conselho Superior do Ministério Público, caso em que o inquérito civil é arquivado. 
 
 
Podem as associações firmarem o compromisso com o causador do dano? 
Não, somente o Ministério Público ou os órgãos públicos legitimados podem firmar este 
compromisso. 
 
Não é admitido o compromisso de ajustamento nas ações que versem sobre patrimônio 
público e improbidade administrativa (Lei 8.129/92). 
 
 
 
 
 
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 OO IInnqquuéérriittoo CCiivviill 
 
Noções Iniciais: 
A ação civil pública pode ser precedida por um inquérito civil. O inquérito civil é um procedimento 
administrativo de natureza inquisitiva, instaurado e presidido pelo Ministério Público. Tem como 
objetivo apurar a ocorrência do dano, com a coleta de provas e determinar a sua extensão e autoria 
para que posteriormente seja promovida a ação civil pública. 
 
 
O inquérito civil não é indispensável, ou seja, o Ministério Público, 
tendo elementos suficientes para promover a ação, pode ajuizá-la 
mesmo que não tenha havido inquérito civil. 
 
Características: 
O inquérito civil tem como características: 
? a informalidade: o inquérito civil segue uma seqüência de atos indicada pelo seu presidente, 
que saberá avaliar, conforme as circunstâncias, o momento adequado para a obtenção de cada 
elemento de prova. 
? a inquisitoriedade: uma vez que possui natureza meramente investigatória, o inquérito civil 
não contém nenhuma acusação, não existindo assim, o contraditório. 
? a publicidade: a regra geral é a de que o inquérito civil é público, podendo qualquer 
interessado consultá-lo, mas há exceções decorrente da natureza sigilosa do objeto investigado 
ou se for conveniente para o desenvolvimento das investigações. 
 
 
O inquérito civil, sendo informal, não possui um rito determinado 
e não há prazo para seu encerramento. 
 
Fases do Inquérito Civil Público: 
Podemos distinguir as seguintes fases do inquérito civil: 
? Instauração: o inquérito civil somente poderá ser instaurado pelos órgãos de execução do 
Ministério Público (promotores e Procurador Geral de Justiça), porém, qualquer interessado 
pode dirigir representação ao Ministério Público para instauração do inquérito civil. O 
inquérito civil poderá ser instaurado por intermédio de portaria, de despacho acolhendo 
representação ou por determinação do Procurador-Geral de Justiça ou do Conselho Superior do 
Ministério Público. 
 
A instauração de inquérito civil, até seu encerramento suspende o prazo decadencial do 
consumidor para reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação no fornecimento de 
produtos e serviços (Código de Defesa do Consumidor, art. 26, § 2º, III). 
 
? Instrução: A instrução do inquérito civil é a produção de todas as provas em direito admitidas 
pela notificação para oitiva de testemunhas ou pela requisição de documentos, sob pena de 
caracterizar crime de desobediência. Entende-se majoritariamente que o Ministério Público não 
pode quebrar o sigilo bancário, exceto no caso de investigação de dano ao patrimônio público, 
mas pode quebrar o sigilo fiscal. 
 
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? Conclusão: O encerramento do inquérito civil é formalizado por relatório final concluindo pelo 
seu arquivamento ou pela propositura da ação civil pública. 
 
Arquivamento: 
O Ministério Público ordena o arquivamento do inquérito civil nos casos de cumprimento do 
compromisso de ajustamento e conduta e de inexistência de justa causa para propositura da ação civil 
pública. Esta providência depende de homologação do Conselho Superior do Ministério Público, que 
pode também converter o julgamento em diligência ou ordenar a propositura da ação civil pública. 
 
Procedimento do Arquivamento: 
Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de 
fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil 
ou das peças informativas, fazendo-o fundamentalmente. A natureza da desistência do inquérito civil 
é meramente administrativa. Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão 
remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do 
Ministério Público (LACP, art. 9º, § 1º). Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério 
Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações 
legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou 
anexados às peças de informação (LACP, art. 9º, § 2º). 
 
Exame de Arquivamento: 
Os autos do inquérito civil serão enviados ao Conselho Superior do Ministério Público para que seja 
homologada ou não a promoção do arquivamento. O Conselho não homologando a promoção será 
designado outro promotor de justiça para dar continuidade às investigações e propor a ação civil 
pública. 
 
