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Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 1 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP Plano de Aula: 1 - História do Direito Brasileiro HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Título 1 - História do Direito Brasileiro Número de Aulas por Semana 1 Número de Semana de Aula 1 Tema Introdução à Disciplina História do Direito Brasileiro. Objetivos O aluno deverá ser capaz, após o encontro da Semana 1, de: Compreender o Plano de Ensino da Disciplina História do Direito Brasileiro, que lhe será ministrada durante o semestre letivo; Entender como funciona a metodologia de ensino centrada na resolução de casos concretos, empregada no curso de Direito e, por via de consequência, também na disciplina História do Direito no Brasil; Conhecer as Atividades Estruturadas que integram a disciplina e elaborar o planejamento de execução das mesmas. Compreender o conceito de História, relacionando-o ao de História do Direito; Entender as bases dos grandes sistemas do direito (civil law - ou sistema germânico-romano - e common law), situando o direito brasileiro como seguidor da tradição românico-germânica. Estrutura do Conteúdo Semana 1 O Plano de Ensino da disciplina: apresentação da disciplina enfatizando a importância que ela possui na formação de um profissional com sólida cultura jurídica. Isto porque, além de auxiliar o aluno a se situar como sujeito histórico no mundo em que vive, essa disciplina foi concebida para proporcionar elementos de base para as matérias dogmáticas, sem deixar de estabelecer um diálogo permanente com as outras disciplinas de fundamentos. Por isso, é importante que oestudante tenha ciência dos conteúdos a serem ministrados em cada semana, bem como, conheça a sistemática das atividades estruturadas que constam como anexos a este plano de aula e que devem ser desenvolvidas pelo estudante ao longo do período letivo com a postagem dos produtos das quatro fases do trabalho no webaula. Em cada plano de aula, o estudante encontrará casos concretos para resolução prévia, que serão discutidos e abordados durante as aulas. O conceito de história e sua decorrente correlação com o conceito de história do Direito. O propósito é explicar aos educandos a relação entre passado e presente e a consequente importância daquele na compreensão deste. Nesse sentido, uma das preocupações é a de demonstrar a relação dialética e dinâmica entre história e direito, enfatizando o aspecto de ser a produção jurídica largamente influenciada pelos fatores histórico-culturais de cada época, ao mesmo tempo em que é determinante na produção de novos fatos (históricos). Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 2 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP As bases dos grandes sistemas do direito (civil law - ou sistema germânico-romano - e common law), situando o direito brasileiro como seguidor da tradição germânico-romano. Faz-se necessário, neste ponto, ainda que de forma superficial, que o aluno possa ter uma compreensão acerca dos dois grandes modelos paradigmáticos do direito ocidental (germânico-romano e Common Law), observando que a tradição brasileira, corolária da portuguesa, compartilha/ assume a tradição germânico-romana (também chamada de continental ou da Civil Law), desenvolvida em países europeus, como, por exemplo, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, sendo a Inglaterra a mais notória exceção, ao assumir posição na paradigmática família da Common Law. Aplicação Prática Teórica O aluno deverá assistir ao filme “Desmundo”, que é ambientado em 1570, época em que os portugueses enviavam órfãs ao Brasil para que casassem com os colonizadores, com a finalidade de minimizar o nascimento de filhos com índias. Também propõe-se que se assista a dois breves vídeos apresentados pelo historiador Boris Fausto, disponíveis na internet, nos seguintes endereços eletrônicos: http://www.youtube.com/watch?v=kjp0Pd_GxmQ http://www.youtube.com/watchv=s1yk9k0XoOE&feature=related ==XXX== E-mail: lucasvictor@live.estacio.br Livros Recomendados: 01-História do Direito Geral e Brasil – Flávia Lages de Castro 02-A História do Direito no Brasil – Antônio Carlos Wolkmer 03-A História do Direito no Brasil – Gilberto Aparecido Angelozzi RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 1ª AULA – Apresentação P/P/Aula LER: Capítulo 13 – Brasil Colônia – Flávia Lages de Castro – História do Direito Geral e Brasil (Material Didático – Estácio). Brasil Colônia (Capítulo XIII) – Flávia Lages de Castro Tópicos: 1-Sem Fé, sem Lei, sem Rei. 2-Os Tratados Antes do Brasil e Limites de Terra. 