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DIREITO ADMINISTRATIVO
Prof. Cintia Barudi
Bibliografia
1- Hely Lopes Meirelles - Ed. Malheiros
2- Diógenes Gasparini - Ed. Saraiva (mais completo)
3- Odete Medauar - Ed. RT (mais sucinto)
4- Maria Sylvia Zanella Di Pietro - Ed. Atlas (mais didático)
5- Celso Antônio Bandeira de Mello - Ed. Malheiros
____________________________________________________________________01/02/2012
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em termos de pode estatal a administração publica é o Pode Executivo. A função administrativa é típica do Poder Executivo (o Poder Judiciário resolve lides e julga, embora as vezes administre; o Poder Legislativo legisla, muito embora algumas vezes julgue e administre). Portanto, a administração pública é o executivo exercendo sua função típica e o legislativo e o judiciário exercendo sua função atípica (de administrar).
Direito administrativo: "é um ramo do direito público, por excelência, que compreende um conjunto de normas e princípios destinado a reger a administração publica, seus órgãos, agentes públicos, pessoas jurídicas que a integram, bem como os bens de que ela se utiliza para atingir seus fins de natureza política" (Maria Sylvia)
- ex. de órgão: DETRAN, se retraias, delegacias, procuradorias, cartórios (nao possuem personalidade jurídica; faz parte da pessoa que o criou; nao é independente)
- ex. de PJ: autarquias, Correios, BB, Petrobrás
- ex. de agentes: presidente (ocupa um órgão chamado presidência)
*os precatórios existem porque nao há como penhorar os bens da administração pública para pagar as execuções, visto que tais bens são públicos.
- relação particular x particular = direito privado
- relação estado x particular = depende - estado em posição de supremacia = direito público; estado na mesma posição que o particular = direito privado.
E – P: direito publico - ex. Desapropriação - é uma relação vertical porque o Estado é maior, ele impera.
P – P: direito privado. 
 
E – P: muito embora o Estado estado esteja em um dos pólos, a relação é de direito privado, mas nao inteiramente pq deve obedecer regras de direito publico. É uma relação que tem origem no direito privado, mas com restrições do direito público. Pode acontecer casos em que o Estado está em um dos pólos tentando se igualar ao particular. O estado nunca vai ser igual a nós, pois ele está lidando com bens que nao são dele.
CONCLUSÃO: "O direito administrativo é um ramo do direito público. Uma disciplina pertence ao ramo do direito público quando o Estado faz parte de um dos pólos e essa relação apresenta um traço de verticalidade. E uma disciplina pertence ao direito privado quando rege relações entre particulares ou relações em que o Estado está em um dos pólos, mas com característica de horizontalidade.
____________________________________________________________________03/02/2012
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Binômio: prerrogativas x restrições
Regime Jurídico: conjunto de normas e princípios que regem / organizam uma disciplina.
Regime Jurídico Administrativo: conjunto de normas e princípios que caracterizam o direito administrativo. Ele se caracteriza por prerrogativas (o Estado tem poderes que nós não temos, por interesse público – ex. poderes de punir, de restringir direitos para a convivência harmônica, de sofrer processos de execução diferenciados, etc. e por restrições.
As prerrogativas decorrem do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
As restrições existem para garantir o cidadão frente a atuação estatal. São exemplos: legalidade, devido processo legal, impessoalidade... princípios em geral servem para restringir o poder estatal. As restrições decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público pelo administrador.
Os dois princípios acima citados são considerados princípios base do direito administrativo.
 	O Estado detém prerrogativas							O Estado apenas sofre
		e sofre restrições										restrições
Se o estado atua só tendo restrições o regime jurídico não é público e, portanto, não é regime jurídico administrativo.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Art. 37, caput
 – legalidade
 – impessoalidade
 – moralidade administrativa
 – publicidade
 – eficiência
Legalidade: o administrador deve obediência à lei. É diferente da legalidade do artigo 5º (esta é para o cidadão, que o que não é proibido é permitido). Para o administrador, este só age se a lei permite, ou seja, se a lei é omissa ele não pode agir.
Impessoalidade: é o princípio que dita que se deve tratar todos igualmente. Há dois sentidos: (1) para com os administrados, ou seja, deve atingir o interesse público, ser impessoal; e (2) impessoalidade dentro da própria administração (ex. art. 37, § 1º), ou seja, o administrador não pode usar da própria administração para se promover, por ex., obras são do governo e não do politico que estava em exercício na época; ou se ambulância de hospital municipal atropela alguém, move-se ação contra o hospital, haja vista que este é autarquia e, portanto, é PJ, podendo responder (tem personalidade própria, diferente o município).
Moralidade: probidade, ética, honestidade, boa-fé, bons costumes e, mais do que isso, por ex., se a lei autoriza que o administrador compre carro de luxo e ele o faz em época de crise, é imoral. O grande problema de quando o ato é legal, porém imoral é a prova. Provar que a intenção é imoral é difícil (ex. político que desapropria imóvel de inimigo).
Publicidade: é a transparência dos atos administrativos. Quanto maior a publicidade, maior o controle dos atos. Os atos devem ser púbicos e divulgados. Deve-se permitir o amplo acesso aos atos. Há sigilo quando o interesse público exigir. ( O sigilo ocorre quando a lei estabelece – ex. art. 5º, XIV, XXXIII, LX.
Eficiência: ingressou na CF em 98 pela EC 19/98. É garantir a qualidade, a rapidez, o baixo custo.
____________________________________________________________________08/02/2012
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO PAULISTA
Art. 111
Razoabilidade: para a doutrina majoritária é a mesma coisa que proporcionalidade. É uma proporção entre meios e fins, de modo que o administrador não pode ir além nem fica a quem do necessário para atingir o interesse público. Serve para impedir excessos, etc. Ex.: agentes da CETESB vão à uma empresa que está emitindo gases poluentes ao ambiente. O razoável seria interditar apenas o setor da empresa que está emitindo os gases e não a empresa toda. Aplicar multa também pode não ser razoável, pois pode não resolver o problema.
( para quem diferencia os conceitos, razoabilidade é o bom senso do administrador e, proporcionalidade é o equilíbrio entre meios e fins.
Motivação: é justificar, fundamentar, demonstrar o porque tomou aquele determinado ato. É uma forma de controlar os atos do administrador, que fica vinculado ao ato e ao motivo (por ex. se é descoberto que o motivo, em verdade, é outro, há vício no ato – nulidade absoluta). Não importa o ato (vinculado ou discricionário), a motivação é SEMPRE obrigatória, exceto quando a própria CF dispensar a motivação.
Finalidade: decorre do princípio da legalidade. O administrador deve atingir a finalidade da lei quando toma determinado ato.
Interesse Público: decorrência do princípio da supremacia. Quando em conflito, o interesse público permanece superior ao privado.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Súmula 473/STF
É tão importante que o STF sumulou a questão.
Autotutela significa a administração se autocontrolando, ou seja, controla os atos que ela mesma edita (“tutela” aqui é controle, e não defesa).
Esse controle é feito:
Por anulação: quando o ato é ilegal (vício de ilegalidade). Essa anulação tem efeitos ex tunc, ou seja, anula o ato desde a edição dele.
Por revogação: quando o ato é legal, porém inconveniente ou inoportuno ao interesse público. (pode um ato, após um tempo, perder a conveniência e aí o ato é revogado. Ex. funcionário precisa ser removido para trabalhar em outro departamento
que está necessitando de serviço. Após acabar essa necessidade, ele precisa voltar para o departamento de origem, assim, revoga-se o ato). Tem efeitos ex nunc, pois o ato sendo legal, produz direitos, portanto, não há que se falar em invalidar os efeitos que o ato produziu quando era conveniente.
A ADMINISTRAÇÃO E SEUS DOIS SENTIDOS
A expressão “administração pública” pode ser usada em dois sentidos diferentes:
Objetivo: a atividade que a administração pública realiza. É a função administrativa. As funções que a administração pública desempenha são:
Serviço Público: saúde, educação, energia elétrica, correio, loteria... É toda atividade material criada por lei e exercida direta ou indiretamente pela administração, regida por um regime jurídico necessariamente público para atender as necessidades sociais.
( segurança pública não pode ser delegada – deve exercer diretamente
( infraestrutura aeroportuária, telefonia, energia elétrica, educação, etc., podem ser delegados – podem ser exercidos indiretamente.
Fomento: incentivar. É toda atividade de incentivo da administração à iniciativa privada de interesse público. Ex.: financiamento especial / diferenciado a quem quer construir hotel ( incentiva o setor turístico; gera economia nacional.
Poder de Polícia ou Polícia Administrativa: é toda limitação criada por lei ao exercício de certos direitos individuais e ao direito de propriedade fiscalizada pela administração para que haja um bem estar social. Ex.: polícia no sentido de que fiscaliza).
Intervenção do Estado no Domínio Econômico: art. 173, CF. Atividade econômica só é exercida pelo poder público excepcionalmente, pois a atividade econômica cabe à inciativa privada.				 			 ( 
Função Reguladora: é nova na doutrina. Tem muito a ver com a criação das agências reguladoras. A tendência é considerá-la uma nova função do poder administrativo. Surgiu em razão da transformação do Estado (o Estado está sofrendo influências internacionais). A criação das agências é influência norte-americana.
SUBJETIVO: estuda os sujeitos, entes e órgãos que compõem a administração. A administração é composta de órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos.
Órgãos Públicos: é a administração direta e centralizada: a União, os estados, o distrito-federal e os municípios atuam sem delegar suas funções. Nada tem a ver com descentralização. O órgão pertence à pessoa que o criou e esse órgão não vive fora da pessoa que o criou (como o coração não vice fora o corpo humano – comparação doutrinária), ou seja, órgão público não tem personalidade jurídica. Órgão Público é uma unidade de competência criada por lei que não tem personalidade jurídica e que integra a chamada administração direta. Pode acontecer, na administração direta, a chamada desconcentração (diferente de descentralização), que é a distribuição interna de competência entre os vários órgãos, ou seja, é uma distribuição de tarefa, ex. subprefeituras, secretarias, ministérios.
Classificação dos órgãos: 
a.1) quanto à posição na administração: 	1- independentes
											2- autônomos
											3- superiores
											4- subalternos
A administração tem posições hierárquicas. Os órgãos independentes estão no ápice e representam os três poderes estatais e se subordinam apenas à CF (STF, STJ, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara, Senado, etc).
Os órgãos autônomos são aqueles imediatamente subordinados aos independentes e que possuem autonomia técnica, financeira e administrativa.
Os órgãos superiores tem o poder de direção, mas não tem autonomia (delegacias, departamentos, coordenadorias, procuradorias, gabinetes, etc).
Os órgãos subalternos não tem autonomia nem poder de comando, são os órgãos de mera execução, só executam o que os outros mandam. Ex.: repartições públicas, seção, portaria, zeladoria.
a.2) Quanto à Composição: 	1- simples
				 				2- compostos	
Quanto à composição os órgãos podem ser simples, com apenas uma unidade de competência (ex. presidência) ou compostos, com mais de um órgão (ex. ministério).
a.3) Quanto à Atuação Funcional: 1- singular
					 				2- colegiado
Quanto à atuação funcional podem ser singular, exercido por uma só pessoa (ex. presidência; diretoria de escola); ou colegiado, exercido por mais de uma pessoa (ex. STF, TCU).
Pessoa Jurídica: administração indireta ou descentralizada, ou seja, a União, estados, distrito federal e municípios não querem exercer diretamente a função e para isso criam PJ para exercer tais funções. Quando uma PJ cria outra PJ há a descentralização funcional ou por serviço. Ex.: a União cria o INSS. Essas PJ são: autarquias; fundações governamentais; empresas públicas; sociedades de economia mista e as agências.
b.1) Autarquias: são PJ de direito público, criadas por lei específica para exercer uma atividades tipicamente estatal. Ex.: banco central, CVM, INSS, grande maioria dos hospitais públicos, USP, conselhos regionais (a OAB não é autarquia, é uma entidade sui generes).
b.2) Fundações Governamentais: são as criadas pelo Poder Público e não por particulares. São PJ de direito público ou privado, criadas por lei, cujo patrimônio é afetado/destinado a uma finalidade pública. Ex.: FUNAI, PROCON, IBGE – fundações de direito público; Fundação Padre Anchieta - fundação de direito privado que atua como se de direito público fosse.
b.3) Empresas Públicas: compõem, juntamente com as sociedades de economia mista o “grupo” das empresas estatais, pois as duas são PJ de direito privado. As empresas públicas são PJ de direito privado, cuja criação é autorizada por lei, com capital inteiramente público, podendo adotar qualquer tipo societário. Ex.: Correios, INFRAERO, BNDES, CEF. Dependendo da atividade que exerce, pode ou não ter fins lucrativos. Ou são criadas para exercer atividade econômica, ou para exercer serviço público.
b.4) Sociedades de Economia Mista: são PJ de direito privado, cuja criação é autorizada por lei, com capital misto (sendo a maioria das ações com direito a voto do poder público) e que só pode adotar a forma de sociedade anônima. Ex.: Petrobras, CPTM, Metrô, SPTrans, BB.
b.5) Angências: há duas espécies: (I) reguladoras, que são autarquias de regime especial, como a ANVISA, ANEEL, etc., onde os dirigentes tem autonomia e mantém mandato fixo; e as (II) executivas, que são autarquias ou fundações que já existiam e que ganham um título de agência executiva pelo Presidente da República. Esse título de agência é dado e a autarquia ganha maior autonomia de gestão. Ex.: INMETRO.
Agentes Públicos: A CF e a lei de improbidade administrativa não usam a expressão funcionário/servidor público e, sim, agentes públicos, para abranger todas as categorias de agente. Agente público é toda pessoa física que presta serviços à administração, ainda que temporariamente, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração paga pelos cofres públicos. 
c.1) agentes políticos: ocupam cargo do mais alto escalão. Exercem função política, ou seja, exercem uma parcela de soberania. Ex.: presidente, governador, prefeitos, ministros, secretários municipais e estaduais (no executivo), deputados federais, senadores, deputados estaduais, vereadores (no legislativo). Pode haver agentes políticos eleitos ou nomeados, portanto, nada tem a ver com a forma de investidura no cargo e sim com a ocupação de cargo de alto escalão. 
( Magistrados e membros do MP e ministros do Tribunal de Contas são servidores estatutários e não agentes políticos (para a doutrina majoritária; para Hely Lopes são agentes políticos).
c.2) Servidor Público: é o funcionário público. Ocupa cargo que é regido por lei. (ou seja, é um estatuto). Deve prestar concurso para exercer o cargo e, após o estágio probatório a estabilidade é adquirida.
c.3) Empregado Público: tem emprego (e não cargo), portanto o regime jurídico é a CLT. Precisa prestar concurso. NÃO é estável, não havendo estágio probatório após a contratação e, sim, contrato de experiência.
