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Língua Brasileira de Sinais - Libras
Daniel Neves Pinto
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor
Amélia Maria Cerqueira Uchôa
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Pró-Reitoria Administrativa - PROAD
Ihanmark Damasceno dos Santos
Pró-Reitoria Acadêmica - PROAC
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Pró-Reitoria Adjunta de Graduação - PAGR
Temisson José dos Santos
Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação
e Pesquisa - PAPGP
Gilton Kennedy Sousa Fraga
Pró-Reitoria Adjunta de Assuntos 
Comunitários e Extensão - PAACE
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Gerente do Núcleo de Educação a Distância - Nead
Andrea Karla Ferreira Nunes
Coordenadora Pedagógica de Projetos - Nead
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais - Nead
Equipe de Elaboração e Produção de Conteúdos 
Midiáticos: 
Alexandre Meneses Chagas - Supervisor 
Adelson Tavares de Santana - Ilustrador
Ancéjo Santana Resende - Corretor
Claudivan da Silva Santana - Diagramador
Edivan Santos Guimarães - Diagramador
Geová da Silva Borges Junior - Ilustrador
Márcia Maria da Silva Santos - Corretora
Monique Lara Farias Alves - Webdesign
Pedro Antonio Dantas P. Nou - Webdesign
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Rodrigo Sangiovanni Lima - Assessor
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Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
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Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE
Tel.: (79) 3218-2186
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Site: www.ead.unit.br
Impressão:
Gráfica Gutemberg
Telefone: (79) 3218-2154
E-mail: grafica@unit.br
Site: www.unit.br
Copyright © Universidade Tiradentes
P659l Pinto, Daniel Neves.
Língua brasileira de sinais-libras. / Daniel 
Neves Pinto. – Aracaju : UNIT, 2010.
168 p. : il.
Inclui bibliografia 
1. Linguagens de gestos dos surdos e dos surdos-
mudos. 2. Língua brasileira de sinais. 3. Língua de 
sinais. 4. Comunicação gestual. I. Universidade 
Tiradentes (UNIT). Pró-Reitoria Adjunta de Ensino 
a Distância. II. Título. 
CDU: 81’221.24 
Prezado(a) estudante,
 
A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tempo, e a 
educação não pode ficar para trás. Prova disso são as nossas disci-
plinas on-line, que possibilitam a você estudar com o maior confor-
to e comodidade possível, sem perder a qualidade do conteúdo.
 
Por meio do nosso programa de disciplinas on-line você pode 
ter acesso ao conhecimento de forma rápida, prática e eficiente, 
como deve ser a sua forma de comunicação e interação com o 
mundo na modernidade. Fóruns on-line, chats, podcasts, livespace, 
vídeos, MSN, tudo é válido para o seu aprendizado.
 
Mesmo com tantas opções, a Universidade Tira-
dentes optou por criar a coleção de livros Série Biblio-
gráfica Unit como mais uma opção de acesso ao conhe-
cimento. Escrita por nossos professores, a obra contém 
todo o conteúdo da disciplina que você está cursando 
na modalidade EAD e representa, sobretudo, a 
nossa preocupação em garantir o seu acesso ao 
conhecimento, onde quer que você esteja.
 
Desejo a você bom 
aprendizado e muito sucesso!
Professor Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor da Universidade Tiradentes
Apresentação
iblio-
onhe-
ntém 
ando 
Sumário
Parte I: História, Cultura e Linguística da Libras .................11
Tema 1: Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais ...........13 
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre língua e 
linguagem ..................................................................... 14
1.2. Fundamentos históricos e culturais da língua 
brasileira de sinais ....................................................... 21
1.3 Aspectos biológicos e suas definições ....................... 31
1.4 Iniciação à língua .......................................................... 43
Tema 2: Estudos Linguísticos ................................................55
2.1 Léxico, vocabulários icônicos e arbitrários ................. 55
2.2 Estruturas sub-lexicais e suas expressões não 
manuais. ....................................................................... 61
2.3 Morfologia e seus estudos internos ............................ 72
2.4 Diferenças Básicas em LIBRAS .................................... 78
Parte II: Surdez: Interação e Implicações .............................87
Tema 3: Surdez e Interação ...................................................89
3.1 Aspectos comunicativos corporais e classificadores ......89
3.2 Interação argumentativa com estrutura da surdez e 
família ............................................................................ 97
3.3 Interação através da língua de sinais ........................ 103
3.4 Surdez, sociedade em seu processo de inclusão ..... 111
Tema 4: Língua de Sinais: Saberes e Fazeres ...................119 
4.1 Aspectos pedagógicos em suas possibilidades no 
contexto de ensino-aprendizagem ............................ 119
4.2 Possibilidades de trabalho ......................................... 132
4.3 Conduta e legislação .................................................. 138
4.4 Frases em expressões da libras ................................. 149
Referências ............................................................................159
Concepção da Disciplina
Ementa
Fundamentos históricos, socioculturais e definições 
referentes à Língua Brasileira de Sinais. Legislação e conceitos 
sobre língua e linguagem. Entendimentos dos conhecimentos 
necessários para a inclusão dos surdos quanto aos aspectos 
Biológicos, Pedagógicos e Psicossociais.
Objetivos
- Compreender os fundamentos históricos, culturais e 
psicossociais da Língua de Sinais, nomenclaturas e seus 
conceitos, auxiliando no processo das ações inclusivas;
- Conhecer noções legislativas, utilizando-as de forma coesa;
- Conhecer os aspectos patológicos da surdez, possibilitando 
uma reflexão sobre o preconceito vivido no contexto dos 
surdos;
- Desenvolver noções práticas de verbalização e Sinalização 
da Língua de Sinais junto a sua estrutura lexical, morfológica, 
sintaxe, semântica e pragmática, colocando em prática a 
Língua Brasileira de Sinais;
- Estimular embasamento cênico, teórico, prático, técnico e 
pedagógico, acrescentando tais embasamentos em suas 
práticas interpretativas;
- Despertar, no aluno, o interesses em trabalhar com os surdos;
- Compreender os conhecimentos básicos e domínios 
necessários para a comunicação com pessoas surdas, 
facilitando a inclusão social, possibilitando a relação 
interpessoal através do uso da Libras;
- Utilizar Libras com coesão e coerência para que haja 
entendimento. 
Orientações para Estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimentos de 
estudo e na produção de trabalhos científicos, possibilitando 
que você desenvolva em seus trabalhos pesquisas, o rigor 
metodológico e espírito crítico necessários ao estudo.
Tendo em vista que a experiência de estudar a distância é 
algo novo, é importante que você observe algumas orientações:
•Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário regular 
para acessar todo o conteúdo da sua disciplina disponível 
neste material impresso e no Ambiente Virtual de Apren-
dizagem (AVA). Organize-se de tal forma para que você 
possa dedicar tempo suficiente para leitura e reflexão;
• Esforce-se para alcançar os objetivos propostos na 
disciplina;
• Utilize-se dos recursos técnicos e humanos que estão ao seu 
dispor para buscar esclarecimentos e para aprofundar as suas 
reflexões. Estamos nos referindo ao contato permanente 
com o professor e com os colegas a partir dos fóruns, chats 
e encontros presencias. Além dos recursos disponíveis no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tranquila, 
você deve realizar as atividades propostas e estar
sempre em con-
tato com o professor, além de acessar o AVA.
Para se estudar num curso a distância deve-se ter a clareza 
que a área da Educação a Distância pauta-se na autonomia, respon-
sabilidade, cooperação e colaboração por parte dos envolvidos, o 
que requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de con-
cepção de educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes pedagógica 
e técnica envolvidas na operacionalização do curso, além dos re-
cursos tecnológicos que contribuirão na mediação entre você e o 
professor.
Parte I
HISTÓRIA, CULTURA E 
LINGUÍSTICA DA LIBRAS
1 Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) surge com a perspectiva 
de apoiar a implementação da Educação Especial tão enfocada na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O Poder Público 
instituiu a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada 
pelo Decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, que dispõem 
sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Tal Decreto apoia 
a educação da Língua de Sinais como disciplina, assegurando 
aos Surdos o atendimento especializado. Dentro deste contexto, 
alicerça-se uma proposta inovadora sempre com o objetivo de 
consolidar a comunicação e a efetiva integração na vida em 
sociedade.
Neste tema, iremos conhecer conceitos culturais e históricos 
da língua de sinais e dos surdos com seus aspectos biológicos e 
linguísticos.
14 Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.1 NOMENCLATURAS E CONCEITOS SOBRE LÍNGUA E 
LINGUAGEM
Para você, o que é Libras ou LSB?
Libras é a sigla pronunciada nacionalmente para Língua 
Brasileira de Sinais difundida pela Federação Nacional de Educação 
e Integração de Surdos (FENEIS).
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria deles no Brasil. 
Conforme Capovilla (2006, p.1479), “Língua de Sinais é o 
verdadeiro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e 
se comunica apenas por este meio.” O surdo utiliza a modalidade 
linguística quiroarticulatória-visual, ou seja, através das mãos e 
dos olhos e não oroarticulatória-auditiva, que se dá através da 
oralização (boca) e ouvido.
A Libras é também conhecida como LSB (Língua de Sinais 
Brasileira), sigla que segue padrões internacionais de denominação 
das línguas de sinais, assim como a American Sign Language 
(LSA), ou seja, Língua de Sinais Americana, bem como a Língua 
de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Mexicana (LSM), etc.
Para você entender melhor, Língua Brasileira não existe, 
filosoficamente falando, o correto é “Língua de Sinais Brasileira”, 
pois, o termo “língua de sinais” constitui 
uma unidade vocabular, ou seja, funcio-
na como se as três palavras (língua, de 
e sinais) fossem uma só. Não existe uma 
Língua Brasileira (em sinais ou falada).
Além das formas de escrever ou pronunciar a Língua Brasileira 
de Sinais, temos que atentar para seu significado.
A correta é “Libras” e não “LIBRAS”. Quando foi divulgado o 
uso da sigla “LIBRAS”, explicava-se esta sigla da seguinte forma: LI 
de Língua, BRA de Brasileira, e S de Sinais. Com a grafia “Libras”, a 
É importante estar 
sempre anotando 
suas reflexões.
DICA:
15Língua Brasileira de Sinais - Libras
sigla significa: Li de Língua de Sinais, e bras de Brasileira, assim, 
deixa claro que Libras não é simplesmente gestos, é uma língua 
com estruturas linguísticas que compreende e comunica e que 
ainda cabe na palma das mãos.
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria dos surdos no Brasil.
Conforme Capovilla (2006, p.1479), “Língua de Sinais é o 
verdadeiro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e se 
comunica apenas por este meio”. O surdo utiliza a modalidade 
linguística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. 
Ao contrário do que muitos imaginam, a Língua de Sinais 
não se constitui simplesmente de mímicas e gestos soltos, uti-
lizados pelos surdos para facilitar a comunicação. É uma língua 
com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de línguas porque 
elas também são compostas pelos níveis linguísticos: o fonológico, 
o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado palavra ou item lexical nas línguas 
oral-auditivas é denominado sinal nas línguas de sinais.
O que diferencia a Língua de Sinais das demais línguas é a 
sua modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua 
de Sinais irá aprender outra língua, como o Inglês, Espanhol, etc.
 A Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa têm 
uma vasta diferença desde a língua pronunciada até a escrita.
Veja algumas diferenças entre a Língua Brasileira de 
Sinais e a língua portuguesa:
- a primeira diferença você já sabe: através da Língua de 
Sinais se fala com as mãos e a Língua Portuguesa fala-se 
com a boca;
16 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Muitas diferenças são claras tais como as descritas acima, e 
outras são percebíveis quanto a sua gramática. Vamos conferir 
algumas delas apresentadas por Quadros (2003, p. 84):
- a Língua de Sinais é visual-espacial e a Língua Portuguesa 
é oral-auditiva;
- a Língua de Sinais é baseada nas experiências das comuni-
dades surdas mediante as interações culturais surdas, en-
quanto a Língua Portuguesa constitui-se baseada nos sons;
- a Língua de Sinais apresenta 
uma sintaxe espacial incluindo 
os chamados classificadores1. 
A Língua Portuguesa usa uma 
sintaxe linear utilizando a des-
crição para captar o uso de 
classificadores;
- a Língua de Sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, en-
quanto a Língua Portuguesa evita este tipo de construção;
- a Língua de Sinais utiliza a estrutura de foco através de 
repetições sistemáticas. Este processo não é comum na 
Língua Portuguesa;
- a Língua de Sinais utiliza referências anafóricas através de 
pontos estabelecidos no espaço que exclui ambigüidades 
que são possíveis na língua portuguesa;
- a Língua de Sinais não tem marcação de gênero, enquanto 
que na Língua Portuguesa o gênero é marcado a ponto de 
ser redundante que envolve na última letra como “a” para 
feminino e “o” para masculino;
1 É um recurso visual da 
Libras que utilizamos para 
deixar a sinalização com mais 
vida, ou seja, ela é feita de forma 
que fique clara a mensagem.
17Língua Brasileira de Sinais - Libras
- a Língua de Sinais atribui um valor gramatical às expressões 
faciais. Esse fator não é considerado como relevante na Lín-
gua Portuguesa, apesar de poder ser substituído pela pro-
sódia;
- coisas que são ditas na Língua de Sinais não são ditas 
usando o mesmo tipo de construção gramatical na língua 
Portuguesa. Assim, encontramos diversos contextos que 
em Português consideraríamos grande enquanto que em 
Libras poderá ser feito com apenas um sinal;
- a escrita da Língua de Sinais não é alfabética.
INTÉRPRETE
Pessoa que interpreta de uma língua 
fonte para uma língua alvo2.
INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS
Pessoa que interpreta de uma língua 
qualquer para a Língua de Sinais ou Língua 
de Sinais para outra determinada língua.
LÍNGUA
É um sistema de signos compartilhado por uma comuni-
dade linguística comum. Há uma raiz, tem seus fundamentos e 
pesquisas sobre ela. A fala ou os sinais são expressões de di-
ferentes línguas. A língua é um fato social, ou seja, um sistema 
coletivo de uma determinada comunidade linguística. A língua 
é a expressão linguística que é tecida em meio a trocas sociais, 
culturais e políticas. As línguas naturais apresentam proprieda-
des específicas da espécie humana: são recursivas (a partir de 
um número reduzido de regras, produz-se um número infinito 
de frases possíveis, são criativas, dispõem
de uma multiplicida-
2 Língua Fonte: é a 
língua que o Intérprete 
ouve ou vê para, a partir 
dela, fazer a interpreta-
ção para a língua alvo. 
Língua alvo: é a língua 
para a qual será feita a 
interpretação.
18 Língua Brasileira de Sinais - Libras
de de funções (argumentativa, poética, conotativa, informativa, 
persuasiva, e motiva etc.) e apresentam formas e significados. 
(QUADROS, 2003, p. 7).
Portanto, o correto é “Língua de Sinais” por-
que se trata de uma língua viva e, logo, a quan-
tidade de sinais está em aberto, podendo ser 
acrescentados novos sinais.
“Nome”, assim como no desenho do sinal 
representado ao lado, é uma língua e não lin-
guagem. 
LÍNGUA ORAL-AUDITIVA
É a língua falada com a boca, utiliza a audição e o vocal para 
compreender e produzir os sons que formam as palavras. 
LÍNGUA VISUAL- ESPACIAL
Refere-se à língua sinalizada, falada com as mãos, utiliza 
a visão e o espaço para compreender e produzir os sinais e assim 
formam a estrutura da língua.
LINGUAGEM
São diversas formas de trans-
missão como sistema de símbolos 
e serve como meio de comunicação, 
ideias ou sentimentos através de sig-
nos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser 
percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a dis-
tinguirem-se várias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, 
etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo 
tempo, de elementos diversos.
Fonte: http://www.elapsus.it
19Língua Brasileira de Sinais - Libras
Quadros (2003, p. 7) afirma que linguagem são gestos, 
sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar 
conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos.
TRADUÇÃO
É a atividade que envolve um texto de uma língua fonte trans-
plantando-a para uma língua alvo da forma mais exata possível. 
Mas, o tradutor que irá fazer a ponte, terá tempo hábil para con-
cluir a tradução, assim sendo, o profissional poderá pesquisar 
livros, dicionários, internet, outros profissionais etc.
INTERPRETAÇÃO
Ação que consiste em estabelecer o processo transitório 
da comunicação verbal para sinalização ou da comunicação 
sinalizada para verbalização simultâneamente, intermitente ou 
consecutivamente:
- Interpretação Simultânea
Acontece simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. 
O Intérprete ouve/vê a informação da língua fonte, processa 
a informação e, posteriormente, faz a passagem para a outra 
língua (língua alvo).
- Interpretação Intermitente
É o processo de interpretação feita sentença por sentença, 
ou seja, o enunciador passa sua ciência em trechos enquanto 
o Intérprete processa a informação, faz a interpretação e, logo 
após, o enunciador entra novamente com sua oração e assim 
sucessivamente.
- Interpretação Consecutiva
É a forma interpretativa de uma língua para outra onde o 
Intérprete ouve/vê o enunciado em uma língua fonte, processa a 
20 Língua Brasileira de Sinais - Libras
informação e faz a passagem para a língua alvo após a conclusão 
do enunciador, ou seja, o enunciador apresenta todos os seus 
contextos e após sua conclusão o Intérprete entra com sua 
interpretação.
SURDOS OU DEFICIENTES?
Profissionais ligados à educação dos surdos e médicos 
especialistas ligados à área têm utilizado largamente o termo 
Deficiente Auditivo (DA). O uso da expressão deficiente auditivo 
já foi muito criticado refletindo uma visão. Nela, o surdo é visto 
como portador de uma enfermidade localizada que precisa ser 
tratada, para que seus efeitos sejam debelados.
Todas as investigações atuais têm chamado a atenção 
para a adequação do emprego do termo “Surdo”. Esta expressão 
é optada pelos próprios surdos e comunidades surdas do Brasil. 
É muito importante considerar que o surdo difere do ouvinte, 
não apenas porque não ouve, mas porque desenvolve potencia-
lidades psico - culturais próprias. Surdo-mudo, provavelmente, é 
a mais antiga e incorreta designação atribuída aos surdos.
No plano pessoal, a decisão quanto a usar o termo “pessoa 
com deficiência auditiva” ou os termos “pessoa surda” e ”surda”, 
fica por conta de cada pessoa. Geralmente, pessoas com surdez 
leve, moderada ou acentuada referem-se a si mesmas com tendo 
uma deficiência auditiva. Já as que têm surdez severa, profunda ou 
anacusia3 preferem ser consideradas surdas.
SURDO OU MUDO?
O fato de uma pessoa ser surda não 
significa que ela seja muda. Pessoas surdas não falam porque 
não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, e podem 
fazer muitos sons com a garganta como rir, afinal, os surdos não 
são mudos.
3 Perda auditiva 
devido ao fator 
idade.
21Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para Refletir
Quanto à pessoa surda:
Como a chamaremos? Como nos referiremos a ela? 
• De Surdo, Deficiente auditivo ou Mudo?
• E os termos: Quais são os corretos? 
• Linguagem de Sinais ou Língua de Sinais? 
1.2. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS DA LÍNGUA 
BRASILEIRA DE SINAIS
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é de origem francesa. 
A Língua de Sinais não é universal e cada país possui a sua pró-
pria língua, que sofre as influências da cultura nacional.
Como qualquer outra língua, ela também possui expres-
sões que diferem de região para região (os regionalismos), o que 
a legitima ainda mais como língua.
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
A história dos Surdos registra os acontecimentos históricos, 
como grupo que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas 
pela afirmação da sua identidade, de sua comunidade, da sua 
língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que 
têm hoje, na era moderna.
22 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Até a Idade Média 
No Egito
Os Surdos eram adorados, como se 
fossem deuses, serviam de mediadores 
entre os deuses e os Faraós, sendo temi-
dos e respeitados pela população.
China
Os chineses lançavam os surdos ao 
mar para não deixar marcas ou chances 
de se reproduzirem.
Gália
Os gauleses sacrificavam os surdos para o deus Teutates4 
a fim de receber bens.
Esparta
Os surdos eram lançados do alto dos rochedos para não 
terem como sobreviver. Historiadores dizem que, após a morte, 
os surdos eram entregues às águias e aos leões.
Grécia
Os Surdos eram encarados como seres incompetentes. 
Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não 
possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. 
Os Romanos
Influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes 
acerca dos Surdos, vendo-os como seres imperfeitos, sem direito 
a pertencer à sociedade. Era comum lançar as crianças surdas 
(especialmente as pobres) ao rio Tibre.
4 “pai do povo”, 
“deus tribo”. Teutates 
está associado às guer-
ras, mas aparece muitas 
vezes como um Deus da 
fertilidade e abundância. 
Era considerado o Rei 
do Mundo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teutates.
23Língua Brasileira de Sinais - Libras
Turquia
Em Constantinopla (hoje Istambul), os Surdos realizavam 
algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das 
mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão.
Igreja Católica
Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos 
Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. 
Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, 
que, em equivalência à fala, eram aceitos quanto à salvação 
da alma. A Igreja cria que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, 
não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes 
de proferir os sacramentos.
Curiosidade
John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez 
(em que há registro). Por essa razão, ele foi considerado por muitos 
como o primeiro
educador de surdos.
Fim da Idade Média e início do Renascimento
Época em que saiu da perspectiva religiosa para a perspectiva 
da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a ótica 
médica e científica.
Idade Moderna 
Distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão 
surdo-mudo deixou de ser a cognome do Surdo.
24 Língua Brasileira de Sinais - Libras
França
Em 1712, foi criada a primeira escola de Surdos do mundo: 
o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris. O Surdo foi 
reconhecido como ser humano e a partir deste momento viram 
que ensinar ao surdo a falar seria perda de tempo, que o ensino 
principal deveria ser a língua gestual. 
Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do 
mundo.
Idade Contemporânea até os dias de Hoje
Estados Unidos
Thomas Hopkins Gallaudet, americano, e ducador ouvinte, 
abriu uma escola para surdos em Abril de 1817, a Escola de 
Hartford. Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual 
Americana. Ele usou, também, o inglês escrito e o alfabeto 
manual. Em 1830, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 
escolas para surdos. 
Alemanha
Em 1880 nasce Hellen Keller, na Alemanha. Hellen ficou 
cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença. 
Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos (sinais) para se 
comunicar com os familiares. Hellen descreveu que a surdez é o 
mais infortune dos sentidos humanos.
Em 1880 nasce Hellen Keller, na 
Alemanha.
Fonte: http://www. farm1.static.flickr.com
25Língua Brasileira de Sinais - Libras
Itália
Em 1880 aconteceu o Congresso de Milão, que deixou obscura 
a História dos surdos. Um grupo de ouvintes tomou a decisão de 
excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo 
oralismo. Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida 
na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte 
do século XX.
Uma década depois do Congresso de Milão, acreditava-se 
que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido das 
escolas em toda a Europa, e o oralismo espalhava-se para outros 
continentes.
Brasil
No período de 1500 a 1855, já exis-
tiam muitos surdos aqui no Brasil. Nessa 
época, a educação era precária, até que, 
em 1855 Hernest Huet, professor francês 
de surdos veio ao Brasil a convite de D. 
Pedro II para fundar a primeira escola de 
meninos surdos, a Imperial Instituto de Sur-
dos – Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos 
(INES) no Rio de Janeiro.
Desde o século XIX, as escolas tradicionais existentes no 
método oral mudaram de filosofia e, até hoje, boa parte delas vêm 
adotando a comunicação total5. 
E m 1988, realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de 
Língua Brasileira de Sinais, organizado pela FENEIS. Foi a primeira 
vez que houve um intercâmbio entre Intérpretes do Brasil e a 
avaliação sobre ética do profissional Intérprete.
Somente em 24 de abril de 2002 foi reconhecida a Língua 
Brasileira de Sinais como língua oficial das comunidades surdas no 
Brasil. Este foi o primeiro e grande passo para o reconhecimento e 
formação do profissional Intérprete de Libras.
5 Expõe a criança à 
língua oral acompanha-
da simultaneamente da 
da Língua de Sinais, da 
escrita e de quaisquer 
outros meios que se 
considerem importantes 
para o seu desenvolvi-
mento.
26 Língua Brasileira de Sinais - Libras
APARELHOS AUDI TIVOS
Em 1898, os aparelhos usados 
eram cornetas ou tubos acústicos e 
somente em 1948 surgiram apare-
lhos com pilhas incorporadas e em 
1953 começou a ser usado o tran-
sistor em próteses.
Em 1970 aparecem as primeiras 
tentativas de implantação coclear. 
Esse tipo de implante sempre gerou 
muita controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. 
Os argumentos a favor do 
implante resumem-se ao aces-
so à língua oral, na idade crítica 
de aquisição, que a cirurgia é 
simples e segura e com a pos-
sibilidade de proporcionar à 
criança uma vida social com 
som, e não com deficiência. 
CULTURA SURDA E SUA IDENTIDADE
Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma 
cultura própria centrada principalmente em sua forma de 
comunicação. Hoje, no Brasil, encontraremos em quase todos 
os grandes polos associações de surdos, onde eles se reúnem e 
convivem socialmente.
Os surdos têm uma cultura de característica própria, 
são utilizadores de uma comunicação espaço-visual, ou seja, 
comunica-se através da visão e de sinais explorados no espaço.
implantação coclear 
Fonte: http://www.samaritano.org.br
27Língua Brasileira de Sinais - Libras
O processo de busca por uma identidade de uma pessoa 
com surdez pode ser afetado desde o seu processo de aprendi-
zagem, pois, é o período em que os pais descobrem a surdez.
Por anos, muitos têm avaliado mal o conhecimento pessoal 
dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente 
nada, porque não ouvem nada. Há pais que superprotezem seus 
filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes. Outros 
encaram a Língua de Sinais como primitiva, ou inferior, à língua 
falada. Não é de admirar que, com tal ignorância, alguns surdos 
se sintam oprimidos e incompreendidos.
Todos sentem a necessidade de ser entendidos. Aparen-
tes inaptidões podem ofuscar as verdadeiras habilidades e cria-
tividades do surdo. Em contraste, muitos surdos consideram-se 
“capacitados”. Comunicam-se fluentemente entre si, desenvol-
vem autoestima e têm bom desempenho acadêmico, social e es-
piritual. Infelizmente, os maus-tratos que muitos surdos sofrem 
levam alguns deles a suspeitar dos ouvintes. 
Uma boa comunicação com uma pessoa surda é feita exclu-
sivamente por contato visual. De fato, quando duas pessoas con-
versam em Língua de Sinais é considerado rude desviar o olhar e 
interromper o contato visual. 
Como chamar a atenção de um surdo? 
Em vez de chamar ou usar o nome da pessoa é melhor dar 
um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa 
estiver perto ou, se estiver distante, fazer um sinal com a mão 
para outra pessoa chamar a atenção dela. Dependendo da situ-
ação, da distância e do local físico, pode-se dar umas batidinhas 
no chão ou fazer piscar a luz. Esses e outros métodos apropria-
dos de captar a atenção dão reconhecimento à experiência dos 
Surdos e fazem parte da cultura surda.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando 
encontram uma pessoa surda. Isso é natural. Todos podem se 
sentir desconfortável diante do “diferente”. Mas esse desconforto 
diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas 
oportunidades de convivência entre surdos e ouvintes
28 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Ao tratar um surdo como se ele não 
tivesse uma deficiência, estaríamos igno-
rando uma característica muito impor-
tante dele. Dessa forma, não estaríamos 
nos relacionando com ele, mas com ou-
tra pessoa, que não é real.
As pessoas com surdez têm o di-
reito, podem e querem tomar suas pró-
prias decisões e assumir a responsabili-
dade por suas escolhas.
Por causa da surdez, é evidente que o surdo venha a ter 
dificuldades para desempenhar algumas atividades. Mas por 
outro lado, poderá ter uma extraordinária habilidade para fazer 
outras coisas como os ouvintes. Por exemplo: os surdos conse-
guirão promover diversas prestezas que o ouvinte não conseguirá 
desenvolver.
A maioria das pessoas com surdez não se importa de res-
ponder perguntas a respeito da sua característica ou sobre como 
realiza algumas tarefas. Quando alguém deseja alguma informação 
de uma pessoa surda, o correto seria dirigir-se diretamente a ela, 
e não a seus acompanhantes ou intérpretes. 
Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis 
de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sar-
casmo ou seriedade,
as expressões faciais e corporais, são exce-
lentes indicações do que se quer dizer.
Em suma, os surdos são pessoas que têm os mesmos di-
reitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos 
sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação emba-
raçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor 
nunca falham.
Quando dirigir-se ao 
Surdo, nunca use os 
termos: Deficiente 
Auditivo, D.A., 
Surdo-mudo, Surdinho e 
Mudinho, estes 
NÃO são termos corretos.
DICA:
29Língua Brasileira de Sinais - Libras
Dentro da comunidade surda, existem três tipos de surdos: 
surdos sinalizadores, surdos oralizadores e surdos bimodais.
SURDOS SINALIZADORES 
São os surdos que utilizam seu 
meio de comunicação única e exclusi-
vamente através da Língua de Sinais. 
Quando da comunicação com este tipo 
de surdo, a pessoa deverá ficar em 
lugar iluminado, evitando também fi-
car contra a luz (de uma janela, ou re-
fletor, por exemplo), pois isso dificulta a 
visão das mãos. Quando o surdo não oralizado estiver acompa-
nhado de um intérprete, dirigir-se sempre a ele, não ao intérprete. 
Segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) de 2000, o país possui cerca de 5,7 milhões de defi-
cientes auditivos.
SURDOS ORALIZADOS 
São os Surdos que comunicam apenas pela oralização, ou 
seja, pela leitura labial e fala. Estes surdos desenvolveram sua 
técnica vocal através da ajuda de profissionais que abordam a 
saúde vocal. Com os surdos, devemos falar de maneira clara, 
pronunciando bem as palavras, sem exageros, usando a veloci-
dade normal, a não ser que ela peça para falar mais devagar. Usar 
um tom normal de voz, a não ser que peçam para falar mais alto. 
Falar diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Fazer 
com que a boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo 
Curiosidade
Hoje, no Brasil, existem aproximadamente 5,7 milhões de 
surdos. (IBGE, 2005).
Caso necessário, 
comunique com o surdo 
através de bilhetes. O 
importante é 
comunicar, 
independente do 
método.
DICA:
30 Língua Brasileira de Sinais - Libras
em frente à boca torna impossível a leitura labial. O uso de bigode 
atrapalha a configuração dos lábios. Se a pessoa surda tiver difi-
culdade em entender, avisará. Ser expressivo ao falar.
Como as pessoas surdas não 
podem ouvir mudanças sutis de tom 
de voz, que indicam sentimentos de 
alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, 
as expressões faciais, os gestos ou 
sinais e o movimento do corpo são 
excelentes indicações do que se quer dizer. Conluíndo, no fim de 
uma conversa com um surdo você terá um feedback positivo ou 
negativo que é o retorno visual se ele compreendeu ou não.
SURDOS BIMODAIS 
São os surdos que utilizam dos dois modos anteriores ao 
mesmo tempo, ele sinaliza e oraliza no mesmo instante, ou seja, 
é o uso de duas línguas distintas ao mesmo tempo. E é diferente 
do Bilinguismo, que é o conhecimento e o domínio de duas 
línguas distintas.
Para Refletir
• A língua de sinais teve um desenvolvimento muito gran-
de até os dias de hoje. 
Como você tem discernido a Língua de Sinais para seu 
crescimento pessoal?
• Em sua comunidade, trabalho ou bairro há surdos? 
Tente conversar com eles, a prática é a melhor maneira 
de aprender a Língua Sinalizada.
• Como os surdos têm sido vistos e, consequentemente, 
tratados na sociedade brasileira?
Não necessita gritar com 
um surdo oralizado, 
ele vai ler os lábios e 
não lhe ouvir.
DICA:
31Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.3 ASPECTOS BIOLÓGICOS E SUAS DEFINIÇÕES
 Antes de conhecer as verdadeiras 
patologias6 da surdez, é importante buscar 
e compreender as funções básicas da 
audição, sentido esse que controla a lin-
guagem e a fala.
LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO
Estabelece de onde vem a direção e a fonte sonora. Exemplo: 
O chamado de uma pessoa.
ALERTA
Esta possibilita atentar os estímulos de curiosidade 
e periculosidade que nos rodeia como, por exemplo, uma 
moto em nossa direção.
SOCIALIZAÇÃO
Função que nos estimula a entrar em contato com outras 
pessoas. Para saber melhor, revise o tema I no livro de Funda-
mentos Antropológicos e Sociológicos.
INTELECTUAL
As principais informações são transmitidas e captadas por 
mídias através do meio oral.
COMUNICAÇÃO
Visto que a fala é um dos instrumentos de comunicação 
mais utilizados no mundo, sua compreensão depende de um 
nível de audição.
 Os sons percorrem um caminho que compreende desde 
o meio ambiente, passando pelo ouvido externo, médio, interno, 
nervo auditivo e seguindo até o cérebro. 
6 Patologia é o 
estudo das doenças.
32 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Com base no site de medicina da USP (otorrinousp.org.br), 
no livro de Sobotta (1995) e Pedroso (2006) apresenta-se a parte 
biológica do ouvido humano.
- OUVIDO EXTERNO
É constituído pelo pavilhão auricular, 
pelo conduto auditivo externo e pela mem-
brana timpânica. Estas estruturas são 
responsáveis pela captação e condução 
dos sons. 
 