3-O Antigo Sistema Colonial e os Primeiros Documentos Jurídicos na Colônia. 4-O Município. O Governo e a Montagem de um Aparato Jurídico na Colônia. 5-O Direito sob o Domínio Holandês no Nordeste Brasileiro. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 3 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP 6-A Legislação Específica da Região das Minas. P/P/Aula ASSISTIR: Filme - Desmundo. Responder: 01-Que Instituições ou Personagens produzem Normas no Brasil Colonial? 02-Qual o Papel reservado às Mulheres no Brasil Colonial? 03-Que Estratégias de Resistência Feminina são mostradas no Filme? WIKIPÉDIA: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Desmundo#Sinopse): Desmundo é um filme brasileiro de 2003, dirigido por Alain Fresnot. O roteiro, adaptação do livro Desmundo, de Ana Miranda, é de Sabina Anzuategui, Anna Muylaert e do próprio diretor. A direção de fotografia é de Pedro Farkas, a trilha sonora, de John Neschling, e a edição e distribuição é da Columbia Pictures do Brasil. Todo o elenco teve que aprender o português arcaico, tanto que o filme é apresentado com legendas para ajudar na compreensão. Sinopse O filme é ambientado em 1570, época em que os portugueses enviavam órfãs ao Brasil para que casassem com os colonizadores. A tentativa era minimizar o nascimento dos filhos com as índias e que os portugueses tivessem casamentos brancos e cristãos. Essas órfãs viviam em conventos e muitas delas desejavam ser religiosas. Oribela, uma dessas jovens, é obrigada a casar com Francisco de Albuquerque. Transformando o Mundo: (http://transformandomundo.blogspot.com/2008/07/resenha-sobre-o-filme-desmundo.html): Resumo do Filme: Inspirado no romance de Ana Miranda de mesmo nome, Desmundo conta a história de uma jovem portuguesa, órfã, juntamente com outras, mandada para a América portuguesa colonial do século XVI, com o objetivo de desposarem os colonos. Oribela e as demais órfãs são levadas para um lugar onde são oferecidas a seus pretendentes por uma intermediaria. A personagem principal, que se mostra muito religiosa, apresenta-se muito contrariada com a situação em que se encontra e, chegada a sua vez, quando em contato com aquele que a desposaria, dá-lhe uma cusparada no rosto, conseguindo a desistência do pretendente. Em 1552, o padre Manoel da Nóbrega solicita ao rei de Portugal que envie a América colonial portuguesa órfãs de boa cepa ou, na falta destas, quaisquer outras mulheres brancas, para que os homens casem e vivam em serviço de Nosso Senhor. No seu trabalho “Repensando a família patriarcal brasileira – notas para o estudo das formas de organização familiar no Brasil”, Mariza Corrêa demonstra essa falta de mulheres brancas, quando faz referência a miscigenação resultante do cruzamento entre brancos e índios, que em alguns lugares como São Paulo era significativa. Além disso, aos funcionários da Coroa portuguesa só excepcionalmente era permitido fazer-se acompanhar de suas famílias. Aponta também que essa falta não pode ser estendida a todo período colonial, nem a todas as regiões. O exemplo ainda de São Paulo é lembrado quando a autora diz que nessa região, em certas épocas, as mulheres livres mantiveram uma constante superioridade numérica sobre os homens livres. Vale destacar, no entanto, que o fato demonstrado pelo filme não se dava para qualquer homem, mas para aqueles que possuíam recursos. Oribela, no entanto, desejosa que era de retornar a sua pátria, não consegue furtar-se