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3° Estágio Direito Empresarial II Prof: Márcio Cabral Aula dia: 08/05/2012 Órgãos da falência 1. administrador Judicial: A: características: O administrador judicial pode ser pessoa física, preferencialmente, advogado, economista, administrador ou contador que não tenha sido condenado por crime falimentar nos últimos 5 anos, a contar da extinção da punibilidade. Ou pessoa jurídica especializada, mas com a necessidade de indicação de um termo de compromisso da indicação de um indivíduo que fique responsável pela assinatura dos termos e atas de todo o processo, vedada a delegação de tais atos. O administrador judicial é considerado um elo de ligação entre os credores e o juiz, porque envia a 1ª correspondência dirigida aos credores comunicando a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial, o valor do credito atribuído, a natureza e a classificação ( geralmente essa correspondência é feita via A.R (aviso de recebimento)). Na falência o administrador judicial assume o controle da atividade empresarial e o falido é afastado indefinitivamente. Com a nomeação do administrador, todas as ações do falido terão suas intimações enviadas a este. O administrador judicial a partir de sua nomeação passará a ter o poder de abrir toda e qualquer correspondência endereçada aos de interesse da empresa. O administrador judicial poderá valer-se de acessória do falido, com valores a serem arbitrados pelo juiz universal. B. Vedações: Não poderá ser nomeado administrador quem se encaixar nas seguintes situações: 1. Aquele que foi destruído como administrador judicial ou integrante do comitê de credores nos últimos 5 anos. 2. Aquele que nos últimos 5 anos não prestou conta ao final da falência ou recuperação judicial. 3. Aquele que nos últimos 5 anos prestou conta, mas foram reprovadas. 4. Ele não pode ser parente até 3° grau, por afinidade ou consanguinidade. Ou dependentemente, amigo ou inimigo do devedor, administrador ou diligente. OBS: Se o administrador judicial for nomeado com inobservância de qualquer dos requisitos do art. 30, caput e 30, §1°, o MP, os devedores, ou qualquer credor poderá por meio de simples petição requerer a substituição do administrador judicial. C. Nomeação: C.1: Momento: quando dar-se-á a nomeação do administrador quando da prolação da sentença de decretação da falência ou do despacho de deferimento de processamento da recuperação judicial. C.2: Termo: Após a nomeação, por sentença ou despacho, o administrador judicial deverá comparecer a presença do juízo falimentar para assinar o termo de compromisso de bem e fielmente prestar todos os deveres do encargo, sob pena de substituição e anulação do ato de nomeação. D. Destituição X Substituição 1. Sanção. Não é sanção. 2. Impedimento para ser administrador ou membro do comitê. Não gera impedimento. 3. Perda da remuneração. Depende do motivo, se ocorrer por justa causa ele recebe a remuneração proporcional e na ausência de justa causa haverá perda de eventual remuneração proporcional. 4. Obrigação de indenizar (sempre). Pode gerar. 5. Exemplos de destituição: Ex., Específico - ausência de prestação de contas no prazo legal: Neste caso o juiz intimará o administrador judicial para sanar o omissão no prazo de 5 dias, sob pena de destituição, perda da remuneração e indisponibilidade do patrimônio do administrador. Exs: Substituição com justa causa: á nomeação por doença ou incompatibilidade posterior. Substituição sem justa causa: desincompatibilização por nova oferta de emprego. * 2 exemplo ( Genérico): Nos casos em que o administrador for negligente, omisso, agir com infringência à Lei ou causar prejuízo aos terceiros e ao devedor. E. Remuneração: A remuneração do administrador será fixada pelo Juiz num valor que obedecerá os seguintes critérios: 1° Capacidade econômica da massa falida na falência ou do devedor na recuperação judicial. 2° complexidade dos atos necessários à falência ou recuperação. 