- OUVIDO MÉDIO
Nela encontramos os ossículos, 
ou seja, os três menores ossos do 
corpo humano: martelo, bigorna e estribo. 
A orelha média é responsável pela transfor-
mação da energia sonora em energia mecâni-
ca, e pela proteção da orelha interna de sons 
muito intensos, por meio da contração de um 
músculo chamado estapédio. 
- OUVIDO INTERNO 
Possui formato de caracol e com-
preende a cóclea e os canais semicir-
culares. Nestes canais, encontram-se 
as estruturas responsáveis pelo equi-
líbrio e na cóclea há o órgão de Corti, 
que transforma a energia mecânica em impulso nervoso. 
Do ouvido interno, o som é conduzido pelo nervo auditivo 
e demais estruturas da via auditiva até chegar ao córtex cerebral. 
33Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para ter uma compreensão mais clara do funcionamento 
destes três ouvidos, vamos unir estas informações.
O som(1) é captado pelo pavilhão auricular(2), passa pelo 
conduto auditivo(3) e é transmitido à membrana timpânica(4), fa-
zendo-a vibrar. Essa vibração é transmitida aos ossículos (marte-
lo 5, bigorna 6, e estribo 7. O estribo provoca a movimentação da 
membrana da janela oval(8), que liga o ouvido médio ao ouvido 
interno. Esta movimentação provocada pelo estribo faz com que 
ocorra um deslocamento nos líquidos que se encontram dentro 
da cóclea(9), estimulando o órgão de Corti, ocorrendo a trans-
missão do impulso nervoso para o nervo auditivo(10). A partir 
desta transmissão, o som passa por diversas estruturas, até o 
cortex cerebral, onde é interpretado. (11) Canais semicirculares 
(12) Trompa de Eustáquio.
Se vier a acontecer alguma lesão em algumas dessas 
estruturas, poderá haver danos na sensibilidade auditiva.
A surdez consiste em um impedimento para detectar a 
energia sonora e, com isso, há graus de perdas auditivas, quais 
sejam:
34 Língua Brasileira de Sinais - Libras
BARULHO ALTO
- Perda Leve ou Ligeira (26 a 40 dB)
A palavra é ouvida, mas certos elementos foné-
ticos ficam complicados de entender. Tem, por 
exemplo, dificuldade em compreender uma con-
versa a uma distância superior a 3 metros. Neste 
grau a surdez não provoca atraso na aquisição 
da linguagem, pode é ter defeitos de articulação 
e dificuldades em ouvir a voz em tom natural 
(são pessoas tidas como muito distraídas). Ne-
cessitam de ensino de leitura da fala e de estimulação da lin-
guagem. Deve-se observar também uma posição adequada para 
conversar, ou seja, frente a frente.
- Perda Moderada (41 a 70 dB)
Só consegue ouvir a palavra, quando 
esta é de intensidade forte, alta.
Verificam-se algumas dificuldades na 
aquisição da linguagem e algumas perturba-
ções da articulação da palavra, e da lingua-
gem. Neste caso,
o processo compensador é a leitura labial. Há 
também necessidade de treino auditivo e estimulação da lingua-
gem. Pergunta-se muito “hein, o quê”? Troca palavras fonetica-
mente semelhantes como (linha/pinha, mão/não, pão/cão). 
- Perda Severa (71 a 90 dB)
O Indivíduo não consegue perceber a 
palavra normal. É necessário gritar para 
que exista uma sensação auditiva verbal. 
Estas pessoas têm algumas dificuldades 
na aquisição da linguagem. Necessitam já 
de cuidados especiais no treino auditivo, 
leitura da fala e estimulação da linguagem. 
Escutam somente sons fortes como: ba-
rulho da moto, do caminhão, serra elétrica, 
etc. 
Fonte: www.sxc.hu
CRIANÇA DISTRAÍDACRIANÇA DISTRAÍDA
Fonte: www.sxc.hu
H
E
IN
, O
 Q
U
Ê
?
35Língua Brasileira de Sinais - Libras
- Perda profunda (superior a 90 dB)
Nenhuma sensação auditiva verbal 
pode ser captada espontaneamente. Não é 
capaz de reagir de forma adequada aos sons 
ambientais, pois, escuta somente sons gra-
ves que transmitam vibrações, como trovão, 
aviões, foguetes, etc. 
As perdas auditivas podem ter diversas origens: congêni-
tas, quando o problema ocorreu antes do nascimento ou adquiri-
das quando aconteceu no Peri (durante) ou pós-natal.
Para conhecer as causas da surdez, teremos como auxílio 
os sites (abcdasaude.com.br) e (otorrinousp.org.br).
CAUSAS PRÉ - PARTO
- hereditariedade: é transmitido geneticamente de geração 
em geração, particularmente quando existem casos de 
surdez na família.
adquiridas pela mãe durante a gestação:
- rubéola: vírus que é transmitido por via respiratória infecta-
da por mulheres grávidas. É a principal causa congênita;
- sífilis: adquirida na relação sexual, esta bactéria pode causar 
várias consequências ao bebê;
- toxoplasmose: parasita presente em animais domésticos, 
como cachorro, gato etc. A gestante contamina o feto 
através da placenta, provocando sérias complicações, 
principalmente nos três primeiros meses de gestação e pode 
acontecer de o bebê nascer com deficiência múltipla como 
surdez, retardo mental e visão subnormal;
ESTRONDO
36 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- citomegalovírus: vírus herpes que predomina principal-
mente em regiões mais pobres. Dá-se por contágio prin-
cipalmente por falta de cuidados higiênicos. Sua contami-
nação pode acontecer ainda na gravidez ou durante sua 
passagem através do canal do parto;
- anomalias craniofaciais: anormalidades morfológicas do 
pavilhão auricular e do canal auditivo;
- medicamentos Oto tóxicos: a ingestão de drogas por 
mulheres grávidas leva à lesão do ouvido do bebê. Antibi-
óticos, diuréticos e anti-hipertensivos. Além destas medi-
cações, algumas outras substâncias são perigosas e estão 
presentes nas fórmulas de produtos domésticos como: 
monóxido de carbono, tabaco, mercúrio, álcool, arsênio e 
chumbo;
- exposição aos Raios X;
- desnutrição materna;
- incompatibilidade sanguínea: o sangue do bebê (Rh+), 
sendo diferente do sangue da mãe (Rh -), pode ocasionar, 
futuramente, problemas na saúde da criança.
durante e pós parto:
- herpes: doença sexualmente transmissível mais comum. 
A transmissão acontece durante o nascimento e pode até 
levar o bebê à morte;
- ruído ocupacional;
- hipóxia: diminuição da oferta de oxigênio para o feto 
durante o momento do nascimento;
37Língua Brasileira de Sinais - Libras
- peso no nascimento inferior a 1,5 quilos;
- medicamentos Oto tóxicos: quando utilizados em múltiplas 
doses ou em combinação com diuréticos;
- distúrbios metabólicos;
- ventilação mecânica: o bebê fica exposto por cinco dias 
ou mais;
- permanência em incubadora por mais de sete dias;
- infecção por vírus ou bactérias: além da meningite, que 
é o maior causador da surdez em bebês, há outros como 
sarampo, caxumba e a otite média recorrente ou persis-
tente por mais de três meses;
- traumas acústicos;
- lesões traumáticas: mais comum em traumatismos 
crânio-encefálicos;
- presbiacusia: perda auditiva gradual devido ao fator ida-
de, ocorrência mais comum em pessoas com mais de 65 
anos.
Surdez por condução:
- excesso de cera no ouvido;
- secreção na orelha média (Otite Secretora ou Otite Serosa);
- infecções agudas do ouvido (Otite Média Aguda);
38 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- infecções Crônicas do Ouvido (Otite média Crônica);
- perfuração timpânica, erosões dos ossículos;
- otosclerose ou aderências: Imobilização de um ou mais 
ossos do ouvido;
- tumores na orelha média.
Northern e Downs (1996 apud PEDROSO, 2006, p. 48) 
Uma em cada mil crianças nasce com surdez. Além disso, 
duas em mil adquirem a surdez na infância. No caso de as 
crianças possuirem fatores de risco para a surdez, essa 
proporção aumenta para uma criança em cinquenta.
Como vimos, são muitas as doenças que podem induzir a 
surdez em crianças e adultos. Percebe-se que a maior incidência é 
através da mãe, a qual deve manter seus cuidados até mesmo 
antes da gravidez. 
Hoje, há vários diagnósticos e avaliações para um atendimen-
to mais eficaz, contudo, a preven-
ção e a detecção precoce são de 
fundamental importância para mi-
nimizar suas consequências.
Após o nascimento de um 
bebê, deve ser feito, de preferên-
cia em sua primeira semana de 
vida, o Teste do Pezinho, que é um exame de prevenção reali-
zado no recém-nascido com a finalidade de prevenir o desen-
volvimento de doenças e permite identificar doenças graves 
que podem causar na criança. Todas as mães e pais podem 
e devem cobrar dos gestores municipais que disponibilizem 
39Língua Brasileira de Sinais - Libras
o exame grátis nos postos de saúde, mas, este teste não é um 
exame que diagnóstica uma surdez. Vários municípios do Brasil 
disponibilizam gratuitamente o Teste da Orelhinha (triagem 
auditiva neonatal). 
É um programa de avaliação da audição 
em recém nascidos, indicada por institui-
ções do mundo todo para diagnóstico pre-
coce de perda auditiva.
Já as Emissões Oto acústicas Evocadas (EOAs) são indo-
lores, com a colocação de um pequeno fone na parte externa 
do ouvido, com a duração médica de 3 a 5 minutos. Este sim é o 
primeiro exame a ser feito que pode diagnosticar a surdez ou 
um futuro problema de audição. Precocemente diagnosticado, 
a criança terá maiores condições no desenvolvimento da língua 
escrita e falada.
Além destes exames, vamos conhecer outros que 
poderão ser indicados:
- audiometria de tronco cerebral (BERA): avalia a audição 
periférica e a condução nervosa até 
o colículo inferior. É uma técnica não 
invasiva e objetiva, que pode ser 
aplicada em adultos e crianças de 
qualquer idade. O BERA é realizado 
dentro de uma cabine acústica, e utiliza 
3 eletrodos de superfície, colocados 
na fronte e mastóides. O resultado é 
expresso em um audiograma, que é um gráfico que revela as 
capacidades auditivas do paciente;
- imitanciometria: neste exame, uma pequena sonda é 
posicionada, de forma indolor, na entrada do conduto audi-
tivo externo do paciente. Neste exame, consegue-se ob-
ter dois tipos de testes: 
Fonte: www.otorrinos24horas.com.br
40 Língua Brasileira de Sinais - Libras
• timpanometria, que avalia a complacência da orelha 
média, ou seja, a condutância sonora das estruturas 
das orelhas externa e média
• reflexo estapédico, que avalia a integridade do arco 
reflexo estapediano e, por consequência, de forma 
indireta, as estruturas das orelhas média e interna, 
nervo auditivo e tronco cerebral. É de extrema 
utilidade para o diagnóstico das otites catarrais 
crônicas em crianças.
As classificações da surdez dependem da lesão no ouvido 
e de acordo com seu período ou época em que ocorreu a perda 
da audição.
 TIPOS DE SURDEZ
Surdez Pré Verbal
São os surdos que nasceram ou perderam a audição antes 
de terem desenvolvimento da
fala e da linguagem.
Surdez Pós Verbal
São aqueles que perderam a audição após o desenvolvimento 
da linguagem.
Se você perceber alguém que troca de letras na fala e 
na escrita, com dificuldade de aprendizado, desatento, sem 
amizades e sempre isolados, isto pode ser um indicativo de 
um problema na audição. Encaminhe-o para um especialista 
em otorrinolaringologia.
Surdo Cegueira
É uma deficiência que apresenta a perda da audição e da 
visão simultaneamente, impossibilitando o uso dos sentidos criando 
necessidades especiais de comunicação e causa extrema dificuldade 
na conquista de metas educacionais, vocacionais e sociais.
41Língua Brasileira de Sinais - Libras
Alguns portadores de surdo cegueira são retraídos e 
isolados, pois, se deparam com a dificuldade de se comunicar, 
não apresentam curiosidade, normalmente apresentam problemas 
de saúde que acarretam sérios atrasos no desenvolvimento, não 
gostam do toque das pessoas, não conseguem se relacionar 
com as pessoas se encontram dificuldade na habilidade com a 
alimentação e com a rotina do sono, têm problemas de discipli-
na, atrasos no desenvolvimento social, emocional e cognitivo e 
o mais importante, desenvolvem estilo único de aprendizagem. 
(HONORA, s/d, p. 122).
Durante este capítulo, podemos conhecer a classificação 
da surdez e o tipo de surdo. Pois bem, para todo esse retrospecto, 
há motivos para que essas reduções ou perdas auditivas aconteçam 
e para cada uma questionamos: Quando? 
 
