Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Desenhava-se, assim, a figura da União Estável: uma união natural entre homem e mulher, sem as formalidades e solenidades que cercam o Casamento Civil. o inevitável crescimento de famílias formadas desta forma, até então considerada ilegítima, fez com que a Constituição de 1988 reconhecesse a União Estável como uma das formas de instituir uma família dentro da nossa sociedade. Mas não bastou. A inevitável mudança nas relações sociais e o crescente número de questões na Justiça envolvendo direitos de casais homoafetivos, fizeram com que houvesse por parte de muitos o clamor por uma legislação que contemplasse os direitos adquiridos em tal tipo de união. No entanto, a atividade legislativa é complicada. Os deputados federais e senadores por nós eleitos, muitas vezes não querem se indispor com o eleitorado, pois isso poderia custar um novo mandato. Mexer com leis que tratam sobre direitos homoafetivos é mexer com valores éticos, morais e até religiosos da nossa sociedade. Nossa sociedade, sem dúvida nenhuma, mantém os padrões machistas e patriarcais oriundos do Direito Romano, base do nosso ordenamento jurídico. Logo, é muito mais fácil deixar o mesmo Estado decidir, porém através do seu Poder Judiciário tal questão. Sim, porque lembremos: quando batemos às portas do Poder Judiciário, pedimos para que o Estado "diga o Direito", seja ele qual for. E foi esta a razão que levou os nossos ministros do Supremo Tribunal Federal, de forma unânime, a reconhecer a possibilidade de uniões homoafetivas, baseado no Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (maior de todos os princípios existentes em nosso sistema jurídico), bem como no Princípio da Afetividade e na vedação a qualquer forma de discriminação, seja ela em virtude de cor, religião ou opção sexual. Ainda que tal questão suscitada neste exemplo envolva valores morais, éticos e religiosos, o direitonão confunde com tais valores, como veremos a seguir: DIREITO X MORAL É importante fazermos distinção entre valores jurídicos e valores morais. Nem sempre aquilo que é imoral, aquilo que fere padrões comportamentais e éticos dentro da nossa sociedade, tem repercussão na esfera jurídica. ~C)'\....c..-:...JJ.-,(}x).cL ~. Citemos como exemplo uma traição dentro de uma relação de namoro. O namoro não pressupõe nenhum dever de fidelidade: este é um desejo da sociedade, pois o que esta quer é que os padrões da monogamia sejam seguidos desde a época de namoro. C~~~~~'---'·J_ ., .--lv- •. _./. __0 •••• ~ •• } • 4.../ ••.......'--./ _.-'- A.r~~'v-J'_J,---" -e. " :..-~ _:-:'- ~ \...)-_\ \- (j--;._. .\