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provements, como estradas de ferro, abertura de ruas etc., não recebem
apenas indenização total. Por sua “renúncia” forçada, devem, por Deus
e pela Justiça, ser ainda consolados com um lucro considerável. O
trabalhador é jogado com mulher e filhos e haveres na rua e — se
acorre em demasia para bairros onde a multiplicidade zela pelo decoro
— é processado pela polícia sanitária!
Exceto Londres, no começo do século XIX não havia uma única
cidade na Inglaterra com mais de 100 mil habitantes. Apenas 5 cidades
tinham mais de 50 mil. Agora existem 28 cidades com mais de 50 mil
habitantes.
“O resultado dessa mudança não foi apenas o enorme acréscimo
da população urbana, mas as velhas cidadezinhas de grande den-
sidade são agora centros cercados de construções por todos os
lados, sem nenhum lugar para a penetração de ar. Como já não
são agradáveis para os ricos, eles as abandonaram por subúrbios
mais aprazíveis. Os sucessores desses ricos ocupam as casas maio-
res, uma família, freqüentemente ainda com sublocatários, para
cada quarto. Assim, uma população foi comprimida em casas que
não lhe eram destinadas e para o que são totalmente inadequadas,
num ambiente que é verdadeiramente degradante para os adultos
e ruinoso para as crianças.”573
Quanto mais rápido se acumula o capital numa cidade industrial
ou comercial, tanto mais rápido o afluxo do material humano explorável
e tanto mais miseráveis as moradias improvisadas dos trabalhadores.
Newcastle-upon-Tyne, como centro de um distrito carbonífero e de mi-
neração cada vez mais produtivo, ocupa, depois de Londres, o segundo
lugar no inferno da moradia. Nada menos que 34 mil pessoas vivem
lá em moradias de uma só peça. Por serem extremamente prejudiciais
à comunidade, a polícia fez há pouco demolir um número significativo
de casas em Newcastle e Gateshead. O avanço da construção das novas
casas é muito vagaroso, o dos negócios muito rápido. Por isso, em 1865
a cidade estava mais superlotada do que em qualquer momento ante-
rior. Quase não havia um único quarto para alugar. O Sr. Embleton,
do Hospital de Febres de Newcastle, afirma:
“Não se pode duvidar de que a causa da persistência e pro-
pagação do tifo é a excessiva aglomeração de seres humanos e
a falta de higiene em suas moradias. As casas em que os traba-
lhadores freqüentemente vivem situam-se em becos cercados e
pátios. Quanto a luz, ar, espaço e limpeza, são verdadeiros mo-
delos de insuficiência e insalubridade, uma desgraça para qual-
quer nação civilizada. Ali, à noite, homens, mulheres e crianças
OS ECONOMISTAS
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573 Op. cit., p. 56.

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