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Meu Resumo Semiologia

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Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 1 
 
Semiologia Médica 
 
SINAIS VITAIS 
1) Temperatura axilar 
• Normal: 35,5 – 37 ºC 
• Febrícula: 37-37,5 ºC 
• Febre moderada: 37,5-38,5 ºC 
• Febre elevada: >38,5 ºC 
• Hipotermia leve: 32-35,5 ºC 
• Hipotermia moderada: 30-32 ºC 
• Hipotermia grave: <30 ºC 
d 
Temperatura oral normal: 36-37,4 ºC 
Temperatura retal normal: 36-37,5ºC 
 
Características semiológicas da febre 
Início: súbito ou gradual 
Intensidade: febre leve, moderada ou elevada. 
Duração 
Evolução: 
Febre contínua: temperatura sempre acima do normal. Variações em até 1ºC. 
 Exemplos: febre tifóide, tuberculose e pneumonia. 
Febre irregular: picos muito elevados intercalados com temperaturas 
normais ou baixas. 
 Exemplos: tuberculose, septicemia e abscessos pulmonares. 
Febre remitente: febre diária com variações em mais de 1ºC e sem períodos 
de apirexia. 
 Exemplos: pneumonia e tuberculose. 
Febre intermitente: febre interrompida ciclicamente por temperatura normal 
(cotidiana, terçã ou quartã). 
Febre ondulante: período de temperatura normal que dura doas ou semanas 
até que seja interrompida por período de temperatura elevada. 
 Exemplo: linfoma e brucelose. 
Término: em lise (desaparece gradualmente) ou crise (desaparece subitamente). 
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Sinais Semiológicos 
Sinal de Lenander: temperatura retal ultrapassa em 1ºC a temperatura axilar. 
Exemplo: pelviperitonites (apendicite, salpingite, ooforite) 
Sinal de Faget: dissociação entre temperatura corporal e freqüência cardíaca. O 
paciente apresenta febre alta com bradicardia. Exemplo: febre tifóide. 
 
Febre de origem indeterminada (FOI): quando a febre perdura por 14 dias e sem 
diagnóstico após 3 dias de investigação hospitalar ou 3 consultas 
ambulatoriais. A temperatura corporal está superior a 38,3ºC. Principais 
causas: TB, septiciemia, malária, endocardite infecciosa e febre tifóide. 
Síndrome febril: além da elevação da temperatura ocorrem outros sinais e 
sintomas, cujo o aparecimento e intensidade variam diretamente com a magnitude 
da febre. Os sinais e sintomas são: astenia, inapetência, cefaléia, 
taquicardia, taquipnéia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, 
sudorese, náuseas, vômitos, delírios, confusão mental e até convulsões. 
Causas mais comuns de febre: 1º infecções, 2º neoplasias e 3º doenças do SNC. 
Hipertermia: síndrome provocada por exposição excessiva ao calor com 
desidratação, perda de eletrólitos e falência dos mecanismos termorreguladores 
corporais, cujas principais causas são: exposição direta e prolongada aos raios 
solares, permanência em ambiente muito quente e deficiência dos mecanismos de 
dissipação de calor. Não é sinônimo de febre! 
 
Astenia: É uma sensação de fraqueza generalizada. Define um sintoma de caráter 
subjetivo que tem como base uma impotência motora funcional. 
Fadiga: sensação de cansaço ou falta de energia ao realizar pequenos esforços 
ou mesmo em repouso. 
 
 
 
2) Frequência cardíaca: deve ser auscultada e contada na região precordial. 
Adultos: 60-100 bpm 
Crianças: 80-100 bpm 
 
Alterações: bradicardia e taquicardia (pode ocorrer também em estados 
fisiológicos, como por exemplo, atletas, gestantes). 
 
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3) Frequência de pulso: além de contar a frequência durante a verificação do 
pulso também pode ser analisado: estado da parede arterial, freqüência, 
ritmo, amplitude e intensidade. 
Adulto: 60-100 bpm 
Criança: 80-100 bpm 
 
Alterações: bradisfigmia (hipotensão, hipertensão intracraniana) e 
taquisfigmia. 
 
4) Frequência respiratória: deve ser verificada sem que o paciente perceba. 
Adulto: 14-20 irpm (eupnéia) 
Criança: 30-40 irpm (eupnéia) 
Alterações: bradipnéia, taquipnéia, hiperpnéia (aumento da amplitude), 
dispnéia e apnéia (ausência de movimentos respiratórios). 
 
5) Pressão arterial: deve-se primeiramente fazer pelo método palpatório 
(percebe-se apenas a pressão sistólica e evita o hiato auscultatório) e 
em seguida pelo método auscultatório. Paciente pode estar sentado, 
deitado ou de pé, contudo que em qualquer posição a artéria braquial 
esteja ao nível do coração. Classificar em hipotenso, normotenso ou 
hipertenso. 
 
Classificação da PA para maiores de 18 anos: 
Ótima: abaixo de 120/80 mmHg 
Normal: <130/<85 mmHg 
Limítrofe: 130-139/85-89 mmHg 
Hipertensão estágio I: 140-159/90-99 mmHg 
Hipertensão estágio II: 160-179/100-109 mmHg 
Hipertensão estágio III: ≥180/≥110 mmHg 
Hipertensão sistólica isolada: >140/<90 mmHg 
 
 
Hipotensão ortostática: é quando ocorre uma queda de 20 mmHg ou mais na pressão 
sistólia e/ou 10 mmHg ou mais na diastólica ao passar-se da posição deitada 
para posição em pé. 
 
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DADOS ANTROPOMÉTRICOS 
 
1) Peso (kg): medida isolada ou seriada. 
Regra simples de Broca para peso ideal: o peso ideal de aproxima do número de 
cm que excede um metro de altura e se expressa em Kg. 
Exemplo: homem com 1,75 m. O peso ideal é de 75 kg. 
Obs.: para mulher subtrai-se 5% desse valor. 
 
Variações do peso 
Caquexia: estado de extrema magreza com comprometimento do estado geral do 
paciente. Aparece nas doenças consumitivas (TB, cirrose, neoplasia maligna, 
AIDS). 
Magreza: peso abaixo do normal. Não indica necessariamente desnutrição (a 
desnutrição ocorre quando o peso está 10-15% abaixo dos valores ponderais 
normais de acordo com estatura, sexo e idade) 
Sobrepeso e obesidade: peso acima do normal. Obesidade andróide (central) e 
obesidade ginecóide (periférica). 
 
2) Altura (m): da planta dos pés ao vértice da cabeça. 
 
3) Circunferência abdominal (cm): avaliação do risco de doenças 
(dislipidemias, síndromes metabólicas, resistência a insulina, diabetes tipo 
2, HAS e doenças coronarianas). 
Homens: até 102 cm 
Mulheres: até 88 cm 
 
4) Circunferência do quadril (cm) 
Ao nível das espinhas ilíacas anteriores. 
 
5) Circunferência da cintura 
Ponto médio entre o final dos arcos costais. 
 
6) Relação cintura-quadril 
Homens: <0,9 
Mulheres: <0.8 
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7) IMC (kg/m²): indicador útil e prático para avaliação do estado 
nutricional. 
 
Classificação do IMC: 
Baixo peso: < 19,99 Kg/m² 
Normal: 20-24,99 Kg/m² 
Sobrepeso: 25-29,99 Kg/m² 
Obesidade: 30-39,99 Kg/m² 
Obesidade mórbida: > 40 Kg/m² 
 
ECTOSCOPIA 
1) Descrição do paciente: 
a) Estado geral: bom, regular e ruim. 
b) Sexo, raça, idade aparente em relação à referida. 
c) Desenvolvimento muscoesquelético (eutrofia, hipertrofia e atrofia) e 
deformidades grosseiras. 
d) Estado de nutrição: eutrofia, desnutrição e obesidade. 
e) Condições de higiene, sinais evidentes de enfermidades prolongadas e/ou 
perturbações agudas. 
f) Fala: 
s 
Alterações da fala e da linguagem 
Disfonia ou afonia: alteração no timbre da voz causada por algum problema no 
órgão fonador. A voz pode tornae-se rouca, fanhosa ou bitonal. 
Dislalia: alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de 
letras. 
Disritmolalia: perturbação no ritmo da fala, destacando-se a guagueira e 
taquilalia. 
Disartria:alterações nos mm da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada), 
de hipertonia no parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta). 
Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da 
fonação e depende de uma perturbação da elaboração cortical da fala. Pode ser 
de recepção (paciente não ente o que se diz a ele)
ou de expressão ou motora 
(paciente entende, mas não consegue se expressar) ou ainda do tipo misto. 
Disgrafia: escrita torna-se irregular, fragmentada, muitas vezes ilegível. 
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g) Fácies: resultado de traços anatômicos mais a expressão fisionômica. 
 
Hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos; nariz afilado; lábios 
adelgaçados; “batimentos das asas do nariz”; rosto coberto de suor; palidez 
cutânea; essa fácies. Indica doença grave. 
Renal: edema na região subpalpebral e palidez cutânea. Síndrome nefrótica e 
glomerulonefrite difusa aguda. 
Leonina: lesões do mal de Hansen. Pele espessa e com lepromas de tamanhos 
variados e confluentes; supercílios caem; nariz espesso e alargado; lábios mais 
grossos e proeminentes; bochechas e mento deformados. 
Adenoidiana: nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta.Hipertrofia das 
adenóides. 
Parkinsoniana: cabeça inclina-se um pouco para frente permanecendo imóvel nessa 
posição; olhar fixo; supercílios elevados; fronte enrugada. 
Basedowiana: olhos exoftalmos e brilhantes, destacam sobre o rosto magro; 
expressão de espanto e ansiedade; pode ter presença de bócio. Hipertireoidismo. 
Mixedematosa: rosto arredondado; nariz e lábios grossos; pele seca, espessada e 
com acentuação de seus sulcos; cabelos secos e sem brilhos; expressão de 
desanimo, apatia e estupidez. Hipotireoidismo ou mixedema. 
Acromegálica: saliência das arcadas supra-orbitárias, proeminência das maçãs do 
rosto; maior desenvolvimento do maxilar inferior; aumento do tamanho do nariz, 
lábios e orelhas. Acromegalia (hiperfunção hipofisaria). 
Cushingóide ou de Lua-cheia: arredondamento do rosto, com atenuação dos traços 
faciais; aparecimento de acne; causa: hiperfunção do córtex supra-renal e uso 
exagerado de corticóides. 
Mongolóide: epicanto; hipertelorismo; rosto redondo; boca entreaberta; 
expressão de pouca inteligência ou mesmo de completa idiotice. S. de Down. 
de Depressão: cabisbaixo; olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante; 
olhar voltado para o chão; sulco nasolabial aumentado e o canto da boca se 
rebaixa; expressão de indiferença, tristeza e sofrimento moral. 
Pseudobulbar: súbitas crises de choro ou riso involuntárias, mas conscientes, 
que levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico à fácies. 
Aterosclerose cerebral. 
de paralisia facial periférica: assimetria de face impossibilitando de fechar 
as pálpebras; repuxamento da boca para o lado são. 
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Miastênica ou de Hutchinson: ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a 
franzir a testa e levantar a cabeça. Miastenia grave. 
do deficiente mental: traços faciais são apagados e grosseiros; boca 
constantemente entreaberta, às vezes com salivação; hipertelorismo e 
estrabismo; olhar desprovido de objetivo e se movimentam sem se fixarem em 
nada; voz grave; falar de meias palavras ou simples ronronar. 
Etílica: olhos avermelhados e certa ruborização na face; hálito etílico; voz 
pastosa e um sorriso meio indefinido. 
Esclerodérmica ou fácies de múmia: quase completa imobilidade facial; pele 
apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, repuxamento dos 
lábios; imobilização das pálpebras; fisionomia inexpressiva, parada, imutável. 
 
 
h) Atitudes 
Ativa ou passiva. 
 
i) Posição preferencial: 
 
Ortopnéica: paciente adota essa posição para aliviar a falta de ar decorrente 
de IC, asma brônquica e ascites volumosas. 
Genupeitoral: ou de prece maometanadoente fica de joelhos com o tronco fletido 
sobre as coxas enquanto a face anterior do tórax põe-se em contato com o chão. 
O rosto também descansa sobre as mãos que ficam apoiadas no chão. Derrame 
pericárdico. 
Cócoras: promove diminuição do retorno venoso para o coração. Cardiopatia 
congênita cianótica. 
Parkinsoniana: de pé apresenta flexão da cabeça, troncos e mmii e,ao caminhar, 
parece estar correndo atrás do seu eixo de gravidade. 
Em decúbito: 
Lateral (direito ou esquerdo): geralmente é adotada quando há uma dor de 
origem pleurítica. Paciente se deita sobre o lado da dor. 
Dorsal: pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre a bacia. Pelviperitonite 
Ventral: às vezes travesseiro debaixo do ventre. Cólica intestinal. 
 
 
 
 
 
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j) Movimentos anormais 
Tremores: movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena 
ou média amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros. 
Coréia: movimentos involuntários, amplos, desordenados, ocorrência inesperada e 
arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Na face, nos mmss e mmii. Coréia de 
Sydenham: etiologia infecciosa. Coréia de Huntington: caráter hereditário. 
Atetose: movimentos involuntários que ocorrem nas extremidades. São lentos e 
estereotipados. Podem ser uni ou bilaterais. Kernicterus. 
Hemibalismo: movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e 
geralmente limitados a uma metade do corpo. Lesões extrapiramidais. 
Mioclonias: contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas 
ou difusas, que acometem um músculo ou um grupo muscular. Epilepsia. 
Astrix (flapping): tremor de atitude ou postura que ocorre no pré-coma 
hepático. Surge quando o membro é colocado em uma determinada posição. 
Tiques: movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular, 
repetindo-se sucessivamente. 
Convulsões:movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e 
paroxísticos, que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do 
corpo. 
Tetania: movimentos involuntários e caracterizados por crises exclusivamente 
tônicas quase sempre localizadas nas mãos e nos pés. 
Fasciculações:convulsões breves, arrítmicas e limitadas a um feixe muscular. 
Discinesias orofaciais: movimentosrítmicos,repetitivos e bizarros da face, 
boca, mandíbula e língua.Psicose de longa evolução e em idosos. Protrusão da 
língua, caretas, abertura e fechamento da boca e desvios da mandíbula. 
Distonias: semelhante aos atetóides, porém envolvem porções maiores do corpo. 
 
k) Condição mental aparente 
Estado de vigília: percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo. 
Obnubilação: consciência comprometedia de modo pouco intenso. 
Sonolência: paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos 
apropriadamente e volta a dormir. 
Torpor: alteração de consciência mais pornunciada, mas o paciente ainda é 
despertado por estímulos mais fortes, tem movimentos espontâneos. 
Coma: não há despertar e não há movimentos espontâneos. 
 
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l) Marcha 
 
Helicópode ou ceifante ou hemiplégica: ao andar o paciente mantém o membro 
superior fletido em 90º no cotovelo e em adução e a mão fechada em leve 
pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico e não flexiona. Devido a 
isso, a perna tem que se arrastar pelo chão, descrevendo um semi-círculo. 
Causas: hemiplegias, principalmente por AVC. 
Anserina: ao caminhar o paciente acentua lordose lombar e inclina o tronco para 
direita e para esquerda, alternadamente. 
Causas: doenças musculares, gestantes. 
Parkinsoniana: doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento 
automático dos braços. Cabeça inclinada p/ frente e passos miúdos e rápidos. 
Cerebelar ou do ébrio ou atáxica: ao caminhar o doente ziguezagueia como um 
bêbado. Traduz uma incoordenação dos movimentos. 
Causas: lesões do cerebelo. 
Tabética ou tanolante: paciente mantém o olhar fixo no chão, os mmii são 
levantados abrupta e explosivamente e ao serem recolocados
no chão, os 
calcanhares tocam o solo pesadamente. A marcha piora com os olhos fechados. 
Causas: mielopatia funicular, mielopatia vacuolar e mielopatia cervical. 
de pequenos passos: paciente tem passos muito curtos e ao caminhar arrasta os 
pés. 
Causa: paralisia pseudobulbar e atrofia cortical da senilidade. 
Vestibular: paciente apresenta lateropulsão quando anda. Se o paciente é 
solicitado para andar com os olhos fechados indo de frente e voltando de 
costas, descreverá uma figura de estrela. Causa: lesão vestibular. 
Escarvante: paralisia no movimento de flexão dorsal do pé faz com que o 
paciente levante acentuadamente o membro inferior ao caminhar, na intenção de 
evitar que tropece. 
Causa: lesão do nervo fibular. 
Claudicante: manca para um dos lados. 
Causas: lesão no aparelho locomotor. 
Espástica ou em tesoura: mmii enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, 
os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra. 
Causa: paralisia cerebral espástica. 
 
