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Resumo de Direito 
                                     Constitucional Descomplicado 
                                            Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino 
                                         5.ª para 6.ª edição 
 
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PONTOS DO LIVRO “RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
DESCOMPLICADO” QUE FORAM MODIFICADOS NA 6ª EDIÇÃO DA OBRA, 
ESPECIALMENTE EM VIRTUDE DE ALTERAÇÕES JURISPRUDENCIAIS 
OCORRIDAS DESDE A 5ª EDIÇÃO. 
OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS 
EM AZUL CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM FONTE PRETA 
NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A 
LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU 
SUPRIMIDOS. 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
1) No item 4.3, foi acrescentado, ao final, o parágrafo abaixo: 
4.3. Princípio da igualdade (art. 5.º, caput, e inciso I) 
......................... 
Assim, não poderá o Poder Judiciário, por exemplo, sob o fundamento de 
conferir tratamento isonômico, estender aos servidores públicos da categoria “A” 
vantagem concedida pela lei apenas à categoria “B”, ainda que tais categorias se 
encontrem em situação de notória igualdade jurídica. 
Por fim, cabe-nos destacar que, em respeito à não discriminação das pessoas 
em razão de sua opção sexual, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento 
de que a Constituição de 1988 não interdita a formação de família por 
pessoas do mesmo sexo. Para o Tribunal Maior, o art. 226 da Constituição 
Federal, ao empregar em seu texto a expressão “família”, não limita a formação 
desta a casais heteroafetivos, pouco importando, para fazer jus à especial 
proteção do Estado, estar a família formal ou informalmente constituída, ou 
integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. 
 
2) No item 4.11, foi acrescentado o parágrafo abaixo: 
                                    Resumo de Direito 
                                     Constitucional Descomplicado 
                                            Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino 
                                         5.ª para 6.ª edição 
 
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4.11. Liberdade de reunião (art. 5.º, XVI) 
........................ 
Essa proteção constitucional refere-se não só às reuniões estáticas, em 
específico local aberto ao público, como também às manifestações em percurso 
móvel, como as passeatas, os comícios, os desfiles etc. 
É oportuno registrar que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que são 
válidas as vulgarmente denominadas “marchas da maconha”, passeatas mediante 
as quais os cidadãos defendem a descriminalização dessa droga. 
O direito constitucional de reunião protege, de outra parte, a pretensão do 
indivíduo de não se reunir a outros. 
...................... 
 
3) No item 4.21, ao final, foi feita a substituição abaixo indicada: 
4.21. Proteção ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico 
perfeito (art. 5.º, XXXVI) 
...................... 
Por outro lado, entende o Supremo Tribunal Federal que não existe direito 
adquirido em face de: (a) uma nova Constituição (texto originário); (b) mudança do 
padrão monetário (mudança de moeda); (c) criação ou aumento de tributos; (d) 
mudança de regime jurídico estatutário. 
No tocante às emendas constitucionais, o Supremo Tribunal Federal ainda não 
apreciou a matéria sob a vigência da Constituição Federal de 1988, isto é, o STF 
ainda não firmou posição quanto à questão acerca da possibilidade de uma 
emenda desconstituir direitos adquiridos sob a égide do texto constitucional a ela 
anterior. 
No tocante à atuação do poder constituinte derivado, entendemos que as 
emendas constitucionais não podem ofender direito adquirido, uma vez que os 
direitos e garantias individuais são gravados como cláusula pétrea (CF, art. 60, § 
4º, IV). 
 
                                    Resumo de Direito 
                                     Constitucional Descomplicado 
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4) No item 4.29, foi feito o acréscimo abaixo indicado: 
4.29. Extradição (art. 5.º, LI e LII) 
................ 
O brasileiro nato jamais será extraditado. O brasileiro naturalizado, em regra, 
também não será extraditado, feitas exceções, porém, no caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, e na hipótese de comprovação do seu 
envolvimento, a qualquer tempo, em tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas 
afins. 
A competência para processar e julgar pedido de extradição formulado por 
Estado estrangeiro é do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, “g”), mas a 
entrega do extraditando ao Estado requerente é atribuição do Presidente da 
República, na condição de chefe de Estado (CF, art. 84, VII). 
A decisão do Supremo Tribunal Federal que autoriza a extradição não vincula 
o Presidente da República, que poderá entregar, ou não, o extraditando ao Estado 
requerente. Entretanto, se no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal restar 
indeferido o pedido do Estado estrangeiro, pelo reconhecimento de alguma 
irregularidade no processo extradicional, o Presidente da República estará 
vinculado a essa decisão da Corte, e não poderá extraditar o indivíduo. 
Em síntese, o Supremo Tribunal Federal limita-se a analisar a legalidade e a 
procedência do pedido de extradição: indeferido o pedido, o Presidente da República não 
poderá efetivar a extradição; deferido o pedido, a entrega do súdito ao Estado requerente 
ficará a critério discricionário do Presidente da República. 
 Quando houver possibilidade de o indivíduo ser condenado no país solicitante 
à pena de morte, e não estiver configurada a única hipótese em que ela é admitida 
no Brasil (guerra declarada), só será concedida extradição se o país previamente 
comprometer-se a realizar a comutação, isto é, substituir a pena de morte por 
pena privativa de liberdade. 
...................... 
 