ao matrimônio. Aparece-lhe um pretendente que a desposa e, quando seu marido, Francisco de Albuquerque, vai consumar o casamento através da união sexual esta lhe pede tolerância a fim de que se acostumasse com a presença do marido e, conseqüentemente, desenvolvesse uma relação de afeto. O filme mostra a propriedade de Francisco de Albuquerque onde mora com a mãe e uma criança com problemas mentais. A mão de obra utilizada na fazenda consistia em índios capturados nas florestas. Estamos respirando o Antigo Regime nesse momento, e com aquele esquema de ordenação da sociedade, o trabalho braçal era mal visto, uma ocupação inferior. John Manuel Monteiro, na sua obra “Negros da terra, índios e bandeirantes nas Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 4 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP origens de São Paulo” descreve-nos os assaltos que os colonos faziam a centenas de aldeias indígenas em várias regiões, trazendo milhares de índios de diversas sociedades para suas fazendas e sítios na condição de “serviços obrigatórios”. Chegou a formar-se um sistema de abastecimento de escravos indígenas, que foi inclusive estimulado pelas autoridades régias, em conluio com os colonos de São Vicente, Santos e Rio de Janeiro. O autor aponta que a principal função das expedições de apresamento residia na reprodução física da força de trabalho e não no abastecimento dos engenhos do litoral, embora alguns nativos tenham sido entregues aos senhores de engenho. Um dos personagens do filme é um padre jesuíta que, num determinado momento, numa visita realizada à propriedade de Francisco de Albuquerque polemiza com este por conta da sua vontade manifesta de levar consigo alguns filhos de índios ainda crianças. Os jesuítas participaram, juntamente com os colonos, dos debates em torno da escravidão indígena. Ronald Raminelli em “Imagens da colonização – A representação do índio de Caminha a Vieira” mostra-nos que, por princípio, os religiosos defendiam a potencialidade dos índios para receber a conversão, ao contrário dos colonos que enfatizavam a inviabilidade da catequese e a adequação dos nativos para o trabalho escravo. John Manuel Monteiro, na sua obra já acima citada, diz que os jesuítas, contando com o apoio de poderosas forças nas colônias e nas metrópoles, conseguiram levar o problema das missões ao Governador do Brasil, ao rei Filipe IV e ao papa, de quem conseguiram a publicação de um breve em que se denunciavam as atividades dos preadores paulistas e paraguaios. A publicação deste não foi suficiente para coibir os paulistas, que voltam a atacar outras missões. Temos também no filme um cristão-novo português no filme chamado Ximeno Dias, mercador que dentre outras atividades, participava do apresamento de índios. A América colonial portuguesa recebeu significativa quantidade de cristãos-novos. Oribela faz uma tentativa de fuga após ser estuprada pelo seu marido, cuja tolerância com a espera que esta lhe solicitara foi perdida. Sai pelo mato Oribela e orientando-se sabe lá como, eis que topa com o mar, um prodígio para uma jovem que não conhecia direito a região! Lá aborda alguns homens que estavam na praia, pedindo-lhes que a levem de volta para Portugal. Seu marido nota-lhe a ausência e sai a sua procura, encontrando-a em situação de perigo, já que estava prestes a ser estuprada pelos homens, que são mortos por Francisco de Albuquerque. Levada de volta à propriedade de seu esposo, fica acorrentada recebendo cuidados de uma índia que busca, inutilmente, comunicar-se com ela, por conta da barreira lingüística. Lembramos o trabalho de Tzevetan Todorov, “A conquista da América – a questão do outro”, onde, a respeito dessas dificuldades na comunicação, diz que aos gritos dos espanhóis que desembarcavam na península, os maias teriam respondido: “Ma c´ubah than, não compreendemos as suas palavras”. Os espanhóis entendem Yucatán, e decidem que é o nome da província. Aos poucos, Oribela consegue reaver a confiança de seu marido, começa a perceber e se relacionar com seus parentes. O filme