Sendo assim, para o STF o empregado concursado precisa de um mínimo de contraditório e ampla defesa para que seja mandado embora, pois não é totalmente CLT, já que é concursado. (o TST não pensa assim).
c.4) Servidor Temporário: tem função temporária. São funções excepcionais – art. 37, IX + Lei 8745/93. São contratados para certas funções excepcionais e quando acaba a necessidade da função, ele está fora dos quadros da administração pública. NÃO há necessidade de concurso.
( Mesário NÃO é servidor temporário, é um particular em colaboração com o poder público.
c.5) Agentes Militares: são a PM, os bombeiros (militares estaduais) e as forças armadas – exército, marinha e aeronáutica (militares federais).
c.6) Agentes em Colaboração com o Poder Público: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Podem ser agentes voluntários, honoríficos ou requisitados (mesário, jurados etc), delegados (leiloeiros, tradutores e intérpretes públicos, depositário, juiz de paz e peritos) e, por fim, concessionários e permissionários de serviços públicos (funcionários da Eletropaulo, são particulares que prestam serviço público através de contrato).
c.6.1) agentes honoríficos (requisitados): não há vínculo e muitos não rebem dos cofres públicos.
c.6.2) agentes delegados: ganham esse nome porque exercem função por delegação. Ex.: juiz de paz, depositário, leiloeiros, tradutores, peritos, tabeliães.
c.6.3) concessionários e permissionários de serviço público: todos os agentes que trabalham em empresa privada que presta serviço para a administração pública
Concessão: particular presta serviço para a administração através de contrato.
____________________________________________________________________15/02/2012
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Poder Disciplinar: poder interno à estrutura administrativa. O poder disciplinar é o poder que a Administração tem de detectar a infração de serviço; apurar a autoria e aplicar ao infrator a respectiva penalidade prevista em lei. Sempre respeitará os princípios do contraditório e a ampla defesa. É considerado um poder discricionário, pois há margem de escolha – nunca absoluta e pautada por lei.
2) Poder Hierárquico: hierarquia administrativa: poder que a Administração tem de coordenar as tarefas e distribuí-las entre os diversos órgãos e agentes que a compõem. Organiza, coordena, controla e corrige as atividades administrativas. Deste poder decorrem as competências de dar ordens, de fiscalizar, de rever, de delegar e de avocar.
• Dar ordens: determinação de conduta ou ato a ser praticado pelo subordinado.
• Revisão ou Autotutela: controle dos atos dos subordinados, anulando (efeito ex tunc) atos ilegais, ou revogando (efeito ex nunc) atos legais inoportunos ou inconvenientes, mediante provocação ou de ofício. 
• Fiscalização: coloca-se os atos e condutas dos subordinados sob vigilância para que se respeite os limites impostos pela lei.
• Delegação: as competências recebidas são atribuídas aos subordinados, desde que elas não sejam privativas/exclusivas ao agente ao qual foram atribuídas.
• Avocação: chama-se para si funções atribuídas a órgão diverso subordinado, desde que estas funções não sejam privativas do órgão subordinado.
3) Poder Normativo ou Regulamentar: é o poder que administração tem de editar condutas gerais e abstratas para dar fiel execução à lei.
A adm pode, por exemplo, emitir circulares, decretos regulamentares, circular, instruções e etc tentando dar fiel execução a lei. O poder normativo é do poder executivo e a lei é do poder legislativo. A lei é considerada um ato normativo primário pq a única que pode inovar no ordenamento jurídico é ela, já o poder normativo da adm é considerado um ato normativo secundário e não podem criar nada que a lei não tenha criado, ou seja, uma circular, por exemplo não pode criar nem determinar nada que a lei não tenha criado, senão ela é ilegal.
3.1) decreto regulamentar (ou regulamento): é um ato normativo de competência privativa do chefe do poder executivo (presidente, governadores e prefeitos) editado para dar fiel execução a lei. Há duas espécies de decreto regulamentar:
a) decreto regulamentar executivo - art. 84, IV, CF, que serve para dar fiel cumprimento a lei, sancionando, promulgando e publicando essas leis, bem como decretos e regulamentos;
b) decreto regulamentar autônomo ou independente - art. 84, VI, CF e EC 32/01, que trata de matéria que a lei ainda nao tratou e por isso ganha o nome de autônomo ou independente. Ele só pode ser usado nas alíneas a e b do art. 84 da CF (a- organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b- extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos).
- o STF nao conhece de ADIn sobre decretos executivo, pois segundo o próprio STF é mais questão de ilegalidade do que de inconstitucionalidade, vez que o decreto que fere a CF, primeiro fere alguma lei. Já o decreto autônomo quando fere a CF é de forma direta.
4) poder de policia ou policia administrativa: há quem chame esse poder de limitação administrativa, por duas razões, primeiro pq a palavra polícia é ampla e acaba por levar a pensar na policia da segurança pública e, segundo, pq o poder de policia historicamente surgiu durante estados absolutistas e não num estado moderno, o que pode levar a pensar que é um poder ruim. O poder de polícia é a prerrogativa que a adm tem de restringir o exercício de certos direitos individuais e do direito de propriedade para o bem estar social e sempre fundada na lei. O conceito legal está no artigo 78 do CTN, pq toda vez que o estado exerce o poder de policia ele pode cobrar uma taxa, chamada de taxa de poder de policia - ex. Inspeção veicular, cobra taxa.
Características do Poder de Polícia
1) exercido pela adm. Direta ou indireta, sendo, portanto, indelegável ao particular. A empresa que instala radares, por exemplo, somente operacionaliza o poder de polícia com a instalação, mas quem pune e emite e envia as multas é o poder publico.
2) em regra é discricionário, ou seja, há certa liberdade para olhar para o caso concreto e verificar o que é melhor, mais compatível ao interesse público, porém é uma liberdade vigiada pela lei, não sendo uma liberdade absoluta; por exceção é vinculado, ou seja, a lei não permite essa liberdade, não podendo o administrador fazer escolhas. Em matéria de poder de polícia a diferença entre autorização e licença é que a autorização é sempre um ato discricionário (ex. Porte de arma. Mesmo se o indivíduo preencher os requisitos da lei o poder publico pode negar a autorização) e a licença é sempre um ato vinculado (por ex. Licença para dirigir, onde se o indivíduo preencher as condições ele tem o direito subjetivo, líquido e certo de obter a licença).
3) auto executoriedade: significa que as medidas de policia serão diretamente aplicadas pela adm sem precisar de previa autorização do poder judiciário. Ex. Quando embarga obra nao precisa pedir autorização para o judiciário. Se o indivíduo não concordar com a medida, no caso da obra o embargo, ele leva a questão ao judiciário. Mas, só existe autoexecutoriedade se a lei estabelecer, portanto, pode haver medidas que não sejam auto executáveis. Há um caso que a lei não prevê auto executoriedade, mas a adm a usa mesmo assim, que é a situação de risco, de emergência, de prejuízo ao interesse publico.
4) coercibilidade: poder de forçar o administrado a cumprir determinadas leis. Pode aplicar sanções, as sanções de polícia.
____________________________________________________________________29/02/2012
Quem exerce o poder de policia?
a) poder legislativo: exerce o poder de policia criando as restrições desse poder (as leis).
b) executivo: exerce o poder de policia propriamente dito, pois controla, aplica, fiscaliza e pune.
c) judiciário: não exerce o poder de policia. A polícia ligada ao judiciário é a polícia judiciaria e não
a polícia administrativa.
Polícia administrativa é regida pelo direito administrativo. Incide sobre bens, direitos e atividades (por ex. Apreensão de mercadoria; licença para dirigir; licença para abertura de estabelecimento). É preventiva e repressiva (ex, quando a administração exige licença para dirigir ela está sendo preventiva, porém quando caça essa licença, ela está sendo repressiva. É exercida pelos tribunais de conta, MEC, delegacia regional do trabalho, PROCON, banco central, Anvisa, ou seja, qualquer órgão ou pessoa ao qual a lei atribui uma atividade fiscalizadora. (a polícia militar é preponderantemente administrativa!) 
Polícia judiciária: auxilia o poder judiciário. É regida pelo direito processual penal. Incide sobre pessoas. É uma polícia repressiva e nao preventiva. É exercida pela polícia civil.
Limites do Poder de Polícia
a) quanto aos agentes e ao procedimento: o limite aqui é o próprio princípio da legalidade, pois a própria lei diz quem é o agente e o procedimento.
b) quanto aos fins: somente se justifica limitar e restringir direitos em geral para atingir interesse público, portanto, o limite aqui é o principio da supremacia do interesse publico sobre o privado.
c) quanto ao objeto: necessário; proporcional; eficaz. O objeto deve ser necessário (deve ser realmente preciso a fim de atingir interesse publico); proporcional (os meios usados devem ser proporcionais aos fins); e eficaz, ou seja, atinge seus objetivos e traz resultados positivos ao interesse público - tem a ver com a ideia de eficiência do poder adm.
ATOS ADMINISTRATIVOS
(ato, contrato e licitação são matérias de prova com certeza!!!)
Quando a administração vai atingir seus fins (exercer suas funções) ela pratica uma série de atos e também celebra contratos.
O ato é uma vontade unilateral e se divide em ato administrativo e ato da administração.
Ato da administração são os atos que a administração pratica. Porém, nem todo ato que a administração pratica é administrativo.
Ato administrativo é uma espécie de ato da administração. Ou seja, todo ato administrativo é um ato da administração, mas nem todo ato da administração é um ato administrativo.
Conceitos:
Ato da administração é qualquer ato praticado pela adm regido por um regime jurídico publico ou privado. 
São atos da administração: 
1) atos de direito privado: são atos da administração pq aqui falta o regime jurídico público, já que o regime aqui aplicado é o particular, de forma que a adm nao age com superioridade, tentando se igualar ao particular.
2) atos políticos ou de governo: aqui a adm esta em posição de supremacia, mas esse são atos que envolvem uma discricionariedade (liberdade) muito grande e por isso o controle desses atos é menor. Ex.: veto do presidente para projetos de lei, que podem ocorrer por ele entender ser inconstitucional ou por ele achar que é contrário ao interesse publico, o que é muito subjetivo e muito amplo.
3) atos materiais: é um ato considerado de maneira isolada, de mera execução. Ex: um servidor varrendo a rua nao tem conteúdo de vontade pelo executor
4) atos enunciativos: enunciam/declaram um direito preexistente. Ex. Certidão, atestado.
5) atos normativos: são atos gerais e abstratos, como instrução normativa, circular, decreto, portaria. A maioria da doutrina diz que esses atos não são administrativos e sim da administração pq são atos mais próximos da lei, pois regulamentam uma conduta mais próxima da lei e não do ato.
6) ato administrativo: praticado sempre com a adm em posição de superioridade ao particular. É uma declaração unilateral de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes. É editado sob a égide da lei que produz efeitos jurídicos imediatos, regido por um regime jurídico publico e sempre sujeito a controle pelo poder judiciário. Ex. Desapropriacao, tombamento, medidas de policia (licença, autorizações, punição dos servidores, apreensão de mercadoria, todas as medidas de trânsito.)
____________________________________________________________________02/03/2012
ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
1) agente: deve ser capaz e competente (conjunto de atribuições/poderes que a lei concede a um agente)
2) objeto: é o conteúdo do ato, ou seja, é o efeito jurídico imediato que o ato produz, é o que o ato quer imediatamente. Ex. Na desapropriação o objeto é a retirada da propriedade; no tombamento o objeto é o próprio bem que se pretende preservar. Ele deve ser licito, possível, determinado ou determinável e moral.
3) forma: é o meio com o qual ele se exterioriza, se materializa. A forma sempre está definida em lei.
4) motivos: são os pressupostos de fato e de direito que levam o ato administrativo. Todo ato tem por traz um fato, ou seja, tem sempre um fato que impulsiona o administrador a editar um ato. O motivo é o "por quê?". Não confundir motivo com motivação, pois motivo é o elemento e motivação é demonstração por escrito dos motivos. Em regra todo ato tem que ser motivado. 
( A TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES foi construída pela doutrina para facilitar o controle dos motivos pelo judiciário. Assim, os motivos determinam a validade do ato.  Se os motivos forem falsos ou não existirem o ato não é válido.
5) finalidade: está prevista na lei, é o "para que?" ex. para que se desapropria? A finalidade em sentido amplo é o interesse público, mas cada ato tem uma finalidade específica, que é o resultado específico que o ato quer produzir. Todo ato tem um resultado específico que está previsto na lei. Para atingir uma finalidade pública, uma utilidade pública ou um interesse social. Ex. 2: para o tombamento a finalidade é para preservar o bem e o motivo é o valor histórico e cultural daquele bem.
Quando um administrador pratica um ato se desviando da finalidade surge um vício, o desvio de poder ou de finalidade, portanto, há aqui um vício que incide sobre a finalidade.
Características do Ato Administrativo
a) imperatividade: pq o ato administrativo é imperativo, é imposto pela administração, ainda que contra a vontade do administrado.
b) presunção de legalidade ou legitimidade: quando o ato é editado presume-se que ele é legal. Essa presunção é relativa (iuris tantum - se fosse absoluta seria iuri et de iuri)
c) presunção de veracidade: presume-se que os fatos alegados pelo administrador sejam verdadeiros para que o ato fosse editado. É uma presunção iuris tantum. Essa presunção de veracidade inverte o ônus da prova, pois quem tem que provar que o fato nao é verdadeiro nao é o administrador, é o administrado. É essa característica que atribui a fé publica aos atos administrativos.
d) autoexecutoriedade: a administração executa seus próprios atos, sem necessidade de autorização de quem quer que seja, em especial do poder judiciário.
e) tipicidade: a ideia de tipicidade aqui é muito semelhante ao do direito penal, pois para cada finalidade que a administração pretende atingir tem ato típico previsto na lei, ex.: se a administração quer preservar um bem o ato típico é tombar e se quer tirar a propriedade deve desapropriar.
