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Microeconomia II Resolução da Lista de Exercícios 1 - Parte 1 Maximiliano Barbosa da Silva Universidade de São Paulo 28 de Agosto de 2011 (*) Questão 1 - Provinha 2 (2010). Suponha uma economia de trocas com dois bens, indexados por j ∈ {1, 2} e três consumidores, indexados por i ∈ {A,B,C}. A função utilidade do consumidor i é dada por ui ( x1i , x 2 i ) = αi lnx 1 i + (1− αi) lnx2i , onde xji denota a quantidade consumida do bem j pelo indivíduo i. A dotação inicial de cada indivíduo i é dada por ωi = ( ω1i , ω 2 i ) , onde ωji denota a dotação inicial do indivíduo i pelo bem j. Suponha que αA = 0, 5, ωA = (7, 3), αB = 0, 2, ωB = (2, 4), αC = 0, 8, ωC = (3, 2). (a) Monte o problema de Pareto desta economia. O problema de Pareto consiste em encontrar o conjunto de alocações Pareto eficientes. No caso da economia descrita na questão, o problema de Pareto é expresso da seguinte maneira: max x1A,x 2 A,x 1 B ,x 2 B ,x 1 C ,x 2 C 0, 5 ln ( x1A ) + 0, 5 ln ( x2A ) sujeito a: 0, 2 ln ( x1B ) + 0, 8 ln ( x2B ) ≥ uB ; 0, 8 ln ( x1C ) + 0, 2 ln ( x2C ) ≥ uC ; x1A + x 1 B + x 1 C ≤ 12; x2A + x 2 B + x 2 C ≤ 9; x1A, x 2 A, x 1 B , x 2 B , x 1 C , x 2 C ≥ 0. (b) Encontre o equilíbrio competitivo desta economia. 1 Pela Lei de Walras, sabe-se que o preço de um dos bens pode ser normalizado para a unidade 1 . Escolhendo p1 = 1, o problema do consumidor i ∈ {A,B,C} é o seguinte: max x1i ,x 2 i αi ln ( x1i ) + (1− αi) ln ( x2i ) sujeito a: x1i + px 2 i ≤ ω1i + pω2i ; x1i , x 2 i ≥ 0. Como esta é uma função utilidade do tipo Cobb-Douglas, sabe-se que a solução do problema acima é a seguinte: x1i = αi ( ω1i + pω 2 i ) ; (1) x2i = (1− αi) ω1i + pω 2 i p . (2) Logo, as funções demandas são as seguintes: x1A = 0, 5 (7 + 3p) ; (3) x2A = 0, 5 7 + 3p p ; (4) x1B = 0, 2 (2 + 4p) ; (5) x2B = 0, 8 2 + 4p p ; (6) x1C = 0, 8 (3 + 2p) ; (7) x2C = 0, 2 3 + 2p p . (8) As condições de market clearing estabelecem que: 0, 5 (7 + 3p∗) + 0, 2 (2 + 4p∗) + 0, 8 (3 + 2p∗) = 12; (9) 0, 5 7 + 3p∗ p∗ + 0, 8 2 + 4p∗ p∗ + 0, 2 3 + 2p∗ p∗ = 9. (10) Pela Lei de Walras, sabe-se que se market clearing vale para o primeiro mercado, então ele também vale para o segundo. Logo, é conveniente determinar p pela primeira equação, que é algebricamente mais simples. Resolvendo a equação (9), encontra-se que: p∗ = 1, 9 1, 3 . (11) 1 Uma outra normalização comum, usada para provar a existência de equilíbrio competitivo, é que J∑ j=1 pj = 1, onde J denota o número de bens na economia. Note que para computar os equilíbrios é mais conveniente fixar um dos preços igual à unidade. 2 Agora, substituindo (11) nas funções de demanda, encontra-se a alocação de equilíbrio competitivo: x1∗A = 0, 5 ( 7 + 3 1, 9 1, 3 ) ⇒ x1∗A = 7, 4 1, 3 ; (12) x2∗A = 0, 5 7 + 3 1,91,3 1,9 1,3 ⇒ x2∗A = 7, 4 1, 9 ; (13) x1∗B = 0, 2 ( 2 + 4 1, 9 1, 3 ) ⇒ x1∗B = 2, 04 1, 3 ; (14) x2∗B = 0, 8 2 + 4 1,91,3 1,9 1,3 ⇒ x2∗B = 8, 16 1, 9 ; (15) x1∗C = 0, 8 ( 3 + 2 1, 9 1, 3 ) ⇒ x1∗C = 4 5 7, 7 1, 3 ; (16) x2∗C = 0, 2 3 + 2 1,91,3 1,9 1,3 ⇒ x2∗C = 1 5 7, 7 1, 9 . (17) (c) Dizemos que uma alocação é justa se ela é Pareto eficiente e nenhum indi- víduo inveja a cesta dos demais. O equilíbrio competitivo obtido no item (b) é justo? Justifique sua resposta. Primeiramente, pelo Primeiro Teorema do Bem-Estar, sabe-se que a alocação de equilíbrio competitivo é eficiente no sentido de Pareto. Então, para verificar se a alocação obtida no item anterior é justa, resta apenas checar se existe inveja. Isto evidentemente acontece porque, na alocação de equilíbrio competitivo, o consumidor A consome mais de ambos os bens do que o consumidor C, ou seja: ( x1∗A , x 2∗ A ) = ( 7, 4 1, 3 , 7, 4 1, 9 ) � ( 4 5 7, 7 1, 3 , 1 5 7, 7 1, 9 ) = ( x1∗C , x 2∗ C ) . (18) Portanto: uC ( x1∗C , x 2∗ C ) = uC ( 4 5 7, 7 1, 3 , 1 5 7, 7 1, 9 ) < uC ( 7, 4 1, 3 , 7, 4 1, 9 ) = uC ( x1∗A , x 2∗ A ) . (19) (d) Sugira uma redistribuição da dotação inicial dos indivíduos que mantenha a dotação agregada dos dois bens inalterada e gere um equilíbrio competitivo justo. Justifique sua resposta. Se a alocação inicial for igualitária, ou seja, se cada consumidor receber a mesma dotação de cada bem que todos os demais consumidores, então a alocação de equilíbrio competitivo será justa. Para provar esta proposição, suponha que todos os consumidores tenham a mesma dotação inicial ω = ( ω1, ω2 ) e que em, equilíbrio competitivo, algum agente i inveje o agente i′ 6= i. Se isto ocorre, 3 ui ( x1∗i , x 2∗ i ) < ui ( x1∗i′ , x 2∗ i′ ) e, conseqüentemente, pelo fato de as preferências serem monotônicas, ω1i + p ∗ω2i < x 1 i′ + p ∗x2∗i′ . Porém, ω 1 i + p ∗ω2i = ω 1 i′ + p ∗ω2i′ = ω1+ p∗ω2 e x1i′ + p ∗x2∗i′ = ω 1+ p∗ω2, por monotonicidade das preferências de i′. Desta forma obtém-se um absurdo, pois ω1 + p∗ω2 = ω1i + p ∗ω2i < x 1 i′ + p ∗x2∗i′ e x1i′ + p ∗x2∗i′ = ω 1 + p∗ω2, logo ω1 + p∗ω2 < ω1 + p∗ω2. Conclui-se assim que, ω = (4, 3) gera um equilíbrio competitivo justo para a economia da questão. (*) Questão 2 - Provinha 2 (2010). Em uma economia de trocas pura, há dois consumidores - A e B, cujas preferências