insinua uma relação incestuosa entre mãe e filho em alguns diálogos, e a presença da menina excepcional somada a falta de referências a respeito de seu pai são indicativos de que ela fosse filha de Francisco de Albuquerque. Suspeita que se afirma também no distanciamento que procura manter da cidade, passando boa parte do tempo em sua propriedade. Em “Trópicos dos pecados: moral, sexualidade e Inquisição no Brasil colonial” Ronaldo Vainfas nos diz que a Inquisição seria recriada na Itália em 1542, pouco antes do início do Concílio de Trento, assumindo os mesmos objetivos da Contra-Reforma, quais sejam, conter o avanço do Protestantismo na Península, combater os saberes eruditos que extrapolavam os preceitos do Catolicismo e perseguir as manifestações da cultura e religiosidade populares irredutíveis aos dogmas da Igreja. Em Portugal, o Santo Ofício se organizou como tribunal eclesiástico diretamente subordinado à Monarquia. Possuía também uma conhecida obsessão anti-semita. A sistemática perseguição dos chamados cristãos-novos – judeus convertidos ao Cristianismo e suspeitos de “judaizar” em segredo – respondeu pela grande maioria dos réus processados e executados entre o último quartel do século XV e a segunda metade do XVIII. Em certos casos, o Santo Ofício transformava atos sexuais ou moralidades cotidianas em matéria heretical, presumindo haver desvio de fé onde só existiam desejo, valores morais ou comportamentos sociais não condizentes com as regras éticas do Catolicismo. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 5 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP Diante da aproximação do cristão-novo Ximeno Dias à propriedade de Francisco de Albuquerque, Oribela começa a demonstrar interesse por ele, no que se mostra correspondida. Oribela procura fazer com que Ximeno consiga- lhe colocar num navio de volta à Portugal. Ela foge da propriedade de Francisco e mantém-se escondida no estabelecimento do cristão-novo por algum tempo. Diante da suspeita que o marido manifesta da participação de Ximeno na acolhida de sua esposa vai ao encontro deles que fogem, mas são alcançados pelo marido na praia, protagonizando uma cena de desafio em armas, no qual o marido de Oribela leva a melhor, retornando com sua esposa. Na passagem de tempo do filme, Oribela está dando a luz a uma criança e, após isso, realizando os preparativos de uma mudança. Assim termina o filme! Dos aspectos que nos chamaram a atenção negativamente não foram tantos, mas houveram. Apontamos a relativa autonomia de Oribela, demonstrada no filme pelo pedido de paciência ao marido para a primeira relação sexual e também a complacência deste no que respeita às duas tentativas de fuga. Algo que não ficou muito claro no filme foi a presença de autoridades naquela região. Ela é sugerida na cena da escolha das jovens pelos pretendentes, mas de forma muito obscura. Pontuamos também a facilidade de orientação espacial de Oribela, sua capacidade de, a despeito de não conhecer o lugar, orientar-se por ele tão bem a ponto de, na primeira fuga, conseguiu atingir o mar, com direito à esperança de um navio e tudo! Evidentemente forçamos a mão nas críticas, já quem o historiador ou o estudante de história é aquele “chato” que fica encontrando senões em tudo que analisa. Sabemos tratarem-se das famosas “licenças poéticas” que os autores se permitem, a fim de tornarem a história mais apresentável, suave talvez. Se gostamos de criticar, elogiar merecidamente também apreciamos. A novidade de assistir um filme nacional legendado foi interessante. O português usado, arcaico, traria dificuldades para o grande público, já que este não era um filme que se pretendia só para historiadores. Este conhece as dificuldades com os documentos redigidos dessa forma. Falado, o português arcaico ajudou a criar a atmosfera do filme, o ambiente onde os personagens se movimentavam. Ajudou-nos a “mergulhar” um pouco, melhor, ajudou-nos o esforço de imaginação histórico para aquela época, já que a reconstituição perfeita de épocas passadas, como é sabido por