A Lei 7.347/85 estabelece que essa designação é função do Conselho Superior do Ministério 
Público, porém de acordo com a Lei Orgânica do Ministério Público (art. 19, III, d) o ato 
formal de designação compete ao Procurador Geral de Justiça. 
 
 
 OO PPrroocceessssoo 
 
Noções Iniciais: 
O processo da ação civil pública é o ordinário, comum, do Código de Processo Civil, com a 
peculiaridade de admitir medida liminar
suspensiva da atividade do réu, quando pedida na inicial, 
desde que ocorram o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. 
 
Certidões e Informações: 
Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e 
informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 dias (LACP, art. 8º, caput). 
 
O Ministério Público poderá requisitar, de qualquer organismo público ou particular, 
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser 
inferior a 10 dias úteis (LACP, art. 8º, § 1º). Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, 
poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta 
desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los (LACP, art. 8º, § 2º). 
 
 
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Condenação de Fazer ou Não Fazer: 
Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o 
cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de 
execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, 
independentemente de requerimento do autor (LACP, art. 11). 
 
Liminar: 
O juiz poderá aceitar o pedido de liminar estando presentes a fumaça do bom direito e o perigo da 
demora. A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à 
ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o 
conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da 
qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação 
do ato.A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão 
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. 
 
Fundo para a Reconstituição dos Bens Lesados: 
Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por 
um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério 
Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens 
lesados (LACP, art. 13). Especialmente em matéria de danos ambientais, a delimitação do “quantum” 
que se vai pedir como reparação é matéria de difícil solução (ex.: qual o valor dos animais e mortos e 
árvores destruídas em uma queimada?). Até a pouco tempo atrás o patrimônio ambiental era tido 
como “res nullius”, mas o fato é que estes bens vem ganhando valor a cada dia. Nélson Nery 
recomenda também o critério do arbitramento e o de fixação da indenização com base no lucro 
obtido pelo causador do dano. 
 
Recursos: 
Não é tratada sistematicamente pela Lei 7.347/85 a questão dos recursos específicos para a ação civil 
pública, aplicando-se as regras do CPC. O art. 14 da Lei da Ação Civil Pública, entretanto, aponta 
que via de regra os recursos possuem efeito meramente devolutivo e somente para evitar dano 
irreparável à parte, o juiz poderá conferir suspensivo aos recursos. 
 
Execução: 
A execução da ação civil pública deverá observar os ritos procedimentais estabelecidos no CPC. 
Decorridos 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe 
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais 
legitimados (LACP, art. 15). 
 
Coisa Julgada: 
A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão 
prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que 
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova 
(LACP, art. 16). A coisa julgada torna imutável a parte dispositiva da decisão judicial, desde que, se 
trate de sentença de mérito não mais sujeita a recurso ordinário, extraordinário ou reexame 
necessário. 
 
 
 
 
 
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Litigância de Má-Fé: 
Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da 
ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem 
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos (LACP, art. 17). 
 
Despesas Processuais: 
Nas ações civis públicas, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e 
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em 
honorários de advogado, custas e despesas processuais (LACP, art. 18). 
 
 
 
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Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta. 
 
 
0011 -- (Magistratura/TRF 4ª Região - X) Assinalar a alternativa correta. 
( ) a) Os partidos políticos, as organizações sindicais e as sociedades civis legalmente 
constituídas e em funcionamento há pelos menos um ano têm legitimidade para 
promover ações civis públicas em defesa dos seus membros ou associados. 
( ) b) Todos os legitimados para promover a ação civil pública, inclusive os órgãos públicos, 
poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às 
exigências legais, mediante cominações. 
( ) c) A apelação contra a sentença que julga procedente a ação civil pública deve ser 
recebida apenas no efeito devolutivo, podendo o juiz, todavia, conferir-lhe efeito 
suspensivo para evitar dano irreparável à parte. 
( ) d) Salvo no caso de improcedência, a sentença na ação civil pública não faz coisa julgada 
contra todos, podendo o autor intentar nova ação com o mesmo fundamento. 
 
 
0022 -- (Procurador da República – 18) O inquérito civil público, instaurado por portaria regular: 
( ) a) será encerrado em 60 dias; 
( ) b) não tem prazo legal para ser encerrado; 
( ) c) será encerrado em 30 dias; 
( ) d) será encerrado em 180 dias. 
 