HONORA (s/d, 25-35), em diversos momentos apresenta 
algumas informações quanto a:
CLASSIFICAÇÃO:
• surdo cegueira total;
• surdez profunda com resíduo visual;
• surdez moderada ou leve com cegueira;
• surdez moderada com resíduo visual;
• perdas leves, tanto auditivas quanto visuais.
TIPOS:
• cegueira congênita e surdez adquirida;
• cegueira e surdez adquirida;
• surdez congênita e cegueira adquirida;
• baixa visão com surdez congênita ou adquirida;
• cegueira e surdez congênita.
42 Língua Brasileira de Sinais - Libras
CAUSAS:
 
Alguns problemas e doenças podem causar surdo cegueira, 
como:
• icterícia; 
• prematuridade;
• sífilis congênita;
• meningite;
• síndrome de West;
• anóxia;
• fator RH negativo;
• glaucoma;
• síndrome de Usher;
• toxoplasmose;
• consanguinidade.
FATORES DE RISCO:
• epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite;
• doenças venéreas;
• infecções hospitalares;
• gravidez de risco;
• Falta de saneamento básico.
Para Refletir
• Discuta com seus colegas: como podemos contribuir 
para a prevenção da surdez?
43Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.4 INICIAÇÃO À LÍNGUA
Neste conteúdo, vamos iniciar os conhecimentos da língua 
propriamente dita, necessitando de sua intensa leitura e prática 
sobre os conhecimentos passados.
ALFABETO MANUAL
O alfabeto manual é produzido por diferentes formatos 
das mãos, que representam as letras do alfabeto escrito. Assim 
também, tem uma função específica para apresentação pessoal, 
“escrever” ou fazer a DATILOLOGIA no ar, o nome de pessoas e 
lugares ou elementos que ainda não têm sinal. Em geral, é um 
erro comparar o alfabeto manual com a Língua de Sinais. 
Quando houver necessidade de fazer a datilologia de pa-
lavras compostas ou de duas ou mais palavras seguidas, entre 
uma palavra e outra, dê uma pequena pausa (conte mentalmente 
até dois) e faça a palavra seguinte. 
Você conhecerá Intérpretes e até mesmo Surdos que usa-
rão o “empurro das palavras” (um tapinha no ar) para separar pa-
lavras, mas este método não se usa mais, hoje ele é comparado 
ao braço da máquina de escrever, onde se deve dar um empur-
rão para dar início à linha de baixo.
44 Língua Brasileira de Sinais - Libras
A B C D E
F G H I 
J K L m 
N O P Q 
R S T U V 
X Y W Z
A B C D E
F G H I 
J K L M 
N O P Q 
R S T U V
X Y W Z 
45Língua Brasileira de Sinais - Libras
Quem é quem?
01 – Chico
02 – Carlos
03 – Joyce
04 – Renan
05 – Marilene
06 – Maria
07 – Joyene
08 – Carol
09 – Regis
10 – Denis
11 – Juninho
12 – Juliano
13 – Marcio
14 – Priscila
15 – Patricia
16 – Marisa
17 – José
18 – Lourdes
04 ( ) Renan
15 ( )patricia
05 ( ) marilene
16 ( ) Marisa
17 ( ) Jose
11 ( ) juninho
14 ( )priscila
3 ( ) joyce
9 ( ) regis
7 ( ) joyene
2 ( ) carlos
13 ( ) marcio
6 ( ) maria
8 ( ) carol
12 ( ) juliano
10 ( ) Denis
1 ( )Chico
18 ( ) lourdes
46 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Praticando a datilologia (alfabeto manual)
Escreva o nome das palavras que se encontram no alfabeto manual.
Prato:
Prata:
Pato:
Mata: 
Carro: 
Amiga: 
Viajar: 
Longe:
Homem:
Saboroso: 
47Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para desenvolver com mais agilidade o alfabeto manual, pegue um livro 
e acompanhe o texto com as mãos. Você deverá fazer a datilologia de 
todas as palavras. Faça de forma clara e sem pressa. Rapidez nas mãos 
não é prova de conhecimento. As configurações bem feitas em suas 
mãos valem mais que a velocidade.
DICA:
Puxar: 
Caçar:
Telefonar: 
NÚMEROS
Em números, há uma especificidade entre as formas de fazer. 
Fique atento às duas formas, elas são importantes e farão diferenças 
em seu aprendizado.
Temos os números cardinais 
representativos de códigos, ou seja, 
serão descritos em contextos como: 
número de casa, horas, idade, dinheiro, 
número de roupas e calçados, número 
da sala de aula, explicativos, classifica-
dores, ordem de chegada, etc.
Para fazer os números 
com mais de uma casa 
decimal, você faz os 
números na ordem 
repedindo-os em sinais.
DICA:
48 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Veja como são eles:
1 2 3
1 2 3
4 5 6
4 5 6
7 8 9
7 8 9
0
0
Agora vamos trabalhar com os números:
Sem pesquisar a folha anterior, efetue as operações. 
12 + 35 = 
987 + 1248 =
49Língua Brasileira de Sinais - Libras
1000 + 6547=
9987 - 5421 = 
14257 - 254 = 
65 X 31 =
9 x 7 =
585 x 641= 
8975146 : 2 =
465164 : 7 =
2196 : 2196=
Acrescente o antecessor e sucessor dos números.
451
66574
2121524
50 Língua Brasileira de Sinais - Libras
37
219
654
999
647787
112478
531841
3000
6187708
Outra forma de expressar os números é através dos 
numerais que usamos exclusivamente em contextos relacionados 
a quantidades como, por exemplo: 2 lápis, 5 livros, 1 casa, 3 
amigos, etc.. 
51Língua Brasileira de Sinais - Libras
Veja a seguir com é feita a datilologia dos números:
ABAIXO DAS MÃOS, ESCREVER OS NÚMEROS 
CORRESPONDENTES.
Após conhecer os números e suas estruturas, escreva (V) 
verdadeira ou (F) falsa nas estruturas com números cardinais e 
numerais.
( ) Moro na rua 21 de Abril número 118.
( ) Tenho 2 celulares.
( ) Brinquei com crianças de 12 anos.
( ) Tenho 7 anos e 2 meses.
( ) Comprei 32 livros.
DICA:
Assistir aos vídeos relacionados aos conteúdos é de grande importância 
para o aprendizado diário, portanto, não deixe de fazer suas observações 
quantas forem necessárias. Não fique em dúvida, você tem várias 
ferramentas que possam lhe auxiliar.
52 Língua Brasileira de Sinais - Libras
( ) Nas bibliotecas da UNIT há mais de 290 mil exemplares 
de livros.
( ) Estaremos de 8 h. às 22 h. para lhe atender.
( ) Este carro custou R$ 65 mil.
( ) Encontrei com 2 amigas e 1 amigo da faculdade UNIT.
( ) Compre 10 quilos de carne para o churrasco.
Para Refletir
• Você acha que com apenas o alfabeto manual nas mãos 
é o suficiente para atingirmos a comunicação ideal para 
com os surdos?
• Reflita, opine e discuta no Fórum do AVA suas
ponderações 
sobre a reflexão.
53Língua Brasileira de Sinais - Libras
Resumo
Diante das tantas informações e curiosidades buscadas 
para atender o processo de aquisição de conhecimento, comuni-
cação e atendimento às pessoas com surdez, podemos perceber 
que a Língua Brasileira de Sinais vem, historicamente, ganhando 
seu espaço junto à comunidade brasileira, assim, já obtendo suas 
nomenclaturas atualizadas a favor de conceitos e de uma nova 
ideologia voltada aos surdos. A anatomia do ouvido e suas pato-
logias é algo inegavelmente necessário para nosso conhecimen-
to, pois, trazem respostas importantes para o desenvolvimento e 
aprendizado das pessoas com surdez. Observa-se que estamos 
iniciando a prática para nos comunicar com os surdos, e é atra-
vés do alfabeto manual e os números que se pode inicialmente 
estimular um contato inicial. É importante que esta iniciação seja 
plena para podermos prosseguir nos estudos linguísticos da 
Língua Brasileira de Sinais.
2 Estudos Linguísticos
O objetivo temático presente é conhecer as estruturas 
gramaticais da língua de sinais dando embasamento para a criação 
do contexto, além de auxiliá-lo no encaixe dos parâmetros com 
os devidos movimentos dos sinais que encontraremos.
2.1 LÉXICO, VOCABULÁRIOS ICÔNICOS E ARBITRÁRIOS
Segundo Brito (1995), a Língua Brasileira de Sinais é 
constituída a partir de elementos de uma gramática formada 
das palavras ou itens lexicais e de um léxico que se estruturam 
a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos 
que apresentam características próprias e elementos básicos 
gerais. Essas estruturas, nos permitem fazer ironias, ditados 
populares e sentidos metafóricos.
56 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Sinal de televisão 
(isto é Libras)
(em Libras) AMIGO
Léxico
Muitos pensam que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é 
apenas a comunicação através do alfabeto manual.
Várias pessoas falam que sabem se comunicar através 
da Libras, mas, na verdade, sabem apenas o alfabeto manual e 
acham que soletrar letra por letra (datilologia) em Libras já é a 
própria língua. Como por exemplo:
M-E-U N-O-M-E É ...
E faz toda esta frase através do alfabeto. Isso
não é Libras.
Podemos ser mais claros.
AMIGO
A – M – I – G – O (não é Libras) 
 
TELEVISÃO
T – E – L – E – V – I – S – Ã – O 
Soletrar em alfabeto manual não é Libras
FRANGO, este é o sinal em libras. 
No entanto, Libras não é a escrita através 
do alfabeto manual de uma palavra em Portu-
guês. Em escolas infantis virou moda e brinca-
deira falar com as mãos e Libras é muito mais 
do que isso. Podemos compa-
rar a soletração manual com as palavras que 
pegamos emprestadas do inglês como, por 
exemplo, “e-mail”.
Frango (isto é Libras)
57Língua Brasileira de Sinais - Libras
 Acima podemos perceber que o empréstimo da palavra 
em Português está soletrado. Os sinais em si, são o léxico ou 
itens lexicais.
O alfabeto manual é um recurso usual e é oportunizado 
nos momentos de expressar nomes próprios, lugares, palavras 
desconhecidas ou, então, um meio de conferir a ortografia em 
Português.
Sinais Icônicos e Arbitrários
Icônicos: 
Qualquer leigo conseguiria entender este tipo de sinal. São 
sinais visualmente característicos com o que estamos acostumados 
a ver pela rua. Eles não são universais, mas transmitem o real.
Posso falar com toda certeza que ao menos 100 palavras 
em sinais você já conhece, mesmo antes de terminar este livro.
Quero que você imagine e reflita qual sinal que poderia 
ser encaixado neste desenho:
58 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Nas palavras abaixo, reflita como poderiam ser os sinais:
Tchau Mais ou menos
Quantas horas Telefone
Correr Fotografar
Depois To nem aí
Louco Chorar
Macaco Dormir
Mau cheiro Dinheiro
Andar Beijar
Coceira Corpão
Escovar dente Bebê
Forte Calor
Carona Varrer
Ladrão Revólver
Pescar Cigarro
Tonto Noivo
Chapéu Não
Como você já viu as palavras e fez os sinais, agora verá 
alguns sinais para você pensar qual é a palavra.
Beber
 Garfo
Sorvete
59Língua Brasileira de Sinais - Libras
Acredito que não encontrou dificuldade para idealizar os sinais 
e nem para acertar as palavras dos sinais acima. Além destas, há 
muitas outras que certamente você saberia fazer, mas nunca 
pararam para pensar como são.
 
Arbitrários: 
Os Sinais Arbitrários não parecem com a realidade, neces-
sitará um pouco mais de conhecimento da Língua de Sinais para 
conhecê-los e desenvolvê-los. São sinais sem regras e não 
possuem formas convencionais. Na verdade, um leigo verá o 
sinal e não entenderá nada do que está sendo dito.
 Tente imaginar como seriam os sinais das palavras: água, 
tio, idade, queijo, amante, solteiro e conhecer. Você pode ter ima-
ginado vários movimentos, sinais estranhos e cômicos, mas, não 
conseguirá se aproximar do correto, suas tentativas serão mais 
difíceis do que ganhar na loteria porque estes sinais não se parecem 
em nada com sua realidade.
Para você entender melhor o que são Sinais arbitrários, 
verá alguns sinais e, assim, tente descobrir qual é a palavra:
Ônibus
 Professor
Barata
60 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Conseguiu decifrar os sinais?
Vamos lá, vou lhe ajudar...
Na primeira figura, vou dar uma dica: é um inseto. Os dedos 
estão relacionados às antenas do inseto. 
Ficou fácil não é? “barata”.
Na segunda e terceira imagens relacionam-se os sinais de 
“professor” e “ônibus”. Você pode observar que estes sinais não 
são semelhantes com o real, portanto, são sinais arbitrários.
Para Refletir
• De forma simples, léxico é comparado a que na língua de 
sinais?
• Reflita de forma ampla sinais icônico presentes em sua 
vida.
 Leão Coco Juros
61Língua Brasileira de Sinais - Libras
2.2 ESTRUTURAS SUB-LEXICAIS E SUAS EXPRESSÕES NÃO 
MANUAIS.
Segundo Felipe (apud QUITES, s/d, p.1), “o sinal é formado 
a partir da combinação do movimento das mãos com um deter-
minado formato em um determinado lugar, podendo este lugar 
ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo”.
Podemos comparar os fonemas e, às vezes, os morfemas as 
articulações das mãos as quais são chamadas de PARÂMETROS.
As estruturas sub-lexicais, fazem parte da gramática da Lín-
gua de Sinais. Esta estrutura compõe-se de 5 parâmetros.
CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS (CM) 
São as formas, as configurações, os desenhos que as mãos 
tomam na realização do sinal. Podem ser oriundas7 do alfabeto 
manual e dos números ou em outras con-
figurações não oriundas feitas pela mão 
predominante do emissor.
Iremos identificar a mão predomi-
nante como sendo aquela com a qual que 
temos mais facilidade de movimentação: mão direita para os 
destros e mão esquerda para os canhotos. 
O sinal de “TV” tem a configuração de 
mão em “L”.
No quadro a seguir você verá diversas 
configurações apresentadas em Libras.
7 Configuração 
originada do alfabeto 
manual.
Sinal de televisão 
62 Língua Brasileira de Sinais - Libras
63Língua Brasileira de Sinais - Libras
(Roubar)
PONTOS DE ARTICULAÇÃO (PA) 
São os lugares de onde a mão predominante configurada 
se aproxima ou incide.
Podemos incidir a mão configurada nos seguintes pontos:
- Cabeça: queixo, boca, nariz, olhos, testa, 
bochechas, orelhas, maçã da face.
- Tronco: cintura, barriga, busto, pescoço, 
ombro.
- Braço: pulso, antebraço, cotovelo, 
braço.
- Mão: palma da mão, dorso da 
mão, dedos (polegar, indicador, mé-
dio, anelar e mínimo).
- Espaço Neutro: A frente do tronco ou acima 
da cabeça.
Os Pontos de Articulação são cabeça, 
tronco, braço, mão e espaço neutro, as es-
pecificações seguintes aos pontos são 
apenas uma referência para você se 
localizar mais
precisamente. 
 
Exemplo: Eu não posso falar que o Ponto 
de Articulação de uma tal palavra é testa e sim cabeça, pois, a 
mão configurada em “4” está no ponto de articulação “cabeça”.
(Acostumar)
(Trabalhar)
Admirar
Ter
64 Língua Brasileira de Sinais - Libras
MOVIMENTO (MV): 
Na Língua de Sinais, as mãos do sinalizador representam o 
objeto, enquanto o espaço é a área onde se realiza o movimento. 
Portanto, para a realização do movimento, é preciso haver um 
Objeto e um Espaço.
Analisa-se o movimento por: tipo, direção, maneira e fre-
quência das mãos configuradas.
- Tipos: 
Busca o contato, interação, contorno e movimento das 
mãos.
Contato 
 Exemplos
Deslizamento Quente
Tocar Experiência
Agarrar Músculo
Riscar Coitado
Pincelar Varrer
Escovar Lavar roupa
Ligação Unir
Interação
Exemplos
Alternado Discutir
Cruzado Fugir
Inserção Dentro
Aproximação Combinar (acordo)
Separação Longe
65Língua Brasileira de Sinais - Libras
Contorno 
Exemplos
Circular Solteiro
Semicircular Antes
Helicoidal Todo dia
Sinuoso Sempre
Movimentos das mãos
Exemplos
Desdobramento simultâneo dos dedos Demitir
Dobramento simultâneo dos dedos Saber
Abertura simultânea dos dedos Bruto
Fechamento simultâneo dos dedos Cheirar
Abertura gradativa dos dedos Madrugada
Fechamento gradativo dos dedos Roubar
- Direção:
Os movimentos podem ser analisados de quatro formas 
quanto aos seus direcionais.
O direcionamento auxilia a quem estamos apontando, por 
exemplo, EU TE AJUDO faz o sinal direcionando a quem irá aju-
dar enquanto VOCÊ ME AJUDA a direção do sinal é de quem vai 
ajudar para quem está fazendo o sinal.
• Não direcionais é sem movimento, são paralisados junto 
ao corpo, como:
66 Língua Brasileira de Sinais - Libras
•
Sentimento
Admirar
Culpado
Rei
• Unidirecionais, movimentam apenas para uma direção.
Para direita Morrer
Para esquerda Camarão
Para baixo Defi ciente
Para cima Deus
Para frente Ir
Para trás Por favor, com licença
Para o centro Pequeno
Para as laterais Amplo
 
• Bidirecionais, movimentam em direções diferentes e 
simetricamente com uma ou duas mãos.
Para frente e para trás Comparar
Para cima e para baixo Nunca, político
Para direita e para esquerda Sanfona, não
67Língua Brasileira de Sinais - Libras
• Multidirecionais, sinais que se utilizam em várias direções 
e exploram vários itens lexicais, como os sinais a seguir:
Incomodar
Chato
Amolar
- Maneira:
Refere-se à velocidade e tensão do movimento.
• Velocidade e tensão positiva – Um sinal feito com uma 
velocidade mais intensa e tensão do início ao fim. 
Ex.: Rápido 
• Velocidade e tensão negativa – Sinal mais vagaroso e 
frouxo.
Ex.: Calmo
- Frequência:
 Destaca a repetição do movimento.
• Simples – Sinais com apenas um movimento ou que não 
necessita de várias movimentações com a mesma mão 
configurada para originar o sinal.
Ex.: Sentar, responder.
DICA:
Acesse o dicionário virtual: 
http://www.acessobrasil.org.br/libras 
e veja os sinais das palavras em exemplo.
Este site será seu grande amigo.
68 Língua Brasileira de Sinais - Libras
• Repetido – Necessita de uma série de repetições para 
que o sinal tenha originalidade.
 