 
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2) Pele 
a) coloração: normocorada, palidez localizada (isquemia), palidez 
generalizada, eritrose, fenômeno de Raynaud, cianose, icterícia, albinismo, 
bronzeamento da pele e dermatografismo. 
 tem que dizer se é anictérico e acianótico. Se não for, classificar em + 
 
Termos clínicos 
Palidez: atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Deve ser pesquisada 
em toda extensão cutânea, inclusive regiões palmoplantares. Pode ser 
generalizada ou localizada (comparar regiões homólogas). 
Eritrose: exagero na coloração rósea da pele por vasodilatação ou aumento de 
sangue. Pode ser generalizada (febre, escarlatina, eritrodermia) ou localizada. 
Obs.: palma das mãos: hepatopatia crônica. 
Fenômeno de Raynaud: alteração cutânea que depende das pequenas artérias e 
arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. 
Inicialmente observa-se palidez, a seguir a extremidade torna-se cianótica, e o 
episódio costuma terminar com vermelhidão da área. Causas: costela cervical, 
tromboangeíte obliterante, LES e esclerodermia. 
Cianose: deve ser procurada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na 
ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés. 
Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e escleróticas, 
resultante do acúmulo de bilirrubina no sangue. 
Albinismo: coloração branco-leitosa da pele. 
 
Icterícia 
Hiperbilirrubinemia indireta: icterícia. Causas: hemólise, síndrome de Gilbert, 
síndrome de Crigler-Najjar. 
Hiperbilirrubinemia direta: icterícia, acolia e colúria. Causas: síndrome de 
Dubin-Jhonson, hepatite, cirrose, coledocolitíase. 
Hiperbilirrubinemia fisiológica do RN: é devido ao aumento da BI resultante da 
destruição de hemácias fetais. Melhora com fototerapia. 
Kernicterus: impregnação bilirrubínica de regiões do cérebro na vigência de 
altas concentrações sanguíneas de BI. Deixa seqüelas permanentes. Ocorre 
principalmente nos RN prematuros. 
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b) Umidade: avaliada através da inspeção e palpação através da sensação 
tátil. 
√ Umidade normal. 
√ Pele seca: mixedema, idosos, IRC, desidratação. 
√ Umidade aumentada (pele sudorenta). 
 
c) Textura: avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície. 
√ Normal 
√ Pele lisa: idosos, hipertireoidismo e regiões recentemente 
edemanciadas. 
√ Pele áspera: mixedemas e dermatopatias crônicas. 
√ Pele enrugada: pessoas idosas e após eliminação de edema. 
 
d) Espessura: faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea. Ter o cuidado para 
não englobar o tecido subcutâneo. 
√ Pele de espessura normal 
√ Pele atrófica: acompanhada de translucidez que permite ver a rede 
venosa superficial. Idosos, RN e algumas dermatoses. 
√ Pele hipertrófica (ou espessa): indivíduos que trabalham ao sol e 
ao vendo e esclerodermia. 
 
e) Temperatura: examinada com a face dorsal das mãos comparando-se o lado 
homólogo de cada segmento examinado. 
√ Temperatura normal 
√ Temperatura aumentada: geral (febre) ou localizada (inflamação). 
√ Temperatura diminuída: generalizada (hipotermia) ou localizada 
(diminuição do fluxo sanguíneo – oclusão arterial) 
 
f) Elasticidade: pinça-se uma prega cutânea fazendo a seguir uma certa 
tração. Avaliar a facilidade com que a pele de destaca. 
√ Elasticidade normal 
√ Elasticidade aumentada: síndrome de Ehlers-Danlos. 
√ Elasticidade diminuída: ao ser tracionada a pele volta 
vagarosamente. Idosos, desnutridos, abdome de multíparas. 
 
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g) Turgor: avaliado ao soltar-se a pinça feita para avaliar a elasticidade. 
Velocidade na qual a pele volta ao lugar. 
√ Turgor normal: pele hidratada. 
√ Turgor diminuído: desidratação. 
 
h) Mobilidade: pousa-se a palma da mão firmemente sobre a superfícia que se 
quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar 
sobre as estruturas adjacentes. 
√ Mobilida de normal 
√ Mobilidade aumentada: idosos e síndrome de Ehlers-Danlos. 
√ Mobilidade diminuída ou ausente: área em processo cicatricial, 
esclerodermia, elefantíase e infiltrações neoplásicas próximas a 
pele. 
 
h) Sensibilidade: 
√ Sensibilidade dolorosa: analgesia (hanseníase), hipoalgesia e 
hiperalgesia (no abdome agudo, IAM, vasculopatias periféricas). 
√ Sensibilidade tátil: para pesquisá-la usa-se fricção com um pedaço 
de algodão. 
√ Sensibilidade térmica 
 
i) Presença de lesões elementares 
 
Distribuição das lesões 
Lesões localizada 
Lesões disseminadas: lesões numerosas individuais em várias regiões cutâneas. 
Lesões generalizadas: erupção difusa e uniforme, atinge várias regiões cutâneas 
Lesões universais: comprometimento total da pele, inclusive couro cabeludo. 
 
ABCDE do melanoma: 
- assimetria. 
- bordos irregulares. 
- coloração varia com o tempo. 
- diâmetro maior que 6 cm 
- espessura maior que outras manchas. 
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1) Alterações da cor da pele 
Manchas ou máculas: área circunscrita de coloração diferente da pele que a 
circunda, no mesmo plano do tegumento e sem alterações de superfície. 
Máculas vasculo-sanguíneas: 
Eritema: cor vermelha de pele causada por vasodilatação que desaparece a 
digital ou vitropressão. 
o Cianose: eritema arroxeado por congestão venosa ou diminuição da 
temperatura e vasoconstrição. 
o Rubor: eritema rubro, conseqüente de vasocongestão arterial com aumento 
da temperatura. 
o Enantema: eritema localizado nas mucosas. 
o Exantema: eritema generalizado agudo de duração relativamente curta. Pode 
ser morbiliforme (áreas de eritema entremeadas de pele sã) ou 
escarlantiniforme (quando é difuso e uniforme). 
o Eritrodermia: eritema generalizado crônico, persistente e acompanhado de 
descamação. Geralmente é uma evolução do exantema. 
Mancha angiomatosa: mancha de cor vermelha, permanente, plana, que desaparece 
quase completamente por vitropressão forte. Causada por neoformação névica. 
Mancha anêmica: área esbranquiçada, permanente, ocorre por agenesia vascular. 
Telangiectasia: lesão filamentar, sinuosa, permanente devido a presença de 
capilares dilatados na derme. 
Púrpura: mancha vermelha que não desaparece a vitropressão. É devido ao 
extravasamento de hemácias na derme e sua evolução torna-se sucessivamente, 
arroxeada e verde-amarelada. 
o Petéquia: puntiforme. Até 1 cm. 
o Equimose: tem diâmetro maior. Geralmente em placas. 
o Vibice: quando tem forma linear. 
Mácula pigmentar: resultam da ausência, diminuição
ou aumento da melanina ou 
depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele. 
Leucodermia: mancha branca. 
o Acromia: cor branco marfim, causa pela falta total de melanina. Vitiligo. 
o Hipocromia: cor branco-nácar, causada pela diminuição da melanina. 
Exemplo: ptiríase versicolo 
Hipercromia: mancha de corvariável, causada pelo aumento da melanina no 
depósito de outro pigmento. Exemplos: cloasma, pelagra, icterícia, carotenemia. 
Máculas artificiais: tatuagem. 
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2) Formações sólidas: resultam de processos inflamatórios ou neoplásicos, 
atingindo isolada ou conjuntamente a epiderme, derme ou hipoderme. 
Pápula: lesão sólida circunscrita elevada, menor que 0,5 cm. 
Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1-3 cm de diâmetro. 
Tumor: lesão sólida circunscrita, elevada ou não, maior que 3 cm de diâmetro. 
Goma: nódulo que se liquefaz na porção central e que pode ulcerar-se eliminan 
do substância necrótica. Exemplo: sífilis. 
Vegetação: pápula penduculada ou com aspecto de couve-flor, branco-avermelhada, 
que sangra facilmente. 
Verrucosidade: pápula ou placa papulosa de superfície dura, inelástica. 
Conseqüente de hiperqueratose. 
 
3) Coleções líquidas: conteúdo líquido (serosidade, sangue ou pus). 
Vesícula: elevação circunscrita, contendo líquido claro, até 0,5 cm. O líquido 
primitivamente claro (seroso) pode tornar-se turvo (purulento) ou rubro 
(hemorrágico). Exemplo: varicela, eczema, herpes simples. 
Bolha: elevação circunscrita, contendo líquido, maior que 0,5 cm. 
Pústula: é uma vesícula de conteúdo purulento. Exemplo: herpes zoster. 
Abscesso: coleção de pus na pele ou no subcutâneo, circunscrita, proeminente ou 
não, de tamanho variável. A pele pode estar ruborizada e há calor e dor. 
 
4) Elevações edematosas 
Urticária: elevação da pele de cor avermelhada, duração efêmera, pruriginosa. 
Edema angioneurótico: área de edema circunscrito que causa tumefação intensa. 
Ocorre na derme profunda ou hipoderme. Principalmente em lábios, genitais... 
 
5) Alterações de espessura: 
Queratose: aumento da espessura da pele que se torna dura e inelástica. Ocorre 
por aumento da camada córnea. Exemplo: ictiose. 
Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor da 
própria da pele, com aspecto quadriculado. O paciente se coça muito. 
Infiltração:aumenta espessura e consistência da pele menor evidência dos sulcos 
Esclerose: aumento da consistência da pele que se torna mais firme, aderente 
aos planos profundos e difícil de ser pregueada. 
Atrofia: adelgaçamento localizado ou difuso. Redução do número e do volume dos 
constituintes teciduais. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 15 
 
6) Perdas e reparações teciduais 
Escamas: massas furfuráceas ou micáceas (laminares) que se desprendem da 
superfície cutânea em decorrência da alteração da queratinização. Ocorrência 
comum na psoríase. 
Erosão: perda superficial que atinge somente epiderme. Não deixa cicatriz. 
Ulceração: perda da epiderme e derme. Deixa cicatriz. 
Escoriação: erosão linear de origem traumática resultante de coçadura. 
Fissura: perda linear do epitélio superficial ou profundo, não causado por 
instrumento cortante. 
Fístula: pertuitos cutâneos em conexão com focos de supuração através dos quais 
flui líquido purulento, serossanguinolento ou gomoso. 
Crosta: ressecamento de líquido orgânico que recobre uma área lesada. 
Escara: porção de tecido cutâneo atingido de necrose. A área mortificada torna-
se insensível e de cor escura. 
Cicatriz: lesão resultante dos processos destrutivos sofridos pela pele. Pode 
ser 
o Atrófica: normal 
o Cribiforme: tem pequenos orifícios, geralmente como resultado de 
processos supurativos. 
o Hipertrófica: quelóide 
 
 
Fenômeno de Koebner: reprodução de lesões típicas de determinada doença após 
traumatismo local, exposição solar. Ocorre comumente na psoríase, líquen plano, 
vitiligo. 
Sinal de Nikolski: pressão com objeto de ponta romba em região perilesional 
produz um descolamento de parte ou de toda epiderme. Encontrado no pênfigo 
Sinal de Zileri: estiramento da pele causa descamação furfurácea. Psoríase 
versicolo. 
Sinal do orvalho sangrante: raspagem de placa eritemato-descamativa visualiza 
pontos hemorrágicos. 
Calosidade: hiperqueratose circunscrita em área de pressão ou fricção nospés e 
mãos. 
Comedão: cravo 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 16 
 
k) Circulação colateral: presença de circuito venoso anormal visível no exame 
da pele. Resulta quando ocorre um impedimento do fluxo venoso através dos 
troncos principais. 
Tipo braquiocefálica: aparecimento de veias superficiais ingurgitadas em ambos 
os lados da parte superior da face anterior do tórax, com sangue fluindo de 
fora para dentro, em direção as veias mamárias, torocoaxilares e jugulares 
anterioes. 
 Sinal de Boinet: tronco braquiocefálico direito. Empastamento da fossa 
supraclavicular direita, estase da jugular externa direita e nãopulsátil. 
Causas: adenomegalia, aneurisma de joelho anterior da aorta. 
 Sinal de Dorendorff: tronco braquiocefálico esquerdo. Empastamento da 
fossa supraclavicular esquerda, jugular esquerda túrgida, não pulsátil. Causas: 
adenomegalia e aneurisma de convexidade da aorta. 
Tipo cava superior: rede venosa colateral se distribui na metade superior da 
face anterior do tórax. Às vezes também na face posterior, nos braços e no 
pescoço. Direção do fluxo sanguíneo é tóraco-abdominal, procurando alcançar a 
veia cava inferior. Veias ingurgitadas e varicosas, estase jugular bilateral e 
não pulsátil, cianose, dor torácica, dispnéia e disfagia. Causas: compressão 
extrínseca por neoplasia e outras alterações mediastinais. 
Tipo cava inferior: na parte do abdome (flancos e região umbilical). A direção 
do fluxo sanguíneo é abdome-tórax, procurando a veia cava superior. Causa: 
compressão extrínseca por neoplasia. 
Tipo porta: o obstáculo pode estar situação nas veias supra-hepáticas (síndrome 
de Budd-Chiari), no fígado (cirrose) ou na veia porta (pileflebite). Rede 
venosa localiza-se na face anterior do tronco, principalmente na região 
epigástrica e periumbilical. Direção do fluxo sanguíneo procurando a veia cava 
superior ou inferior. 
 
3) Mucosas 
√ Coloração: normocorada quando rósea-avermelhada. 
o Alterações: palidez (anemia), hipercorada (inflamação), 
cianose (acianótico ou cianótico /4+) e icterícia (anictérico 
ou ictério /4+). Pesquisar icterícia na mucosa conjuntival, 
esclerótica e freio da língua. 
√ Umidade: normal ou mucosa seca. 
√ Lesões: máculas, nódulos, ulcerações e cicatrizes. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 17 
 
Sinal de Koplik: pequenas manchas brancas com halo eritematoso consideradas 
sinal patognomônico do sarampo. 
 
4) Fâneros 
Cabelos: 
√ Tipo de implantação: alta ou baixa. 
√ Distribuição: uniforme ou alopécia. 
Alteração: calvície. 
√ Quantidade, brilho, espessura, fragilidade e consistência. 
Pêlos: 
√ Quantidade 
√ Distribuição 
√ Consistência, espessura e fragilidade. 
Unhas: 
√ Forma 
√ Deformidades 
√ Consistência 
√ Espessura 
Hirsutismo: aparecimento de pêlos mais longos, mais duros e mais espessos nos 
mesmos locais onde costumam existir em condições normais. Está relacionado com 
distúrbios endócrinos, seja da suprarrenal, dos ovários ou da hipófise. 
Hipertricose: desordem excessiva do cabelo que caracteriza a densidade e o 
comprimento anormais do cabelo em comparação ao crescimento normal esperado 
para a idade, a afiliação étnica e o sexo dos indivíduos. Pode
ser congênita ou 
adquirida, difusa ou localizada. 
Onicodistrofia: alteração da estrutura da lâmina ungueal. Causa: pode ser 
traumatismos, isquemia nos membros inferiores, etc. 
Onicólise: quebra da unha no bordo livre. Causa: hipertireoidismo. 
Onicogrifose: unha em garra. 
Coiloníquia: unha em forma de colher. Anemias crônicas. 
Leuconíquea: unha com pontos brancos ou faixa branca. 
Melanoquía: pontos ou linhas escuras nas unhas. 
Onicofagia: pessoa roe ou come unha. 
Onicocriptose: unha encravada (cresce para dentro da epiderme). 
Onicomadese: queda da unha. 
Onicorrexe: fissuras longitudinais, como estrias, na unha. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 18 
 
Onicosquizia: parte livre fragmentada. 
Paroníquia: inflamação das partes moles periungueais. “unheiro”. 
Paquioníquia: unha espessada e deformada. 
Hiperqueratose subungueal: depósito subungueal. Comum em micose (onicomicose). 
 
