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sLEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA AULA 05 A regra geral é que o Contrato de Emprego seja por prazo indeterminado, e considerando o Princípio da Continuidade da Relação de Emprego existe o momento de iniciar o contrato, mas não se sabe quando terminará. Sendo assim, indagamos: se ele foi feito para durar, será que é um contrato imutável e não pode sofrer alterações? A resposta é muito clara e precisa, estando à disposição de todos no artigo 468 da CLT, que estabelece a seguinte regra: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a Alteração das Respectivas Condições, por motivo Mútuo consentimento e , ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula Infringente desta garantia. Desta forma, há duas condições para a Alteração do Contrato de Trabalho: Ser bilateral, isto é, ter a concordância de ambas as partes, o que, como veremos depois, não é uma regra absoluta, já que dependendo da necessidade do serviço e de sua extensão a alteração poderá ser unilateral, dentro do Jus Variandi do empregador. Não causar prejuízos diretos ou indiretos ao Trabalhador, condição esta absoluta. Pela análise dos detalhes das condições previstas no Art. 468 da CLT, as Alterações podem ser: Subjetivas (mais raras) Objetivas (mais comuns) ALTERAÇÕES SUBJETIVAS dizem respeito aos sujeitos, isto é, empregador e empregado. Quanto ao empregador, na hipótese de morte do empregador ou sucessão do Negócio , os direitos do trabalhador e seus contratos ficam preservados (Ver Arts. 10 e 483 da CLT). Quanto ao empregado, considerando que o Contrato de Emprego é personalíssimo, como regra básica o empregado não pode ser substituído, salvo em casos excepcionalíssimos e com o consentimento expresso do empregador. ALTERAÇÕES OBJETIVAS São as mais comuns e dizem respeito ao objeto de contrato, que é a base de nosso estudo. Exemplos: Remuneração; Quantidade de Trabalho; Local da Prestação; Turno, etc. ALTERAÇÃO UNILATERAL Como vimos, a regra é que a Alteração seja Bilateral; mas esta regra não é absoluta, já que cabem exceções nas hipóteses ou chamado Jus Variandi. Jus Variandi: São possibilidades de pequenas alterações unilaterais por parte do empregador com base no seu poder de direção, que, por necessidade do serviço e sem causar prejuízos ao empregado, podem ser feitas; por exemplo, nas hipóteses de alteração de horário, de função, de local da prestação (provisoriamente), etc. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO As duas principais obrigações do Contrato de Trabalho são: • trabalhar, para o empregado; • pagar o salário, para o empregador Ex: • Suspensão Disciplinar até 30 dias (Art. 474 da CLT). • Suspensão para participar de curso profissionalizante, prevista no Art. 476 da CLT, muito usada durante a crise atual. • Licenças não remuneradas. • Trabalhadores durante uma greve. • Empregado eleito dirigente sindical, nos termos do Art. 543 da CLT • Durante o alistamento para o serviço militar obrigatório, hipótese em que existe a contagem de tempo de serviço e o consequente recolhimento do FGTS. • Acidente de Trabalho e Doenças, após o 15º Dia. Nestes casos há contagem de tempo de serviço e recolhimento. • Faltas injustificadas. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Na Interrupção, ou Suspensão parcial, o trabalhador NÃO presta serviços (não trabalha), mas recebe seu salário, sendo devidos todos os encargos pelo empregador. Alguns exemplos de Interrupção: A Duração do trabalho é um sistema que compreende a regulação dos períodos de trabalho (Jornadas) e períodos de descanso. Na jornada, entre as jornadas, semanal (RSR) e anual (ou férias). O sistema de Duração do trabalho tem por base fatores econômicos, biológicos e sociais, com o objetivo de equilibrar o desgaste físico e mental com momentos de repouso. O fator biológico se baseia na reposição do desgaste físico. O fator econômico se baseia no aumento da produtividade. As pessoas descansadas produzem mais e nos períodos de descanso consomem bens e serviços. O Fator social possibilita o empregado conviver com a família e com a sociedade. JORNADA DE TRABALHO Estudaremos a Jornada Diária, a Jornada Semanal, as Jornadas Especiais, os Turnos Ininterruptos de revezamento e as Formas de Prorrogação da Jornada, abordando o Sistema de Compensação e o chamado Banco de Horas. JORNADA DIÁRIA E SEMANAL: Algumas profissões, como bancários, motoristas, telefonista, ascensorista e outras têm jornada especial; alguns deles de 6 horas, diária prevista pela CLT, Título III das normas especiais de Tutela do Trabalho, artigos 224 a 371 e