3° A remuneração habitualmente praticada nos mercado. A conjugação destes 3 critérios não pode resultar no arbitramento de valor superior a 5% do valor arrecadado para compor a massa falida. E. 1. Determinação pelo juiz: A Lei de falências prevê uma forma fixa de pagamento do administrador judicial no processo de falência, que consiste no adiantamento de 60% do valor arbitrado quando da venda dos bens e pagamento aos devedores, postergando o pagamento dos 40% restantes para a data da aprovação das contas prestadas pelo administrador ao final do processo de falência. já na recuperação judicial não há uma pré-fixada em lei, devendo haver uma consenso entre o juiz e o administrador judicial. A remuneração do administrador judicial possui na natureza jurídica de crédito extra-concursal, ou seja, não se submete à ordem preferencial do quadro geral de credores, devendo receber em 1° lugar. (art. 84, L.F.) Comitê de credores 1. Características: Nos termos do art. 12 da LF, o comitê é um órgão facultativo, restrito ás falências e recuperações de maior complexidade e capacidade econômica, pois apesar de seus membros não serem remunerados o devedor ainda tem que arcar com as despesas de reunião, atas e publicações de editais. Sua função principal é a fiscalizações de editais. Sua função principal é a fiscalização dos atos do administrador judicial e emitir parecer sobre todo e qualquer ato que seja apontado como negligente, omisso, vulnerado da lei ou causador de prejuízo a terceiros ou devedor. 2. Composição: 3. Classes: 1° credores trabalhistas ou Acidentários -> 1 titular + 2 suplentes 2° Credores com garantias reais e com privilégio especial -> 1 titular + 2 suplentes. 3 Quirografário e credor com privilégio geral -> 1 titular + 2 suplentes O processo de escolha dos membros titulares e suplentes ocorrerá através de votação na A.G.C, convocada de ofício pelo Juiz, pelo administrador judicial ou por pelo menos 25% dos créditos de uma determinada classe. Esta convocação se dará por publicação de edital em diário oficial e jornal de grande circulação com antecedência mínima de 15 dias, ordem ou matéria do dia e local, data e hora da instalação. Nesta hipótese de A.G.C promoverá a votação através da divisão dos créditos de acordo com a sua classificação, ou seja, em credor de crédito com classificação específica só vota na sua respectiva classe e não em todas. OBS: Após a eleição de 3 titulares do comitê, estes deverão escolher entre si aquele que irá exercer a Presidência do Comitê, cabendo ao administrador judicial diminuir quaisquer incidentes e no caso de sua incompatibilidade, caberá ao Juiz fazê-lo. OBS*: Existe a possibilidade de funcionamento de um comitê com apenas 2 classes, nos casos em que não existam créditos correspondentes a ma determinada classe ou quando tais credores não exercitaram seu direito de voto na A.G.C. Neste caso o comitê deverá deliberar por unanimidade e em caso de empate caberá ao administrador judicial resolver a questão e, em última análise, ao Juiz. OBS: Nas deliberações por maioria em que for reputado ao comitê ato lesivo, seus membros serão alvo de destituição e ação de reparação de danos. Aquele titular de crédito de determinada classe que foi voto vencido em deliberação do comitê só será exonerado de responsabilidade se consignar expressamente em ata a sua discordância. Assembleia Geral de Credores 1. características: É um órgão colegiado que réu credores de uma falência ou recuperação com interesses conflitantes, sobretudo pela diferença de classificação de sues créditos. Diante deste patamar, a lei de falências busca harmonizar estes interesses conflitantes através de votações que se darão, em regra, por maioria simples, ou seja, uma decisão baseada na maioria dos créditos presentes na A.G.C. Composição 3. classes: 1° credor trabalhista ou acidentário 2° credor com garantia real 3° Credor com privilégio especial com privilégio geral quirografário subordinado 2. Convocação: será convocada através de publicação de edital no diário oficial e em jornal de grande circulação, com antecedência mínima de 15 dias, da 1ª e 2ª convocação e com intervalo mínimo de 5 dias entre as mesmas, indicação dos documentos em poder do administrador judicial, dia/local/hora da abertura dos trabalhos e indicação de quem terá direito de voto na assembleia. 