Hipocratismo digital: Caracteriza-se pela hipertrofia de tecido conjuntivo 
vascularizado e edema intersticial na região subungueal dos dedos, seja das 
mãos ou dos pés. Estas alterações empurram a base da unha para cima (unha em 
vidro-de-relógio) e aumentam o volume da extremidade dos dedos, que adquire o 
aspecto de uma baqueta de tambor. É um valioso sinal, revelando, na maioria dos 
casos, uma grave doença intratorácica. Também está associado a outras doenças, 
como cirrose hepática, cardiopatias congênitas cianóticas, neoplasias malignas 
pulmonares, doenças inflamatórias intestinais, entre outras, podendo ser também 
de origem congênita. 
Sinal de Schamroth: ao unir as falanges distais de dois quirodáctilos homólogos 
não pode ser visualizado o diamante, formado pela união do ângulo da base da 
unha. Ocorre nos indivíduos com hipocratismo digital. 
 
6) Tecido celular subcutâneo: exame do tórax, abdome e raiz dos membros. 
√ Distribuição: normal (característica da idade e do sexo) ou acúmulo 
especial (gibosidade na síndrome de Cushing). 
√ Quantidade: escasso ou abundante. 
√ Edema (/4+), enfisema (pneumotórax, gangrena gasosa), tumores 
(fibromas, lipomas e cistos sebáceos) e dor à palpação. 
 
Características semiológicas do edema 
Localização e distribuição: localizado ou generalizado. Comum em: MMII, região 
subpalpebral e região pré-sacra (pacientes acamados). 
Intensidade:classificação em /4+ de acordo com a compressão e formação da fóvea 
Consistência: mole (recente) ou dura (longa duração ou repetidas inflamações). 
Elasticidade: elástico (típico de inflamação) e inelástico. 
Temperatura: pele de temperatura normal, quente e fria. 
Sensibilidade: edema doloroso (inflamatório) ou indolor. 
Mudança de coloração: palidez, cianose, vermelhidão e ocre (edema de repetição) 
Textura e espessura: pele lisa e brilhante (recente e intenso), pele espessa 
(longa duração) e pele enrugada (edema sendo eliminado). 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 19 
 
 
Obs.: Além do sinal do cacifo a intensidade do edema também pode ser avaliada: 
• Pesando-se o paciente diariamente (principalmente pacientes com edema 
generalizado e edema pulmonar). O peso desses pacientes pode aumentar 
em até 10% sem que isso seja percebido clinicamente. 
• Medindo-se o perímetro do segmento e comparando com o homólogo em dias 
sucessivos. 
 
Linfedema: edema originado nas afecções dos vasos linfáticos. Depende da 
obstrução dos canais linfáticos e caracteriza-se semiologicamente por ser 
localizado, duro, inelástico, indolor e a pele torna-se áspera e grossa. 
Causas: erisipela, filariose. 
Mixedema: forma particular de edema observado no hipotireoidismo. Há deposição 
de substâncias mucopolissacarídeas no espaço intersticial e secundariamente, 
uma certa retenção de água. É um edema pouco depressível, inelástico e não 
muito intenso. 
Sinal do cacifo: comprimir com o polegar a região pré-tibial por cerca de 10 s 
e observar se há formação da fóvea. A profundidade da depressão da fóvea varia 
até 4+. 
 
Edema renal: é um edema generalizado, porém predominantemente facial, 
acumulando-se de modo particular nas regiões subpalpebrais. O edema renal é 
inelástico, indolor e a pele circunjacente mantém a temperatura norma. Tem 
caráter matutino. Síndromes nefrótica e nefrítica, pielonefrite. 
Edema de alça: é o edema das alças intestinais. Não tem como fazer o 
diagnóstico pelo sinal do cacifo. É preciso fazer medida seriada do peso (2-3 
semanas) e avaliar o débito urinário. 
Edema pulmonar: o líquido fica retido nos alvéolos impedindo a troca gasosa. 
Está associado com dispnéia paroxística noturna. O paciente sente como se 
estivesse “afogando no seco”. 
Edema alérgico: deposição de imunocomplexos devido o aumento da permeabilidade 
vascular. Instala-se de modo súbito e rápido, por isso a pele torna-se lisa e 
brilhante. É um edema mole. 
 Edema de Quincke: edema angioneurótico localizado principalmente nos 
lábios, pálpebras, genitália, laringe e faringe. 
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Edema hepático: é generalizado, mas predominantemente nos MMII e é habitual a 
ocorrência de ascite concomitante. É mole, inelástico e indolor. 
Edema da IC: generalizado e predominantemente nos MMII. É mole, inelástico, 
indolor e a pele circunjacente pode apresentar-se lisa e brilhante. Caráter 
vespertino. 
 VE: edema e alterações pulmonares (dispnéia, tosse). 
 VD: turgência de jugular, ascite, hepatomegalia e edema de MMII. 
 
 
7) Linfonodos: examinados por meio da inspeção e palpação. 
√ Número, tamanho, consistência, aderência a planos superficiais e 
profundos, sensibilidade, fístulas e alteração da pele local. 
 Pré e retroauriculares, suboccipitais, cervicais anteriores e 
posteriores, submandibulares, submentonianos, supra e infraclaviculares, 
axilares, epitrocleanos, inguinais e poplíteos. 
 
Anel de Waldeyer: tonsila palatina, tonsila lingual e adenóide. 
Causas de linfadenopatia localizada: infecções locais agudas ou crônicas, 
carcinoma metastático. 
Causas de linfadenopatia generalizada: linfoma, LLA, infecções virais e 
bacterianas, toxoplasmose. 
Doença de Milroy: linfedema congênito primário. Geralmente nos MMII e 
bilateral. É causada pela drenagem linfática inadequada devido ao 
desenvolvimento anormal dos vasos linfáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXAME DA CABEÇA 
 
1) Crânio: inspeção e palpação buscando verificar integridade e regularidade 
do crânio. Durante a palpação perguntar ao paciente se ele tem alguma 
cicatriz na cabeça. 
 
√ Tamanho: microcéfalo (CMV congênito, toxoplasmose congênito), 
normocéfalo e macrocéfalo (hidrocefalia, doença de Paget, 
acromegalia e acondroplasia). 
√ Forma: alterações devido ao fechamento precoce de suturas 
(oxicefalia, escafocefalia e plagiocefalia) ou por doenças 
orgânicas (sífilis – nariz em sela, maxilar menos proeminente). 
√ Deformidades: ausência ou presença de deformidades. 
√ Posição e movimentos: desvio de posição mais comum é o torcicolo. 
Porém o desvio de posição também pode ocorre devido à estrabismo, 
deficiência auditiva e estados debilitantes. Os movimentos anômalos 
mais freqüentes são os tiques. Podendo encontrar também movimentos 
coréicos e sinal de Musset. 
√ Superfície e couro cabeludo: deformações de superfícies ósseas, 
cicatrizes de traumas ou cirurgias, lesões dermatológicas, nódulos 
e cabelos (implantação, distribuição, quantidade, coloração, 
brilho, espessura e consistência). 
 
Coréia: movimentos involuntários, amplos, desordenados, ocorrência inesperada e 
arrítmicos, multiformes e sem finalidade.
Na face, nos mmss e mmii. Coréia de 
Sydenham: etiologia infecciosa. Coréia de Huntington: caráter hereditário. 
Tiques: movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular, 
repetindo-se sucessivamente. 
Torcicolo: É a contração, espástica ou não, de músculos do pescoço, de modo que 
a cabeça permanece inclinada para um dos lados e o queixo chega a projetar-se 
para o lado oposto. 
 
Sinal de Musset: movimentos do crânio coordenados com as pulsações cardíacas. 
Sugestivo de insuficiência aórtica. 
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Pelada: ou alopécia areata é uma dermatose de evolução crônica e associação com 
aspectos psicológicos ou psicossomáticos. Perda de cabelos ou de pêlos em áreas 
ovais, e não há presença de sinais inflamatórios ou de atrofia da pele. 
Alopécia: redução parcial ou total de pêlos ou cabelos em determinada área. 
Pode ter evolução progressiva, resolução espontânea ou controlada com 
tratamento. Ex: trauma, dermatite seborréica, alergias. 
Calvície: A calvicie acontece quando a taxa de queda de cabelos é superior ao 
normal e não há a reposição dos fios de cabelo. 
Canície: a descoloração adquirida dos cabelos, ou seja, é a perda do pigmento 
dos cabelos. 
 
2) Fácies: conjunto de dados exibidos na face do paciente. É o resultado dos 
traços anatômicos mais a expressão fisionômica. Elementos estáticos e 
dinâmicos. Pode ser atípica ou típica (descritas na ectoscopia). 
 
3) Face: simetria (paralisia, tumoração e edema) e mímica (diminuída na 
doença de Parkinson e exaltada nas coréias e tiques). Observar ainda 
alterações da pele da face (acne, cloasma, carcinoma baso e espinocelular 
e LES), supercílios e cílios. 
 
Madarose: Queda dos cílios e das sobrancelhas, principalmente terço distal. 
Frequente na hanseníase. 
 
4) Olhos: devem ser examinados com o paciente olhando para longe e não para 
o examinador. 
 
Exame geral os olhos: 
√ Tensão do globo ocular, fotofobia, sensação de corpo estranho, dor 
ocular, embaçamento visual, perda da visão e movimento dos globos 
oculares. 
 
Conjuntivas e escleróticas: 
√ Coloração (normo, hipo ou hipercoradas, a/cianóticas, an/ictérica) 
hemorragias, inflamação, ulcerações e cicatrizes. 
 
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Córnea: 
√ Transparência, ulceração, cicatrizes. 
 
Pupilas: 
√ Simetria, reflexos pupilares (fotomotor direto, consensual e de 
acomodação). 
 
Fundoscopia: papila, vasos e retina. 
 
Pálpebras: avaliada através da inspeção estática, dinâmica e palpação. 
√ Fenda, simetria, edema, inflamações e lacrimejamento. 
 
Hipertelorismo: Deformação congênita do crânio e da face, manifestando-se por 
afastamento excessivo dos olhos, com alargamento da raiz do nariz. 
Microftalmia: diminuição do tamanho do globo ocular. Sd da rubéola congênita. 
Enoftalmia: Afundamento anormal do globo ocular na órbita. Pode ser congênita 
ou adquirida. 
Exoftalmia: consiste no deslocamento anterior do globo ocular, decorrente do 
aumento do volume orbitário, secundário a hipertireoidismo, neoplasia. 
Lagoftalmia: É um defeito de fechamento das pálpebras, cujas bordas não se 
encontram. Pode ser cicatricial ou paralítico. A lagoftalmia cicatricial ocorre 
como conseqüência de grandes retrações palpebrais ou perda de substância. 
Lagoftalmia paralítica surge na paralisia facial periférica. 
Xantelasma: São placas amareladas, localizadas no canto interno das pálpebras 
superiores, sendo constituídas por depósitos lipídicos. 
Calázio: O calázio constitui a causa mais comum de tumoração palpebral. É uma 
inflamação granulomatosa crônica da glândula meibomiana, de causa desconhecida. 
Caracteriza-s por edema localizado na pálpebra superior ou inferior, sem sinais 
inflamatórios. Quase sempre se projeta para o lado conjuntival da pálpebra. 
Hordéolo: É uma infecção estafilocócica das glândulas palpebrais caracterizada 
por dor, hiperemia e edema. O hordéolo é, na verdade, um abscesso, pois há 
formação de pus dentro da glândula afetada. 
Epicanto: O epicanto consiste em uma dobra da pele que começa na pálpebra 
superior e projeta-se medialmente, indo cobrir o canto interno do olho. Sua 
presença é normal na raça mongólica. Frequentemente associado à blefaroptose e 
é um dos sinais oculares da síndrome de Down. 
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Blefaroptose: A queda das pálpebras, também é chamada ptose palpebral. Nesta 
condição, a borda da pálpebra superior cai a uma posição mais baixa que o 
normal. 
Nistagmo: movimentos tipicamente involuntários, rítmicos e rápidos do globo 
ocular (horizontal, vertical, rotatório, todos). 
Estrabismo: desalinhamento dos eixos visuais dos olhos. 
Isocoria: pupilas negras, arredondadas e de mesmo tamanho. 
Anisocoria: diferença no diâmetro das pupilas. 
Discoria: irregularidade do contorno pupilar. 
Pterígio: afecção que compromete a córnea, porém seu ponto de partida é 
conjuntival. 
Pinguécula: depósito amarelo-esbranquiçado na conjuntiva. 
Xeroftalmia: Oftalmia caracterizada por degeneração da conjuntiva e falta de 
secreção lacrimal, em que o globo se apresenta seco e enrugado, e que é causada 
por deficiência de vitamina A. 
Escotoma: é uma área de cegueira parcial ou completa, dentro de um campo visual 
normal ou relativamente normal. 
Diplopia: É quando o paciente desenvolve um desvio ocular, o olho desviado não 
mais mantém a fixação no objeto de interesse na fóvea (área da retina 
responsável pela visão central). O paciente se queixa, então, de visão dupla. 
Midríase: dilatação das pupilas. 
Miose: contração das pupilas. 
 
 
Sinal de Argyll-Robertson: indicativo de neurossífilis. Quadro bilateral de 
miose irregular. As pupilas são muito pouco ou não responsivas a luz, mas 
normorresponsivas a acomodação. 
Síndrome de Claude-Bernard-Horner: discreta enoftalmia, miose e ptose palpebral 
superior por compressão do gânglio simpático cervical. Comum em tumores de 
ápice de pulmão 
Tríade clássica da hipertensão intracraniana: edema de papila, cefaléia e 
vômito. 
 
 
 
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5) Nariz e seios nasais: Exame externo (inspeção e palpação) e rinoscopia 
(levantar a ponta do nariz e olhar com a lanterninhas). 
√ Alterações da forma, da pele, deformidades, corrimento e pontos 
dolorosos a palpação. 
√ Palpação do seios paranasais: frontal, maxilar e etmoidal. 
√ Septo nasal: desvios e ulcerações. 
 
6) Orelha: inspeção, palpação e otoscopia. 
√ Pavilhão auricular: forma, implantação (baixa na sd de Down), 
nódulos e secreções. Pesquisar sinal de Tragus. 
√ Função auditiva. 
 
Otorréia: saída de líquido (claro, seroso, mucuso, purulento ou sanguinolento). 
Otorragia: perda de sangue pelo canal auditivo. 
Disacusia: perda da capacidade auditiva. Pode ser moderada (hipoacusia) ou 
acentuada (surdez) ou total (anacusia). 
 
Sinal de Tragus: desconforto ou dor com a compressão do tragus. Sugere otite externa. 
 
7) Boca: analisar sequencialmente: lábios/comissura labial, fenda bucal, 
gengivas, dentes, língua (faces superior e inferior), palato, úvula e 
assoalho bucal. 
√ Lábios: lesões do movimento (lesão no VII par craniano), simetria, 
coloração, deformidades congênitas (lábio leporino) ou adquiridas 
(traumatismo, queimaduras), fissuras (queilites), edema (Quinke), 
erupções e outras lesões. 
√ Gengivas: inspeção (gengivite, sangramentos, tumefações, ulcerações 
e tumores). 
√ Dentes: estado de conservação, cáries, falhas dentárias e próteses. 
√ Língua: aspecto global (distribuição regular da mucosa, papilas,
macroglossia, microglossia), forma, cor, ulcerações, desvios, 
movimento, estase venosa e freio lingual. 
√ Palatos (duro e mole): deformações congênitas, adquiridas, erupções 
ou lesões, movimentação do palato e pilares. 
Obs.: se o paciente usar prótese, tem que pedir para tirar a prótese e só 
depois realizar o exame. 
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Formas de língua 
Variação do normal: 
Língua cerebriforme: disposição irregular das papilas. 
Língua geográfica: esfoliação das papilas. 
Língua bífida 
Língua escrotal: sulcos profundos. Pode estar associada a síndrome de Down. 
 