 
0033 -- (Procurador da República – 17) O inquérito civil, como instrumento de garantia dos interesses do 
consumidor: 
( ) a) insere-se, no tocante à sua instauração, na exclusiva atribuição do Ministério Público; 
( ) b) tem como legitimados para a sua promoção a União, os Estados e o Distrito Federal; 
( ) c) mediante substituição processual, pode ser instaurado por associações privadas em 
legitimação concorrente com entidades político-administrativas; 
( ) d) não mais subsiste como instrumento preparatório da ação civil pública após a 
Constituição Federal de 1988. 
 
 
0044 -- (Procurador da República – 17) O Ministério Público, quanto à Ação Civil Pública: 
( ) a) detém legitimidade para sua propositura em defesa de interesses difusos, coletivos e 
particularmente homogêneos; 
( ) b) não detém legitimidade para a sua promoção em defesa de interesses individuais 
homogêneos por tratar-se de situações particulares; 
( ) c) só detém legitimidade para instaurá-la quando em defesa de interesses difusos e 
coletivos;
( ) d) na hipótese da alternativa b, cláusula final (interesses homogêneos) somente atuará 
por deliberação da assembléia geral da associação de classe dos interessados. 
 
 
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0055 -- (Ministério Público/GO – 2008) Sobre o inquérito civil, assinale a alternativa correta: 
( ) a) A instauração de inquérito civil, apesar de sua referência constitucional no capítulo 
sobre o Ministério Público na Constituição Federal, não é ato exclusivo do Ministério 
Público, como também não o é o ajuizamento de ação civil pública. 
( ) b) Nos termos da Resolução n° 23, de 17 de setembro de 2007, do CNMP, o inquérito 
civil tem natureza unilateral e facultativa. 
( ) c) É possível o ajuizamento de ação civil pública desacompanhada de inquérito civil, 
porém, nesta hipótese, torna-se exigível a realização do procedimento prévio de 
prelibação para a formação da relação jurídico-processual. 
( ) d) No exercício de suas funções, Juízes e Tribunais ao tomar conhecimento de fatos que 
possam ensejar a instauração de inquérito civil público, é facultado a eles remeter 
peças ao Ministério Público. 
 
0066 -- (Ministério Público/MG – 41) Quando se trata de ação civil pública, consoante a Lei n.º 7.347/85, 
não é correto afirmar que: 
( ) a) a ação civil pública é um dos meios pelos quais o legitimado busca as 
responsabilidades pelos danos morais e patrimoniais causados: ao meio ambiente; ao 
consumidor; a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico; a qualquer outro interesse difuso e coletivo e por infração da ordem 
econômica e da economia popular; 
( ) b) na ação civil pública o Ministério Público quando não for parte, atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei, assumindo a titularidade ativa quando houver 
desistência infundada ou abandono da ação proposta por outro legitimado; 
( ) c) pode o juiz fixar multa cominatória nas ações que tenham por objeto obrigação de 
fazer ou não fazer, mesmo que não tenha sido requerida pelo autor; 
( ) d) proposto o arquivamento do Inquérito Civil pelo Promotor de Justiça e rejeitado pelo 
Conselho Superior do Ministério Público, sob o fundamento de existência de justa 
causa e de provas suficientes para a propositura de ação civil pública, os autos 
retornarão ao Promotor de Justiça para que este proponha a ação no prazo legal; 
( ) e) o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe 
informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil pública, e, por seu turno, 
o juiz que no exercício de suas funções tiver conhecimento de fatos que possam dar 
ensejo a propositura da ação civil, deverá remeter peças ao Ministério Público para a 
adoção das providências cabíveis. 
 
0077 -- (Ministério Público/RS – 42) Assinale a alternativa correta: 
( ) a) Os direitos difusos e os direitos coletivos stricto sensu são acidentalmente coletivos e 
de natureza divisível. 
( ) b) Os direitos individuais homogêneos são os decorrentes de origem comum e de 
natureza indivisível. 
( ) c) Os direitos difusos e os direitos coletivos stricto sensu são metaindividuais, de 
natureza divisível e pressupõem uma relação jurídica base. 
( ) d) Os direitos difusos são transindividuais, de natureza indivisível e não pressupõem uma 
relação jurídica base, sendo titulados por pessoas indeterminadas, ligadas por 
circunstâncias de fato. 
( ) e) Os direitos coletivos stricto sensu são transindividuais, de natureza divisível, de que 
sejam titulares grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base. 
 