3. Instalação: Em 1ª convocação, a A.G.C só será instalada se presente mais de metade dos créditos de falência ou recuperação, e em 2ª convocação haverá instalação com qualquer quorum. O início dos trabalhos ocorrerá com a assinatura de cada um dos coredores na lista de presença . O administrador judicial, em regra, presidirá a A.G.C, devendo convocar um dos credores presentes para secretariá-lo. Ao final dos trabalhadores, deverá haver a confecção de uma ata com todas as ocorrências e votações da A.G.C, com a assinatura do administrador judicial, do devedor ou seu representante e 2 credores de cada classe, devendo ser remetida de 48H ao Juiz da causa. Exceção: Na A.G.C convocada para deliberar sobre a destituição do administrador, a presidência será exercida pelo credor detentor do maior crédito presente na assembleia, devendo convocar um outro credor para secretariá-lo. 5. Representação na A.G.C: O credor poderá ser representado por procurador para fins de exercício de voto se for juntado instrumento de mandato com antecedência mínima de 10 dias em relação a realização da A.G.C ou se no mesmo prazo indicar em que folhas dos autos já foi juntada a referida procuração. Também existe a possibilidade de representação do credor pelo respectivo desde que haja autorização expressa em favor da entidade juntada aos autos no prazo de 10 dias antes da A.G.C. OBS: O credor que for filiado a mais de 1 sindicato deverá indicar qual possui poderes para representa-lo. sob pena de não exercer direito de voto na A.G. C e terá que fale-lo no prazo de 48 horas antes da A.G.C. 1. Direito a voto (votação): Regra geral: Na A.G.C em regra as votações são decididas pela maioria simples dos créditos da falência ou da recuperação, independentemente de qualquer coro por classe de credores. Exceções: 1° exceção: a votação para a composição do comitê de credores: Nesta votação os credores serão reunidos na assembleia geral mas cada credor só poderá para eleger o representantes titular e suplentes da classe de compreender o seu credito. 2° exceção: A votação em A.G.C para a aprovação ou reprovação do plano de recuperação judicial. Poderá se dar pela votação e aprovação por maioria simples em cada uma das classes de credores independentemente de mais da metade dos creditos da falência ou recuperação como um todo. 3° exceção: É possível que os credores sejam convocados para se reunir em A.G.C para deliberar sobre a aprovação de um modo de alienação diversa dos bens da empresa por parte do administrador judicial, com a necessidade de aprovação por um percentual mínimo de dois terços dos créditos presentes na A.G.C ( quorum qualificado). 2. Ata da A.G.C: Ao final da realização da A.G.C será lavrada uma ata com todas as ocorrências e o resultado da votação com a assinatura do administrador judicial do devedor ou seu representante legal e as assinaturas de dois credores de cada classe devendo a ata ser datada e enviada ao Juiz no prazo de 48 horas. 3. Possibilidade de invalidação da A.G.C: Por força do artigo 39§2° nenhuma assembleia geral já realizada poderá ser invalida com base em objeções ou ações autônomas baseadas na correção do valor,classificação ou natureza do credito, sendo considerada um ato jurídico perfeito ( tempus regit actum). Já nos termos do art. 39 §3° da LF, é possível a realização de procedimento de invalidação da A.G.C desde que o motivo ou causa de pedir seja diverso da pretensão de alteração do valor da classificação ou natureza dos créditos, resguardado o direito conferido por votação a eventuais terceiros de boa-fé. OBS:De acordo com Art. 40 da LF é vedada qualquer pretensão de adiamento de A.G.C já convocada com base na discussão sobre a existência de valor, classificação ou natureza de crédito. Esta disposição possui constitucionalidade duvidosa se confrontada com princípio da inafastabilidade de jurisdição ( art. 5° Inc 35 da CF). Recuperação judicial: 1. Legitimidade: Estão legitimados para requerer recuperação o empresário individual ou sociedade empresária, o cônjuge sobrevivente o inventariante, os herdeiros universais ou singulares e os sócio remanescente de sociedade empresaria. 