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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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serviram para esse trabalho.20 Por exemplo, o valor de uma determi-
nada quantidade de fio de algodão é a cristalização da quantidade de
trabalho incorporada ao algodão durante o processo de fiação e, além
disso, da quantidade de trabalho anteriormente plasmado nesse algo-
dão, da quantidade de trabalho encerrada no carvão, no óleo e em
outras matérias auxiliares empregadas, bem como da quantidade de
trabalho materializado na máquina a vapor, nos fusos, no edifício da
fábrica etc. Os meios de trabalho propriamente ditos, tais como ferra-
mentas, maquinaria e edifícios, utilizam-se constantemente, durante
um período de tempo mais ou menos longo, em processos repetidos de
produção. Se se consumissem de uma vez, como acontece com as ma-
térias-primas, transferir-se-ia imediatamente todo o seu valor à mer-
cadoria que ajudam a produzir. Mas como um fuso, por exemplo, só
se desgasta aos poucos, calcula-se um termo médio tomando por base
a sua duração média, o seu aproveitamento médio ou a sua deterioração
ou desgaste durante um determinado tempo, digamos, um dia. Desse
modo calculamos qual a parte do valor dos fusos que passa ao fio
fabricado durante um dia e que parte, portanto, dentro da soma global
de trabalho realizado, por exemplo, numa libra de fio, corresponde à
quantidade de trabalho anteriormente incorporado nos fusos. Para o
objetivo a que visamos é necessário insistir mais nesse ponto.
Poderia parecer que, se o valor de uma mercadoria se determina
pela quantidade de trabalho que se inverte na sua produção, quanto
mais preguiçoso ou inábil seja um operário, mais valiosa será a mer-
cadoria por ele produzida, pois que o tempo de trabalho necessário
para produzi-la será proporcionalmente maior. Mas aquele que assim
pensa incorre num lamentável erro. Lembrai-vos que eu empregava a
expressão “trabalho social” e nessa denominação de “social” cabem mui-
tas coisas. Ao dizer que o valor de uma mercadoria é determinado
pela quantidade de trabalho incorporado ou cristalizado nela, queremos
referir-nos à quantidade de trabalho necessário para produzir essa mer-
cadoria num dado estado social e sob determinadas condições sociais
médias de produção, com uma dada intensidade social média e com
uma destreza média no trabalho que se emprega. Quando, na Ingla-
terra, o tear a vapor começou a competir com o tear manual, para
converter uma determinada quantidade de fio numa jarda de tecido
de algodão, ou pano, bastava a metade da duração de trabalho que
anteriormente se invertia. Agora, o pobre tecelão manual tinha que
trabalhar 17 ou 18 horas diárias, em vez das 9 ou 10 de antes. Não
obstante, o produto de suas 20 horas de trabalho só representava 10
horas de trabalho social; isto é, as 10 horas de trabalho socialmente
necessárias para converter uma determinada quantidade de fio em
OS ECONOMISTAS
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20 Ver RICARDO, David. Princípios de Economia Política. Cap. 1, sec. IV. (N. do T.)

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