 
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0088 -- (Ministério Público/RS – 41) Assinale a alternativa incorreta. 
Na ação civil pública proposta para reparação de dano ambiental 
( ) a) Quando o dano ocorrer no território de mais de uma comarca resolve-se a questão da 
competência pela prevenção. 
( ) b) Havendo conexão entre mais de uma ação, impõe-se a reunião de todas para que seja 
proferida sentença uniforme, com o fim de evitar-se decisões conflitantes. 
( ) c) O foro competente é o do local do fato onde ocorreu ou deva ocorrer o dano. 
( ) d) O juiz pode, liminarmente, determinar a imediata cessação da atividade que coloque 
em risco a higidez do meio ambiente. 
( ) e) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar conflito de competência, em segundo 
grau, envolvendo Tribunal Regional Federal e Tribunal de Justiça estadual. 
 
 
0099 -- (Ministério Público/RS – 40) Assinale a alternativa correta: 
( ) a) Os direitos difusos e os direitos coletivos stricto sensu são acidentalmente coletivos e 
de natureza divisível. 
( ) b) Os direitos individuais homogêneos são os decorrentes de origem comum e de 
natureza indivisível. 
( ) c) Os direitos difusos e os direitos coletivos stricto sensu são metaindividuais, de 
natureza divisível e pressupõem uma relação jurídica base. 
( ) d) Os direitos difusos são transindividuais, de natureza indivisível e não pressupõem uma 
relação jurídica base, sendo titulados por pessoas indeterminadas, ligadas por 
circunstâncias de fato. 
( ) e) Os direitos coletivos stricto sensu são transindividuais, de natureza divisível, de que 
sejam titulares grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base. 
 
 
1100 -- (Ministério Público/SP – 2006) Os recursos no sistema da Lei nº 7.347/85: 
( ) a) Não se submetem ao regime recursal do Código de Processo Civil. 
( ) b) Têm, sempre, o efeito meramente devolutivo como regra geral. 
( ) c) Não se assemelham ao sistema recursal previsto na Lei nº 9.099/95. 
( ) d) Não estabelecem poder ao juiz para conceder efeito suspensivo sendo inconstitucional 
o art. 14 da Lei nº 7.347/85. 
( ) e) Têm disciplina própria, a saber, a Lei nº 7.347/85 possui sistema recursal específico 
estruturado integralmente na Lei nº 8.078/90. 
 
1111 -- (Ministério Público/SP – 2006) Assinale a alternativa incorreta. 
O compromisso de ajustamento de conduta: 
( ) a) precisa ser homologado em juízo. 
( ) b) dispensa a participação de advogados das partes envolvidas. 
( ) c) se constitui em título executivo extrajudicial. 
( ) d) deve ser tomado por termo por órgão público legitimado à ação civil pública. 
( ) e) não exige a presença de testemunhas instrumentárias. 
 
 
 
 
 
 
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1122 -- (Ministério Público/SP – 2005) Assinale a alternativa falsa, relativamente ao compromisso de 
ajustamento de conduta. 
( ) a) Pode ser tomado pelo Ministério Público ou outro órgão público legitimado à ação 
civil pública. 
( ) b) Constitui título executivo extrajudicial, desde que homologado pelo juiz competente. 
( ) c) Dispensa a participação de advogado. 
( ) d) Por meio dele o causador do dano assume uma obrigação de fazer ou não fazer. 
( ) e) Dispensa testemunhas instrumentárias.
1133 -- (Ministério Público/SP – 2004) A homologação da promoção de arquivamento de inquérito civil 
formulada pelo Promotor de Justiça, é atribuição 
( ) a) do Juiz que seria o competente para conhecer da ação civil pública. 
( ) b) do Procurador-Geral de Justiça. 
( ) c) do Conselho Superior do Ministério Público. 
( ) d) das Associações legitimadas. 
( ) e) do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça. 
 