2. Requisitos: Requisitos requerer recuperação judicial: 1° Funcionamento regular a pelo menos 2 anos ( terá que juntar certidão e escrituração de livro comerciais emitidos e autenticados respectivamente pelo junta comercial). 2° Não ser falido ou se já foi ter suas responsabilidades extintas por sentença. 3° Não ter sido beneficiado com recuperação judicial nos últimos 5 anos. 4° Não ter sido beneficiada por recuperação judicial especial ( para micro e pequenas empresas) nos últimos 8 anos. 5° Não ter sido condenado por crime falimentar e não ter administrador controlador ou dirigente com condenação nos últimos 5 anos a contar da extinção da punibilidade. 3. Critérios sujeitos à A.R.J ( 49, §2°, LF): Serão submetidos a recuperação judicial as dívidas vencidas ou vincendas quando do despacho de deferimento do processamento da recuperação judicial. Os creditos constituídos em momento posterior ao despacho judicial não estarão submetidos ao regime de recuperação e seu pagamento será assegurado ( pela natureza de credito extraconcursal e de lhe conferida, ou seja, receberam, em caso de falência, antes do pagamento do quadro geral de credores. 4. Coobrigados: A partir do despacho de deferimento do processamento da recuperação judicial ou da sentença de falência o credor cujo o crédito esta garantido por aval ou fiança possui a faculdade de se habilitar no Q.G.C ( quadro geral de credores) ou cobrar o valor do seu credito diretamente ao avalista ou fiador, cabendo a este se efetivamente pagar a dívida intentar habilitação no quadro geral de credores pois a partir do pagamento se sub-roga nos creditos do credor originário. Creditos não sujeitos a recuperação judicial: Determinador creditos ainda que decorrentes de contratos celebrados antes do deferimento do processamento da recuperação, não estarão submetidos as regras desta, sendo os seguintes: Creditos decorrentes de alienação fiduciária em garantia de bens móveis e imóveis ainda que constituídos em regime de incorporação imobiliário, creditos decorrentes de contratos de arrendamento mercantil, creditos decorrentes de contrato de compra e venda com reserva de domínio, credito decorrentes de contratos de promessa de compra e venda registrados em cartório com cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade e por fim os contratos de adiantamento de câmbio. Também não estão sujeitos a suspensão por 180 dias prevista na recuperação judicial das ações, execuções, e respectivas prescrições. Entretanto se o bem for considerado essencial ao funcionamento da atividade empresarial não poderá ser alvo de penhora e busca e apreensão. Pelo mesmo prazo de 180 dias. Plano de recuperação judicial: 1. Prazo: O devedor em recuperação terá o prazo improrrogável de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial sob pena de convolação imediata em falência. 2. Providências: A lei de falências no seu artigo 50 prevê um rol exemplificativo de medidas de recuperação a serem previstas no plano e submetidas ao crivo dos credores em A.G.C. Estas medidas compreendem a possibilidade de cisão, incorporação, fusão ou criação de sociedade subsidiárias, a possibilidade de aumento do capital social por investimento do próprio devedor dos seus sócios e de abertura do capital em bolsa de valores, criação de sociedade de propósitos específicos, diminuição de jornada de trabalho e redução salarial desde que aprovados em acordo ou convenção coletiva, possibilidade de atribuir aos credores direito de voto em separado para eleger administradores e controlares de sua confiança, possibilidade de conferir direito de veto aos credores, possibilidade de dilatar prazos e modificar condições de juros e encargos financeiros, possibilidade de conferir parcela de administração da empresa aos credores trabalhistas e possibilidade de alienação de unidades produtivas por estabelecimentos sem que o adquirente assuma o passivo tributário e trabalhista. Elementos do plano: 1° O devedor recuperante deverá descrever de maneira por menorizada cada uma das medidas previstas no artigo 50 da lei de falências especificando os credores atingidos por tais medidas. 