Legislação Específica. JORNADAS ESPECIAIS: O Art. 7 Inciso XIII – Estabelece a Jornada de 8 horas Diárias e 44 horas Semanais exceto para profissionais que por suas peculiaridades tenham jornada menor. No mesmo sentido é o artigo 58 da CLT. A Jornada diária /semanal poderá ser reduzida através de acordo ou convenção coletiva. Embora não previstos na Legislação, a a Jurisprudência do TST, por ser mais benéfico ao trabalhador tem admitido, mediante acordo ou convenção coletiva, a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO O Artigo 7 inciso XIV da Constituição Federal determina que nas empresas que adotam o turno ininterrupto de revezamento, para empresa que trabalha ininterruptamente (24 hs por dia, 7 dias por semana) a Jornada Diária será de 6 horas, salvo Acordo ou Convenção Coletiva. O tempo de Ida e Volta ao trabalho não é considerado na Jornada, SALVO se for local de difícil acesso, não servido por transporte público e o empregador fornecer a condução. PRORROGAÇÃO DA JORNADA • Com pagamento - O artigo 59 da CLT e artigo 7º, inciso XIV da Constituição Federal determina que mediante acordo escrito, individual ou coletivo, a Jornada diária poderá ser prorrogada em até 2(duas) horas, mediante pagamento das horas excedentes em valor no mínimo 50% superior ao da hora normal. • Mediante compensação ou Banco de Horas - o § 2º do artigo 59 da CLT determina que poderá ser dispensado o acréscimo salarial se, mediante acordo ou convenção coletiva, o excesso das horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais previstas, nem seja ultrapassado o limite de 10 (dez) horas diárias. • Necessidade Imperiosa – Art 61 – CLT Por motivo de força maior devidamente comprovada ou para realizar ou concluir serviços inadiáveis cuja inexecução acarreta fortes prejuízos à empresa, a jornada poderá excepcionalmente ser prorrogada em até ao máximo 12 horas diárias, mediante pagamento de no mínimo 50% sobre a hora normal e comunicação à superintendência regional do trabalho SRT da localidade, no prazo de 10 dias. TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE JORNADA Alguns profissionais não estão sujeitos no controle de horário, nem recebem horas extras. INTERVALOS OU PERÍODOS DE DESCANSO • Quando a Jornada de trabalho for superior a 6 horas o trabalhador terá direito a um intervalo de no mínimo 1 hora e no máximo 2 horas para descanso e alimentação. • Quando a jornada for superior a 4 horas e inferior a 6 horas o empregado terá 15 minutos de intervalo. Em jornadas inferiores a 4 horas não há intervalo. Esse intervalo poderá ser reduzido em situações especiais mediante autorização prévia do Ministério do Trabalho ou prorrogado mediante Acordo ou Convenção Coletiva. DIAS DE FÉRIAS O período de férias dependerá de quantos dias o empregado faltou sem justificativano período aquisitivo, na seguinte proporção (Art. 130 da CLT): Mais de 32 faltas injustificadas - o empregado perde o Direito às Férias. PERÍODO CONCESSIVO Após os 12 meses do período aquisitivo, o empregador terá os 12 meses subsequentes para, no momento que achar apropriado, conceder as férias ao trabalhador. Somente em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em 02 ( dois ) períodos, hipótese em que um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias. Os maiores de 50 anos e menores de 18 não poderão ter suas férias divididas em 2 períodos, nem em casos excepcionais. PAGAMENTO EM DOBRO: Se o empregador conceder as férias após os 12 meses do período concessivo, terá que remunerá-las em dobro. COMUNICAÇÃO E PAGAMENTO: O empregador deverá comunicar ao empregado com antecedência mínima de 30 dias o dia do início do gozo das férias e pagá-las até 2 dias antes deste dia. ABONO DE FÉRIAS O empregado poderá “vender” 10 dias de férias, convertendo-os em abono (CF 88) desde que o requeira até 15 dias antes do término do seu período aquisitivo. FÉRIAS COLETIVAS As férias coletivas estão previstas no Art. 139 da CLT, facultando ao empregador concedê-las, em até 2 períodos, a todos os empregados ou a alguns setores da empresa, devendo comunicar o fato ao Sindicato dos Trabalhadores e ao Ministério do Trabalho – SRT, no prazo mínimo de 15 dias, fazendo o mesmo com os trabalhadores envolvidos. O empregado só poderá entrar de férias após apresentar sua CTPS para lançamento das férias e atualização. PERDA DO DIREITO ÀS FÉRIAS De acordo com o artigo 133 da CLT, o empregado perderá o direito às férias se, durante o seu período aquisitivo, incorrer em uma das 4 hipóteses ao lado: Aula 06 A CLT trata o Término do Contrato genericamente como rescisão do contrato. Porém, na teoria e no mundo