Classificação do Ato Administrativo
1) Quanto à margem de escolha: leva em conta a margem de escolha do administrador.
a) ato vinculado: é aquele que a lei não da margem de escolha ao adm. A lei não da margem de escolha pra ele pq a lei já escolheu pelo adm. Ao administrador cabe apenas seguir o que está na lei. Então, se todo ato tem 5 elementos, esses 5 já foram pré-definidos pela lei.
b) ato discricionário: é aquele que a lei da margem de escolha ao administrador. Se o ato tem 5 elementos, o agente, a forma e a finalidade já foram pré-definidos pela lei com precisão, porém os motivos OU o objeto foram definidos pela lei, mas sem precisão, deixando-os em aberto, para que o administrador escolha em relação aos motivos ou ao objeto. Se a lei deixou em aberto o objeto os motivos estão previstos com precisão e vice-versa. Nunca os dois estarão em aberto, de modo que não há discricionariedade absoluta, sempre relativa. Esses elementos em aberto são
chamados pela doutrina de MéritO (m = motivos e o = objeto) ex. Autorização pra porte de arma é ato discricionário que tem em aberto o objeto, pois o ato quer o porte e se o administrador pode escolher entre conceder o porte ou não, o que esta em aberto é o objeto. Ex. 2: ato de remoção, a lei diz que um servidor só pode ser removido por necessidade de serviço, nesse caso se ele pode escolher diante da necessidade de serviço o que esta em aberto é o motivo.
Os dois atos estão dependentes de lei.
Os motivos e as finalidade só existem nos atos administrativos, tendo, portanto, mais elementos que o ato civil (que só tem 3, agente, objeto, motivo).
O gesto do guarda de trânsito, o semáforo, as placas de trânsito são atos administrativos.
____________________________________________________________________07/03/2012
CONTROLE DOS ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS
Se é ato administrativo ele será controlado pelo judiciário e pela administração
O Controle pela Administração
A administração pode controlar de ofício (regra) ou ser provocada (ex. Recurso administrativo).
 O ato vinculado pode ser ilegal, basta desrespeitar um dos elementos previstos na lei. Assim, sendo o ato ilegal, a administração promove a anulação de tal ato (que retroage).
 O ato discricionário também pode ser ilegal, quando o administrador desrespeita qualquer dos elementos que já estejam previstos em lei. Dessa forma, a administração anula tal ato (que retroage). Porém, pode existir um ato discricionário que é legal, mas é, ao mesmo tempo, inconveniente ou inoportuno ao interesse público. Esse ato, então, será revogado (toda revogação tem a ver com mérito), não retroativo, vez que o ato é legal e deve respeitar os direitos adquiridos.
( mérito administrativo: é a liberdade de escolha do administrador.
"Atos vinculado e discricionário podem ser anulados, mas somente o ato discricionário pode ser revogado". - não existe revogação de ato vinculado porque este não tem mérito e revogação é para mérito. 
O controle pelo judiciário
O judiciário somente faz o controle mediante provocação, pois é um poder inerte.
Um ato vinculado ilegal pode ser anulado pelo judiciário (ex. Sou agente e recebi punição da administração posso ingressar no judiciário para anular tal ato punitivo), tendo efeitos ex tunc.
Um ato discricionário, sendo ilegal, pode ter sua anulação pleiteada perante o judiciário, tendo efeitos ex tunc. Porém, sendo ato discricionário inconveniente e inoportuno, este não pode ser revogado pelo judiciário, pois a revogação tem a ver com mérito e o mérito tem espaço reservado para o administrador e o juiz não pode fazer as vezes do administrador (é o administrador que sabe o que é bom para o interesse publico naquele momento. Se o judiciário o fizesse, estaria violando o princípio da separação dos poderes. Note que se, por ex, em ato de remoção, um administrador remove alguém de seu posto por punição ou por não gostar da pessoa, isso nada tem a ver com mérito, pois não há a necessidade da remoção, sendo, então, um ato ilegal, que pode ser anulado pelo judiciário.
Conclusões: O judiciário pode anular atos vinculado e discricionário. O judiciário aprecia ato discricionário sob aspecto de legalidade e não de mérito, logo não revoga ato discricionário.
VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Se um ato administrativo tem mais elementos do que o ato privado, por óbvio, o número de vícios possíveis também será maior. Via de regra, quando o administrador se depara com um vicio ele é obrigado a anular o ato, visto que ele está sujeito ao princípio da legalidade, mas as vezes, em medida excepcional, o administrador vai preferir que um ato ilegal produza efeitos por que isso será mais benéfico ao interesse publico (é a chamada confirmação*)
Quanto ao Agente: 
a) Usurpação de funções - art. 328, CP, é o mais grave porque antes de ser um vício é um crime. Ocorre quando aquele que não foi investido em cargo, emprego ou função pratica atos administrativos como se agente público fosse, ou seja, usurpador não é agente e age de má-fé, como por ex. a pessoa se apresenta como oficial de justiça e, nesse caso é mais do que nulidade absoluta, sendo um ato inexistente; 
b) função de fato, onde aquele que tem cargo, emprego ou função foi investido de maneira irregular. Aqui não há má-fé por parte do agente, e este é apenas um agente de fato e não de direito, como por ex. uma pessoa que prestou concurso publico e faltou constar do edital que era necessário ensino superior: este ato pode ser convalidado, de modo que todos os atos praticados por esse agente até a percepção do vicio são validos;
c) excesso de poder**, ocorre quando agente competente ultrapassa os limites da sua competência, ou seja, ele é competente, mas vai além: ex. o policial tem competência para algemar a força, mas para algemar espancou a pessoa. Nesse caso é nulidade absoluta - não convalida; 
d) incompetência, que ocorre quando o agente pratica um ato que nao é da sua atribuição, pratica um ato para o qual nao é competente. - logo, as vezes da pra ratificar a incompetência (ratificação é o nome dado à convalidação da incompetência)
Quanto ao objeto: Aqui o vicio pode ser:
a) ilicitude, como, por exemplo, quando o município desapropria bem da união, visto que o ente menor nao pode desapropriar bem de ente maior; 
b) impossibilidade, como por exemplo nomeação para cargo inexistente, abrir licitação na lua, decretos proibindo a morte. O vicio quanto ao objeto impossível faz com que o ato seja inexistente; 
c) incerteza, gera nulidade absoluta, vez que nao é possível, nao é possível que se desaproprie qualquer bem sem certeza;
d) imoralidade, objeto que fira os princípios da probidade e moralidade, gera nulidade absoluta.
Quanto à forma: em regra a forma está prevista na lei, se o administrador praticar o ato violando a lei, esse ato tem nulidade, em regra, absoluta, porém se ocorrer de se tratar de um requisito não essencial a nulidade é relativa (mas é raro).
Quanto aos motivos:
a) inexistência: tem-se que o ato não é válido porque o motivo não existiu. Ex. O administrador pune o agente por um ato que não existiu.
b) falsidade: gera nulidade relativa, pois o motivo era falso, ex. O administrador pune o agente por um ato falso.
Quanto à finalidade: desvio de poder, é expedir o ato, por ex., em interesse próprio, ou seja, sem buscar o interesse público, ex. Desapropria para prejudicar um inimigo, gera nulidade absoluta.
*Confirmação é o ato pelo qual a administração deixa de anular um ato ilegal porque mantê-lo assim é mais benéfico ao interesse publico do que a sua anulação. Mas isso só pode ser feito se (1) não houver má-fé; (2) não haja prejuízo ao erário; (3) não haja prejuízo a terceiros - ex. A administração autorizou um loteamento em determinadas terras e mais de mil famílias se instalaram aí e depois de 5 anos se descobre que essa autorização teve por base um documento irregular. Assim, é mais benéfico que se confirme e mantenha o ato do que anulá-lo.
NAO CONFUNDIR confirmação com convalidação.
Convalidação é o ato pelo qual a administração supre/sana o vício de um ato ilegal que gerou nulidade relativa com efeitos retroativos, ou seja, a administração olha pra um vicio e percebe que esse vício tem uma ilegalidade que esta gerando uma nulidade relativa e não absoluta, assim, a administração sana esse vicio e o ato passa a ser valido. Para saber se o vício gerou nulidade absoluta ou relativa, basta olhar pra tal vício e repetir o ato varias vezes. Se o vicio não desaparecer a nulidade é absoluta, se desaparecer, é relativa e, portanto, vicio sanável. São pouquíssimas as hipóteses que permitem convalidação, gerando, a grande maioria, nulidade absoluta.
Não Confundir: abuso de poder: pode existir na modalidade excesso de poder (vai além da competência prevista na lei) ou na modalidade desvio de poder (vai além da finalidade publica, nao querendo atingir a finalidade publica e sim a pessoal). Qualquer forma de abuso pode
configurar crime de abuso de autoridade.
__________________________________________________________________09/03/2012
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Pela produção de seus efeitos: um ato após produzir seus efeitos se extingue naturalmente;
Pelo desaparecimento do agente ou objeto, ex. pega fogo no bem que seria tombado, desaparece o objeto, desaparece o ato de tombamento. Ex. 2: o agente que seria promovido morre, desaparece o agente - somente extingue o ato quando o agente que seria beneficiado pelo ato desaparece;
Pela retirada: pratica-se um ato para retirada de outro - (a) anulação ou invalidação, é a retirada de um ato administrativo ilegal feita pela administração ou pelo judiciário, com efeitos ex tunc e que se refere a atos vinculados ou discricionários, pois os dois são passíveis de anulação. O prazo para anular é de 5 anos, com base no art. 54 da lei 9784/99, para a administração e também de 5 anos para o judiciário, porém com base em um decreto; (b) revogação, retira-se um ato inconveniente ou inoportuno ao interesse público feita pela administração (pois só a administração pode retirar atos dessa natureza), com efeitos ex nunc, que se refere apenas a atos discricionários, que são os únicos que tem mérito. Não há prazo para revogação, pois se trata de um ato legal que apenas se tornou inconveniente; (c) cassação, é a retirada de um ato vinculado que se tornou ilegal porque o seu beneficiário deixou de cumprir as condições da Lei, ou seja, a cassação é uma questão de ilegalidade, porém há nomenclatura própria (cassar) para atos vinculados que se tornaram ilegais. Ex. A administração dá a licença para dirigir, porém o motorista fica cego, então a administração cassa a carta; (d) caducidade, nada tem a ver com transcurso do tempo. É a retirada de um ato pela superveniência de uma norma jurídica que torna impossível uma situação antes permitida. Ex. Uma nova lei que tornou impossível uma situação que antes era possível - o indivíduo quer abrir uma banca de jornal em determinado local e consegue a licença pela prefeitura, mas depois surge uma nova determinação legal dizendo que ali não pode mais haver banca de jornal; (e) contraposição, há retirada de um ato por outro produzindo efeitos contrários ao anterior, ex. ato de exoneração de agente público extingue o ato de nomeação.
Pela renúncia: quando o agente abre mão das vantagens que decorrem do ato.
LICITAÇÃO
É um processo administrativo pelo qual a administração escolhe a proposta mais vantajosa para celebração de um contrato de interesse público. A administração tem o dever de licitar, pois quando ela sentir a necessidade de contratar, ela não pode escolher com quem vai contratar, devendo receber diversas propostas pela licitação e escolher. Há casos, porém, que a lei permite que não seja feita licitação (tema tratado mais a frente). 
Compete à união legislar sobre normas gerais de licitação, ou seja, normas principiológicas, fundamentos, etc. Assim, os estados e municípios estão autorizados a legislar sobre normas especificas de licitação.
Quem deve licitar? 
A administração direta (união, estados, municípios e DF) e administração indireta (fundações, autarquias*, empresas públicas, sociedades de economia mistas** e agências***) devem licitar. Também deve licitar, qualquer entidade privada que receba repasse de verba publica.
*sempre licita porque é PJ de direito público, mas os conselhos de classe como CRM, CREA, etc. devem licitar também, com exceção da OAB que não é mais autarquia.
**empresas públicas e sociedades de economia mista são PJ de direito privado, assim podem exercer serviços públicos (ex. Sabesp e correios) ou atividade econômica (ex. Banco do Brasil, Petrobras), assim, se estão exercendo serviço publico devem licitar, mas se forem exercer atividade econômica, que é atividade típica do particular, pois submeter essa entidade toda vez à licitação seria um obstáculo à livre concorrência desta com as demais, assim, se o objeto encontrado não está ligado à atividade fim e sim à atividade meio devem licitar, mas se for quanto à atividade fim não precisa licitar.
*** executiva e reguladora
- art. 37, XXI, CF
- art. 22, XXVII, CF
- lei 8.666/93
____________________________________________________________________14/03/2012
FUNDAMENTOS DA LICITAÇÃO
A licitação tem 4 fundamentos: (1) isonomia, pq a ideia é se a adm vai contratar, é com dinheiro publico, portanto, dinheiro do povo, então todos temos direito de participar da licitação e ser tratados com igualdade; (2) eficiência, pq deve sempre ser "escolhida" a proposta mais vantajosa, mais eficiente; (3) moralidade administrativa, pq se a adm pudesse contratar com quem ela quisesse, ela contrataria com amigos, parentes, etc.; (4) promover o desenvolvimento nacional sustentável (fundamento acrescentado a pouco tempo), deve-se, então, levar em conta na licitação a contratação de empresas que estejam focadas com o meio ambiente.
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
O LIMPE se aplica também na licitação, mas os princípios diretamente ligados à licitação são:
Isonomia ou igualdade: é um fundamento e é principio também. Durante todo o procedimento licitatório a administração tem que promover igual tratamento aos licitantes. Se não houver isonomia corre o risco de a licitação ser anulada.
Publicidade: todos os atos tem que ser públicos. Qualquer pessoa pode acompanhar uma licitação, mesmo não sendo licitante. As sessões são realizadas a portas abertas. Mas, mais que isso, a intenção da administração de contratar deve ser publicada, por edital no DO. Mesmo na modalidade convite de licitação (tema mais a frente), onde não há publicação de edital, há a publicidade. Só há uma exceção à publicidade, as propostas são sigilosas até o momento adequado de sua abertura, portanto, teoricamente, um não sabe da proposta do outro.
Do julgamento objetivo: a administração faz um julgamento das propostas apresentadas através de critérios objetivos (pois não dá para se julgar por critérios subjetivos). Esses critérios são: (1) menor preço, que é o mais objetivo possível, sai vencedor aquele que apresentou o menor preço, mas deve-se verificar que nem sempre o menor preço é o de melhor qualidade; (2) melhor técnica, mas aqui já há um pouco de subjetivismo; (3) preço e técnica, onde o participante ganha uma nota pelo preço e outra nota pela técnica, de modo que se somam as duas notas e divide e o participante de maior nota ganha; (4) maior lance, válido somente para leilões, quando a administração aliena bens móveis, onde o maior lance ofertado ganha. - vale ressaltar que os critérios “melhor técnica” e preço e técnica são critérios excepcionais, pois em regra a administração usa o critério menor preço.
Da vinculação ao instrumento convocatório: o instrumento que convoca é o edital, que é considerado por Hely Lopes Meirelles a lei interna da licitação porque ele faz constar todas as regras dessa licitação, então, as clausulas do futuro contrato, a documentação que deve ser apresentada, os prazos, etc., tudo consta do edital. Dessa forma, a administração fica vinculada aos termos do edital, de modo que não pode exigir nada que não tenha constado do edital, pois se assim fizer, gera nulidade da licitação por ferir esse principio. Em regra, uma vez publicado o edital ele não pode ser alterado, mas por vezes são permitidas pequenas alterações. Caso contrário, deve-se extinguir esse edital e publicar outro.