são representadas pelas funções utilidade uA (x1A, x2A) = min {x1A, x2A} ; (20) e uB (x1B , x2B) = min {θx1B , x2B} , θ > 0. (21) A dotação agregada dos bens é ω = (10, 8). Assuma θ > 1. (a) Em uma caixa de Edgeworth, esboce o conjunto das alocações ótimas de Pareto. A caixa de Edgeworth desta economia está representada abaixo. Nela, o indivíduo A é indicado em azul e a sua perspectiva é sudoeste, enquanto que o indivíduo B é indicado pela cor vermelha sendo sua perspectiva nordeste. Na caixa também estão desenhados os caminhos de expansão da renda dos dois indivíduos com suas respectivas cores. É fácil perceber que o conjunto das alocações eficientes de Pareto é dado pela região compreendida entre os dois caminhos de expansão da renda (inclusive). �� �� ��� ��� �� �� �� �� � �� ������ �� �� � ��� � � ���� ������� ��� � ��� � ��� � ��� � 4 (b) Encontre o(s) equilíbrio(s) competitivo(s) desta economia quando as dotações individuais são ωA = (3, 6) e ωB = (7, 2). Na caixa de Edgeworth abaixo estão representandos os equilíbrios com- petitivos desta economia. Note que o vetor de preços de equilíbrio é dado por (p∗1, p ∗ 2) = (0, p) para todo p ∈ R++. Já as alocações de equilíbrio são (x∗1A, x ∗ 2A) = (x, 6) e (x ∗ 1B , x ∗ 2B) = (10− x, 2), onde x ∈ [ 6, 10− 2θ ] . � �� �� ��� ��� �� �� �� �� �� � �� �� � ��� � ��� � ��� � ��� � �� � �� �� �� � �� �� � �� �� � Assuma agora que θ = 0, 6. (c) Em uma caixa de Edgeworth, esboce o conjunto das alocações ótimas de Pareto. Na caixa de Edgeworth, desenhada abaixo, o conjunto das alocações efi- cientes de Pareto é dado pela região compreendida entre os dois caminhos de expansão da renda (inclusive). 5 � �� �� ��� ��� �� �� ����� � ��� � ��� � ��� � �� � � �� � � �� � ����� � ����� (d) Encontre o(s) equilíbrio(s) competitivo(s) desta economia quando as dotações individuais sãom ωA = (3, 6) e ωB = (7, 2). Na caixa de Edgeworth abaixo estão destacados os equilíbrios competitivos desta economia. Um conjunto de equilíbrio é dado por por (p∗1, p ∗ 2) = (0, p) para todo p ∈ R++ com alocações (x∗1A, x∗2A) = (x, 6) e (x∗1B , x∗2B) = (10− x, 2), onde x ∈ [6; 6, 66]. Um outro conjunto de equilíbrio é dado por por (p∗1, p∗2) = (p, 0) para todo p ∈ R++ com alocações (x∗1A, x∗2A) = (3, y) e (x∗1B , x∗2B) = (7, 8− y), onde y ∈ [3; 3, 8]. O outro equilíbrio ocorre quando (p∗1, p∗2) = ( 1, 12 ) , (x∗1A, x ∗ 2A) = (5, 5) e (x ∗ 1B , x ∗ 2B) = (5, 3). 6 � �� �� ��� ��� �� �� �� �� ��� � ��� � ��� � ��� � �� � � �� � � �� � � � � �� �� � ��� � ����� �� � �� � � � �� � (*) Questão 3 - Prova 1 (2010). Em uma determinada economia há dois consumidores, duas firmas, dois insumos, e um bem de consumo. As firmas - 1 e 2 - produzem o bem final y a partir das funções de produção y1 = 2 √ h1 e y2 = 4 √ h2. h1 é a quantidade de trabalho do tipo 1, ofertado exclusivamente pelo consumidor A, enquanto h2 é a quantidade de trabalho do tipo 2, ofertado exclusivamente pelo consumidor B. As preferências dos consumidores A e B são representadas por uA = xAlA e uB = xBlB , em que xi é o consumo do bem final pelo consumidor i, e li é a quantidade de lazer consumida pelo consumidor i (i = A,B). A restrição de tempo hi + li = 16, i = A,B. O consumidor A é proprietário da firma 1, e o consumidor B é proprietário da firma 2. (a) Verifique que a Lei de Walras é válida nesta economia. Para verificar a validade da Lei de Walras, primeiramente, é necessário en- contrar as funções demanda e oferta. Problema da firma 1: max h1 pi1 (h1) = px2 √ h1 − w1h1 sujeito a: h1 ≥ 0. Como o produto marginal de h1 tende a infinito quando h1 tende a zero, sabe-se que a solução deste problema é interior, ou seja: h∗1 (px, w1) > 0 para todo (px, w1) ∈ R2+. Sendo assim, a condição de primeira ordem é: px2 1 2 1√ h∗1 − w1 = 0⇒ h∗1 = ( px w1 )2 . (22) 7 Logo, a função oferta da firma 1 é: y1 (px, w1) = 2 √( px w1 )2 = 2 px w1 . (23) Já a sua função lucro é: pi1 (px, w1) = px2 px w1 − w1 ( px w1 )2 = p2x w1 . (24) Problema da firma 2: max h2 pi2 (h2) = px4 √ h2 − w2h2 sujeito a: h2 ≥ 0. Como o produto marginal de h2 tende a infinito quando h2 tende a zero, sabe-se que a solução deste problema é interior, ou seja: h∗2 (px, w2) > 0 para todo (px, w2) ∈ R2+. Sendo assim, a condição de primeira ordem é: px4 1 2 1√ h∗2 − w2 = 0⇒ h∗2 = 4 ( px w2 )2 . (25) Logo, a função oferta da firma 2 é: y2 (px, w2) = 4 √ 4 ( px w2 )2 = 8 px w2 . (26) Já a sua função lucro é: pi2 (px, w1) = px8 px w2 − w24 ( px w2 )2 = 4 p2x w2 . (27) Problema do consumidor A: max xA,lA uA (xA, lA) = xAlA 8 sujeito a: pxxA ≤ w1hsA + pi1; hsA + lA ≤ 16; xA, lA ≥ 0. A solução deste problema é: x∗A (px, w1) = 1 2 16w1 + pi1 px ; (28) l∗A (px, w1) = 1 2 16w1 + pi1 w1 ; (29) hs∗A (px, w1) = 16− 1 2 16w1 + pi1 w1 . (30) Problema do consumidor B: max xB ,lB uB (xB , lB) = xBlB sujeito a: pxxB ≤ w2hsB + pi2; hsB + lB ≤ 16; xB , lB ≥ 0. A solução deste problema é: x∗B (px, w2) = 1 2 16w2 + pi2 px ; (31) l∗B (px, w1) = 1 2 16w2 + pi2 w2 ; (32) hs∗B (px, w1) = 16− 1 2 16w2 + pi2 w2 . (33) Somando os valores de excesso de demanda do mercado de bens e dos mer- cados de trabalho: V (px, w1, w2) = px 1 2 16w1 + p2x w1 px + 1 2 16w2 + 4 p2x w2 px − ( 2 px w1 + 8 px w2 )+ +w1 ( px w1 )2 − 16− 1 2 16w1 + p2x w1 w1 + +w2 4( px w2 )2 − 16− 1 2 16w2 + 4 p2x w2 w2 . (34) 9 Simplificando a equação acima, encontra-se que: V (px, w1, w2) = 0. (35) Portanto, a Lei de Walras é válida nesta economia. (b) Encontre as alocações e os preços vigentes no equilíbrio competitivo desta economia (Dica: Use o bem final de numerário). Usando as funções demanda e oferta obtidas no item anterior e aplicando as condições de market clearing, obtém-se que: 1 2 16w1 + pi1 px + 1 2 16w2 + pi2 px = 2 px w1 + 8 px w2 ; (36)( px w1 )2 = 16− 1 2 16w1 + pi1 w1 ; (37) 4 ( px w2 )2 = 16− 1 2 16w2 + pi2 w2 . (38) Substituindo as funções lucro, também calculadas anteriormente, nas condições acima, encontra-se que: 1 2 16w1 + p2x w1 px + 1 2 16w2 + 4 p2x w2 px = 2 px w1 + 8 px w2 ; (39) ( px w1 )2 = 16− 1 2 16w1 + p2x w1 w1 ; (40) 4 ( px w2 )2 = 16− 1 2 16w2 + 4 p2x w2 w2 . (41) Estabelecendo o bem final como numerário, px = 1, e resolvendo as equações (40) e (41), encontra-se que: w1 = √ 3 4 ; (42) w2 = √ 3 2 . (43) Logo as firmas auferem os seguintes lucros: pi1 = 1 √ 3 4 ⇒ pi1 = 4 √ 3 3 ; (44) pi2 = 4 1 √ 3 2 ⇒ pi2 = 8 √ 3 3 . (45) 10 Consequentemente, as alocações são: x∗A (px, w1) = 1 2 16 √ 3 4 + 4 √ 3 3 1 ⇒ x∗A (px, w1) = 8 √ 3 3 ; (46) l∗A (px, w1) = 1 2 16 √ 3 4 + 4 √ 3 3√ 3 4 ⇒ l∗A (px, w1) = 32 3 ; (47) hs∗A (px, w1) = 16− 32 3 ⇒ hs∗A (px, w1) = 16 3 ; (48) x∗B (px, w2) = 1 2 16 √ 3 2 + 8 √ 3 3 1 ⇒ x∗B (px, w2) = 16 √ 3 3 ; (49) l∗B (px, w1) = 1 2 16 √ 3 2 + 8 √ 3 3√ 3 2 ⇒ l∗B (px, w1) = 32 3 ; (50) hs∗B (px, w1) = 16− 26 3 ⇒ hs∗B (px, w1) = 16 3 . (51) (c) Monte o problema de Pareto. O problema de Pareto pode ser expresso da seguinte maneira: max xA,lA,xB ,lB ,h1,h2 λAxAlA + λBxBlB sujeito a: xA + xB ≤ 2 √ h1 + 4 √ h2; h1 + lA = 16; h2 + lB = 16; xA, lA, xB , lB , h1, h2 ≥ 0. (*) Questão 4 - Lista de Exercícios (2010). Uma economia tem duas firmas, 1 e 2, cada uma das quais produz um bem. A função de produção das firmas é: f1 (l1, k1) = k 1 3 1 l 2 3 1 (52) f2 (l2, k2) = k 1 2 2 l 1 2 2 (53) Há 2 tipos de agente, A e B, sendo que os indivíduos do tipo A têm uma dotação de uma unidade de trabalho e duas unidades de capital. Os do tipo B têm uma dotação de uma unidade de capital e duas de trabalho. Ou seja: ωlA = 1;ω k A = 2 (54) ωlB = 2;ω k B = 1 (55) 11 Há N agentes do tipo A, e N agentes do tipo B. As funções utilidade dos agentes dos tipos A e B são, respectivamente: uA (xA1, xA2) = ln (xA1) + 2 ln (xA2) (56) uB (xB1, xB2) = 2 ln (xB1) + ln (xB2) (57) (a) Encontre uma expressão algébrica para a fronteira de possibilidades de pro- dução (uma fórmula que relaciona a quantidade agregada produzida do bem 2, x2, em função da quantidade agregada do bem 1, x1). Para encontrar a fronteira de possibilidades de produção desta economia, deve-se resolver o seguinte problema: max k1,l1,k2,l2 x1 = k 1 3 1 l 2 3 1 sujeito a: k 1 2 2 l 1 2 2 ≥ x2; k1 + k2 ≤ 3N ; l1 + l2 ≤ 3N ; k1, l1, k2, l2 ≥ 0. Pelo fato de a produção ser crescente na quantidade de cada um dos insumos, sabe-se que as três primeiras restrições valem com igualdade. Quando x2 = 0 segue-se que k1 = l1 = x1 = 3N e k2 = l2 = 0. Quando x1 = 0 segue-se que k2 = l2 = x2 = 3N e k1 = l1 = 0. Sendo assim, resta apenas resolver o problema para os casos de solução interior, sabendo que as três primeiras restrições valem com igualdade. Logo, a função Lagrangeana é a seguinte: L (k1, l1, k2, l2, λ1, λ2, λ3) = k 1 3 1 l 2 3 1 + λ1 ( k 1 2 2 l 1 2 2 − x2 ) + −λ2 (k1 + k2 − 3N)− λ3 (l1 + l2 − 3N) (58) As condições de primeira ordem estabelecem que: 1 3 k − 23 1 l 2 3 1 − λ2 = 0⇒ 1 3 k − 23 1 l 2 3 1 = λ2; (59) 2 3 k 1 3 1 l − 13 1 − λ3 = 0⇒ 2 3 k 1 3 1 l − 13 1 = λ3; (60) 1 2 λ1k − 12 2 l 1 2 2 − λ2 = 0⇒ 1 2 λ1k − 12 2 l 1 2 2 = λ2; (61) 1 2 λ1k 1 2 2 l − 12 2 − λ3 = 0⇒ 1 2 λ1k 1 2 2 l − 12 2 = λ3; (62) k 1 2 2 l 1 2 2 − x2 = 0⇒ k 1 2 2 l 1 2 2 = x2; (63) 12 k1 + k2 − 3N = 0⇒ k1 + k2 = 3N ; (64) l1 + l2 − 3N = 0⇒ l1 + l2 = 3N . (65) Pelas equações (59) e (61), encontra-se que: 1 3 k − 23 1 l 2 3 1 = 1 2 λ1k − 12 2 l 1 2 2 ⇒ λ1 = 2 3 k − 23 1 l 2 3 1 k − 12 2 l 1 2 2 . (66) Das equações (60) e (62), obtém-se que: 2 3 k 1 3 1 l − 13 1 = 1 2 λ1k 1 2 2 l − 12 2 ⇒ λ1 = 4 3 k 1 3 1 l − 13 1 k 1 2 2 l − 12 2 . (67) Igualando as equações (66) e (67): 2 3 k − 23 1 l 2 3 1 k − 12 2 l 1 2 2 = 4 3 k 1 3 1 l − 13 1 k 1 2 2 l − 12 2 ⇒ k2 l2 = 2 k1 l1 . (68) Substituindo as equações (64) e (65) na equação (68): k2 l2 = 2 3N − k2 3N − l2 ⇒ l2 = 3Nk2 6N − k2 . (69) Plugando a equação (69) na equação (63): k 1 2 2 ( 3Nk2 6N − k2 ) 1 2 = x2 ⇒ 3Nk22 + x22k2 − 6Nx22 = 0. (70) Usando a fórmula de Bhaskara para raízes de equações do segundo grau: k2 = −x22 ± √ x42 − 4 · 3N · (−6Nx22) 2 · 3N = x2 −x2 ± √ x22 + 72N 2 6N . (71) Como k2 ≥ 0, segue-se que: k2 = x2 −x2 + √ x22 + 72N 2 6N . (72) A equação (64) e a equação (72) implicam que: k1 = 3N − x2−x2 + √ x22 + 72N 2 6N . (73) 13 A equação (69) e a equação (72) implicam que: l2 = 3Nx2 −x2+ √ x22+72N 2 6N 6N − x2−x2+ √ x22+72N 2 6N = x2 x2 + √ x22 + 72N 2 12N . (74) Plugando a equação (74) na equação (65), chega-se a: l1 = 3N − x2x2 + √ x22 + 72N 2 12N . (75) Finalmente, plugando as equações (73) e (75) na função objetivo, obtém-se que: x1 = [ 3N − x2−x2 + √ x22 + 72N 2 6N ] 1 3 [ 3N − x2x2 + √ x22 + 72N 2 12N ] 2 3 . (76) Lembre que, pelo fato de as funções de produção serem diferentes quanto à intensidade relativa de capital e de trabalho, a fronteira de possibilidades de produção não é uma linha reta, apesar de ambas as funções de produção apre- sentarem retornos constantes de escala. O gráfico da equação (30) é apresentado abaixo e, como se pode perceber, esta curva é bastante próxima de uma reta. 14 (b) Suponha que N = 1. Formule um problema que permita encontrar todas as alocações eficientes. (Dica: você pode formular a função-objetivo como U = λuA (xA1, xA2) + (1− λ)uB (xB1, xB2), sendo que λ ∈ [0, 1] é o chamado peso de Pareto do consumidor A). Para encontrar todas as alocações eficientes de Pareto, pode-se proceder da seguinte maneira: max xA1,xA2,xB1,xB2,l1,k1,l2,k2 U = λuA (xA1, xA2) + (1− λ)uB (xB1, xB2) sujeito a: xA1 + xB1 ≤ f1 (l1, k1) ; xA2 + xB2 ≤ f2 (l2, k2) ; k1 + k2 ≤ 3; l1 + l2 ≤ 3; xA1, xA2, xB1, xB2, l1, k1, l2, k2 ≥ 0. Então, para cada peso de Pareto λ encontra-se uma alocação eficiente. Var- iando λ ∈ [0, 1] encontram-se todas as alocação eficientes no sentido de Pareto. (c) Mostre que, em um equilíbrio competitivo, o lucro de ambas as firmas será igual a zero. O lucro da firma i ∈ {1, 2} é dado pela seguinte equação: pii (li, ki) = pifi (li, ki)− plli − pkki. Note que, pelos dados da questão, fi (li, ki) é homogênea de grau 1 para todo i ∈ {1, 2}, o que implica que ambas as firmas apresentam retornos constantes de escala. Agora, suponha por absurdo, que em um equilíbrio competitivo pii (li, ki) > 0 para algum i ∈ {1, 2}. Neste caso, para todo ξ > 1, pii (ξli, ξki) = pifi (ξli, ξki)− plξli − pkξki = ξ [pifi (li, ki)− plli − pkki] = ξpii (li, ki) > pii (li, ki) , o que contradiz a hipótese de que a economia está em equilíbrio competitivo porque, se estivesse, pii (li, ki) seria máximo. (d) Encontre o equilíbrio competitivo desta economia, tomando como numerário o bem 2 (ou seja, p2 = 1). O problema do consumidor do tipo A é o seguinte: max xA1,xA2 uA (xA1, xA2) = ln (xA1) + 2 ln (xA2) sujeito a: 15 pxA1 + xA2 ≤ pl + 2pk; xA1, xA2 ≥ 0. A solução deste problema é: xA1 = 1 3 pl + 2pk p ; (77) xA2 = 2 3 (pl + 2pk) . (78) O problema do consumidor do tipo B é o seguinte: max xB1,xB2 uB (xB1, xB2) = 2 ln (xB1) + ln (xB2) sujeito a: pxB1 + xB2 ≤ 2pl + pk; xB1, xB2 ≥ 0. A solução deste problema é: xB1 = 2 3 2pl + pk p ; (79) xB2 = 1 3 (2pl + pk) . (80) Como existem N consumidores de cada tipo, as demandas agregadas dos bens, x1 e x2, são: x1 = N ( 1 3 pl + 2pk p + 2 3 2pl + pk p ) = N 3 5pl + 4pk p ; (81) x2 = N [ 2 3 (pl + 2pk) + 1 3 (2pl + pk) ] = N 3 (4pl + 5pk) . (82) A firma 1 resolve o seguinte problema: max l1,k1 pi1 (l1, k1) = pk 1 3 1 l 2 3 1 − pll1 − pkk1 sujeito a: l1, k1 ≥ 0. 16 As condições de primeira ordem são as seguintes: p 1 3 k − 23 1 l 2 3 1 = pk ⇒ k1 = 1 3 p pk y1; (83) p 2 3 k 1 3 1 l − 13 1 = pl ⇒ l1 = 2 3 p pl y1. (84) A firma 2 resolve o seguinte problema: max l2,k2 pi2 (l2, k2) = k 1 2 2 l 1 2 2 − pll2 − pkk2 sujeito a: l2, k2 ≥ 0. As condições de primeira ordem são as seguintes: 1 2 k − 12 2 l 1 2 2 = pk ⇒ k2 = 1 2 1 pk y2; (85) 1 2 k 1 2 2 l − 12 2 = pl ⇒ l2 = 1 2 1 pl y2. (86) Impondo market clearing no mercado do bem 1, y1 = x1, obtêm-se as de- mandas pelos fatores de produção por parte das firma 1: k1 = 1 3 p pk ( N 3 5pl + 4pk p ) ⇒ k1 = N 9 5pl + 4pk pk ; (87) l1 = 2 3 p pl ( N 3 5pl + 4pk p ) ⇒ l1 = 2N 9 5pl + 4pk pl . (88) Impondo market clearing no mercado do bem 2, y2 = x2, obtêm-se as de- mandas pelos fatores de produção por parte das firma 2: k2 = 1 2 1 pk [ N 3 (4pl + 5pk) ] ⇒ k2 = N 6 4pl + 5pk pk ; (89) l2 = 1 2 1 pl [ N 3 (4pl + 5pk) ] ⇒ l2 = N 6 4pl + 5pk pl . (90) Portanto, as demandas agregadas pelos fatores de produção, k e l, são: k = N 9 5pl + 4pk pk + N 6 4pl + 5pk pk = N pk 23pk + 22pl 18 ; (91) l = 2N 9 5pl + 4pk pl + N 6 4pl + 5pk pl = N pl 31pk + 32pl 18 . (92) 17 Agora, impondo market clearing nos mercados de fatores de produção, k = ωkA + ω k B = 3N e l = ω l A + ω l B = 3N , encontra-se que; N pk 23pk + 22pl 18 = 3N ⇒ pk = 22 31 pl; (93) N pl 31pk + 32pl 18 = 3N ⇒ pk = 22 31 pl. (94) Como, em equilíbrio competitivo, o lucro das firmas deve ser nulo, segue-se que pi2 (l2, k2) = 0:[ N 6 4pl + 5 22 31pl 22 31pl ] 1 2 [ N 6 4pl + 5 22 31pl pl ] 1 2 −plN 6 4pl + 5 22 31pl pl −22 31 pl N 6 4pl + 5 22 31pl 22 31pl = 0 (95) Disto segue que: pl = 1 2 √ 31 22 . (96) Logo: pk = 22 31 1 2 √ 31 22 = 1 2 √ 22 31 . (97) Conseqüentemente, as firmas demandam as seguintes quantidades de fatores de produção: k1 = N 9 5 12 √ 31 22 + 4 1 2 √ 22 31 1 2 √ 22 31 = 27 22 N ; (98) l1 = 2N 9 5 12 √ 31 22 + 4 1 2 √ 22 31 1 2 √ 31 22 = 54 31 N ; (99) k2 = N 6 4 12 √ 31 22 + 5 1 2 √ 22 31 1 2 √ 22 31 = 39 22 N ; (100) 18 l2 = N 6 4 12 √ 31 22 + 5 1 2 √ 22 31 1 2 √ 31 22 = 39 31 N . (101) Sendo assim, pela condição de primeira