jurídico, as causas do fim do contrato são a Caducidade, a Resilição, a Resolução e a Rescisão em si. O gesvtor deve conhecer as características de cada um desses termos para poder se comunicar adequadamente com os operadores do Direito. Posteriormente analisaremos o Aviso Prévio, a Estabilidade e seus reflexos no FGTS após a CF 88. Conheça agora algumas formas de Término do Contrato. Clique nos botões para ver cada uma delas. • CADUCIDADE: É o término do contrato por ter esgotado suas funções jurídicas. Exemplos de Caducidade: Morte do empregado, força maior, término do contrato por prazo determinado, fim da empresa. • RESILIÇÃO: Tem por fundamento a palavra VONTADE do empregador, do trabalhador ou de ambos. Esta última hipótese é denominada Destrato. • RESOLUÇÃO: Tem por fundamento a palavra culpa ou ato faltoso que pode ser do empregado, do empregador ou de ambos. • RESCISÃO: Embora a CLT chame todas as formas de término do contrato de Rescisão, teoricamente ela só ocorreria quando existisse a nulidade do Contrato. ASPECTOS DA EXTINÇÃO POR RESOLUÇÃO OU POR CULPA Feitos esses esclarecimentos, analisaremos alguns aspectos da Resolução, que é a forma de extinção ou término do contrato que pode trazer mais consequências, pois as hipóteses terão que ser comprovadas, principalmente na justiça trabalhista. O empregador, como parte de sua capacidade de direção, tem o poder de disciplinar o trabalhador, uma vez que este lhe está subordinado. Desta forma, o empregador poderá aplicar as seguintes penalidades ao empregado, dependendo da gravidade ou repetição da falta cometida: A) Advertência Verbal ou Escrita. B) Suspensão Disciplinar prevista no Art. 474 da CLT. C) Demissão por Justa Causa nas 13 hipóteses previstas no Art. 482 da CLT, que analisaremos a seguir. Por outro lado, o empregador também pode cometer faltas graves, agindo com culpa. Nesse caso, a CLT determina Rescisão Indireta ou Dispensa Indireta nas hipóteses previstas no Artigo 483 da CLT. O empregado considera resolvido ou rescindido seu contrato e o empregador tem de lhe pagar todos os diretos inerentes à dispensa sem justa causa, como analisaremos posteriormente. Conheça algumas hipóteses de Justa Causa previstas do Art. 482 da CLT na tela seguinte. - Ato de Improbidade ou Desonestidade. Ex.: Informação indevida sobre vale-transporte para tirar vantagem, desfalque, furto, etc. - Incontinência de Conduta ou Mau Procedimento. Ex.: Assédio sexual, atos pessoais que prejudiquem a moral. - Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço. - Condenação criminal, transitada em julgado, quando não houver suspensão da pena. Obs.: não há ligação ao fato criminoso, mas havendo a condenação sem suspensão da pena, o trabalhador ficará preso e não poderá trabalhar. - Desídia no desempenho da respectiva função. Ex.: Trabalhar REITERADAMENTE com negligência, imprudência, má vontade, desinteresse, desatenção, apesar de advertido. - Embriaguez habitual ou em serviço. - Violação de Segredo da Empresa. Ex.: Divulgar material confidencial ou que sejam segredos da empresa. - Ato de Indisciplina ou Insubordinação Ex.: Indisciplina é descumprir regulamentos ou ordens gerais da empresa, como horários. Insubordinação é não cumprir ordens ou determinações da chefia. - Abandono de emprego. Ex.: Faltar sem justificativa por mais de 30 dias consecutivos. - Ato lesivo da honra ou boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em legítima defesa própria ou de outrem. Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir colegas ou clientes no trabalho, o que gera Dano Moral para o ofendido, salvo em legítima defesa, própria ou de terceiro. - Ato lesivo da honra ou boa fama ou ofensas físicas praticados contra o empregador ou superior hierárquico, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir o superior hierárquico, em serviço ou fora dele. - Praticar jogos de azar. Ex.: Jogar por dinheiro de forma habitual e constante: jogo do bicho, cartas, dominó, etc. NOTA: Ocorrendo a Justa Causa, o empregado só terá direito ao saldo de Salário e Férias não gozadas. DISPENSA INDIRETA OU JUSTA CAUSA PRATICADA PELO EMPREGADOR A CLT chama de Rescisão Indireta as faltas graves praticadas pelo empregador, que possibilitam ao empregado considerar extinto o contrato e receber em juízo seus direitos relativos à dispensa SEM justa causa. • Exigir do empregado serviços superiores às suas forças ou capacidades, proibidos pela Lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. Ex.: Colocar o empregado para exercer uma função para a qual não tem conhecimento nem foi treinado, como determinar que um motorista seja