nós, não é realizável. É um filme que não é facilmente encontrado em locadoras, talvez porque muitos não o considerem atrativo, já que ele pede do espectador informações, conhecimentos históricos em algumas referências que fazem os personagens em seus diálogos. Teorizamos a partir de agora. Quem sabe isso não possa ser uma ponta do “iceberg” que poderíamos chamar de “indiferença pelas memórias de um povo”? Vivemos, no entanto, e isso nos favorece, numa época onde o gosto pela história está ganhando terreno. A procura pelo curso nas Universidades aumentou, publicações mensais de revistas sobre o assunto, com boa aceitação pelo mercado, devem estimular- nos os esforços. Devem essas ferramentas, como o filme Desmundo, serem utilizadas na prática do ensino. Desmundo vale a pipoca e o guaraná, porque abre janelas para a exploração de vários assuntos ligados à história mundial e, particularmente, à brasileira. ==XXX== FALTA FAZER RESUMO DE TEXTO Brasil Colônia (Capítulo XIII) – Flávia Lages de Castro Tópico: Responsável: Sem Fé, sem Lei, sem Rei Os Tratados Antes do Brasil e Limites de Terra O Antigo Sistema Colonial e os Primeiros Documentos Jurídicos na Colônia Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 6 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP O Município. O Governo e a Montagem de um Aparato Jurídico na Colônia O Direito sob o Domínio Holandês no Nordeste Brasileiro Joanna A Legislação Específica da Região das Minas Joanna ==XXX== 02- RESUMO AULA (WILTON ARAÚJO) 1ª AULA – Apresentação (Complementação) Ementa / Conteúdo programático: O direito na colônia. O direito no período Joanino (D. João VI). O direito no Império. O direito na Primeira República. O direito na Era Vargas. O direito no Período Democrático. O direito na Ditadura Militar. A constituição de 1988. Autores: Flávia Lages de Castro (professora de história). Gilberto (material didático). Leitura Complementar: Antônio Carlos Wolkmer (leitura difícil). Pergunta: 1. Qual a formação de Antônio Carlos Wolkmer? Tarefa de casa Parte 1. Leitura do capítulo 13: Brasil Colônia. (História do Direito Geral e Brasil - Flávia Lages de Castro). 1. Sem Fé, sem Lei, sem Rei. Crítica do colono ao nativo por não ter hábitos similares aos europeus, que interpretavam o modo de vida indígena como inferior por não enxergarem FÉ, LEI ou REI entre eles. Modo de vida indígena: diversidade, Inexistência da propriedade privada, respeito à vontade individual. “É coisa incrível e de envergadura os que consideram as leis divinas e humanas como simples meios de satisfazer sua índole corrupta, que os selvagens, guiados apenas pelo seu natural, vivem com tanta paz e sossego.” (LÉRY apud MESGRAVIS ...) [pág. 299]. 2. Os Tratados Antes do Brasil e Limites de Terras. 6 de março de 1480 – Tratado de Toledo Espanha reconhecia as terras ao sul das Ilhas Canárias como pertencentes a Portugal. 4 de maio de 1493 – Tratado de Coetera (Bula Papal Inter Coetera). Expedida pelo Papa Alexandre VI, o tratado defendia interesses dos reis católicos da Espanha (Fernando e Isabel) e não foi aceita por D. João II, rei de Portugal. Limitava as terras portuguesas à linha meridiana (de polo a polo) situada a 100 léguas (cerca de 660 km) a oeste das ilhas dos Açores e Cabo Verde. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 7 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP 7 de junho de 1494 – Tratado de Tordesilhas Altera o Tratado de Coetera ao aumentar de 100 para 370 léguas (cerca de 2500 km) a extensão das terras portuguesas a partir das ilhas de Cabo Verde e Açores. 3. O Antigo Sistema Colonial e os Primeiros Documentos Jurídicos na Colônia. O Brasil inicialmente não era interessante a Portugal por não se encaixar bem no Antigo Sistema Colonial: fornecer produtos lucrativos para a metrópole e consumir seus produtos. A árvore do pau-brasil passou a ser um produto ESTANCADO (espécie de concessão pública de exploração mediante pagamento). No reinado de D. João III (1521 – 1557), Portugal sente dificuldade de manter suas colônias: conflitos com mulçumanos, franceses, ingleses e espanhóis. As Capitanias Hereditárias, uma espécie de privatização da colonização, deveriam obedecer as leis do Reino e as Cartas Forais, que delimitavam o poder dos Donatários. Apenas as capitanias de Pernambuco e a de São Vicente prosperaram. 