ordem da fima 1, p = 3k1pky1 : p = 3 27 22N 1 2 √ 22 31( 27 22N ) 1 3 ( 54 31N ) 2 3 = 3 2 11 6 ( 31 11 ) 1 6 . (102) As quantidades demandadas de bens por cada indivíduo do tipo i ∈ {A,B} são: xA1 = 1 3 1 2 √ 31 22 + 2 1 2 √ 22 31 3 2 11 6 ( 31 11 ) 1 6 = 25 ( 2 11 ) 1 3 3 · 31 23 ; (103) xA2 = 2 3 ( 1 2 √ 31 22 + 2 1 2 √ 22 31 ) = 25√ 682 ; (104) xB1 = 2 3 2 12 √ 31 22 + 1 2 √ 22 31 3 2 11 6 ( 31 11 ) 1 6 = 56 ( 2 11 ) 1 3 3 · 31 23 ; (105) xB2 = 1 3 ( 2 1 2 √ 31 22 + 1 2 √ 22 31 ) = 7 √ 2 341 . (106) 19 Por fim, as quantidades produzidas são: y1 = ( 27 22 N ) 1 3 ( 54 31 N ) 2 3 = 27 ( 2 11 ) 1 3 N 31 2 3 ; (107) y2 = ( 39 22 N ) 1 2 ( 39 31 N ) 1 2 = 39√ 682 N ; (108) (e) A alocação competitiva é eficiente? Em caso afirmativo, encontre o peso de Pareto de cada indivíduo num equilíbrio competitivo no caso em que N = 1. Sim, como as preferências são monotônicas, pelo Primeiro Teorema do Bem- Estar, sabe-se que o equilíbrio competitivo é eficiente de Pareto. Conforme discutido no item (b), para encontrar todas as alocações eficientes de Pareto, pode-se proceder da seguinte maneira: max xA1,xA2,xB1,xB2,l1,k1,l2,k2 U = λ [ln (xA1) + 2 ln (xA2)] + + (1− λ) [2 ln (xB1) + ln (xB2)] sujeito a: xA1 + xB1 ≤ f1 (l1, k1) ; xA2 + xB2 ≤ f2 (l2, k2) ; k1 + k2 ≤ 3; l1 + l2 ≤ 3; xA1, xA2, xB1, xB2, l1, k1, l2, k2 ≥ 0. onde λ é o peso de Pareto do indivíduo do tipo A. O equilíbrio competitivo calculado no item (d) é eficiente de Pareto e, por- tanto, existe um peso de Pareto λ˜ a ele associado. Sendo assim, para en- contrar λ˜ basta resolver o problema acima e impor a alocação de equilíbrio competitivo encontrada no item (d). Como no equilíbrio competitivo calculado xA1, xA2, xB1, xB2, l1, k1, l2, k2 > 0 a última restrição está satisfeita. Além disto, todas as demais restrições são ativas, ou seja: valem com igualdade. Logo, as condições de primeira ordem do problema acima são: λ 1 xA1 − (1− λ) 2 y1 − xA1 = 0⇒ y1 − xA1 2xA1 = 1− λ λ ; (109) 20 λ 2 xA2 − (1− λ) 1 y2 − xA2 = 0⇒ 2 y2 − xA2 xA2 = 1− λ λ . (110) Plugando xA1 e y1 |N=1 de equilíbrio competitivo calculado no item (d) na equação (84), encontra-se o peso de Pareto λ˜: 1− λ˜ λ˜ = 27( 211 ) 1 3 31 2 3 − 25( 2 11 ) 1 3 3·31 23 2 25( 211 ) 1 3 3·31 23 ⇒ λ˜ = 25 53 . (111) (*) Questão 5 - Nicholson: Problema 13.2. Suponha dois indivíduos (Smith e Jones) possuem cada 10 horas de trabalho para dedicar à produção ou de sorvete (x) ou canja (y). A função utilidade do Smith é dada por US = x 0,3 S y 0,7 S , (112) enquanto a função utilidade do Jones é dada por UJ = x 0,5 J y 0,5 J . (113) Os indivíduos não se importam se eles produzem x ou y, e a função de produção de cada bem é dada por: x = 2lx (114) e y = 3ly, (115) onde l é o total de trabalho destinado à produção de cada bem. (a) Qual deve ser a razão de preços px/py? Primeiramente, é necessário obter a fronteira de possibilidades de produção. Para isto, note que lx + ly = 20. Sendo assim, pela equação (114), segue que: x = 2 (20− ly)⇒ ly = 20− x 2 . (116) Substituindo a equação (116) na equação (115), obtém-se que: y = 3 ( 20− x 2 ) = 60− 3 2 x. (117) A equação (117) é a fronteira de possibilidades de produção. Como se sabe, em equilíbrio competitivo, px/py deve ser igual ao módulo da taxa marginal de transformação, que é dada pela inclinação da fronteira de possibilidades de produção. Logo: p∗x p∗y = 3 2 . (118) 21 (b) Dada esta razão de preços, quanto de x e y Smith e Jones demandarão? Dica: Fixe o salário igual a 1 aqui. O problema do Smith é o seguinte: max xS ,yS US = x 0,3 S y 0,7 S sujeito a: pxxS + pyyS ≤ 10w; xS , yS ≥ 0. Como a função utilidade do Smith é Cobb-Douglas, sabe-se que as suas funções demanda são dadas por: xS = 0, 3 10w px ; (119) yS = 0, 7 10w py . (120) O problema do Jones é o seguinte: max xJ ,yJ UJ = x 0,5 J y 0,5 J sujeito a: pxxJ + pyyJ ≤ 10w; xJ , yJ ≥ 0. Como a função utilidade do Jones é Cobb-Douglas, sabe-se que as suas funções demanda são dadas por: xJ = 0, 5 10w px ; (121) yJ = 0, 5 10w py . (122) Agora, fixando w = 1, p∗x = 3 e p ∗ y = 2 encontra-se que as quantidades demandadas em equilíbrio são: x∗S = 0, 3 10 · 1 3 ⇒ x∗S = 1; (123) y∗S = 0, 7 10 · 1 2 ⇒ y∗S = 7 2 ; (124) x∗J = 0, 5 10 · 1 3 ⇒ x∗J = 5 3 ; (125) 22 y∗J = 0, 5 10 · 1 2 ⇒ y∗J = 5 2 . (126) (c) Como o trabalho deve ser alocado entre x e y para satisfazer a demanda calculada na parte (b)? A quantidade total demandada, em equilíbrio, pelo bem x definida por x∗ := x∗S + x ∗ J é x∗ = 1 + 5 3 = 8 3 . (127) A quantidade total demandada, em equilíbrio, pelo bem y definida por y∗ := y∗S + y ∗ J é y∗ = 7 2 + 5 2 = 6. (128) Então, pelas equações (3) e (4), encontra-se que 8 3 = 2l∗x ⇒ l∗x = 4 3 ; (129) 6 = 3l∗y ⇒ l∗y = 2. (130) Questão 6 - Nicholson: Problema 13.4. Suponha que Robinson Crusoé produz e consome peixe (F ) e coco (C). Assuma que, durante um certo período, ele decidiu trabalhar 200 horas e é indiferente entre gastar o seu tempo pescando ou coletando cocos. A produção de peixe de Robinson é dada por F = √ lF (131) e a de cocos é dada por C = √ lC , (132) onde lF e lC são o número de horas gastas pescando e coletando cocos. Conse- qüentemente, lC + lF = 200. (133) A função utilidade de Robinson Crusoé por peixe e coco é dada por U (F,C) = √ FC. (134) (a) Se Robinson não pode trocar com o resto do mundo, como ele escolherá alocar seu trabalho? Quais serão os níveis ótimos de F e C? Qual será a sua utilidade? Qual será a a taxa marginal de transformação (de peixe por cocos)? 