Alteração do aspecto: 
Língua saburrosa: acúmulo de substância branco-acinzentada. Tabagista. 
Língua seca: desidratação e acidose. 
Língua negra ou pilosa: alongamentos das papilas filiformes e aspecto piloso d 
superfície dorsal da língua. Fatores bacterianos, micóticos, irritação química. 
Língua lisa e pálida: anemia ferropriva. 
Língua careca: hipovitaminose B12 e anemia. 
Língua em framboesa: papilas vermelhas e hipertrofiadas. Escarlatina. 
 
Doença de Peutz-Jeghers: colorimento melanótico das mucosas. Risco 
significativo de malignização em múltiplos órgãos. 
Doenças de Osler-Wender-Rendu: formada pela tríade de telangiectasia, epistaxe 
e história familiar. A cavidade oral é freqüentemente atingida, em particular a 
mucosa dos lábios inferiores e região e língua1. 
 
8) Faringe: 
√ Lesões, exsudatos ou membrana em pilares anteriores e posteriores. 
√ Amígdalas: tamanho, congestão, exsudato ou membrana, abscessos, 
tumorações e ulcerações. 
 
9) Glândulas salivares: aumento de volume e inflamação das glândulas 
parótidas, submandibulares e sublinguais. 
 
Rânula: cisto de retenção que ocorre no assoalho da boca, por obstrução dos 
ductos das glândulas sublinguais ou submandibulares. Causas principais: trauma 
e obstrução dos ductos das glândulas pela formação de sialolitos. 
Sialorréia: ou sialose produção excessiva de secreção salivar, sendo observada 
nas esofagopatias obstrutivas de modo geral e, no megaesôfago chagásico. 
Sialosquiese: diminuição na produção de saliva. 
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Exame Pescoço 
Faz-se o exame do pescoço por meio da inspeção, palpação e ausculta. 
√ Forma geral, volume, alterações de forma e volume (aumento da 
tireóide, linfonodos, das parótidas e de tumorações), posição 
(normal é mediana seguindo o eixo da coluna; alterações: torcicolo 
e afecções da coluna cervical), mobilidade, pulsações dos vasos 
arteriais e venosos, estase jugular venosa, refluxo hepatojugular, 
frêmito na base do pescoço e sopros. Tracionar a traquéia um pouco 
pro lado e palpar os dois lados do m. esternocleidomastoideo. 
√ Palpação das cadeias ganglionares. 
 
Massas cervicais 
Higroma cístico: estruturas multinoculadas resultantes do acúmulo benigno de 
tecido linfático. Mais freqüentemente encontrados na região cervical. 
Linfadenopatias 
Gânglio de Virchow-Troisier: aumento do linfonodo na região supra-clavicular 
esquerda. Geralmente indica neoplasia gástrica. 
 
1) Traquéia: 
√ Posição (centrada ou não) e mobilidade. 
 
2) Tireóide: examinador atrás do paciente faz a palpação antes e durante a 
deglutição. Palpar abaixo da cricóide. 
√ Palpável ou não, volume, consistência, mobilidade, superfície, 
frêmitos, sopro e sensibilidade. 
√ Se estiver aumentada: auscultar. 
 
Níveis cervicais 
I -> submandibular 
II -> jugulocarotídeo alto 
III -> jugulocarotídeo médio 
IV -> jugulocarotídeo baixo 
V -> cervical anterior 
VI -> cervical posterior 
VII -> supraclavicular 
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Exame dos vasos: pulsos venosos são pulsações observadas na base do pescoço, 
dependentes das modificações de volume que ocorrem nas veias jugulares 
internas. Para o exame do pulso venoso o paciente deve permanecer deitado numa 
posição que propicie máximas pulsações venosas. Quando a pressão venosa é 
normal o paciente deve ficar em posição quase horizontal em relação à cama, mas 
se houver hipertensão venosa ele deve ficar num ângulo de 45º. Cada pescoço é 
inspecionado com a cabeça ligeiramente voltada para o lado oposto. As pulsações 
são procuradas na parte mais inferior do pescoço. Cuidado para não confundir 
pulso venoso com pulsações carotídeas (palpável, intensidade não se altera com 
posição do paciente, pulsações não são eliminadas por compressão logo acima da 
extremidade esternal da clavícula) 
Ingurgitamento ou turgência de jugular: ao examinar o pescoço deve-se avaliar o 
estado de turgência das jugulares externas e a presença de sopros nos vasos do 
pescoço. Em condições normais as jugulares tornam-se túrgidas apenas quando o 
paciente está em decúbito. Somente a turgência que persiste na posição semi-
sentada (ângulo de 45º entre o dorso e o leito) e sentada traduz hipertensão 
venosa na veia cava superior. Esse fenômeno ocorre quando há compressão da VCS, 
insuficiência ventricular direita e pericardite constritiva. 
Refluxo hepatojugular: ingurgitamento das veias jugulares e o aumento da 
amplitude do pulso venoso após compressão do fígado. Isso reflete a 
incapacidade do ventrículo direito de se adaptar ao maior volume sanguíneo que 
lhe é oferecido durante a manobra. Permite diferenciar uma hepatomegalia 
causada por IC de outras causas que provocam crescimento do fígado. 
Frêmitos e sopros no pescoço: podem ter origem nas carótidas, nas jugulares e 
na tireóide. 
 
 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 29 
 
EXAME DO TÓRAX 
 O paciente deve ser examinado sentado no leito ou na mesa de exame, com 
as pernas descruzadas, os braços caídos lateralmente e as mãos apoiadas nos 
joelhos, despido até a cintura. O tórax será examinado de frente, de perfil e 
de costas. Somente em condições especiais – pacientes acamados, coma etc – não 
se pode utilizar tal posição para o exame, ficando este prejudicado. Esta 
posição inclui o exame das mamas e do aparelho respiratório. 
 
 
Exame das Mamas: realizado de rotina, principalmente nas mulheres. 
√ INSPEÇÃO: comparando cada mama, primeiro com os braços juntos ao 
tórax e, depois, com os braços levantados por sobre a cabeça. 
Observe cada mama desde a prega axilar até a linha mediana. 
√ PALPAÇÃO: deve ser feita, inicialmente, com a mão espalmada em 
todos os quadrantes, procurando palpar o tecido mamário de encontro 
à parede torácica. Em seguida, fazer o pinçamento metódico entre o 
polegar e o indicador de todo o tecido mamário, inclusive do mamilo 
e auréola. 
√ Verificar o tamanho, forma, simetria, tumorações, coloração da 
pele, retrações, sensibilidade, temperatura, contextura e 
consistência, nódulos (número unilaterais, bilaterais, 
consistência, sensibilidade, tamanho, localização, fixação aos 
planos superficiais e profundos), adenopatias satélites e secreções 
mamárias (características). 
 
Exame do Aparelho Respiratório: compreende de inspeção palpação, 
ausculta e percussão. Indícios obtidos de um lado devem ser comparados com os 
verificados no lado oposto. 
 
√ Inspeção estática: forma, simetria, abaulamentos, retrações, 
afecções da coluna (cifose, escoliose e lordose) e circulação 
colateral (descrita em ectoscopia). 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 30 
 
Ângulo de Louis: saliência transversal na junção do manúbrio com o esterno. No 
dorso projeta-se na altura da 4ª vértebra. Está sempre na direção da 2ª 
costela, então logo abaixo dele está o 2º espaço intercostal. Corresponde à 
carina. 
Ângulo de Sharpy: ou ângulo epigástrico
é o ângulo formado pelas rebordas 
costais. Classifica o biótipo do indivíduo em longilíneo (<90º), mediolíneo 
(aproximadamente 90º) e brevelíneo (>90º). 
Vértebra proeminente C7: ao flexionar-se a cabeça é o processo espinhoso mais 
proeminente. Marca o local onde os ápices pulmonares se projetam na parede 
torácica. 
Principais linhas torácicas: linha médio esternal, linha hemiclavicular, linhas 
axilares anterior, média e posterior. 
Ápices pulmonares: os ápices pulmonares ultrapam 3-4 cm a borda superior das 
clavículas. 
 
Sinal de Lemos-Torres:abaulamentos, que ocorrem no ato expiratório, dos últimos 
espaços intercostais. Ocorre quando há pequeno ou médio derrame pleural. 
Sinal de Ramond: contratura da musculatura paravertebral torácica. Indica 
comprometimento pleural homólogo. 
 
Formas do tórax 
Tórax chato ou plano: parede anterior perde sua convexidade normal (tórax 
alado). Próprio dos indivíduos longilíneos ou DPOC. 
Tórax em tonel ou globoso: aumento exagerado do diâmetro ântero-posterior, 
maior horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal, o que 
torna o tórax mais curto. Comum nos enfisematosos do tipo Pink-puffer, DPOC. 
Tórax infundibiliforme ou de sapateiro (pectus excavatum): depressão na parte 
inferior do esterno na região epigástrica. Normalmente é congênito. 
Tórax cariniforme (pectus carinatum): o esterno é proeminente e as costelas 
horizontalizadas. Pode ser congênito ou adquirido (raquitismo na infância). 
Tórax cônico ou em sino: parte inferior exageradamente alargada, lembrando um 
cone. Encontrado nas hepatomegalias e ascites volumosas. 
Tórax cifótico: curvatura na coluna dorsal formando uma gibosidade. Pode ser 
congênito, por problemas posturais e tuberculose óssea (mal de Pott). 
Tórax cifoescoliótico: além da cifose há um desvio da coluna para o lado. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 31 
 
√ Inspeção dinâmica: tipo respiratório (abdominal, torácicoou tóraco-
abdominal), ritmo respiratório, freqüência respiratória (contar e 
classificar), expansibilidade dos hemitóraces, ausência ou presença 
de tiragem e utilização de músculos acessórios na respiração. 
 
Ritmos respiratórios 
Respiração de Cheyne-Stokes: fase de apnéia seguida de incursões inspiratórias 
cada vez mais profundas até atingir um máximo para depois vir decrescendo até 
uma nova pausa. Causas: ICC, hipertensão intracraniana, TCE e AVC. 
Respiração de Biot: constituído por 2 fases: a primeira é de apnéia seguida de 
movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à 
amplitude. Causas: ICC, hipertensão intracraniana, TCE e AVC. 
Respiração de Kussmaul: alternância seqüencial de apnéias inspiratórias e 
expiratórias. Causas: acidose metabólica diabética. 
Respiração Suspirosa: presença de inspirações profundas em meio a um ritmo 
respiratório normal. Associada a distúrbios psicológicos ou emoção. 
 
Pink-Puffer/soprador rosado: indivíduo emagrecido. Quase não há expectoração. Possui 
dificuldade na passagem de ar (comprometimento brônquico). Enfisema 
Blue-bloater/cianótico congesto: indivíduo gordo e expectora constantemente. Problema 
na troca gasosa (comprometimento alveolar). Bronquite. 
 
Hemoptise: eliminação de sangue pelas vias respiratórias, procedente da traquéia, 
brônquios ou pulmões. Considera-se hemoptise a eliminação de mais de 2 mL de sangue. 
Vômica: Expulsão brusca e maciça pela boca de uma grande quantidade de pus ou líquido. 
Tiragem: retração inspiratória dos espaços intercostais, subcostais, fossa supra-
esternal e fossa supra-clavicular. Atelectasia, enfisema pulmonar. 
Dispnéia: é a dificuldade para respirar, podendo o paciente ter consciência ou não 
desse estado. 
Ortopnéia: dispnéia que impede ao paciente ficar deitado e obriga-o a sentar-se ou 
ficar-se de pé. IC esquerda, congestão pulmonar. 
Dispnéia paroxística noturna: paciente tem seu sono interrompido por uma dramática 
sensação de falta de ar levando-o a sentar-se ou até mesmo ficar de pé. ICC. 
Platipnéia: sensação de dispnéia que surge ou agrava-se com a adoção da posição 
ortostática, principalmente de pé. Comum na pericardite. 
Trepopnéia: dispnéia que aparece em determinado decúbito lateral, como acontece nos 
pacientes com derrame pleural que se deitam sobre o lado são. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 32 
 
√ Palpação: tonicidade muscular, temperatura (dorso da mãos) áreas de 
hiperestesia, expansibilidade dos hemitóraces (palpação bimanual 
nos ápices, parte média e base do tórax – 4 dedos abaixo das 
escápulas), FTV (distribuição comparada e topográfica) e pesquisar 
a presenção de frêmito brônquico e pleural. 
 
Manobra de Ruault: mãos espalmadas de modo que as bordas internas toquem a base 
do pescoço, os polegares apóiam-se na coluna vertebral e os demais dedos nas 
fossas supraclaviculares. Essa manobra permite avaliar a expansão dos ápices 
pulmonares. A expansibilidade dos ápices pulmonares está diminuída nas 
pneumonias, pneumotórax e nas pleurites. 
Frêmito toracovocal: corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à 
parede torácica. O examinador vai pousando a mão sobre as regiões do tórax ao 
mesmo tempo em que o paciente vai pronunciando a palavra “trinta e três”. 
 Aumentado: afecções do parênquima (pneumonia, enfisema). 
Diminuído: atelectasia e afecções pleurais (derrame pleural). 
 
√ Percussão: comparada e topográfica (entre as escápulas e descendo 
em L). Fazer percussão da coluna. 
 
Percussão na avaliação do aparelho respiratório 
Área de projeção dos pulmões 
Normal: claro atimpânico (ou claro pulmonar) 
Alterações: 
o Macicez ou sub-macicez: afecções parenquimatosas (diminuição da 
quantidade de ar nos alvéolos) como atelectasia, fibrose, derrame 
pleural, condensação pulmonar (pneumonia, infarto pulmonar e 
neoplasias). Porém só são notadas na percussão quando essas afecções 
são de grande extensão. 
o Timpanismo: indicar ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax) ou 
numa grande cavidade intrapulmonar (cavernas insufladas na TB). 
Sinal de Signorelli: som maciço, devido a derrame pleural, na percussão do 7º-
11º espaços intervertebrais. A percussão da coluna é muito utilizada para 
diferenciar derrame pleural de atelectasia (claro pulmonar na coluna) 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 33 
 
√ Ausculta: verificar caráter dos ruídos: murmúrio respiratório ou 
vesicular (presente, ausente ou diminuídos, em qual local dos 
hemitóraces). Presença ou ausência de murmúrios adventícios 
(roncos, sibilos, estertores bolhosos, estertores crepitantes, 
atrito pleural e sopros). Descrever a ausculta da voz e presença de 
pequitorilóquias quando presentes. O paciente deve respirar pausada 
e profundamente com a boca entreaberta. Auscultam-se as regiões de 
maneira simétrica. 
 