4. O Município, o Governo Geral e a Montagem de um Aparato Jurídico na Colônia. Ainda que de forma muito incipiente e dispersa, a ocupação efetiva deu origem a aldeias, povoados, vilas e cidades, que copiavam a estrutura administrativa, política e judiciária da metrópole. Criado em 1548 e implantado no ano seguinte, o Brasil passa a ter um modelo de administração municipal parecido com o da metrópole, com a criação de governos locais subordinados ao um Governo Geral na própria colônia: troca dos Donatários que possuíam poderes quase soberanos por governadores subordinados ao poder central. PIADA: o regimento estabelecia que os governadores fizessem acordos com os índios e DOASSEM terras para eles integrarem o sistema produtivo colonial. 3 auxiliares para o governador: o Provedor Mor da Fazenda (cobrança de impostos etc.); o Capitão Mor da Costa (defesa) e o Ouvidor Mor (função jurídica administrativa). Novo sistema de governadoria veio para dar condições aos donatários desenvolverem suas terras, mas também fazer valer os códigos portugueses e fiscalizar os donatários. Concentração do poder judiciário nas capitais associada a grande extensão das terras brasileiras levou à existência de locais onde este poder não tinha alcance (as jurisdições eram por demais extensas). 5. O Direito sob o Domínio Holandês no Nordeste Brasileiro. No século XVI os Países Baixos (Bélgica e Holanda) eram possessão da Espanha. Região próspera lutou por sua independência contra Filipe II na segunda metade deste século até tornar-se independente. A nova república passou a chamar-se República das Províncias Unidas e possuía a maior marinha mercante da época. 1580 a 1640 – Portugal sob o domínio do rei espanhol Filipe II (ou FELIPE?). Os flamengos eram os distribuidores da matéria prima das colônias para os países europeus e financiavam empresas nas colônias. Durante o processo de independência foram proibidos por Filipe II de estabelecerem relações comerciais com as colônias portuguesas e espanholas. Com a Espanha envolvida na Guerra dos 30 anos com a França, os colonos não tinham como resistir à força bélica dos holandeses e acomodaram-se a eles. Os holandeses implantaram os Conselhos de Escabinos em substituição às Câmaras Municipais no chamado Brasil Holandês (Capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande do Norte) e adoraram regimentos próprios, em contraposição aos espanhóis e portugueses. Portugal retoma sua soberania e investem contra os holandeses no Brasil. Os holandeses aplicavam pena de morte muitas vezes com requintes de barbárie. Adotavam liberdade religiosa (aparentemente com algumas restrições para os católicos), muito propícia para os judeus. As Bandeiras (busca de índios para escravização e metais preciosos). Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 8 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP Tarefa de casa Parte 2. Assistir o filme DESMUNDO (Filme brasileiro. Ano: 2003). Para reflexão Como se davam as relações entre igreja, estado e patriarcado no Brasil do século XVI? Iniciado em 1534, o sistema de Capitanias Hereditárias passou por reformulações e a partir de 1548 a representação oficial do Estado português no Brasil se deu pela instauração de um governo central e governadores locais subordinados. No filme vemos que a função do governador vai desde a administração de conflitos com os indígenas (no filme: Tupinambás) até a escolha de quais colonos portugueses teriam direito a casar-se com as órfãs virgens européias recém-chegadas (auxiliado por sua esposa D. Brites, que na trama parece exercer influência nas decisões do marido governador). Conjuntamente com o Estado, a igreja também tinha interesse em buscar soluções para a falta de mulheres brancas no Brasil em busca da garantia de uma descendência