23 O problema de Robinson Crusoé é o seguinte: max F,C,lC ,lF U (F,C) = √ FC sujeito a: F ≤ √ lF ; C ≤ √ lC ; lF + lC = 200; F,C, lC , lF ≥ 0. Pelo fato de as curvas de indiferença da função Cobb-Douglas não cruzarem os eixos, na solução deste problema, F,C > 0. Como não é possível obter uma produção estritamente positiva usando uma quantidade nula de fatores de produção, segue que lC , lF > 0. Sendo assim, a função lagrangeana de Robinson é dada por: L (F,C, lC , lF , λ1, λ2, λ3) = √ FC − λ1 ( F − √ lF ) − λ2 ( C − √ lC ) + −λ3 (lF + lC − 200) . (135) Como tanto a função utilidade quanto as funções de produção são estrita- mente crescentes, as duas primeiras restrições valem com igualdade. Logo, as condições de primeira ordem são as seguintes: 1 2 √ C F − λ1 = 0⇒ 1 2 √ C F = λ1; (136) 1 2 √ F C − λ2 = 0⇒ 1 2 √ F C = λ2; (137) −λ1 ( − 1 2 √ lF ) − λ3 = 0⇒ λ1 = λ32 √ lF ; (138) −λ2 ( − 1 2 √ lC ) − λ3 = 0⇒ λ2 = λ32 √ lC . (139) Igualando (136) a (138) e (137) a (139), encontra-se que: 1 2 √ C F = λ32 √ lF ⇒ λ3 = 1 4 √ C F 1√ lF ; (140) 1 2 √ F C = λ32 √ lC ⇒ λ3 = 1 4 √ F C 1√ lC . (141) Igualando (140) a (141): 1 4 √ C F 1√ lF = 1 4 √ F C 1√ lC ⇒ C F = √ lF√ lC . (142) 24 Substituindo as restrições F = √ lF e C = √ lC em (142), chega-se que √ lC√ lF = √ lF√ lC ⇒ lC = lF . (143) Conseqüentemente, pelas restrições F = √ lF e C = √ lC : C = F . (144) Substituindo (143) na restrição lF + lC = 200, obtém-se que lF + lF = 200⇒ lF = lC = 100. (145) Logo, pelas funções de produção, C = F = √ 100⇒ C = F = 10. (146) Plugando (146) na função utilidade, U (10, 10) = √ 10 · 10 = 10. (147) Uma forma de obter a fronteira de possibilidades de produção desta economia é a seguinte. Pela equação lF + lC = 200, lC = 200− lF . Pela restrição C = √ lC , lC = C 2 . Logo, C2 = 200− lF ⇒ lF = 200− C2. (148) Substituindo (148) em F = √ lF , chega-se que a fronteira de possibilidade de produção é F = √ 200− C2. (149) A taxa marginal de transformação é dada por dF dC (C) = 1 2 √ 200− C2 2C = C√ 200− C2 . (150) Quando C = 10, que é a quantidade de coco desejada por Robinson, dF dC (10) = 10√ 200− 102 = 1. (151) O gráfico abaixo ilustra a fronteira de possibilidade de produção desta econo- mia e a escolha ótima de Robinson Crusoé. Deve ser ressaltado que todos estes resultados são óbvios dada a simetria do problema. 25 (b) Suponha agora que o comércio é aberto e que Robinson pode trocar peixe e cocos ao preço relativo pF /pC = 2/1. Se Robinson continua a produzir as quantidades de F e de C da parte (a), o que ele escolherá consumir uma vez que lhe é dada a oportunidade de trocar? Qual será o seu novo nível de utilidade? Assumindo que Robinson Crusoé produz as mesmas quantidades calculadas no item anterior e que a razão de preços é pF /pC = 2/1, o problema de Robinson é o seguinte: max F,C U (F,C) = √ FC sujeito a: 2F + C ≤ 30; F,C ≥ 0. As demandas por peixe e por coco são dadas, respectivamente, por: F = 1 2 30 2 = 15 2 . (152) C = 1 2 30 = 15. (153) 26 Então, o seu novo nível de utilidade será dado por U ( 15 2 , 15 ) = √ 15 2 · 15 = 15√ 2 > 10 = U (10, 10) . (154) (c) Como a sua resposta para a parte (b) mudaria se Robinson ajusta a sua produção para tirar vantagem dos preços mundiais? Assumindo que a razão de preços é pF /pC = 2/1 e que Robinson pode ajustar a quantidade produzida livremente, o problema de Robinson é o seguinte: max F,C,lF ,lC U (F,C) = √ FC sujeito a: 2F + C ≤ 2YF + YC ; YF ≤ √ lF ; YC ≤ √ lC ; lF + lC = 200; F,C, lF , lC ≥ 0. A função lagrangeana é a seguinte: L (F,C, lF , lC , λ, γ) = √ FC − λ ( 2F + C − 2 √ lF − √ lC ) + −γ (lF + lC − 200) . (155) As condições de primeira ordem determinam que 1 2 √ C F − 2λ = 0⇒ √ C F = 4λ; (156) 1 2 √ F C − λ = 0⇒ √ C F = 2λ; (157) −λ2 1 2 √ lF − γ = 0⇒ −λ 1√ lF = γ; (158) −λ 1 2 √ lC − γ = 0⇒ −λ 1√ lC = 2γ. (159) Como as preferências são Cobb-Douglas, as quantidades consumidas são dadas por F = 1 2 2 √ lF + √ lC 2 ⇒ F = 2 √ lF + √ lC 4 ; (160) 27 C = 1 2 ( 2 √ lF + √ lC ) . (161) Substituindo (158) em (159), segue que −λ 1√ lC = 2 ( −λ 1√ lF ) ⇒ lF = 4lC . (162) Então, substituindo (162) em lF + lC = 200, encontra-se que: 4lC + lC = 200⇒ lC = 40 (163) e, portanto, por (162): lF = 160. (164) Logo, a solução do problema de maximização de utilidade é F = 2 √ 160 + √ 40 4 = 5 √ 5 2 ; (165) C = 1 2 ( 2 √ 160 + √ 40 ) = 5 √ 10. (166) Portanto, o seu nível de utilidade é: U ( 5 √ 5 2 , 5 √ 10 ) = √ 5 √ 5 2 · 5 √ 10 = 5 √ 5 > U ( 15 2 , 15 ) = 15√ 2 > U (10, 10) = 10. (167) (d) Desenhe o gráfico dos seus resultados das partes (a), (b) e (c). 