5) Ao final do item 4.31, foi feito o acréscimo abaixo: 
4.31. Contraditório e ampla defesa (art. 5.º, LV) 
................. 
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Ademais, por abarcar também o processo administrativo, o vocábulo litigante 
há de ser compreendido em sentido amplo, ou seja, aplica-se a qualquer situação 
em que estejam envolvidos interesses contrapostos, não possuindo o sentido 
processual de parte (estrito), a pressupor uma lide judicial ou administrativa. 
Por fim, destacamos que, no desiderato de conferir ampla efetividade à 
proteção constitucional ao contraditório e à ampla defesa, o Supremo Tribunal 
Federal passou a assegurar ao advogado regularmente constituído pelo indiciado 
o direito de pleno acesso ao inquérito, mesmo que sujeito a regime de sigilo, 
desde que se trate de provas já produzidas e formalmente incorporadas ao 
procedimento investigatório (o advogado só não tem acesso às informações e 
providências investigatórias em curso de execução, ainda não documentadas no 
próprio inquérito). 
Esse entendimento do Tribunal Maior encontra-se consolidado na Súmula 
Vinculante 14, que assim dispõe: 
14 – É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de 
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
6) No item 4.33, foi feito, ao final, o acréscimo do parágrafo abaixo: 
4.33. Princípio da presunção da inocência (art. 5.º, LVII) 
................ 
Nessa mesma linha – e após enfatizar que o princípio da presunção da 
inocência,
apesar de ser historicamente vinculado ao processo penal, também 
tem projeção para as esferas cível e administrativa –, o Supremo Tribunal 
Federal firmou o entendimento de que a condenação criminal recorrível não pode 
ser causa impeditiva da participação de candidato em concursos públicos ou 
cursos de formação. 
 
7) No item 7.2, foi feito, ao final, o acréscimo indicado abaixo: 
7.2. Direito ao sufrágio 
................... 
A Constituição de 1988 consagra o sufrágio universal, não exigindo para o 
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exercício do direito de voto a satisfação de nenhuma condição econômica, 
profissional, intelectual etc. 
Além de universal, a Constituição impõe que o voto seja direto, secreto e 
periódico (art. 60, § 4º, II). Em respeito à determinação constitucional de que o 
voto seja secreto, o Supremo Tribunal Federal considerou inválido artigo de lei que 
estabelecia a obrigatoriedade de impressão do voto nas eleições a partir de 2014 
(art. 5º da Lei 12.034/2009). 
 
 
CAPÍTULO 3 
 
1) No item 6.6, foi feita a substituição abaixo indicada: 
6.6. Formação dos estados 
................. 
São, portanto, três os requisitos para a incorporação, a subdivisão e o 
desmembramento de estado: 
a) consulta prévia às populações diretamente interessadas, por meio de plebiscito; 
a) consulta prévia, mediante plebiscito, à população diretamente interessada, assim entendida 
toda a população do estado-membro (e não somente a população da área a ser 
destacada), ou, no caso de incorporação, toda a população dos estados-membros 
envolvidos; 
b) oitiva das assembleias legislativas dos estados interessados; 
.................... 
 
CAPÍTULO 6 
 
1) No item 3.1.4, ao final, foi feita a substituição abaixo: 
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3.1.4. Iniciativa dos tribunais do Poder Judiciário 
................ 
Cabe ao Tribunal de Justiça a iniciativa da lei de organização judiciária do 
respectivo estado (CF, art. 125, § 1.º). 
Cabe ao Tribunal de Justiça a iniciativa da lei de organização judiciária do 
respectivo estado (CF, art. 125, § 1º), bem como de leis que versem sobre 
organização de serventias extrajudiciais. 
 