livre de miscigenação: o início do filme ilustra que a iniciativa para solicitar o envio dessas mulheres foi da igreja, bem como foi a igreja que cedeu as jovens órfãs que estavam sob sua tutela, em Portugal. Além de preocupar-se em estabelecer boa relação com o colono português no Brasil em busca de doações para construção de suas igrejas e financiamento da catequese, a igreja tinha interesse de garantir o crescimento da população branca digna de servir ao Deus Católico e livrar o europeu do pecado da luxúria, particularmente o incesto. É importante ressaltar que isso não impedia que choques ocorressem devido aos conflitos de interesses entre essas duas partes, como ilustra a discussão entre o patriarca Francisco de Albuquerque e o padre superior: como colono, Francisco defende a escravização dos indígenas, ao contrário do padre jesuíta que defende sua catequização e consequente liberdade. Esse conflito divide a Coroa portuguesa, que ao mesmo tempo considera o índio como um súdito católico e o escraviza. Lembre que é mais rentável para Portugal manter o tráfico de escravos vindos do além mar e garantir na colônia uma população consumidora dos produtos da metrópole. Lucas pediu para respondermos as seguintes questões: 1. Que instituições ou personagens produzem as normas no Brasil colonial? Oficialmente as normas vinham de Portugal e no filme a Coroa foi representada pelo governador. Na prática, a ausência de instituições no Brasil que pudessem fiscalizar e garantira execução das leis propiciava uma “certa liberdade” para que as resoluções dos conflitos se dessem através da “pólvora”, artifício muito usado na época pelos colonos portugueses, donos de engenho, representados na trama por Francisco de Albuquerque. Outra fonte de normatização era a igreja católica, representada no filme por seus padres jesuítas. Além de pregar contra a escravização do índio, cito a passagem do filme que se dá a pregação do casamento coletivo, o padre superior afirma que os homens são quem mandam nas mulheres, mas adverte que esse poder não pode ser usado para a prática de relações incestuosas com filhas nem com mães, normatizando as relações sociais e classificando a luxúria, como pecado. Observe ainda que D. Branca, mãe de Francisco de Albuquerque, confessa para Oribela de Covilhã que sua filha deficiente é fruto de uma relação incestuosa com seu filho Francisco: ela havia ficado 15 anos sem relação sexual e acabou cometendo o pecado da luxúria. Os próprios colonos tinham poderes. Neste momento sinto falta de conhecer melhor as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, bem como a reforma dos Forais, que são os códigos oficiais vigentes da época: Ordenações Afonsinas Iniciou com Afonso II em 1211, mas só foi publicada pelo príncipe D. Pedro, regente do rei de Portugal D. Afonso V, em 1447. Ordenações Manuelinas Publicada em 1521, ano do falecimento de seu idealizador rei D. Manuel. Ordenações Filipinas Iniciado em 1595 pelo rei de Portugal Filipe I (que também era rei da Espanha sob a alcunha de Filipe II e havia assumido a coroa portuguesa há de 15 anos), teve sua publicação apenas em janeiro de 1603, pelo seu filho e então rei de Portugal Filipe II. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 9 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP 2. Qual o papel reservado às mulheres no Brasil Colonial? As índias e (eventuais negras) tinham as atividades domésticas na casa do colonizador português como principal função imposta. Paralelamente, exerciam também o papel crucial de atenuar as tensões sexuais do português, visto a quase inexistência de mulheres brancas (européias) no primeiro momento da colonização do Brasil. Já as mulheres brancas vinham para o Brasil com a finalidade de garantir uma descendência “pura” e inibir a miscigenação. À matriarca cabia o papel de governar as escravas negras ou índias (os índios eram denominados de brasis ou ainda negros da terra). Para a igreja Católica, esta era sua principal função: afastar o homem da luxúria (principalmente o incesto) e garantir