28 (*) Questão 7 - Nicholson: Problema 13.6. Na Ruritânia, existem duas regiões, A e B. Dois bens (x e y) são produzidos em ambas as regiões. As funções de produção da região A são dadas por xA = √ lx, (168) yA = √ ly, (169) onde lx e ly são as quantidades de trabalho dedicadas à produção de x e y, respectivamente. O total de trabalho disponível na região A é de 100 unidades; isto é, lx + ly = 100. (170) Usando uma notação similar para a região B, as funções de produção são dadas por xB = 1 2 √ lx, (171) yB = 1 2 √ ly. (172) Existem também 100 unidades de trabalho na região B: lx + ly = 100. (173) (a) Calcule as curvas de possibilidades de produção para as regiões A e B. 29 Para encontrar a curva de possibilidades de produção da região A deve-se resolver o seguinte problema: max lxA,lyA yA = √ lyA sujeito a:√ lxA ≥ xA; lxA + lyA ≤ 100; lxA, lyA ≥ 0. De √ lxA ≥= x, segue que lxA = x 2 A. (174) Substituindo (174) em lxA + lyA = 100;: x2A + lyA = 100⇒ lyA = 100− x2A. (175) Plugando (175) na função objetivo, obtém-se que yA = √ 100− x2A. (176) Como xA ≥ 0, (176) corresponde à equação do arco de uma circunferência de raio 10 e centro (0, 0) contido no primeiro quadrante do plano cartesiano. Para encontrar a curva de possibilidades de produção da região B deve-se resolver o seguinte problema: max lxB ,lyB yB = 1 2 √ lyB sujeito a: 1 2 √ lxB ≥ xB ; lxB + lyB ≤ 100; lxB , lyB ≥ 0. De 1 2 √ lxB ≥= x, segue que lxB = 4x 2 B . (177) Substituindo (177) em lxB + lyB = 100: 4x2B + lyB = 100⇒ lyB = 100− 4x2B . (178) Plugando (178) na função objetivo, obtem-se que yB = 1 2 √ 100− 4x2B ⇒ yB = √ 25− x2B . (179) Como xB ≥ 0, (179) corresponde à equação do arco de uma circunferência de raio 5 e centro (0, 0) contido no primeiro quadrante do plano cartesiano. Abaixo está o gráfico da fronteira de possibilidades de produção da região A e da região B: 30 (b) Que condição deve ser satisfeita se a produção na Ruritânia deve ser alocada eficientemente entre as regiões A e B (assumindo que trabalho não pode migrar de uma região para outra)? Sejam fA (xA) e fB (xB) as fronteiras de possibilidades de produção das regiões A e B, respectivamente. Se trabalho não pode migrar entre as regiões, o problema de alocação eficiente da produção entre as duas regiões é o seguinte: max xA,xB yA + yB = fA (xA) + fB (xB) sujeito a: xA + xB ≥ x; Se fA (xA) ou fB (xB) for estritamente decrescente, então a restrição vale com igualdade. Neste caso, substituindo a restrição, que vale com igualdade, na função objetivo e calculando a condição de primeira ordem, encontra-se que: f ′A (x ∗ A)− f ′B (x∗B) = 0⇒ f ′A (x∗A) = f ′B (x∗B) . (180) Isto significa que a taxa marginal de transformação deve ser a mesma nas duas regiões. Aplicando a condição de eficiência na alocação inter-regional sobre as fronteiras de possibilidade de produção calculadas no item anterior, obtém-se que 1 2 √ 100− x∗2A (−2x∗A) = 1 2 √ 25− x2B (−2x∗B)⇒ y∗A x∗A = y∗B x∗B . (181) 31 (c) Calcule a curva de possibilidades de produção para a Ruritânia (novamente assumindo que trabalho é imóvel entre as regiões). Qual o máximo de y que a Ruritânia pode produzir se a produção total de x é 12? Dica: Uma análise gráfica pode ser útil aqui. Assumindo que trabalho é imóvel entre as regiões, a fronteira de possibili- dades de produção da Ruritânia pode ser obtida da seguinte maneira: max lyA,lyB ,lxA,lxB yA + yB = √ lyA + 1 2 √ lyB sujeito a:√ lxA + 1 2 √ lxB ≥ x; lxA + lyA ≤ 100; lxB + lyB ≤ 100; lyA, lyB , lxA, lxB ≥ 0. A função lagrangeana é a seguinte: L (lxA, lxB , λ) = √ 100− lxA+1 2 √ 100− lxB+λ (√ lxA + 1 2 √ lxB − x ) . (182) As condições de primeira ordem são as seguintes: 1 2 √ 100− lxA (−1) + λ 1 2 √ lxA = 0⇒ √ lxA√ 100− lxA = λ; (183) 1 2 √ 100− lxB (−1) + λ1 2 1 2 √ lxB = 0⇒ 2 √ lxB√ 100− lxB = λ. (184) Igualando as equações (183) e (184): √ lxA√ 100− lxA = 2 √ lxB√ 100− lxB . (185) Esta equação pode ser expressa da seguinte maneira: y∗A x∗A = y∗B x∗B , (186) que é exatamente a condição de eficiência obtida no item anterior. Agora note que isto implica que y∗A x∗A = y∗B x∗B = y x . (187) Portanto, pelo Teorema de Pitágoras, a equação que descreve a fronteira de possibilidades de produção da Ruritânia é y = √ 225− x2. (188) 32 Se a produção de x é 12, o máximo que pode ser produzido de y é y = √ 225− 122 = 9. (189) Questão 8 - Nicholson: Problema 13.10 (Teorema de Rybczynski). Podunk é um país que produz apenas trigo e roupa usando como insumos terra e trabalho. Ambos são produzidos por funções de produção com retornos con- stantes de escala. Trigo é o bem relativamente terra-intensivo. (a) Explique, em palavras ou com diagramas, como o preço do trigo relativo a roupa (p) determina a razão terra-trabalho em cada uma das duas indústrias. No gráfico abaixo é apresentada a curva de alocações eficientes dos fatores de produção terra (L) e trabalho (N) entre os dois setores: trigo (t) e roupa (r). Note que trigo é o setor relativamente intensivo no emprego de terra, pois a curva de alocações eficientes de fatores de produção é côncava da perspectiva da produção deste bem. Para um preço relativo de trigo p1, a produção de trigo emprega 〈Nt (p1) , Lt (p1)〉 e a produção de roupa emprega 〈Nr (p1) , Lr (p1)〉, sendo que Lt(p1) Nt(p1) > Lr(p1)Nr(p1) , pois a produção de trigo é mais terra-intensiva