 
CAPÍTULO 9 
 
1) No item 9, foi feita a substituição abaixo indicada: 
9. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
............. 
Em síntese, o CNJ não desempenha atividade jurisdicional, e sim de controle 
administrativo, financeiro e correicional da magistratura. No desempenho dessa 
tarefa de controle interno da atuação administrativa e financeira dos órgãos do 
Poder Judiciário e da atuação funcional dos magistrados, todas as decisões do 
Conselho serão passíveis de controle de constitucionalidade pelo Supremo 
Tribunal Federal, por força de autorização constitucional expressa (art. 102, I, “r”). 
Ademais, a atuação do CNJ – ainda que no desempenho de sua 
competência constitucional para instaurar ou avocar procedimentos 
administrativo-disciplinares – deve observar ao princípio da subsidiariedade, 
isto é, o CNJ deve ter um papel subsidiário e complementar em relação aos 
tribunais, atuando somente quando constatada a ineficácia dos mecanismos 
ordinários de administração e repressão do Poder Judiciário local. 
É relevante anotar que o CNJ dispõe de competência originária e 
concorrente com os tribunais de todo o País para instaurar processos 
administrativo-disciplinares contra magistrados. Significa dizer que a atuação do 
CNJ não está condicionada à prévia atuação das corregedorias dos tribunais 
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(não se trata de atuação subsidiária), podendo aquele Conselho agir 
independentemente da atuação destas. 
Portanto, o CNJ pode atuar de modo originário (na ausência de investigação 
pelas corregedorias dos tribunais) ou concomitante com as corregedorias (na 
hipótese de elas já terem instaurado processo). Ademais, para a instauração 
desses processos administrativo-disciplinares – originários ou concomitantes –, o 
CNJ não precisa motivar a sua decisão, isto é, não precisa explicitar as razões 
que o levaram a iniciar as investigações. 
É oportuno destacar, ainda, que o Conselho Nacional de Justiça não tem 
nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo este o órgão 
máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. Com efeito, a 
competência do CNJ é relativa apenas ao controle da atividade administrativa, 
financeira e disciplinar dos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do 
STF. 
............... 
 
 
CAPÍTULO 10 
 
1) No item 2.8, ao final, foi feita a substituição abaixo: 
2.8. Vedações constitucionais 
.................... 
Aos membros do Ministério Público também é vedado exercer a advocacia no juízo 
ou tribunal em que desempenhava suas funções, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (CF, art. 128, § 6.º). 
Os membros do Ministério Público não podem ser nomeados para cargos em 
comissão e funções de confiança, exceto se inseridos na estrutura 
organizacional do próprio órgão. 
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Ao membro do Ministério Público é vedado, ainda, exercer a advocacia no juízo ou 
tribunal em que desempenhava suas funções, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (CF, art. 128, § 6.º). 
 
 
CAPÍTULO 11 
 
1) No item 10.2.10, foi feita a substituição abaixo indicada: 
10.2.10. Admissibilidade de amicus curiae 
.................... 
Esse dispositivo introduziu entre nós a figura do amicus curiae (literalmente, 
“amigo da corte”). Trata-se da possibilidade de ser admitida no processo 
manifestação formal de órgãos ou entidades não legitimados pelo art. 103 da 
Constituição Federal que efetivamente representem interesses passíveis de ser 
afetados pelo resultado do julgamento da ADI. 
Cabe ressaltar que os órgãos e entidades interessados não têm direito 
subjetivo ao ingresso no processo de ação direta na qualidade de amicus curiae. 
Poderão eles solicitar o ingresso ao ministro relator, mas cabe a este deferir o 
pedido, em despacho irrecorrível, levando em conta a relevância da matéria e a 
representatividade dos requerentes. 
Cumpre ressaltar que os órgãos e entidades interessados não têm direito 
subjetivo ao ingresso no processo de ação direta na qualidade de amicus curiae. 
Poderão eles solicitar o ingresso ao ministro relator, mas cabe a este deferir (ou 
não) o pedido, levando em conta a relevância da matéria e a representatividade 
dos requerentes. Em caso de deferimento, o despacho é irrecorrível; se o relator 
indeferir o pedido, o postulante poderá recorrer (agravo). 
O ingresso do “amigo da corte” deverá ocorrer até a entrada do processo em 
pauta de julgamento. Depois que é concluída a instrução, ouvida a Procuradoria-
Geral da República e encerrada
a participação do relator, com o encaminhamento 
do processo para ser incluído em pauta, não cabe mais o ingresso de “amigos da 
corte”. Entretanto, sua manifestação poderá ocorrer posteriormente à instrução, já 
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na fase do julgamento, admitindo-se, em casos determinados, a sustentação oral 
do amicus curiae durante a sessão de julgamento. 
............................. 
 