2° O devedor deverá descrever os efeitos econômico financeiros advindos da aplicação das medidas supracitadas (as do artigo 50). 3° O devedor também deverá anexar ao plano um laudo descritivo do valor dos bens e dos ativos subscrito por empresa de auditória especializada. OBS¹: A vinculação ao prazo de 1 ano: Neste prazo deverá obrigatoriamente estar previsto no plano de recuperação o pagamento dos credores decorrentes de acidente de trabalho. Na ausência desta disposição este plano sequer será submetido a A.G.C. OBS²: Prazo de 30 dias: Neste prazo o plano deverá prevê o pagamento dos credores trabalhistas que possuam um credito no valor de até 5 salários mínimos vencidos nos últimos 3 meses. OBS³: Garantia de direito real suprimidas (art. 59, LF): O plano de recuperação poderá prevê a diminuição ou supressão de tais garantias, desde que o credor manifeste concordância. OBS4: Alienação de filiais: O devedor em recuperação desde que em regime de recuperação judicial ou em procedimento falimentar poderá alienar um ou mais estabelecimentos sem que adquirente assuma o passivo tributário e trabalhista. Votação do plano: Regra geral: (ART. 45, L.F): Nos termos do artigo 45 da Lei de Falências o plano de recuperação judicial será alvo de deliberação em A.G.C quando houver a apresentação de objeção de pelo menos 1 credor no prazo de 15 dias a contar da apresentação do plano, hipótese em que a votação ocorrerá por classes da seguinte maneira: Na 1ª classe (trabalhistas + acidentários) O devedor necessitara da aprovação da maioria simples per capita , ou seja, para esta classe não interessa o montante do credito de cada componente. Já na 2ª Classe ( Credores com direito real de Garantia) O devedor necessitara da aprovação pela maioria simples per capita e pela maioria simples de todos os creditos pertencentes a classe. Por fim na 3ª Classe também deverá aprovar o plano de recuperação através da maioria simples per capita e da maioria simples dos creditos que compõe a classe. OBS: O plano de recuperação poderá ser aprovado com ou sem alterações, mas existindo alterações será necessária a anuência do devedor. Exceção: ( art. 58, §1° da L.F) Pode acontecer que o devedor obtenha a provação da primeira classe, pode ser que o devedor obtenha da segunda classe, mas pode ser que ele tenha o seu plano reprovado. Nesse caso o Juiz pode deferir a recuperação judicial, a revelia da assembleia. Tendo alguns requisitos. » O artigo 58, §1° da L.F prevê a excepcional hipótese de aprovação do plano por ato do Juiz desde que presentes os seguintes requisitos: Aprovação do plano de recuperação em duas classes ou em apenas uma quando a assembleia for formada por apenas duas classes, aprovação com ou sem alterações do plano com percentual mínimo de mais da metade dos creditos presentes em assembleia (maioria simples), aprovação de pelo menos ⅓ dos creditos representes a classe que reprovou o plano e ausência de prejuízo ou tratamento diferenciado para os credores ausentes ou que votaram contra a aprovação do plano. 2. Certidões Após a aprovação do plano pela A.G.C ou pelo Juiz o devedor será intimado para em 30 dias apresentar certidões tributárias negativas, Federais, Estaduais e Municipais ou certidão positiva com efeito negativo nos casos de parcelamento do credito tributário. 