a linhagem. De uma maneira geral, todas elas eram tratadas como animais ou mercadorias, de propriedade do patriarca dono de engenho (homem branco colonizador), e por isso mesmo tinham a função de servi-lo, como destaca a passagem em que a esposa do governador recepciona as órfãs: “Casar é leve. É só obedecer aos homens e não falar com confiança. Confiança gera desconfiança. Nem morder os beiços, pois é sinal de raiva”. Qualquer anseio feminino a uma melhor condição era entendido como “tentação do diabo fazendo achar que a mulher tem virtudes que em verdade não tem”, como disse Maria a Oribela de Covilhã. A postura de inferioridade era propagada pelas próprias mulheres. 3. Que estratégias de resistência feminina são mostradas no filme? (das mais discretas às mais escandalosas). Confronto Cusparada de Oribela em Afonso Soares D’Aragão, esperando não ser escolhida como esposa e poder voltar a Portugal (registro de não concordância a submissão). Oribela nega ter boa saúde e se mutila (apertou o pulso com as mãos e unhas até sangrar) para demonstrar comportamento louco e inibir a libido de Francisco. Permanece frígida durante a relação sexual. Fugas e disfarce (veste-se como homem). Oribela reage ao cárcere e ao tratamento como animal aprisionado. Luta pelo verdadeiro amor: toque de Oribela em Ximeno Dias; fuga para a casa dele e posterior sedução. Não confronto (persuasão, aparente submissão e tentativa de sensibilização). Oribela reza, chora e diz que está enfraquecida pela viagem para quebrar o clima e evitar a relação sexual. Oribela pergunta a Francisco: “quem é o senhor?”, insinuando que precisaria de tempo para que a relação não se desse entre dois estranhos. Aparente submissão: “não fujo mais”, disse Oribela a Francisco; faz carinhos leves no rosto (barba) de Francisco para fazê-lo atenuar a vigília; passa a servi-lo à mesa, tira suas botas, oferece seu corpo ao levantar o vestido e deitar-se na cama. Sinopse Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela (Simone Spoladore), é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D'Aragão (Cacá Rosset) se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque (Osmar Prado), que a leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que le dê algum tempo, para ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu marido não tem e ele praticamente a violenta. Sentindo-se infeliz, ela tenta fugir, pois quer pegar um navio e voltar a Portugal, mas acaba sendo recapturada por Francisco. Como castigo, Oribela fica acorrentada em um pequeno galpão. Deprimida por estar sozinha e ferida, pois seus pés ficaram muito machucados, ela passa os dias chorando e só tem contato com uma índia, que lhe leva comida e a ajuda na recuperação, envolvendo seus pés com plantas medicinais. Quando ela sai do seu cativeiro continua determinada em fugir, até que numa noite ela se disfarça de homem e segue para a vila, pedindo ajuda a Ximeno Dias (Caco Ciocler), um português que também morava na região. Para a personagem principal, uma órfã portuguesa enviada para casar, o Brasil era o "desmundo". Outras questões para o início da análise literária do Quinhentismo: 1. Relação entre branco x índio. 2. Índios: "negros" da terra brasileira, eram escravos no início da colonização. Mas já havia escravos negros em 1570. 3. Mulher como objeto. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 História do Direito Brasileiro Prof.: Lucas Victor Silva Disciplina: CCJ0002 Aula: 001 Assunto: Apresentação Folha: 10 de 10 Data: 24/02/2012 MD/Direito/Estácio/Período-01/CCJ0002/Aula-001/WLAJ/DP 4. Os homens, das primeiras expedições, eram exploradores. 5. Habitações: palha, pau-a-pique (o processo de construção era no modelo indígena). 6. Língua: quase espanhol. 7. Presença da língua indígena (no mercado). 8. Os índios já cantavam em latim (aculturação). 9. Missa: não havia o ritual da Bíblia (adequação ao ambiente) e sermão do padre voltado ao sistema colonial (controle da população). ==XXX== 03- RESUMO AULA (COLABORAÇÃO) 1ª AULA – Apresentação (Complementação) ==XXX==