Da adjudicação compulsória: adjudicar é entregar, atribuir. Esse princípio diz que se a administração pretender contratar, ela deve entregar o contrato para o vencedor, ou seja, a adjudicação do contrato é compulsória para o primeiro colocado, o vencedor. Mas deve-se perceber que a administração não é obrigada a contratar, pois a licitação é um ato discricionário, de modo que ela pode licitar, mas não realizar o contrato. Em casos de não contratação não cabe indenização para o vencedor não contratado, pois, quem ganha a licitação tem apenas um expectativa de contratação
e não um direito adquirido.
____________________________________________________________________16/03/2012
HIPÓTESES DE DISPENSA E DE INEXIGIBILDADE DE LICITAÇÃO
Em regra é obrigatória a licitação, mas há duas exceções:
(cai na prova a diferença entre dispensa a inexigibilidade)
DISPENSA: prevista no art. 24 da Lei 8.666/93. É um ato discricionário, pois pode-se dispensar ou não, sendo facultado ao administrador licitar caso queira. Aqui o rol é taxativo, sendo os 31 incisos as únicas hipóteses de dispensa.
Em razão do valor do contrato - art. 24, I e II
Em razão da pessoa contratada - art. 24, XIII, XX, XXVII
c) Em razão do objeto do contrato - art. 24, XII
d) Em razão de situação excepcional - art. 24, III, IV E V
INEXIGIBILIDADE: prevista no art. 25 da Lei 8.666/93. É um ato vinculado, de modo que mesmo que o administrador queira, não se pode fazer a licitação. Aqui, o rol é exemplificativo, de modo que se o administrador se deparar com alguma situação análoga às do art. 25 ele pode contratar diretamente, sem licitação.
Art. 25 - Inexigibilidade
I) caso de produtor exclusivo: só tem um produtor, portanto, não há competição, de modo que não há necessidade de licitar, mas a lei exige um certificado de exclusividade emitido por algum órgão competente para que valha a contratação. Se o contrato, se fosse caso de licitação, seguisse a modalidade concorrência, esse produtor deve ser o único no país, se seguisse a modalidade convite, deve ser o único na localidade e se for por tomada de preço, (...) só vale para produtos;
II) contratação de serviço técnico singular com profissional de notória especialização: só vale para serviços técnicos (previstos no art. 13 da lei de licitações), mas não basta querer contratar um serviço constante do artigo 13, mas esse serviço deve ter, ainda, uma natureza singular, particular, que foge do cotidiano da administração, como por ex. uma causa muito complexa e de valor muito alto na justiça para a qual a administração quer contratar um parecer com a Maria Sylvia, que tem notória especialização em direito administrativo; ou a administração quer contratar um projeto em homenagem à cidade de São Paulo, e quer contratar o Oscar Niemeyer
III) contratação de profissional do setor artístico consagrada pela crítica especializada ou opinião publica: a administração quer contratar um artista consagrado pela critica especializada ou pela opinião publica.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO - lei 8.666/93
concorrência: para contratações de alto valor: Obras e serviços de engenharia acima de 1,5 milhão, compras e outros serviços acima de 650 mil. - concessão de serviço publico; PPP. Para alienar bens imóveis tem que ser concorrência e não leilão. É a modalidade mais ampla, que mais concede publicidade. Não há condição previa para participar de concorrência qualquer um pode participar, desde que preencha as condições do edital. A concorrência pode substituir tomada de preços e convite.
Tomada de preços: cabe quando se trata de contratos de valor mediano, ou seja, obras e serviços de engenharia até, 1,5 milhões e compras e outros serviços até 650 mil. Aqui já tem algumas condições para participar. Quem participa, em principio, é que tem certificado de registro cadastral, mas se a empresa não fez cadastro prévio, ela pode participar da tomada de preços desde que apresente toda a documentação necessária ao cadastramento até 3 dias antes do inicio do procedimento (recebimento das propostas).
Convite: cabe quando as contratações são de menor valor, ou seja, obras e serviços de engenharia até 150 mil e compras e outros serviços até 80 mil. Nessa modalidade a administração expede essa carta convite a pelo menos 3 interessados no ramo, podendo convidar quem ela quiser. Uma cópia dessa carta-convite deve ser afixada no mural no prédio onde vai ser feita a licitação. Quem não é convidado pode participar? Pode, desde que tenha cadastro e faça uma carta de interesse e protocole até 24 horas antes. Caso a administração não convide o mínimo de 3, devemos olhar para a situação para dizer se a licitação continua ou não. Se pro objeto da contratação só existem 2 ou 1 especializados no ramo, a licitação pode ser continuada, ou seja, se houver uma justificativa plausível e razoável, a licitação pode continuar, porem se não conseguir justificar, aí anula. 
Concurso: para escolha de trabalho técnico, artístico ou cientifico, atribuindo ao vencedor um prêmio ou uma remuneração. Ex. Alunos que fazem redações em escolas para concorrerem à bolsa de estudos nos EUA.
Leilão: em regra, para alienações de bens moveis. A lei não fala em semoventes, mas subentende-se que também se encaixam aqui. Esse bem móvel é um bem inservível (não serve) à administração ou um bem móvel apreendido ou penhorado. Porém a doutrina alega que o termo penhora está errado, pois a penhora é um bem dado em garantia de um processo, então, o legislador deveria ter dito bem empenhado, que é um bem que foi dado em penhor, que é uma garantia de natureza real e não processual como a penhora. Somente na hipótese do art. 19 da lei é que um bem imóvel pode ser alienado em leilão, ou seja, se ela adquiriu um bem imóvel mediante processo ou dação em pagamento.
Pregão - lei 10.520/2002 e Decretos 3.555/2000 (regulamenta o pregão presencial) e 5450/2005 (regulamenta o órgão eletrônico): o pregão é a única modalidade que não está na Lei 8.666/93 e sim nos dois decretos retro citados. O pregão não leva em conta valor (como a concorrência, a tomada de preços e o convite). O pregão é para aquisição de bens comuns (água, café, materiais de escritório, enfim, facilmente descritos no edital e que se encontra no mercado com facilidade) ou serviços comuns (copeiragem, jardineiro, motorista). Recentemente foi revogado um anexo que elencava os bens e serviços comuns, então, atualmente, não há nada que discrimine quais são os bens e serviços comuns, de modo que decidir se o bem ou serviço é ou não comum, cabe à administração. A lei 8.666/93 traz em seu artigo 13 os serviços técnicos, que precisam de profissional especializado, de modo que se o serviço em questão esta descrito neste artigo 13, não pode ser por pregão, pois não é comum. Obras e alienação de bens não podem ser feitas por pregão.
PROCEDIMENTO DA CONCORRÊNCIA - lei 8.666/93
Fase interna: é uma fase da administração, onde somente ela participa, verificando a viabilidade de contratar e em qual modalidade será instaurada a licitação. Após isso, elabora-se o edital, escolhe-se quem fará parte, etc. Portanto, é uma fase preparatória.
Fase externa:
b.1) edital: é a Lei interna da licitação, traz todas as regras da disputa. Esse edital é publicado de forma a chamar os interessados para participar da licitação. Esse edital deve ser publicado com um prazo mínimo de antecedência do inicio da licitação, no caso da concorrência de 30 dias, mas a lei fala que esse prazo passa para 45 dias no mínimo se a concorrência for do tipo “melhor técnica” ou preço e técnica. Uma vez publicado, qualquer cidadão (mesmo que não esteja participando e nem vá participar da licitação) pode impugna-lo no prazo de até 5 dias antes do inicio. Porem se a impugnação for feita por licitante esse prazo é de até 2 dias úteis antes do inicio.
b.2) habilitação: aqui a comissão da licitação abre os envelopes contendo a documentação dos participantes. Todos apresentam dois envelopes, sendo um contendo a documentação exigida no edital e outro contendo as propostas. Aqui estão abertos apenas os envelopes de documentação. Quem apresentar documentação irregular será considerado inabilitado e já não passa para a próxima fase. Após a análise a comissão declara quem são os habilitados e os inabilitados. Nessa fase cabe recurso, de modo que aquele que não concordar com a sua inabilitação pode entrar com recurso administrativo. Aqui esse recurso tem efeito suspensivo, de modo que somente após a decisão de todos os recursos é que se inicia a próxima fase. Julgados os recursos, passa-se para a terceira fase.
b.3) julgamento
e classificação das propostas: aqui a comissão abre os envelopes contendo as propostas dos habilitados (os inabilitados recebem de volta os envelopes que continham suas propostas lacrado). Depois analisam se as propostas estão de acordo com o edital e começam a classificar tais propostas, por ex. empresa “A” fica em primeiro lugar, a empresa “B” em segundo lugar e etc. Se a licitação for por menor preço, aquele que apresentar menor preço fica em primeiro lugar e ganha a licitação. Aqui também cabe recurso administrativo com efeito suspensivo, mas deve-se lembrar que a parte pode optar por não interpor recurso administrativo e sim recorrer ao judiciário.
As duas próximas fases são feitas pela autoridade competente.
b.4) homologação: a autoridade competente (e nao mais a comissão) aprova o procedimento licitatório.
b.5) adjudicação: após homologar, ocorre a adjudicação, ou seja, a entrega do objeto do contrato ao vencedor. 
Também cabe recurso administrativo dessas duas fases, mas aqui ele não tem efeito suspensivo, de modo que ele deve cumprir o contrato até que saia a decisão do recurso.
PROCEDIMENTO DO PREGÃO PRESENCIAL
O pregão surgiu com três finalidades: aumentar a agilidade, aumentar a competitividade e tentar acabar com as fraudes na licitação.
fase interna: é quase igual à concorrência, com a única diferença de que aqui nao se forma uma comissão de licitação e, sim, é escolhido pela autoridade competente um pregoeiro e sua equipe de apoio.
b) fase externa: 
b.1) edital: publica-se o edital, mas aqui com prazo de antecedência de no mínimo 8 dias úteis. O edital pode ser impugnado, mas aqui o prazo é de 2 dias úteis para cidadãos e para licitantes.
b.2) Julgamento e classificação das propostas: todo mundo apresenta proposta escrita. As propostas são abertas e as propostas com menor preço e com até 10% superior à de menor preço vão participar na hora de lances verbais sucessivos, até que o pregoeiro declare o vencedor. Para participar dos lances verbais deve haver no mínimo 3 propostas com até 10% do valor mínimo apresentado. Se nao houver o mínimo de 3, chama-se os autores das menores propostas para participar dos lances livres.
b.3) Habilitação: abre-se a documentação do vencedor, que se estiver regular, ele é realmente o vencedor e, se estiver irregular, abre-se o envelope de documentos do segundo colocado e assim sucessivamente.
b.4) Adjudicação
b.5) Homologação
Para adjudicação e homologação os procedimentos são iguais aos da concorrência.
A inversão de ordem de adjudicação e homologação, não faz tanta diferença, mas a inversão de ordem das fases entre julgamento e classificação de propostas e habilitação é que faz toda a diferença!
PROCEDIMENTO DO PREGÃO ELETRÔNICO
O pregão eletrônico é regido pelo decreto 5.450/05. A regra é que seja feito o pregão eletrônico, e sendo o presencial a exceção, a administração deve justificar a escolha pelo presencial, como por exemplo, se quiser contratar um serviço que necessita de exibição.
É mais informal, feito pelo meio virtual. Também há edital devidamente publicado.
A empresa que quer participar do pregão eletrônico deve acessar o site e se cadastrar e, com isso, na hora do pregão, o licitante acessa com a sua senha e participa. Aqui não há proposta escrita, somente lances dados pelos licitantes num prazo dado pelo pregoeiro. Terminado o prazo, aquele que ofertou o menor lance é declarado o vencedor.
A habilitação aqui é feita depois.
Em casos de desconexão superior a 10 minutos deve-se redesignar a sessão.
No site do pregão eletrônico há um espaço para quem quiser recorrer apresentar sua intenção em recorrer, de modo que quem se manifestar deve apresentar as razoes em até 3 dias úteis.
____________________________________________________________________23/03/2012
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO
(art. 49 e 59 parágrafo único Lei 8.666/93)
Escolhido o vencedor o processo administrativo vai para a autoridade competente para analisar se é caso de homologar ou nao. Havendo alguma ilegalidade, deve ocorrer a anulação da fase ou do procedimento todo, de acordo com o caso e com a ilegalidade. Quem participa de uma licitação e tem o procedimento anulado, em regra, nao tem direito a indenização, salvo o disposto no parágrafo único do artigo 59, quando o contratado nao tiver participado do ato ilegal. (art, 49, par. 1o).
Na revogação a autoridade competente deve analisar a competência e a oportunidade, se nao for mais competente e oportuna a licitação, justifica-se e revoga-se. Note que nao há revogação de um ato, a revogação é sempre de do procedimento todo, mas sempre um procedimento concluído, ou seja, quando escolhido o vencedor, pois antes da escolha do vencedor nao é revogação e sim desistência. A revogação gera dever de indenizar se houve prejuízo comprovado para a empresa contratada, em geral, elaboração do projeto, custos com a licitação, etc (se o projeto estiver em execução, já é fase do contrato, e a indenização aqui é diferente. Se houver desistência, indeniza todos os participantes; se houver revogação, indeniza somente o vencedor. Na revogação é preciso demonstrar m fato superveniente (que ainda nao existia) devidamente comprovado.
SANÇÕES PENAIS
(art. 89 a 99 da lei 8.666/93 - trata de ilícitos penais na licitação)
Esses crimes serão apurados mediante ação penal publica incondicionada, ou seja, nao precisam de representação. Quem propõe é o MP. Esses crimes nao afastam a punição das pessoas envolvidas no que diz respeito à improbidade administrativa, ou seja, os envolvidos que estão respondendo pelo crime na esfera penal pode, ao mesmo, tempo, responder por improbidade administrativa na esfera civil.
RECURSOS ADMINISTRATIVOS NA LICITAÇÃO
Existe a possibilidade de recursos pela parte que se sentir prejudicada na licitação, sem prejuízo da hipótese de propositura de ação judicial pela parte.
De acordo com a lei 8.666/93 há 5 dias úteis contados da ciência do ato (publicação no DO para os ausentes e, no caso dos presentes, já sai cientificada do ato) para recorrer. No caso do convite, esse prazo cai para 2 dias úteis. Aqui, quando se recorre da habilitação ou do julgamento das propostas ha o efeito suspensivo (art. 109, I e XXXVI)
No pregão (lei 10.520/02)m seja presencial ou eletrônico, a parte manifesta no ato a intenção de recorrer e deve em até 3 dias apresentar as razōes recursais (art. 4o, XVIII). Aqui, os recursos nao tem efeito suspensivo.