3. Encerramento da Recuperação Após a apresentações das certidões pelo devedor o Juiz deferira a recuperação judicial através de decisão interlocutória atacável por agravo de instrumento sem efeito suspensivo. A partir do deferimento o Juiz no prazo de 2 anos, se cumpridas todas disposições pelo devedor sentenciara o encerramento da recuperação. OBS: O plano de recuperação pode prevê um prazo superior a 2 anos e transcorrido este prazo as dívidas documentadas no plano serão consideradas titulo executivo judicial ( art. 475-J III, CPC) cabendo ao credor escolher em caso de inadimplemento, a interposição de execução individual ou uma ação ordinária de pedido de falência. Falência 1. Hipóteses: 1ª Hipótese: Impontualidade injustificada ( art. 94, Inc. I, LF): Ocorre quando o devedor deixa de quitar dividas representadas por um título ( Letra de cambio, cheque, nota promissória, duplicata), com valor superior a 40 salários mínimos, com extração do protesto e ausência de justa causa a ser invocada pelo devedor (Por exemplo, prescrição do título, pagamento, novação, compensação, parcelamento, fraude, falsidade documental, etc...) Esta hipótese narra a possibilidade de vinculação de uma ação autônoma na qual o devedor será citado nos termos do art. 219 do CPC, para no prazo de 10 dias adotar uma das seguintes condutas: 1ª Conduta: Requerer recuperação judicial no prazo de defesa. Neste caso o Juiz se presentes os requisitos da recuperação deferira o seu processamento ou decretará de imediato a falência na ausência dos requisitos. 2ª Conduta: O devedor poderá contestar o pedido e requerer produção de provas e concomitantemente promover o depósito elisivo (Valor cobrado acrescido de custas, juros de mora, correção monetária e honorários de advogado). Se a contestação não for capaz de elidir a pretensão do autor, o Juiz não decretará a falência, mas autorizará o levantamento do deposito pelo autor. Já no caso de ser a contestação suficiente para impedir a pretensão do autor o Juiz julgará a ação improcedente (art. 269 Inc. I do CPC) mas também autorizará a devolução do deposito ao devedor. O devedor da ação originária também poderá interpor ação autônoma para apurar dolo, culpa ou ma fé e pleitear danos morais e matérias. 3ª Conduta adotada pelo Réu: O devedor, alvo do pedido de falência, poderá apenas contestar o pedido sem depósito elisivo. Neste caso o Juiz irá apreciar os argumentos da contestação e julgando-os inconsistente, sentenciará a falência, assim como poderá julgar os fundamentos da contestação idôneos para tornar o pedido de falência improcedente, determinando o pagamento de custas e honorários pelo autor. Neste caso ainda é possível a interposição de execução autônoma pelo devedor para apurar eventual dolo culpa ou má-fé e pleitear reparação de danos. 2ª Hipóteses: Frustração de execução (art. 94, Inc., II da L.F): Ocorre nos casos em que o credor de título de qualquer valor interpôs execução individual e teve esta execução frustrada por ausência de pagamento no prazo legal e ausência de nomeação de bens a penhora. Neste caso o exequente poderá requerer um certidão no juízo da execução e utilizar este documento para instruir uma ação ordinária de pedido de falência. 3ª Hipótese: (art. 94 Inc. III da L.F): Pratica de atos fraudulentos: A nova lei de falências consagra um rol de condutas consideradas prejudiciais aos credores e com caráter fraudulento ainda que não tenho havido intenção inicial. São as seguintes hipóteses: - 1ª Hipótese: Alienação, diferente do modo estipulado em contrato anterior. 2ª Hipótese: pagamento de dívida vencida, de forma diversa da contrata ou pagamento antecipado de dívidas ainda não vencidas. 3ª Hipótese: Trespasse irregular ( contrato de alienação irregular). 4ª Hipótese: Mudança de sede da empresa por atos simulado, com intenção de fraudar o fisco e os credores. 5ª Hipótese: Mudança de negocio jurídico através de ato simulado por meio do qual o devedor busca esvaziar o seu patrimônio e fraudar credores. 6ª Hipóteses: Quando o devedor se ausenta de seu domicílio sem deixar procurador representante legal sem autorização ou sem recursos para quitar as dívidas do devedor representado. 7ª Hipótese: Quando o devedor estipular a pratica de negocio jurídicos gratuitos com potencial para torna-lo insolvente. Nestas hipóteses o devedor será citado para no prazo de 10 dias contestar os atos imputados através de qualquer meio de prova admitida em direito assim como requerer produção de provas em audiência. Nesta hipótese é vedado o deposito elisivo porque a maioria das praticas acima descritas configura crime falimentar e a possibilidade do referido depósito poderia abrir uma brecha para que o devedor que cometeu tais ilícitos pudesse escolher entre responder pelo crime ou pagar pela extinção da punibilidade. 