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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE ECONOMIA 
FORMAÇÃO ECONÔNOMICA DO BRASIL 
 
 
Questão 2 
Explique o importância da criação da empresa colonial e do 
“Exclusivismo Metropolitano” no processo de transição da estrutura feudal 
para o capitalismo moderno: 
 
Para entendermos a transição da estrutura feudal para o capitalismo, 
precisamos antes enumerar os principais fatores que conduziram o processo 
de acumulação primitiva de capital e, consequentemente, o estabelecimento 
de uma classe burguesa. 
O “Exclusivismo Metropolitano” é fator preponderante para justificar a 
acumulação primitiva de capital. Objetivamente, ele representa o monopólio 
nas transações comercias por parte da metrópole na relação com a colônia e 
a definição dos preços das mercadorias coloniais em um patamar mínimo e 
que praticamente garante apenas a manutenção da atividade. Assim, 
portanto, o excedente colonial era praticamente todo apropriado pela 
metrópole. Além disso, também eram atribuídos preços elevados aos 
produtos metropolitanos revendidos à colônia, favorecendo mais ainda o 
aumento dos lucros da burguesia em terras europeias. 
Sendo o “Exclusivismo Metropolitano” um dos fatores para 
acumulação primitiva de capital, podemos identificar como seu instrumento a 
mercadoria colonial, evidenciando, então, a importância da empresa colonial 
no processo. A empresa colonial baseava-se em três elementos 
fundamentais: Grande propriedade, monocultura e trabalho escravo. 
A grande propriedade, primeiramente, se apresenta como iniciativa 
para atrair colonizadores com a perspectiva de se estabelecer um negócio, 
entretanto, se apresenta como a melhor alternativa para viabilizar o comércio 
das mercadorias de exportação, já que, assim, os custos de produção são 
minimizados. A monocultura é justificada pelo mesmo aspecto de 
minimização dos custos e sobretudo se considerarmos o “sentido de 
colonização” que limita a constituição de um mercado interno. 
É importante ressaltar que o monopólio, portanto, estabelecia a 
concentração de renda nas mãos dos proprietários como uma maneira de 
assegurar a continuação da produção da mesma maneira, pois, entre outros 
fatores, fugiria do propósito da exploração da colônia estabelecer um 
mercado interno, o que inviabilizaria a extração do excedente. Desta maneira, 
é correto afirmar que o trabalho assalariado seria irrealizável neste cenário, 
uma vez que inibiria a acumulação primitiva de capital. Assim se justificaria a 
adoção do trabalho escravo. Ademais, o tráfico negreiro também se 
apresentava como atividade lucrativa benéfica à metrópole. 
Contudo, a estrutura capitalista como conhecemos não se assemelha 
em nada com a forma de produção adotada no período colonial baseada no 
escravismo. Todavia, é possível relacionar a formação da burguesia 
empreendedora inglesa ao processo de acumulação primitiva português em 
suas colônias quando nos referimos ao Tratado de Methuen. Em suma, o 
tratado favorecia a importação de produtos têxteis ingleses por parte de 
Portugal, o que dificultava o desenvolvimento manufatureiro português e 
gerava uma balança deficitária que, por fim, era financiada com as riquezas 
provenientes das colônias. Portanto, parte do capital que financiou a 
revolução industrial burguesa, momento fundamental para vigência do 
capitalismo , provêm de riquezas coloniais portuguesas. 
 
 
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