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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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ganização do processo de produção.20 Aí se introduz, porém, imediata-
mente uma diferença essencial. Na manufatura, trabalhadores preci-
sam, individualmente ou em grupos, executar cada processo parcial
específico com sua ferramenta manual. Embora o trabalhador seja ade-
quado ao processo, também o processo é adaptado antes ao trabalhador.
Esse princípio subjetivo da divisão é suprimido na produção mecani-
zada. O processo global é aqui considerado objetivamente, em si e por
si, analisado em suas fases constituintes, e o problema de levar a cabo
cada processo parcial e de combinar os diversos processos parciais é
resolvido por meio da aplicação técnica da Mecânica, Química etc.,21
no que, naturalmente, a concepção teórica precisa ser depois como antes
aperfeiçoada pela experiência prática acumulada em larga escala. Cada
máquina fornece à máquina seguinte mais próxima sua matéria-prima
e, como todas elas atuam simultaneamente, o produto se encontra con-
tinuamente nas diversas fases de seu processo de formação, bem como
na transição de uma para outra fase de produção. Assim como na
manufatura a cooperação direta dos trabalhadores parciais estabelece
determinadas proporções entre os grupos particulares de trabalhadores,
também no sistema articulado das máquinas a contínua utilização das
máquinas parciais umas pelas outras estabelece uma relação determi-
nada entre seu número, seu tamanho e sua velocidade. A máquina de
trabalho combinada, agora um sistema articulado de máquinas de tra-
balho individuais de diferentes espécies e de grupos das mesmas, é
tanto mais perfeita quanto mais contínuo for seu processo global, isto
é, com quanto menos interrupções a matéria-prima passa de sua pri-
meira à sua última fase, quanto mais, portanto, em vez da mão humana,
o próprio mecanismo a leva de uma para outra fase da produção. Se
na manufatura o isolamento dos processos particulares é um princípio
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20 Antes da época da grande indústria, a manufatura da lã era a manufatura dominante na
Inglaterra. Nela foi feita, por isso, durante a primeira metade do século XVIII, a maioria
dos experimentos. O algodão, cuja elaboração mecanizada exige preparativos menos traba-
lhosos, foi beneficiado pelas experiências feitas na lã de carneiro, assim como mais tarde,
inversamente, a indústria mecânica da lã se desenvolve com base na fiação e tecelagem
mecânicas do algodão. Elementos isolados da manufatura da lã só nos últimos decênios
foram incorporados ao sistema fabril, por exemplo, a cardagem de lã. “A aplicação de força
mecânica ao processo de cardagem (...) que desde a introdução da máquina de cardar,
especialmente a de Lister, ocorreu em grande escala (...) teve indubitavelmente por efeito
que grande número de trabalhadores perdesse seu trabalho. Antes a lã era cardada a mão,
na maioria das vezes na cottage do cardador. Agora ela geralmente é cardada na fábrica
e, exceto em algumas espécies particulares de trabalho em que ainda se prefere lã cardada
a mão, o trabalho manual foi eliminado. Muitos dos cardadores manuais encontraram em-
prego nas fábricas, mas o produto do trabalho do cardador manual é tão pequeno em
comparação com o da máquina que grande número de cardadores ficou sem ocupação.”
(Rep. of Insp. of Fact. for 31st Oct. 1856. p. 16.)
21 "O princípio do sistema da fábrica é, então, substituir (...) a divisão ou graduação do trabalho
entre artesãos pela composição de um processo em seus constituintes essenciais." (URE.
The Philosophy of Manufactures: or an Exposition of the Scientific, Moral and Commercial
Economy of the Factory System of Great Britain. Londres, 1835. p. 20.)

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