vendedor. • Expor o trabalhador a risco de grave perigo ou mal considerável. Ex.: Exigir que o trabalhador trabalhe em local com risco de vida, ou altamente insalubre, sem equipamentos de proteção. • Tratar o empregado com rigor excessivo. Ex.: Quando o empregador tolera alguns atrasos de todos os trabalhadores, mas com um determinado empregado não tem qualquer tolerância nem aceita qualquer justificativa. Tal procedimento pode caracterizar assédio moral. • Não cumprir as obrigações do contrato. Ex.: Não pagar salários ou desviar a função. Praticar diretamente, ou através de prepostos, atos lesivos da honra ou boa fama do empregado ou de seus familiares. *Ofender fisicamente o empregado, salvo no caso de legítima defesa. *Reduzir o trabalho por peça do empregado de forma a afetar seu salário. CULPA RECIPROCA É quando o trabalhador e o empregador praticarem ao mesmo tempofalta grave. Nesta hipótese, as reparações devidas ao empregado serão reduzidas em 50%. AVISO PRÉVIO : O Aviso Prévio origina-se do Direito Civil para OS CONTRATOS POR PRAZO INDETERMINADO. A parte que desejar, por sua vontade, romper o contrato de prazo Indeterminado, ou seja, tanto o empregado como o empregador que desejar resilir o contrato sem motivo, deverá pré-avisar a outra de sua intenção no prazo mínimo de 30 (trinta dias) para que a outra parte não seja surpreendida e tome providências, como procurar outro emprego ou selecionar outro empregado, e se ajuste ao término do vínculo. O período do Aviso Prévio, mesmo indenizado, integra o tempo de serviço do trabalhador, para todos os efeitos (férias, 13º, FGTS, INSS, Reajuste Salarial, etc.), INCLUSIVE DISCIPLINARES. O Aviso Prévio é um ato unilateral do empregador ou do empregado que não encerra imediatamente o vínculo de emprego, mas determina um prazo para o fim do contrato. A NÃO COMUNICAÇÃO DO AVISO PRÉVIO Se o empregador não conceder o Aviso Prévio ao trabalhador, terá que pagar o salário correspondente ao prazo do Aviso. Se o trabalhador não pré-avisar o patrão, este terá direito a descontar o valor do salário correspondente ao período do Aviso. Reconsideração do Aviso: Embora o Aviso Prévio seja unilateral, a sua reconsideração é bilateral, tendo que ser aceita pela outra parte. Formas do aviso prévio: O aviso prévio poderá ser indenizado por ambas as partes ou trabalhado. Se for trabalhado, a partir do empregador, o trabalhador poderá optar por ter sua jornada reduzida (na entrada ou na saída) em 02 (duas) horas diárias, ou deixar de comparecer por 07 (sete) dias corridos. Dessa forma, ele terá tempo para procurar outro emprego. PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RECISORIAS Segundo o Art. 477 § 6º da CLT, os seguintes prazos para pagamento das verbas rescisórias devidas ao trabalhador devem ser observados pelo empregador, sob pena de pagar multa de 1(um) salário (Art. 477 § 8º da CLT): - Se o aviso prévio for trabalhado, o pagamento deverá ocorrer no 1º dia útil após o término do mesmo. - Se o aviso for indenizado ou houver dispensa do seu cumprimento, o prazo será de até 10 dias após a notificação da dispensa. Isso se aplica, segundo a jurisprudência, ao aviso cumprido em casa. ESTABILIDADE E FGTS O instituto da Estabilidade na CLT, que determinava que os trabalhadores com mais de 10 anos de serviço na empresa não podiam ser dispensados, não era compatível com o regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e foi extinto com a Constituição Federal de 1988, que tornou todos os trabalhadores integrantes do Regime do FGTS. Restam agora as estabilidades provisórias, cujos tipos analisaremos a seguir, salvo os raros casos de Direito Adquirido. Para nos aprofundarmos nos detalhes do Regime do FGTS como possibilidades de saques, forma de custeio, etc., a legislação que lhe serve de base deverá ser consultada (Lei 8.036 de 1990 e o Decreto 99.684 de 1990). TIPOS DE ESTABILIDADES PROVISORIAS Aula 07 O Direito do Trabalho se divide em três segmentos: No Direito Individual, que estudamos até agora, o Direito Coletivo, que analisaremos aqui, e o Direito Administrativo do Trabalho, que trata das multas, fiscalização e outras atividades do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e de suas superintendências regionais em cada Estado (Ex.: DRTs). Cada segmento tem características e princípios próprios, que veremos a seguir. No Direito Individual do Trabalho, o Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco é fundamental e básico e objetiva proteger o trabalhador, equilibrando juridicamente a desigualdade econômica e social, evitando que este seja subjugado pelo empregador. Já no Direito