 
1144 -- (Ministério Público/SP – 2004) O inquérito civil 
( ) a) pode ser realizado secreta e sigilosamente. 
( ) b) tendo caráter investigatório, sua efetivação deve observar as normas referentes à 
investigação criminal sigilosa. 
( ) c) pode ser instaurado somente pelo Ministério Público. 
( ) d) pode ser instaurado, tanto pelo Ministério Público, como, também, por qualquer das 
pessoas legitimadas a aforar ação civil pública. 
( ) e) é imprescindível à propositura da ação civil pública, implicando a sua falta a 
decretação da carência desta. 
 
 
1155 -- (Ministério Público/SP – 2004) Em relação ao tema da ação civil pública, assinale a alternativa 
incorreta. 
( ) a) Se o Ministério Público não intervier na ação civil pública como parte, nela atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei. 
( ) b) Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, 
caberá exclusivamente ao Ministério Público assumir a titularidade ativa. 
( ) c) Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou 
informação, hipótese em que a ação civil pública poderá ser proposta desacompanhada 
daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los. 
( ) d) Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do 
Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da 
ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção. 
( ) e) Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se covencer da 
inexistência de fundamento para a propositura da ação civil pública, promoverá o 
arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o 
fundamentadamente. 
 
 
 
 
 
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1166 -- (Ministério Público/SP – 2004) A sentença de mérito proferida nos autos de ação civil pública, 
com a preclusão dos prazos para recurso, 
( ) a) somente poderá ser executada pelo autor vencedor. 
( ) b) terá efeito normativo, valendo para todos os processos correlatos. 
( ) c) poderá ser modificada em qualquer tempo, tanto a pedido do autor vencido, como de 
qualquer outra pessoa co-legitimada em qualquer hipótese. 
( ) d) será coberta pela coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do 
órgão prolator, e nos termos da lei. 
( ) e) a declaração nela contida jamais, em nenhuma hipótese, mesmo havendo prova nova, 
poderá ser modificada. 
 
1177 -- (Ministério Público/SP – 2004) Com relação ao tema do inquérito civil: 
I. a instauração do inquérito impede a propositura da ação civil pública pelos co-
legitimados; 
II. embora o inquérito civil tenha, como uma de suas características, a publicidade, ele 
poderá ser sigiloso se de sua publicidade puder advir prejuízo às investigações; 
III. a instauração do inquérito civil é imprescindível para a propositura da ação civil 
pública; 
IV. desde a instauração do inquérito civil e até seu encerramento, o prazo decadencial 
para que o consumidor exerça o direito de reclamar contra os vícios aparentes 
ligados ao fornecimento de produtos ou serviços fica suspenso. 
São CORRETAS, apenas as afirmativas 
( ) a) III e IV. 
( ) b) II e IV. 
( ) c) II e III. 
( ) d) I e III. 
( ) e) I e IV. 
 
1188 -- (Ministério Público/SP – 2002) Assinale a alternativa correta. 
( ) a) Qualquer dos co-legitimados à ação civil pública, através de seus organismos 
administrativos, pode instaurar o inquérito civil. 
( ) b) O inquérito civil é indispensável à propositura da ação civil pública. 
( ) c) O inquérito civil só pode ser instaurado e presidido por membro do Ministério Público.
( ) d) O inquérito civil deverá obedecer ao princípio do contraditório, constitucionalmente 
assegurado. 
( ) e) O arquivamento do inquérito civil instaurado pelo Ministério Público impede que os 
co-legitimados possam propor ação civil pública sobre a questão ventilada. 
 
1199 -- Qual das alternativas contém afirmativa incorreta a respeito do compromisso de 
ajustamento? 
( ) a) Exige testemunhas instrumentárias. 
( ) b) Tem eficácia de título executivo extrajudicial. 
( ) c) Na parte em que comine sanção pecuniária, permite execução por quantia líquida em 
caso de descumprimento da obrigação de fazer. 
( ) d) Ainda que disponha apenas sobre obrigação de fazer, pode ser executado 
independentemente de prévia ação de conhecimento. 
( ) e) Não pode ser tomado pelas pessoas jurídicas de direito privado legitimadas à 
propositura da ação civil pública. 
 
 
 
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2200 -- O compromisso de ajustamento é lavrado em autos de inquérito civil quando tomado 
( ) a) pelo Ministério Público e pelas associações constituídas há, pelo menos, um ano. 
( ) b) por qualquer dos legitimados à propositura da ação civil pública. 
( ) c) pelo Ministério Público e demais órgãos públicos legitimados. 
( ) d) pelo Ministério Público, exclusivamente. 
( ) e) pelo Munistério Público e pelas associações que incluam entre suas finalidades 
institucionais, a proteção ao interesse de que se cuida. 
 