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
(art, 179, IX e 179, CF + Lei complementar 123/06)
As EPPs e as MEs tem tratamento diferenciado para incentiva-las porque é comprovado que as MEs e as EPPs são as empresas que mais empregam no Brasil e, por consequência, contribuem mais. Em segundo lugar, elas são incentivadas para que possam competir em pé de igualdade com as demais empresas. Assim, vê-se que a CF está "desigualando para igualar".
Esse tratamento diferenciado diz respeito à:
Regularidade fiscal, de modo que que elas precisam comprovar que estão em dia com o fisco, mas para as Não e as EPPs essa regularidade fiscal (o que envolve, �ambém, débitos trabalhista) não vai ser apreciada durante o procedimento, então, mesmo que ela esteja irregular ela participa. Se ela sair vencedora aí sim verifica-se a regularidade fiscal, de modo que se houver irregularidade, ela tem prazo de 2 dias úteis, que pode ser prorrogado portais 2 dias úteis (a critério da autoridade competente) para regularizar a situação. 
Empate nas propostas (entre EPPs/Não e empresa comum): em sendo empate real (valores/preços idênticos) a ME/EPPs tem preferencia para apresentar nova proposta e, se for mais vantajosa, ela sai vencedora. Se ela não der nova proposta (o que é praticamente impossível) sorteia. A lei também fala em empate presumido, na qual os valores/preços não são idênticos, mas se a proposta da ME/EPP for até 10% superior do valor da empresa comum, presume-se que houve empate nas propostas. Aí ela tem preferencia para apresentar nova proposta. No pregão
esse valor deve ser até 5%, caso em que chama-se para novo lance. Note que no pregão eletrônico não da pra ter empate e a lei do pregão eletrônico fala que o menor lance que for primeiro recebido e registrado ganha.
____________________________________________________________________28/03/2012
RDC – REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO NA LICITAÇÃO
(MP 527 e Lei 12.462/11)
Regras diferenciadas para licitar e contratar. Visa determinados eventos desportivos, obras e serviços relacionados com a Copa do Mundo, Copa das Confederações, olimpíadas e para olimpíadas. Também para qualquer obra relacionada com a infraestrutura do aeroporto, até 350 Km da cidade sede.
- ADIn 4645, proposta pelo congresso
- ADIn 4655, proposta pelo PGR
Regras diferenciadas:
1- na concorrência pode ocorrer a inversão de fases, a exemplo do que ocorre com o pregão: a lei permite esta inversão, primeiro ocorrendo o julgamento e depois a verificação da regularidade da vencedora.
2- sistema de escolha de propostas: aberto ou fechado. No aberto propostas são apresentadas via lances, ou seja, todos ficam sabendo das propostas abertamente. Já no fechado ninguém fica sabendo das propostas dos licitantes, pois estas serão entregues em envelopes fechados.
3- orçamento "sigiloso" - final da licitação: o orçamento prévio será apresentado somente ao final da licitação. Há discussão sobre esta regra quanto a constitucionalidade, pois, segundo alguns órgãos de controle, fere principio da publicidade. 
4- publicação do edital: a nova lei diz que o edital tem que ser publicado no DO e em site oficial também. Se, porem, o objeto da obra tiver um valor até 150.000 ou se aquela compra ou serviço tiver um valor até 80.000, esta dispensada a publicação do edital em DO, devendo haver a publicação apenas no site oficial. Aqui, novamente, há uma discussão sobre o principio da publicidade e se fere a constituição ou nao o fato de ser publicado somente no site.
(a prof. Acredita que nao há inconstitucionalidade, pois o fato de nao haver publicação de edital no DO nao fé o principio da publicidade. Basta lembrar que na modalidade convite nem edital há e nao se fala em inconstitucionalidade por ferir tal principio. Entretanto, pode haver inconstitucionalidade formal, pois a medida provisória foi alterada pelo Congresso, comprometendo todo o procedimento da medida provisória. O presidente, na verdade, nao tratou sobre o regime diferenciado de contratação, quem a adicionou foi o congresso nacional).
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
lei 8.666/93 (normas gerais de licitação e contratos) e art. 22, XXVII, CF.
- art. 22, XXXVII, CF - competência da união para criar norma gerais e abstratas.
- "contratos administrativos" é diferente de "contrato da administração". "Contrato da administração é gênero e vai compreender qualquer ajuste celebrado pela adm.; qualquer contrato que a adm. celebre será contrato da administração. Nem todo contrato da administração é contrato administrativo.
Contrato Administrativo: é todo ajuste que a Administração celebra com uma pessoa física ou jurídica regido por um regime necessariamente publico, ou seja, em todo contrato administrativo a administração está em posição de supremacia. Não existe contrato administrativo com a administração tentando se igualar ao particular. Portanto, nao basta que a administração esteja em um dos pólos, mas é necessário, também, que ela esteja em posição de supremacia.
Ex.: contrato de concessão de serviços públicos; parceria publico-privada; concessão de obra publica; concessão de uso de direito real; etc.
Ex.: de contratos da administração: locação, seguro, arrendamento; etc.
Características dos Contratos Administrativos
1- administração em posição de supremacia: a administração tem poderes que o contratado nao tem e isso se explica pq são contratos que envolvem o interesse publico.
2- contratos de adesão: a administração estabelece a clausulas de execução (clausulas regulamentares) e o contratado nao pode discuti-las. Somente as clausulas econômico-financeiras, que prevê o preço/custo é que podem ser discutidas e somente podem ser alteradas com a anuência do contratado, que é o maior interessado (art. 58, par. 1o, Lei 8.666/93).
3- contratos intuitu personae: contratos personalíssimos, mas, diferentemente do direito civil, a expressão intuitu personae significa que a pessoa do contratado é importante para a administração, não sendo necessariamente o contratado que o deve executar o serviço, pois pode haver subcontratação (desde que esteja prevista no edital e no contrato).
4- dependem de licitação: salvo as hipóteses de dispensa (art. 24, lei 8666/93) e inexigibilidade (art. 25, lei 8666/93). 
5- contratos formais: pois dependem de uma solenidade. São, em regra, escritos, salvo para pequenas compras (até 4 mil reais) de pronto pagamento, que o contrato pode ser verbal.
6- mutabilidade e equilíbrio econômico-financeiro: os contratos administrativos são submetidos a mutabilidade, ou seja, estão sujeitos à mudanças, caso haja mudanças do interesse publico. O contratado nao pode se opor as mudanças, salvo se atingir a cláusula econômico-financeira. Nao se pode falar em mutabilidade sem equilíbrio, pois se o contratado é obrigado a aceitar as mudanças no contrato, de outro lado, qualquer mudança que atinja os valores a administração é obrigada a reequilibrar o contrato. Se nao fosse o preço ninguém contrataria com a administração. Essa regra acontece durante toda a execução do contrato. Aqui, a regra pacta sunt servanda não se aplica, pois o contrato pode sofrer mudanças.
7- presença de cláusulas exorbitantes: os contratos administrativos são marcados por clausulas exorbitantes. Clausula exorbitante nada tem a ver com clausula leonina (abusiva, que impõe benefícios só para uma das partes) - seria abusiva se fosse entre particulares, num contrato com características de horizontalidade. Essas cláusulas estão previstas na lei 8.666/93. 
Cláusulas exorbitantes: são clausulas de previsão legal e que colocam a administração numa posição de supremacia em relação ao contratado e que sempre se fazem presentes nos contratos administrativos, ainda que não estejam previstas expressamente. A presença dessas cláusulas é implícita. A administração sempre pode usar essas cláusulas exorbitantes e o contratado não pode se opor a essas cláusulas. 
São cláusulas exorbitantes: 
Exigência de garantia (art. 56, par. 1o, lei 8.666/93): se o contrato envolve interesse publico a adm pode exigir que o contratado preste uma garantia. São ter tipos de garantia: caução em dinheiro ou em títulos da divida publica, seguro garantia, fiança bancaria, podendo o contratado escolher qual das três, mas nao pode se opor a exigência da garantia.
Alteração unilateral do contrato (art. 58, I, lei 8.666/93): possibilidade que a administração tem de mudar unilateralmente esses contratos. Primeiro pq isso decorre da mutabilidade, e administração muitas vezes tem que alterar para ajustar o contrato ao interesse publico. Mas tem limites para a alteração dos contratos, que estão no art. 65, par. 1o da lei: para alterar obras, serviços ou compras, essa alteração nao pode superar 25% do valor inicial atualizado do contrato. Se for contrato de reforma de edifício ou de equipamento, até 50%.
Rescisão unilateral do contrato (art. 58, II, lei 8.666/93): a rescisão unilateral também é permitida, ou seja, nao precisa do judiciário para isso nem da anuência do contratado. Claro que a administração se motiva, se justifica e da oportunidade de o judiciário se manifestar, mas pode rescindir unilateralmente. A administração pode rescindir por inadimplemento do contratado; por interesse publico, ou seja, quando nao for mais conveniente nem oportuno a continuidade desse contrato, portanto é uma questão de mérito (aqui ela indeniza se tiver prejuízos comprovados)
Fiscalização do objeto do contrato (art. 58, III, lei 8.666/93): são contratos fiscalizados pela administração, de forma que o contratado nao pode se incomodar nem
impedir a fiscalização pela adm. A administração nomeia um agente, um fiscal só para fiscalizar a execução do contrato. Até porque ela transfere a execução do contrato, mas a titularidade ainda é dela.
Aplicação de penalidade (art. 58, IV, lei 8.666/93 - as penalidades estão art. 87, lei 8.666/93): a administração pode aplicar quaisquer das penalidades previstas no art. 87 da lei, podendo escolher qual a mais adequada, dentre: advertência - sempre por escrito (leve); multa (conforme previsto no edital e no contrato) - que pode se aplicada conjuntamente com qualquer outras; suspensão temporária de licitar e contratar com a administração (mais pesada. Aplicada quando o contratado cometeu algo mais grave) - esse direito fica suspenso - regionalmente, ou seja, só com a administração que aplicou a penalidade - no máximo 2 anos; e declaração de inidoneidade, de modo que o contratado fica declarado inidôneo por no mínimo 2 anos, sem limite máximo, até que se reabilite com a administração pagando os prejuízos que ela teve, mas aqui fica impedido de concorrer enquanto cumprir a penalidade em qualquer licitação no país.
Ocupação temporária (art. 58, V, lei 8.666/93): nao é para qualquer tipo de contrato, sendo somente para contratos que envolvem serviços essenciais, como saúde, transporte, água, energia elétrica, coleta de lixo, correios. Esses serviços essenciais estão sujeitos ao principio da continuidade, ou seja, nao podem parar (inclusive há uma discussão quanto à greve dos servidores de serviços essenciais, de modo que nao pode parar tudo, devendo um mínimo continuar funcionando). A ocupação existe diante de um serviço essencial quando a administração verifica uma irregularidade nesse serviço, de modo que a administração passa a ocupar / tomar conta do serviço pelo tempo necessário para apurar a irregularidade para que nao pare a prestação do serviço. 
____________________________________________________________________30/03/2012
RISCOS OU ÁLEAS E A TEORIA DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Existem risco que incidem sobre os contratos.
riscos ou áleas ordinárias: risco comum, previsível. Nao importam para a adm, pq o contratado é um empreendedor, um empresário, de forma que ele já conhece esses riscos.
Riscos ou áleas extraordinárias: são riscos imprevisíveis, inevitáveis e estranho à vontade das partes.
 1) caso fortuito (fato imprevisível decorrente da vontade humana remota, ex. Rompimento de um cabo elétrico) e forca maior (decorrente da natureza): ocorrendo qualquer desses casos o contrato se extingue, e muito embora sejam excludentes de responsabilidade, de acordo com art. 79, par. 2o, cabe a adm arcar com os prejuízos comprovados do contratado.
2) áleas administrativas: alteração unilateral; fato do príncipe; fato da adm: é um risco causado pela adm, seja direta ou indiretamente. A possibilidade que a adm tem de alterar unilateralmente os contratos é um risco da adm; o fato do príncipe é um ato normativo editado pela adm que nao é parte no contrato, dirigido a toda a a coletividade e que causa um reflexo no equilíbrio financeiro do contrato. Ex. Num contrato de obra. O contratado depende da importação de uma mercadoria x. A união edita um decreto de que será mais dificultosa a importação da mercadoria x. Dessa forma, a adm contratante arca com os prejuízos qua a edição desse ato causou, por forca da responsabilidade objetiva. O fato a administração é uma ação ou omissão da adm contratante que causa um desequilíbrio contratual, de modo que ela mesma deve arcar com o prejuízo - responsabilidade contratual (aqui cabe apuração de responsabilidade). A falta de pagamento pela adm, quando cabia a ela pagar é um fato da adm. Cabe a ela alegar a exceptio non adimplecti contractus (defesa que a parte tem em contratos sinalagmaticos - é implícita em todos os contratos sinalagmaticos)? A lei prevê uma única hipótese em que é possível a exceptio (art. 78, XV): quando a adm nao paga a mais de 90 dias. Se suspender a execução do contrato antes dos 90 dias, ela deve arcar com as consequências.
3) áleas econômicas: pode ser um risco da economia ou pode nao ter nada a ver com riscos da economia. É um fator inevitável, imprevisível, que causa uma onerosidade excessiva ao contratado, dificultando a execução do contrato. Ex. Num contrato de obra foi feito um projeto pro contratado trabalhar em terreno arenoso. O contratado começa a executar a obra e encontra uma parte rochosa. Como ele pode ter prejuízo agora, por precisar de novas técnicas para trabalhar em terreno rochoso, o que pode ser mais oneroso, vale a rebus sic standibus, devendo o contrato ser cumprido enquanto valerem as condições de quando firmado o contrato. Assim, em tendo mais onerosidade, devem rever as clausulas para equilibrar o contrato.
____________________________________________________________________04/04/2012
RESCISÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
São 4 tipos:
1- de pleno direito: ocorrendo a hipótese que está na lei, o contrato se considera rescindido automaticamente. Ex. Ocorrendo hipóteses de caso fortuito e força maior; falência do contratado. Nesses casos o contrato se rescinde de pleno direito
2- unilateral: só a administração pode fazer. É uma clausula exorbitante. A adm tem dois motivos ara rescindir unilateralmente: (a) inadimplemento do contratado, nao cabendo à administração indenizar e, sim, ser indenizada; ou (b) por interesse públicos, ou seja, nao há mais conveniência nem é mais oportuno a continuação desse contrato, cabendo aqui, caso haja prejuízos comprovados, indenização ao contratado.
