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deitam-se misturadamente. No que tange aos homens, o turno da noite segue ao turno do dia em fluxo ininterrupto, de modo que as camas quase não têm tempo de esfriar. As casas são mal supridas de água e, pior ainda, de privadas; são sujas, mal ven- tiladas e pestilentas”.574 O aluguel semanal de tais buracos varia de 8 pences a 3 xelins. “A cidade de Newcastle-upon-Tyne”, diz o Dr. Hunter, “oferece o exemplo de uma das mais belas estirpes de nossos comparti- mentos que, devido às circunstâncias externas de moradia e rua, submergiu em degradação quase selvagem.”575 Devido ao fluxo e refluxo de capital e trabalho, a situação habi- tacional de uma cidade industrial pode ser hoje suportável para se tornar repugnante amanhã. Ou a vereança urbana pode, finalmente, ter-se erguido para a eliminação dos piores malefícios. Amanhã penetra nela um enxame de gafanhotos de irlandeses maltrapilhos ou de tra- balhadores agrícolas ingleses decaídos. Eles são enfurnados em porões e celeiros, ou a casa do trabalhador, outrora respeitável, é, transformada num alojamento, em que o pessoal muda tão rapidamente como as guarnições durante a Guerra dos Trinta Anos. Exemplo: Bradford. Lá, o filisteu municipal estava então ocupado com reforma urbana. Além disso, em 1861 havia lá ainda 1 751 casas desabitadas. Mas eis que surge agora a época dos bons negócios, sobre a qual recentemente o suave literal Mr. Forster, o amigo dos negros, cacarejou tão graciosa- mente. Com os bons negócios, chega naturalmente a inundação pro- vocada pelas ondas do sempre flutuante “exército de reserva” ou “su- perpopulação relativa”. As repugnantes moradias em porões e quarti- nhos, registradas na lista que o Dr. Hunter recebeu de um agente de uma companhia de seguros, eram geralmente habitadas por trabalha- dores bem pagos. Explicaram que gostariam de pagar por moradias melhores, se elas estivessem disponíveis. Entrementes, se degradam e adoecem uns após os outros, enquanto o suave liberal Forster, M. P., derrama lágrimas sobre as bênçãos do livre-câmbio e os lucros das eminentes cabeças de Bradford obtidos no worsted. No relatório de 5 de setembro de 1865, o Dr. Bell, um dos médicos dos indigentes de Bradford, explica a terrível mortalidade dos enfermos por febre em conseqüência de suas condições de moradia. “Num porão de 1 500 pés cúbicos moram 10 pessoas. (...) A rua Vincent, Green Air Place e the Leys abrigam 223 casas com 1 450 habitantes, 435 camas e 36 privadas. (...) As camas — e por esse termo entendo qualquer amontoado de trapos sujos ou MARX 291 574 Op. cit., p. 149. 575 Op. cit., p. 50.