 
 
CAPÍTULO 13 
 
1) No item 2.2.3, foi feita a substituição abaixo indicada: 
2.2.3. Livre concorrência 
....................... 
O “abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à 
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros” será reprimido, na 
forma da lei (CF, art. 173, § 4.º). Como reforço, estabelece o texto constitucional 
que a lei disporá acerca da responsabilidade das pessoas jurídicas, sujeitando-as 
às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem 
econômica e financeira e contra a economia popular, sem prejuízo da 
responsabilidade individual dos seus dirigentes (art. 173, § 5.º). 
Vale mencionar que o Estado atua em defesa da livre concorrência não 
apenas mediante imposição de medidas sancionatórias contra os abusos, mas 
também preventivamente no âmbito de sua função fiscalizadora e regulatória, 
merecendo ser citada a atuação de algumas agências reguladoras e, em especial, 
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), de que trata a Lei 
8.884/1994. 
Vale mencionar que o Estado atua em defesa da livre concorrência não apenas 
mediante imposição de medidas sancionatórias contra os abusos, mas também 
preventivamente no âmbito de sua função fiscalizadora e regulatória, merecendo ser 
citada a atuação de algumas agências reguladoras e, em especial, do Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (CADE), de que trata a Lei 12.529/2011. 
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Deve-se ressaltar que a garantia da livre concorrência é corolário do princípio 
da igualdade, no âmbito do domínio econômico. Por essa razão, impõe ao Estado 
não apenas a prevenção e a repressão ao abuso de poder econômico, mas 
também obsta que o Poder Público crie distinções ou estabeleça benefícios 
arbitrários para determinadas empresas, setores ou grupos econômicos. Todavia, 
conceder tratamento diferenciado será legítimo, é claro, se a discriminação estiver 
determinada no próprio texto constitucional. 
........................ 
 
2) No item 4, foi feito o acréscimo do parágrafo abaixo: 
4. POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA; REFORMA AGRÁRIA 
..................... 
Por outro lado, a Constituição considera insuscetíveis de desapropriação para 
fins de reforma agrária (art. 185): 
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu 
proprietário não possua outra; 
II – a propriedade produtiva. 
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que, para efeito de aplicação do art. 185 
da Carta de 1988, a determinação da extensão da propriedade rural – pequena, 
média ou grande (latifúndio) – deve levar em conta a totalidade da área do imóvel, 
e não apenas as áreas que tenham possibilidade de ser objeto de exploração 
econômica. Por outras palavras, entende a Corte Suprema que para classificação 
da propriedade segundo a extensão, visando à desapropriação para fins de reforma 
agrária, não podem ser excluídas as parcelas inaproveitáveis do imóvel rural, a 
exemplo das áreas de preservação permanente. Sem prejuízo dessa orientação, 
cabe observar que, para determinar a classificação da propriedade como produtiva 
ou improdutiva, não são computadas, evidentemente, as áreas em que não se 
possa produzir. 
É relevante enfatizar que, sejam quais forem as suas dimensões, a propriedade 
produtiva não está sujeita à desapropriação para fins de reforma agrária (pode ser 
objeto de outra espécie de desapropriação, mas, nesse caso, integralmente paga 
em dinheiro, que é a regra para as desapropriações ordinárias). Além da vedação à 
sua desapropriação para fins de reforma agrária, diz o parágrafo único do art. 185 
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que “a lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas 
para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social”. 
..................... 
 
FIM 
 
	PONTOS DO LIVRO “RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL DESCOMPLICADO” QUE FORAM MODIFICADOS NA 6ª EDIÇÃO DA OBRA, ESPECIALMENTE EM VIRTUDE DE ALTERAÇÕES JURISPRUDENCIAIS OCORRIDAS DESDE A 5ª EDIÇÃO.
	OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS EM AZUL CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM FONTE PRETA NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU SUPRIMIDOS.
	CAPÍTULO 2
	.........................
	CAPÍTULO 3 
	CAPÍTULO 6 
	FIM

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