 
Sons Pleuropulmonares 
Sons normais: 
• Som traqueal e respiração brônquica: audível na região de projeção da 
traquéia, no pescoço e na região esternal. A respiração brônquica 
corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de brônquios de 
maior calibre na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno. 
Obs.: nas áreas que correspondem às condensações pulmonares, 
atelectasias ou regiões próximas às cavernas insufladas ouve-se 
respiração brônquica no lugar do murmúrio vesicular. 
• Murmúrio vesicular: ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do 
tórax, com exceção das regiões esternal superior, interescápul-
vertebral direita e ao nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais (nessas áreas 
ouve-se a respiração broncovesicular). O murmúrio vesicular está 
diminuído no pneumotórax, hidrotórax,
espessamento pleural, enfisema, 
obstrução das vias aéreas superiores. 
• Respiração broncovesicular: somam-se as características da respiração 
brônquica com as do murmúrio vesicular. A ausculta desse som em lugares 
diferentes do normal (regiões esternal superior, interescápul-vertebral 
direita e ao nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais) indica condensação 
pulmonar, atelectasia. 
 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 34 
 
Sons anormais descontínuos: 
• Estertores: ruídos audíveis na inspiração ou expiração superpondo-se aos sons 
respiratórios normais. Podem ser 
o Finos: ocorrem no final da inspiração e tem freqüência alta, isto é, são 
agudos e duração curta. Não se modificam com a tosse. Semelhante ao barulho 
de um velcro. Quando presentes são ouvidos principalmente nas bases 
pulmonares. Pneumonia, congestão pulmonar por IC. 
o Grossos (ou bolhosos): tem freqüência menor e maior duração que os finos. 
Sofrem alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do 
tórax. São audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. 
Comuns na bronquite crônica e atelectasia. 
Sons anormais contínuos: 
• Ruídos: os roncos são constituídos por sons graves (baixa freqüência). Ocorre na 
inspiração, porém é mais predominante na expiração. Asma brônquica, bronquite, 
bronquiectasia e obstruções localizadas. 
• Sibilos: sons agudos (alta freqüência). Chiados predominantemente na fase 
expiratória e quase sempre acompanhados de dispnéia. São múltiplos e disseminados 
pelo tórax quando são provocados por enfermidades que comprometem a árvore 
brônquica toda, como asma e bronquite. 
• Estridor: ruído inspiratório produzido por obstrução da laringe ou traquéia, fato 
que pode ser provocado por difteria, laringite aguda e estenose de traquéia. 
Sons anormais de origem pleural: 
• Atrito pleural: ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com 
freqüência comparado ao ranger do couro atritando. Diferencia-se dos estertores 
pois tem duração maior, freqüência baixa e tonalidade grave. Pleurite seca. Não 
há som de atrito pleural quando há derrame pleural. 
Sons vocais: em condições normais tanto a voz cochichada como na cochichada a 
ressonância vocal constitui-se de sons incompreensíveis. Porém quando o pulmão está 
consolidado (pnemonia, infarto pulmonar) a transmissão é facilitada. 
• Ressonância vocal normal 
• Ressonância vocal diminuída: atelectasia, espessamento pleural e derrames. 
• Ressonância vocal aumentada: 
o Broncofonia: ausculta-se a voz sem nitidez. 
o Pectorilóquia fônica: ouve-se com nitidez a voz falada. 
o Pectorilóquia afônica: ouve-se com nitidez a voz cochichada. 
o Egofonia: broncofonia de qualidade nasalada e metálica. Parte superior dos 
derrames pleurais e condensação pulmonar. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 35 
 
A diminuição ou aumento da ressonância vocal coincidem com as mesmas 
modificações do FTV. O fenômeno é o mesmo, isto é, facilitação da chegada das 
vibrações à parede torácica. 
 
Obs.: Prova prática 
Após fazer a inspeção, vai para trás do paciente e fazer palpação, 
percussão e ausculta na parte posterior do tórax. Quando terminar de fazer isso 
tudo atrás aí sim vai para frente do paciente e faz expansibilidade (parte 
superior), percussão supra e infraclavicular (até o ângulo de Louis) e ausculta 
supra e infraclavicular. 
 
Síndromes brônquicas 
 Inspeção Palpação Percussão Ausculta Situações 
clinicas 
OBSTRUÇÃO Tiragem 
inspiratória 
FTV normal ou 
diminuído 
Hipersonoridade Murmúrio 
vesicular com 
expiração 
prolongada 
Sibilos 
Asma brônquica 
INFECÇÃO Expansibilidade 
normal ou 
diminuída 
FTV normal ou 
diminuído 
Normal ou 
diminuído 
Estertores 
grossos 
disseminados 
Roncos e 
sibilos 
Bronquite 
aguda ou 
crônica 
DILATAÇÃO Expansibilidade 
normal ou 
diminuída 
FTV normal ou 
aumentado 
Normal ou 
submacicez 
Estertores 
grossos 
localizados 
Bronquiectasia 
 
Síndromes pulmonares 
 Inspeção Palpação Percussão Ausculta Situações 
clínicas 
CONSOLIDAÇÃO Expansibilidade 
diminuída 
FTV aumentado Macicez ou 
submacicez 
Respiração 
brônquica ou 
broncovesicular 
Estertores finos 
Broncofonia 
Pectorilóquia 
Pneumonia 
Infarto 
Tuberculose 
ATELECTASIA Expansibilidade 
diminuída 
Tiragem 
intercostal 
FTV diminuído 
ou abolido 
Macicez ou 
submacicez 
Respiração 
broncovesicular 
Murmúrio 
vesicular 
abolido 
Ressonância 
vocal diminuída 
Neoplasia 
brônquica 
Corpo estranho 
intra-brônquico 
HIPERAERAÇÃO Expansibilidade 
diminuída 
Tórax em tonel 
Expiração 
prolongada 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
Normal no início 
Hipersonoridade 
Murmúrio 
vesicular 
diminuído 
Ressonância 
vocal diminuída 
Enfisema 
pulmonar 
CONGESTÃO 
PASSIVA DOS 
PULMÕES 
Expansibilidade 
normal ou 
diminuída 
FTV normal ou 
aumentado 
Normal ou 
submacicez em 
bases 
Estertores finos 
em bases 
Insuficiência 
ventricular 
esquerda 
Embolia 
pulmonar 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 36 
 
 
Síndromes pleurais 
Síndrome Inspeção Palpação Percussão Ausculta Situações 
clínicas 
PLEURITE 
AGUDA 
Expansibilidade 
diminuída 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
Normal ou 
submacicez 
Atrito pleural Processo 
inflamatório 
PLEURITE 
SECA CRÔNICA 
Retração 
torácica 
Expansibilidade 
diminuída 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
Macicez ou 
submacicez 
Murmúrio 
vesicular 
diminuído 
Ressonância 
vocal diminuída 
Espessamento 
da pleura 
DERRAME 
PLEURAL 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
ou abolido 
Macicez Abolição do 
murmúrio 
vesicular 
Egofonia 
Presença de 
líquido no 
espaço pleural 
PNEUMOTÓRAX Normal ou 
abaulamento 
dos espaços 
intercostais 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
Hipersonoridade Murmúrio 
vesicular 
diminuído 
Ressonância 
vocal diminuída 
Presença de ar 
no espaço 
pleural 
 
 
Cornagem: dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias superiores, 
na altura da laringe e que se manifesta por estridor e tiragem. 
 
 
Exame do Aparelho Cardiovascular 
 Posição do paciente: inicialmente é a de decúbito dorsal ou semi-
reclinado (45º), com os braços estendidos ao lado do corpo. Em seguida, o 
paciente é examinado em decúbito lateral esquerdo e sentado, reclinado para 
frente. Examinador deve estar ao lado direito do paciente. 
 Devem ser usadas a campânula e a membrana (diafragma) do estetoscópio. A 
campânula serve para a ausculta de sons de baixa freqüência e a membrana para 
os sons de média e alta freqüência. 
 
1) Exame da região precordial 
√ Inspeção: verificar deformidades e presença de batimentos visíveis. 
√ Palpação: realizada em decúbito dorsal e lateral esquerdo (posição 
de Pachon). Caracterização do ictus: localização, tipo, mobilidade, 
extensão (polpas digitais em DLE). Palpação de bulhas (perceptíveis 
à palpação traduzem alteração do aparelho valvar correspondente) e 
pesquisa de frêmitos cardiovasculares. Pesquisar ictus em 
ventrículo direito. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 37 
 
Ictus cordis 
Localização: 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular. 
Extensão: normalmente 2 polpas digitais. Hipertrofia são necessárias três ou 
mais polpas digitais. Quando há grande dilatação e/Lou hipertrofia, o ictus 
pode abarcar toda a palma
da mão. 
Mobilidade: pesquisada através da manobra de Pachon. 
Intensidade: grande intensidade em pessoas magras, após exercícios físicos, 
hipertrofia ventricular. 
Diz que o ictus cordis é propulsivo quando a mão que o palpa é levantada a cada 
contração. Indica hipertrofia. 
 
Manobra de Pachon: paciente em decúbito lateral esquerdo e com o braço esquerdo 
atrás da cabeça. 
 
Cinco grandes causas de dor precordial: embolia pulmonar, pericardite, 
pneumotórax hipertensivo, isquemia miocárdica transitória e dissecção de aorta. 
Sinal de Levine: mão que se fecha em garra sobre o precórdio. 
 
√ Ausculta: freqüência e ritmo do coração. Reconhecer e isolar 1ª e 
2ª bulhas cardíacas, identificando-as nos focos de ausculta 
(mitral, tricúspide, aórtico acessório, aórtico e pulmonar). 
Descrever as bulhas em rítmicas ou arrítmicas, se em 2 tempos ou 
não, se normofonéticas/hipofonéticas/hiperfinéticas. Presença ou 
ausência de sopros e descrevê-los. 
d 
Focos de ausculta 
Foco mitral: 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclaviclar e 
corresponder ao ictus cordis. Melhor área para percepção de alterações das 
bulhas, estalidos e sopros. 
Foco tricúspide: corresponde à base do apêndice xifóide, ligeiramente para 
esquerda. 
Foco pulmonar: localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. 
Melhor foco para ouvir desdobramentos (fisiológicos ou patológicos). 
Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito, justaesternal. 
Foco aórtico acessório: 3º e 4º espaços intercostais esquerdos, nas 
proximidades do esterno. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 38 
 
Bulhas cardíacas 
B1 (TUM): fechamento das valvas mitral e tricúspide, o componente mitral 
antecedendo o tricúspide. Coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. 
Timbre mais grave e maior intensidade no foco mitral. 
Hiperfonese: anemia, febre, estados hiperdinâmicos, estenose mitral, 
diâmetro toraco-posterior diminuído, pessoas magras, taquicardia sinusal. 
Hipofonese: miocardites, IAM, imobilização da valva mitral, diâmetro 
antero-posterior aumentado, cifose, enfisema pulmonar, idosos, atletas, 
pericardite e derrame pleural. 
B2 (TA): fechamento das valvas aórtica e pulmonar, o componente aórtico precede 
o pulmonar. 
Hiperfonese: HAS, atividades físicas, ansiedade, tetralogia de Fallot, 
estados hiperdinâmicos, anemia, hipertensão pulmonar, CIA e dilatação da 
artéria pulmonar. 
B3 (TU): vibrações produzidas pela corrente sanguínea que penetra a cavidade 
durante o enchimento ventricular rápido (diástole precoce). Som de baixa 
freqüência (melhor ouvido com a campânula). 
B4: ocorre no fim da diástole. Pode ser ouvida mais raramente em condições 
normais nas crianças e nos adultos jovens. 
 
Desdobramentos da 2ª bulha cardíaca (TLA) 
Desdobramento fisiológico B2: em condições normais o componente aórtico precede 
o pulmonar. Durante a expiração ambas as valvas se fecham sincronicamente, 
dando origem a um ruído único. Na inspiração, principalmente porque a sístole 
do VD se prolonga ligeiramente em função do maior afluxo sanguíneo a esse lado 
do coração, o componente pulmonar sofre um retardo que é suficiente para 
perceber de modo nítido, os dois componentes. 
Desdobramento fixo de B2: é a duração fixa das distâncias entre os dois 
componentes (aórtico e pulmonar) independente da fase da respiração. Ocorre, 
por exemplo, na estenose pulmonar. 
Desdobramento paradoxal de B2: é o desdobramento em contraposição ao 
desdobramento fisiológico. O desdobramento fisiológico ocorre na inspiração 
profunda, já o desdobramento paradoxal ocorre na expiração. Pode ocorre no 
bloqueio de ramo esquerdo do feixe de Hiss e estenose aórtica acentuada. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 39 
 
Sopros: produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. 
Características: situação no ciclo cardíaco, localização, irradiação, 
intensidade, timbre e tonalidade, modificações com a fase da respiração, 
posição do paciente, exercício físico e sob o efeito de algumas drogas. 
Sopros sistólicos: são classificados em dois tipos: sopro sistólico de ejeção e 
sopro sistólico de regurgitação. 
o de ejeção: causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar e se 
originam durante o período de ejeção ventricular. 
o de regurgitação: causados por regurgitação de sangue dos 
ventrículos para os átrios quando há insuficiência mitral ou 
tricúspide ou de um ventrículo para outro, quando há comunicação 
entre eles. 
Sopros diastólicos: aparecem na diástole e de acordo com o momento em que 
aparecem são classificados em protodiastólicos, mesodiastólicos e 
telediastólicos ou pré-sistólicos. 
o Sopro de Austin Flint: Sopro diastólico mitral decorrente de 
insuficiência aórtica. 
o Sopro de Grahan–Stell: sopro diastólico da insuficiência pulmonar. 
o Sopro de Carey Coombs: sopro mesodiastólico audível em foco mitral, 
aparece na endocardite reumática ativa. 
Sopros contínuos: são ouvidos durante toda a sístole e diástole, sem 
interrupções, recobrindo e mascarando a B1 e B2. Aparecem na CIA. 
Sopro inocente: são sopros sistólicos, de baixa intensidade (+ a ++), suaves, 
sem irradiação, mais audíveis na área pulmonar e região mesocardíaca, com 
nítidas variações pela mudança de posição dos pacientes. Não são acompanhados 
de alteração das bulhas cardíacas. 
z 
Manobra de Riveiro-Carvalho: realizada para diferenciar sopro da insuficiência 
tricúspide do da insuficiência mitral. Paciente em decúbito dorsal ausculta-se 
o foco tricúspide com especial atenção na intensidade do sopro e pede-se ao 
paciente para fazer inspiração profunda. 
Negativa: não ocorre alteração ou o sopro diminui. Ou seja, o sopro 
audível nessa área é apenas propagação de um sopro originado na valva 
mitral. 
Positiva: sopro aumenta de intensidade. Isso significa que a origem desse 
sopro está no aparelho valvar. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 40 
 
Insuficiência cardíaca: síndrome clínica complexa e progressiva, que pode 
resultar de qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração que altere 
sua capacidade de enchimento e/ou ejeção, levando a uma incapacidade de manter 
o débito tecidual adequado. Caracterizada clinicamente por dispnéia, fadiga, 
edema e redução da sobrevida. 
IC esquerda: dispnéia, palpitação, tosse, expectoração hemoptóica, estertores 
pulmonares e pulso alternante. Congestão venocapilar pulmonar, decorrente, da 
incapacidade contrátil do ventrículo esquerdo. 
IC direita: cansaço fácil, astenia, dor no hipocôndrio direito, anorexia, dor 
abdominal difusa, oligúria, ingurgitamento de jugular e edema de MMII. Causas: 
DPC, doenças cardíacas congênitas 
ICC: sinais de baixo débito, desvio do ictus cordis, bulhas acessórias, 
abafamento de 1ª bulha, hiperfonese de B2, estase jugular, hepatomegalia, edema 
de membros inferiores, ascite. Causas: cardiopatia isquêmica, hipertensão 
pulmonar, Chagas 
 
2) Exame do pulso carotídeo 
√ Verificar condições da parede arterial, freqüência e ritmo 
(correlacionando-se sempre com freqüência e ritmo do coração), 
amplitude, igualdade dos pulsos correspondentes, frêmitos e 
ausculta (presença de sopros). Descrever sopros se presentes ou 
ausentes, quantas cruzes em 4 e se simétricos ou não. 
Examinador de frente para o paciente. O pulso carotídeo direito é sentido 
pela polpa do polegar esquerdo que afasta a borda anterior do músculo 
esternocleidomastoideo ao mesmo tempo que procura as pulsações perceptíveis um 
pouco mais profundamente. As polpas dos dedos médio e indicador se fixam sobre 
as vértebras cervicais mais inferiores. Para o lado esquerdo
usa-se a mão 
direita. 
 
3) Exame do pulso venoso jugular 
√ A cabeceira da cama do paciente deve estar num ângulo de 45°. O nível 
de referência para se medir a altura das pulsações venosas é o ângulo 
de Louis. Cada lado do pescoço é inspecionado, estando o paciente com 
o pescoço ligeiramente voltado para o lado oposto ao lado examinado. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 41 
 
4) Sistema venoso periférico 
√ Examinar o paciente na posição ortostática. Palpar as veias das pernas à 
procura de sinais de insuficiência valvular. Procurar por sinais de 
insuficiência venosa e trombose venosa profunda. 
 
5) Sistema vascular periférico 
√ PULSOS DAS ARTÉRIAS: Braquial, Radial, Femoral, Poplítea (ponto de 
referência: face interna do bíceps femoral), Tibial Posterior (ponto de 
referência: maléolo interno), Pediosa Dorsal (ponto de referência: 
extensor longo do grande artelho). Descrever se presentes ou ausentes, 
quantas cruzes em 4 e se simétricos ou não. 
√ Procurar sinais de insuficiência arterial aguda e crônica. Palpar e 
auscultar a região do apêndice xifóide até a cicatriz umbilical a procura 
de sopros. Auscultar a região dorsal. 
 