3- amigável: é um distrato, ou seja, o contratado e administração, em comum acordo, resolvem por fim ao contrato. 
4- judicial: rescisão decretada pelo juiz numa ação obrigatoriamente proposta pelo contratado e facultativamente propositada adm.
PRAZO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
regra geral: art. 57 caput, lei 8.666/93 - em regra esses contratos administrativos tem prazo determinado. O art. 57 fala que esses contratos tem o mesmo prazo que um crédito orçamentário, ou seja, sendo a lei orçamentaria elaborada todo ano, esses contratos, em regra, tem vigência de um ano. Mas acontece que dependendo do contrato o prazo de um ano é pouco, devendo ser prorrogado, por isso havendo as exceções.
Exceções:
b.1) art. 57, I - plano plurianual: diz respeito ao chamado plano plurianual, que é uma lei que estabelece todas as despesas do estado que vão ultrapassar um ano. Assim, o contrato pode ser prorrogado 
b.2) art. 57, II - prestação de serviços continuados: serviços como limpeza, são de execução contínua. Assim, sendo o serviço de execução contínua e sendo interessante para a adm esse contrato pode ser prorrogado, não podendo, qualquer prorrogação ultrapassar 60 meses, contando o período já cumprido.
b.3) art. 57, IV - aluguel de equipamento e utilização de serviços de informática: esse contratos podem se estender por até 48 meses.
B.4) art. 57, par. 1º, II - fator excepcional: por algum fator excepcional (ex. Pegou fogo na empresa contratada) esse contratos podem ser prorrogados por até 12 meses.
b.5) contrato de concessão: tem regulamentação própria, pela lei 8987/95. Esses contratos tem prazo muito dilatado, de forma que não entram na regra do artigo 57, primeiro por uma questão de investimento e, segundo, porque, diferentemente dos previstos no art. 57, não existe uma preocupação de vincular o contrato ao orçamento, porque quem "paga" pelos serviços são os usuários. 
____________________________________________________________________11/04/2012
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Art. 5º, XXII E XXIII, CF
O inciso XXII trata da garantia do direito de propriedade e o art. XXIII fala da função social da propriedade. Em razão dessa função social da propriedade, pode-se dizer que o direito de propriedade não é um direito absoluto, de modo que nao se pode fazer da propriedade
o que o dono bem entender, pois ela está vinculada a um bem estar social.
A CF nao define função social, mas dá parâmetros:
- art. 182, par. 2º, CF - propriedade urbana: atende a função social quando atende a exigências prevista no plano diretor, que é uma lei municipal que organiza a expansão da política urbana, pois as cidades devem crescer de maneira ordenada e sustentável. Portanto, é necessário o plano diretor para verificar como a propriedade atenderá sua função social. E sendo o plano diretor uma lei municipal, logo é diferente de uma cidade para outra. O plano diretor é obrigatório em cidades com mais de 20.000 habitantes. Se o dono de uma propriedade nao atende o plano direitos, ele pode sofrer sanções (art. 182, par. 4º) que são sucessivas, ou seja, aplica uma e se nao for suficiente aplica outra. As sanções possíveis são: 
1- parcelamento ou edificação compulsório: parcelamento é loteamento, com possibilidade de transferir a terceiros, e edificação é ter que construir. Há prazo de 1 ano para apresentar na prefeitura projeto de edificação ou loteamento;
2- IPTU progressivo no tempo: aumenta alíquota do IPTU, sendo o valor máximo de 15% num prazo máximo de 5 anos;
3- desapropriação: aqui é chamada de desapropriação sanção ou desapropriação extraordinária. Essa desapropriação, por ser uma sanção, não é paga em dinheiro e, sim, em títulos da dívida pública, que são resgatáveis em até 10 anos. Essa desapropriação só o município tem competência para fazer.
*deve ser cumprido o plano diretor e o estatuto da cidade.
- art. 186, CF - propriedade rural: esse artigo traz condições simultâneas, ou seja, se a propriedade obedecer todas as condições ao mesmo tempo ela está cumprindo sua função social. Na verdade essas condições devem ser cumpridas conjuntamente com o estatuto da terra. A sanção aqui prevista para o proprietário que nao cumprir a função social é direto a desapropriação-sanção, e o proprietário recebe em títulos da dívida agrária. Essa desapropriação é em beneficio de quem é beneficiário da reforma agrária.
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
requisição administrativa: art. 5º, XXV, CF - a requisição é o uso de bens móveis, imóveis ou serviços, feito pelo por público em razão de iminente perigo público. É uma modalidade voltada ao uso, nao retirando a propriedade de ninguém. Ex. No caso Lindemberg o uso do apartamento vizinho ao que estava a vítima foi por requisição administrativa. Nao há prazo para o uso, enquanto perdurar o perigo pode usar. A indenização só é devida se houver dano.
Ocupação temporária: também é o uso da propriedade privada pelo poder público de forma onerosa ou gratuita em razão de um interesse de utilidade pública. Aqui, não é necessário estar diante de uma situação de perigo iminente, bastando uma necessidade, uma utilidade pública (essa é a grande diferença). É feito através de um ofício. Em regra geral essa ocupação é gratuita, assim, quando se fala em "onerosa" é falando de eventual indenização se houver dano. Ex. Uso de prédios particulares para eleições, concursos públicos, vestibulares (essas são ocupações temporárias gratuitas). Porem, o art. 36 do decreto 3365/41 prevê uma hipótese de ocupação temporária onerosa, ou seja, em que haverá indenização: o poder público pode ocupar terrenos vazios vizinhos a obra, sendo indenizado o proprietário ao final do uso.
 Servidão administrativa: art. 40, decreto 3365/41 e 1378, CC - servidão é a instituição de um direito real sobre imóvel alheio feita pelo poder público e que deverá suportá-lo em atenção ao interesse público (a que trata o art. 1378 é instituída entre particulares. Outra diferença é que a se a servidão é administrativa, é de interesse público e a servidão civil é de interesse particular). Ex. Placa de rua no muro da casa; passagem de cano de óleo duto pelo terreno da casa; etc. Servidão quer dizer escravidão, ou seja o imóvel é escravo do investe publico. Modalidades de servidão: (1) instituída por lei - ex. Art. 18, decreto 25/37, que diz que os imóveis que estão ao redor da coisa tombada nao podem colocar cartazes nem fazer obras que impeçam a visão da coisa tombada. Essa servidão nao dá direito a indenização. Há quem diga que essa servidão é uma limitação administrativa por ser instituída por lei; (2) instituída por acordo: é necessário um decreto para cada caso que se for instituir uma servidão, determinando qual o bem, qual a finalidade, etc. Se houver acordo entre poder publico e proprietário, esse acordo tem que ser feito por escritura publica. Aqui pode haver indenização, dependendo do acordo que foi feito, pois muito embora nao perca a propriedade, limita o exercício do direito e pode até diminuir o valor econômico do bem. Se nao houver acordo, resta a terceira forma de servidão; (3) instituída por sentença: se nao houve acordo o poder público ingressa com uma ação requerendo que o juiz determine a servidão. O juiz pode determinar valor de indenização na sentença, nomear perito para avaliar se há necessidade e os parâmetros para quantificar a indenização, etc. Tanto a instituída por lei quanto a por sentença devem ser averbadas na matricula do imóvel, por uma questão de publicidade, ficando a servidão pública a terceiros. Toda servidão é considerada perpétua, ou seja, enquanto houver interesse publico existe a servidão.
Limitações administrativas: são obrigações de fazer, nao fazer, ou de permitir, impostas à propriedade e controladas pelo poder público em razão de seu poder de polícia. São obrigações criadas pela lei, mas quem fiscaliza e impõe sanções é o poder público, dentro do poder de polícia que ele tem. Ex. Prédios devem manter equipamentos contra incêndio (obrigação de fazer); imóveis muito próximos a aeroportos tem limitação de altura (obrigação de nao fazer); permitir o acesso de agentes que vão fazer vistorias sobre dengue ; prédios devem se adaptar a acessibilidade (obrigação de permitir).
____________________________________________________________________13/04/2012
Tombamento: é um processo administrativo pelo qual o poder publico pretende preservar bens considerados indispensáveis à memória da sociedade brasileira, em razão de seu valor histórico, artístico, cultural, paisagístico, turístico e arqueológico. A idéia do tombamento é instaurar um procedimento e o ato final desse procedimento é a inscrição no livro do tombo. Todos os bens inscritos no livro do tombo são considerados tombados. Em regra o tombamento é um processo administrativo (por exceção o tombamento pode ser por lei, que em geral são ligados a matéria ambiental. Mas existe uma critica muito grande quanto ao tombamento por lei, pois nao permite o contraditório e a ampla defesa como o processo administrativo. O tombamento nao retira a propriedade, somente impondo restrições parciais à essa propriedade. Qualquer bem, materiais ou imateriais (melodia, por ex.), individual ou coletivo (cidades, bairros, etc., por ex.), pode ser tombado. A CF se preocupa com os bens tombados porque ela entende que a dignidade da pessoa humana existe n ao só quando se garante educação, saúde, moradia, alimentação e etc, mas quando se garante ao cidadão o direito que ele tem de identificar sua identidade social. Procedimento: (1) de oficio: par bens públicos, de forma que a entidade interessada a tombar o bem notifica o proprietário e inscreve o bem no livro do tombo - ex. A união tomba um bem de município. Aqui, vale a hierarquia, podendo a união tombar bens estaduais e municipais, o estado pode tombar bens do município e o município nao pode tombar bens do estado e da união, assim como ocorre na desapropriação; (2) voluntário: o proprietário do bem entra com a solicitação de que seu bem seja tomado; (3) compulsório: é a regra. Aqui o órgão competente notifica o proprietário, que tem 15 dias para apresentar impugnação e, assim, volta para o orgao competente decidir se é caso ou nao de inscrever o bem no livro do tombo. Há órgãos nas três esferas: IPHAN, na esfera federal, que na verdade nao é órgão, é uma
autarquia; CONDEPHAAT, na esfera estadual; Conselhos Municipais, que em São Paulo, por exemplo, chama CONCRESP. A competência de cada órgão é estabelecida pela abrangência da importância do bem, ou seja, o bem tem importância nacional, estadual ou municipal? Na duvida prevalece o IPHAN. Depois que inscreve no livro do tombo há as seguintes restrições: obras de preservação do bem cabem ao proprietário; o proprietário nao pode fazer nenhuma reforma ou obra sem prévia autorização do órgão competente,mesmo que seja de conservação; para pode alienar o proprietário precisa notificar a união, o estado e o município, nessa ordem que tem preferencia de compra, e se elas nao quiserem aí pode alienar livremente; o art. 18 do decreto 25/37, que estabelece a servidão legal.
Desapropriação ordinária: é um procedimento legal pelo qual o poder publico ou seus delegados, impõe ao proprietário a perda de um bem compensando com o pagamento de uma justa e previa indenização em dinheiro. - art. 5º, XXIV, CF; decreto 3365/41 (necessidade ou utilidade pública); lei 4132/62 - interesse social; lei complementar 73/96(reforma agraria). Pressupostos: (1) necessidade publica: o poder público precisa do bem. É um bem indispensável ao interesse público (ex. Desapropria para passar o metro); (2) utilidade publica: o bem é conveniente ao interesse publico, é útil. Ocorre quando o poder publico desapropria uma área maior do que a necessária para a realização da obra e após a sua valorização imobiliária ele revende essa área a terceiro para obtenção de lucro. O STF considera esta atitude constitucional essa atitude; (3) interesse social: ocorre quando o poder publico quer beneficiar a parcela mais carente da população. Ex. Desapropria para reforma agraria (lei 4132/62); para construir um conjunto habitacional (LC 73/96). Sujeito ativo: (1) união, estados, DF e municípios - adm direta: podem executar atos declaratórios da desapropriação, feitos através de decretos - somente presidente, governador e presidente - e atos executórios; (2) administração indireta: que só pode praticar atos executórios (obviamente após o ato declaratório ter sido feito pela administração direta). Competências especiais: (a) desapropriação sanção: propriedade rural / reforma agrária - somente a união pode fazer; (b) desapropriação sanção: propriedade urbana - somente o município pode fazer; (c) desapropriação de bens rurais para fins de reforma agraria: somente a união pode fazer. Se difere da primeira pq aqui nao há sanção. 
____________________________________________________________________18/04/2012
OBJETO DA DESAPROPRIAÇÃO
Segundo o art. 2º e par. 2º do decreto 3365/41 qualquer bem pode ser desapropriado, ou seja, bens móveis, imóveis, corpóreo ou incorpóreo, publico, privado, direitos, só nao podem ser desapropriados os direitos da personalidade e dinheiro. 
O art. 185, CF diz que a desapropriação para fins de reforma agraria nao pode ocorrer em duas hipóteses: (1) a pequena e média propriedade rural, desde que o proprietário nao possua outra (é a lei - o estatuto da terra - que diz o que é uma pequena e media propriedade rural); (2) propriedade produtiva.
DESAPROPRIAÇÃO DE BENS PÚBLICOS
(já que o bem é publico ele está sujeito a um regime jurídico diferenciado)
Para a desapropriação de bens publicos é necessária uma lei autorizadora do ente que pretende desapropriar, ou seja, se a união quer desapropriar, é ela quem tem que criar a lei. Além disso, existe uma ordem hierárquica que prevê que o ente maior desapropria do ente menor, ou seja, a união pode desapropriar de estados e municípios, o estado pode desapropriar do município e o município mão pode desapropriar bem dos estados e da união. Daí se conclui que os bens da união nao podem ser desapropriados por nenhum outro ente e os municípios nao podem desapropriar de nenhum outro ente. Um estado ao pode desapropriar de outro estado, tampouco um município pode desapropriar de outro município. Ressalte que um estado só pode desapropriar bens de municípios que façam parte desse estado. Ainda assim, os mesmos pressupostos são exigidos além da ordem hierárquica, como demonstração de destinação a finalidade única, etc.
Na administração indireta a doutrina diz que depende do bem que se pretende desapropriar. Se o bem estiver afetado por uma finalidade publica (ex. Prédio do INSS - uma lei define que esse prédio é a sede do INSS), porem se o município nao tiver uma finalidade publica (ex. Terreno vazio que pertence ao INSS) pode haver a desapropriação.