Ex.: Combinar (programar), namorar.
ORIENTAÇÃO (OR)
Tende a nos facilitar para melhor compreender. Quando um 
sinal tem sua direção e há uma inversão, significa a oposição, 
contrário ou concordância. 
EXPRESSÃO FACIAL E /OU CORPORAL (EFC)
As expressões facio/corporais são componentes extre-
mamente importantes para qualquer transmissão em Língua de 
Sinais. 
Os quatro parâmetros, com auxílio deste quinto, formam-se 
os sinais. 
 No conjunto destes elementos, conseguimos chegar à 
totalidade das informações desejadas com as mãos, ou seja, é 
possível falar, rir, discutir, chorar com as mãos.
Palavra CM PA MV OR EFC
Ter L Tronco Peito -
Triste Y Cabeça • Queixo Tristeza
Cinza C Mão Dorso da mão -
Aeroporto Y Braço Braço Soprar
Avião Y Espaçoneutro
A frente do 
tronco Soprar
69Língua Brasileira de Sinais - Libras
EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
Também chamadas de Expressão Corporal e Facial, funciona 
como meio visual de reforçar uma ideia que está sendo transmitida 
e, em outras ocasiões, chega até mesmo a confundir-se com o 
próprio argumento, caso não seja feito similar a palavra desejada. 
Assim, a expressão não manual tem como finalidade não só de 
incluir aos meios gramaticais, mas primordialmente melhorar a 
comunicação com o receptor.
Para sinalizar com eficiência, é preciso saber adequar as 
expressões ao contexto, ao ambiente e ao tom da voz transmitida, 
e este é um dos pontos que merecem uma atenção constante, 
pois você, caro aluno, terá que transmitir através das mãos, do 
corpo e da face na mesma tonalidade do orador.
Dentre todas as partes do corpo, a face é a que melhor 
detalha a expressão em um contexto, uma vez que é a região 
do corpo mais observada pelos surdos. É nela que há diversas 
modificações que permitem conduzir uma comunicação eficaz. 
Assim, de nada valeria uma sinalização bem feita com as 
mãos se acompanhada por uma expressão facial e/ou corporal 
inconveniente ou apática.
Vamos lembrar algumas situações que possivelmente você 
já percebeu ou passou por elas:
- uma criança vem correndo para os seus braços, a um metro 
de chegar ela tropeça. Pense a cara que você fez ou faria.
- Na rua, você olha para o alto e vê que o tempo fechou e 
que em poucos minutos vai ‘descer água’ e você está sem guar-
da-chuva. Que cara heim!
- Quando na TV a repórter retrata um assassinato cruel e 
ainda mostra as imagens. Qual seria sua reação?
A reação e a ação é um modo de expressão.
70 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para as expressões não 
manuais, não apenas a cabeça 
é fundamental, ela emana tam-
bém a movimentação dos bra-
ços, pernas e tronco simultane-
amente, devendo procurar uma 
sincronização do corpo por in-
teiro. 
Com o corpo e a face você 
consegue transmitir: inseguran-
ça, paz, alegria, arrogância, in-
veja, dor, tristeza, frio, timidez e 
vários outros sentimentos.
A expressão facial deve 
sempre guardar relação com a 
mensagem que se deseja transmitir, e isto se dá pelo fato de que 
o semblante funciona como um indicador da sinceridade daquilo 
que é falado. Deve atuar como um reforço daquilo que está sen-
do dito, e a melhor maneira de se conseguir falar com convic-
ção e segurança consiste em conhecer tais expressões e saber 
utilizá-las adequadamente, algo que somente torna-se possível 
através do exercício e da prática, pois, como já disse, a única 
maneira de absorver o conhecimento da Libras é treinando-a 
frequentemente.
Vamos conhecer alguns métodos:
- inconformidade, abaixa a cabeça e salienta a expressão 
negativa (não);
- agressividade, fecha as mãos, fecha um pouco os olhos, 
treme a cabeça, ringe os dentes;
- impaciência, caminha ‘de lá pra cá’, soprando.
Quando seus amigos 
estão chateados, tristes 
ou alegres, você repara e 
mesmo sem falarem algo 
você já capta e comenta: 
Nossa... “Como você está 
alegre hoje!” ou “Por que 
você está triste?”
É com a mesma 
produção que você deve 
utilizar na comunicação 
com o Surdo
71Língua Brasileira de Sinais - Libras
Qual é a expressão?
- postura rígida, tronco bem ereto;
- balançando para um lado e outro com os braços colados 
ao corpo;
- sobrancelhas levantadas e boca aberta;
- sobrancelhas abaixadas e dentes cerrados;
- sobrancelhas levantadas, olhos arregalados e lábios cerrados;
- olhos cerrados, boca aberta;
- testa franzida e boca torta para o lado;
- puxar o tronco para trás ou para frente;
- boca em O, olhar de espanto.
Sua face
e seu corpo em uma ação ou reação ocasiona uma 
expressão não manual espontânea e é nela que você deve espelhar.
72 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Mulher
Homem
Para Refletir
• Perceba as expressões que faz parte de nosso cotidiano e 
veja qual a que mais se encaixa ao seu perfil.
2.3 MORFOLOGIA E SEUS ESTUDOS INTERNOS
Segundo Quadros (2004, p. 65), Morfologia é o estudo da 
estrutura interna das palavras ou dos sinais, assim como das regras 
que determinam a formação das palavras. A palavra morfema 
significa morfhé, que significa forma. Os morfemas são as unidades 
mínimas de significado.
A Língua de Sinais possui também um sistema de estrutura 
e formação de palavras como nas línguas orais, caracterizando 
quanto ao:
Gênero:
Em sinais, Independente de serem pessoas ou 
animais, indicamos o sexo a partir do sinal de 
homem e mulher. Uma particularidade en-
volve quando referimos ao modo masculino, 
sempre que você sinalizar no gênero mas-
culino, não há necessidade de serem 
seguidos pelo sinal de homem.
Tempo:
O tempo, não correlaciona com o estado do 
tempo como chuva, calor, frio e sim com passado e futuro. O 
passado é feito com movimento sobre o ombro atingindo atrás 
da orelha e quanto mais distante for este passado, mais distancia 
e intensidade você coloca no sinal. Já no presente, na maioria 
das vezes terá o sinal próprio, mas a intensidade e a expressão 
são necessárias para distinguir a proximidade do presente.
73Língua Brasileira de Sinais - Libras
Grau:
Diferencia-se pela intensidade, movimento e velocidade 
como: (cheio, curto). E outros pela intensidade da expressão 
como: (bonito, lindo, bonitinho).
Negação:
Você aluno, está acostumado em seu dia-a-dia de fazer 
“NÃO” de várias maneiras, seja, com o dedo ou com a cabeça. 
Na Língua de Sinais, além destes dois recursos, temos mais um 
que é com o sinal próprio e cada um deles usará em situações 
específicas, veja exemplos:
- Com a cabeça: sinal “não precisa” PRECISA, ACREDITAR mais 
o movimento negativo com a cabeça.
- Com o dedo: “não pode” (definitivamente) PODE mais o 
sinal o não com o dedo.
- Sinal próprio: “não pode” (por enquanto) NÃO PODE, 
sinal próprio.
MORFEMAS LEXICAIS E GRAMATICAIS
Os morfemas lexicais ou gramaticais nem sempre formam 
palavras equivalentes ao Português. 
A partir de suas unidades mínimas de significação, terá os 
morfemas em LIBRAS.
LEXICAL GRAMATICAL
Amigo (s) plural
Possibilidade (im) negação
Chorar aos prantos
Fofocar fofocar sem parar
Você utiliza os sinais várias vezes para impor a gramática 
fazendo a diferença entre o normal e o aumentativo ou negativo.
74 Língua Brasileira de Sinais - Libras
ASPECTO VERBAL PONTUAL E ASPECTO VERBAL CON-
TINUATIVO
O Aspecto Verbal Pontual distingue-se por se trazer a uma 
ação ou evento ocorrido e finalizado em algum ponto bem defi-
nido, enquanto o Aspecto Verbal Continuativo dá a continuidade 
e se dá uma outra palavra.
ELE TENTAR FALAR AMIGO ONTEM (Ele tentou falar com 
o amigo ontem), concluiu o “tentar”, utilizou apenas uma vez. Se 
você utilizar o sinal “tentar até conseguir” ou “tentar sem parar” 
EU TENTAR, TENTAR VÁRIAS VEZES FALAR AMIGO (Eu tentei 
por diversas vezes falar com meu amigo) refere a 
uma ação que tem uma continuidade o “TENTAR” 
sofreu alteração.
ITENS LEXICAIS PARA TEMPO E MARCA
DE TEMPO
Na Língua Brasileira de Sinais, não tem os 
tempos verbais (conjugação dos verbos) 
como no Português, as palavras vem to-
das no verbo infinitivo (EU BRINCAR, ELE CHORAR, etc). Quando 
necessitar marcar o tempo, os itens lexicais ou os advérbios que 
irão referir-se o passado, presente e futuro com os sinais de “on-
tem”, “ano passado”, “hoje”, “agora”, “semana que vem”, assim, 
não haverá perigo de ambiguidade.
A utilização da expressão corporal neste momento é im-
portante para expressar o passado e futuro, jogando levemente 
o corpo para trás quando passado e para frente quando futuro 
(ANO PASSADO, ANO QUE VEM). Quanto mais você joga o cor-
po, mais distante é o tempo (MUITOS ANO ATRÁS).
Isso nos faz considerar que realmente a Libras é uma língua 
que depende do visual-espacial, é nesta modalidade que explo-
ramos o que está em volta do corpo.
Tentar
75Língua Brasileira de Sinais - Libras
INTENSIDADE E QUANTIFICAÇÃO
A intensidade ocorre quando o sinal conduz movimentos 
longos em ritmo ligeiro, ou seja, os sinais são feitos de forma 
mais acelerada e força. 
Exemplo: CHUVA (feito de forma branda), TEMPESTADE 
(feito com intensidade, rápido)
• Usará o mesmo sinal, porém, com mais intensidade e 
expressão.
• Já a quantificação é obtida com o uso de quantificadores 
como MUITO, repetições sucessivas, várias vezes.
• BATER ATÉ QUEBRAR (sinal de bater, bater, bater,bater 
até que quebre).
INCORPORAÇÃO DE ARGUMENTO 
O método de incorporação de argumento é muito frequen-
te e visível na Língua Brasileira de Sinais devido às características 
espaciais, seria mais obvio ir direto ao real do que interpretar a 
palavra e depois explicar o significado dela. Em nossa Língua 
Portuguesa, utilizaríamos a mesma entonação, a mesma escrita 
mas logo já sabemos a qual sentido e como seria na prática. 
Exemplo: em Português, podemos escrever ou falar a 
palavra “CAIU”, em uma apreciação poderemos falar “a moto 
caiu no asfalto”, “o papel caiu do chão”, “a criança caiu em casa”. 
O complemento da frase do verbo “cair”, trás informação da ação 
de alguém ou alguma coisa. O “caiu”, torna-se muito variável na 
Língua de Sinais, pois, necessita haver transformação em suas 
frases de acordo com cada contexto, isso porque o cair de uma 
moto, de um papel e de uma pessoa são totalmente diferentes 
na realidade, e na LIBRAS corresponderá a um sinal diferenciado.
76 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Vamos ver como ficaria em outro exemplo:
Usando a palavra “CORTAR”, vem em nossa mente várias 
frases que poderia encaixar esta palavra. “vou cortar um papel”, 
“vou cortar uma árvore” ou “vou cortar o dedo”, estas frases 
contêm variantes de incorporação e argumentos.
Vou lhe ajudar a ir mais longe, mas, preciso que você após 
esta leitura vá aos recursos do vídeo.
- Como você cortaria um papel? Com tesoura ou com um 
estilete? 
- Vamos cortar uma árvore juntos? Com que você 
gostaria de cortar?
Certamente você não cortaria da mesma forma 
que o papel, mas se você pensou em cortar um 
tronco desta espessura com um estilete ou uma 
tesoura, precisará de bons anos para conseguir derrubá-la.
E o dedo, como seria uma ação do corte? Poderia ser com 
caco de vidro, gilete de barbear, uma faca e 
até mesmo com uma folha de papel, mas a 
ação não será da mesma forma dos cortes 
acima e para cada corte há uma série de feitio 
diferenciada e isso terá que ser passado ao 
surdo de forma clara e eficaz.
FORMAÇÕES DE PALAVRAS POR DERIVAÇÃO E POR 
COMPOSIÇÃO
Lembrando que estamos falando da Língua de Sinais, suas 
palavras por derivação são formadas através dos sinais e não pela 
escrita, e iremos observar que as primeiras palavras são constituídas 
77Língua Brasileira de Sinais - Libras
a partir de seus radicais aos quais se ligam aos afixos ou morfemas 
gramaticais. Por este método, vejamos como ficaria a ilustração.
“NÃO QUERER” é derivado do “QUERER” pelo meio de afixo 
negativo, “FEIOSO” é derivado do “FEIO” através da expressão 
facial, assim como “FEINHO” grau diminutivo utilizado pela 
adjunção da expressão facial. 
“TENTAR ATÉ CONSEGUIR” explora o aspecto continuativo 
e é derivação de “TENTAR”.
 O processo de composição pode ser também a união de 
dois sinais simples para formar um sinal composto.
O sinal de: 
Para Refletir
• Revendo a Incorporação de Argumento, traga para dentro 
da Libras situações que provocariam diversas formas de 
expressar
com as mãos.
• Sem usar palavras verbais no diminutivo ou aumentativo, 
transforme sinais que você já conhece de forma que a 
derivação e composição se altere.
“PAPEL HIGIÊNICO”
(PAPEL + BANHEIRO)
“ALUNO”: 
(PESSOA + ESTUDAR)
“ESCOLA” necessita de uma adjunção 
(CASA + ESTUDAR).
78 Língua Brasileira de Sinais - Libras
2.4 DIFERENÇAS BÁSICAS EM LIBRAS
PALAVRAS
Sinais que utilizam a configuração das mãos oriundos do 
alfabeto ou números, ou seja, sinais com configuração em “B”, 
“P”, “Y”, “2”, “5”etc.
Exemplo: configuração em “D” – TODO DIA, DOMINGO, 
EU, DEUS, SILÊNCIOetc.
 
Configuração de mão em “5” 
(QUINTA-FEIRA)
Configuração de mão em “L” 
(ONTEM)
As “palavras” deverão ser feitos com a sua mão predomi-
nante e que não tenha o Ponto de Articulação braço e mão.
PALAVRAS SIMPLES
Para as Palavras Simples, não há necessidade da Configu-
ração da Mão ser oriundo do alfabeto ou dos números, mas, de-
verão ser feitos também com a sua mão predominante e não ter 
Ponto de Articulação braço e mão.
79Língua Brasileira de Sinais - Libras
As configurações poderão ser as seguintes:
Exemplos: Perceba que a mão não tem uma configuração 
igual às letras do alfabeto ou dos números.
CAVALO PESSOA PINGA 
CACHAÇA
SAL
80 Língua Brasileira de Sinais - Libras
PALAVRAS COMPOSTAS
Como já vimos anteriormente no processo de formação de 
palavras por composição, as Palavras Compostas são combina-
ções de dois ou mais sinais onde irão formar a palavra.
Não podemos esquecer que a palavra composta na Língua 
Portuguesa não interfere a Palavra composta da Língua de Sinais, 
uma palavra simples em Português pode formar uma palavra 
composta em Língua de Sinais, assim como, uma palavra com-
posta no Português é uma palavra simples na Língua de Sinais, 
então não há uma regra que relacione a Língua de Sinais com a 
Língua Portuguesa, temos que levar em conta a movimentação 
dos sinais, havendo mais de um sinal para uma palavra ela é uma 
Palavra Composta.
Vejamos os exemplos:
COMER + NOITE (jantar) CASA + REMÉDIO (Farmácia)
VENDER + CARNE (Açougueiro) TENDA + PALHAÇO (Circo) 
81
CAIXA + GUARDAR + GARFO + COISAS (Faqueiro)
PALAVRAS DE DUAS CONFIGURAÇÔES DIFERENTES
São palavras realizadas com dois movimentos diferentes, 
ou seja, uma mão configurada não pode ter a mesma configura-
ção da outra mão. Utilizaremos movimentos com as duas mãos 
e configurações diferentes ou a mão predominante configurada 
sobre o braço como ponto de articulação.
Para você entender melhor, veja os exemplos:
Mão predominante em “F” sobre a outra mão com 
outra configuração.
(Férias)
A mão predominante se movimenta de cima para 
baixo tendo como base o ante-braço.
(banheiro)
PALAVRAS DE MOVIMENTOS IGUAIS
Palavras com movimentos iguais são as palavras a quais 
podem ter dois ou mais movimentos iguais, ou seja, será feito 
com as duas mãos simultaneamente e com a mesma Configuração 
de Mão independente do movimento ou da orientação. Podemos 
falar que são sinais fáceis de sinalizar e de visualizar, temos que 
lembrar que a mão predominante deverá estar igual a outra mão 
Língua Brasileira de Sinais - Libras
82 Língua Brasileira de Sinais - Libras
que fará o Ponto de Articulação. Então se sua Mão pre-
dominante está configurada em “B”, o Ponto de apoio 
deverá também estar em “B”, “B” mão direita e 
“B” mão esquerda podemos formar o sinal de 
(CASA).
Temos outros exemplos que poderão ser úteis para o seu 
aprendizado. 
 NASCER QUERER PROIBIR
 
PALAVRAS DE SENTIDOS E SINAIS DISTINTOS
Estas palavras mantêm a mesma escrita no Português, são 
Homônimos Homógrafos, isto é, palavras que têm grafia igual e 
significado diferente e haverá também sinais díspares, como por 
exemplo: MANGA (fruta) e MANGA (camisa); CANTAR (música) e 
CANTAR (paquerar); CAIR do skate (verbo) e CAIR na gandaia (festa). 
Diante dos exemplos abaixo 
Podemos ver a Diferença: 
ESCOVA (dente)
ESCOVA (cabelo)ESCO
COVA (dente)
83Língua Brasileira de Sinais - Libras
DICA:
 
PALAVRAS DESSEMELHANTES NA GRAFIA E COM O 
MESMO SINAL
Estas palavras poderão conter o mesmo sentido, mas 
sua escrita no Português será diferente e terá o mesmo sinal 
na Língua de Sinais. Resumindo, teremos o mesmo sinal para 
as palavras sinônimas.
Para o sinal de TRISTE conforme o sinal na 
figura ao lado pode-se expressar também como: 
INFELIZ, ABATIDO, DEPRIMIDO, JURURU, 
MAGOADO, DESGOSTOetc.
Além de apenas visualizar o sinal, faça 
você mesmo o sinal, repita seus sinônimos junta-
mente com sinal por diversas vezes. 
Sempre que você encontrar dificuldade em 
achar o sinal de uma palavra, procure o 
sinônimo dela, em Libras terá o mesmo efeito.
Vejamos mais alguns exemplos:
BANCO 
(agência bancária)BANCO (assento) 
MEDO, RECEIO, TEMOR, 
AMENDRONTADO, ASCO.
CALMO, PLÁCIDO, SERENO,
TRANQUILO, SOSSEGADO.
84 Língua Brasileira de Sinais - Libras
FRASES COM APENAS UM SINAL
São frases que poderemos fazer com apenas um sinal. Este 
sinal será relevante ao que o contexto condiz e será acompanhada 
da expressão facial e ou corporal.
Temos como exemplo várias frases interrogativas:
- Quantos anos você tem?
Sinal de IDADE + expressão interrogativa [?] (levante as
sobrancelhas e o queixo)
- Onde você mora? 
Sinal de CASA + expressão [?]
- Qual é o seu nome? 
Sinal de NOME + expressão [?]
- Qual é o seu sinal? 
Sinal de SINAL + expressão [?]
DICA:
Não deixe de assistir os vídeos e reveja quantas vezes for 
necessário, lá você verá diversos exemplos que poderá lhe 
ajudar a aprender melhor. As anotações de suas dúvidas 
poderão ser úteis em sua monografia.
Para Refletir
• Juntando todas estas diferenças em palavras, monte uma 
frase sua contendo pelo menos 3 tipos de palavras e destina 
ao AVA para discutirmos com os demais colegas.
Língua Brasileira de Sinais - Libras 85
Resumo
Os estudos lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais proje-
tam o conhecimento para diferenciar a Língua de Sinais do Por-
tuguês, e compreendemos as estruturas dos sinais “populares” 
como os sinais icônicos e dos sinais arbitrários que deverão ter 
seus fundamentos estudados. As estruturas sub-lexicais e suas 
expressões trata a primeira parte teórica da Língua de Sinais 
obtendo 5 parâmetros importantes na compreensão dos sinais, 
tendo como quinto elemento, a expressão corpo facial, um au-
xílio a toda estrutura contextual da Libras. A morfologia e seus 
estudos internos determinam a estruturação das palavras quanto 
ao seu gênero, tempo, grau e negação determinando suas in-
corporações que conduz aos movimentos ideais. Observado as 
diferenças básicas em Libras, conhecemos os diversos tipos de 
palavras dentro da Língua Brasileira de Sinais, facilitando assim a 
compreensão da língua.
Parte II
SURDEZ: INTERAÇÃO E 
IMPLICAÇÕES
3 Surdez e Interação
Na unidade anterior, tivemos o embasamento da língua de 
sinais, seus auxílios, dicas de como superá-la e aprendê-la. A 
partir de agora, iremos interagir conectando estas duas partes, 
pois uma não se faz sem a outra.
Esta modalidade espaço-visual é, além de gratificante, gostosa 
de aprender e comunicar.
3.1 ASPECTOS COMUNICATIVOS CORPORAIS E CLASSIFICADORES
A Comunicação Corporal é um artifício de interação com 
o qual compartilhamos mensagens, sentimentos, emoções e 
ideias, podendo influenciar o comportamento das pessoas que, 
por sua vez, reagirão a partir de suas crenças, valores, história 
de vida e cultura.
90 Língua Brasileira de Sinais - Libras
A comunicação servirá para seu dia-a-dia desempenhando 
diversas atividades. Dentre elas, a sua função como educador, 
colaborador ou intermediador, exigindo uma habilidade que
ten-
de a facilitar o alcance dos objetivos que é passar a informação.
Por considerarmos afirmativas essenciais para o aprimo-
ramento profissional, a linguagem não-verbal será um meio de 
interação que possibilitará ao surdo compreender seus efeitos e 
suas inúmeras mensagens manifestadas corporalmente.
ASPECTOS COMUNICATIVOS CORPORAIS
A linguagem corporal, através da Língua de Sinais, tem um 
grande valor para a comunicação espaço-visual e sempre deverá 
ser inserida aos sinais destacando realidades e expressões diver-
sas a fim de potencializar e auxiliar na clareza da contextualiza-
ção dos sinais.
A voz do corpo (linguagem corporal) proporciona um su-
primento eficaz, objetivo, assertivo e contribui para a clareza da 
mensagem, tornando-a real. O anseio positivo e o impacto facial 
e corporal são fundamentais em um contexto e poderão ser uti-
lizados a todo momento em uma interpretação, porém, deverão 
ser adequados ao ambiente, ao momento e à mensagem.
Este tipo de linguagem aproxima o comunicador da Libras 
ao surdo, repassando qualquer sentimento e emoção positiva 
ou negativa. Ao recebermos um feedback 
positivo do surdo, conseguimos nos auto-
analisar, com isso, ganhamos indiretamen-
te um incentivo para continuarmos nos co-
municando com as mãos e com o corpo.
Para você manter um padrão de exce-
lência em linguagem ou expressão corpo-
ral, terá que entender e valorizar a forma de interação dos surdos.
Falar com o corpo é expressar sentimentos, emoções e 
transmitir mensagens, cujos significados são influenciados pelo 
8 FEEDBACK: É o 
retorno visual positivo 
ou negativo do espec-
tador sobre o desem-
penho da pessoa que 
passou a informação.
91Língua Brasileira de Sinais - Libras
contexto. O conhecimento deste recurso é um meio de ampliar 
a percepção de quem realmente precisa e é mais um instrumento 
para melhorar a qualidade da conversação da Língua de Sinais.
IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM CORPORAL
Você já deve estar cansado(a) de saber da importância da 
expressão facio/corporal. Além disso, é importante que você 
também tenha conhecimento da sua influência e da maneira 
como empregá-la corretamente.
“É preciso valorizá-la, observá-la e utilizá-la.”
Como profissionais que estarão em constante interação 
com outras pessoas, vocês deverão se lembrar das diferentes 
crenças, valores e culturas que permeiam estas relações e estar 
conscientes da influência que sofremos e exercemos, mutua-
mente, através da linguagem corporal. 
A trajetória da expressão corporal pode transformar as 
interações em situações de “troca”, que venham a ser enri-
quecedoras para os envolvidos no processo de comunicação.
A busca de uma solução reflexiva é que resgata e valoriza 
a Interpretação e a construção de seu conhecimento. Assim, 
a comunicação visual é o instrumento mais importante do ser 
surdo. Somente com este tipo de comunicação ele pode perceber 
as mensagens implícitas. ou explícitas. 
FUNÇÃO DA LINGUAGEM CORPORAL
Como já disse no início do capítulo, a função da linguagem 
corporal é expressar, através do corpo, emoções, sentimentos, 
reações de forma que os surdos consigam assimilar o sinal com 
a expressão, desempenhando um papel de suma importância no 
contexto da comunicação.
Ao observarmos o simples modo de se vestir das pessoas, 
de andar, de falar e promover atitudes diferenciadas saberemos 
se estão ou são alegres, tristes, cansadas ou oprimidas.
92 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Muitas vezes, a comunicação não-verbal modifica o significado 
da fala, ou seja, a mensagem verbal é contrária ao que é ex-
presso pela comunicação corporal, mas se bem utilizada será 
muito mais fácil o entendimento de seu aluno, paciente, cliente, 
amigo.
EXPRESSÃO E MOVIMENTO
As expressões e movimentos do corpo são formas com-
plexas de comunicação, interação e de manifesta sentimentos, 
vontades, emoções e exterioriza conteúdos.
Leitor, as expressões no quadro a seguir são apenas indícios, 
e a linguagem corporal deve ser sempre interpretada dentro do 
contexto comunicativo.
Expressões não verbais Possíveis Interpretações
Roer unhas, esfregar as unhas Ansiedade, insegurança
Parar com as mãos na cintura Incompreensão, agressividade
Levantar o nariz e virar o rosto Superioridade, Orgulhoso
Coçar sobrancelhas, curvar o 
tronco Cansaço, aborrecimento
Braços cruzados no peito Defensiva
Dedo indicador na fronte ou 
coçar o queixo Avaliação, pensamento.
Andar com as mãos nos bolsos, 
olhando para baixo
Falta de entusiasmo, 
desmotivado.
Mãos fechadas, rugir os dentes Frustração, ódio.
Coçar a testa, olhos fechados Avaliação negativa
Andar de um lado para o outro Impaciência.
Desviar o olhar Desconfi ança
“O movimento corporal se faz palavras para aqueles que estão 
atentos e envolvidos na comunicação.” (CORRAZE, 1982, p. 37).
93Língua Brasileira de Sinais - Libras
A literatura em geral não conceitua especificamente a lin-
guagem corporal, mas Corraze (1982, p. 37) adverte que “quan-
do se mostra a existência de formas universais nas mensagens 
não-verbais, não se pode deixar de pensar que a cinésica9 só 
estuda uma parte delas.” Isto é, no processo de comunicação 
não-verbal, é necessário muito mais do que apenas a linguagem 
do corpo. Há que se considerar o tom da voz, o espaço utilizado, 
o toque e os fatores do ambiente inseridos 
em um determinado contexto. O signifi-
cado atribuído vai depender de todos estes 
elementos interrelacionados.
COMUNICAÇÃO E SURDEZ
A pessoa com surdez adquire sua linguagem corporal 
naturalmente. É uma característica própria dos surdos, além 
de adquiri-la também se ao relacionar com outras pessoas.
Para Piaget, a linguagem é um sistema para representar a 
realidade. É ela que torna possível a comunicação entre as pessoas, 
a transmissão de informação e a troca de experiência.
Situações espontâneas de relacionamento entre pais, 
amigos, professores podem realizar estimulação e interação 
através da linguagem corporal, mantendo, assim, sua atenção 
e ajudando-os a se expressar por atitudes corporais e, sequen-
cialmente, transforma-las em auxílio para os próprios sinais.
A partir do momento em que uma pessoa com surdez 
percebe que suas expressões tomam um progresso e se tor-
na necessidade para a comunicação diária, passa a espelhar 
involuntariamente todo seu estigma através de sua face, seus 
gestos e seu corpo, passando a explorar cada vez mais estes 
recursos.
9 Cinésica: falar 
sem ser exclusivamente 
pela palavra oral.
94 Língua Brasileira de Sinais - Libras
PANTOMIMA
Muitos confundem expressões corporais, expressões faciais, 
sinais, gestos e pantomima, dizendo que tudo faz parte da Língua 
de Sinais.
A pantomima na verdade é um teatro gestual que utiliza o 
mínimo possível de palavras oralizadas e faz um maior uso de 
gestos. É uma artifício de narrar com o corpo em modalidade 
cênica, excelente para comediantes, cômicos, atores, etc. É uma 
representação praticamente universal entendida facilmente por 
todos.
Esta modalidade não está ligada à Língua de Sinais, pois, 
costuma ser exagerada e chama muito a atenção de quem vê, 
mas, pode ser um bom suporte para ajudar o surdo a se desprender 
da timidez e começar a fazer expressões de forma mais natural, 
uma vez que as expressões faciais e corporais são recursos mais 
difíceis na comunicação da Libras
CLASSIFICADORES
Com este recurso sim podemos falar que conseguiremos 
atingir a língua de forma que os surdos de qualquer lugar do 
mundo compreendam a língua.
O classificador é um feitio que estabelece um tipo de 
concordância em que suas configurações de mãos se referem 
à pessoa, animal e objetos e funcionam como marcadores de 
concordância. 
Você, aluno(a), já sabe que para a Língua de Sinais a 
reprodução, a forma, a descrição, o movimento e sua
relação 
espacial são essenciais, tornando mais intensos e perceptíveis 
os significados do emitir.
BRITO (1995, p. 103) diz que os classificadores funcionam 
como parte dos verbos em uma sentença, sendo chamados verbos 
de movimento ou de localização, indicando o objeto que se move 
ou é localizado.
95Língua Brasileira de Sinais - Libras
Os classificadores são representados por configurações 
específicos de mãos ligadas às expressões corpo/faciais, logo, 
nada têm em comum com mímicas.
Os classificadores tornam mais vivo e compreensível o sig-
nificado do que se quer proferir representando por uma adjeti-
vação descritiva, a qual atribui quanto ao seu tamanho, forma e 
espessura.
Para classificadores de animal e pessoa poderá haver singular 
sinalizando com apenas uma mão ou um dedo fazendo o movimento 
(UMA PESSOA CAMINHANDO) e no plural, marcado por duas ou 
mais pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos 
ou com dois dedos (DOIS LEÕES ANDANDO), sequencialmente 
relacionando a forma de andar do animal.
Os classificadores, na maioria das vezes, representam 
características físicas do referente como o nosso próprio 
comportamento ou movimento, o que confere grande flexibi-
lidade denotativa e conotativa aos sinais.
Veja algumas frases que devem ser feitas de forma 
diferenciada devido a sua ação:
- MARIA EDUARDA passou por PEDRO (representação de 
um dedo passando pelo outro dedo da outra mão).
- PEGUEI UM PEQUENO DADO (você terá que lembrar que 
o DADO é pequeno e que você pegaria com apenas dois 
dedos. Imagine você pegando um dado. Esta forma é o 
classificador de PEGAR DADO PEQUENO).
96 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Agora imagine que você irá pegar uma 
CAIXA GRANDE E PESADA. Como seria isso no real?
Não se deve confundir os classificadores com movimentos 
que representam iconicamente qualidades de objetos. 
Por exemplo, na frase: 
“O casaco da minha mãe ‘Lisa’ é de bolinhas ou listrado”?
 Estas expressões serão desenhadas no peito do sinaliza-
dor, mas esta descrição não é um classificador, e sim um adjetivo 
que, embora classifique, constitui apenas uma relação de quali-
dade do objeto e não relação de concordância de gênero.
Para Refletir
• Cada animal tem seu jeito de andar, de chamar a atenção. 
Imagine o andar em uma onça e o andar de um elefante. 
São animais de estilos diferentes, portanto, o classificador 
do andar destes animais deverá ter suas características e 
isso você terá que passar ao surdo de forma visual.
97Língua Brasileira de Sinais - Libras
3.2 INTERAÇÃO ARGUMENTATIVA COM ESTRUTURA DA SURDEZ 
E FAMÍLIA
 