6) Exame da pressão arterial: classificar em normo, hipo ou hipertenso. 
 
√ Inicialmente verificar a PA no braço direito, com o bordo inferior do 
aparelho mais ou menos uma polegada acima da prega cubital. O meio do 
manguito deve ficar sobre a artéria braquial e distante 2 cm da fossa 
cubital. O braço deve estar nu até o ombro. Antebraço deve ser apoiado 
ao nível do coração. A palma da mão deve estar voltada para cima. 
√ Técnica da medida: as leituras preliminares são tomadas pela palpação 
e em seguida pelo método auscultatório. Elevar rapidamente a pressão 
no manômetro a um nível de cerca de 20 a 30mmHg acima do ponto que o 
pulso radial desaparece à palpação. Diminuir lentamente a pressão no 
manômetro. Identificar as pressões sistólica e diastólica. Se houver 
diminuição dos sons durante a determinação da PA, faça o paciente 
levar o braço acima da cabeça, até que as veias estejam relativamente 
vazias. 
√ Considerações especiais: pesquisar, se indicado, o pulso alternante e 
paradoxal. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 42 
 
Pulso alternante: Percebe-se de modo sucessivo uma onda ampla seguida por uma 
onda mais fraca. A compressão da artéria deve ser calculada para a percepção da 
onda mais débil. É sinal da insuficiência ventricular esquerda. 
Pulso paradoxal: Diminuição da amplitude das pulsações durante a inspiração 
forçada. Ocorre na pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso e no 
enfisema pulmonar 
 
Sinal de Kussmaul: aumento paradoxal da pressão venosa jugular durante a 
inspiração. Indica pericardite constritiva. 
Sinal de Muller: pulsação rítmica da úvula conforme freqüência cardíaca. 
Indicativo de insuficiência aórtica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 43 
 
EXAME DO ABDOME 
O abdome é descoberto do púbis até a parte mais baixa da parede torácica, 
o paciente deve relaxar seus músculos abdominais e respirar silenciosamente 
pela boca. Procure desviar a atenção do paciente durante sua realização, a fim 
de que, contrações voluntárias da musculatura abdominal ou falsas áreas de 
hipersensibilidade não venham mascarar uma conclusão correta ou provável do 
mesmo. O médico deve aquecer as mãos e colocar-se à direita do paciente, exceto 
em palpações especiais. 
 
√ Inspeção: observação da forma, simetria (megacolon, fecaloma), 
abaulamento, retração e cicatriz umbilical (plana, intrusa e protrusa). 
Anotar alterações da cor da pele, lesões, manchas, estrias, circulação 
colateral. Pulsações e movimentos peristálticos visíveis. Avaliar a 
presença de tumorações. Diferenciar a tumoração ou nodulação intra 
abdominal da extra abdominal ou de parede (manobra de Smith-Bates). 
Observar o movimento respiratório rítmico do abdome, abaulando com a 
inspiração e retraindo com a expiração. A tosse ou o esforço para sentar-
se pode evidenciar hérnias da parede abdominal ou localizar uma área 
dolorosa. 
 
Forma e volume do abdome 
Abdome normal (atípico): característica morfológica: simetria. 
Abdome plano 
Abdome globoso: predomínio nítido do diâmetro ântero-posterior sobre o 
transversal. Comum em ascite, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal 
e hepatoesplenomegalia. 
Abdome em ventre de batráquio: paciente em decúbito dorsal há predomínio do 
diâmetro do diâmetro transversal sobre o ântero-posterior. Ocorre em casos de 
ascite em regressão. 
Abdome pendular: vísceras pressionam parte inferior da parede abdominal 
produzindo neste local protrusão. Ocorre quando há flacidez da parede 
abdominal. 
Abdome em avental: acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. A parede 
abdominal “cai” como avental sobre as coxas do paciente. Comum em pacientes 
obesos. 
Abdome escavado: pessoas muito emagrecidas. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 44 
 
Manobra de Smith-Bates: paciente em decúbito dorsal pede-se para elevar a 
cabeça e o tórax como se tentasse levantar. Quando a massa é na parede 
abdominal, esta massa fica mais evidente e continua palpável. Enquanto a massa 
intra-abdominal é ofuscada pela contração muscular e “esconde-se”. 
h 
Sinal de sister Mary Joseph: metástase na região umbilical, não dolorosa. Sinal 
de alerta para malignidade intra-abdominal. 
Sinal de Cullen: manchas equimóticas na região periumbilical. Podem refletir 
hemoperitônio, pancreatite aguda hemorrágica e gravidez ectópica. 
Sinal de Grey-Turner: manchas equimóticas nos flancos. Ocorre apenas na 
pancreatite aguda hemorrágica. 
 
√ Ausculta: fornece informações a respeito de gases e líquidos no TGI. 
Utilizar o diafragma do estetoscópio. Auscultar dois quadrantes 
observando se os ruídos hidroaéreos estão presentes, aumentados (diarréia 
e obstrução intestinal), diminuídos ou ausentes (íleo paralítico). 
 
√ Percussão: Delimitar o limite superior e a borda inferior do fígado (área 
de macicez hepática). Realizar a hepatimetria. Percutir o espaço de 
Traube e a região hipogástrica. Se indicado, pesquisar a macicez móvel, 
sinal de piparote e semicírculo de Skoda. Se a história indicar, 
pesquisar sinal de Giordano. 
j 
Hepatimetria: percutir o tórax anterior, de cima para baixo, na linha 
hemiclavicular direita, determinar limites (macicez) superior (geralmente 
encontra-se no 5º-6º espaço intercostal direito) e inferior (geralmente melhor 
definido pela palpação. A borda inferior não ultrapassa 1 cm da reborda costal) 
do fígado e medir a distância entre esses limites. No adulto o tamanho normal 
varia de 6-12 cm. 
Espaço de traube: limite superior � diafragma; limite interior � borda costal 
esquerda; limite direito � lobo esquerdo do fígado; limite esquerdo � linha 
axilar anterior. Geralmente é livre (timpanismo). Se for maciço, o baço pode 
ser ou não palpável. 
Sons comumentes obtidos na percussão do abdome: 
Macicez: esplenomegalia, hipocôndrio direito, útero gravídico, ascite, turmores e 
cistos contento líquido. 
Submacicez: na fossa ilíaca direita se houver fezes. 
Timpanismo: meteorismo, espaço de Traube, paciente com diarréia e quase todo abdome. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 45 
 
Sinal de Jobert: timpanismo na percussão do hipocôndrio direito. Pode indicar 
pneumoperitônio ou sobreposição de alça intestinal. 
Sinal de Torres-Homem: dor aguda devido à percussão leve de qualquer ponto de 
área de projeção do fígado. Indica abscesso hepático. 
Sinal de Giordano:
punho-percussão na região lombar, no ângulo renal. Indicação 
de pielonefrite. 
 
Pesquisa de ascite 
Sinal de Piparote: para ascites volumosas. Com a face palmar de uma das mãos é 
posicionada em um dos flancos; a seguir, um peteleco é disparado contra o outro 
flanco. O abalo produzido pelo piparote produz pequenas ondas de choque no 
líquido ascítico, perceptíveis pela palma da mão, colocada no flanco oposto. 
Pode-se pedir para o paciente, coloca a borda cubital de sua mão sobre a linha 
mediana, no abdômen central, exercendo um pouco de pressão, a fim de 
interceptar ondas transmitidas pela parede, mas não impedindo a passagem da 
onda de choque do líquido ascítico. 
Semicírculos de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, o líquido 
ascítico está nos flancos e andar inferior do abdômen. Sendo assim, a 
percussão, feita desde o andar superior, delimitará uma linha semicircular na 
transição entre o timpanismo e a macicez ou submacicez das áreas 
correspondentes às porções mais declives; a concavidade da linha semicircular 
estará voltada para a região epigástrica. 
Macicez móvel: para ascites de médio volume. Pede-se ao paciente que fique 
mudando de decúbito (lateral esquerdo, lateral direito, dorsal) e realiza-se a 
percussão. Percebendo-se uma área de macicez/submacicez que se desloca conforme 
os líquidos. 
 
√ Palpação superficial: pesquisar e suplementar os achados da inspeção, 
determinando o desenvolvimento muscular e o tônus dos músculos da parede 
abdominal. 
 
√ Palpação profunda: Determinar hiperestesias profundas, tumores ou órgãos 
palpáveis. Examinar o fígado: consistência (parenquimatosa, mole, dura e 
pétrea), estado da borda inferior (fina ou romba), superfície (lisa, 
irregular e com nodosidades) e sensibilidade (dor difusa/localizada). 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 46 
 
Vesícula biliar: só é palpável em condições patológicas. Ponto cístico, 
Sinal de Murphy, sinal de Courvoisier-Terrier. Baço: quando de tamano e 
localização normal não é palpável. Quando o baço está aumentado pouco ou 
moderadamente, a sua palpação é facilidade pela posição de Schuster. Se 
palpável anotar: tamanho, distância em relação ao rebordo costal 
esquerdo, característica da borda, superfície e presença de dor. Rins: 
localização do pólo inferior, sensibilidade, mobilidade, pontos reno-
ureterais. Palpação do rim apenas se a HC indicar, métodos de Devoto e 
Israel. Bexiga: se palpável anotar grau de distensão em relação à sínfise 
pubiana. 
 
Palpação do fígado 
Técnica de Mathieu: examinador junto ao hipocôndrio direito com seu dorso 
voltado para a face do paciente. Aplica-se suas duas mãos, curvadas em garra 
sobre a zona a palpar. Durante a inspiração espera-se que a reborda hepática 
resvale na superfície palmar dos 4 últimos dedos dispostos em garra. Essa 
manobra também pode ser realizada com uma só mão em garra. 
Técnica de Lemos-Torres: mão esquerda do examinador na região costo-lombar 
fazendo certa compressão no sentido póstero-anterior, com o objetivo de melhor 
expor o fígado à palpação. A mão direita espalmada será colocada na face 
anterior, em local abaixo onde se presume palpar o rebordo hepático. Os dedos 
ficam paralelos apontando para o rebordo costal direito em 90º. Mão direita 
pressionada contra o abdome no final da inspiração, aguardando o paciente 
inspirar. 
Rechaço hepático: aplicável quando o fígado aumentado e a parede se interpõe um 
volume líquido, dificultando a palpação do fígado por outro método. Os dedos da 
mão direito reunidos, aplicam-se pequenos golpes na parede anterior do abdome a 
fim de tocar a superfície do fígado e repeli-lo para regiões mais profundas, 
mantendo-se a mão no local a fim de perceber o contra-golpe do órgão ao 
retornar à posição inicial. 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 47 
 
Pontos abdominais 
Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda 
externa do músculo reto-abdominal. 
Ponto de McBurney: corresponde a 2/3 da linha que une o umbigo e a espinha 
ilíaca ântero-superior. 
Ponto esplênico: logo abaixo da borda costal esquerda no início do seu terço 
externo. 
Pontos reno-ureterais: situam-se na borda lateral dos mm. reto-abdominais em 
dois pontos na interseção com uma lin há horizontal que passa pelo umbigo e no 
cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca ântero-superior. 
t 
Palpação do baço 
Posição de Schuester: paciente em decúbito lateral direito com a perna direita 
estendida e a coxa esquerda fletida em 90º, o ombro esquerdo é elevado 
colocando o braço correspondente sobre a cabeça. O examinador vai para esquerda 
do paciente e faz mão em garra. Essa manobra só é realizada quando o espaço de 
Traube é maciço e o baço não é palpável em decúbito dorsal (com mão estendida 
ou mão em garra). 
 
Sinal de Murphy: ao fazer compressão do ponto cístico e pedir para o paciente 
inspirar, o paciente interrompe a inspiração por causa de uma dor aguda. ocorre 
em alguns casos de colecistite aguda e colelitíase. 
Lei de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico. 
Indicação de neoplasia na cabeça do pâncreas. 
 
√ Terminando o exame destas vísceras, palpar as demais regiões do abdome em 
busca de outras alterações viscerais e de tumorações. Se presente, 
anotar: localização, dimensão, forma, consistência, caráter da 
superfície, sensibilidade à palpação, mobilidade respiratória e manual e 
atividade pulsátil. 
 
Dores referidas 
Colecistite: irradiação para ombro direito. 
Dor pleurítica: irradiação para os flancos. 
Cólica renal e apendicite: irradiação para região escrotal. 
Dor no infarto do miocárido: região epigástrica, 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 48 
 
√ Observar se há sinais de irritação peritonial: examinar o ponto de 
McBurney, pesquisar o sinal de Blumberg e sinal de Rovsing. 
 
Sinais de irritação peritoneal: 
Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca. Peritonite. 
 No ponto de McBurney: apendicite. 
Sinal de Rovsing: dor no quadrante inferior direito quando é exercida pressão à 
palpação no quadrante inferior esquerdo. Isso ocorre por fazer deslocamento do 
ar. Indica apendicite. 
Plastrão: tumoração de limites imprecisos, macia e inespecífica. Processos 
inflamatórios no abdome. 
Sinal do Psoas: dor à compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, 
enquanto o doente eleva o membro inferior direito estendido. Apendicite. 
Rigidez de parede: palpação bimanual para avaliar defesa localizada na parede 
abdominal. 
Sinal do calcâneo: 
 
Manobras especiais 
Sinal do vascolejo: som de água sacudida em garrafa quando segura-se os flancos 
do paciente e movimenta-se o abdome do paciente. Indica obstrução do antro, 
estenose pilórica. 
Sinal da patinhação: assemelha-se ao que se obtém quando são dadas palmadas em 
uma superfície com água.pesquisa-se comprimindo rapidamente a parede do abdome 
com a face palmar de três dedos medianos da mão. A parede do abdome é forçada a 
bater de encontro com a superfície líquida. Indica obstrução do antro, estenose 
pilórica. 
 
 
Abdome agudo: síndrome dolorosa abdominal, em geral de início súbito e que 
requer uma decisão rápida seja ela clínica ou cirúrgica. Classificação: sd. 
inflamatória, sd. perfurativa, sd. hemorrágica e sd. obstrutiva. 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 49 
 
Hemorragias digestivas 
Hemorragia digestiva alta: é qualquer sangramento cuja origem seja proximal ao 
ângulo de Treitz. Melena, hematêmese. Causas: úlcera péptica duodenal, úlcera 
gástrica, varizes esofagianas, síndrome
de Mallory-Weiss. 
Hemorragia digestiva baixa: é sangramento conseguinte a lesão situada abaixo do 
ângulo de Treitz. Hematoquezia e enterorragia. Causas: doença diverticular do 
colon, angiodisplasia, doença intestinal inflamatória. 
Ângulo de Treitz: localizada na flexura duodeno-jejunal. 
 