Coletivo, partindo da premissa de que a União faz a força, ocorre relacionamento entre instituições com força equivalente. De um lado os trabalhadores unidos de forma coletiva, com uma liderança e objetivos comuns, formando blocos ou entidades profissionais de classe. De outro lado os empregadores, através de seus empreendimentos, ou agrupados também em bloco formando Entidades Econômicas ou Patronais de classe. Dessa forma, como existe a equivalência de força, presumido-se a representatividade e legitimidade de todos, isto é, dos Sindicatos dos Trabalhadores e dos Sindicatos Patronais, a intervenção estatal é remota ou não necessária. No Direito Individual, a proteção é dada diretamente ao trabalhador. No Direito Coletivo, a proteção se dá através do grupo ao qual o trabalhador está vinculado. Cabe ressaltar que o Direito Coletivo age e tem forte influência sobre o Direito Individual, inclusive criando normas mais favoráveis através de Acordos, Convenções e Dissídios Coletivos, que são Fontes do Direito do Trabalho conforme estudamos na Aula 1. DIVISÃO DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO LIBERDADE SINDICAL A Liberdade Sindical, embora consagrada em nosso ordenamento jurídico pelo Artigo 8º da CF 88, que determina que “É livre a Associação Profissional ou Sindical observado o seguinte...”, não é, todavia, total nem absoluta. CONCEITO A definição de Liberdade Sindical engloba na realidade várias liberdades que, sistematizando, poderíamos dividir em três grupos: a) LIBERDADE SINDICAL QUANTO AO INDIVÍDUO 1. Liberdade de aderir ao sindicato 2. Liberdade de não se filiar ao sindicato 3. Liberdade de sair do sindicato b) LIBERDADE QUANTO AO GRUPO PROFISSIONAL 1- Liberdade de fundar um sindicato 2- Liberdade de determinar o quadro sindical, considerando a ordem profissional e territorial 3- Liberdade de estabelecer relações entre sindicatos para formar agrupamentos mais amplos 4- Liberdade para fixar as regras internas de forma e de fundo, para regular a vida sindical 5- Liberdade nas relações entre o sindicalizado e o grupo profissional 6- Liberdade nas relações entre o sindicato de empregados e de empregadores 7- Liberdade no exercício do direito sindical em relação à profissão 8- Liberdade do exercício do direito sindical em relação à empresa c) LIBERDADE QUANTO AO ESTADO 1- Liberdade para o sindicato ter independência em relação ao Estado 2- Liberdade para haver conflito entre a autoridade do Estado e a Ação Sindical 3- Liberdade de o sindicato integrar-se ou não ao Estado Para obtermos Liberdade Sindical total e plena, teriam que ser extintos: a) a Unicidade Sindical imposta por Lei b) a Contribuição Sindical Obrigatória c) a Organização Sindical por categoria imposta por Lei d) o Poder Normativo da Justiça do Trabalho. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA A Organização Sindical Brasileira tem por base uma estrutura Confederativa, Simétrica, com base na Unicidade Sindical e dividida em categorias. • ESTRUTURA CONFEDERATIVA: É uma pirâmide em que no ápice estão as Confederações, no meio as Federações, que são Entidades Sindicais de grau superior, e na base os Sindicatos. • SIMETRIA: As Estruturas Econômicas (Empregadores) e Profissionais (Trabalhadores) são simétricas. • UNICIDADE SINDICAL: É o fato, previsto na Constituição e na CLT, de só poder existir um Sidicato na mesma base territorial, para representar a categoria econômica ou profissional que não pode ser menor que um Municipio. Categorias: No Brasil existem duas categorias: A ECONÔMICA, que agrega a representa os empregadores, e a PROFISSIONAL, que agrega e representa os trabalhadores. A categoria profissional pode ser também DIFERENCIADA, agregando trabalhadores específicos por características e peculiaridades de condições de vida profissional em comum e são representados de modo específico, como Motoristas, Vendedores, Telefonistas,etc., seja qual for a atividade econômica. CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO: Os conflitos são gerados por divergência de interesses entre as empresas e os trabalhadores e podem ser de natureza jurídica, mais rara, ou econômica, mais comum. ADMINISTRAÇÃO DO CONFLITO: Os conflitos são administrados através das Políticas de Relações Trabalhistas; as principais são a Paternalista, a Autocrática, a de Reciprocidade e a Participativa, que trazem vantagens e desvantagem e vão depender do profissionalismo em lidar com o conflito, da Cultura e do Clima Organizacional e a consequente produtividade que a Direção do empreendimento quer ter. SOLUÇÃO DO CONFLITO A solução do conflito pode ser: 1. POR AUTOCOMPOSIÇÃO – quando as próprias partes, trabalhadores e empresa, resolvem os impasses através de negociações coletivas, como ocorre na Conciliação e na Mediação, que geram Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, cujo melhor resultado é quando todos ganham. 