2. Sentenças: 2 espécies de sentença Declaratória de falência: A sentença declaratória de falência possui na verdade natureza constitutiva pois este ato judicial importa na suspensão das atividades do falido, nomeação de um administrador judicial e realização do ativo para pagar o Q.G.C. Esta sentença possui natureza de encerramento de uma fase e é atacável por agravo de instrumento no prazo de 10 dias a contar da intimação, com a possibilidade de obtenção de efeito suspensivo junto ao relator do recurso, permitindo que a empresa continue em funcionamento até o julgamento definitivo do agravo. Denegatória de falência: Sentença denegatória de falência: Esta decisão extingue o processo com ou sem julgamento de mérito e desafia recurso de apelação com efeito apenas devolutivo. 3. Recursos: vide sentença Recuperação Judicial especial: Esta modalidade de recuperação aplica-se as micro e pequenas empresas. ( As micro e pequenas empresas são regidas pela lei complementar 123/06). Micro empresa é aquela cujo o faturamento anual vai até duzentos e quarenta mil reais e a pequena empresa e aquela cujo o faturamento fica entre duzentos e quarenta mil e um centavo e um milhão e duzentos mil por ano. 1. Características: Esta modalidade de recuperação não precisa de aprovação do plano pela assembleia geral de credores, em regra, bastando o deferimento pelo Juiz da causa. Esta modalidade de recuperação exige o preenchimento dos mesmos requisitos da recuperação ordinária. 2. Plano de recuperação: O plano de recuperação só abarca os creditos quirografários, com possibilidade de parcelamento em até 36x, com juros de 12% ao ano e com pagamento da primeira parcela em até 180 dias. 3. Peculiaridades: 1ª: Não haverá suspensão das ações, execuções e respectivas prescrições dos creditos não compreendidos por esta espécie de recuperação. 2ª : Contratação de mais funcionários e aumento de despensas deverão ser autorizadas pelo Juiz até o fim desta recuperação. OBS: Objeções: Se houver, objeção de mais de 50% dos credores quirografários, o Juiz será obrigado a convocar a receita A.G.C. Recuperação Extrajudicial 1. Características: Consiste na reunião do devedor com os credores de sua escolha para ajustar novos termos e prazos de pagamento, com a posterior homologação de tais acordos pelo Juiz da vara de falências ou aqui em João pessoa da Vara de feitos especiais. 2. Homologação: 2 espécies de homologação: 1. Ocorre quando o devedor consegue a assinatura no termo de acordo de todos os credores ou seus representantes. 2. Ocorre quando o devedor consegue mais de 3/5 dos seus representantes, necessitando da autorização do Juiz para o deferimento desta recuperação. 3. Créditos excluídos: Exceção: Creditos trabalhistas, creditos fiscais, creditos decorrentes de alienação fiduciária em garantia, creditos decorrentes de arrendamento mercantil, decorrente compromisso de compra e venda com cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade, creditos de contrato de compra e venda com reserva de domínio, contrato de adiantamento de cambio e de regime de incorporação imobiliário. 4. Modos de aprovação: Na primeira hipótese, o Juiz aprovará através de mera petição inicial subscrevendo o acordo, as assinaturas dos credores, e a justificativa do acordo. Já na segunda hipótese será necessária a justificativa para o acordo, a documentação relacionada ao exercício contábil, demonstrações financeiras, fluxo de caixa e estimativa, assim como a comprovação dos poderes para transigir por parte em que assinou o acordo. Os credores no prazo de 30 dias poderão impugnar a homologação por base nos seguintes argumentos: 1° argumento: ausência de concordância de mais de 3/5 dos credores. 2° argumento: ausência de poder para transigir por parte de quem assinou o acordo.