Acalasia: é o distúrbio motor esofágico primário mais comum. Caracteriza-se por 
relaxamento parcial ou ausente do esfíncter inferior do esôfago e contrações 
não-peristálticas no corpo esofágico. Esofagopatia chagásica 
Acolia: diminuição ou ausência de excreção de bilirrubina na luz intestinal 
provoca alterações na cor das fezes, tornando-as mais claras. As fezes são 
brancas, descoradas, argilosas. Colestase. 
Anúria: diurese inferior a 100mL/dia. Ocorre na obstrução bilateral das 
artérias renais ou dos ureteres e na necrose cortical bilateral. 
Colúria: ocorre quando há aumento da BD além do limiar de filtração glomerular. 
Urina assume coloração cor de coca-cola. Icterícia obstrutiva. 
Diarréia: aumento do teor líquido das fezes, freqüentemente associado ao 
aumento do número das evacuações e do volume fecal em 24 horas. 
Disenteria: é uma síndrome: diarréia, acompanhada de cólicas intensas, as fezes 
são mucossanguinolentas. Além disso, ao final de cada evacuação ocorre tenesmo. 
Disfagia: é a dificuldade à deglutição. A disfagia que ocorre nas duas 
primeiras fases da deglutição é chamada bucofaríngea e a disfagia que da 
terceira fase da deglutição, de disfagia esofagiana. 
Disúria: micção associada a sensação de dor, queimor ou desconforto. Ocorre na 
cistite, prostatite, uretrite, traumatismo genitourinário, irritantes uretrais, 
reação alérgica. 
Enterorragia: eliminação de sangue vivo pelo ânus, sem necessidade de haver 
fezes. A origem é, geralmente, no intestino. 
Enurese (noturna): é um termo usado para se referir à incapacidade de reter a 
urina durante o sono. Ocorre no sono profundo, NREM, em um indivíduo que já 
deveria ter adquirido o controle vesical voluntário. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 50 
 
Esteatorréia: é o aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes. 
Constitui uma das manifestações clínicas mais específicas, no sentido de 
indicar um distúrbio nos processos de digestão e absorção. 
Estrangúria: emissão lenta e dolorosa de urina, decorrente de espasmos da 
musculatura do trígono e colo vesical. Ex: inflamação vesical intensa. 
Hematêmese: caracteriza a hemorragia digestiva alta. A causa mais comum de 
sangramento de origem esofagiana são as varizes do esôfago. 
Hematoquezia: eliminação de sangue vivo pelo ânus sempre associado às fezes. 
Geralmente, tem origem no reto ou ânus. 
Hematúria: presença de hemácias na urina. 
Incontinência urinária: é a eliminação invonluntária de urina, sendo normal em 
crianças de até 1 ano e meio de idade. Bexiga neurogênica, nas cistites 
Nictúria: alteração do ritmo da diurese, ocasionando a necessidade de esvaziar 
a bexiga durante a noite. Reflete a perda da capacidade de concentrar a urina, 
como ocorre na fase inicial da insuficiência renal crônica, podendo-se observar 
nos pacientes com IC ou hepática que retêm líquido durante o dia, 
principalmente nos membros inferiores. 
Odinofagia: é a dor que surge com a ingestão de alimentos. Pode ocorrer como 
sintoma isolado, porém comumente está associado à disfagia. Esofagite 
herpética, úlceras agudas produzidas por medicamentos. 
Oligúria: excreção de um volume de urina inferior às necessidades de excreção 
de solutos. Diurese inferior a 400mL/dia ou 20mL/hora. Geralmente decorre de 
redução do fluxo sanguineo renal (desidratação, hemorragia, IC) ou por lesões 
renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda). 
Pirose: comumente referida pelo paciente como azia, queimor ou queimação, a 
pirose é considerada um sintoma patognomônico do refluxo gastroesofagiano. 
Polaciúria: repetição da vontade de urinar, com intervalo entre as micções 
inferior a 2h e sem que haja concomitante aumento do volume urinário. Ex: 
Infecção, cálculo, obstrução, alterações neurológicas, condições psicológicas 
(frio, ansiedade). 
Polidipsia: sede excessiva persistente. Ex: Diabetes mellitus. 
Polifagia: aumento do apetite. Ex: Diabetes mellitus. 
Poliúria: volume urinário superior a 2500mL/dia. . É um sintoma freqüente na 
diabetes mellitus. 
Regurgitação: volta do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago 
à cavidade bucal, sem náuseas e sem a participação de músculos abdominais. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 51 
 
Tenesmo: sensação de dor no reto e no períneo, acompanhada de desejo imperioso 
de defecar. O paciente sente uma dor intensa, espasmódica, e tem a impressão de 
que a defecação será abundante, mas elimina apenas pequena quantidade de fezes 
ou de muco. Ocorre nas afecções do reto, especialmente nos processos 
inflamatórios agudos e na síndrome disentérica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 52 
 
EXAME DO SISTEMA NERVOSO 
 
1) Estado Mental: nível de consciência (vigil, sonolento, obnubilado, 
torporoso e comatoso), orientação (no espaço e no tempo), atenção (atento 
ou desatento), memória e afetividade. 
 
2) Linguagem: expressão (palavra escrita e falada), compreensão (palavra 
escrita e falada), nomeação (mostrar objetos simples), repetição (frases 
simples) e articulação da fala. Alterações da fala (disfonia, dislalia, 
disartria e disfasia). 
 
3) Marcha: atípica, helicópode, anserina, parkinsoniana, cerebelar, 
tabética, de pequenos passos, vestibular, escarvante, claudicante e 
espástica. 
 
4) Equilíbrio estático 
√ Prova de Romberg: paciente na posição vertical e com os pés juntos, 
olhando para frente, deve permanecer assim por alguns segundos, em 
seguida pede-se para o paciente fechar os olhos. 
 Negativa: nada se observa ou apenas pequenas ligeiras oscilações � 
indivíduo normal. 
 Positiva: oscilações do corpo, com desequilíbrio com tendência a 
queda. Se oscila para qualquer lado � lesão da via de sensibilidade 
proprioceptiva. Se oscila sempre para o mesmo lado � lesão do aparelho 
vestibular. 
 
5) Motricidade 
Motricidade ativa dos segmentos 
Paresias: diminuição dos movimentos. 
Plegia: ausência de movimentos. 
Monoplegia ou monoparesia: ausência ou diminuição dos movimentos de um membro. 
Paraplegia ou paraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMII. 
Diplegia ou diparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos MMSS ou face. 
Hemiplegia ou hemiparesia: ausência ou diminuição dos movimentos da face, 
membro superior,membro inferior de um lado. 
Tetraplegia ou tetraparesia: ausência ou diminuição dos movimentos dos quatro 
membros. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 53 
 
 
a. Força muscular 
• Provas contra resistência: manobras de oposição. O examinador coloca 
sua força contra todos os movimentos articulares do paciente e mede, 
subjetivamente, a força do paciente e compara com os segmentos contra-
laterais homólogos. 
• Provas contra força da gravidade: manobras deficitárias. 
o Manobra dos braços estendidos (ou de Mingazzini para mmss): pede-
se ao paciente para estender os mmss para frente em ângulo de 90º 
com o tronco, com as mãos supinas e os dedos abduzidos e 
estendidos. O paciente deve manter essa posição por 1 minuto. 
o Manobra de Raimiste: paciente em decúbito dorsal deve estender os 
antebraços de ambos os membros formando um ângulo de 90º com o 
plano horizontal. 
o Manobra de Mingazanni: pede-se ao paciente em decúbito
dorsal para 
colocar os mmii elevados com flexão da coxa sobre a bacia e da 
perna sobre a coxa em ângulo de 90º. O paciente deve manter essa 
posição por 1 minuto. 
o Prova de Barré: paciente em decúbito ventral flete a perna sobre a 
coxa em ângulo de 90º, entre os segmentos. A incapacidade manter 
essa posição por mais de 1 minuto reflete déficits dos mm flexores 
da coxa. 
 
Classificação da força muscular 
0 - nenhum movimento 
1 - discreta contração muscular 
2 - movimento completo sem a força da gravidade 
3 - movimento contra a força da gravidade 
4 - movimento contra a resistência, mas incompleto 
5 - força normal 
 
b. Trofismo: reflete o estado de nutrição do músculo. Avalia se há 
simetria/assimetria, atrofia. Se houver sinais de atrofia, deve-se 
medir com a circuferência e comparar com a região homóloga. Principais 
áreas pesquisadas: cintura escapular, mãos, cintura pélvica, coxas, 
panturrilhas e pés. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 54 
 
c. Tônus muscular: estado de tensão constante a que estão submetidos os 
músculos. 
√ Inspeção: flacidez ou enrijecimento anormal de cada músculo. 
√ Palpação das massas musculares 
√ Movimentos passivos: imprimem-se movimentos normais de extensão e 
flexão. Passividade (diminuição do tônus) e extensibilidade (se há 
exagero ou não do grau de extensibilidade da fibra muscular). 
√ Balanço passivo: o examinador com as duas mãos segura e balança o 
antebraço do paciente, observando se a mão movimenta de forma normal, 
aumentada (hipotonia) ou diminuída (hipertonia). 
Hipotonia: observa-se achatamento das massas musculares, consistência muscular 
diminuída, passividade e extensibilidade aumentadas. Pode ocorrer em lesões do 
cerebelo, coma profundo, estado de choque do SNC, coréia aguda, algumas 
encefalopatias, mongolismo. 
Hipertonia: encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída 
e extensibilidade aumentada. 
o Hipertonia piramidal (espasticidade): observada comumente na 
hemiplegia, diplegia cerebral infantil. 
Sinal do canivete: estando o segmento fletido, na tentativa de 
fazer a extensão (solicitando ao paciente que esteja relaxado) há 
uma resistência inicial e vencida esta resistência inicial o 
movimento fica fácil, quase espontâneo até a extensão total do 
mesmo. É elástica. 
o Hipertonia extra-piramidal (rigidez): comumente encontrada no 
parkinsonismo e na degeneração hepatolenticular. 
Sinal da roda denteada: caracteriza-se por interrupções sucessivas 
ao movimento, lembrando os dentes de uma cremalheira. É plástica. 
 
d. Coordenação: traduz o funcionamento de pelo menos dois setores do 
sistema nervoso: o cerebelo e a sensibilidade proprioceptiva. Provas 
cerebelares. 
√ Prova dedo-nariz: com o membro superior estendido lateralmente, o 
paciente é solicitado tocar a ponta do nariz com o indicador. 
Repete-se a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos e 
depois com os olhos fechados. 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 55 
 
√ Prova calcanhar-joelho: em decúbito dorsal o paciente deve tocar 
o joelho com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve 
ser avaliada várias vezes, de início com os olhos abertos e 
depois com os olhos fechados. 
 
Dismetria: paciente não consegue alcançar o alvo com precisão. 
 
√ Prova dos movimentos alternados (diadococinesia): pede-se ao 
paciente para realizar movimentos rápidos e alternados (abrir e 
fechar a mão; pronação e supinação). 
 
Eudiadococinesia: capacidade de realizar diadococinesia. 
Disdiadococinesia: dificuldade em realizar os movimentos de diadococinesia. 
Adiadococinesia: incapacidade de realizar os movimentos de diadococinesia. 
 
 
Ataxia: falha na coordenação muscular que se traduz na incapacidade ou na 
irregularidade na realização concreta e sincrônica de um movimento. 
Ataxia cerebelar: dismetria, disdiadococinesia, tremor, disartria, decomposição 
dos movimentos, dança dos tendões e marcha cerebelar (ebriosa). Nistagmo pode 
estar presente. Os transtornos não se agravam quando os olhos estão fechados. 
Causas: trauma, hemorragia cerebral, infecções e anormalidades congênitas. 
Ataxia senstiva: dismetria, comprometimento da sensibilidade profunda, nistagmo 
ausente. Sinal de Romberg positivo. Coordenação piora com olhos fechados. 
Marcha tanolante (ou tabética). 
Ataxia vestibular: comprometimento equilíbrio (piora com os olhos fechados). 
Nistagmo presente, marcha de Babinski-Weil (em estrela) e marcha de Fukuda (de 
olhos fechados, marcha no mesmo lugar), tendência para lateralização e queda. 
Pseudo Romberg. 
 
e. Reflexos 
• Reflexos profundos (miotáticos): percussão do tendão ou aponeurose do 
músculo. Fazer estímulo mecânico breve e firme. 
 
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√ Reflexo estilorradial (nervo radial): percussão processo estilóide 
rádio contração mm braquiorradial (pronação antebraço) 
√ Reflexo bicipital (n.musculocutâneo C5-C6): percussão tendão distal 
bíceps na face medial cotovelo. Ocorre flexão, supinação antebraço. 
√ Reflexo tricipital (nervo radial): percussão tendão tríceps. Ocorre 
extensão braço. 
√ Reflexo dos flexores dos dedos (n.mediano, ulnar): percussão tendão 
dos flexores dos dedos. Ocorre flexão dos dedos. 
√ Reflexo costoabdominal (n. intercostais, n. ílio-inguinal e ílio-
hipogástrico): percussão borda costal. Ocorre contração mm parede 
abdominal elevando cicatriz umbilical. 
√ Reflexo dos adutores da coxa (n. obturador interno): percussão tendão 
dos adutores na inserção próxima ao côndilo medial coxa. Ocorre adução 
membro. 
√ Reflexo patelar (n. femoral): percussão tendão quadríceps femoral. 
Ocorre: extensão perna 
√ Reflexo aquileu (n. tibial):percussão tendão Aquiles. Ocorre contração 
mm. panturrilha (gastrocnêmios, sóleo e plantar) e flexão plantar pé. 
√ Reflexo orbicular pálpebras (NC V): percussão fronte ou glabela. 
Ocorre contração mm. orbicular olho e oclusão palpebral 
√ Reflexo orbicular lábios (NC V e VII): percussão lábio superior. 
Ocorre contração mm. orbicular lábio, elevação e protrusão lábios 
√ Reflexo mandibular (NC V): percussão mento (boca entreaberta). Ocorre 
fechamento boca por contração mm. mastigadores. 
 
Classificação dos reflexos miotáticos 
Ausente (arreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo. Poliomielite, 
polineuropatia periférica, miopatia. 
Diminuído (hiporreflexia): lesões que interrompem o arco-reflexo. Poliomielite, 
polineuropatia periférica, miopatia. 
Normorreflexia 
Reflexo vivo: amplo e brusco. 
Exaltado (hiper-reflexia): lesões da via piramidal. AVC, tumor, traumatismo. 
 
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• Reflexos superficiais (esteroceptivos): o estímulo é feito na pele ou na 
mucosa externa, através de um estilete rombo. 
√ Reflexo cutaneoabdominal: estimulação com espátula região 
abdominal (sentido látero-medial). Desvio da cicatriz umbilical e 
linha alba para o lado estimulado. 
√ Reflexo cutaneoplantar (n.tibial): estimulação da região lateral 
planta pé (sentido póstero-anterior). Flexão hálux e artelhos. 
 
Sinal Babinski: extensão hálux e abertura em leque dos artelhos (lesões 
piramidais) ao estímulo cutâneo-plantar. Representam lesão piramidal. Obs.: nas 
crianças é normal esse sinal ser presente. 
Sinal de Gordon: com a mesma finalidade para obter o “sinal de babinski” porém 
fazendo compressão da panturrilha . 
Sinal de Chaddock: quando a área cutânea do maléolo lateral é irritada ocorre 
extensão do hálux em caos de disfunção piramidal. Manobra alternativa ao sinal 
de babinski. 
Sinal de Openhein:
estimulação da crista tibial, em direção descendente para 
obter o sinal de Babinski. 
 
f. Sensibilidade: explicar ao paciente o que será feito. 
 
• Superficial ou exteroceptiva: pesquisar principalmente nos braços, 
antebraços, mãos, coxas, pernas e pés. Comparar áreas homólogas. 
√ Sensibilidade tátil: usar algodão ou pincel cerdas finas. 
√ Sensibilidade dolorosa superficial: usar alfinete ou agulha 
√ Sensibilidade térmica: usar tubos (água quente ou fria) 
 
• Profunda ou proprioceptiva 
√ Sensibilidade cinético-postural: movimentação passiva das 
articulações. Realizar flexão e extensão dos polegares e dos hálux e 
pedir ao paciente que, com os olhos fechados, indique o que você fez. 
√ Sensibilidade vibratória ou palestesia: diapasão-proeminências ósseas. 
Percuti o diapasão e colocá-lo sobre projeções ósseas do paciente: 
clavículas, olecrânios, apófise estilóide radial, cristas ilíacas, 
patelas e maléolos mediais. Pedir ao paciente, com olhos fechados, 
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para informar se sente a vibração do diapasão e informar quando a 
vibração cessar. Comparar áreas homólogas, pedindo para que o paciente 
informe se a vibração é menos intensa em algum lado. 
√ Sensibilidade dolorosa profunda: compressão vigorosa tendões e 
músculos. 
 