FASES DA DESAPROPRIAÇÃO
(1) fase declaratória: o procedimento se inicia com a edição de um ato, o ato declaratório, que declara que o bem vai ser objeto de desapropriação para determinado fim. Esse ato, em regra, é um decreto (editado pelo chefe do executivo). Por exceção, pode ser uma lei, como ocorre na desapropriação de bens públicos. Esse ato produz 4 efeitos: (1) o bem será subjugado a força estatal, ou seja, a partir deste decreto sabe-se que o bem será desapropriado, dado a "superioridade" do estado; (2) fixação do estado do bem para fins de futura indenização, já que nesse momento ninguém será indenização, vez que trata-se apenas de ato declaratório, mas é nesse momento que o poder publico verifica o estado do bem, as benfeitorias do bem etc, para que lá na doente seja calculado o valor da indenização.benfeitorias feitas após o ato declaratório podem ou nao ser indenizadas: se for benfeitoria necessária (para manter) haverá a indenização, mas as úteis (aumentam comodidade - ex. Escada) só são indenizadas se for feita com autorização do poder publico. Já as voluptuosas (luxo) nao serão indenizadas; (3) direito de penetrar: direito que o poder publico tem de ingressar no bem; (4) começa a correr o prazo de caducidade, ou seja, quando a desapropriação é por necessidade ou utilidade, a partir do ato o poder publico tem 5 anos para fazer acordo com o proprietário ou para, pelo menos, ter proposto ação de desapropriação - passado esse prazo sem acordo e sem ação, o ato caduca, mas essa caducidade nao é fatal, pois a lei diz que passado um ano da caducidade, o mesmo bem pode ser objeto de nova declaração e assim começa a correr mais 5 anos, mas isso só pode acontecer uma única vez. Já se a desapropriação for por interesse social, esse prazo é de 2 anos, e passado esse prazo ocorre a caducidade que, neste caso, é fatal, ou seja, esse bem nao mais poderá ser objeto de desapropriação por interesse social.
(2) Fase executória: (a) amigável: quase nao corre, pois o poder publico, em geral oferta um valor muito abaixo do mercado. Nao havendo acordo, o poder publico deve ingressar com ação; (b) judicial: aqui o poder publico ingressa com a ação e tem o direito de pedir a imissão provisória da posse, através do pedido de liminar e para isso deve alegar/demonstrar a urgência e fazer um depósito prévio (muito embora hoje haja decisões do STJ deferindo liminar mesmo sem o depósito prévio, o que é perigoso, pois a CF diz que a indenização deve ser prévia). Para o depósito prévio, deve ser depositado, pelo menos, a totalidade do valor venal do imóvel (art. 15, par. 1º, decreto 3365/41 - que o STF declarou nao ser inconstitucional pela sumula 652). Se o proprietário nao concordar com a desapropriação ele levanta apenas 80% do valor depositado e contesta (se ele levantar o valor todo ele declara concordar com o valor depositado e o processo acaba). Na contestação pode-se discutir apenas o valor ou a existência de vicio processual.
VALOR FINAL DA INDENIZAÇÃO
Devem integrar o valor final as seguintes parcelas:
valor de mercado do bem;
Danos emergentes e lucros cessantes, por exemplo, se o imóvel era destinado ao comercio e o proprietário deixou de lucrar devido à desapropriação;
Juros compensatórios, que compensam a perda antecipada da posse, ou seja, só incide juros compensatórios se o juiz deferir a liminar de imissão provisória da posse.
Juros moratórios, que incidem somente em caso de demora no pagamento, que só incidem, assim como nos casos
dos precatórios, a partir de 1º de janeiro do ano seguinte àquele que deveria ter ocorrido o pagamento (art. 100, CF), por conta da lei orçamentaria;
Correção monetária
Honorários advocatícios
Custas e despesas processuais
Porém, a um único caso em que a desapropriação pode ser sem indenização, previsto no art. 243, CF, é o chamado confisco ou expropriação: Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
*cuidado com a expressão "expropriação", pois há alguns autores que a utilizam no sentido de desapropriar e as vezes significa o confisco, depende do contexto.
NATUREZA JURÍDICA DA DESAPROPRIAÇÃO
A doutrina fala que é uma forma originária de adquirir propriedade (pois há também a forma derivada de aquisição de propriedade, como a compra e venda, a herança, a doação, em que se depende de um terceiro), em que a relação entre o sujeito e a coisa se da diretamente, sem intermediários, sem título anterior, ou seja, quando o poder publico adquire o bem por desapropriação é como se o proprietário nao existisse, pois é como se o poder publico adquirisse o bem sem proprietário. Há quatro consequências decorrentes dessa forma originaria de aquisição da propriedade:
se o poder publico indenizar quem nao é proprietário nao invalida a desapropriação;
eventuais ônus reais incidentes sobre o bem desapropriado se extinguem com a desapropriação. Ex. Hipoteca: 
Os titulares de direitos reais (ex. O banco no caso da hipoteca da casa para financiamento) são subrogados no preço. Dentro do processo de desapropriação é reservado o valor do direito do banco.
Os titulares de direito pessoais em relação ao bem desapropriado nao são sub-rogados no preço, ex. locatário de imóvel para fins empresariais, quem tem prejuízo com a desapropriação nao é sub-rogado e deve pleitear indenização em ação autônoma.
____________________________________________________________________25/04/2012
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
Ocorre quando o poder público pratica atos de apossamento do bem sem observado procedimento legal da desapropriação. O poder publico vai tomando conta do bem, fazendo obras, etc., sem observar o procedimento da desapropriação, como por ex. uma liminar. 
O que o poder publico faz é um esbulho, ou seja, toma a posse indevidamente. 
Para impedir esse esbulho o proprietário pode ingressar com ação de reintegração de posse. Porem o artigo 35 do decreto 3365/41 diz que um bem esbulhado já destinado, já com inicio das obras, nao pode mais ser objeto de reintegração, assim, apenas cabe ação de indenização por desapropriação indireta, que segundo a sumula 119 STJ prescreve em 20 anos. Assim, aquele que sofre o esbulho deve ser rápido para poder ingressar com a reintegração de posse.
RETROCESSÃO
(art. 519, CC)
É o direito de preferência concedido ao ex proprietário na aquisição do bem, em razão de uma tredestinação (nome próprio que se dá ao desvio de finalidade na desapropriação). O proprietário "descobrindo" que houve a tredestinação, pode ingressar com ação para reaver o bem (e aí devolve a indenização que recebeu na desapropriação) ou indenização, recebendo a diferença do valor atual do imóvel.
Se a adm destinou o bem a uma finalidade publica diferente da "prometida" na desapropriação nao há retrocessão.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL (AQUILIANA) DO ESTADO
*estado = em regra é o executivo.
É o dever que o estado tem de indenizar os danos causados a terceiros por seus agentes públicos em razão de uma conduta comissiva ou omissiva, seja ela ilícita ou lícita. Quando o agente público causar dano a alguém, surge a responsabilidade do estado. Ex. de atividade licita que pode gerar dano: obra
Evolução da teorias 
Séc. XIX: surge o direito administrativo. O que vigorava antes do séc. XIX era a teoria da irresponsabilidade, de modo que o estado nao respondia por danos causados por seus agentes, vez que eram estados absolutistas e centralizadores. A máxima que vigorava aqui era "o rei nao erra".
Com o fim do estado absolutista e o inicio do estado liberal começam a surgir as primeiras teorias de responsabilização do estado. São as chamadas "teoria civilistas da culpa", com base na responsabilidade do direito civil. Essas teorias diziam que o estado respondia se se provasse o dolo ou culpa do agente. Mas isso nao deu certo.
Surgiram, então, as segundas teorias: "teorias publicistas", que criam responsabilidades com base em princípios e regras de direito publico. Há duas teorias importantes aqui:
1- teoria da culpa do serviço publico (teoria da culpa anônima): nao foi adotada pela CF brasileira, mas apesar disso, em determinadas situações essa teoria é usada. Essa teoria diz que nao se discute mais dolo e culpa do agente e sim dolo ou culpa do serviço. Então, se a vitima provar que o serviço nao funcionou ou que funcionou de maneira deficiente e precária, ela te direito à indenização. Ex.: chuva aliada a falta de limpeza de bueiros que cabe indenização e danos cabe indenização com base na culpa do serviço publico. Vê-se aqui a omissão do estado.
2- teoria do risco: foi ela que deu base a responsabilidade objetiva do estado. Essa teoria diz que toda atividade estatal envolve um risco. Ou seja, toda vez que o estado age, essa conduta estatal envolve naturalmente riscos. Quando o estado age e alguém sofre um dano o estado deve indenizar. Lembre que para isso a vitima deve provar o dano, a atividade e o nexo causal, somente nao precisa provar dolo ou culpa. Adotada no art. 37, par. 6º, CF
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- risco administrativo: existe a possibilidade dei estado alegar uma excludente de responsabilidade. Se essa teoria foi adotada, o estado poderá, uma vez contestando essa ação, alegar uma excludente que irá romper o nexo causal. É a adotada pelo Brasil. 
Excludentes que o estado pode alegar
1- força maior (o caso fortuito nao entra aqui, porque, apesar de inevitável e imprevisível, existe a vontade humana, ainda que remota e de difícil identificação). A força maior só vai excluir se ela vier sozinha. Se houver força maior e omissão estatal nao exclui a responsabilidade.
2- culpa exclusiva da vitima. Se houve culpa concorrente nao exclui a responsabilidade estatal, mas a atenua.
3- fato de terceiro: se o fato foi cometido por um terceiro que nao um agente público a responsabilidade nao é do estado. Gera discussões: (a) detento que mata detento: responsabilidade estatal - há relação de custodia em relação a essas pessoas e, em regra, o estado tem conhecimento de que um ameaçava o outro, podia separá-los e nao o fez, etc; (b) briga de crianças na escola; (c) bala perdida, regra é fato de terceiro, assim como assaltos, mas tem decisões (minoritário), que responsabilizam o estado pois hoje há um caos na segurança publica; (d) danos causados por multidão em tumulto: quando houver a reunião deve-se comunicar a as autoridades competente ara que ela organize o transito e o policiamento, nesse caso caberá indenização estatal, se nao, nao.
- teoria do risco integral: nao admite excludente. Sendo esse teoria adotada o estado sempre responde.
O art. 37, par. 6º, CF dispõe que as pessoas jurídicas de direito publico (união, estados, DF e municípios, autarquias, algumas fundações) respondem objetivamente, e as pressões jurídicas de direito privado prestadoras de serviço publico (concessionárias de serviços públicos, empresas únicas, sociedades de economia mista, etc), também respondem objetivamente. Porem, se a fundação ou a sociedade de economia mista exerce atividade econômica, a responsabilidade é a que determina o código civil. A petrobras , em regra, é responsabilidade do código civil, mas se for derramamento de óleo no mar ,por ex,
por causar dano ambiental a responsabilidade é objetiva. Agente publicação nessa qualidade gera responsabilidade objetiva. Além disso, há duas regras: para a vitima a responsabilidade é objetiva, mas, para o agente há o direito de regresso contra o verdadeiro causador do dano,l desde que prove dolo ou culpa desse agente, então, para o agente a responsabilidade é subjetiva. 
Vitima ---------- Estado ( responsabilidade objetiva
O estado pode, na ação em que a vitima move contra ele, denunciar a lide ao verdadeiro causador do dano. Isso é permitido, mas a doutrina é contra, pois quando o estado denuncia o agente, deve-se
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RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS DO LEGISLATIVO E DO JUDICIÁRIO
Por atos do legislativo: a doutrina entende que, em regra, o estado nao responde por atos do legislativo, pois este faz leis que são para todos, assim, se em decorrência de uma lei ocorre um dano esse dano é para todos, nao havendo dano especifico e sim geral a abstrato, já que a lei é geral e abstrata. Porem há duas exceções:
1- lei de efeito concreto: é uma lei que tem efeito diferentes demais, nao produzindo efeitos gerais e abstratos e sim em casos específicos. Ex.: lei que determina desapropriação - atinge só o proprietário do bem que será desapropriado. Se essa lei causar dano aí sim o estado pode ser responsabilizado. São poucos os casos de lei de efeito concreto.
2- lei declarada inconstitucional: quem defende essa exceção diz que o legislativo deve criar leis constitucionais, portanto, se uma lei é declarada inconstitucional e essa lei causou dano, o estado pode ser responsabilizado. Mas para isso é preciso que essa lei tenha sido declarada inconstitucional pelo controle concentrado, portanto, com efeitos erga omnes.
Por atos do judiciário: em regra, o estado nao responde por atos do judiciário, pois o juiz deve ter liberdade de decidir de acordo com o convencimento dele. Mas há duas exceções, previstas na Cf, art. 5º, LXXV:
1- erro judiciário
quando a pessoa ficar presa além do tempo fixado na sentença. É muito comum.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Art. 37, par. 4º, CF e Lei 8.429/92
Ocorre quando o agente público, valendo-se de uma imoralidade pratica condutas de enriquecimento ilícito - art. 9º, lei 8429/92 (obtenção de vantagem econômica indevida), lesão ao erário - art. 10, lei 8429/92 (prejuízo ao erário - desvio de verbas publicas, etc) ou atenta contra os princípios da administração - art. 11, lei 8429/92 (basta ferir qualquer principio que já comete improbidade).
A improbidade por si só é um ilícito civil, tanto que quem o comete nao está sujeito a penas privativas de liberdade. Mas se fala em "crime de improbidade" porque é muito comum que o ato configure ilícitos civil, penal e administrativo (concomitância de instâncias), de modo que o agente será punido em separado nas três esferas, que, em regra, tramitam independentemente.
A improbidade, hoje, é apurada por ação civil pública.
Improbidade nao é a mesma coisa que imoralidade. A improbidade é mais específica - é sempre cometida através de um ato imoral (a moralidade é um principio, portanto, mais amplo). A moralidade é gênero e a improbidade é a efetiva real lesão contra o principio da moralidade.
Sanções 
Art. 37, par. 4º
São 4 as sanções possíveis:
1- perda da função publica: uma vez condenado o agente pode perder a função.
2- suspensão dos direitos políticos, pelo prazo estabelecido em lei, qual seja,
3- indisponibilidade de bens: é uma medida cautelar, que quem propõem ação de improbidade pede para que o agente nao disponha dos bens até que haja julgamento definitivo da ação de improbidade
4- ressarcimento ao erário
A lei regula essas sanções e traz outras.
Pela lei, quem dor condenado pelo art. 9º ficara com os direitos políticos suspensos de 8 a 10 anos; e/ou pagar multa de até 3 vezes a vantagem que ele obteve; e/ou ficar impedido de contratar com o poder publico por 10 anos.
Quem for condenado pelo art. 10, pode ter os direitos politicos suspensos de 5 a8 anos; sofrer multa de até 2 vezes a vantagem que obteve; e/ou ficar impedido de contratar com o poder público por 5 anos.
Já que for condenado pelo art. 11 pode ter os direitos políticos suspensos de 3 a 5 anos, sofrer multa de até 100 vezes a vantagem obtida, e/ou ficar impedido de contratar por 3 anos.