 
2211 -- Afigurando-se necessária a apuração de causas de contaminação da água distribuída à 
população de cidade em que seja morador o promotor de justiça com atribuição para o 
inquérito civil e para a ação civil pública correspondentes, é correto dizer-se que 
( ) a) não há impedimento para atuar, porque o interesse que se configura é difuso e sua 
abrangência o aproxima do interesse público e impessoal de toda a coletividade. 
( ) b) há impedimento para atuar porque se inclui entre os atingidos pelo dano efetivo ou 
potencial. 
( ) c) há impedimento para atuar, visto possuir interesse pessoal na questão. 
( ) d) há impedimento para atuar porque o interesse que se configura é individual 
homogêneo. 
( ) e) há impedimento para atuar na ação civil pública, mas não no inquérito civil porque a 
este não se aplicam as normas que regem as hipóteses de suspeição e impedimento. 
 
 
2222 -- Qual das afirmativas é falsa? 
( ) a) Arquivado o inquérito civil, nenhum dos co-legitimados poderá propor a ação civil 
pública ou coletiva que o promotor de justiça entendeu não devesse ajuizar. 
( ) b) Arquivado o inquérito civil, qualquer dos co-legitimados poderá propor a ação civil 
pública ou coletiva. 
( ) c) Poderão os co-legitimados propor a ação civil pública ou coletiva, ainda que não 
surjam novas provas ou novos fundamentos. 
( ) d) Poderão os co-legitimados propor a referida ação mesmo que se ache inconcluso o 
inquérito civil no qual se apuram os mesmos fatos. 
( ) e) Poderão os co-legitimados propor a aludida ação mesmo enquanto o Conselho 
Superior do Ministério Público discute a homologação do arquivamento.
2233 -- Com vistas à instrução de inquéritos civil, inclusive no que diz respeito à realização de 
perícias, ao Ministério Público é lícito requisitar o apoio especializado, em âmbito estadual,
( ) a) dos órgãos da administração direta. 
( ) b) das universidades públicas. 
( ) c) das citadas na alternativa precedente e das entidades de pesquisa técnica e científica 
oficiais ou subvencionadas pelo Estado. 
( ) d) das empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. 
( ) e) de todos os órgãos e entidades citados nas demais alternativas 
 
 
 
 
 
 
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2244 -- Têm legitimidade ativa nas ações civis públicas, exceto: 
( ) a) autarquias; 
( ) b) sindicatos; 
( ) c) pessoas jurídicas paraestatais; 
( ) d) associações; 
( ) e) nenhuma das respostas. 
 
 
2255 -- Sobre a ação civil pública é incorreto afirmar: 
( ) a) a ação civil pública não pode servir de forma paralela de declaração de 
inconstitucionalidade; 
( ) b) é perfeitamente cabível a antecipação da tutela nas ações civis públicas; 
( ) c) qualquer das partes, inclusive o Ministério Público, pode desistir de recurso interposto 
em ação civil pública; 
( ) d) o termo de ajustamento de conduta, incidental na ação civil pública, funciona como 
transação processual; 
( ) e) nenhuma das respostas. 
 
 
 
 
 
 
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GGaabbaarriittoo 
 
 
01.C 02.B 03.A 04.A 05.B 06.D 07.D 08.E 09.D 10.B 
11.A 12.B 13.C 14.C 15.B 16.D 17.B 18.C 19.A 20.D 
21.A 22.A 23.E 24.E 25.D 
 
 
 
 
 
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BBiibblliiooggrraaffiiaa 
 
 
? Ação Civil Pública e Inquérito Civil 
 Motauri Ciocchetti de Souza 
 Saraiva 
? Ações Coletivas e Direitos Difusos 
 Maria Fátima Vaquero Ramalho Leyser 
 Apta 
 
? Direito Público 
 Celso Ribeiro Bastos 
 Saraiva 
 
? Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação 
Civil Pública, Mandado de Injunção e Habeas 
Data 
 Hely Lopes Meirelles 
 Revista dos Tribunais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direitos Difusos e Coletivos 
01 – A Tutela dos Interesses Difusos e Coletivos 
 
 
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