2. POR HETEROCOMPOSIÇÃO – quando as partes não conseguem por conta própria solucionar as divergências e delegam a um terceiro a solução do conflito, como ocorre na Arbitragem, ou através do Poder Judiciário, quando o conflito passa a se chamar Dissídio Coletivo e sua decisão Sentença Normativa. GREVE: Quando o conflito não é administrado ou solucionado amigavelmente ou por terceiros, só resta aos trabalhadores como defesa, ou para forçar a solução, utilizar o seu direito legal e constitucional de entrar em greve, que todavia não é um direito absoluto, pois deve observar os limites da Lei 7.783/89, que o regula, e não pode prejudicar a sociedade como um todo, sob pena de se tornar abusiva. DEFINIÇÕES E ELEMENTOS QUE A INTEGRAM: Segundo a Lei citada, Greve é uma suspensão coletiva e temporária e pacífica, total ou parcial, da prestação pessoal de serviços ao empregador. ELEMENTOS: Não solucionado o conflito e frustrada a negociação coletiva. Assembleia Geral para decidir os objetivos, que devem ser comuns aos grevistas, e as formas de ação. Pré-Aviso – Os grevistas, para exercer seu direito, devem avisar no Sindicato Patronal as empresas envolvidas com 48 horas de antecedência; se tratar-se de uma atividade essencial, avisar com 72 horas de antecedência, inclusive aos usuários. DIREITO DOS GREVISTAS Por se tratar de uma Suspensão do Contrato de Trabalho, não há pagamento de salário, mas não podem ocorrer demissões. Os grevistas podem arrecadar fundos, divulgar o movimento e fazer passeatas pacíficas e as empresas não podem constranger os empregados a comparecer ao trabalho nem contratar outros para substituí-los salvo se houver abuso de direito. Os grevistas não podem impedir o acesso dos outros trabalhadores ao serviço, nem empregar meios violentos, ameaçar ou causar danos ao empregador e devem manter equipe de plantão para manutenção de níveis mínimos de serviço. Caso os grevistas pratiquem violência ou atos ilegais, poderão ser responsabilizados civil, trabalhista e criminalmente. Aula 08 A Constituição trata do Direito Previdenciário ao abordar a Seguridade Social, nos Artigos 193 a 204 do Título VII, referente à Ordem Social. A Previdência Social, especificamente, é tratada nos artigos 201 a 204, deixando para a Legislação Infraconstitucional os planos de Custeio e de Benefícios (Leis 8.012 e 8.013). A Constituição Federal de 1988 define que a Ordem Social tem por base o trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais, instituindo assim o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), tradicional em países desenvolvidos. O Artigo 194 da CF define como SEGURIDADE SOCIAL as ações do Poder Público e da sociedade destinados a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à PREVIDÊNCIA e à ASSISTÊNCIA SOCIAL. Determina que ao Poder Público compete organizar a Seguridade, com base nos seguintes objetivos: • Universalidade da Cobertura e do Atendimento Art. 194. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Art. 195. A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 1- Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; A receita ou o faturamento; O lucro. 2- Do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201): sobre a receita de concursos de prognósticos; Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à Seguridade Social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. A proposta de orçamento da Seguridade Social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. A pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade Social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da Seguridade Social, obedecido o disposto no Art. 154. Nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos 90 (noventa) dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no Art. 150, III, "b". São isentas de contribuição para a Seguridade Social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a Seguridade Social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. As contribuições sociais previstas no inciso do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o Sistema Único de Saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I,a e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes,na forma dos incisos I,b e IV do caput, serão não cumulativas. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I,a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. A Saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução de riscos de doenças e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Dispõe também sobre o Sistema Único de Saúde, sua Organização, Diretriz e Financiamento. A Assistência Social é tratada na Constituição em seus artigos 203 e 204, que determinam seus Objetivos, suas Formas de ação e de Financiamento. Pela Constituição, a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição para a Seguridade Social, e terá por objetivo: • Proteção à Família, à Maternidade, à Adolescência, à Infância e à Velhice. • Amparo às crianças e adolescentes carentes. • Promoção da integração ao mercado de trabalho. • Habilitação e Reabilitação das pessoas Portadoras de Deficiência Física e a promoção de sua integração à vida comunitária. • Garantia de um benefício de um Salário Mínimo mensal ao Portador de Deficiência e ao Idoso que comprovem não possuir meios de promover a própria manutenção ou tê- la provida pela sua família. • Os recursos para financiar as ações serão provenientes de orçamento da Seguridade Social. Aposentadoria e Previdencia Pública e Privada A Previdência Social possui dois regimes básicos e dois complementares: Os regimes básicos são: Regime Geral da Previdência Social – RGPS – Previsto no Artigo 201 da CF Regimes Próprios da Previdência dos Servidores Públicos e Militares - RPPS – previstos no Art. 40, para os servidores civis, e Art. 142 – X, para os militares. REGIMES BÁSICOS Os Regimes Próprios de Previdência são mantidos pela União, Estados e Municípios em favor de seus servidores civis e militares ocupantes de cargos efetivos. São regidos pelas regras gerais das Leis 9.717/98 (civis) e 10.887/04 (militares). REGIME COMPLEMENTAR Os Regimes Complementares têm caráter facultativo, autônomo e natureza privada; são regulados por Lei Complementar à Constituição. Cabe à União a fiscalização e a regulamentação de seu funcionamento. Os Regimes Complementares são: Aula 09 BENEFÍCIOS: São Prestações em dinheiro ou em serviços que a Previdência Social tem obrigação de conceder ao segurado ou ao seu dependente, quando da incapacidade para o trabalho, e é regulado pela Lei 8.213 de 1991 e Decreto 3.048 de 1999 dos quais recomendamos a análise. A Seguridade é uma espécie de Seguro Social em que o trabalhador, enquanto recebe seu salário, faz uma contribuição. Quando algum acontecimento previsto em Lei o impede de trabalhar, ele terá direito a uma Prestação Pecuniária e/ou a Serviço, proporcional à contribuição paga. SC – Salário de Contribuição: valor pago ou descontado mensalmente do Contribuinte. SB – Salário de Benefício: é o valor base para cálculo do valor das Prestações Continuadas. RMB – Renda Mensal ou Benefício: é o valor em dinheiro a ser efetivamente pago ao beneficiário da Previdência. Geralmente resulta de um percentual definido em Lei, aplicado sobre o Salário de Benefício – SB. Exemplo: RMB do Auxílio – Acidente – 50% da média do SB. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS - O RGPS está previsto na Lei 8.213 – Artigos 10 a 124 e Decreto 3.048 Artigos 8 a 193 – Englobando toda a matéria referente a Benefícios, tratando dos Beneficiários e das prestações em geral. - O RGPS – Ao tratar dos Beneficiários, aborda os Segurados, os Dependentes e as Inscrições; ao tratar das Prestações em Geral, abordam as espécies de prestações, os períodos de carência, o cálculo e a forma de reajustamento do valor dos Benefícios, os Benefícios em si, os Serviços Previdenciários, a contagem recíproca do tempo de serviço para fins previdenciários. O RGPS trata também, no Decreto 3.048/99 que regulamenta a Lei 8.213/91, do reconhecimento da Filiação. SEGURADOS Para o Regime Geral da Previdência Social – Os Segurados da Previdência são pessoas físicas e se dividem em: SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: 1. Os Empregados, inclusive domésticos; 2. Os Contribuintes Individuais; 3. Os Trabalhadores Avulsos; 4. Os Segurados Especiais SEGURADOS FACULTATIVOS: São os maiores de 16 anos que não são considerados ou incluídos como Segurado obrigatório e são filiados ao Regime Geral da Previdência Social – RGPS, mediante contribuição. Como exemplo de Segurados Facultativos temos: as donas de casa, síndico, estudante, quem deixou de ser segurado obrigatório e bolsista, o estagiário, o brasileiro residente no exterior, etc. DEPENDENTES São Beneficiários do RGPS e se dividem em 3 classes: Classe I ou Referencial: Cônjuges, Companheiras(os), filhos até 21 anos ou Inválidos Classe II – Pais Classe III – Irmão não emancipado menor de 21 anos ou Inválido A existência de dependentes de uma classe exclui os da Classe seguinte. CARÊNCIA: Alguns Benefícios Previdenciários só poderão ser concedidos se houver um número mínimo de contribuições mensais, objetivando manter o equilíbrio financeiro e da Previdência. A carência é obrigatória para os seguintes benefícios: Aposentadoria por Idade, por tempo de Serviço e Especial – 180 meses de carência. Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez – 12 meses de carência. Salário–Maternidade das Seguradas Especiais: 10 meses de atividade; das Seguradas, Contribuinte Individual ou Facultativa, 10 meses de Inscrição. Aula 10 FINANCIAMENTO OU CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL O artigo 195 da Constituição Federal determina que o Custeio ou Financiamento da Seguridade Social, que abrange a Saúde, a Previdência e a Assistência Social, é suportado por toda a Sociedade, direta ou indiretamente. Todavia, no tocante especificamente à Previdência Social, é um Sistema Contributivo, ou seja, os Segurados ou Contribuintes têm de contribuir pessoalmente para obter as prestações da Previdência, com raras exceções. Assim, o Artigo 167 inciso XI da CF 88 veda que as contribuições sociais que incidem sobre a Folha de Pagamentos sejam usadas fora da Previdência Social. O Custeio ou Financiamento da Previdência, além do Artigo 195 da CF 88, é regido também pela Lei 8.212/912 e o Decreto 3.048/99. Segundo a Constituição de 1988 e a Lei 8.212/91, o custeio da Seguridade Social é composto pelas seguintes fontes: 1. Receitas da União 2. Receitas das Contribuições Sociais 3. Receitas de Outras Fontes As contribuições sociais são: O Sujeito Ativo, isto é, quem recebe as contribuições, é o INSS, que tem competência para cobrá-las e impor penalidades. São considerados Contribuintes Diretos: • O Empregador Doméstico • Empresa e Equiparados a ela para fins previdenciários Para a Previdência, equiparam-se às Empresas : - o Contribuinte Individual em relação ao segurado que lhe presta serviços; - a Cooperativa em relação ao associado segurado e aos empregados; - as Associações ou Entidades de qualquer natureza ou finalidade, inclusive condomínios - que tenham empregados; - Missão Diplomática ou Consular; - o Operador Portuário e o órgão gestor da mão de obra portuária - o Proprietário do Imóvel, ou Incorporador em relação ao segurado que lhe presta serviços. - o Dono da Obra de Construção Civil, quando for pessoa física, em relação a quem lhe - presta serviço. Segurados ou Contribuintes Obrigatórios: Empregados, Trabalhadores Avulsos, Empregados Domésticos, ContribuintesIndividuais (Autônomos, Profissionais Liberais, Empresários, Sócios, Trabalhadores Eventuais, Vendedores Ambulantes etc.), Segurados Especiais (ou seja Produtor e Arrendatário Rural). Segurados ou Contribuintes Facultativos: Donas de casa, Estudantes, Estagiários e Síndicos Não Remunerados. CONTRIBUIÇÕES Das Empresas sobre a Folha de Salário ou Pagamento - As Contribuições Previdenciárias das empresas por contratar mão de obra assalariada são: 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas ou devidas aos empregados ou trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços. 1%, 2% ou 3% para o Seguro de Acidente de Trabalho – SAT, em razão do grau de risco, incidente sobre a folha. 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título ao Contribuinte Individual que lhe prestar serviços. 15% sobre o valor das notas fiscais da fatura ou do risco de prestação de serviços relativo às cooperadas ou cooperativas de trabalho. As Empresas, pelo Art. 4º da Lei 10.666/03, têm a obrigação de arrecadar a contribuição, descontando-a da remuneração do Contribuinte Individual que lhe prestar serviços, e recolhê- la ao INSS juntamente com a quota devida pela própria empresa. CONFINS E CSLL Além das contribuições sobre a Folha de Pagamento, a Empresa tem de contribuir para a Seguridade Social através: Da COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – no valor de 9% sobre a Receita Bruta. Da CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A cobrança dessas contribuições obrigatórias está a cargo da Receita Federal. CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO 12% do Salário de Contribuição CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS A Contribuição dos Segurados Empregados, inclusive Domésticos ou ou Avulsos, é de 8%, 9% ou 10% do seu Salário de Contribuição. CONTRIBUIÇÃO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 20% da remuneração recebida pela prestação de serviços a Pessoas Físicas. 11% deduzidos de seus vencimentos, quando a prestação de serviço for para Pessoa Jurídica. FIM