do que a produção de roupa. Quando o preço do trigo aumenta para p2 > p1, a quantidade produzida de trigo cresce e a quantidade produzida de roupa diminui. Sendo assim, o setor produtor de trigo aumenta o emprego dos dois fatores de produção para 〈Nt (p2) , Lt (p2)〉 � 〈Nt (p1) , Lt (p1)〉 e o setor têxtil 33 reduz o emprego de ambos os fatores de produção para 〈Nr (p2) , Lr (p2)〉 � 〈Nr (p1) , Lr (p1)〉. Como anteriormente,Lt(p2)Nt(p2) > Lr(p2) Nr(p2) , pois a produção de trigo é mais terra-intensiva do que a produção de roupa. Além disto, Lt(p1) Nt(p1) > Lt(p2) Nt(p2) e Lr(p1) Nr(p1) > Lr(p2)Nr(p2) , o que significa que os dois setores tornam-se menos intensivos em terra. � ������ ��� � �� ������� ���� � � ������ ��� � � �� �� �� �� ��� �� ��� �� �� ��� ��� ��� �� ��� ��� ��� � � ��� ��� � � (b) Suponha que p é dado por forças externas (este seria o caso se Podunk fosse uma país "pequeno" trocando livremente com um mundo "grande"). Mostre, usando a caixa de Edgeworth, que se a oferta de trabalho aumenta em Podunk então a produção de roupa crescerá e a produção de trigo cairá. Nota: Este resultado foi descoberto pelo economista polonês Tadeusz Rybczynski. Este é um resultado fundamental na teoria de comércio internacional. Na caixa de Edgeworth abaixo, quando a oferta de trabalho de trabalho é N1, a produção de trigo emprega 〈Nt (N1) , Lt (N1)〉 e a produção de roupa em- prega 〈Nr (N1) , Lr (N1)〉. Quando a oferta de trabalho aumenta para N2 > N1, a caixa de Edgeworth expande-se para a direita e surge uma nova curva de alo- cações eficientes de fatores de produção. Por outro lado, a relação terra-trabalho demandada por cada um dos setores mantém-se inalterada, pois p é constante e as tecnologias apresentam retornos constantes de escala. Assim, a produção de trigo passa a empregar 〈Nt (N2) , Lt (N2)〉 � 〈Nt (N1) , Lt (N1)〉 e a produção de roupas 〈Nr (N2) , Lr (N2)〉 � 〈Nr (N1) , Lr (N1)〉. Como as tecnologias são estritamente monotônicas, segue-se que a produção de trigo diminui e a de roupa aumenta. 34 � ������ ��� � �� ������� ���� � � ������ ��� � � ��� �� ��� �� ���� �� ���� �� ������ ������� ������ ������� � � ��� ��� ��� � � Uma forma útil de entender este resultado é olhar para a fronteira de possi- bilidades de produção. No gráfico abaixo, a curva em azul representa a fronteira de possibilidades de produção antes do aumento da oferta de trabalho, ou seja, quando a quantidade de trabalho disponível é N1. Já a linha verde é a fronteira de possibilidades de produção quando a quantidade disponível de trabalho é N2 > N1. Note que a elevação na disponibnilidade de trabalho faz com que a fronteira de possibilidades de produção expanda de forma viesada em favor da produção de roupa porque este setor é intensivo neste insumo. Se o preço relativo entre roupa e trigo é p, quando a oferta de trabalho é N1, a economia produz 〈t (N1) , r (N1)〉. Se a oferta de trabalho é N2 e o preço relativo entre roupa e trigo não se altera, então a economia produz 〈t (N2) , r (N2)〉, sendo que t (N1) > t (N2) e r (N1) < r (N2). 35 � ������ ��� � �� ��� �� ��� �� ��� �� ��� ���� ��� ���� ��� ������ ������ � ������ ������ � (*) Questão 9 - Nicholson: Problema 13.11 (Lei de Walras). Suponha que existam apenas três bens (x1, x2, x3) em uma economia e que as funções de excesso de demanda por x2 e x3 são dadas por ED2 = −3p2 p1 + 2p3 p1 − 1; (190) ED3 = 4p2 p1 − 2p3 p1 − 2. (191) (a) Mostre que estas funções são homogêneas de grau 0 em p1, p2 e p3. Para verificar que estas funções são homogêneas de grau 0, tome λ > 0 arbitrariamente. Então: ED2 (λp1, λp2, λp3) = −3λp2 λp1 + 2λp3 λp1 − 1 = −3p2 p1 + 2p3 p1 − 1 = ED2 (p1, p2, p3) . (192) ED3 (λp1, λp2, λp3) = 4λp2 λp1 − 2λp3 λp1 − 2 = 4p2 p1 − 2p3 p1 − 2 = ED3 (p1, p2, p3) . (193) 36 (b) Use a lei de Walras para mostrar que, se ED2 = ED3 = 0, então ED1 deve também ser 0. Você pode usar a lei de Walras para calcular ED1? Segundo a lei de Walras, a soma dos valores dos excessos de demanda deve ser igual a zero. Ou seja: p1ED1 + p2ED2 + p3ED3 = 0. (194) Sendo assim, se ED2 = ED3 = 0, segue-se que p1ED1 = 0. Como p1 > 0, ED1 = 0. Para encontrar ED1, basta aplicar a lei de Walras usando os dados da questão, conforme abaixo: p1ED1 + p2 ( −3p2 p1 + 2p3 p1 − 1 ) + p3 ( −4p2 p1 + 2p3 p1 − 2 ) = 0, (195) o que implica que ED1 = 1 p1 [ p2 p1 (p1 + 3p2) + 2 p3 p1 (p1 − 3p2) ] + 2 ( p3 p1 )2 . (196) (c) Resolva este sistema de equações para os preços relativos de equilíbrio p2/p1 e p3/p1. Qual o valor de equilíbrio para p3/p2? O sistema de equações que deve ser resolvido é formado pelas seguintes equações: ED1 = 1 p1 [ p2 p1 (p1 + 3p2) + 2 p3 p1 (p1 − 3p2) ] + 2 ( p3 p1 )2 = 0; (197) ED2 = −3p2 p1 + 2p3 p1 − 1 = 0; (198) ED3 = 4p2 p1 − 2p3 p1 − 2 = 0. (199) Igualando as duas últimas equações: −3p2 p1 + 2p3 p1 − 1 = 4p2 p1 − 2p3 p1 − 2⇒ p2 p1 = 1 7 ( 4 p3 p1 + 1 ) . (200) Substituindo (200) em (199): 4 [ 1 7 ( 4 p3 p1 + 1 )] − 2p3 p1 − 2 = 0⇒ p3 p1 = 5. (201) Plugando este resultado em (200): p2 p1 = 1 7 (4 · 5 + 1)⇒ p2 p1 = 3. (202) O valor de equilíbrio para p3 p2 é: p3 p2 = p3 p1 p2 p1 = 5 3 . (203) 37