 Este tema possui duas palavras-chave: interação e famí-
lia. A família é o principal núcleo social, é nela que a primeira 
educação acontece. 
A família desempenha a responsabilidade de cuidar, promover 
a saúde, o bem estar e dar proteção. Em família com membro 
surdo, acrescenta-se a isto a função da aprendizagem de outra 
língua, a Libras. É por meio da interação que o ser humano se 
integra, participa, convive e se socializa. Nesse processo, a família 
aparece como grande responsável, pois é nela que se inicia a 
formação social de um ser humano. Para isso acontecer, é neces-
sário o estabelecimento de um canal de linguagem comum.
 Por outro lado, interação é um elemento constituinte no 
processo de desenvolvimento cognitivo e aprendizagem, e surge 
interesse em torno da interação social que é a “descoberta.”
Com isso, tem-se uma renovação em torno da interação 
social considerando o surdo não só como mero receptor passivo, 
mas também como alguém com um papel mais ativo com sua 
língua, sendo agente construtivo independente de seus mediadores. 
A partir daí, começa a se expandir a visão de que o surdo é capaz.
O maior problema da interação entre a família e o surdo é 
a comunicação, pois é através dela que conseguimos nos adapta 
ao meio em que vivemos.
É necessário que os pais saibam como lidar com esse fato 
e compartilhem suas inquietações com outras famílias ou até 
mesmo que busquem uma associação de surdos, pois lá encon-
trarão outras pessoas que passam pela mesma situação.
Conscienciosos ou inconscientemente, há pais que tendem a 
negar a existência da surdez de seu filho. Pensam que se trata de uma 
situação transitória, que a criança vai acabar superando. Recorrem, 
por isso, a novos diagnósticos e a diferentes especialistas, com a 
98 Língua Brasileira de Sinais - Libras
finalidade de conseguirem uma informação positiva ou garantias 
de cura para um futuro próximo. Este posicionamento evita também 
ter que adotar um estilo comunicativo e interativo diferente. Já 
que a criança não vai ser surda, não é necessário pensar que sua 
linguagem ou educação vão ser diferentes das de seus irmãos ou 
das outras de crianças de sua idade. 
Quando uma criança surda nasce, seus pais ou res-
ponsáveis sentem-se impossibilitados de agir nor-
malmente com ela. Apresentam-se fragilizados nos 
primeiros tempos, encontram inúmeras dificuldades 
à sua frente e, quase sempre, alteram seus planos 
de vida em função desta nova situação. Os encar-
gos e as responsabilidades normais de uma família 
ficam modificados e exagerados com a chegada 
de uma criança diferente. (STELLING, 1996, p. 34).
O INÍCIO DA ESCOLARIZAÇÃO E O PAPEL DA FAMÍLIA 
Após a família passar por este processo de impacto, começa 
a questionar o que a escola pode oferecer ao filho. A criança e 
a família terão que se adaptar novanebte. Esta nova adptação se 
dará agora, no mundo da escolarização. Lá ela busca a segunda 
educação, formulada através de regras imposta para que possa ser 
incluída na sociedade. Nesta etapa, compete aos pais possibilitar 
segurança, carinho e comunicação com a criança surda.
A inclusão da criança surda na escola visa favorecer 
oportunidades para que ela possa se desenvolver, adquirindo 
meios culturais e entrosamento na sociedade construindo sua 
própria subjetividade, terá recursos para sua inserção no processo 
linguístico, trocando ideias, sentimentos, compreendendo o que 
se passa em seu meio e adquirindo, então, novas concepções de 
mundo, dando início à aquisição de uma língua.
A família deverá saber que precisará também desenvolver 
a língua de seu filho pelo meio corporal, gestual e até por meio 
das palavras. Simultaneamente, deverá agir normalmente com a 
criança comunicando o tempo todo como se fosse um filho ouvinte 
antes de aprender a falar, fazendo suas perguntas e respondendo o 
que for solicitado e também cantando e contando historinhas infantis.
99Língua Brasileira de Sinais - Libras
Como início ao atendimento educacional e a integração 
da família, a criança certamente será incluída em todos os as-
pectos tendo o direito comum de participar de todos os processos 
educacionais.
A continuidade da escolarização visa a oferecer à 
criança surda as mesmas chances que são ofereci-
das às outras crianças no que diz respeito ao exer-
cício efetivo de sua cidadania, para que possa se 
desenvolver como pessoa, adquirir meios culturais 
para se posicionar na comunidade e para adqui-
rir habilidades para o seu entrosamento eficiente 
e produtivo na sociedade. (BRASIL, 1994, p. 134).
PERSPECTIVAS DA FAMÍLIA
As famílias vêm compreendendo mudanças que acarretam 
na exigência de serviços de qualidade na educação para seus fi-
lhos surdos, pois, por vários anos essas famílias se viram sem voz 
aguardando que outros determinassem sobre o futuro educacio-
nal de seus filhos sem saber qual seriam a melhoria e a qualidade.
Os pais que descobrem a surdez de seu filho tardiamente 
não conseguem oferecer ou não sabem onde procurar auxílios 
benéficos. Assim, estimam “soluções” de desenvolvimento inte-
lectual e social ao filho através de terapias fonológicas, psicoló-
gicas, cursos de apoio, escolas e tarefas, tudo simultaneamente.
Ao perceberem resultados insatisfatórios, reconhecem que tudo 
não passou de um ‘tiro no escuro’, seu filho não conseguiu apri-
morar nenhum dos objetivos traçados e, a partir deste momento, 
passa a buscar apoio com profissionais capacitados e associações. 
Os pais devem se render e optar por apenas uma direção, a di-
reção que deverá ser tomada desde o princípio escolar que é 
mantê-los em escola regular e na alfabetização em Libras, assim, 
o resultado se consegue em menos tempo. 
Os pais devem dar liberdade de autoescolha, o surdo deve 
ter uma vida social como a dos ouvintes.
“Quanto mais confortáveis todos os membros da família 
estejam com a surdez, melhor” (LUALDI apud HOFFMEISTER, 
1999, p. 128).
100 Língua Brasileira de Sinais - Libras
A construção no ambiente escolar permeia perspectivas 
boas às famílias dos surdos de tal modo que geral as decisões 
estão sendo cada vez mais cedo e acabam contribuindo direta-
mente em bons frutos a seus filhos.
Um dos direitos adquiridos pelas pessoas surdas é o direito 
a inclusão e não há mais força de lei que obrigue a família a optar 
pelo que não deseje é apenas isso: “um direito”. O prazer a ser 
incluído em todos os espaços sociais.
METODOLOGIA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL AO 
SURDO
 Como já visto, a família deve participar do processo 
educacional do seu filho surdo, desde a fase inicial, e, para um 
bom desenvolvimento e atendimento, a escola deve deixar a par 
seus professores e todo corpo institucional para que possam ter 
um atendimento especializado. E este atendimento especializado 
não mais pode ser visto como um sistema paralelo à educação 
geral mas que dela faça parte como um conjunto de recursos pe-
dagógicos e de serviço de apoio, que facilitem a aprendizagem 
de todos esses alunos.
O atendimento educacional deverá seguir alguns programas 
para incentivar e capacitar o aluno surdo para a obtenção melhores 
resultados. 
 
ENVOLVIMENTO PRECOCE
O envolvimento precoce10 deve 
acontecer inicialmente em casa com os 
pais e, posteriormente, na escola, onde 
irá realizar atividades com objetivos 
de alcançar a ludicidade, a afetividade, a 
naturalidade e o cotidiano. 
10 Estimulação 
precoce: é um conjun-
to de atividades vol-
tadas para capacitar 
crianças de 0 a 3 anos 
de idade. REZENDE 
(2007)
101Língua Brasileira de Sinais - Libras
Atuar com benevolência e naturalidade por meio de 
brincadeiras que possam levar à interação, que é fundamental 
para o êxito do trabalho construindo vínculo e tomando estratégias 
que motivem a realizar tarefas.
ESTIMULAÇÃO ESPECÍFICA
Visa ao desenvolvimento da língua, com atividades que levam 
à ampliação dos campos da surdez afetando e constituindo uma 
prática para evitar que ela acarrete outros problemas.
Em conjectura, acarreta:
Estimulação para aquisição da Língua de Sinais;
Estimulação e treinamento auditivos e vocacionais;
Estimulação da leitura orofacial.
DISPOSIÇÃO PSICOMOTORA
Este acondicionamento proporciona a capacidade motriz, 
expressiva e criativa de um surdo a partir do movimento corpo-
ral, obtendo percepções motoras e capacidades de atuar e agir 
consigo mesmo toda informação que explora o ambiente físico e 
humano e passa assim a conhecer e explorar o caminho que visa 
equilíbrio e controle motor.
ENVOLTURA LINGUÍSTICA
Consiste em aplicar métodos e técnicas para a aquisição e 
o uso da Língua de Sinais como elemento principal para a comu-
nicação, fazendo com que o surdo participe do social com uma 
linguagem formal e oficial pressupondo atitudes de reciprocidade 
e evolução no processo de inclusão dando-lhes condições de 
uma vida diária com argumentos, decisões e respeito.
102 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Não podendo “consertar” a surdez, desligam-se, 
acomodam-se e transferem suas responsabilidades 
para terceiros, principalmente par aos profissionais, 
pois se consideram incapazes para o grande desa-
fio de educar um filho diferente, de uma maneira 
diferente, numa língua também diferente. É comum 
constatarmos pais que fingem ver a surdez do filho, 
até porque a surdez não é visível fisicamente. Des-
te modo, não cumprem o seu papel, não definem 
sua função, e depositam suas expectativas de 
sucesso na escola e/ou na clínica, delegando po-
deres a outras pessoas. (STELLING, 1996, p. 67).
Na aquisição da leitura e da escrita, as crianças surdas 
passam por diferentes níveis de aprendizado, escrevendo e 
arquitetando hipóteses de significação que parecem ser reais. 
Entretanto, os surdos estabelecem primeiramente noções visuais, 
que dão sentido à escrita.
 A Língua de Sinais diferencia-se das outras línguas por 
utilizar a modalidade visual-espacial, que propicia a descoberta 
da textualidade em produções com os sinais e não com a escrita.
Reconhecemos que a participação da família ouvinte/surda 
na educação dos sujeitos surdos é fundamental para o cresci-
mento cognitivo e psicossocial da criança surda.
Em uma família que recebe uma pessoa surda, a comunicação 
não pode ser diferente. Deve haver discussões e diálogos para 
que os envolvidos possam crescer e compreender o mundo. 
Desta forma, a comunicação entre a família ouvinte e o surdo 
deve se processar levando-se em consideração a Libras e, além 
de mergulhar nessa linguagem, também devem fazer das suas 
casas um ponto de encontro e aprendizagem da Libras.
Atualmente, existem diversas possibilidades de crescimento e 
informações para as famílias tratarem a situação da surdez com 
mais naturalidade e um dos ganhos é a regulamentação da lei 
10436. Com essa lei, os profissionais que estão entrando nas 
universidades terão maiores capacidades no atendimento e 
educação dos surdos.
103Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para Refletir
• Que estratégicas devem ser usadas para estimular um 
surdo precocemente nas atividades sociais?
• Você está preparado(a) para receber um aluno, cliente, 
paciente e até mesmo um(a) filho(a) surdo(a)?
3.3 INTERAÇÃO ATRAVÉS DA LÍNGUA DE SINAIS
As Línguas de Sinais têm sido pesquisadas e abrigadas na 
maioria dos países. O seu uso está espalhado pela nossa nação, 
seja na educação, serviços ou interação social.
Todos tem a oportunidade para o desenvolvi-
mento lingüístico natural, educação de boa quali-
dade e educação contínua durante a vida toda. Os 
países que antes ignoravam a língua de sinais estão 
avançando rapidamente na sua pesquisa e docu-
mentação e na criação de legislação que garante 
o uso desta língua nativa. (MOURA, 2008, p. 115). 
Interagir ou comunicar é importante e indispensável para 
qualquer ser humano. Tanto os homens quanto, os animais usam 
a comunicação para interagirem.
 O surdo adquire sua linguagem ao ligar a experiência que 
está vivendo com a verbalização e ou sinais que ela observa em 
outra pessoa (pai, mãe, colega, professores, etc.), bem como ao 
relacionar o que está sendo falado pelo outro com suas próprias 
experiências e também ao comunicar seus pensamentos de 
forma oral, escrita ou com sinais.
A difusão de informações e a troca de experiências tornam 
possível a comunicação entre duas ou mais pessoas.
104 Língua Brasileira de Sinais - Libras
 Quando alguém como você tem alguma experiência de 
vida e até mesmo as crianças, há sempre excelentes ocasiões 
para conversar das coisas que estão acontecendo, do que estão 
vendo, ouvindo e de outros momentos que nos leva ao prazer de 
conversar, bater papo, fofocar, brincar e contar piadas, mas, não 
é pela falta de uma língua oralizada, do som da voz que deve-
mos excluir, omitir ou deixar de repassar ou receber estes tipos 
de informações. Com a Língua de Sinais, podemos realizar essas 
comunicações com os mesmo detalhes de uma língua oralizada.
A interação junto à Língua de Sinais se faz indispensável à 
criança ou a qualquer outra pessoa surda e
devemos de alguma 
forma motivar sempre a aprendizagem e a interação com essa 
língua.
Em diversas circunstâncias, pessoa que convivem com sur-
dos têm algumas atitudes impróprias em 
relação a como interagir com eles. Isso 
acontece naturalmente sem ao menos 
percebermos, mas, devemos tratar estes 
desconfortos para desenvolvermos uma 
satisfatória interação. E para que isso não 
aconteça, deve-se tomar os seguintes cuidados:
- acredite e nunca desconfie das condições de plena com-
preensão da mensagem;
- deposite sua própria confiança que irá conseguir interagir 
com o surdo;
- aja com naturalidade em todos os aspectos de interação 
e informação;
Lembre-se, na hora 
que estiver interagindo 
com um surdo, não 
mencione surdo-mudo.
DICA:
105Língua Brasileira de Sinais - Libras
- ao interagir com os surdos, não vire o rosto, eles também 
se comunicam olhando para os olhos ou utilizam a leitura 
labial;
- não deixe passar ‘batido’ frases que você não entendeu, 
muita gente acaba fazendo a expressão de sim com a cabeça 
como se estivesse entendendo e, na verdade, não com-
preendeu nada. Se houve dúvida ou não entendeu diga 
para repetir até entender o contexto;
- não superproteja os surdos. Elas são pessoas capazes e 
sabem “se virar” para interagir;
- não se utilize de frases “Pergunta pra ele se...”, dirigindo-se 
ao Intérprete. Sempre que estiver interagindo com o surdo 
fale diretamente para ele, mesmo que ele tenha intérprete;
- quando estiver conversando com um surdo oralizado, 
pronuncie bem as palavras sem exageros.
Neste exemplo, podemos verifi-
car que é possível ler sem problemas o 
texto, pois estamos associando a ima-
gem da palavra (imagem mnemônica11) 
e não a associação da fonética. Esta é 
SEUGNDO AS PESQIUASS, NÃO IPMOTRA A ODREM DAS 
LERTAS DE UMA PALARVA DSEDE QUE A PIRMIERA E A 
ÚTLIMA LERTA ESTAJEM NO LGUAR COERRTO.
ITSO SE DVEE AO FTAO DE QUE A MNETE HUAMNA NÃO 
LÊ CDAA LERTA SEPRADAMEANTE E SIM A PAVALRA 
CMOO UM TDOO.
11 Imagem Mne-
mônica: é uma imagem 
contida na memória 
por uma recordação.
106 Língua Brasileira de Sinais - Libras
uma pequena demonstração de que a interação às vezes não 
depende sempre de processos cheios de regras. Você poderá 
interagir na hora e no momento que desejar com qualquer 
surdo. Seu nervosismo de achar que não irá conseguir deverá 
ser deixado de lado e partir ‘pro abraço’.
Moura (2008) apresenta uma visão cujo desejo é que seja 
alcançada até 2020, quais sejam:
- direitos humanos completos [...];
- acesso pleno à comunicação, língua e informação;
- educação de qualidade, com educadores surdos fluentes 
na língua de sinais, acesso ao ensino superior e programas 
de educação para adultos ao longo da vida;
- respeito total e amplo uso da língua de sinais por pessoas 
não-surdas;
- diversidade nos atendimentos públicos [...];
- interação livre graças à disponibilidade de intérpretes e 
tecnologias da informática;
- “Nada sobre nós sem nós” será a norma;
- reconhecimento da língua de sinais e dos direitos linguís-
ticos em pleno vigor;
- os surdos em países em desenvolvimento, as mulheres 
e os jovens, bem como outros grupos vulneráveis terão 
avançado significativamente, atingido a igualdade e a 
qualidade de vida.
Até que a visão de Moura seja alcançada, temos que inte-
ragir com qualquer pessoa independente da forma de comuni-
cação. Comunicar e interagir faz parte da natureza humana e é 
sucessível ao passar dos anos.
107Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para uma criança obter uma interação, (LENNEBERG apud 
HONORA, s/d, p. 37-38) descreve um gradual desenvolvimento 
onde as crianças alcançam funções sociais importantes tendo uma 
sequência fixa e em idades cronológicas relativamente constantes.
 