• Visceral 
• Discriminativa ou combinada 
√ Discriminação dois pontos (barognesia): dois pinos ou compasso. Testar 
dorso mãos (20 a 30mm), dorso pés (30 40mm) 
√ Grafoestesia: paciente com os olhos fechados, fazer desenho na palma 
das mãos ou face. 
√ Estereognosia: testar duas mãos. O paciente deve identificar forma, 
textura, tamanho e o nome do objeto 
 
g. Pares cranianos 
 
√ 1º PAR – OLFATIVO (sensitivo): a pesquisa deve ser feita com os olhos 
vendados e em cada narina, separadamente, verificar se há anosmia, 
hiposmia, cacosmia. Usar café e chocolate (evitar substâncias 
irritantes). 
f 
Hiposmia e anosmia: alterações deficitárias. 
Parosmia: consiste na perversão do olfato (só muda o cheiro). 
Cacosmia: sensação olfativa desagradável na ausência de qualquer substância 
capaz de gerar odor. 
d 
√ 2º PAR - ÓPTICO (sensitivo): acuidade visual (paciente deve descrever 
o que vê na sala de exame), campos visuais (espaço dentro do qual um 
objeto pode ser visto estando o olho imóvel e a visão fixada em um 
ponto distante. Examinar separadamente cada olho), discriminação de 
cores (amarelo, azul, vermelho e verde) e fundoscopia (retina, papila 
e vasos). 
f 
Ambliopatia: acuidade visual subnormal, sem alteração anatômica aparente, que 
não melhora com correção óptica. É funcional. 
Amaurose: cegueira total. 
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Alterações do campo visual 
Hemianopsias: perda de metade do campo visual. 
Homônima: quando as duas metades são do mesmo lado do campo visual (campo 
nasal de um olho e temporal de outro olho). Lesão retroquiasmática. 
Heterônima: quando há comprometimendo dos campos bitemporais ou binasais. 
Lesão no quiasma óptico. 
 
√ 3º, 4º e 6º PARES – OCULOMOTOR (musculatura elevadora da pálpebra, 
contrações da pupila, mm. reto medial, reto superior, reto inferior e 
oblíquio inferior), TROCLEAR (músculo oblíquo superior) E ABDUCENTE 
(m. reto lateral): são examinados juntos porque todos controlam o 
movimento do globo ocular. 
Motilidade extrínseca: paciente com a cabeça imóvel deve acompanhar o 
dedo do examinador em diversas direções (horizontal, vertical e 
oblíqua), testar também capacidade de convergência. Faz-se em cada 
olho separadamente e depois simultaneamente. Presença ou ausência de 
ptose palpebral, estrabismo. 
Motilidade intrínseca: pupilas examinadas pela inspeção observando-se 
simetria e regularidade das bordas pupilares. 
Pupilas: reações pupilares devem ser testadas: 
o solicitando-se ao paciente olhar distante e fazendo um feixe de luz 
penetrar na pupila examinada, obliquamente, colocando-se a lanterna 
lateralmente ao eixo do olho. Ocorrerá miose no olho examinado 
(reflexo fotomotor) e no olho oposto (reflexo consensual). 
o Aproxima-se dos olhos um objeto e as pupilas se contrairão 
normalmente (reflexo de acomodação). 
 
Estrabismo: desvio do olho do seu eixo normal. Há predomínio de um dos músculos 
dos movimentos extrínsecos do olho (por paresia ou paralisia do seu 
antagonista). O estrabismo pode ser horizontal (convergente ou divergente) ou 
vertical (superior ou inferior). 
 
 
 
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√ 5º PAR – TRIGÊMEO (oftálmico, maxilar e mandibular): é um nervo misto. 
Para testar a raiz motora, pedir ao paciente que feche a boca com 
força e morda um objeto de madeira (abaixador de língua) – 
força/trismo da mandíbula. Testar o ramo sensitivo verificando as 
sensibilidades tátil, dolorosa e térmica (face, fronte, couro cabeludo 
e da mucosa oral, nasal e lingual). Pesquisar sensibilidade 
superficial (com o pincel), reflexo córneo-palpebral e reflexo 
masseterino. 
 
Reflexo córneo-palpebral: toca-se com um algodão suavemente entre a esclerótica 
e a córnea. O paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto. A 
resposta normal é a contração do músculo orbicular das pálpebras. 
Reflexo masseterino: peça ao paciente para abrir um pouco a boca. Coloque o 
dedo indicador no ápice da mandíbula e percuta-o com o martelo. A resposta, 
contração dos mm.pterigóides, varia amplamente. 
 
√ 7º PAR – FACIAL (misto): responsável pela motricidade mímica da face, 
sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua. Testar a 
motricidade dos músculos da mímica facial (pede-se ao paciente para 
fazer caretas, assobiar, sorrir e mostrar os dentes). Diferenciar a 
paralisia facial periférica da paralisia facial central. Testar 
sentido do gosto (doce, salgado, amargo e azedo). Avaliar sinais de 
Bell, Negro e Souqués. 
 
Hipogeusia: diminuição do sentido do gosto. 
Ageusia: ausência do sentido do gosto. 
Parageusia: perversão do sentido do gosto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Paralisia facial central x periférica 
Paralisia central: lesão supranuclear. Somente metade da face contralateral se 
mostra alterada. O desvio da boca aponta para o lado comprometido. Sendo assim 
o paciente consegue elevar as sobrancelhas, franzir a testa e fechar os olhos. 
Paralisia periférica: lesão do nervo facial. Toda hemiface homolateral é 
atingida. Paciente tem lagoftalmia (olho permanece sempre aberto), não franze 
testa e não eleva sobrancelha. Causas: infecções, otites, neoplasia, 
traumatismo, herpes. 
Sinal de Bell: na tentativa de fechar a pálpebra, esta permanece aberta e 
o olho roda reflexivamente para cima. 
Sinal de Negro: quando o paciente procura olhar para cima o globo ocular 
do lado paralisado excursiona mais no sentido vertical que o do lado são. 
Sinal de Souqués: ao fechar os olhos com força, os cílios do lado lesado 
ficam mais evidentes. 
 
√ 8º PAR - VESTIBULOCOCLEAR: Exame da raiz coclear (audição) verificar 
se há anacusia ou hipoacusia através do tic-tac do relógio, prova de 
Rinne, prova de Weber. Testa raiz vestibular (equilíbrio) teste de 
Romberg (equilíbrio estátio) e equilíbrio dinâmico (marcha sobre os 
próprios pés), pesquisa de nistagmo (tipo, direção, relação com 
fixação visual), e perguntar se o paciente tem tontura e vertigem. 
 
Nistagmo: são movimentos tipicamente involuntários, rítmicos e rápidos do globo 
ocular (horizontal, vertical, rotatório, todos). 
Tontura: prevalecem a sensação de instabilidade do equilíbrio e a insegurança 
durante
a marcha. 
Vertigem: paciente tem a sensação de que tudo está rodando ao redor dele ou que 
ele próprio está rodando. É sempre de natureza labiríntica. 
 
 
 
 
 
 
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Prova de Rinne: consiste em colocar o diapasão na região do mastóide. Quando o 
paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto 
auditivo. 
Rinne positivo: paciente acusa percepção do som. É o normal. 
Rinne negativo: transmissão óssea mais prolongada do que a área. 
Deficiência auditiva de condução. 
Prova de Webber: coloca-se o diapasão vibrando no alto da cabeça (vértice) e 
pergunta-se ao paciente se o som aparece igualmente alto em cada orelha ou mais 
em uma do que outra. Em geral, o som é percebido igualmente pelas duas orelhas. 
Se houver alteração, o som será mais ouvido pela orelha intacta na surdez 
perceptiva ou pela orelha comprometida na surdez de condução. 
 
Hipoacusia de condução (perda da condução aérea): Webber lateraliza para o lado 
da lesão (ouve melhor do lado lesado). Rinne negativo. 
Hipoacusia de neurossensorial: Webber lateraliza para o lado sadio (ouve melhor 
do lado sadio). Rinne positivo, porém dimnuído. 
 
√ 9º e 10º PARES - GLOSSOFARÍNGEO E VAGO: são explorados juntos porque 
com freqüência inervam os mesmos órgãos. Explorar: análise dinâmica da 
deglutição, rouquidão e disfonia, pesquisa de reflexo do vômito, 
mobilidade do palato mole e úvula, sensibilidade tátil do terço 
posterior da língua, regurgitação nasal, sensibilidades tátil e 
dolorosa do tragus. Pacientes com lesões nesses nervos queixam-se de 
disfagia e disartria. 
 
Sinal da cortina: lesão no X par craniano. Quando há lesão unilateral observa-
se na fonação, desvio do véu palatino para o lado são e o lado lesado ficará 
hipotônico e abaixado. 
Reflexo do vômito: testa-se a sensibilidade da faringe com um abaixador de 
língua tocando os pilares amigdalianos. 
 
√ 11º PAR – ACESSÓRIO (motor): inerva o esternocleidomastoideo e o 
trapézio. Verificar contornos musculares do trapézio e 
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esternocleidomastoideo e da força muscular do conjunto, solicitando 
que o paciente eleve os ombros, gire a cabeça. 
 
√ 12º PAR - HIPOGLOSSO (motor): inerva os músculos da língua. Avaliar os 
movimentos da língua dentro e fora da cavidade oral. Avaliar aspecto, 
trofia e fasciculações. Se a paralisia é unilateral à exteriorização, 
a língua se desvia para o lado do nervo paralítico e quando dentro da 
boca desvia para o lado são. 
 
 
Síndrome de Claude Bernard-Horner: enoftalmia, miose e transtornos vasomotores, 
devido a afecção unilateral do nervo simpático cervical. Causas: esclerose 
múltipla, tumor raquimedular, lesão do plexo braquial, tumor de Pancoast (tumor 
de ápice do pulmão). 
Síndrome de Stuger-Weber (angiomatose encefalotrigemial): rara condição de 
desenvolvimento, não hereditária, causada por angiomatoses que envolvem face e 
cérebro. Alteração facial normalmente é unilateral é acompanha o trajeto do 
trigêmeo. 
Neurofibromatose: doença geneticamente transmitida na qual múltiplos 
neurofibromas surgem na pele e também há a presença de manchas café com leite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exame da Coluna e Extremidades 
1) Coluna 
 O paciente deverá estar de pé, com o dorso e membros inferiores 
descobertos e descalço. A coluna normal apresenta desvios anatômicos 
fisiológicos. É dividida em: cervical, torácica, lombo-sacro e cóccix. 
√ Inspeção: forma geral, desvio patológicos (cifose, lordose, escoliose, 
mistos). Retificação. Movimentos: deve ser investigada por meio da 
flexão, extensão, movimentos de lateralização e rotação. 
√ Palpação: musculatura para-vertebral: comparar bilateralmente a 
consistência e sensibilidade das massas musculares da goteira espinhal em 
todos os segmentos da coluna. Hipertonia. Compressão das apófises 
espinhosas. Manobra de Lasègue. 
 
Sinais meningoradiculares 
Rigidez de nuca: paciente em decúbito dorsal, o examinador colocar a mão na 
região occipital e suavemente tenta fletir a cabeça do paciente (o queixo em 
direção ao esterno). O normal é que o movimiento seja fácil e amplo. Se houver 
rigidez de nuca, pode ser debido a meningite ou hemorragia subaracnóidea. 
Prova de Brudzinski: paciente em decúbito dorsal e membros estendidos faz uma 
flexão forçada do pescoço e mantém essa flexão por alguns segundos, na posiçã 
omáxima. A prova será positiva se houver flexão dos membros inferiores. 
Prova de Kernig: fletindo-se os MMII nas articulações coxo-femurais e nos 
joelhos mantendo-se ângulo de 90º entre os segmentos, a prova é positiva se 
houver resistência na extensão passiva, feita pelo examinador. Nervo ciático. 
Prova de Lasègue: paciente em decúbito dorsal e MMII estendidos, examinador faz 
elevação do membro examinado. É positiva quando o paciente sente dor na face 
posterior do membro. É um sinal de compressão radicular. 
 
2) Extremidades 
√ Cianose, deformidades ósseas: localizadas, segmentares, generalizadas. 
Dedos em baqueta de tambor. 
√ Alterações musculares: hipotrofias, atrofias, hipertrofias. 
√ Sensibilidade à palpação. 
√ Quando indicado, tomar medida dos comprimentos totais e parciais dos 
membros. 
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Trombose venosa profunda 
Sinal da bandeira: empastamento da panturrilha. 
Sinal de Homans: ao fazer flexão dorsal do pé, dói a panturrilha. 
Sinal de Olow: palpação dolorosa da panturrilha. 
 
 
3) Exame das articulações 
 
√ Grandes: cotovelo, joelho, punho, tornozelo, coxofemural, etc. 
√ Pequenas: metacarpofalangianas, interfalangianas, etc. 
√ Verificar: tumefação, rubor, calos, deformidades, mobilidade ativa e 
passiva, dor provocada pela mobilização. Crepitação. Flutuações. Derrames 
articulares. Nódulos justa-articulares. Edema das extremidades. Nódulos 
subcutâneos. Varizes. Circulação colateral anormal. Temperatura. Pulsos 
periféricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janinne Barboza Rangel Rosa – Turma XIV Página 66 
 
OUTRAS OBSERVAÇÕES 
Anemia 
 Redução da taxa de hemoglobina abaixo de 13 g/dL. É importante ressaltar 
que a diminuição da hemoglobina não necessariamente está relacionada com a 
diminuição de eritrócitos. 
 
Exame físico 
√ Palidez cutâneo-mucosa (mucosa, leite ungueal, palma da mão) 
√ Alterações tegumentares/fâneros (coiloníquea, queda acentuada de cabelo). 
√ Alterações GI (língua careca, estomatite angular e mucosa da boca 
esbranquiçada podendo até conter petéquias ou equimoses). 
√ Pode ocorrer: icterícia, hepatomegalia e esplenomegalia. 
√ Adenomegalia. 
√ Taquicardia, tontura, fadiga, palpitações e anorexia. 
 
Icterícia 
√ Diferencias icterícia de outras doenças que podem tornar a pele (mas não 
as mucosas) amareladas, como é o caso da carotemia. Na carotemia há 
colocaração amarelada principalmente na palma das mãos. 
√ Obstrução do ducto cístico não causa icterícia. 
√ BI -> lipossolúvel e alta afinidade pelo SNC. 
√ BD: hidrossolúvel. Se aumentada pode ser excretada na urina. 
√ No intestino delgado a BD é hidrolizada e transformada em urobilinogênio. 
Esse urobilinogênio vai para fezes, circulação entero-hepática (bile 
novamente) e circulação sistêmica (urina). 
√ A diminuição ou ausência de excreção de bilirrubina na luz intestinal 
provoca acolica fecal, devido a falta de urobilinogênio nas fezes. 
 
Hiperbilirrubinemia 
√ Hiperbilirrubinemia indireta � icterícia (discreta).
o BI é insolúvel, ou seja, não é filtrada pelos rins nem quando está 
aumentada, por isso não gera colúria. 
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o Anemia hemolítica, icterícia fisiológica do RN, sd de Gilbert e sd de 
Crigler-Najjar (ambas ocorrem devido a alterações na atividade enzimática 
da UPD-glucoronil). 
o A urina pode estar mais amarelada, mas é por causa do urobilinogênio -> 
espuma branca na urina. 
 
√ Hiperbilirrubinemia direta � icterícia, acolia e colúria. 
o Intra-hepática: sd de DuBin-Jhonson, cirrose, hepatite e atresia 
das vias biliares. 
o Extra-hepática: colelitíase, coledocolitíase, neoplasia de 
pâncreas. 
o Normalmente as colestases (alteração na secreção biliar 
hepatocelular por causas mecânicas ou metabólicas) cursam com 
hiperbilirrubinemia direta. 
 
Patologias do esôfago 
√ Principais queixas: disfagia, odinofagia, pirose, dor esofagiana, 
regurgitação, eructação, soluço, sialose e hematêmese. 
√ Divertículo de Zencker: divertículo de pulsão que se forma na parede 
posterior da faringe. A disfagia evolui progressivamente de sólidos para 
líquidos. 
√ Diferença entre psudodisfagia e globus hystericus: a pesudodisfagia é uma 
sensação de desconforto com a descida do bolo alimentar. Já o globus é a 
sensação de obstrução na garganta, porém não interfere na deglutição e 
tem origem psicossomática. 
√ Causas mais comuns de pirose constante: hérnia hiaral e hipotonia do 
esfíncter esofágico inferior. 
√ Esofagite por refluxo é a forma mais comum de DRGE. 
√ Principais patologias do esôfago: DRGE, esclerose sistêmica progressiva, 
esofagite cáustica.

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