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1 Direito Internacional Público Otávio Bravo Extradição • Conceito • Fundamento e fontes • Distinção Entrega ao Tribunal Penal Internacional Deportação Expulsão Abdução Extradição de fato ou dissimulada Extradição • Requisitos Requerimento de Estado Existência de processo penal no país requerente Dupla tipicidade ou incriminação (princípio da identidade) Não estar sendo processado ou cumprindo pena no Brasil Não ter havido prescrição no Brasil ou no país requerente Exceção de crime político (art. 5º, inciso LII CF) Não ser o extraditando brasileiro nato (art. 5º, inciso LI CF) Crime com pena maior do que 1 ano para o crime no Brasil Compromisso do país requerente em comutar as penas de morte, corporais e de prisão perpétua 2 3 Extradição • Pena de morte • Pena de prisão perpétua 4 Extradição • Procedimento no Brasil (“sistema judiciário de extradição” ou “sistema misto”) Fase administrativa (recebimento do pedido) Fase judiciária (STF – art. 102, I, g da CF) Fase administrativa (entrega do extraditando) Caso Battisti • Condenação na Itália por 4 homicídios • Preso no Brasil em 18.mar.07 para fins de extradição • Requerimento de concessão de refúgio ao Ministro da Justiça • Parecer contrário do CONARE • Ato do Ministro da Justiça concedendo refúgio Caso Battisti Julgamento no STF • 1ª questão: a concessão de refúgio impede a análise da extradição? 5 Refúgio (Lei nº 9.474, de 22.jul.97) Asilo político (Lei nº 6.815, 19.ago.80 ) Perseguidos (situação coletiva) por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas ou devido a grave e generalizada violação de direitos humanos Perseguido (situação individual) em razão de prática de crime político DECISÃO: 5 a 4 em favor da nulidade do ato que concedeu o refúgio (1) O art. 33 da Lei 9.474, de 22.jul.97, que determina que a concessão de refúgio impede a continuação do processo de extradição é constitucional, mas não pode subtrair do Poder Judiciário o controle da legalidade de atos administrativos (2) O ato de concessão de refúgio constitui ato vinculado e não discricionário, até para que não seja usurpada a competência do STF para apreciar a extradição (3) Ao conceder refúgio, não cabe ao Ministro da Justiça analisar se a infração cometida pelo beneficiado foi política ou não, pois isso é matéria a ser analisada pelo STF (4) Battisti não é refugiado pois tal condição não deve ser reconhecida àquele que praticou crimes e sim àquele que é perseguido em razão de raça, religião, nacionalidade, etc... 6 Caso Battisti Julgamento no STF • 1ª questão: a concessão de refúgio impede a análise da extradição? • 2ª questão: Battisti deve ser extraditado? DECISÃO: 5 a 4 em favor da extradição (1)Os crimes praticados por Battisti são comuns e não políticos (2) Não houve prescrição Objeção do crime político • Crimes políticos por natureza: traição, espionagem, conspiração, etc. • Crimes comuns praticados por razões políticas: critérios subjetivo, do objeto e da preponderância (no Brasil: art. 77, § 1º da Lei nº 6.815, 19.ago.80 – “A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum”) • Terrorismo 7 “[N]o definition has yet emerged or by now is ever likely to. Indeed, it has come to be regarded as something of an advantage that there is to be no definition”. (Lord Radcliffe, Schtraks v. Government of Israel) C as tio ni (1 89 1) M eu ni er (1 89 4) Ko lc zy ns ki (1 95 5) Sc ht ra ks (1 96 4) C he ng (1 97 3) T. v . S ec re ta ry of St at e (1 99 6) Ea in v. W ilk es (1 98 1) Q ui nn v . R ob in so n (1 98 4) Caso Battisti Julgamento no STF • 1ª questão: a concessão de refúgio impede a análise da extradição? • 2ª questão: Battisti deve ser extraditado? • 3ª questão: a decisão final sobre a extradição é do STF ou do Presidente da República? “Cabe ao Poder Executivo decidir [sobre a] extradição ou não de um indivíduo (...). Ele pode recusar mesmo quando o STF tenha declarado a legalidade e [a] procedência do pedido (...). (...) A doutrina (...) tem afirmado que a extradição no Brasil é um ato misto, isto é, judiciário e administrativo. Entretanto, é o Executivo que tem atuação decisiva”. (Celso D. de Albuquerque Mello) DECISÃO: 5 a 4 em favor da prerrogativa de o Presidente da República determinar a extradição ou não 8 “Se a concessão da extradição (...) não é da competência do Judiciário (STF), mas do Poder Executivo, este (...) só fica vinculado à decisão negativa da extradição, porque não pode conceber extradição considerada ilegal pelo STF, mas não fica vinculado à decisão do Supremo que defere o pedido de extradição, porque esse deferimento se revela como mera autorização judicial para a execução do ato. (...) Mas é de observar que é da tradição brasileira executar a extradição quando deferida pelo Supremo Tribunal Federal. É certo, porém, que nunca houve uma situação como a atual, em que tramita um pedido de extradição perante o Supremo quando, antes de sua apreciação, se dá um fato que interfere com a questão, qual seja a concessão do status de refugiado”. (José Afonso da Silva) “Existe (...) uma impressão generalizada, e a todos os títulos defensável, de que a transmissão do pedido ao tribunal traduz aquiescência da parte do governo. O Estado requerente, sobretudo, tende a ver nesse ato a aceitação de sua garantia de reciprocidade, passando crer que a partir de então somente o juízo negativo da corte sobre a legalidade da demanda lhe poderá vir a frustrar o intento. Nasceu, como era de se esperar que nascesse, por força de tais fatores, no Supremo Tribunal Federal, o costume de se manifestar sobre o pedido extradicional em termos definitivos. Julgando-a legal e procedente, o tribunal defere a extradição. Não se limita, assim, a declará-la viável, [como] se entendesse que depois de seu pronunciamento o regime jurídico do instituto autoriza ao governo uma decisão discricionária”. (Francisco Rezek) “[O STF] não está obrigado a deferir o pedido extradicional, caso não entenda presentes os requisitos de legalidade para a sua concessão. Mas, caso o STF o defira, estará então o governo obrigado a entregar o extraditando (uma vez que a existência de tratado vincula o Brasil na arena internacional) (...) Sendo o Presidente da República, e não o STF, o competente para ‘manter relações com Estados estrangeiros’ (CF, art. 84, inc. VII), será sua – e não do Poder Judiciário – a palavra final sobre a efetiva concessão da medida. Portanto, autorizada pelo STF a extradição, compete ao Presidente da República decidir em definitivo sobre a sua conveniência, sendo perfeitamente possível que a autorização do Supremo não seja efetivada pelo Presidente, sem que isto cause qualquer tipo de responsabilidade para este último. Tal somente se dará – ou seja, o Presidente da República somente será obrigado a efetivar a medida – quando existir tratado de extradição entre os dois países, uma vez que, nesse caso, se está diante de uma obrigação assumida pela República Federativa do Brasil, impossível de ser desrespeitada pelo governo” (Valério Mazzuoli)