 Veja a evolução da interação de uma criança quanto às 
funções básicas da linguagem.
Idade
aproximada Funções sociais e linguísticas básicas
Nascimento
Conforto pelo som da voz humana; as expressões 
comuns representam choro por desconforto e 
fome.
6 semanas Resposta à voz humana, emissão de sons de prazer e choro para conseguir ajuda.
2 meses Começa a distinguir diferentes sons de fala.
3 meses
Direciona o olhar para o local de onde desponta 
o som, emite respostas vocais à fala de outros 
e começa a balbuciar ou controlar sons silábicos 
com ritmo.
4 meses Começa a variar o tom das vocalizações e imita sons.
6 meses Começa a imitar sons feitos por outras pessoas.
9 meses
Começa a transmitir signifi cado pela entonação, 
usando padrões que se assemelham às 
entonações dos adultos.
12 meses
Começa a desenvolver um vocabulário. Um bebê 
com 12 meses de idade possui vocabulário de 5 a 
10 palavras que irá dobrar nos próximos 6 meses.
36 meses O vocabulário pode chegar entre 900 e 1000 palavras; faz sentenças simples.
4 anos
Possui um vocabulário de mais de 1500 palavras, 
faz muitas perguntas e suas sentenças fi cam 
complexas.
6 anos Compreende de 20 mil a 24 mil palavras.
108 Língua Brasileira de Sinais - Libras
As situações vistas no quadro se referem a uma criança 
ouvinte num ambiente familiar. Mas, com a falta de audição, é con-
veniente impor precocemente situações lúdicas que produzam 
ruídos e vibrações com cores e movimentos. Deve-se lembrar 
sempre que a utilização de métodos visuais como fotos, figuras de 
jornais, palavras com sinais e o incentivo são essenciais ao surdo 
para assegurar sua atenção.
Envolver a interação da pessoa surda no mundo da comu-
nicação e da tecnologia não é impossível, há diversos instru-
mentos de entretenimento no mundo visual, perceptível e vibra-
tório, conheçam:
Telefone Celular
Muita gente pensa: O que um surdo vai fazer com um celular? 
Hoje, os celulares são de baterias com vibra call, ou seja, o 
celular vibra e com isso o portador sabe o momento que o 
telefone está em chamada. Os surdos utilizam o celular 
para enviar e receber mensagens, usam como desper-
tador, agenda, entre outros. 
Internet
A internet tem sido um dos meios mais 
utilizados não só pelos ouvintes. Os surdos têm 
se especializado cada vez mais para buscar seu 
aprimoramento e assim se utilizam todas as ferramentas nela 
existentes para a comunicação como: e-mail, msn, chats, sites 
de relacionamento, pesquisa e estudos.
TDD (telecommunications device for the 
deaf)
Telefone para surdos, denominado como 
TTS (Terminal Telefônico para Surdos), é um 
equipamento de comunicação telefônica 
109Língua Brasileira de Sinais - Libras
através do qual os surdos se comunicam com outras pessoas 
escrevendo suas mensagens em um teclado e visualizando em 
um display as mensagens que lhes são enviadas. O produto usa 
tecnologia brasileira com o objetivo de quebrar as barreiras de 
comunicação. Quando um surdo quer falar com algum ouvinte 
que não possui o TTD, ele liga para a central da operadora e 
a atendente faz a intermediação entre o surdo e o ouvinte e vice- 
versa. É um método simples e funcional. 
Na vídeo-aula, você verá como funciona o TDD e onde 
encontrá-los.
Closed Caption ou legenda oculta
É um sistema de transmissão de le-
gendas via sinal de televisão. Essas legen-
das podem ser reproduzidas por um te-
levisor que possua função para tal, e tem 
como objetivo permitir que os surdos possam acompanhar os 
programas transmitidos. As legendas ficam ocultas até que o 
usuário do aparelho acione a função na televisão através de um 
menu ou de uma tecla específica. 
A legenda oculta descreve além das falas dos atores ou 
apresentadores qualquer outro som presente na cena: palmas, 
passos, trovões, música, risos, etc. 
Janela de Intérprete
A janela não acontece em to-
dos os programas e nem em 
todas as emissoras. A janela 
de Intérprete é uma janela que 
fica ao canto inferior do televi-
sor
em que um profissional faz 
toda a interpretação do progra-
ma ou parte dele.
110 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Escrita
A escrita é considerada um eficiente 
recurso, utilizada na interação entre um sur-
do e um ouvinte tendo aproveitamento ma-
nuscrito e visual. Podemos dizer que a escrita envolve também 
o desenho. Muitos surdos que não são alfabetizados e não são 
sinalizadores, utilizam-se de desenhos e formas para se comuni-
car e entender a pessoa com quem gostaria de manter o acesso 
e a informação.
Dispositivo luminoso
É um dispositivo utilizado em residências de pessoas surdas. 
São usados nos telefones e campainha. Sua instalação depende 
de um profissional qualificado e experiente, pois, os fios da cam-
painha e do telefone são ligados diretos nas lâmpadas de todos 
os cômodos da casa, inclusive no banheiro. Quando o dispositivo 
da campainha é acionado, ele faz com que as luzes pisquem e 
apaguem; já as luzes do telefone ficam piscando até que ele seja 
atendido. Outro método se dá pelo uso das cores das luzes. Geral-
mente a campainha pisca uma luz branca e o telefone pisca uma 
luz amarela por um determinado tempo. 
Sinal Próprio
Quando conhecemos alguém, logo falamos seu nome ou 
se não conhecemos, perguntamos como se chama. O sinal pró-
prio serve para que, todas as vezes que quisermos nos referir 
àquela pessoa, tenhamos um signo, um batismo que nos repre-
senta. O nome que estamos falando é o que na Língua Brasileira 
de Sinais denominamos de sinal pessoal. Assim, após obter o 
sinal próprio, dá-se início à participação na comunidade surda. 
O sinal do “nome” se trata de uma marca, um traço ou persona-
lidade da pessoa.
111Língua Brasileira de Sinais - Libras
Dia do Surdo
Em 26 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Surdo, 
data em que são relembradas as lutas históricas por melhores 
condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania 
e também pela inauguração da primeira escola para Surdos no 
país em 1857. Enquanto isso, a Federação Mundial dos Surdos 
celebra o “Dia do Surdo” no dia 30 de setembro.
Para Refletir
• São diversas as formas de comunicação e interação com 
o surdo. Com a inclusão estampada por todos os lugares 
e obrigatória em todas as empresas de atendimento ao 
público, será que estamos preparados para receber e 
interagir com os surdos?
3.4 SURDEZ, SOCIEDADE EM SEU PROCESSO DE INCLUSÃO
Os processos psicossociais enfatizando a inclusão de surdos 
é um assunto muito complexo, sua situação depende da reali-
dade de cada centro, estado ou região. Para analisar cada fato é 
preciso conhecer o surdo e sua vida cotidiana dentro das práticas 
de uma questão sociocultural. 
A inclusão social tem oferecido aos surdos oportunidades 
de participarem de todos os sistemas governamentais, e estas 
oportunidades possibilitam a descoberta de situações fascinantes 
e geram também a desconfiança e incertezas de normas constantes.
Há uma distinção de fatores e conhecimentos quando se 
fala de inclusão de surdos, além de sua diversidade (língua, cul-
tura, tradições etc.). Na inclusão, alguns fatores primordiais favo-
recem o surdo e um deles é a valorização de sua cultura e comu-
nicação espaço/visual que os elevam no sentido de compreender 
o universo em seu entorno, construindo uma experiência visual.
112 Língua Brasileira de Sinais - Libras
A Língua de Sinais não deve ser encarada como instrumento 
de inclusão, mas sim de valorização da cultura surda, aceitando 
sua língua oficial.
Favorecer o aprendizado do indivíduo surdo utilizando a 
Língua de Sinais é ter certeza de que ele adquirirá o conhecimento. 
Com isso pode-se citar o livro “O vôo da gaivota” da autora 
surda Emmanuelle Laborit (1996, p. 61):
Utilizo a língua dos ouvintes, minha segunda língua, 
para expressar minha certeza absoluta de que a 
Língua de Sinais é nossa primeira Língua, aquela 
que nos permite ser seres humanos comuni-
cadores. Para dizer, também, que nada deve ser 
recusado aos Surdos, que todas as linguagens 
podem ser utilizadas, a fim de se ter acesso à vida.
A sociedade não é composta somente de pessoas que ou-
vem e, assim, a inclusão é um tremendo benefício para inverter 
papéis e trocar experiências aprendendo e cultivando novas lín-
guas. Essa troca pode levar a uma maior integração e inclusão 
social. O surdo, ao se ver valorizado e respeitado em sua ca-
racterística, pode ampliar o interesse pelo aprendizado da língua 
oral portuguesa, a qual, hoje, não é uma obrigação legal para 
pessoas surdas. ”As frases nas mãos” não apenas substituem 
a forma gráfica da língua portuguesa, elas também repassam 
sentimentos. 
Há tempos, os surdos eram obrigados a aprender a oralização 
para se incluirem na sociedade. Talvez fosse mesmo o melhor 
meio para enriquecer as relações entre os pais e família.
INCLUSÃO DOS SURDOS NA ESCOLA
Atualmente, no Brasil, a inclusão dos surdos nas escolas, 
está sendo um desafio. Temos vistos, em diversas escolas regulares 
surdos que chegam até a escola e até mesmo às séries finais sem 
saber ao menos sua língua materna enquadrando-se aos verda-
deiros excluídos, pois, não entendem a oralização dos professores 
113Língua Brasileira de Sinais - Libras
e pouco também entendem sua própria língua. Daí surge muitas 
aflições e questionamentos. Em cursos de capacitação em Libras 
oferecidos pelos governos, fala-se em interpretação e expressão 
dentro da sala de aula independente de os surdos saberem ou 
não Língua de Sinais. Tudo bem, realidade de grandes centros 
referenciais em Libras estão adaptados e acostumados em a 
receberem alunos de níveis elevados de entendimento inter-
pretativo. Mas, o que fazer com os alunos de interior, indepen-
dente do estado, e que não têm apoio desde a infância? 
Inclusão escolar dos surdos requer uma boa elaboração 
tanto para o aluno quanto para a escola. Assim, ambos se sentirão 
aptos a participarem deste processo.
As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educa-
ção Básica (BRASIL, 2001 apud GLAT, 2007, p. 31):
Todos alunos, em determinado momento de sua 
vida escolar, podem apresentar necessidades edu-
cacionais, e seus professores, em geral, conhecem 
diferentes estratégias para dar respostas a elas. No 
entanto, existem necessidades educacionais que 
requerem da escola uma série de cursos e apoios 
de caráter mais especializado, que proporcionem 
ao aluno meio para acesso ao currículo. Essas são 
as chamadas necessidades educacionais especiais. 
[...], trata-se de um conceito amplo: em vez de fo-
calizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e 
a escola, bem como as formas e as condições de 
aprendizagem; em vez de procurar, no aluno, a ori-
gem de um problema, definiu-se pelo tipo de res-
posta educativa e de recursos e apoios que a escola 
deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso 
escolar; por fim, em vez de pressupor que o alu-
no deva ajustar-se a padrões de ‘normalidade’ para 
aprender, aponta para a escola o desafio de ajus-
tar-se para atender à diversidade de seus alunos.
Muitos acham que incluir é apenas colocar o aluno surdo 
na sala de aula. O trabalho é longo, constante e necessita da 
participação de todos do ambiente para garantir a inclusão.
114 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Ouve-se muito: “Nem eu e nem a escola estamos preparados 
para receber os surdos aqui.” “Não tenho obrigação de traba-
lhar com os surdos porque o governo não dispõe de meios para 
atendimento”. Estes comentários não são isolados, acontecem 
e acontecerão em vários lugares e com diversos profissionais e, 
quem fala, esquece que a escola tem o Intérprete e que a ela dis-
ponibilizou sim de “um meio” para intermediar os professores.
É preciso apaziguar esta amargura, este desconforto e esta 
insegurança, pois, a inclusão depende dos professores
e, que-
rendo ou não, vem também testar o potencial dos profissionais, 
aonde eles podem chegar, atropelando algumas etapas. É preciso 
que os professores se incluam no ensino aprendizado da Libras 
e incluam os surdos em suas salas de aula.
O primeiro passo está dado, e agora?
Qual a capacidade de aprendizado dos surdos?
Estas crianças têm entrado na escola achando que sabem 
Libras porque já conhecem o alfabeto e pensam que sabem ora-
lização porque sabem se comunicar em casa. A realidade é essa 
e não sei falar se está havendo a inclusão ou se estão querendo 
fazer a inclusão. 
Ensinar a alfabetização de Libras e Português ao mesmo 
tempo é uma prática confusa e desastrosa, assim como, tentar 
ensinar para diversos surdos com níveis diferentes. O apoio que 
deveria ser inclusivo e eficiente passa a ser uma tentativa de 
aquisição lenta. 
Alunos surdos com idades mais avançadas têm um 
aprendizado inferior tanto na Libras quanto no português, mas 
têm maior interesse em aprender. Os mais novos aprendem, 
mostram interesse em adquirir conhecimento e preferem a sua 
língua natural como referencial. Já os que intercalam as idades 
estão na fase mais confusa, pois, já adquiriram anteriormente o 
ensino através da oralização sem conhecer o português ou a Língua 
de sinais e acabam utilizando o bimodalismo.
115Língua Brasileira de Sinais - Libras
Laborrit (2006, p. 23) deixa claro o que é uma inclusão de 
surdo. A frase dele foi muito feliz: 
Quando eu aceito a língua de outra pessoa eu 
aceitei a pessoa [...] Quando eu rejeito a língua, 
eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós 
mesmos [...] Quando eu aceito a Língua de Sinais, 
eu aceito o Surdo, e é importante ter sempre em 
mente que o Surdo tem o direito de ser Surdo.
Diversas são as dificuldades e problemas encontrados por 
todos no processo de inclusão, mas, tentar facilitar a inclusão 
dos surdos no social é dever de todos nós.
Grande parcela da população de pessoas surdas vive ainda 
no contexto limitado. As barreiras sociais lhes impõem restrições 
ao exercício da cidadania plena, de uma vida digna, participativa. 
A realidade social necessita dos esforços da família, dos governos, 
da sociedade em geral, no sentido de promover a melhoria de 
vida de toda a coletividade de forma igualitária e democrática.
A garantia do conhecimento da Libras na formação de 
profissionais aprova a construção de uma sociedade para todos, 
ajustada no princípio da inclusão, sugerindo preparação e apren-
dizagem, atentas às diversidades linguísticas que encontraremos.
As discussões hoje existentes sobre pessoas com necessi-
dades educacionais especiais pautam-se no desenvolvimento de 
ações educativas assentadas nos pressupostos de uma educação 
inclusiva, sugerindo a formação de um profissional cujo perfil de 
atuação seja compatível com a necessidade apontada.
A inclusão representa, portanto, um grande desafio para 
as escolas adotando um modelo com ênfase na aprendizagem e 
não apenas no ensino. O princípio fundamental da escola inclusiva é 
o de que os alunos, sempre que possível, devem aprender juntos 
independentemente de suas dificuldades ou diferenças. A ideia 
é que as escolas devem adequar-se ao social, ao emocional 
e ao linguística.
116 Língua Brasileira de Sinais - Libras
As dificuldades se darão em função do despreparo dos 
educadores atuantes no ensino inicial. Por isso, hoje, você está se 
capacitando para que no futuro não tenhamos mais surdos com 
dificuldade de aprendizado e comunicação. Você irá incluí-lo e 
estará se incluindo ao mundo do silêncio.
Inclusão e o Papel do Profissional
Este termo “inclusão”, tanto lido aqui como escutado no 
dia-a-dia, irá permutar por, vários autores e até mesmo por várias 
outras vezes neste livro. Mas esta palavra e sua ação estarão 
ligadas diretamente a você, compartilhando com diversos segui-
mentos da sociedade nos inúmeros serviços na área da saúde e 
educação.
Apesar de toda discriminação, o surdo está incluído em 
uma sociedade cheio de pesares, mas, está em meio a uma 
nação alegre, que dará auxílio para sobrevivência e desenvol-
vimento dos surdos. Muitas das vezes os próprios surdos são 
preconceituosos, e o papel do profissional é também fazer com 
que o surdo se inclua, ou seja, passe a aceitar seus familiares, 
seus professores, seus amigos, alguém que lhe oriente como lidar 
com um ser tão “excludente”.
Os profissionais comprometidos com a proposta da inclu-
são devem acreditar no potencial, no desempenho e no que os 
surdos são capazes de fazer.
Uma pessoa quando abarcada no programa de inclusão 
não deve ser classificado como “coitado”, deve ser tratado com 
a visão de garantir acesso e a participação ativa, cobrando 
normalmente suas tarefas e deveres em cima das possibilidades 
de empenho e produtividade.
Os colaboradores surdos deverão ser percebidos como 
sujeitos que têm diferença e não deficiência. O fato de não ouvir 
não significa que não pode ou não consegue. É preciso considerar 
sua cultura, suas possibilidades e suas capacidades.
 
117Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para este processo seguir conforme esperamos, você deve 
refletir acerca da importância do papel do profissional como 
agente intercessor na inclusão do surdo no mercado de trabalho, 
aprendendo e proporcionando diversidade, experiência e motivação.
De acordo com as concepções do “Projeto Incluir”, busco 
sugerir possibilidades de acesso e permanência dos surdos em 
ambientes distintos, sem que sejam exclusas adotando como fator 
importante o papel do profissional.
Conheça o que pode inserir os surdos na sociedade com a 
colaboração de um profissional:
- planejar os passos do surdo através de reforços negati-
vos ou positivos, desenvolvendo do mais simples para o 
mais difícil com métodos repetitivos criando experiência e 
baseando-se em resultados apresentados;
- facilitar o aprendizado fundamentando na imaturidade;
- possibilitar diálogos nas duas línguas (português e Libras), 
envolvendo a compreensão e aceitação, assim, inovando 
diálogos e tolerando erros;
- compartilhar conhecimentos específicos para desenvolver 
processos distintos e interdependentes. O processo de 
inclusão consiste em crescer envolvendo quem inclui e 
quem é incluído.
Diante destas concepções, permita o avanço na perspectiva do 
acolhimento e da diferença, propiciando o alargamento nas trocas 
de conhecimentos e na formação humana. 
118 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para Refletir
• Na prática cotidiana, todas as características da inclusão 
aqui expostas são levadas em consideração?
• É possível desenvolver potencialidades das pessoas com 
surdez no contexto social?
Resumo
A surdez em seus aspectos comunicativos e interação, prepara 
artifícios para comunicação corporal. Esta comunicação é uma 
das mais importantes dentro da Libras, pois, facilita a compreen-
são e assessora os sinais em um contexto, assim como os classi-
ficadores, que são marcadores de concordância, nos trás o real. 
A estrutura e apoio familiares são essenciais à vida de qualquer 
pessoa, principalmente no lar que acaba de receber um surdo. A 
barreira existente na comunicação pode atrasar todo o processo 
de escolarização e desenvolvimento linguístico neste novo mem-
bro e, nesse sentido, novas perspectivas vêm sendo criadas para 
combater o paradigma da exclusão até atingir a aceitação e inte-
ração perfeitas. A inclusão é um fato muito comentado nos dias 
de hoje e vem favorecer os surdos dentro da sociedade, pois, 
possibilita facilidades para entrar no mundo do aprendizado de 
forma total e incondicional.
 