Todas as penas pode ser aplicadas ao mesmo tempo ou nao.
Sujeito ativo do ato (art. 2º da lei 8429/92)
- agente público
- terceiros que nao são agentes: desde que esse terceiro concorra ou induza o ato de improbidade, de modo que responde da mesma forma que o agente, podendo sofere todas as sanções, exceto a perda de função. Ele age como "co-autor".
Qualquer agente Pratica ato de improbidade, mas existem alguns agentes que pode, cometer crime de responsabilidade (lei 1079/50) - prefeito, governador, ministros de estado, ministros do STF, procurador geral da republica - de modo que, por exemplo, quando o presidente atenta quanto à probidade comete crime de responsabilidade. Quem comete crime de responsabilidade, somente responde por isso e nao responde pela improbidade (muito embora o correto seria ser responsabilizado pelos dois, haja vista que o crime de responsabilidade é infração politico-administrativa e a improbidade é ilícito civil, além de se esperar desses agentes muito mais probidade que dos outros).
Sujeitos passivos
- administração direta (união, estados, DF e municípios)
- administração indireta
- qualquer entidade que dependa de subvenção (repasse de verba), incentivos ou que receba ou administre verbas publicas (ex. ONGs)
- qualquer entidade que dependa de custeio publico com mais ou menos de 50% do erário.
Procedimento
- art. 14 - procedimento administrativo: qualquer cidadão que saiba de um ato de improbidade pode fazer uma representação / denuncia à autoridade competente para que o ato seja apurado.
- art. 17 - procedimento judicial: via ação civil publica, que é regulada pela lei 7347/85. Quem pode propor essa ação é o MP, a defensoria publica, a união, estados, DF e municípios, sociedade de economia mista, etc. Se o MP nao propõe ele atua como fiscal da lei (custos legis).
Prescrição - art. 23 lei
- para agentes com cargo em comissão, função de confiança, ou mandato o prazo prescricional é de 5 anos a contar do termino do mandato ou função.
- para agentes com cargo efetivo (concursado e estável) ou emprego publico o prazo prescricional é o mesmo previsto em lei para impor pena de demissão, que depende da legislação especifica de cada entidade (em são Paulo, coincidentemente, é de 5 anos)
- para terceiros a lei é omissa, assim, uma corrente fala que o prazo é o mesmo daquele agente ara quem ele concorreu, mas outra corrente fala que já que a lei nao prevê prazo, em regra, deve-se verificar no código civil o prazo que prescrevem as ações que nao tem prazo esperdício (10 anos), visto que a improbidade ē um ilícito civil.
O ressarcimento ao erário nao prescreve!!!!!!!!!!!!!! - art. 37, par. 5º. Se o agente morrer os herdeiros respondem pelo ilícito até o limite da herança.
____________________________________________________________________04/05/2012
BENS PÚBLICOS
art. 98, CC.
É um bem que pertence a uma pessoa jurídica de Direito Público Interno, ou seja, União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias, fundações de Direito Público, agências reguladoras. Os bens de uma empresa pública e da sociedade de economia são públicos (os quais não podem ser penhorados) se elas exercem serviços públicos e privados se exercem atividade econômica. Bem não afetado ao serviço público será penhorável.
CLASSIFICAÇÃO – ART. 99, CC.
Bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praça. São bens que sofreram um processo de afetação; ganharam uma finalidade prevista em lei. Todo bem que tem uma finalidade pública é um bem afetado. São inalienáveis enquanto manterem essa condição, pois poderão ser
desafetados, quando perdem a sua finalidade.
Bens de uso especial - Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; Destinados a um serviço específico da Administração Pública (fórum, prédio de administração do Tribunal de Justiça, veículos oficiais do TJ, por exemplo). Trata-se de bem afetado, pois receberam uma finalidade pública específica. São inalienáveis enquanto manterem essa condição.
III. Bens dominicais ou disponíveis - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Fazem parte do patrimônio da Administração, mas desafetados e, consequentemente passíveis de alienação. Não possuem finalidade específica.
REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS.
1. Inalienabilidade relativa:
Condições para a alienação de bens móveis:
a. Avaliação prévia
b. Justificativa
c. Licitação (leilão)
Condições para a alienação de bens imóveis:
a. Avaliação
b. Justificativa
c. Lei
d. Licitação (concorrência, em regra)
2. Impenhoráveis: Não podem sofrer execução em um processo de execução. A execução é satisfeita por meio de precatório (art. 100, CF).
3. Insuscetíveis de oneração: Sobre eles não podem recair obrigações reais (hipoteca, anticrese e usufruto).
4. Imprescritíveis: Não são suscetíveis de usucapião. Art. 183, §3º e 191, parágrafo único, CF. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por Usucapião.
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE.
1. Terras devolutas: São espécies de bens dominicais. São terras que, ou são públicas, ou são terras utilizadas pelos particulares, mas que não possuem a propriedade da terra, ou seja, o título (presume-se que a terra é pública). Estas terras pertencem ao Estado exceto aquelas que estão no art. 20, II, CF.
2. Terrenos de marinha: Preamar médio é o ponto da maré alta. Os terrenos de marinha são aqueles localizados dentro de 33 metros para a parte da terra, contados do preamar médio e que sofram a influência das marés. São de propriedade da União, mas pode-se transferir o domínio útil para o particular, mediante pagamento anual (foro). Enfiteuse: concessão do domínio útil destes terrenos ao particular. A enfiteuse, no Novo Código Civil, foi substituída pela concessão das terras para o domínio útil.
3. Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios - Art. 231, CF: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. São de domínio da União. Cabe à União demarcar tais terras e proteger tais terras. A posse permanente é dos índios; não só a posse, mas também o direito de usufruto dos bens naturais da terra (rios, lagos, mares, solo etc).
____________________________________________________________________16/05/2012
PROCESSO ADMINISTRATIVO
É um conjunto de atos coordenados tendentes a preparar uma decisão final da administração ou a resolver uma controvérsia na esfera administrativa. Licitação é um exemplo de processo administrativo. 
Princípios específicos que regem o processo administrativo
1- principio da oficialidade: significa que o processo administrativo é instaurado de oficio pela adm. Mas nao é só isso, também é impulsionar tal processo sem provocação.
2- principio da gratuidade: os processos administrativos, em regra, nao condenam em despesas, pois a adm é parte, então, nao onera muito a adm.
3- pluralidade de instancias: a parte prejudicada pode recorrer em quantas forem as instancias superiores. É o chamado recurso hierárquico.
4- contraditório e ampla defesa: (art. 5º, LV, CF) a adm deve respeitar o contraditório e a ampla defesa.
Espécies de processo administrativo
1- Processo administrativo disciplinar - PAD: art. 41, CF - cabe esse processo quando o servidor estável cometer falta grave e for punido com pena de perda do cargo. O servidor estável é aquele que prestou concurso, ocupa cargo efetivo e já cumpriu o prazo de 3 anos de estagio probatório.
A CF prevê 4 possibilidades de o servidor estável perder o cargo: (1) PAD em que se garanta ampla defesa e contraditório; (2) sentença judicial transitada em julgado; (3) processo de avaliação periódica do desempenho; (4) quando houver excesso despesa.
Estabilidade é diferente de vitaliciedade. Vitaliciedade é "mais forte", mas nao significa que nunca se perdera o cargo. Têm vitaliciedade os magistrados, membros do MP e ministros do tribunal de contas. Cargo vitalício é aquele que somente pode ser perdido por sentença judicial com transito em julgado; e tem período de estagio probatório de 2 anos.
2- Sindicância ou Inquérito administrativo: é um processo sumario, rápido e informal, podendo ser tocada por um servidor, uma comissão. A única coisa exigida é o contraditório e a ampla defesa. Serve para investigar / apurar determinado fato: se a adm nao sabe o autor do fato, como ocorreu, etc. Apurado o fato, caso queria aplicar penalidades leves (advertência, suspensão até 30 dias, multa), nao precisa instaurar o PAD, se nao, precisa do PAD
3- Verdade sabida: art. 271, par. Único, estatuto paulista (lei do adicionarmos públicos de SP): nao e mais aplicada por ter sido declarada inconstitucional, vez que o contraditório e a ampla defesa nao sao aplicados. Ocorre quando a falta é cometida na presença da autoridade competente para punir.
Coisa julgada administrativa
Quando se fala em coisa julgada administrativa, fala-se que a decisão da administração já é definitiva, nao cabendo mais recurso. Coisa julgada administrativa nao tem o mesmo efeito da judicial, pois a adm decide em um processo em que a adm é parte. Assim, mesmo essa decisão sendo definitiva no âmbito administrativo, a questão pode ser levada ao judiciário (art. 5º, XXX, CF), de modo que o judiciário o analisara, ao menos, quanto à legalidade e, se possível, quanto ao mérito (que só há em atos discricionários).
Lei 9.784/99
Regula os processos administrativos na esfera federal. É aplicada subsidiariamente no âmbito estadual e municipal.
Regras:
1- O art. 2º traços princípios aplicados ao processo administrativo. O parágrafo único fala expressamente nos princípios: oficialidade, gratuidade e publicidade. 
2- Ela limita na esfera federal o número de instancias para recurso até o máximo de tres.
3- pela lei os prazos processuais são contados da mesma forma que os prazos judiciais (exclui o dia do inicio e inclui o dia final)
4- na ausência de disposição prevendo quem será a autoridade competente para instaurar o processo, a instauração cabe à autoridade menor grau.
AGENTES PÚBLICOS
É qualquer pessoa física que presta serviços à adm com ou sem vinculo, com ou sem remuneração, de maneira transitória ou definitiva.
Categorias:
1- agentes políticos: são nomeados ou eleitos: presidente, governadores, prefeitos, vereadores, ministros de estados, secretários, etc.
2- militares: forcas armadas (militares federais), bombeiros e policia militar (estaduais)
3- particular em colaboração com o poder público: jurados, mesários (agentes honoríficos), agentes delegados (leiloeiros, tradutores, tabeliães, etc)
servidor público: servidores estatutários, tem cargo regido por estatuto, empregados públicos, tem emprego regido por CLT, servidores temporários (art. 37, IX, CF) - que tem função.
Cargo: é um conjunto de atribuições, criado por lei e regido por um regime legal.
Emprego: é um conjunto de atribuições, criado por lei e regido por um regime celetista.
Função: é um conjunto de atribuições, criado por lei, ao qual nao corresponde a cargo nem emprego. Pela CF há dois tipos de função: temporária (art. 37, IX); de confiança (art. 37, V, CF),
que é uma função para qual se chama alguém para exercer uma função de chefia, direção ou acessoramento, e por ser de confiança, é de livre nomeação e exoneração, mas para essa função de confiança só se pode chamar um servidor de carreira, ou seja, que já é concursado e já esta nos quadros da administração. Nao se deve confundir a função de confiança com o cargo em comissão, primeiro pq um é função e outro é cargo, segundo porque no cargo em comissão pode-se chamar qualquer pessoa. São exemplos de cargo em comissão: assessor de parlamentar, assessor de desembargador, ministros de estado.
____________________________________________________________________18/05/2012
DEMISSÃO X EXONERAÇÃO
Demissão: desligamento do cargo que ocorre com caráter de penalidade. Ocorre, por exemplo, quando o servidor comete uma falta grave.
Exoneração: desligamento do cargo sem caráter de penalidade. Pode ocorrer em 3 hipóteses:
A pedido do próprio servidor
Nos cargos que envolvem confiança: os cargos em comissão
Durante o estágio probatório. Se a avaliação for negativa ele pode ser exonerado.
Regras aplicáveis aos servidores públicos – Art. 37, CF
Acessibilidade a cargos, empregos e funções: brasileiros natos e naturalizados, estrangeiros na forma da lei podem ter acesso.
Obrigatoriedade de concurso público: é obrigatório somente para cargos e empregos, salvo os cargos em comissão.
Prazo de validade dos concursos: máximo de 2 anos prorrogáveis por igual período. Em 2010 o STJ decidiu uma questão de que se alguém passa em um concurso dentro do numero de vagas previsto, a pessoa tem direito adquirido de ser nomeado, dentro do prazo – o comum é impetrar MS dentro do prazo caso não seja nomeado.
Quando nomeia, nomeia com prioridade quem passou no primeiro concurso, caso abra 2 concursos para o mesmo cargo, pois isso é possível.
Há os cargos em comissão e as funções de confiança.
Direito do servidor Público civil de livre associação sindical (é um direito proibido para o militar das forças armadas)
Regra do direito de greve do servidor público civil (o militar não pode). Essa greve será exercida nos termos da lei específica (que não existe – por isso usa-se a lei de greve do trabalhador privado). O STF julgou mandado de injunção que disse haver omissão do congresso e por isso aplica-se a lei do trabalhador privado.
(prof. Pulou esse)
Servidor temporário
Sistema remuneratório: hoje há 2 sistemas:
Vencimento: é a parcela fixa + parcela variável. Não é mais regra porque essa parte variável sempre onerou muito o erário.
Subsídio: parcela fixa. Impede essa parcela variável (mas recebe 13º, 1/3 de férias, etc., porque não é considerado variável. O que não recebe são abonos, prêmios, etc.). – MP, Magistrados
Teto remuneratório: é o máximo de direito de receber. Também serve para aposentadoria e pensões.
Na união o teto remuneratório é o subsídio dos ministros do STF (hoje ± R$ 30.000).
No Estado: - Pode Executivo: teto é o subsídio dos governadores
- Poder Legislativo: teto é o dos deputados estaduais
- Poder Judiciário: o teto é o dos desembargadores do TJ, que por sua vez são limitados a 90,25% do subsídio dos ministros do STF. 
No Município o teto é o subsídio do prefeito.
(prof. Pulou essa)
(prof. Pulou essa)
(prof. Pulou essa)
(prof. Pulou essa)
 e XVII. Proibição de acumulação remunerada de cargos públicos. A regra é que se pode exercer um cargo na administração. Mas há exceções, desde que haja compatibilidade de horários, no limite de 2 cargos. São exceções:
2 cargos de professor
Cargo de professor + cargo técnico ou científico, ou seja, que depende de curso superior, especialização, curso profissionalizante, etc. ex. professor e tradutor; professor e pesquisador.
2 cargos ligados à área da saúde.
( Magistrados e membros do MP no 95, CF
E
|
P
P – P
E – P
E
|
P
E – P
L
I
M
P
E
Indisponibilidade e Supremacia são princípios doutrinários
ex. quando o setor privado não tem interesse; o Estado por vezes necessita exercer a atividade econômica para evitar abusos, equilibrar o domínio econômico. Ex. petrobras – exercida pelo poder público – evita monopólio, carteis, etc.
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