Língua de Sinais: Saberes e 
Fazeres 4
Neste tema você verá de forma prática como se comunicar 
e trabalhar com um surdo. Portanto, prepare sua criatividade e 
faça parte destes saberes
e fazeres. 
4.1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS EM SUAS POSSIBILIDADES NO 
CONTEXTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O surdo se utiliza principalmente da visão em sua interação 
com o meio comunicativo e de aprendizagem. Para o surdo, a 
Língua de Sinais é primordial, por isso encontrará em algumas 
bibliografias a referência de L1 (primeira língua) que é a LS (Lín-
gua de Sinais) que é totalmente visual-espacial e L2 que é a Lín-
gua oral-auditiva. 
Para o aprendiz surdo o processo é o mesmo da alfabeti-
zação em português, o que se alteram são as ênfases dadas aos 
modelos e figuras.
120 Língua Brasileira de Sinais - Libras
O indivíduo surdo possui algumas características que podem 
afetar ou dificultar a aprendizagem, mas, na falta da audição, a 
vibração e a visão acabam suprindo as informações recebidas.
Uma rica imagem permanece mais tempo viva na memória 
do que uma extensa explicação. A comunicação visual específica 
mantém por mais tempo a atenção do surdo.
Imagens ilustradas ou reais são de grande importância para 
o aprendizado e no desenvolvimento de práticas tendo a função 
de instrumentar o crescimento dos alunos surdos. O visual, tanto 
na representação abstrata quanto na figurativa tem o potencial de 
ser aplicado como recurso na transmissão de conhecimento e no 
desenvolvimento do raciocínio. 
Para o aprendizado de uma criança surda, além da parte 
visual, é de grande importância que eles participem de associa-
ções, grupos ou espaços onde se permite a socialização entre 
pessoas de diferentes níveis educacionais e idades. Assim, po-
derá ter um ambiente diversificado que de tal modo irá desen-
volver suas diversas práticas de aprendizado, frisando que a 
Libras é a primeira língua dos surdos e a L1 deverá fazer parte da 
vida do surdo antes mesmo da L2 (português).
O surdo possui determinadas características que podem 
comprometer ou inibir o aprendizado, fazendo que a visão e 
a percepção vibratória supram e organizem as informações 
recebidas na falta da audição. Um “prejuízo” dos surdos, devido 
a seu déficit auditivo, envolve a perda de informações existentes 
no meio ambiente em que vivemos, pois, há elementos sonoros 
que nos permitem sonhar, conhecer e proteger.
Conforme o site da 3ª Policlínica do CBMERJ (www.3apoliclinica.
cbmerj.rj.gov.br), a função auditiva está sempre em desenvolvi-
mento. As habilidades auditivas vão se aprimorando conforme 
o desenvolvimento da criança, conforme os estímulos que 
esta criança recebe. 
121Língua Brasileira de Sinais - Libras
Você poderá conhecer algumas das habilidades 
auditivas abaixo:
- atenção auditiva: capacidade da criança de apresentar 
uma resposta voluntária a um estímulo sonoro;
- consciência auditiva: capacidade da criança de perceber 
a presença e a ausência do som;
- localização sonora: capacidade da criança em reconhe-
cer de onde a fonte sonora partiu;
- discriminação de sons: capacidade de detectar diferen-
ças e semelhanças dos sons;
- seleção figura/fundo: habilidade de selecionar um estímulo 
sonoro significativo dentro de outros sons apresentados 
simultaneamente;
- detecção sonora: capacidade de perceber se existiu ou 
não o som;
- sensação sonora: habilidade de saber como era o som;
- reconhecimento auditivo: capacidade de saber qual foi o 
evento que causou o som;
- compreensão auditiva: compreender por que razão o 
evento sonoro ocorreu;
- memória auditiva: capacidade de perceber o que ficou 
retido e que pode ser evocado do som apresentado.
122 Língua Brasileira de Sinais - Libras
As habilidades auditivas fazem parte do processamento au-
ditivo e envolvem uma análise complexa do sinal acústico, inte-
grando a informação em modelos auditivos. E isso é um proces-
so adaptável e influenciado pelas experiências e aprendizagem 
de cada criança.
Portanto, conhecer a função auditiva pode levar ao sucesso 
da informação, ensino e aprendizado.
Não se inclua totalmente no mundo das figuras e das ima-
gens. Se você insistir exclusivamente neste contexto poderá 
causar defasagem no aprendizado de um surdo, seja criança ou 
adulto, pois as ilustrações trazem também distrações, ocasionando 
dificuldades em absorver a atenção de forma mais ininterrupta.
O início de um trabalho de ensino-aprendizado da escrita 
e da leitura é de grande importância. A escrita, sendo uma das pri-
meiras atividades, iniciará um meio de identificação e os fazem 
sentir atração por livros e, sequencialmente, pela leitura. Recorte, 
colagem, montagem de frases através de figuras correspon-
derão à memorização dos objetos relacionando às palavras com 
a realidade. Somente assim eles (os surdos) saberão o que estão 
lendo e o que estão sinalizando.
Para você, aluno(a), entender melhor como funciona o contex-
to de aprendizado dos surdos, dividirei em sub-tópicos explican-
do passo a passo.
A utilização de figuras com o manuseio do lápis chegando 
à escrita é uma ótima estratégia de aprendizagem, pois, busca o 
caminho necessário, que é o visual e somente com o recurso do 
visual possibilita a compreensão e ansiedade de aprender mais.
123Língua Brasileira de Sinais - Libras
Veja a seguir algumas dicas e aproveite essa ideia.
Com um lápis, faça o caminho que o pato deverá fazer até 
chegar a lagoa.
Desenvolve a coordenação Motora fina
Matemática: Pinte os cachos que tem 8 uvas.
Faça conforme o modelo. (Golfinhos pulando no mar)
Coordenação Motora
124 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Pinte os cactos que tem 4 folhas.
Desenvolve a matemática
Faça um X onde estão as figuras separadas e depois pinte.
Desenvolve a noção de espaço
Pinte somente os patinhos que estão em direção a sua mãe:
(Desenvolve discriminação visual e lateralidade)
125Língua Brasileira de Sinais - Libras
Separe as borboletas de 5 em 5. (Desenvolve a noção de 
números através da contagem e quantidade).
Ligue os pontos em ordem alfabética (Trabalha a alfabetização 
em Libras).
Caça-palavras em Libras (Trabalha a atenção e concentração)
P C 0 s A p a t o j C
A O L s K r t u Ç F A
T N O V E l A E s F I
o V P Q E s T U d A R
2 I U Ta K G H o C S W
H T 7 4 X i Y P B B 8
Y E R J O v e M V O Ç
w z ç 5 a 6 8 9 u i 2
126 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Circule as mãos que correspondem a números. (trabalha a 
descoberta dos números, atenção e concentração).
n a e f g 7 c l y m
F 5 9 l l h 1 m h 5
V S 8 h 2 Q 2 z c y
8 F x l 3 Z t l 6 m
A T n 6 h J 1 m y 5
4 6 Ç j l K h y 9 h
s G P 1 S b 0 z c c
i 7 L m w m h 9 l 3
Faça um X nas mãos que representam números pares. 
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i 7 L m w m h 9 l 3
Você, universitário e futuro profissional, ao receber ou 
atender uma pessoa com surdez, seja homem ou mulher, deverá 
estar atento, pois assumirá a responsabilidade de desvelar meios 
que assegurem a construção do conhecimento, favorecendo a 
127Língua Brasileira de Sinais - Libras
comunicação, o entendimento e o atendimento aos surdos. Será 
necessário que você procure adaptações e estratégias a fim de 
facilitar a participação, o desenvolvimento e a aprendizagem do 
seu cliente, seja ele aluno, paciente ou freguês. 
Glat (2007) propõe didáticas importantes a profissionais que 
trabalham no processo de ensino para surdos:
- utilizar sempre a Língua de Sinais, independente se o surdo 
sabe ou não LIBRAS.
- utilizar sempre a escrita no quadro de giz, slides, desenhos 
para os surdos escreverem a palavra chave.
- empregar palavras que não estão incluídas no vocabulário 
diário e anexá-los em um mural.
- proferir frases completas não exagerando nas articulações 
e nem na velocidade.
- organizar
espaços que permitem ao surdo desenvolver e 
estimular a criatividade, autonomia, ludicidade, memori-
zação, raciocínio lógico e sociabilização.
Fazendo um breve apanhado do que foi apresentado, é 
sempre necessário que a Libras seja oferecida como meio de 
comunicação e expressão no desenvolvimento do processo de 
aprendizado. É preciso, por parte dos profissionais, da escola, 
dos pais, uma mudança de posição, pois sabemos que o pre-
conceito e a falta de informação contribuem para o fracasso dos 
surdos nos seus processos de socialização e aprendizagem.
A comunicação visual é fundamental, tanto para o aprendizado 
da língua portuguesa oral quanto para a aquisição da língua de 
sinais. 
128 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Espero que você, discente, reflita e se auto-avalie sobre as 
questões apresentadas, o seu propósito e sua estimulação de 
despertar será o ensejo de aprendizagem e construção de 
auto-estima de uma criança ou de um adulto surdo.
SURDEZ E AS DIFICULDADES NO CONTEXTO DE ENSINO 
APRENDIZADO
A dificuldade escolar traz índices de evasão e reprovação 
não só em ouvintes, embora a natureza das disfunções na apren-
dizagem leva a uma relação direta entre dificuldade de aprendi-
zagem e fracasso escolar. De fato, dificuldades, transtornos, dis-
túrbios e problemas, todos estão sujeitos a obter. Qualquer aluno 
que não aprende, não realiza nenhuma das funções sociais da 
Educação e ficam visíveis as dificuldades no ensino e aprendizado.
[...]é necessário enfatizar que as condições de 
aprendizagem no processo de escolarização 
do aluno surdo dependem, por via de regra, do 
modo pelo qual são encaradas suas dificuldades 
e as diferenças ocorridas no processo educacio-
nal [...]. (SILVA, 2001 apud GLAT, 2007, p.107).
Problemas como falta de atenção, dificuldade de memori-
zação, compreensão e desinteresse pode manifestar como pri-
meiro obstáculo, mas tenho certeza de que você, caro aluno 
passará por cima destas dificuldades.
De acordo com vários autores, existe um numeroso grupo 
de crianças brasileiras de diferentes camadas sociais que aban-
donam precocemente a escola por ser surdo, mas eles não citam 
se é por falta da verdadeira inclusão, a qual o aluno se desmotiva 
a ir à escola, ou se é por abandono sugerido ou apoiado pelos 
pais. 
Para compensar esta falha na carência cultural, foram 
organizados, no Brasil, projetos de educação compensatória 
com surdos e ouvintes na mesma sala de aula e este tipo de 
educação tem servido para avançar e somar com a inclusão.
129Língua Brasileira de Sinais - Libras
É preciso, inicialmente, reconhecer que a grande dificuldade 
enfrentada pelos surdos e professores de alunos surdos é a cicatriz 
quase que alheia à comunicação: a dúvida entre falar oralmente ou 
usar Língua de Sinais.
Aí está uma dica para você que se interessou por Língua 
de Sinais. Quem sabe não é o tema-chave para seu estudo de 
conclusão de curso. 
Independente do que vier a nós, devemos sempre permitir 
ao surdo o direito de acesso à sua Língua Natural, que é a língua 
de sinais.
Esta língua ostenta outro conjunto de estruturação gramatical 
altamente complexa que permite ao seu usuário um tipo diferente 
de pensamento, baseado nas possibilidades inteiramente visuais.
Você faz a diferença e o futuro do ensino e aprendizado do 
surdo dependerá exclusivamente de você.
 
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS
Para alcançar a aquisição da linguagem, os educadores 
deverão seguir alguns objetivos considerados específicos e 
importantes na organização da Libras. 
QUADROS (2004) propõe sugestões de algumas atividades:
- atividades de rotina em sinais;
- brincadeiras e jogos em sinais;
- realização de experiências em sinais;
- hora do conto em sinais;
- passeios;
- atividades diversas com surdos locais;
- mini cursos ou aulas ministradas por outras pessoas surdas.
Junto às aparências formais da Libras, devem ser exploradas 
funções da língua que auxilie a forma prática e educativa nos 
seguintes aspectos:
130 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- configuração das mãos;
- alfabeto manual;
- uso de uma mão;
- uso de ambas as mãos com configurações iguais e diferentes;
- exploração dos pontos de articulação dentro do espaço 
de sinalização;
- intensidade, modo, tempo, forma e tamanho;
- incorporação de negação;
- emprego das relações de significado lexical;
- sentenças;
- figuras de linguagem.
As funções diversas e o uso da linguagem:
- conversação com diferentes pessoas da comunidade com 
níveis diferenciados de formação;
- exploração de jogos dramáticos;
- acesso a aulas em vídeo e jornais televisivos;
- exploração de relato de estórias;
- poesias;
- momentos de conversa sobre fatos históricos da comuni-
dade surda e da sociedade brasileira.
Explorando a arte da língua de sinais:
- produzir estórias usando o alfabeto manual;
- produzir estórias usando os números;
- produzir estórias usando configurações de mãos específicas;
- produzir estórias sobre pessoas surdas;
- produzir estórias sobre pessoas ouvintes;
- produzir estórias com pessoas surdas no mundo dos 
ouvintes;
131Língua Brasileira de Sinais - Libras
- relatar estórias, contos e fábulas explorando os jogos 
de posições do corpo e direção dos olhos para estabe-
lecimento de personagens. 
 As sugestões de atividades propostas por Ronice tende a 
desenvolver interação com a escrita e a língua de sinais.
Pensar em diferentes formas de ensinar e aprender, con-
siderando diferentes formas de pensar, de expressar, de ver o 
outro, nos redimensiona e nos provoca no sentido de busca e 
de encontro. Os efeitos da modalidade provocam novos olhares 
sobre a pedagogia. As línguas de sinais, nos contextos em que 
são usadas pelas pessoas surdas, apresentam diferentes faces 
de uma possível pedagogia, a pedagogia visual. Podemos 
brincar, ler, sentir, perceber o mundo, aprender, ensinar através 
do visual que organiza todos os olhares de forma não auditiva. 
(QUADROS, 2004, p. 63).
Para Refletir
• Por que muitos surdos atrasam ou não concluem o ensi-
no regular?
• Será que é por falta de estímulos auditivos?
• Por que não dominam uma língua oral?
• Por não conseguirem desenvolver uma língua?
• Por apresentarem atrasos na comunicação?
• Desestímulo para iniciar a estudar?
• Por falta de auxílio no desenvolvimento do pensamento?
• Por que têm dificuldades na escrita e má compreensão do 
que está lendo?
• Pelo isolamento social da comunidade ouvinte?
• Por acharem que seu atraso escolar irá atrapalhá-los?
• Ou será é pelas dificuldades de aprendizagem?
132 Língua Brasileira de Sinais - Libras
4.2 POSSIBILIDADES DE TRABALHO
Todos nós sabemos que a dificuldade em conseguir 
emprego é realidade no Brasil e até mesmo no mundo. Os países 
têm enfrentado, hoje, uma grande crise social e econômica em 
que, infelizmente, uma parte considerável da população se 
destaca pela falta de oportunidades. Normalmente, esta parte 
da população não tem acesso, sequer, aos meios de informação, 
para que estejam preparadas a disputar dentro do mercado de 
trabalho. Paralelamente, encontramos pessoas que não dispõem de 
meios para conseguir uma boa colocação em termos de emprego.
Em algumas atividades, que englobam percepção, concen-
tração e avaliação visual, os surdos se destacam dos ouvintes, tal 
fato deve-se, principalmente, à falta de conhecimento da popu-
lação, de uma forma geral, de que o surdo, tanto quanto qualquer 
outra pessoa tem capacidade de estar exercendo atividades 
profissionais variadas, desde que não envolvam a necessidade 
de ouvir.
Como vimos, existe um número bem significativo de pessoas 
surdas no Brasil. É importante lembrar que surdez não é sinônimo 
de inaptidão, pois existem pessoas que apesar de sua limitação 
sensorial têm capacidade para
ingressar no concorrido mercado 
de trabalho.
A própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, 
inciso XXXI, explicita a proibição de qualquer discriminação no 
tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador 
de deficiência, deixando bem claro que as pessoas portadoras de 
deficiência não podem ser vítimas de preconceitos e discriminações 
nas oportunidades de trabalho.
Este tema é de suma importância, pois o trabalho forne-
ce auto-estima e confiança, além de proporcionar aos surdos 
aprendizagem, aprimoramento e principalmente recebimento 
de salário decorrente da prestação dos serviços que, para muitos, 
constitui melhoria das condições de vida.
133Língua Brasileira de Sinais - Libras
 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO AOS SURDOS
O trabalho na vida do surdo é tão importante quanto na vida 
dos ouvintes, assim, a diferença entre pessoas com surdez implica, 
basicamente, num caráter de sentido “diferente”. A impostura dos 
que não enxergam e titulam a surdez como incapacidade se dá 
por que eles não conhecem as potencialidades dos surdos. Isto é 
claro: são pessoas com potencial produtivo dentro das limitações 
que são intrínsecas à sua condição.
Um componente que poucos assimilam é que não apenas a 
falha ou a falta sensorial marca como deficiência. Será que a falta 
de produtividade é uma deficiência?
A importância do trabalho não pode ou, pelo menos, não 
deve ser encarada exclusivamente como a satisfação de uma 
necessidade de sobrevivência. O trabalho, muitas das vezes na 
condição particular do surdo, não tem unicamente como meta 
riquezas ou bens. Embora, inegavelmente, seja o meio mais 
comum de conseguir tranquilidade, serve também como meio 
de construção de amizades e relações interpessoais. 
No recinto de trabalho desenvolvem-se os anseios profis-
sionais do indivíduo surdo e é o campo perfeito para a aplicação 
daquilo que foi aprendido na vida e na instituição de ensino pela 
qual passou. O trabalho, ainda que intelectual, implica criação, 
produção e ocupação.
A lei federal que institui cotas para contratação de pessoas 
com deficiência tem levado empresas brasileiras a buscarem 
profissionais qualificados para suprir as vagas oferecidas. 
O Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência 
(IBDD), referência nacional em qualificação e encaminha-
mento ao emprego nesta área, montou um banco de cur-
rículos para promover a articulação entre a demanda das 
empresas e a oferta de mão-de-obra.
134 Língua Brasileira de Sinais - Libras
POSSIBILIDADES DE TRABALHO DOS SURDOS
A capacitação profissional de uma pessoa surda deve ser 
refletida a partir de uma contextualização do mundo do traba-
lho, da realidade político-econômico-social em que o país vive. 
Atualmente, o brasileiro está cercado de empresas que valori-
zam a excelência, a produtividade e a qualidade total dos serviços 
prestados. Tanto ouvintes quanto os surdos necessitam correr 
atrás disso ou melhorar sua qualidade profissional a fim de se 
inserirem no mercado de trabalho.
 O surdo adulto ainda encontra dificuldades em ser aceito 
no mercado de trabalho, uma vez que suas reais potencialidades 
ainda não são reconhecidas pela classe empresarial por falta de 
informações e pelo preconceito relativo aos portadores de neces-
sidades especiais em geral. Lutar pela extinção das listas de profis-
são para surdos que acabam atribuindo incapacidade para certos 
cargos e limitando oportunidades de emprego. 
 Nos concursos públicos os surdos tem a garantia da Lei 
de Reserva de Mercado (10%) em todas as instâncias, procurando 
respeitar proporcionalidade entre as deficiências.
É de extrema importância que os pais participam efetiva-
mente no processo de inclusão de seu filho surdo no mercado 
de trabalho desde criança.
Temos enxergado grandes capacitações dos surdos 
desempenhado funções relacionadas a serviços gráficos, à 
digitação (na informática), a serviços bancários e administrativos, 
às funções docentes (Instrutores), entre outras.
Na função de Instrutores, atuam em: 
- cursos de Língua Brasileira de Sinais;
- atividades de Estimulação Precoce (para possibilitar a 
aquisição de LIBRAS pelas crianças surdas);
135Língua Brasileira de Sinais - Libras
- auxílios da Pré-Escola, do Ensino Fundamental, do Médio 
e até do Superior (para viabilizar a aquisição/aprendizado 
de Libras pelos alunos surdos, para inclusão de conteú-
dos curriculares, em classes ou escolas especiais e em 
salas de recursos).
A maioria dos surdos que conseguem atingir os níveis mais 
elevados de ensino, hoje, são professores. Assim, atuam em 
Programas de Estimulação Precoce, em Escolas Especiais, em 
Salas de Recursos para apoiarem as atividades curriculares dos 
alunos surdos que se encontram em processo de integração em 
classe comum do Ensino Regular, ministrando aulas de Língua 
Brasileira de Sinais.
CURIOSIDADE
- 90% dos funcionários de uma empresa de cosméticos de 
Fortaleza-CE são surdos.
- O Nordeste é o campeão de empregadores de deficientes 
no Brasil, fazendo a colocação de 1.543 trabalhadores, o 
que ajudou o Brasil a ter recorde mundial. Fonte: idt (2007).
QUALIFICAÇÃO
A inclusão dos surdos no mercado de trabalho está relacionada 
à lei federal 8.213/90, que garante vaga de emprego para porta-
dores de necessidades especiais em empresas com mais de cem 
funcionários. Porém, analistas de recursos humanos de diversas 
empresas brasileiras, dizem que enfrentam grandes dificuldades 
para encontrar portadores de necessidades especiais com quali-
ficação para certos tipos de trabalho e mesmo assim considera 
alto o número de contratações.
136 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Uma coordenadora de recrutamento e seleção de uma grande 
empresa brasileira diz que tem a cumprir uma cota estipulada por 
lei, o equivalente a 60 funcionários de sua empresa, e ela fala que 
já fizeram diversas campanhas, inclusive ofereceram cursos de 
qualificação, mas que ninguém apareceu.
Na mesma oportunidade, a coordenadora aponta duas 
barreiras difíceis de superar a inserção dos deficientes no 
mercado de trabalho. A primeira delas é a ignorância e o pre-
conceito, pois muitos empresários ainda não sabem lidar com 
a deficiência e acreditam que o convívio social destas pessoas 
é difícil, mas o que acontece, na prática, é exatamente o contrá-
rio. O segundo problema é a falta de interesse profissional dos 
próprios surdos.
 
SURDOS: EXEMPLOS DE SUPERAÇÃO
- Thomaz Alva Edson, grande inventor da lâmpada elétrica; 
- Marlee Martlin, primeira atriz surda que ganhou Oscar de 
melhor atriz;
- Helen Keller, professora surda e cega que revolucionou o 
ensino dos surdos e cegos;
- Vanessa Vidal, Miss Ceará e 2ª colocada do Miss Brasil 
2008;
- Ludwig Van Beethoven, grande músico, elemento da 
transição entre o Classismo Romantismo com formas 
clássicas herdadas de Mozart.
POSSIBILIDADES DE TRABALHO DOS INTÉRPRETES
A profissão de Intérprete de Libras é reconhecida por lei, 
mas ainda não é regulamentada. Independente disso, o mercado 
vem crescendo e dando sinal de que a sociedade desperta para 
a inclusão.
137Língua Brasileira de Sinais - Libras
A Língua Brasileira de Sinais está se expandindo, fazendo 
seu mercado como campo promissor.
Para atuar como intérprete não basta ter o domínio da Língua 
de Sinais, é de extrema importância que a cultura surda faça 
parte de sua vida.
É a área educacional que vem necessitando de mais profis-
sionais para atuar como Intérprete de Libras.
Há Leis que asseguram a acessibilidade e direitos de 
comunicação dos surdos na sociedade em relação à educação 
inclusiva, prevendo que cada vez mais, pessoas com surdez 
frequentam o ambiente escolar. Fazendo que cada vez mais 
aumente os números de vagas para Intérpretes, pois, onde 
estiver um aluno surdo
dentro de uma sala de aula, deverá ter 
um Intérprete acompanhando o aluno. 
Além de Intérpretes educacionais, todos ambientes públicos 
ou privados com grande circulação de pessoas, deverá haver um 
Intérprete como em rodoviárias, aeroportos, shoppings entre outros.
As possibilidades de trabalho estão abertas, embora não 
existam vagas do ponto de vista formal. Mas elas serão criadas. 
Tornar-se um intérprete de Libras já pode ser garantia de um futuro 
promissor.
PRECONCEITO 
O preconceito é um dos grandes obstáculos que dificultam 
a inclusão social e profissional dos surdos no Brasil.
A inclusão de surdos no mercado de trabalho passa por 
algumas dificuldades que ultrapassam os próprios limites 
impostos pela condição física.
O preconceito para com os surdos é um problema grave, 
pois, traz fortes reflexos para sua vida, dificultando não só o 
acesso ao mercado de trabalho, mas também a sua vida social.
É necessário haver adequação. Uma pessoa surda é tão capaz 
ou mais que uma pessoa ouvinte em determinados afazeres, desde 
que possua condições ideais de trabalho.
138 Língua Brasileira de Sinais - Libras
 Não tenha preconceito, aceite-o e serás surpreendido.
Para Refletir
• Se você tivesse ou administrasse uma empresa, você 
empregaria um surdo ou um Intérprete?
• O que você acha da admissão de profissionais surdos 
pelas empresas ter sido imposta por lei?
• Em sua opinião, existe preconceito no mercado de trabalho 
com relação aos profissionais surdos? 
4.3 CONDUTA E LEGISLAÇÃO
Toda profissão necessita haver uma conduta acercada de 
responsabilidades e deveres, exercida de forma honrosa. Em seu 
dia-a-dia, deverá ser consciente do trabalho prestado e agir 
adequadamente sob princípios e valores. 
A conduta, quando diz respeito à Língua de Sinais, tem 
como objetivo proteger vocês profissionais ou futuros profissionais 
que utilizam ou utilizarão essa língua, alunos surdos, clientes surdos, 
pacientes surdos e a quem mais utilizar esta língua a fim de pa-
dronizar seu comportamento e sua comunicação de forma dig-
na e correta.
Você, aluno (a), independente da sua área e profissão, deverá 
ter com a Língua de Sinais uma qualidade constante para que o 
surdo tenha condições de lhe entender, criando atitudes comuns 
como dedicação, humildade, honestidade, respeito, responsa-
bilidade e cooperação.
O profissional que utiliza a Língua de Sinais tem como função 
primordial estabelecer a intermediação comunicativa entre os 
139Língua Brasileira de Sinais - Libras
usuários da Língua de Sinais e os de Língua Oral, estimulando a 
relação direta entre o surdo e o ouvinte ou entre você e o surdo.
Quando você for intermediar uma conversa, um estudo ou 
um negócio entre o surdo e o ouvinte, você não poderá assumir 
nenhuma responsabilidade de interferir, de ensinar, de negociar 
ou outra atividade que não seja de sua delegação, tendo consciên-
cia que estará levando apenas a acessibilidade à informação.
Deverá ser fiel à interpretação, não omitindo e nem acres-
centando nenhuma informação do diálogo estabelecido entre o 
usuário da Língua de Sinais e o de Língua Oral. Ser confidencial, 
não podendo em nenhuma hipótese, nem mesmo sobre pressão 
ou ameaça, revelar os diálogos particulares envolvidos.
Você, como comunicador ou Intérprete de Libras, não 
interferirá com conselhos, considera-
ções ou opiniões pessoais, zelando por 
imparcialidade e neutralidade, não pergun-
tando e nem respondendo em lugar do 
intermediado. 
Antes de você interpretar, deverá 
ouvir e compreender a mensagem, deve 
manter um lag-time12 para evitar erros e, 
posteriormente é só transmitir os dados 
recebidos.
É fundamental que se considere, também, que o 
profissional intermediador ou Intérprete de Libras 
é apenas um elemento para que se garanta a aces-
sibilidade. Sempre deverão lembrar que os sur-
dos precisam de tempo para olhar no ouvinte e 
Intérprete, para as anotações e materiais, caso 
houver. Outro aspecto importante é a garantia da 
participação do surdo através de perguntas e res-
postas que exigem tempo para pensar, para que a 
interação se dê efetivamente. (CAS, 2007, p. 03).
12 LAG TIME: tem-
po aguardado entre 
a captação da língua 
fonte e a transmissão 
para a língua fonte. É 
utilizado para não co-
meter erros e leva de 4 
a 30 segundos.
140 Língua Brasileira de Sinais - Libras
LEGISLAÇÃO
A legislação garante uma sociedade segura e pacífica, na 
qual os direitos coletivos e individuais são respeitados. Sem ela, 
não haveria o respeito às particularidades, cada pessoa agiria de 
forma preconceituosa e com seus próprios conceitos e idéias. 
Mesmo em uma sociedade organizada há desentendimentos e 
conflitos, e as leis devem proporcionar uma maneira de resolver, 
propor e punir. Com isso, levando-se em conta a Língua de Sinais 
aos surdos, as leis nos propõem:
- oficialização e a regulamentação da Língua Brasileira de 
Sinais – Libras, nos municípios, estados e federação;
- reconhecimento da língua de sinais como língua da educação 
do Surdo, ou seja, a “língua do povo surdo”, em todas as 
escolas e classes especiais de surdos;
- assegurar a toda criança surda o direito de aprender prio-
ritariamente línguas de sinais e após, também, português e 
outras línguas;
- assegurar às crianças, adolescentes, adultos e idosos sur-
dos, educação em todos os níveis, como pressuposto a 
uma capacitação profissional;
- levar ao conhecimento das escolas os direitos dos surdos;
- promover a conscientização sobre questões referentes 
aos surdos;
- recomendar que programas da mídia (TV, rádio, jornal) 
não veiculem posturas que gerem atitudes discriminatórias 
contra o uso da língua de sinais e direitos dos surdos 
defendendo posturas ouvicêntricas;
141Língua Brasileira de Sinais - Libras
- levar em conta o conhecimento da língua de sinais para 
a escolha dos professores de surdos. Entende-se como 
prova de conhecimento em língua de sinais: certificado 
específico de curso reconhecido pelas Associações e 
Federações de Surdos, com aprovação posterior em 
banca constituída pela comunidade surda e intérpretes;
- iniciativas legais visando impedir preconceitos contra surdos;
- regularizar ou implementar o ensino para os surdos 
onde quer que eles ex.: escolas, associações, cursos, 
universidades
- formular políticas públicas para levantamento e atendimento 
educacional de crianças de rua surdas, conselho tutelar, 
FEBEM, respeitando sua cultura.
Em concursos públicos, nos quais o surdo concorre com 
outros deficientes, sua prova de português também precisa ser 
analisada com critérios específicos e inclusive na presença de 
intérpretes.
Além das propostas já constituídas em leis, a comunidade 
surda luta por outros direitos como:
- direcionar os patrimônios dos surdos, assim como o 
patrimônio das escolas de surdos quando deixar de 
existir e que o patrimônio da cultura surda, adquirida 
ao longo dos anos, seja entregue à comunidade surda;
- liberação do trabalho para os pais que têm filhos surdos 
para fazerem cursos de língua de sinais;
142 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- criar programas de apoio aos surdos idosos, meninos 
surdos de rua, internos em instituições e/ou casas de 
detenção, mulheres surdas, portadores de HIV, drogados, 
como também aos vendedores de panfletos, excluídos 
do mercado formal de trabalho.
Os surdos têm direito a:
- Intérprete de Libras no ambiente de júri, sem ônus;
- Intérprete em momentos do interrogatório e prisões.
 
Para que você possa se basear de forma mais extensa, no 
fim deste capítulo verá algumas indicações de sites que possam 
lhe apoiar nas pesquisas.
Em 2002, sob a lei nº 10.436, de 24 de Abril, foi homologada 
a lei
federal que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio 
de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas 
no Brasil. Este foi o primeiro e largo passo da comunidade surda.
O decreto federal 5296, de dezembro de 2004, que regula-
mentou as leis de acessibilidade (10.098) e de atendimento prioritá-
rio (10.048), forneceu elementos técnicos que estipulou prazos para 
que vias públicas, estacionamentos, construções, prédios públicos 
e edifícios de uso coletivo mantidos pela iniciativa privada. Apesar 
disso, muitas agências bancárias ainda não estão acessíveis.
Reforçando a necessidade de fazer valer os diretos da 
pessoa com deficiência, o Ministério Público Federal e a Federação 
Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) assinaram um Termo de Ajus-
tamento de Conduta (TAC), que prevê a acessibilidade nas insti-
tuições financeiras de todo país.
De acordo com o TAC, todas as agências bancárias terão 
que seguir os padrões do Desenho Universal. Oferecer condições 
de acessibilidade e de atendimento prioritário às pessoas com 
deficiência física, visual, auditiva e mental.
143Língua Brasileira de Sinais - Libras
Entre as mudanças previstas pelo acordo, as agências 
bancárias de todo o país terão que disponibilizar pessoal e equipa-
mentos capazes de manter comunicação com pessoas com surdez.
De acordo com o TAC as instituições financeiras - distri-
buídas em agências bancárias, caixas eletrônicos e postos de 
atendimentos terão prazos específicos para se adequarem ao 
Desenho Universal. O termo também prevê aplicação de multas 
para os bancos que não cumprirem a legislação.
Em 2005 foi promulgado o decreto 5.626, de 22 de dezembro, 
que tornou obrigatória a inserção da inclusão da Língua Brasileira 
de Sinais como disciplina curricular nos cursos de formação 
de professores para o exercício do magistério em nível médio e 
superior. 
Também através deste decreto (5626), os surdos irão ter 
melhor atendimento dentro de empresas públicas de todo país. 
A partir de agora, todas as empresas públicas federais, estaduais 
e municipais são obrigadas a capacitar, pelo menos, 5% dos 
empregados para o uso e interpretação da Língua Brasileira de 
Sinais (Libras).
O decreto já está valendo e os órgãos da administração 
pública deverão incluir em seus orçamentos anuais e 
plurianuais os recursos para formação, capacitação e quali-
ficação de professores, servidores e empregados para o uso e 
interpretação de Libras.
Nos aeroportos, rodoviárias, em delegacias de polícia, ou 
seja, todos os órgãos precisam ter uma pessoa de plantão que 
utilize Libras para atender o surdo e quem irá avaliar se as insti-
tuições se adequaram corretamente ao decreto e aplicar possíveis 
penalidades que devem ser decididas de acordo com cada 
reclamação é o Ministério Público.
A inclusão e o aprendizado também estão assegurados por 
lei pelos documentos legais: Lei federal 7.853/89; Decreto Federal 
3.298/99; Parecer CEE 424/03; Resolução CEE 451/03; Orientação 
144 Língua Brasileira de Sinais - Libras
SEE/SD 01/2005. Além destes destaques, 
há outras leis que facilitam o acesso e a 
comunicação dos surdos dando também 
apoios aos Intérpretes de Libras.
Em seguida, você terá uma lei e 
um decreto através da qual você deverá 
adquirir conhecimento.
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá 
outras providências.
[...]
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e 
expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos 
de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Si-
nais - Libras a forma de comuni cação e expressão, em que [...], 
constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fa-
tos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em 
geral e empresas concessionárias de serviços públicos, [...] meio 
de comunicação objetivo e de utilização corrente das comunida-
des surdas do Brasil.
Art. 3o [...], garantir atendimento e tratamento ad equado 
aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas 
legais em vigor.
É importante você 
estar por dentro das 
Leis, elas sempre 
caem em concursos e 
sempre há alguém 
que irá lhe perguntar 
sobre leis afins.
DICA:
145Língua Brasileira de Sinais - Libras
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educa-
cionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem 
garantir a i nclusão nos cursos de formação de Educação Especial, 
de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, 
do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte inte-
grante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme 
legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não 
poderá substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa.
[...]
Brasília, 24 de abril de 2002; 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.
Regulamenta a Lei 10.436/02, que dispõe sobre a Língua 
Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098/00.
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril 
de 2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa 
surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage 
com o mundo por meio de experiências visu ais, manifestando 
sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Si-
nais - Libras. 
[...]
146 Língua Brasileira de Sinais - Libras
CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curri-
cular obrigatória nos cursos de formação de professores para o 
exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos 
de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, 
do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios. 
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas 
do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal 
superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial 
são considerados cursos de formação de professores e profissionais 
da educação para o exercício do magistério.
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular 
optativa nos demais cursos de educação superior e na educação 
profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
[...]
Art. 5º § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos 
de formação previstos no caput.
[...]
Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições 
de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magis-
tério na modalidade normal e as instituições de educação superior 
que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de profes-
sores devem incluir Libras como disciplina curricular[...]
Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como 
disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação 
Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se 
progressivamente para as demais licenciaturas.
147Língua Brasileira de Sinais - Libras
Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir 
a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos 
de formação de professores para a educação básica, nos cursos 
de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de 
Libras - Língua Portuguesa.
[...]
Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio 
e superior, preferencialmente os de formação de professores, na 
modalidade de educação a distância, deve dispor de sistemas de 
acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de 
Libras - Língua
Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de 
legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas 
às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de 
dezembro de 2004. 
[...]
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
[...]
Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2005; 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
O QUE DIZ A LEI
A empresa com cem ou mais empregados está obrigada 
a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários 
reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências, habilitadas, 
na seguinte proporção:
• de 100 a 200 empregados: 2%
• de 201 a 500 empregados: 3%
• de 501 a 1.000 empregados: 4%
• de 1.001 em diante: 5%
148 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Apesar de ter espaço no mercado de trabalho, eles precisam 
se expressar. Mostrar que têm direito de levar uma vida “normal”.
É preciso oportunizar aos surdos o seu verdadeiro “poder”. 
Incentivar pessoas com surdez é algo muito rico no processo de 
inclusão. 
DICA:
Existem diversos outros materiais e informações nos 
sites: www.educacao.mg.gov.br e www.mec.gov.br
Hoje, não basta só contratar, é preciso sensibilizar toda 
sociedade e conhecer as capacidades e habilidades de cada uma 
dessas pessoas dando oportunidade de crescimento e convo-
cando-os para vagas em aberto.
Para Refletir
• Os Surdos, quando se propõem a buscar seus objetivos, 
conseguem. Mas quanto a nós, que ficamos ao seu re-
dor, estamos dispostos a ajudá-los nessa busca? 
• Crie um projeto que beneficia as pessoas com surdez e o 
proponha no fórum do AVA. 
149Língua Brasileira de Sinais - Libras
4.4 FRASES EM EXPRESSÕES DA LIBRAS
Em Libras, muitos acharão que nas frases as palavras estarão 
fora do lugar, mas isso já é uma natureza e uma estrutura que 
deixa de lado o português. Os surdos aprendem palavra por 
palavra, e raramente um texto completo recheado de palavras. 
Sua escrita em português não há artigos A, O, AS, OS e 
verbos são escritos no infinitivo.
Para leigos, os surdos são falhos na escrita, mas, para eles 
passa a ser natural. Com isso, a Língua de Sinais não pode ser es-
tudada tendo como base a Língua Portuguesa, pois ela tem gra-
mática diferenciada, independente da língua oral. A ordem dos 
sinais na construção de um enunciado corresponde a normas 
próprias que refletem a forma de o surdo processar suas ideias, 
na percepção visual-espacial. 
Veja alguns exemplos que demonstram exatamente essa 
independência sintática do português:
EU IR IGREJA! (verbo direcional). 
Em Português “Eu irei à igreja!”
EU VER CAMELO BLUSA BARATO.
“Eu vi no camelô uma blusa barata.”
AMIG@ FAZENDA PRECISAR MÉDICO CACHORRO CUIDAR 
ANIMAIS.
“Um amigo da fazenda precisa de um veterinário para cuidar 
dos animais.”
ADVOGAD@ LEI CONHECER TUDO.
“O advogado conhece todas as leis.”
150 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- Sempre que encontrar uma frase com “@” significa que 
pode estar no masculino ou feminino.
DICA:
Na estruturação em Libras observa-se que há regras 
próprias; não são usados artigos, preposições, conjunções, 
porque esses conectivos estão incorporados ao sinal.
Expressões Interrogativas e Exclamativas
Para as frases exclamativas e interrogativas, em Libras, é 
preciso ficar muito atento às expressões faciais e corporais, pois 
nessas situações se utilizam sinais e expressões simultaneamente.
• Interrogativa, esta expressão necessita que você levante as 
sobrancelhas e faça uma ligeira inclinação com o queixo [?].
• Exclamativa, sobrancelhas levantadas e um movimento 
da cabeça inclinando-a para cima e para baixo.
NOME? (direcional com expressão interrogativa).
“Qual é o seu nome?”
NOME! (direcional com expressão exclamativa).
“Meu nome é João Victor!”
IDADE? (direcional com expressão interrogativa).
“Quantos anos você tem?”
IDADE 28! (direcional com expressão exclamativa).
“Tenho 28 anos!”
151Língua Brasileira de Sinais - Libras
TRISTE PORQUE? (é uma pergunta)
“Por que você está triste hoje?
VOCÊ TRISTE!
“Hoje você está triste!” (afirmação que você está triste)
LIBRAS APRENDER FÁCIL? (quer saber se aprender 
Libras é fácil?)
“Aprender Língua Brasileira de Sinais é fácil?”
LIBRAS APRENDER FÁCIL! (afirmou que é fácil)
“Aprender Língua Brasileira de Sinais é fácil!
MACEIÓ LONGE^MUITO? (dúvida se Maceió é 
longe, pergunta)
Maceió é muito longe?
MACEIÓ LONGE^MUITO! (expressão afirmando que é longe)
BOM^MUITO VIAJAR ARACAJU?
É muito bom viajar para Aracaju? 
(Pergunta-se se viajar para Aracaju é bom)
VOCÊ GOSTAR IR FESTA?
Você gosta de ir a festas?
Expressões positivas e negativas
Nas frases positivas e negativas nem sempre terá que fazer 
o sinal e a expressão simultaneamente, pois há sinais próprios 
que já implicarão no contexto.
152 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Afirmativa: Expressão facial é indiferente.
 CORAJOSO BONDOSO
Negativa: Pode ser feita através de três artifícios:
a) Sinal de negação diferente do afirmativo:
OUVIR NÃO OUVIR
Devemos relacionar o sinal negativo em seu contexto e ver 
se o correto para o momento é o antônimo da palavra mais o 
sinal de negação ou o sinal próprio em negação.
b) Movimento negativo com a cabeça, simultaneamente à 
ação que está sendo negada.
NÃO PERDOO /
 NÃO DESCULPO
153Língua Brasileira de Sinais - Libras
Neste caso acima, são feitas duas expressões ao mesmo 
tempo, “cara fechada + expressão de NÃO” além do sinal de 
“DESCULPAR”.
c) Sinal NÃO (com o dedo indicador) à frase afirmativa.
Após o sinal de “QUEBRAR”, utiliza-se o sinal 
de “NÃO” com o dedo indicador, aquele sinal 
popularmente conhecido em nossa sociedade.
Expressões Imperativas
Nestas frases, você já implicará a tonalidade da palavra na 
expressão, se o tom for mais agressivo, o sinal com a expressão 
deverá ter a mesma intensidade da palavra como, por exemplo: 
Cale a boca!
Ou então:
 
SEU IDIOTA VOCÊ É UM GROSSO / BRUTO
Vamos ver se você entendeu este capítulo:
Passe a frase para o Português e descreva qual o tipo de 
frase das orações em Libras conforme sua expressão.
FAZENDA DONO ESTÚPIDO E IGNORANTE 
BARATA MEDO
QUEBRAR
154 Língua Brasileira de Sinais - Libras
QUEM ALI ESTÁ 
CARRO 15 MIL DINHEIRO
AMIGO TRABALHAR FACULDADE
Expressões temporais
Nas noções temporais, adicionamos sinais que informam o 
tempo presente, passado ou futuro.
Presente (já / hoje / agora)
JÁ PESQUISAR ACABAR 
“Você já acabou a pesquisa?”
HOJE ESCOLA EU^IR PRIMO.
“Hoje vou à escola com meu primo”
AGORA EMBORA
“Estou indo embora agora.”
Passado (Ontem / Há muito tempo / Passou)
ONTEM EU^IR ESCOLA JUNTO PRIMO
“Ontem, eu fui à escola com meu primo.”
SEMANA PASSADO EU VIAJAR
“Semana passada eu viajei.”
ANOS^PASSADO EU BICICLETA^CAIR
“Anos atrás cai de bicicleta.”
Futuro (amanhã / futuro / depois / próximo)
EU BRINCAR AMANHÃ REPETIR
“Amanhã irei brincar de novo”
155Língua Brasileira de Sinais - Libras
FUTURO EU COMPRAR APARTAMENTO AQUELE
BONITO^MUITO
“Um dia comprarei aquele apartamento lindo”
DEPOIS EU^IR PESCAR
“Depois irei pescar”
PRÓXIMO SÁBADO EU FUTEBOL
“Jogarei futebol no sábado.”
Procure estar sempre buscando estas palavras no dicionário 
digital do site já indicado e tente fazer todas as frases para 
você entender melhor sua estrutura. É importante que você 
tenha um contato com surdos para obter um melhor 
aproveitamento. Caso isso não seja possível, tire suas 
dúvidas conosco, pois elas poderão ser úteis para você e 
demais colegas e por que não também para nós?
Para Refletir
• Com a interação direta com um surdo, você conseguirá 
assimilar melhor estas informações com mais facilidade.
• Você já parou para pensar como um surdo e não como 
ouvinte?
DICA:
156 Língua Brasileira de Sinais
- Libras
Resumo
Conhecer a melhor forma de ensino aprendizado é um as-
pecto importante na alfabetização de uma criança surda, assim, 
faremos que estas crianças iniciam-se suas atividades educacio-
nais precocemente sem comprometer seu desenvolvimento 
pedagógico. Em possibilidades de trabalho, a importância, a 
qualificação e a vontade devem superar o medo e o preconceito 
tanto para o surdo quanto para os intérpretes, tornando real a 
inserção no mercado de trabalho. As condutas ligadas aos sur-
dos e aos Intérpretes garantem uma sociedade mais inclusiva e 
os textos abordam todas estas particularidades. Em 2002, atra-
vés da lei 10436, foi reconhecida da língua materna dos surdos. 
Apesar de tardia, é a principal lei voltada aos surdos e a partir 
desta lei foram criados outros decretos regulamentares. Além de 
aprofundar e assimilar a independência do Português com a Libras, 
todo este conjunto se fecha nas expressões (frases), determinantes 
para a comunicação entre o surdo e o ouvinte.
Indicação de filmes e sites
FILMES
A cor do paraíso Adorável professor
Além do silêncio Depois do silêncio
Filhos do silêncio Gestos de amor
Lágrimas do silêncio Minha amada imortal
Nell No silêncio do amor
O milagre de Anne Sullivan O piano
Seu nome é Jonas Som e fúria
Testemunha muda Tiro na escuridão
Tortura perigosa Tudo em família
157Língua Brasileira de Sinais - Libras
SITES
www.acessobrasil.org.br/libras
www.atividadeseducativas.com.br
www.dicionariolibras.com.br
www.feneis.com.br
www.ines.gov.br
www.libras.net.com
www.libras.org.br
www.libraselegal.com.br
www.vezdavoz.com.br
GABARITO
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Prato
Prata
Pato
Mato
Carro
Amiga
Viajar
Longe
Homem
Saboroso
Puxar
Caçar
Telefonar
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12 + 35
987 + 1248
1000 + 6547
9987 - 5421
14257 - 254
65 x 31
9 x 7
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Sorvete
Garfo
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161Língua Brasileira de Sinais - Libras
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166
notaçõesA
Língua Brasileira de Sinais - Libras
167Língua Brasileira de Sinais - Libras
notaçõesA
168
notaçõesA
Língua Brasileira de Sinais - Libras

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